14.04.2013 Views

Catálogo da exposição - Direcção Regional de Cultura do Alentejo

Catálogo da exposição - Direcção Regional de Cultura do Alentejo

Catálogo da exposição - Direcção Regional de Cultura do Alentejo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

De facto, é a força cenográfica <strong>da</strong> arte <strong>do</strong> Azulejo, a sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para animar<br />

espaços arquitetónicos (vejam-se os revestimentos integrais <strong>de</strong> padronagem <strong>do</strong><br />

século XVII), o talento que tantas vezes perpassa na sua execução…, o gosto com que<br />

se irmana com outras artes (veja-se a sua relação íntima e feliz como a talha<br />

<strong>do</strong>ura<strong>da</strong>, a escultura <strong>de</strong> vulto, a pintura <strong>de</strong> brutesco, a arquitetura <strong>de</strong> jardim), a sua<br />

predileta relação com a luz, a água e os elementos <strong>da</strong> natureza, que tornam a arte <strong>da</strong><br />

azulejaria uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>da</strong> criação portuguesa com expressão fortíssima,<br />

também, nos territórios <strong>da</strong> Lusofonia.<br />

Vitor SERRÃO, João Miguel <strong>do</strong>s Santos Simões, colecciona<strong>do</strong>r <strong>de</strong> interesses e saberes:<br />

a História <strong>da</strong> Arte e a reabilitação integral <strong>da</strong> arte <strong>do</strong> Azulejo, 2010<br />

Azulejo<br />

Coleção <strong>do</strong> Museu <strong>de</strong> Évora<br />

Galeria <strong>de</strong> Exposições <strong>da</strong> Casa <strong>de</strong> Burgos<br />

26 <strong>de</strong> março a 26 <strong>de</strong> abril


2<br />

Coor<strong>de</strong>nação e Montagem<br />

<strong>Direcção</strong> <strong>Regional</strong> <strong>de</strong> <strong>Cultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Alentejo</strong><br />

Texto<br />

Ana Maria Borges . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

Fotografia<br />

Conceção Gráfica<br />

Ana Maria Borges . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

Luís Marino Ucha . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

Ângela Barrigó . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

José Al<strong>de</strong>ano<br />

Fátima Dias Pereira . DRC<strong>Alentejo</strong><br />

SECRETÁRIO DE ESTADO<br />

DA CULTURA<br />

Painel com representação <strong>da</strong> Aparição <strong>da</strong> Virgem a S. Francisco<br />

António <strong>de</strong> Oliveira Bernar<strong>de</strong>s<br />

Lisboa<br />

c. 1701-1725<br />

Faiança azul e branca<br />

83,5x82 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A13 ME151<br />

23


3<br />

Painel com vaso flori<strong>do</strong><br />

Lisboa<br />

c. 1701-1721<br />

Faiança azul e branca<br />

86cm x57cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A12 ME149<br />

A presente <strong>exposição</strong> preten<strong>de</strong> <strong>da</strong>r a conhecer e chamar a atenção para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

importância <strong>da</strong> proteção <strong>da</strong>quela que é a expressão artística diferencia<strong>do</strong>ra e mesmo<br />

i<strong>de</strong>ntitária <strong>da</strong> cultura portuguesa no mun<strong>do</strong>: o Azulejo. Não faz, nem preten<strong>de</strong> fazer, uma<br />

abor<strong>da</strong>gem à evolução <strong>da</strong> história <strong>da</strong> azulejaria em Portugal, pois como o próprio nome<br />

indica apresenta azulejos <strong>da</strong> coleção <strong>do</strong> Museu <strong>de</strong> Évora que, aliás, conserva e expõe um<br />

importante núcleo <strong>de</strong> azulejos, provenientes ou recolhi<strong>do</strong>s na região.<br />

Apresentar-se-á um núcleo <strong>de</strong> azulejos hispano-árabes, quinhentistas, importa<strong>do</strong>s <strong>da</strong><br />

An<strong>da</strong>luzia, bastante representativos <strong>de</strong> um gosto mudéjar que então se fazia sentir nas<br />

artes. Em Évora, existiriam <strong>do</strong>is núcleos, bastante representativos <strong>de</strong>sta azulejaria, nos<br />

