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Centro Popular De Cultura E Desenvolvimento - Imprensa Oficial

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O SERVIÇO DE LER<br />

Assim que começou a dar aulas na escola, a professora Cida encontrou um tesouro esquecido num<br />

canto da sala de aula: pacotes de livros enviados pelo governo, ainda fechados. Com seu jeito criativo,<br />

ela logo teve uma idéia. Pegou um grande tacho de cobre e colocou ali os livros encontrados. “Vamos<br />

fazer uma sopa de leitura”, propôs para uma classe multisseriada de 3ª e 4ª série. O que não passava<br />

pela cabeça de Cida era a reação das crianças. “Eles me disseram que ler é coisa de gente sem serviço<br />

e que depois da aula eles têm que trabalhar na roça, lavar vasilhas, cuidar dos irmãos”, conta.<br />

A cada livro que a professora tirava do tacho, ouvia dos alunos coisas do tipo: “Esse eu não vou ler<br />

porque a capa é feia”, “Esse aí é muito grosso”, “Hum, com esse título?!!!”. Nem por isso ela desistiu. E<br />

foi contando um pouco da história de cada livro, para deixar aqueles meninos “atentados” com água na<br />

boca.<br />

<strong>De</strong>u certo. Os livros começaram a ser disputados na base do par ou ímpar, passaram de mão em mão,<br />

deram origem a desenhos e a dramatizações. E mais: entraram de vez para a brincadeira da turma.<br />

Acostumados a brincar de esconderijo sob a copa de uma árvore, cujos galhos se derramam no chão,<br />

os meninos descobriram que ali é um bom lugar para viver a aventura de ler livros.<br />

Comunidade Fazenda Velha - E. M. Salustiana Carneiro Jardim<br />

MENINOS DO ENGENHO<br />

A casa é pequena mas o coração é grande. Maria Íris, 38 anos, seis filhos, oferece a rapadura que<br />

acabou de fazer. Ao redor, as crianças brincam no engenho de cana. A dona da casa conta que na<br />

comunidade poucos sabem “fazer a assinatura” (escrever o próprio nome). “A esperança são os<br />

meninos”, diz. Enquanto isso, as crianças se encantam com a câmara digital usada pelo pessoal do<br />

projeto e querem porque querem fotografar o avô. Maria Íris olha de longe e suspira: “Ah, esses<br />

meninos! Brincam o tempo todo, mas quando danam a brigar é um trovejo só”.<br />

Comunidade Machado<br />

31<br />

A R A Ç U A Í - D E U . T . I . E D U C A C I O N A L A C I D A D E E D U C A T I V A

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