Catálogo da exposição - Direcção Regional de Cultura do Alentejo

Catálogo da exposição - Direcção Regional de Cultura do Alentejo Catálogo da exposição - Direcção Regional de Cultura do Alentejo

cultura.alentejo.pt
from cultura.alentejo.pt More from this publisher
14.04.2013 Views

De facto, é a força cenográfica da arte do Azulejo, a sua disponibilidade para animar espaços arquitetónicos (vejam-se os revestimentos integrais de padronagem do século XVII), o talento que tantas vezes perpassa na sua execução…, o gosto com que se irmana com outras artes (veja-se a sua relação íntima e feliz como a talha dourada, a escultura de vulto, a pintura de brutesco, a arquitetura de jardim), a sua predileta relação com a luz, a água e os elementos da natureza, que tornam a arte da azulejaria uma modalidade maior da criação portuguesa com expressão fortíssima, também, nos territórios da Lusofonia. Vitor SERRÃO, João Miguel dos Santos Simões, coleccionador de interesses e saberes: a História da Arte e a reabilitação integral da arte do Azulejo, 2010 Azulejo Coleção do Museu de Évora Galeria de Exposições da Casa de Burgos 26 de março a 26 de abril

De facto, é a força cenográfica <strong>da</strong> arte <strong>do</strong> Azulejo, a sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para animar<br />

espaços arquitetónicos (vejam-se os revestimentos integrais <strong>de</strong> padronagem <strong>do</strong><br />

século XVII), o talento que tantas vezes perpassa na sua execução…, o gosto com que<br />

se irmana com outras artes (veja-se a sua relação íntima e feliz como a talha<br />

<strong>do</strong>ura<strong>da</strong>, a escultura <strong>de</strong> vulto, a pintura <strong>de</strong> brutesco, a arquitetura <strong>de</strong> jardim), a sua<br />

predileta relação com a luz, a água e os elementos <strong>da</strong> natureza, que tornam a arte <strong>da</strong><br />

azulejaria uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>da</strong> criação portuguesa com expressão fortíssima,<br />

também, nos territórios <strong>da</strong> Lusofonia.<br />

Vitor SERRÃO, João Miguel <strong>do</strong>s Santos Simões, colecciona<strong>do</strong>r <strong>de</strong> interesses e saberes:<br />

a História <strong>da</strong> Arte e a reabilitação integral <strong>da</strong> arte <strong>do</strong> Azulejo, 2010<br />

Azulejo<br />

Coleção <strong>do</strong> Museu <strong>de</strong> Évora<br />

Galeria <strong>de</strong> Exposições <strong>da</strong> Casa <strong>de</strong> Burgos<br />

26 <strong>de</strong> março a 26 <strong>de</strong> abril


2<br />

Coor<strong>de</strong>nação e Montagem<br />

<strong>Direcção</strong> <strong>Regional</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Alentejo</strong><br />

Texto<br />

Ana Maria Borges . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

Fotografia<br />

Conceção Gráfica<br />

Ana Maria Borges . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

Luís Marino Ucha . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

Ângela Barrigó . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

José Al<strong>de</strong>ano<br />

Fátima Dias Pereira . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

SECRETÁRIO DE ESTADO<br />

DA CULTURA<br />

Painel com representação <strong>da</strong> Aparição <strong>da</strong> Virgem a S. Francisco<br />

António <strong>de</strong> Oliveira Bernar<strong>de</strong>s<br />

Lisboa<br />

c. 1701-1725<br />

Faiança azul e branca<br />

83,5x82 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A13 ME151<br />

23


3<br />

Painel com vaso flori<strong>do</strong><br />

Lisboa<br />

c. 1701-1721<br />

Faiança azul e branca<br />

86cm x57cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A12 ME149<br />

A presente <strong>exposição</strong> preten<strong>de</strong> <strong>da</strong>r a conhecer e chamar a atenção para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

importância <strong>da</strong> proteção <strong>da</strong>quela que é a expressão artística diferencia<strong>do</strong>ra e mesmo<br />

i<strong>de</strong>ntitária <strong>da</strong> cultura portuguesa no mun<strong>do</strong>: o Azulejo. Não faz, nem preten<strong>de</strong> fazer, uma<br />

abor<strong>da</strong>gem à evolução <strong>da</strong> história <strong>da</strong> azulejaria em Portugal, pois como o próprio nome<br />

indica apresenta azulejos <strong>da</strong> coleção <strong>do</strong> Museu <strong>de</strong> Évora que, aliás, conserva e expõe um<br />

importante núcleo <strong>de</strong> azulejos, provenientes ou recolhi<strong>do</strong>s na região.<br />

