Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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exatamente no mesmo sentido, segundo o qual o idealismo afirma sua aprioridade perante o ser e sua transcendentalidade. Deve-se tentar contrapor à interpretação idealista do pensamento racional a sua explicação materialista;i pois a fetichização da razão estará despachada, quando for comprovada a origem da razão a partir do ser social. Com isso deve-se explicar o pensamento racional surgindo ao ser social no sentido que o pensar propicia conhecimento efectivo; e conhecimento aqui significa poder julgar sobre verdade e falsidade de proposições. O conteúdo da fetichização idealista da razão é a absolutização do conceito de verdade. Portanto, no sentido mais próprio, a tarefa de uma explicação materialista do pensamento racional consiste e que o surgimento histórico do conceito de verdade se comprova porvir do ser social. Essa tarefa pode ser também formulada de outro modo: que a gênese do conhecimento deve ser explicada enquanto ele possui validade objectiva.ii Se as condições da validade do conhecimento forem mostradas como genéticas em vez de transcendentais, assim a verdade seria com isso condicionada historicamente ou ligada ao tempo em vez de ser comprovada como atemporal e absoluta. Levar adiante uma tal anti-investigação do edifício sistemático da filosofia transcendental não deveria ser considerado como procedimento predominantemente acadêmico. Pois ela torna-se necessária, porque a tendência obrigatoriamente necessária à sistematização própria do pensar idealista é a expressão da concatenação de uma dívida, fechada em si, da sociedade burguesa. O impulso sistêmico do idealismo corresponde de fato a uma totalidade, mas não a uma totalidade proveniente de uma síntese transcendental do sujeito autônomo ou da liberdade, e sim a seu oposto, a exploração. Correspondentemente procede-se com o caráter formalístico, que deve ter uma pesquisa como a nossa e pelo qual ela, por sua vez, poderia suscitar uma impressão idealista. O formalismo do pensamento idealista é condicionado pela alienação, que opera a exploração nas relações sociais dos homens. A reificação é neste sentido pura determinação de forma, quando ela serve à formalização da exploração. Reconduzir geneticamente o formalismo do pensamento idealista à exploração serve para sua invalidação. Uma tal redução materialista do formalismo deve no entanto compreendê-lo em seu próprio meio, deve perseguí-lo através de sua formação interna, ou enovelá-lo segundo suas próprias regras. Se a pretendida superação vai resultar bem sucedida para o pensamento próprio, isso pode-se por certo mostrar somente no uso do método em objetos concretos. A pesquisa projectada a seguir em suas linhas fundamentais está baseada pela convicção de que a pesquisa histórica materialista precisa da análise precedente da reificação. Para cada um, pelo ser social no qual ele vive, mediante o grau e o molde das coisificações, seu próprio pensamento está
ligado a formas, que são indispensáveis para se comportar pragmaticamente de forma correcta, de acordo com as relações dominantes de produção. Cada um vive dentro e conforme a medida da relação dominante de deslumbramento. Dentre as formas assim dadas de pensamento, nenhuma pode ser postulada ingénua e acriticamente na pesquisa histórica materialista, sob pena de tornar-se forma de encobrimento ideológico do ser social, a cuja manutenção ela serve. O comportamento crítico perante as próprias categorias é porém tanto mais difícil, quanto mais elevado o grau de generalidade das categorias, quanto mais formais e "puras" elas são. Pois tanto mais ampla e inevitavelmente elas estão na base da lógica de nosso pensamento. Considerada geneticamente, tanto mais antiga é em geral também sua idade histórica. Da tais conceitos - como, por exemplo, daquele de unidade - não nos é mais possível prescindir imediatamente.iii Contudo seriam fetichizadas também, em seu uso acrítico, determinadas formas sociais de ser e relações de produção, que se condicionaram primeiro geneticamente: embora muito antigas, elas são hoje ainda activamente efectivas. A essência do método materialista exigeiv que nele não se empreguem categorias nenhumas, das quais não se sabe correctamente por que relações de produção elas são condicionadas. O método materialista tem portanto em comum com o método "crítico" do idealismo, que ele para cada categoria coloca a questão prévia sobre aquilo que nela é pressuposto como condições de sua própria "possibilidade" e com ela se leva junto. Mas no idealismo a