Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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seu explorador como mercadoria, a identidade experimenta uma reflexão e<br />
obtém uma corporificação empírica como meio da apropriação no dinheiro.<br />
No próximo item teremos que advertir, que a identidade, na qual então os<br />
exploradores reflectem não só os objetos de sua apropriação, mas<br />
reflectem a si mesmos como sujeitos pensantes, é o dinheiro, com o qual<br />
eles compram escravos e o corpo se alheia a eles como uma coisa.xxv Não<br />
que seu corpo coisificado, do qual o homem explorador de escravos se<br />
distingue do sujeito pensante, seja o escravo: sua materialidade de coisa é<br />
como aquela do ouro, que como dinheiro é o equivalente para escravos,<br />
como a função identificadora do sujeito pensante equivale à função de<br />
equivalente do ouro como dinheiro.xxvi Dado que o próprio trabalho se<br />
reificou no escravo, a produção deve ser construída como conexão entre<br />
coisas, a fim de que ela possa ter lugar dentro desse sistema de<br />
apropriação.<br />
As relações de apropriação da exploração são relações da socialização de<br />
classes entre os consumidores exploradores e os produtores explorados.<br />
Pois as relações de apropriação da exploração são relações de identidade,<br />
porque elas são relações da ligação material da produção e do consumo<br />
colocados em pólos humanos separados. Isso significa, que as relações da<br />
identidade são a priori relações de ligação social das classes de exploração<br />
segundo a lei da conexão entre produção e consumo necessária para a<br />
vida.<br />
Essa conexão prática da comunidade natural transforma-se pela exploração<br />
em uma causalidade estranha perante os homens, dominando "extrahumanamente"<br />
como "segunda natureza" sobre seu ser, a causalidade da<br />
lei do valor. Quanto trabalho exigem para ser produzidos os artigos, é uma<br />
questão que para os exploradores não tem mais peso nenhum para seu<br />
consumo, porque eles ganham esses objetos não pelo trabalho, e sim por<br />
um mecanismo social estabelecido de apropriação. A produção não pode<br />
mais aqui acontecer de acordo com a medida do consumo, o consumo não<br />
mais de acordo com a medida da produção. Em lugar da medida entram<br />
relações monetárias, portanto relações de apropriação, e só através delas<br />
produção e consumo ainda são mediados de modo cego. Com base e para<br />
as finalidades dessa causalidade adere aos produtos do trabalho a vigência<br />
enigmática do valor. Com base na exploração produção e consumo podem<br />
assim ser ainda organizados só pela racionalidade da apropriação; e essa é<br />
sua organização sob o ponto de vista do valor e pelas normas da<br />
identidade, da forma reificada e do "ser-aí".<br />
O nexo causal de produção e consumo adquire a forma da equivalência,<br />
pela identidade do membro de mediação, do objeto de apropriação e do<br />
valor. O consumo apropriado, em seu todo (ou seja no quadro conjunto da<br />
sociedade), deve ser igual à produção realizada, não porque consumo e<br />
produção em e por si se encontrem em tal relação de igualdade e se