Apresentar-se-á um núcleo <strong>de</strong> azulejos hispano-árabes, quinhentistas, importa<strong>do</strong>s <strong>da</strong><br />

An<strong>da</strong>luzia, bastante representativos <strong>de</strong> um gosto mudéjar que então se fazia sentir nas<br />

artes. Em Évora, existiriam <strong>do</strong>is núcleos, bastante representativos <strong>de</strong>sta azulejaria, nos<br />

Conventos <strong>de</strong> S. Francisco e <strong>do</strong> Paraíso, conservan<strong>do</strong>-se alguns exemplares nas coleções <strong>do</strong><br />

Museu <strong>de</strong> Évora.<br />

A azulejaria <strong>do</strong> século XVII estará representa<strong>do</strong> pelo que <strong>de</strong> mais significativo tem este<br />

perío<strong>do</strong> – a azulejaria <strong>de</strong> padrão, polícroma, que <strong>da</strong>rá origem a tapetes <strong>de</strong> escala<br />

monumental, <strong>de</strong> extraordinária riqueza <strong>de</strong>corativa. Graças ao azulejo, interiores austeros<br />

<strong>de</strong> igrejas, sacristias, longos corre<strong>do</strong>res, ou pátios transformar-se-ão <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à cor, ao brilho<br />

e à monumentali<strong>da</strong><strong>de</strong> que o azulejo lhes imprime.<br />

No final <strong>do</strong> século XVII, assistir-se-á à redução <strong>da</strong> paleta cromática e ao <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> azulejo<br />

azul e branco, que perdurará até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII; é, também, neste perío<strong>do</strong> que<br />

surgirão os gran<strong>de</strong>s painéis figurativos, expressão <strong>de</strong> uma linguagem ca<strong>da</strong> vez mais<br />

individual e criativa, mas que já não terão lugar nesta pequena <strong>exposição</strong>.<br />

Sugerimos, no entanto, uma visita a importantes núcleos <strong>de</strong> azulejaria, visitáveis por<br />

exemplo, na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora, ou nas Igrejas <strong>do</strong> Espírito Santo, Salva<strong>do</strong>r, S. Mame<strong>de</strong>,<br />

Lóios, ou Misericórdia em Évora.


4<br />

O azulejo, não sen<strong>do</strong> uma criação portuguesa, começa no final <strong>do</strong> século XV a ser<br />

utiliza<strong>do</strong>, através <strong>da</strong> importação <strong>da</strong> An<strong>da</strong>luzia <strong>do</strong>s azulejos hispano-árabes; nacionalizarse-á<br />

na primeira déca<strong>da</strong> <strong>do</strong> século XVII, tornan<strong>do</strong>-se num <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> revestimento<br />

<strong>de</strong> espaços interiores mais utiliza<strong>do</strong>s e conheci<strong>do</strong>s em Portugal continental, mas também e<br />

em larga escala nas ilhas atlânticas, Brasil e países africanos <strong>de</strong> colonização portuguesa.<br />

Painel <strong>de</strong> azulejos com pomba <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

Lisboa<br />

c. 1676-1700<br />

Faiança polícroma<br />

28x27,9 cm<br />

Proveniência: Convento <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>do</strong> Paraíso <strong>de</strong> Évora<br />

A11 ME474<br />

21


20<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1676-1700<br />

Faiança azul e branca<br />

29,5x29,6cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A10 ME56<br />

711 – 716<br />

Conquista total <strong>da</strong><br />

Península Ibérica pelos<br />

muçulmanos.<br />

Alicata<strong>do</strong>: recorte a alicate<br />

<strong>de</strong> placas vidra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> barro,<br />

