Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual
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conhecimento racional conceptual. Concedo que este é o cerne mais duro, que se deve quebrar, mas não duvido que minha teoria do ser social (mais precisamente: da socialização funcional) ofereça motivo para isso. Base principal nessa gênese poderia ser que os próprios exploradores humanos entram no modo de ser da identidade das mercadorias baseados na dialética da socialização funcional, se percebem eles mesmos como "sujeitos" identicamente existentes, forçados por uma constituição totalmente distinta de seu próprio ser social. Esta constituição prende-se muito estreitamente com a preparação da forma-valor social da relação de exploração (a forma dinheiro do valor amoeda-se pela primeira vez por volta do ano 700 antes de Cristo na Iônia); eu vejo mesmo o surgimento da forma-sujeito do homem como correlativo inseparável para a forma dinheiro do valor. A significação dialética da gênese da subjetividade é som isso essencialmente a seguinte: A identidade do ser-aí (lembro que "ser-aí" para mim comporta um acento de valor negativo) é originalmente o modo dos produtos no ato de apropriação da exploração e é, colocado afirmativamente, negação da praxis. Mas não só os produtos como coisas, mas os homens mesmos, e especialmente os exploradores, portanto os autores reais históricos da relação de exploração e da socialização funcional, entram aqui nesse modo de identidade do ser-aí, identificam-se como "sujeitos". Nisso, que portanto aqui cabe ao homem o que é do homem na história da constituição da sociedade de exploração, nisso está o verdadeiro (o verdadeiro maldito) do surgimento da forma-sujeito do homem. Esta relação da subjetividade com a praxis (mas na relação do encobrimento da praxis que se tornou constitutivo nela mesma) determina a constelação da questão (como questão da "verdade") [esta concepção foi estimulada por diálogos com Benjamin nos anos vinte em Capri, e precisamente através de sua significação do mito da imagem em Sais]. E esta dialética é sobretudo a relação fundamental da teoria isolada contra a praxis ["trabalho"] e que prossegue só em sua própria autonomia aparentemente lógica (no sentido de racional, ou seja conhecimento reflexivo que se questiona sobre seus fundamentos de validade). Este conhecimento teórico coloca-se sempre ele mesmo em foco, por força das condições de sua gênese, para sua questão (inevitável) sobre a verdade. Para o homem como sujeito a realidade tem sempre a forma de "mundo" no qual o ser (como puro dado) existe segundo princípios da unidade, ou seja como objeto. Quais são esses princípios, determina-se pela estrutura da socialização funcional e da posição do sujeito dentro dela. Pois é tão somente a partir dessa origem da relação de exploração e da socialização funcional que surge a relação teorética sujeito-objeto. Por isso também para mim, ao lugar da questão vexativa da teoria do conhecimento, como o sujeito e o objeto chegam um ao outro, coloca-se a questão inversa, como
eles se separaram (não vejo portanto também nenhum lugar para a teoria da imagem), e só esta questão pode ser respondida. - Para a subjetividade, só o mundo do ser-aí dos objetos forma a imanência do ser, enquanto ela exclui a realidade prática do ser, visada em sua questão da verdade, como transcendência insolúvel sobre o ser cognoscível. O mundo real está portanto na relação teorética do conhecimento exatamente sobre sua própria cabeça, e a praxis real pode encontrar o homem tão somente desde fora do mundo. Esse encontro, um encontro desse tipo, realiza-se no fim da antiguidade como cristianismo, no qual pela primeira vez coloca-se dentro desse mundo invertido o problema da praxis para o homem (como possibilidade de união do trabalho com o ser homem [= ser explorador]). O problema da praxis é o da superação desse mesmo mundo invertido, contudo por sua vez concebido às avessas, colocando o mundo invertido sobre os pés, postulando a superação da exploração, mas deslocando-a fora do mundo para o além. - Eu resumo a temática dialética da "história da cultura" como exploração, de forma geral, no ditado de que cada passo da realização da relação de exploração ao mesmo tempo é um passo da realização de sua superação. Na história da relação de exploração amadurece na negatividade o fato que sua realidade se esconde