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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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desenvolvimento do proletariado são conexos dialecticamente, não só<br />

pragmaticamente.]<br />

6. A exploração como origem da reificação<br />

A troca de mercadorias é forma de reflexão da exploração. Qual que seja<br />

sua determinação formal55 em cada caso, depende das relações de<br />

exploração, que a fundamentam, ou que ela superou assumindo em si, ou<br />

aquelas que ela opera por sua vez. Portanto o ponto de partida não é a<br />

troca de mercadorias, mas a exploração. - Para o que segue devemos<br />

restringir-nos ainda mais que até aqui a uma exposição abreviada em forma<br />

de teses.<br />

A origem histórica da reificação é a exploração. Não como mercadoria, mas<br />

como objeto de apropriação direta, unilateral o produto do trabalho é<br />

originariamente uma coisa. As primeiras coisas idênticas historicamente<br />

existentes foram - entendendo o exemplo em princípio - os produtos dos<br />

súditos egípcios depositados nos silos fiscais dos faraós. A identidade<br />

material do objeto de apropriação em um outro produto, produzido pelos<br />

explorados, é o mesmo que o objeto consumido pelo explorador. Ele é<br />

transferido do produtor ao consumidor como coisa idêntica através da<br />

apropriação. A apropriação é tão estranha à produção, que ela é dominada<br />

somente pela preocupação de que a coisa, para ela, não vá estragada ou<br />

perdida. A identidade material do objeto de apropriação56 é á contrapartida<br />

precisa à identidade dos indivíduos em uma comunidade natural, que tenha<br />

por conteúdo que, através da ordenação distributiva de trabalho e uso na<br />

tribo,xxiii o indivíduo produtor é o mesmo que o consumidor. A reificação é a<br />

operação da divisão da identidade humana, que ocorre pela exploração, em<br />

sociedade de produtores e sociedade de consumidores. Em sua dialética<br />

histórica ela leva enfim à constituição da classe trabalhadora como sujeito,<br />

que pode superar essa cisão e estabelecer planejadamente a unidade<br />

social de produtores e consumidores na situação moderna das forças<br />

produtivas.<br />

A identificação e reificação dos produtos do trabalho processa-se pela<br />

praxis da exploração, como [com base oposta] a identidade individual<br />

natural de membros de uma tribo através da praxis da distribuição da<br />

raça.xxiv O que se deve organizar para instituir duradouramente uma<br />

relação de exploração ( à distinção do roubo), é portanto a apropriação<br />

através de domínio estável dos exploradores sobre os explorados. A ratio<br />

da exploração e de toda articulação e ordem de vida que repousa sobre a<br />

exploração é a ratio da apropriação.<br />

As relações da identidade são as relações de apropriação da exploração.<br />

Elas mudam com os métodos de apropriação desta. Se, em etapa ulterior, o<br />

trabalhador explorado como escravo é trocado e chega à propriedade de

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