<strong>de</strong> cor lisa. Efeito <strong>de</strong> painel<br />

colori<strong>do</strong> com <strong>de</strong>senho<br />

geométrico<br />

Séc. XIII-XIV Séc. XV Cor<strong>da</strong> seca: gravação <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senho na placa <strong>de</strong><br />

Primeiras aplicações <strong>de</strong> azulejo<br />

<strong>de</strong>corativo na An<strong>da</strong>luzia – a<br />

produção <strong>de</strong> azulejo na<br />

Península Ibérica: Sevilha,<br />

Valência, Málaga e Tole<strong>do</strong>.<br />

Finais séc.<br />

XV / Inícios<br />

séc. XVI<br />

D. Manuel I contacta com a<br />

azulejaria <strong>de</strong> Sevilha (1498) -<br />

<strong>de</strong>coração <strong>do</strong> Palácio <strong>da</strong> Vila <strong>de</strong><br />

Sintra. A azulejaria <strong>de</strong> Sevilha é<br />

amplamente utiliza<strong>da</strong> em<br />

Portugal, nomea<strong>da</strong>mente no<br />

alentejo<br />

Azulejaria hispano-árabe:<br />

motivos mouriscos (a estrela<br />

Islâmica é muito frequente)<br />

que se entrelaçam e repetem<br />

em esquemas geométricos<br />

radiais, forman<strong>do</strong> um padrão.<br />

Maior liber<strong>da</strong><strong>de</strong> formal:<br />

inspiração em elementos<br />

<strong>de</strong>corativos góticos.<br />

Recorrência ao tratamento<br />

naturalista <strong>de</strong> elementos<br />

vegetais.<br />

Sugestões arquitectónicas e<br />

efeitos dinâmicos.<br />

cerâmica ain<strong>da</strong> húmi<strong>da</strong>.<br />

Obtenção <strong>de</strong> sulcos,<br />

preenchi<strong>do</strong>s a<br />

manganês mistura<strong>do</strong> com<br />

uma gordura, que<br />

garantem a separação <strong>do</strong>s<br />

esmaltes <strong>de</strong><br />

várias cores durante a<br />

cozedura<br />

Aresta ou cuenca:<br />

Impressão<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senho sobre o barro<br />

