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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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seguinte, consideraremos mais detalhadamente esta dialética do<br />

conhecimento puramente teórico ligado ao dinheiro, da "ratio", e seu<br />

questionamento sobre a verdade.)xxi - Também para a produção antiga de<br />

mercadorias aparece comisso evidente, que a troca de mercadorias tem por<br />

base a exploração e é a troca de produtos de trabalhadores explorados<br />

entre seus exploradores.<br />

Contudo, a forma da economia mercantil, que obscureceu sobretudo esse<br />

estado das coisas e cuja explicação suficiente gera de fato notáveis<br />

dificuldades, é a economia mercantil da cidade medieval, à qual se pensa<br />

de preferência sob o título da "produção simples de mercadorias". Nela não<br />

há dúvida de que os produtos são trocados por seus próprios produtores e<br />

apesar disso em forma monetária, portanto como valores. A aparência está<br />

portanto perto de mostrar que o caracter-valor desses produtos (pois ele<br />

não é nenhuma propriedade natural do produto) deva surgir primeiramente<br />

da troca. Mas essa produção medieval de mercadorias em sua aparente<br />

"simplicidade" é de fato um resultado tardio amplamente mediado do<br />

desenvolvimento ocidental da exploração e a tem como base em uma<br />

forma tal que ela é mesmo a forma da reflexão dialética do modo antigo de<br />

exploração, tal como este já era a forma reflexa do sistema de exploração<br />

do mundo antigo. Esse encadeamento genético das relações de produção<br />

dos antigos reinos, da Antiguidade e da Idade Média europeia é o<br />

fundamento, porque nós cremos dever remontar até à exploração em sua<br />

forma ocidental original para a explicação do capitalismo (e para sua<br />

análise econômica).<br />

A reflexão da exploração, que está na base da formação da riqueza antiga,<br />

distingue-se da reflexão, sobre a qual repousa o desenvolvimento europeu,<br />

pelo fato que aquela é a reflexão da exploração por parte do explorador,<br />

enquanto esta ao contrário é a reflexão por parte do explorado. O produtor<br />

medieval é o antigo dependente e servo do senhor da terra [e só<br />

desfazendo-se de seus vínculos feudais chega à produção de mercadorias].<br />

53 Sua liberdade burguesa ou, mais precisamente, sua propriedade privada<br />

burguesa do produto de seu trabalho, portanto a liberdade de valorizá-lo por<br />

conta própria, é o resultado da emancipação do produtor explorado do<br />

domínio da terra, o resultado da dissolução desse sistema de exploração da<br />

economia natural. [Nesse resultado da dissolução o terreno se coloca como<br />

uma alternativa, portanto como substituição desse sistema. O trabalhador<br />

produtor, pela primeira vez na história, torna-se sócio da sociedade<br />

"humana", ou seja da sociedade de apropriação (a libertação dos escravos<br />

no reino dos Romanos era, perante isso, puro resultado negativo da<br />

dissolução dele e não continha em si nenhuma alternativa a ele; a<br />

humanização do trabalho aqui era tão somente um pálido antegosto, uma<br />

promessa de um puro além, como no cristianismo).] Segundo sua origem,<br />

portanto, a propriedade privada burguesa é propriedade de produtores. Mas

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