Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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mesmo tempo o "caráter duplo do trabalho representado nas mercadorias", que Marx denomina o "ponto de partida", "ao redor do qual se move o entendimento da economia política", têm de acordo com isso sua origem na exploração, não na troca em si e por si. O caracter duplo do trabalho como produtor de valores de uso e como criador de valor coincide com a dupla significação, que o trabalho tem na relação de exploração, o trabalho dos explorados, por um lado produzir meio de subsistência (alimento, habitação, vestimenta) para si e outros, ao mesmo tempo porém produzir riqueza para os exploradores, riqueza no sentido puramente social, no qual ela significa que a riqueza de um é o espelho da pobreza do outro. O surgimento da troca de mercadorias como fruto de relações primárias de exploração ("primário" ou seja relativo à troca) não significa, que a troca deva ter ficado limitada a esse nível, ou seja da troca externa com outros estados. Também internamente no reino egípcio se desenvolve uma relação de troca, não somente por parte dos oficiais faraônicos superiores que se tornaram poderosos, mas até por parte dos produtores explorados mesmo. Mas isso é incipiente, tal como entre os servos da Idade Média, é só uma troca com produtos próprios sujeitos à entrega - para compensar certos desajustes surgidos com o tempo no sistema da divisão do trabalho perante a organização do fornecimento -, portanto igualmente um fluxo de trocas com produtos caracterizados por valor, mas valor como reflexo da relação de exploração pré-organizada. Também aqui portanto o caracter valor não surge autonomamente da troca, mas ao contrário a troca mesma como de equivalentes só é possível sobre a base da relação preexistente de exploração e de acordo com suas condições superiores. Para a generalização do caracter do valor dos produtos joga com isso um papel sobretudo a medida crescente, na qual os explorados se tornam dependentes dos depósitos fiscais do faraó para sua própria subsistência e seus meios de subsistência devem ser ganhos de volta através de produtos adicionais ou de "crédito". Com isso o trabalho deixa de se dividir claramente no tempo em trabalho para os exploradores e trabalho para si mesmo; além disso, seu produto volta aos produtores em parcelas do produto conjunto dos trabalhadores todos, como corporificação particular do trabalho comum. Também a "abstração valor" dos produtos, a transformação do trabalho concreto útil em trabalho comum criador de valor, consuma-se em sua forma primária sobre o chão da relação de exploração direta e em seu quadro. Avançando a generalização do valor, que se encontra em relação recíproca com o desenvolvimento das forças produtivas, difundem-se entre topo e base do reino relações secundárias de exploração, com especialização correspondente da produção e sua técnica e com troca mercantil regular. Tudo isso já tem caracter de mercadoria e esgota-se com a decomposição do colectivo da ordem de produção submetida, em elementos individuais; esses são capazes de autonomização, portanto da reificação separada e da unificação material
nas combinações de uma produção de riqueza mais elevada. Mas também isso ocorre em conjunto sobre a base da exploração primária e de acordo com sua condição imprescindível e não leva à formação autônoma do caracter valor da riqueza. A emancipação daquele da exploração direta e a formação da forma valor no dinheiro acontece por primeira vez na antiguidade. A civilização antiga cresceu a partir da assimilação dos resultados finais do Mundo Antigo através aqueles que imigraram em seus territórios marginais: Gregos e respectivamente Fenícios, respectivamente Etruscos, etc. O resultado dessa apropriação, que com isso foi de antemão apropriação de riqueza e de formas e técnicas de geração da riqueza, é um novo sistema de exploração e de geração de riqueza, que superou o sistema do mundo antigo como pressuposto. A formação antiga da riqueza repousa portanto sobre as costas dos antigos ou, mais precisamente, no sentido dialético é a forma de reflexão da produção de riqueza do mundo antigo. Os Gregos não submeteram produção estrangeira colectivamente, e reorganizaram seu modo de trabalho, para consumir seu produto excedente em sua forma dada. Na formação grega da riqueza, sobretudo industrial, a exploração de ordens estrangeiras, "bárbaras" de produção, que teve lugar através de roubo, da troca ou em forma de tributos, significou só uma etapa preliminar - só em tempos tardios ela se torna condicionamento vital para a existência da polis -, na qual se obtinham os produtos, quase criações humanas da natureza, e deles então se gera primeiro a riqueza entre os próprios Gregos na polis, pelos artesãos gregos, mais