ain<strong>da</strong> cru através <strong>de</strong> um<br />

mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou<br />

metal.<br />

Esgrafita<strong>do</strong>: utilização <strong>de</strong><br />

estilete ou prego para<br />

gravação<br />

Relevo: marcação <strong>de</strong><br />

motivos na chacota


Produção<br />

Portuguesa<br />

Séc. XVI<br />

(2ª 1/2)<br />

Implantação<br />

<strong>de</strong>finitiva <strong>da</strong>s técnicas<br />

<strong>da</strong> majólica.<br />

Gran<strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

centros cerâmicos<br />

portugueses.<br />

Séc. XVI<br />

(1ª 1/2)<br />

Início <strong>da</strong> produção <strong>de</strong><br />

azulejos em Portugal.<br />

Importação <strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong><br />

caixilho - composição <strong>de</strong><br />

xadrez e enxaqueta<strong>da</strong>s<br />

Renascimento Italiano –<br />

grotescos:<br />

pintura <strong>de</strong>corativa basea<strong>da</strong> em<br />

motivos <strong>da</strong> Roma Clássica,<br />

figura humanas, seres<br />

fantásticos, pássaros, flores,<br />

frutos, vasos, conchas,<br />

pilastras, volutas… são<br />

dispostos em me<strong>da</strong>lhões que<br />

se entrelaçam, sem qualquer<br />

lógica aparente - Sala <strong>do</strong>s<br />

Actos, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora<br />

Aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> herança<br />

mourisca<br />

Composições eruditas, início<br />

<strong>da</strong> padronagem <strong>de</strong> tapete:<br />

azulejos <strong>de</strong> padrão com<br />

composições geométrica ou<br />

vegetalista,<br />

<strong>de</strong>staque para a<br />

padronagem ponta <strong>de</strong><br />

diamante na Sacristia <strong>da</strong> Igreja<br />

<strong>do</strong> Espirito Santo<br />

Temáticas religiosas.<br />

Séc. XVII<br />

Aumento <strong>da</strong> produção<br />

nacional: Lisboa como maior<br />

centro cerâmico nacional.<br />

Painéis com azulejos <strong>de</strong><br />

registo e <strong>de</strong> padrão feitos por<br />

artesãos (ingenui<strong>da</strong><strong>de</strong> formal<br />

e <strong>de</strong>senho sumário).<br />

Azulejaria Italo-flamenga:<br />

composições<br />

ornamentais <strong>de</strong> brutescos<br />

e ferroneries.<br />

Influência oriental (fauna e<br />

flora exóticas).<br />

Frontais <strong>de</strong> altar (Igreja <strong>do</strong><br />

Salva<strong>do</strong>r); azulejos <strong>de</strong><br />

padronagem ; enxaqueta<strong>do</strong>s:<br />

painéis emblemáticos e<br />

hagiográficos.<br />

Majólica ou Faiança:<br />

cobertura <strong>do</strong> azulejo com<br />

um esmalte branco.<br />

Sobre a superfície cerâmica<br />

lisa po<strong>de</strong>m ser pinta<strong>do</strong>s os<br />

motivos sem que as cores se<br />

misturem.<br />

Cores mais usa<strong>da</strong>s: azul<br />

cobalto e amarelo sobre<br />

branco. Também o<br />

castanho alaranja<strong>do</strong> (óxi<strong>do</strong><br />

férrico);<br />

ver<strong>de</strong> azeitona e tons<br />

acastanha<strong>do</strong>s e arroxea<strong>do</strong>s<br />

(óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> manganês).<br />

Contornos a azul-cobalto.<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1640-1660<br />

Faiança polícroma<br />

27,5x27,8 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A9 ME142<br />

19


18<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1630-1650<br />

Faiança polícroma<br />

28x28cm<br />

Proveniência Igreja <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora (?)<br />

A8 ME100<br />

Séc. XVII<br />

recuperação<br />

económica e financeira<br />

construção / renovação<br />

artística <strong>de</strong> palácios<br />

pertencentes à nobreza.<br />

Importação <strong>de</strong> azulejos<br />

holan<strong>de</strong>ses historia<strong>do</strong>s<br />

Finais séc.<br />

XVII / séc.<br />

XVIII (1ª 1/2)<br />

Importação <strong>de</strong> azulejos<br />

holan<strong>de</strong>ses historia<strong>do</strong>s.<br />

Pintura <strong>de</strong> azulejo confina<strong>da</strong> a<br />

mestres pintores (pintores <strong>de</strong><br />

cavalete com formação erudita<br />

> aumenta a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> execução).<br />

Azulejaria <strong>de</strong> autor<br />

Renovação temática – a<br />

azulejaria como suporte <strong>de</strong><br />

crítica social:<br />

representações com intenção<br />

caricatural e irónica ;<br />

temáticas profanas assentes<br />

na mitologia clássica; cenas<br />

<strong>de</strong> costume; albarra<strong>da</strong>s;<br />

azulejos <strong>de</strong> «figura avulsa»<br />

Aprendizagem <strong>da</strong>s regras <strong>de</strong><br />

representação em perspectiva:<br />

espaço <strong>de</strong>smaterializa<strong>do</strong> /<br />

ilusionismo.<br />

Azulejaria figurativa<br />

Paleta mais rica e varia<strong>da</strong>:<br />

recurso a ver<strong>de</strong>s (cobre e<br />

crómio) e à pintura com<br />

manganês (tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> roxa,<br />

chama<strong>da</strong> «cor <strong>de</strong> vinho»).<br />

Substituição <strong>do</strong>s contornos a<br />

azul cobalto pelo negro<br />

manganês.<br />

Pequenos e gran<strong>de</strong>s e painéis a<br />

azul e branco: influência <strong>da</strong><br />

porcelana chinesa <strong>de</strong><br />

importação; necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

simplificar a mão-<strong>de</strong>-obra<br />

permitin<strong>do</strong> a especialização;<br />

aproveitamento <strong>da</strong>s<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s pictóricas <strong>do</strong><br />

azul-cobalto, obtenção <strong>de</strong> tons<br />

esbati<strong>do</strong>s e carrega<strong>do</strong>s para<br />

sugestão <strong>de</strong> volume.


