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Centro Popular De Cultura E Desenvolvimento - Imprensa Oficial

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NA BEIRA DO RIO<br />

Manhã de segunda-feira na comunidade Fazenda Velha. Uma turma de 15 crianças na faixa de três a<br />

cinco anos e a professora Maristane estão na capela, onde se encontram diariamente. As crianças<br />

ajudam a professora a afastar os bancos usados pelos fiéis no domingo e colocam no lugar pequenas<br />

cadeiras de plástico colorido, formando uma grande roda.<br />

Nesse espaço, elas cantam canções populares que aprenderam com pessoas da comunidade, formada<br />

por 30 famílias de lavradores. A cantoria atrai alguns moradores. Adolescentes, mães com bebês no<br />

colo e avós deixam seus afazeres e sentam-se na roda para acompanhar as atividades do dia, definidas<br />

por consenso entre os participantes do grupo.<br />

Uma mãe ajuda a dependurar na parede os desenhos infantis, enquanto outros adultos improvisam<br />

uma mesa para que todos possam tomar juntos a sopa de legumes. As crianças mergulham a concha<br />

na panela de sopa e se servem com autonomia. <strong>De</strong>pois, ajudam a recolher pratos e talheres e pegam<br />

as escovas de dente, que ficam guardadas num porta-escova criativo feito com uma garrafa<br />

descartável.<br />

A atividade seguinte acontece nas margens do rio Piauí. Durante o caminho, são relembrados os<br />

passeios feitos na comunidade e também ao centro da cidade, que muitas crianças até então não<br />

conheciam. “A gente foi no aeroporto, na praça...”, diz Milena, cinco anos. Numa pedra à beira do rio<br />

fazem uma roda para ouvir um conto da tradição regional. “É a história da menina que esqueceu os<br />

brincos de ouro na pedra do rio”, explica Maristane. Todos adoram ouvir histórias. A professora<br />

reinventa os contos de fadas e estimula a meninada a criar o final. A imaginação voa, e é assim que<br />

surgem lobos banguelas e vovozinhas espertas nas histórias dessa turma.<br />

A professora conta que as crianças descobriram as letras brincando. Um dia, Taís, cinco anos, disse, na<br />

roda, que achou a letra “T” numa caixa de sabão em pó. <strong>De</strong>pois disso, todos queriam encontrar a inicial<br />

do próprio nome. Maristane teve, então, a idéia de fazer um jogo, com letras recortadas das<br />

embalagens. A brincadeira não parou aí: as crianças passaram a modelar as letras do alfabeto na argila<br />

retirada das margens do rio.<br />

Comunidade Fazenda Velha - Educação Infantil A R A Ç U A Í D - E U . T . I . E D U C A C I O N A L C A I D A D E E<br />

21<br />

D U C A T I V A

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