Conventos <strong>de</strong> S. Francisco e <strong>do</strong> Paraíso, conservan<strong>do</strong>-se alguns exemplares nas coleções <strong>do</strong><br />

Museu <strong>de</strong> Évora.<br />

A azulejaria <strong>do</strong> século XVII estará representa<strong>do</strong> pelo que <strong>de</strong> mais significativo tem este<br />

perío<strong>do</strong> – a azulejaria <strong>de</strong> padrão, polícroma, que <strong>da</strong>rá origem a tapetes <strong>de</strong> escala<br />

monumental, <strong>de</strong> extraordinária riqueza <strong>de</strong>corativa. Graças ao azulejo, interiores austeros<br />

<strong>de</strong> igrejas, sacristias, longos corre<strong>do</strong>res, ou pátios transformar-se-ão <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à cor, ao brilho<br />

e à monumentali<strong>da</strong><strong>de</strong> que o azulejo lhes imprime.<br />

No final <strong>do</strong> século XVII, assistir-se-á à redução <strong>da</strong> paleta cromática e ao <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> azulejo<br />

azul e branco, que perdurará até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII; é, também, neste perío<strong>do</strong> que<br />

surgirão os gran<strong>de</strong>s painéis figurativos, expressão <strong>de</strong> uma linguagem ca<strong>da</strong> vez mais<br />

individual e criativa, mas que já não terão lugar nesta pequena <strong>exposição</strong>.<br />

Sugerimos, no entanto, uma visita a importantes núcleos <strong>de</strong> azulejaria, visitáveis por<br />

exemplo, na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora, ou nas Igrejas <strong>do</strong> Espírito Santo, Salva<strong>do</strong>r, S. Mame<strong>de</strong>,<br />

Lóios, ou Misericórdia em Évora.


4<br />

O azulejo, não sen<strong>do</strong> uma criação portuguesa, começa no final <strong>do</strong> século XV a ser<br />

utiliza<strong>do</strong>, através <strong>da</strong> importação <strong>da</strong> An<strong>da</strong>luzia <strong>do</strong>s azulejos hispano-árabes; nacionalizarse-á<br />

na primeira déca<strong>da</strong> <strong>do</strong> século XVII, tornan<strong>do</strong>-se num <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> revestimento<br />

<strong>de</strong> espaços interiores mais utiliza<strong>do</strong>s e conheci<strong>do</strong>s em Portugal continental, mas também e<br />

em larga escala nas ilhas atlânticas, Brasil e países africanos <strong>de</strong> colonização portuguesa.<br />

Painel <strong>de</strong> azulejos com pomba <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

Lisboa<br />

c. 1676-1700<br />

Faiança polícroma<br />

28x27,9 cm<br />

Proveniência: Convento <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>do</strong> Paraíso <strong>de</strong> Évora<br />

A11 ME474<br />

21


20<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1676-1700<br />

Faiança azul e branca<br />

29,5x29,6cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A10 ME56<br />

711 – 716<br />

Conquista total <strong>da</strong><br />

Península Ibérica pelos<br />

muçulmanos.<br />

Alicata<strong>do</strong>: recorte a alicate<br />

<strong>de</strong> placas vidra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> barro,<br />

<strong>de</strong> cor lisa. Efeito <strong>de</strong> painel<br />

colori<strong>do</strong> com <strong>de</strong>senho<br />

geométrico<br />

Séc. XIII-XIV Séc. XV Cor<strong>da</strong> seca: gravação <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senho na placa <strong>de</strong><br />

Primeiras aplicações <strong>de</strong> azulejo<br />

<strong>de</strong>corativo na An<strong>da</strong>luzia – a<br />

produção <strong>de</strong> azulejo na<br />

Península Ibérica: Sevilha,<br />

Valência, Málaga e Tole<strong>do</strong>.<br />

Finais séc.<br />

XV / Inícios<br />

séc. XVI<br />

D. Manuel I contacta com a<br />

azulejaria <strong>de</strong> Sevilha (1498) -<br />

<strong>de</strong>coração <strong>do</strong> Palácio <strong>da</strong> Vila <strong>de</strong><br />