8<br />

O azulejo é uma placa <strong>de</strong> barro cozi<strong>do</strong>, geralmente quadra<strong>da</strong>, <strong>de</strong> espessura varia<strong>da</strong>, em<br />

que uma <strong>da</strong>s faces é <strong>de</strong>cora<strong>da</strong> e vidra<strong>da</strong>. Esta face po<strong>de</strong> ser monocromática ou<br />

policromática, lisa ou em relevo.<br />

O azulejo é geralmente usa<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> número como elemento associa<strong>do</strong> à arquitetura,<br />

em revestimento <strong>de</strong> superfícies interiores ou exteriores, ou como elemento <strong>de</strong>corativo<br />

isola<strong>do</strong>.<br />

Os azulejos hispano-árabes eram fabrica<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> as técnicas <strong>de</strong> CORDA SECA e <strong>de</strong><br />

ARESTA<br />

Segun<strong>do</strong> a técnica <strong>de</strong> cor<strong>da</strong> seca procedia-se à gravação <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho na placa <strong>de</strong> cerâmica<br />

ain<strong>da</strong> húmi<strong>da</strong>, permitin<strong>do</strong> a obtenção <strong>de</strong> sulcos preenchi<strong>do</strong>s a manganês, mistura<strong>do</strong> com<br />

uma gordura, garantin<strong>do</strong> a separação <strong>do</strong>s esmaltes <strong>de</strong> várias cores durante a cozedura.<br />

A técnica <strong>de</strong> aresta ou cuenca permitia a impressão <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho sobre barro cru, através <strong>de</strong><br />

um mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou metal. As arestas/saliências consegui<strong>da</strong>s permitem a separação<br />

<strong>do</strong>s esmaltes durante a cozedura.<br />

Nestes azulejos eram utiliza<strong>do</strong>s motivos mouriscos - a estrela islâmica é muito frequente-,<br />

bem como os motivos fitomórficos que se entrelaçam e repetem em esquemas geométricos<br />

radiais, forman<strong>do</strong> um padrão.<br />

A azulejaria portuguesa <strong>de</strong>senvolveu-se, a partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVI, segun<strong>do</strong> uma<br />

técnica inova<strong>do</strong>ra, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> em Itália: a FAIANÇA ou MAJÓLICA.<br />

Esta técnica tornou possível a pintura direta, sobre o azulejo liso, sem que as cores se<br />

misturassem durante a cozedura, realiza<strong>da</strong> a altas temperaturas, possibilitan<strong>do</strong> uma<br />

enorme liber<strong>da</strong><strong>de</strong> formal: elementos naturalistas, sugestões arquitetónicas, paisagens, ou<br />

mesmo elementos figurativos.<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1626-1650<br />

Faiança polícroma<br />

27,7x27,5<br />

Proveniência Igreja <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora (?)<br />

A7 ME 98<br />

17


16<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> camélia<br />

Lisboa<br />

c. 1651-1675<br />

Faiança polícroma<br />

29x29 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A6 ME139<br />

azulejos<br />

Museu <strong>de</strong> Évora


10<br />

Hispano-Árabe<br />

Sec.XVII<br />

Sec.XVII . Sec.XVIII<br />

1<br />

3 4 5 6<br />

7<br />

10<br />

8<br />

11 12 13<br />

2<br />

9<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> camélia<br />

Lisboa<br />

c. 1651-1675<br />

Faiança polícroma<br />

29,4x29,4<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A5 ME 95<br />

15


14<br />

4.Painel <strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1651-1675<br />

Faiança polícroma<br />

83x84 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A4 ME145<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> azulejos hispano-árabes<br />

Espanha, Sevilha<br />

c. 1501-1550<br />

barro cozi<strong>do</strong> e vidra<strong>do</strong> polícromo<br />

30,5x30,5<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A1 ME 1639/1<br />

11


12<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> azulejos hispano-árabes<br />

Espanha, Sevilha<br />

c. 1501-1550<br />

barro cozi<strong>do</strong> e vidra<strong>do</strong> polícromo<br />

27x27,2<br />

Proveniência: Convento <strong>de</strong> S. Francisco <strong>de</strong> Évora(?)<br />

A2 ME141<br />

Painel <strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1676-1700<br />

Faiança polícroma<br />

83x56,5 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A3 ME146<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!