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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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nas combinações de uma produção de riqueza mais elevada. Mas também<br />

isso ocorre em conjunto sobre a base da exploração primária e de acordo<br />

com sua condição imprescindível e não leva à formação autônoma do<br />

caracter valor da riqueza. A emancipação daquele da exploração direta e a<br />

formação da forma valor no dinheiro acontece por primeira vez na<br />

antiguidade.<br />

A civilização antiga cresceu a partir da assimilação dos resultados finais do<br />

Mundo Antigo através aqueles que imigraram em seus territórios marginais:<br />

Gregos e respectivamente Fenícios, respectivamente Etruscos, etc. O<br />

resultado dessa apropriação, que com isso foi de antemão apropriação de<br />

riqueza e de formas e técnicas de geração da riqueza, é um novo sistema<br />

de exploração e de geração de riqueza, que superou o sistema do mundo<br />

antigo como pressuposto. A formação antiga da riqueza repousa portanto<br />

sobre as costas dos antigos ou, mais precisamente, no sentido dialético é a<br />

forma de reflexão da produção de riqueza do mundo antigo. Os Gregos não<br />

submeteram produção estrangeira colectivamente, e reorganizaram seu<br />

modo de trabalho, para consumir seu produto excedente em sua forma<br />

dada. Na formação grega da riqueza, sobretudo industrial, a exploração de<br />

ordens estrangeiras, "bárbaras" de produção, que teve lugar através de<br />

roubo, da troca ou em forma de tributos, significou só uma etapa preliminar<br />

- só em tempos tardios ela se torna condicionamento vital para a existência<br />

da polis -, na qual se obtinham os produtos, quase criações humanas da<br />

natureza, e deles então se gera primeiro a riqueza entre os próprios Gregos<br />

na polis, pelos artesãos gregos, mais adiante pelos escravos. Nesses<br />

produtos, o valor da riqueza é reificado em sua forma de valor de uso e a<br />

exploração em sua técnica de produção, na qual os escravos são só um<br />

instrumento ao lado de outros. Estes produtos obtidos segundo as normas<br />

da formação da riqueza são, dentro do mundo grego, mercadorias já de<br />

antemão comutáveis, eles estão em relação de equação-valor com outros<br />

produtos obtidos. Só através desse modo já reflexo da exploração, que ele<br />

tem como fundamento do conteúdo prático, a troca antiga de mercadorias<br />

pode levar à formação da forma pura de equivalente, ou seja do dinheiro,<br />

que portanto é basicamente forma equivalente de produtos do trabalho<br />

explorado. Ao mesmo tempo na forma dinheiro do valor completa-se a<br />

reificação e o encobrimento do pressuposto do caracter valor tout court, da<br />

exploração. Na relação de equivalência das mercadorias ao dinheiro o valor<br />

aparece só como uma propriedade pertinente às mercadorias como tais<br />

para os homens em geral, em cuja realização os homens exercem só como<br />

homens sua essência separada de tudo o que é "natural". Primeiro<br />

simultaneamente com o fechamento e o escurecimento de seu conteúdo<br />

material real recai aqui de fato sobre os homens a autoria puramente<br />

humana da exploração, na forma de sua essência humana puramente<br />

abstrata, "<strong>espiritual</strong>", ou pensada, como homem, na qual ele ao mesmo<br />

tempo se desintegra com a materialidade de seu próprio corpo.(No item

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