Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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idealista de uma síntese transcendental (cujo portador é a autonomia do sujeito), pode-se contrapor a afirmação de que, se de "síntese" se tratar, só uma ocorre, que realmente seja probatória, e que, provindo de autoria humana, tornou primeiro possível todo conhecimento conceptual - ou seja a socialização classista dos homens pela exploração. Esta é "sintética" de acordo com os mesmos critérios, que o apriorismo coloca na base de seu conceito de síntese, ou seja uma ligação segundo relações de identidade, e ela é o modo original de tal ligação, porque a identidade como caracter formal do ser-aí e da coisa surge historicamente primeiro da relação de exploração. A síntese constitutiva, à qual todo conhecimento teorético logicamente bem como geneticamente remonta, é a reificação e a socialização material, que se opera pela exploração. A liquidação crítica do idealismo resume-se na prova dessa proposição, no sentido da liquidação das antinomias, nas quais a própria razão enreda os homens pelo fetichismo da reificação. É um erro de materialismo vulgar dizer que a explicação genética de uma forma de pensar a partir do ser social negue validade a sua vigência, e remeta o conceito de verdade aos outros fetiches do domínio de classe. Esta crítica materialista dirige-se não contra a validade do pensamento e do conceito de verdade da razão, mas tão somente contra a fetichização de ambos, sua dogmatização em validade atemporal e a verdade absoluta: e isso exatamente porque essa dogmatização falta à razão e é pensamento falso. Pode-se reconhecer, por exemplo, no discurso reitoral de Wilhelm Windelband, na condução lógica dos pensamentos, como a absolutização idealista do conceito de validade acaba na negação da razão e de sua pretensa validade devido à antinomia, na qual ela se enreda na questão da gênese. O idealismo apriorístico está em sua última consequência em concordância com o materialismo vulgar, e vice versa. O ponto de vista racional do pensamento é tão pouco aquele que absolutiza a validade contra a gênese, quanto a gênese contra a validade: ao contrário, ele é o que supera sua antinomia. A superação ocorre no ponto de vista metodológico, e onde o pensamento racional é explicável como pensamento necessariamente condicionado socialmente, de tal modo que uma condição social se mostra como o fundamento de sua validade. Pois com isso mostram-se como historicamente condicionados quer a gênese como medida da validade, quer toda validade e verdade do pensamento.xix Exatamente para essa colocação do problema parece-nos porém o conceito da síntese metodologicamente interessante. Ele foi primeiro formulado por Kant, para questionar a realização do conhecimento como conhecimento válido, certo no sentido idealista, para apresentar a síntese da formação do conhecimento como síntese a priori ou, o que é o mesmo, para provar sua deduzibilidade a partir de puros conceitos (não como problema espaço-temporal). Nisso Hegel não se distingue de Kant. Ele
entendeu a síntese como gênese do conhecimento e com isso chegou ao modo de pensar dialético, mas esta síntese ele a deduz como pura filosofia, torna assim a dialética sistema da verdade absoluta e a superação da antinomia de validade e gênese puramente formal. Enquanto o materialismo contesta o apriorismo da síntese, ele coloca primeiro a tarefa de pesquisá-la historicamente. Essa pesquisa resume-se para o materialista na análise e fundamentação da reificação, em vez de, como para o idealista, na auto-análise do "conhecimento". Por outro lado, a análise da reificação encontra na tarefa de provar o surgimento histórico do conhecimento sua medida crítica. Pois a reificação torna-se primeiro compreensível como o fundamento histórico do conhecimento válido, se ela por sua parte for reconduzida a sua raiz histórica, humana e prática. Inexplicabilidade genética de formas de conhecimento significa compenetração insuficiente da reificação. À aparência apriorística do conhecimento corresponde sempre uma aparência de facticidade do ser reificado. O idealismo apriorístico é liquidável só conjuntamente com o materialismo vulgar, e vice versa. Tentamos tornar claro que a reificação nasce da raiz da exploração. Nela a identidade, a forma-coisa e o ser-aí têm sua origem histórica, humana e prática. Ao mesmo tempo são as formas de negação dessa origem: a identidade é a negação de sua origem prática, a forma-coisa a negação de sua origem humana, o ser-aí a negação de sua origem histórica.xxx Nesse caracter de negação de sua origem são elas as formas de ligação da socialização de classes dos homens na relação dos consumidores exploradores e dos produtores explorados. Por outro lado, a socialização de classes tem caracter formal sintético através dessas formas de ligação ou por sua mediação reificada. A explicação da gênese histórica do conhecimento racional está portanto na questão, como se chega à reflexão lógica da síntese social ou ao surgimento da subjetividade. 