Sintra. A azulejaria <strong>de</strong> Sevilha é<br />

amplamente utiliza<strong>da</strong> em<br />

Portugal, nomea<strong>da</strong>mente no<br />

alentejo<br />

Azulejaria hispano-árabe:<br />

motivos mouriscos (a estrela<br />

Islâmica é muito frequente)<br />

que se entrelaçam e repetem<br />

em esquemas geométricos<br />

radiais, forman<strong>do</strong> um padrão.<br />

Maior liber<strong>da</strong><strong>de</strong> formal:<br />

inspiração em elementos<br />

<strong>de</strong>corativos góticos.<br />

Recorrência ao tratamento<br />

naturalista <strong>de</strong> elementos<br />

vegetais.<br />

Sugestões arquitectónicas e<br />

efeitos dinâmicos.<br />

cerâmica ain<strong>da</strong> húmi<strong>da</strong>.<br />

Obtenção <strong>de</strong> sulcos,<br />

preenchi<strong>do</strong>s a<br />

manganês mistura<strong>do</strong> com<br />

uma gordura, que<br />

garantem a separação <strong>do</strong>s<br />

esmaltes <strong>de</strong><br />

várias cores durante a<br />

cozedura<br />

Aresta ou cuenca:<br />

Impressão<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senho sobre o barro<br />