adiante pelos escravos. Nesses produtos, o valor da riqueza é reificado em sua forma de valor de uso e a exploração em sua técnica de produção, na qual os escravos são só um instrumento ao lado de outros. Estes produtos obtidos segundo as normas da formação da riqueza são, dentro do mundo grego, mercadorias já de antemão comutáveis, eles estão em relação de equação-valor com outros produtos obtidos. Só através desse modo já reflexo da exploração, que ele tem como fundamento do conteúdo prático, a troca antiga de mercadorias pode levar à formação da forma pura de equivalente, ou seja do dinheiro, que portanto é basicamente forma equivalente de produtos do trabalho explorado. Ao mesmo tempo na forma dinheiro do valor completa-se a reificação e o encobrimento do pressuposto do caracter valor tout court, da exploração. Na relação de equivalência das mercadorias ao dinheiro o valor aparece só como uma propriedade pertinente às mercadorias como tais para os homens em geral, em cuja realização os homens exercem só como homens sua essência separada de tudo o que é "natural". Primeiro simultaneamente com o fechamento e o escurecimento de seu conteúdo material real recai aqui de fato sobre os homens a autoria puramente humana da exploração, na forma de sua essência humana puramente abstrata, "espiritual", ou pensada, como homem, na qual ele ao mesmo tempo se desintegra com a materialidade de seu próprio corpo.(No item
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mesmo tempo o "caráter duplo do trabalho representado nas mercadorias",<br />
que Marx denomina o "ponto de partida", "ao redor do qual se move o<br />
entendimento da economia política", têm de acordo com isso sua origem na<br />
exploração, não na troca em si e por si. O caracter duplo do trabalho como<br />
produtor de valores de uso e como criador de valor coincide com a dupla<br />
significação, que o trabalho tem na relação de exploração, o trabalho dos<br />
explorados, por um lado produzir meio de subsistência (alimento, habitação,<br />
vestimenta) para si e outros, ao mesmo tempo porém produzir riqueza para<br />
os exploradores, riqueza no sentido puramente social, no qual ela significa<br />
que a riqueza de um é o espelho da pobreza do outro.<br />
O surgimento da troca de mercadorias como fruto de relações primárias de<br />
exploração ("primário" ou seja relativo à troca) não significa, que a troca<br />
deva ter ficado limitada a esse nível, ou seja da troca externa com outros<br />
estados. Também internamente no reino egípcio se desenvolve uma<br />
relação de troca, não somente por parte dos oficiais faraônicos superiores<br />
que se tornaram poderosos, mas até por parte dos produtores explorados<br />
mesmo. Mas isso é incipiente, tal como entre os servos da Idade Média, é<br />
só uma troca com produtos próprios sujeitos à entrega - para compensar<br />
certos desajustes surgidos com o tempo no sistema da divisão do trabalho<br />
perante a organização do fornecimento -, portanto igualmente um fluxo de<br />
trocas com produtos caracterizados por valor, mas valor como reflexo da<br />
relação de exploração pré-organizada. Também aqui portanto o caracter<br />
valor não surge autonomamente da troca, mas ao contrário a troca mesma<br />
como de equivalentes só é possível sobre a base da relação preexistente<br />
de exploração e de acordo com suas condições superiores. Para a<br />
generalização do caracter do valor dos produtos joga com isso um papel<br />
sobretudo a medida crescente, na qual os explorados se tornam<br />
dependentes dos depósitos fiscais do faraó para sua própria subsistência e<br />
seus meios de subsistência devem ser ganhos de volta através de produtos<br />
adicionais ou de "crédito". Com isso o trabalho deixa de se dividir<br />
claramente no tempo em trabalho para os exploradores e trabalho para si<br />
mesmo; além disso, seu produto volta aos produtores em parcelas do<br />
produto conjunto dos trabalhadores todos, como corporificação particular do<br />
trabalho comum. Também a "abstração valor" dos produtos, a<br />
transformação do trabalho concreto útil em trabalho comum criador de<br />
valor, consuma-se em sua forma primária sobre o chão da relação de<br />
exploração direta e em seu quadro. Avançando a generalização do valor,<br />
que se encontra em relação recíproca com o desenvolvimento das forças<br />
produtivas, difundem-se entre topo e base do reino relações secundárias de<br />
exploração, com especialização correspondente da produção e sua técnica<br />
e com troca mercantil regular. Tudo isso já tem caracter de mercadoria e<br />
esgota-se com a decomposição do colectivo da ordem de produção<br />
submetida, em elementos individuais; esses são capazes de<br />
autonomização, portanto da reificação separada e da unificação material