Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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Às características distintivas pertence certamente a renúncia ao ideal<br />
definitivo da verdade e por conseguinte evitar as antinomias do pensamento<br />
idealista conexas com a absolutização do conceito da verdade.<br />
Objeto da pesquisa é a questão: se o ensinamento do apriorismo é<br />
verdadeiro ou não verdadeiro. Portanto ela não tem nada a ver com a<br />
explicação do apriorismo como uma determinada ideologia da burguesia.<br />
Contudo se deve começar com uma tentativa de interpretação da teoria<br />
kantiana do conhecimento, para conduzir indutivamente à tese básica, que<br />
se tentará fundamentar analiticamente a seguir.<br />
2. Analogia ou conexão de fundamentação ?<br />
A interpretação apriorística do conhecimento entre historicamente naquele<br />
momento em que o mecanismo da concorrência do modo capitalístico de<br />
produção ganha sua formação em um sistema conexo em si,<br />
aparentemente autônomo, portanto não funciona mais só intermitentemente<br />
e apoiado na ajuda estatal, mas começa a realizar plenamente sua própria<br />
normalidade específica através da determinação dos preços desenvolvida<br />
nos mercados pelos meios bursáteis e a subsunção do trabalho sob a<br />
maquinaria nas instalações da produção. Conquistando assim sua<br />
autonomia econômica, resulta também a emancipação externa, política, da<br />
burguesia, a cuja fundamentação ideológica serve a filosofia kantiana.<br />
A sociedade capitalista distingue-se de outras formas sociais, fundadas<br />
igualmente na troca mercantil, porque nela a troca mercantil não é somente<br />
necessária para transferir os produtos das mão dos produtores às dos<br />
consumidores, mas muito mais, além disso, ela constitui a condição para<br />
que a própria produção de qualquer objeto de uso seja realizada. Pois<br />
enquanto antes os homens estavam separados dos produtos, que usavam,<br />
só como consumidores, agora eles estão separados até como produtores<br />
dos meios para ter a possibilidade de produzir um produto. No capitalismo<br />
portanto a possibilidade da produção depende ela mesma do fato que seus<br />
fatores básicos, portanto a força humana de trabalho, os meios materiais de<br />
produção, matérias primas e terra, se reunam como mercadorias e a<br />
produção possa processar-se segundo leis mercantis. Forma mercadoria e<br />
lei da troca das mercadorias, ou seja forma e lei da reificação, tornam-se no<br />
capitalismo o a priori da produção, portanto lei constitutiva fundamental<br />
para a existência da sociedade,viii que se desintegra em um caos da<br />
variedade informal, se (nas crises) o nexo da troca das mercadorias não<br />
funcionar mais. Mas da produção depende o ser (Dasein) das mercadorias,<br />
e as condições da possibilidade da produção são portanto as leis: só<br />
segundo elas o ser das mercadorias se torna possível na sociedade. O ser