ain<strong>da</strong> cru através <strong>de</strong> um<br />

mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou<br />

metal.<br />

Esgrafita<strong>do</strong>: utilização <strong>de</strong><br />

estilete ou prego para<br />

gravação<br />

Relevo: marcação <strong>de</strong><br />

motivos na chacota


Produção<br />

Portuguesa<br />

Séc. XVI<br />

(2ª 1/2)<br />

Implantação<br />

<strong>de</strong>finitiva <strong>da</strong>s técnicas<br />

<strong>da</strong> majólica.<br />

Gran<strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

centros cerâmicos<br />

portugueses.<br />

Séc. XVI<br />

(1ª 1/2)<br />

Início <strong>da</strong> produção <strong>de</strong><br />

azulejos em Portugal.<br />

Importação <strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong><br />

caixilho - composição <strong>de</strong><br />

xadrez e enxaqueta<strong>da</strong>s<br />

Renascimento Italiano –<br />

grotescos:<br />

pintura <strong>de</strong>corativa basea<strong>da</strong> em<br />

motivos <strong>da</strong> Roma Clássica,<br />

figura humanas, seres<br />

fantásticos, pássaros, flores,<br />

frutos, vasos, conchas,<br />

pilastras, volutas… são<br />

dispostos em me<strong>da</strong>lhões que<br />

se entrelaçam, sem qualquer<br />

lógica aparente - Sala <strong>do</strong>s<br />

Actos, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora<br />

Aban<strong>do</strong>no <strong>da</strong> herança<br />

mourisca<br />

Composições eruditas, início<br />

<strong>da</strong> padronagem <strong>de</strong> tapete:<br />

azulejos <strong>de</strong> padrão com<br />

composições geométrica ou<br />

vegetalista,<br />

<strong>de</strong>staque para a<br />

padronagem ponta <strong>de</strong><br />

diamante na Sacristia <strong>da</strong> Igreja<br />

<strong>do</strong> Espirito Santo<br />

Temáticas religiosas.<br />

Séc. XVII<br />

Aumento <strong>da</strong> produção<br />

nacional: Lisboa como maior<br />

centro cerâmico nacional.<br />

Painéis com azulejos <strong>de</strong><br />

registo e <strong>de</strong> padrão feitos por<br />

artesãos (ingenui<strong>da</strong><strong>de</strong> formal<br />

e <strong>de</strong>senho sumário).<br />

Azulejaria Italo-flamenga:<br />

composições<br />

ornamentais <strong>de</strong> brutescos<br />

e ferroneries.<br />

Influência oriental (fauna e<br />

flora exóticas).<br />

Frontais <strong>de</strong> altar (Igreja <strong>do</strong><br />

Salva<strong>do</strong>r); azulejos <strong>de</strong><br />

padronagem ; enxaqueta<strong>do</strong>s:<br />

painéis emblemáticos e<br />

hagiográficos.<br />

Majólica ou Faiança:<br />

cobertura <strong>do</strong> azulejo com<br />

um esmalte branco.<br />

Sobre a superfície cerâmica<br />

lisa po<strong>de</strong>m ser pinta<strong>do</strong>s os<br />

motivos sem que as cores se<br />

misturem.<br />

Cores mais usa<strong>da</strong>s: azul<br />

cobalto e amarelo sobre<br />

branco. Também o<br />

castanho alaranja<strong>do</strong> (óxi<strong>do</strong><br />

férrico);<br />

ver<strong>de</strong> azeitona e tons<br />

acastanha<strong>do</strong>s e arroxea<strong>do</strong>s<br />

(óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> manganês).<br />

Contornos a azul-cobalto.<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1640-1660<br />

Faiança polícroma<br />

27,5x27,8 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A9 ME142<br />

19


18<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1630-1650<br />

Faiança polícroma<br />

28x28cm<br />

Proveniência Igreja <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora (?)<br />

A8 ME100<br />

Séc. XVII<br />

recuperação<br />

económica e financeira<br />

construção / renovação<br />

artística <strong>de</strong> palácios<br />

pertencentes à nobreza.<br />

Importação <strong>de</strong> azulejos<br />

holan<strong>de</strong>ses historia<strong>do</strong>s<br />

Finais séc.<br />

XVII / séc.<br />

XVIII (1ª 1/2)<br />

Importação <strong>de</strong> azulejos<br />

holan<strong>de</strong>ses historia<strong>do</strong>s.<br />

Pintura <strong>de</strong> azulejo confina<strong>da</strong> a<br />

mestres pintores (pintores <strong>de</strong><br />

cavalete com formação erudita<br />

> aumenta a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> execução).<br />

Azulejaria <strong>de</strong> autor<br />

Renovação temática – a<br />

azulejaria como suporte <strong>de</strong><br />

crítica social:<br />

representações com intenção<br />

caricatural e irónica ;<br />

temáticas profanas assentes<br />

na mitologia clássica; cenas<br />

<strong>de</strong> costume; albarra<strong>da</strong>s;<br />

azulejos <strong>de</strong> «figura avulsa»<br />

Aprendizagem <strong>da</strong>s regras <strong>de</strong><br />

representação em perspectiva:<br />

espaço <strong>de</strong>smaterializa<strong>do</strong> /<br />

ilusionismo.<br />

Azulejaria figurativa<br />

Paleta mais rica e varia<strong>da</strong>:<br />

recurso a ver<strong>de</strong>s (cobre e<br />

crómio) e à pintura com<br />

manganês (tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> roxa,<br />

chama<strong>da</strong> «cor <strong>de</strong> vinho»).<br />

Substituição <strong>do</strong>s contornos a<br />

azul cobalto pelo negro<br />

manganês.<br />

Pequenos e gran<strong>de</strong>s e painéis a<br />

azul e branco: influência <strong>da</strong><br />

porcelana chinesa <strong>de</strong><br />

importação; necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

simplificar a mão-<strong>de</strong>-obra<br />

permitin<strong>do</strong> a especialização;<br />

aproveitamento <strong>da</strong>s<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s pictóricas <strong>do</strong><br />

azul-cobalto, obtenção <strong>de</strong> tons<br />

esbati<strong>do</strong>s e carrega<strong>do</strong>s para<br />

sugestão <strong>de</strong> volume.