razão se coloca em questão sempre em seu próprio terreno, o terreno de sua hipostatização. Por isso em Kant a pura questão inicial atrofia-se no desenvolvimento em tarefa de pura interna "dissecação de nossa capacidade de conhecer"; e Hegel desenvolve sob a mesma bandeira da imanência (enquanto ele considera as relações lógicas preliminares dentro da estrutura do pensamento simultaneamente válidas para o nexo de constituição do pensar e com isso simula para si e para nós a questão original abandonada como existência da imanência) a dialética dedutiva como o sistema absoluto da verdade. No materialismo entra aqui no lugar da teoria do conhecimento a análise crítica da coisificação. Esta deve ser levada adiante sistematicamente, não só para cuidar dos controles apropriados sobre o condicionamento genético de nossas categorias mentais até seus últimos supostos lógicos, mas também por causa da significação metodológica positiva, que compete a essa análise da coisificação para a pesquisa histórica materialista. Ou seja, a análise da coisificação oferece - na forma das articulações genéticas entre forma mercadoria e forma de pensamento - as colocações críticas de questões como hipóteses, com as quais se deve aproximar-se ao material disponível para a pesquisa materialista empírica da história.v A análise crítica preliminar da coisificação desvela, por um lado, a aparência de validade atemporal para as categorias de nosso pensamento e, por outro
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aprioridade perante o ser e sua transcendentalidade. Deve-se tentar<br />
contrapor à interpretação idealista do pensamento racional a sua explicação<br />
materialista;i pois a fetichização da razão estará despachada, quando for<br />
comprovada a origem da razão a partir do ser social. Com isso deve-se<br />
explicar o pensamento racional surgindo ao ser social no sentido que o<br />
pensar propicia conhecimento efectivo; e conhecimento aqui significa poder<br />
julgar sobre verdade e falsidade de proposições. O conteúdo da<br />
fetichização idealista da razão é a absolutização do conceito de verdade.<br />
Portanto, no sentido mais próprio, a tarefa de uma explicação materialista<br />
do pensamento racional consiste e que o surgimento histórico do conceito<br />
de verdade se comprova porvir do ser social. Essa tarefa pode ser também<br />
formulada de outro modo: que a gênese do conhecimento deve ser<br />
explicada enquanto ele possui validade objectiva.ii Se as condições da<br />
validade do conhecimento forem mostradas como genéticas em vez de<br />
transcendentais, assim a verdade seria com isso condicionada<br />
historicamente ou ligada ao tempo em vez de ser comprovada como<br />
atemporal e absoluta.<br />
Levar adiante uma tal anti-investigação do edifício sistemático da filosofia<br />
transcendental não deveria ser considerado como procedimento<br />
predominantemente acadêmico. Pois ela torna-se necessária, porque a<br />
tendência obrigatoriamente necessária à sistematização própria do pensar<br />
idealista é a expressão da concatenação de uma dívida, fechada em si, da<br />
sociedade burguesa. O impulso sistêmico do idealismo corresponde de fato<br />
a uma totalidade, mas não a uma totalidade proveniente de uma síntese<br />
transcendental do sujeito autônomo ou da liberdade, e sim a seu oposto, a<br />
exploração. Correspondentemente procede-se com o caráter formalístico,<br />
que deve ter uma pesquisa como a nossa e pelo qual ela, por sua vez,<br />
poderia suscitar uma impressão idealista. O formalismo do pensamento<br />
idealista é condicionado pela alienação, que opera a exploração nas<br />
relações sociais dos homens. A reificação é neste sentido pura<br />
determinação de forma, quando ela serve à formalização da exploração.<br />
Reconduzir geneticamente o formalismo do pensamento idealista à<br />
exploração serve para sua invalidação. Uma tal redução materialista do<br />
formalismo deve no entanto compreendê-lo em seu próprio meio, deve<br />
perseguí-lo através de sua formação interna, ou enovelá-lo segundo suas<br />
próprias regras. Se a pretendida superação vai resultar bem sucedida para<br />
o pensamento próprio, isso pode-se por certo mostrar somente no uso do<br />
método em objetos concretos.<br />
A pesquisa projectada a seguir em suas linhas fundamentais está baseada<br />
pela convicção de que a pesquisa histórica materialista precisa da análise<br />
precedente da reificação. Para cada um, pelo ser social no qual ele vive,<br />
mediante o grau e o molde das coisificações, seu próprio pensamento está