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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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Seria grande a vantagem se se esclarecessem em geral os fundamentos do<br />

surgimento da exploração, portanto também dentro da economia primitiva;<br />

mas achamos contudo possível, entrar na análise, sem inaguentáveis<br />

perdas de conhecimento, primeiro nos reinos egípcios e mesopotâmicos<br />

antigos de exploração e assegurar as costas da pesquisa com<br />

determinadas delimitações conceituais.<br />

A essas delimitações pertence sobretudo uma determinação do conceito da<br />

"comunidade natural". Marx usa esse conceito em contrastes variados com<br />

a produção mercantil e a sociedade reificada, sem defini-lo contudo<br />

explicitamente. Para nós sua definição é indispensável, porque colocamos<br />

a exploração em lugar da troca no começo; e o conceito da exploração<br />

torna-se metodologicamente utilizável somente se for concebido como<br />

rigoroso afastamento das características de uma comunidade livre de<br />

exploração quer interna quer externamente. A construção conceptual de<br />

uma comunidade natural a seguir apresentada - no sentido de uma que<br />

seja livre de exploração - não representa nenhuma afirmação de existência<br />

histórica, mas é só um apoio conceptual para a compreensão da situação<br />

de exploração. Com isso, compreende-se por si mesmo que o "natural" não<br />

se deve equiparar a uma comunidade original.xx<br />

Uma comunidade natural, livre de exploração, deve ser concebida como um<br />

grupo humano reunido por parentesco, o qual obtém seus meios de<br />

subsistência exclusivamente de seu próprio trabalho. Este enfoque inicial<br />

corresponde totalmente à definição marxiana na Ideologia Alemã (p.<br />

11[Landshut/Mayer]), segundo a qual os homens mesmos começam "a<br />

distinguir-se dos animais, tão logo eles começam a produzir seus meios de<br />

vida". Ao trabalho - em uma comunidade sem exploração - só podem ser<br />

subtraídos, prescindindo dos doentes, os inábeis por causa da idade, de<br />

maneira que o grupo forma um todo na medida em que não no momento<br />

atual, mas através da sucessão das gerações o consumo para cada<br />

indivíduo está vinculado à sua produção. Com isso, produção e consumo,<br />

para o indivíduo, separam-se materialmente na medida da divisão existente<br />

do trabalho - ele consome também dos produtos do trabalho dos outros, os<br />

outros também dos seus -, mas não humanamente, porque aqui os<br />

indivíduos existem só em virtude da identidade que liga as gerações,<br />

identidade do conjunto consuntivo com o produtivo: eles são seres capazes<br />

de viver só na medida dessa identidade. Percebe-se que o conceito de<br />

"trabalho próprio" e a identidade individual dos homens em uma<br />

comunidade natural, se essa deve ser livre de exploração, se resolvem no<br />

coletivístico e no genealógico, e esses só segundo o fio condutor do<br />

condicionamento vital generacional e material de uma tal comunidade e<br />

cada indivíduo nela. - O rasgo essencial para nós decisivo dessa<br />

constituição natural é que a conexão de produção e consumo, necessária<br />

para a vida aos homens em todas as formações sociais aqui possui seu

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