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Sohn-Rethel - Trabalho manual e espiritual

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Ao contrário, quero abordar brevemente a teoria do conhecimento em<br />

sentido estrito. Com a compreensão de que a exploração condiciona a<br />

"socialização funcional" de acordo com princípios da identidade do ser-aí<br />

dos objetos de apropriação, toda a problemática das formas do<br />

conhecimento e a relação dos conceitos com os objetos volta da esfera do<br />

pensamento para aquela da socialização dos homens. A constituição da<br />

forma do conhecimento dos objetos decide-se na prática na socialização<br />

funcional pela relação de exploração, porque ela determina a estrutura do<br />

objeto, ao qual o pensar dos homens se refere, tão lodo eles são "sujeitos".<br />

A forma do conhecimento é portanto sempre determinada pelo objeto, a<br />

forma do objeto por sua parte, porém, pelo processo da socialização<br />

funcional. Nesse processo ocorre a síntese constitutiva do conhecimento<br />

(eu emprego aqui o conceito de síntese no sentido transcendental, que é<br />

um sentido formal, porque é só uma síntese formal no racional,<br />

respectivamente só-teorético [até então eu não tinha ainda chegado à<br />

significação disso como trabalho separado, divorciado daquele <strong>manual</strong>,<br />

pelo menos não em qualquer sentido temático que fosse]), não porém, ao<br />

contrário, a síntese material, pois esta realiza-se como síntese da<br />

sociedade e pertinente ao nexo do ser-aí [existencial] dos homens. Pode-se<br />

permanecer bem agarrado ao modo, como o idealismo clássico elaborou o<br />

problema da constituição da forma; certamente, em algum sentido, deve-se<br />

agarrar-se a ele, para ter um ponto de partida e indicador de caminho para<br />

o conhecimento materialista do ser, que o marxismo empreende não por<br />

sua própria espontaneidade, mas sim só no caminho da crítica de uma<br />

consciência dada, a qual decerto necessariamente deve ser consciência<br />

falsa e conter o conceito de verdade (vocês se lembram do que dizia no<br />

começo, que o marxismo se deixa sempre colocar de antemão a questão<br />

da verdade).Portanto, partindo do problema da síntese em sua versão<br />

idealista dada, o marxismo leva o problema não resolvido à solução; pois<br />

assim, no próprio sentido desta colocação do problema, a tarefa<br />

idealisticamente pensada da reconstrução da síntese conceptual<br />

transforma-se na tarefa materialista da reconstrução da história do ser<br />

social (transformando a justificativa da sociedade burguesa em seu juízo<br />

condenatório). Da fato, desenvolve-se (e assim até "tem sucesso") no ser<br />

social a síntese, que o idealismo postula na subjetividade e nunca pode<br />

levar à solução. Só com essa verificação do problema da síntese está<br />

ligada também a obtenção legítima da dialética, ou seja a verificação dos<br />

problemas lógicos como problemas do ser, com o que se inverte toda a<br />

relação de pensar e ser. Para folmulá-lo bem agudamente: por causa da<br />

solução dos problemas por ele mesmo colocados, o idealismo<br />

transcendental transmuda-se no materialismo dialético.<br />

Com isso, expressa-se o modo geral do condicionamento do pensamento<br />

ao ser social na história da relação de exploração, chegando ele assim às<br />

origens do surgimento da subjetividade para a gênese histórica desse

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