8<br />

O azulejo é uma placa <strong>de</strong> barro cozi<strong>do</strong>, geralmente quadra<strong>da</strong>, <strong>de</strong> espessura varia<strong>da</strong>, em<br />

que uma <strong>da</strong>s faces é <strong>de</strong>cora<strong>da</strong> e vidra<strong>da</strong>. Esta face po<strong>de</strong> ser monocromática ou<br />

policromática, lisa ou em relevo.<br />

O azulejo é geralmente usa<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> número como elemento associa<strong>do</strong> à arquitetura,<br />

em revestimento <strong>de</strong> superfícies interiores ou exteriores, ou como elemento <strong>de</strong>corativo<br />

isola<strong>do</strong>.<br />

Os azulejos hispano-árabes eram fabrica<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> as técnicas <strong>de</strong> CORDA SECA e <strong>de</strong><br />

ARESTA<br />

Segun<strong>do</strong> a técnica <strong>de</strong> cor<strong>da</strong> seca procedia-se à gravação <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho na placa <strong>de</strong> cerâmica<br />

ain<strong>da</strong> húmi<strong>da</strong>, permitin<strong>do</strong> a obtenção <strong>de</strong> sulcos preenchi<strong>do</strong>s a manganês, mistura<strong>do</strong> com<br />

uma gordura, garantin<strong>do</strong> a separação <strong>do</strong>s esmaltes <strong>de</strong> várias cores durante a cozedura.<br />

A técnica <strong>de</strong> aresta ou cuenca permitia a impressão <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho sobre barro cru, através <strong>de</strong><br />

um mol<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou metal. As arestas/saliências consegui<strong>da</strong>s permitem a separação<br />

<strong>do</strong>s esmaltes durante a cozedura.<br />

Nestes azulejos eram utiliza<strong>do</strong>s motivos mouriscos - a estrela islâmica é muito frequente-,<br />

bem como os motivos fitomórficos que se entrelaçam e repetem em esquemas geométricos<br />

radiais, forman<strong>do</strong> um padrão.<br />

A azulejaria portuguesa <strong>de</strong>senvolveu-se, a partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVI, segun<strong>do</strong> uma<br />

técnica inova<strong>do</strong>ra, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> em Itália: a FAIANÇA ou MAJÓLICA.<br />

Esta técnica tornou possível a pintura direta, sobre o azulejo liso, sem que as cores se<br />

misturassem durante a cozedura, realiza<strong>da</strong> a altas temperaturas, possibilitan<strong>do</strong> uma<br />

enorme liber<strong>da</strong><strong>de</strong> formal: elementos naturalistas, sugestões arquitetónicas, paisagens, ou<br />

mesmo elementos figurativos.<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1626-1650<br />

Faiança polícroma<br />

27,7x27,5<br />

Proveniência Igreja <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora (?)<br />

A7 ME 98<br />

17


16<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> camélia<br />

Lisboa<br />

c. 1651-1675<br />

Faiança polícroma<br />

29x29 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A6 ME139<br />

azulejos<br />

Museu <strong>de</strong> Évora


10<br />

Hispano-Árabe<br />

Sec.XVII<br />

Sec.XVII . Sec.XVIII<br />

1<br />

3 4 5 6<br />

7<br />

10<br />

8<br />

11 12 13<br />

2<br />

9<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> camélia<br />

Lisboa<br />

c. 1651-1675<br />

Faiança polícroma<br />

29,4x29,4<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A5 ME 95<br />

15


14<br />

4.Painel <strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1651-1675<br />

Faiança polícroma<br />

83x84 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A4 ME145<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> azulejos hispano-árabes<br />

Espanha, Sevilha<br />

c. 1501-1550<br />

barro cozi<strong>do</strong> e vidra<strong>do</strong> polícromo<br />

30,5x30,5<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A1 ME 1639/1<br />

11


12<br />

Módulo <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> azulejos hispano-árabes<br />

Espanha, Sevilha<br />

c. 1501-1550<br />

barro cozi<strong>do</strong> e vidra<strong>do</strong> polícromo<br />

27x27,2<br />

Proveniência: Convento <strong>de</strong> S. Francisco <strong>de</strong> Évora(?)<br />

A2 ME141<br />

Painel <strong>de</strong> azulejos <strong>de</strong> padrão<br />

Lisboa<br />

c. 1676-1700<br />

Faiança polícroma<br />

83x56,5 cm<br />

Proveniência <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong><br />

A3 ME146<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!