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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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As coisas mercadorias que existem identicamente estão sob a ordem<br />

espacial e temporal da ação da troca em vez das ações produtivas ou<br />

consuntivas, as quais não podem absolutamente acontecer devido à<br />

relação de equivalência das mercadorias com elas. É a ordem-espaçotempo<br />

da facticidade em oposição àquela da "atividade humana sensível,<br />

praxis".46 Temporalmente a equivalência das mercadorias da troca<br />

pressupõe a produção dentro do passado fechado nas mercadorias e o<br />

consumo num futuro nelas ainda não começado: entre eles, as mercadorias<br />

em troca têm sua presença idêntica como coisas. Produção e consumo são<br />

ligados na ação da troca (tendo como consequência a presença idêntica<br />

das mercadorias nesse ponto de referência) como passado e futuro,<br />

portanto como aquilo que não é mais, e aquilo que ainda não é real. A<br />

medida da realidade de produção e consumo é aqui a presença das<br />

mercadorias na troca, enquanto esta presença é a ausência de produção e<br />

de consumo. O dinheiro refere-se à praxis material de consumo e produção<br />

só com a medida da facticidade, como ocorrido ou não ocorrido, ocorrendo<br />

ou não ocorrendo, entrando ou não entrando.<br />

Por outro lado, na mercadoria a produção, da qual ela provem, e o<br />

consumo, no qual ela entra, estão ligadas à idêntica coisicidade da<br />

mercadoria, são portanto aquilo que na troca é presente das mercadorias e<br />

de sua realidade. Mas reais e presentes são a produção e o consumo para<br />

a ação da troca em sua suspensão, ou seja em supressão temporal, como<br />

a identidade material imutada das coisas mercadorias no espaço puro.<br />

Como ocorrer temporal a ação da troca suspende produção e consumo<br />

temporariamente, respectivamente ela remete-os no tempo para o passado<br />

não mais real e para o futuro ainda não real, em função da única realidade<br />

presente dela mesma, da ação da troca. Realidade no acontecer temporal<br />

da troca têm a produção e o consumo na forma coisificada da realidade<br />

material das coisas mercadorias no espaço. O dinheiro refere-se às<br />

mercadorias como coisas, as quais medeiam entre produção e consumo na<br />

realidade espaço-material segundo funções de sua identidade imutada no<br />

tempo. No dinheiro está fixado que a realidade da troca no tempo e a<br />

função da equivalência das mercadorias na realidade da matéria no espaço<br />

estão vinculadas. A matériaxv é a forma de coisificação da praxis da<br />

produção passada, pela qual esta medeia a praxis socialmente separada do<br />

futuro consumo. - A idéia de que todo espaço seja cheio de matéria poderia,<br />

como primeiro ocorre em Thales, ocorrer somente lá onde a produção está<br />

sob a lei das mercadorias. A proposição: tudo é água, significa tanto quanto:<br />

tudo é matéria, ou: de tudo se pode fazer mercadoria - ou seja enquanto o<br />

trabalho for característica de escravos comprados e nessa forma tudo o que<br />

ele produz, o produz como mercadoria.xvi<br />

Devo limitar-me a essas breves alusões ao modo de considerar que<br />

defendo para a análise formal da reificação. Mas acrescente-se

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