7. O dinheiro e a subjetividade Entendemos o conceito da subjetividade no sentido do sujeito do conhecimento. O pensamento do sujeito do conhecimento pressupõe uma espécie de autoreflexão, na qual o indivíduo "se" distingue como ser pensante de seu corpo e de tudo o que é material no espaço e se pensa como idêntico através do tempo, independentemente de alterações espaçotemporais, quer de seu corpo quer de outras coisas. A questão se o ser do "Eu" é suposto como substância imaterial ou como puro suporte de funções do pensamento, não joga papel nenhum para o nível de generalidade, na qual se encontra a pesquisa; antecipando nossa explicação da subjetividade, note-se que ela se relaciona com a substituibilidade econômica da função do dinheiro com material monetário.xxxi Terminologicamente, pode-se denominar de "sujeito teórico" esse Eu que se distingue do corpo como ser pensante. Nossa explicação para seu
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idealista de uma síntese transcendental (cujo portador é a autonomia do<br />
sujeito), pode-se contrapor a afirmação de que, se de "síntese" se tratar, só<br />
uma ocorre, que realmente seja probatória, e que, provindo de autoria<br />
humana, tornou primeiro possível todo conhecimento conceptual - ou seja a<br />
socialização classista dos homens pela exploração. Esta é "sintética" de<br />
acordo com os mesmos critérios, que o apriorismo coloca na base de seu<br />
conceito de síntese, ou seja uma ligação segundo relações de identidade, e<br />
ela é o modo original de tal ligação, porque a identidade como caracter<br />
formal do ser-aí e da coisa surge historicamente primeiro da relação de<br />
exploração. A síntese constitutiva, à qual todo conhecimento teorético<br />
logicamente bem como geneticamente remonta, é a reificação e a<br />
socialização material, que se opera pela exploração. A liquidação crítica do<br />
idealismo resume-se na prova dessa proposição, no sentido da liquidação<br />
das antinomias, nas quais a própria razão enreda os homens pelo<br />
fetichismo da reificação.<br />
É um erro de materialismo vulgar dizer que a explicação genética de uma<br />
forma de pensar a partir do ser social negue validade a sua vigência, e<br />
remeta o conceito de verdade aos outros fetiches do domínio de classe.<br />
Esta crítica materialista dirige-se não contra a validade do pensamento e do<br />
conceito de verdade da razão, mas tão somente contra a fetichização de<br />
ambos, sua dogmatização em validade atemporal e a verdade absoluta: e<br />
isso exatamente porque essa dogmatização falta à razão e é pensamento<br />
falso. Pode-se reconhecer, por exemplo, no discurso reitoral de Wilhelm<br />
Windelband, na condução lógica dos pensamentos, como a absolutização<br />
idealista do conceito de validade acaba na negação da razão e de sua<br />
pretensa validade devido à antinomia, na qual ela se enreda na questão da<br />
gênese. O idealismo apriorístico está em sua última consequência em<br />
concordância com o materialismo vulgar, e vice versa. O ponto de vista<br />
racional do pensamento é tão pouco aquele que absolutiza a validade<br />
contra a gênese, quanto a gênese contra a validade: ao contrário, ele é o<br />
que supera sua antinomia. A superação ocorre no ponto de vista<br />
metodológico, e onde o pensamento racional é explicável como<br />
pensamento necessariamente condicionado socialmente, de tal modo que<br />
uma condição social se mostra como o fundamento de sua validade. Pois<br />
com isso mostram-se como historicamente condicionados quer a gênese<br />
como medida da validade, quer toda validade e verdade do pensamento.xix<br />
Exatamente para essa colocação do problema parece-nos porém o<br />
conceito da síntese metodologicamente interessante. Ele foi primeiro<br />
formulado por Kant, para questionar a realização do conhecimento como<br />
conhecimento válido, certo no sentido idealista, para apresentar a síntese<br />
da formação do conhecimento como síntese a priori ou, o que é o mesmo,<br />
para provar sua deduzibilidade a partir de puros conceitos (não como<br />
problema espaço-temporal). Nisso Hegel não se distingue de Kant. Ele