aos homens em sua própria essência e se supera, mas o homem amadurece contudo para a essência que pode postular e realizar ela mesma a superação prática da exploração. - Ainda uma observação final sobre o método, e para evitar a suspeita de que no fundo aqui se construa uma prima philosophia. Meu ponto de vista metodológico pode-se expor brevemente dizendo que nada absolutamente se pode elaborar sobre o ser histórico em geral, mas tudo o que pode acontecer sempre deve restringir-se só à crítica de seus encobrimentos. A crítica da forma mercadoria, ou, em minha nomenclatura, da "socialização funcional", é portanto meu caminho metódico total e único. O princípio competente de meu método é portanto aquele da identificação dialética, como eu o denomino, ou seja de confrontar a essência consigo mesma em sua contraditoriedade. Mas sobre isso haveria mais a dizer do que eu possa ainda forçar nesta "carta". Para a liquidação crítica do apriorismo. Uma pesquisa materialista (Março-abril 1937)* 1. Intenção da pesquisa De acordo com a nossa opinião, compete ao apriorismo e a seu aperfeiçoamento na forma de filosofia transcendental o sentido da formulação sistemática final do idealismo filosófico. A refutação crítica do apriorismo deveria portanto atingir o ponto de vista do idealismo em seu centro de fundamentação. Tal refutação exige a prova, de que o pensamento é socialmente condicionado e surgiu historicamente
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da imagem), e só esta questão pode ser respondida. - Para a subjetividade,<br />
só o mundo do ser-aí dos objetos forma a imanência do ser, enquanto ela<br />
exclui a realidade prática do ser, visada em sua questão da verdade, como<br />
transcendência insolúvel sobre o ser cognoscível. O mundo real está<br />
portanto na relação teorética do conhecimento exatamente sobre sua<br />
própria cabeça, e a praxis real pode encontrar o homem tão somente desde<br />
fora do mundo. Esse encontro, um encontro desse tipo, realiza-se no fim da<br />
antiguidade como cristianismo, no qual pela primeira vez coloca-se dentro<br />
desse mundo invertido o problema da praxis para o homem (como<br />
possibilidade de união do trabalho com o ser homem [= ser explorador]). O<br />
problema da praxis é o da superação desse mesmo mundo invertido,<br />
contudo por sua vez concebido às avessas, colocando o mundo invertido<br />
sobre os pés, postulando a superação da exploração, mas deslocando-a<br />
fora do mundo para o além. - Eu resumo a temática dialética da "história da<br />
cultura" como exploração, de forma geral, no ditado de que cada passo da<br />
realização da relação de exploração ao mesmo tempo é um passo da<br />
realização de sua superação. Na história da relação de exploração<br />
amadurece na negatividade o fato que sua realidade se esconde aos<br />
homens em sua própria essência e se supera, mas o homem amadurece<br />
contudo para a essência que pode postular e realizar ela mesma a<br />
superação prática da exploração. -<br />
Ainda uma observação final sobre o método, e para evitar a suspeita de<br />
que no fundo aqui se construa uma prima philosophia. Meu ponto de vista<br />
metodológico pode-se expor brevemente dizendo que nada absolutamente<br />
se pode elaborar sobre o ser histórico em geral, mas tudo o que pode<br />
acontecer sempre deve restringir-se só à crítica de seus encobrimentos. A<br />
crítica da forma mercadoria, ou, em minha nomenclatura, da "socialização<br />
funcional", é portanto meu caminho metódico total e único. O princípio<br />
competente de meu método é portanto aquele da identificação dialética,<br />
como eu o denomino, ou seja de confrontar a essência consigo mesma em<br />
sua contraditoriedade. Mas sobre isso haveria mais a dizer do que eu possa<br />
ainda forçar nesta "carta".<br />
Para a liquidação crítica do apriorismo. Uma pesquisa materialista<br />
(Março-abril 1937)*<br />
1. Intenção da pesquisa<br />
De acordo com a nossa opinião, compete ao apriorismo e a seu<br />
aperfeiçoamento na forma de filosofia transcendental o sentido da<br />
formulação sistemática final do idealismo filosófico. A refutação crítica do<br />
apriorismo deveria portanto atingir o ponto de vista do idealismo em seu<br />
centro de fundamentação. Tal refutação exige a prova, de que o<br />
pensamento é socialmente condicionado e surgiu historicamente