FREQUÊNCIA DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS NOS ... - EDUEP
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________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 06– Número 02 – 2011<br />
<strong>FREQUÊNCIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>BACTÉRIAS</strong> <strong>PATOGÊNICAS</strong> <strong>NOS</strong> COMPUTADORES <strong>DE</strong> UMA<br />
INSTITUIÇÃO PRIVADA <strong>DE</strong> ENSINO SUPERIOR <strong>DE</strong> MACEIÓ-AL<br />
Flávio Barboza Pacheco Júnior 1 ; Carlos Falken Sousa 1 ; Thiago José Matos Rocha 2 ; José Rui<br />
Machado Reys 3 ; Mônica Meira Leite Rodrigues 3<br />
RESUMO: O trabalho teve como objetivo estudar a frequência de bactérias patogênicas isoladas<br />
em teclados e mouses de computadores de uma instituição privada de Maceió-AL. Foram utilizados<br />
swabs umedecidos com solução salina isotônica para a coleta nas superfícies dos teclados e mouses,<br />
após essa etapa foi realizou-se semeio em meio de Agar sangue e a identificação foi realizada de<br />
acordo com a literatura. Foram realizadas análises microbiológicas de 60 computadores, ou seja,<br />
seus teclados e mouses, totalizando 120 amostras, destas, obtiveram-se uma positividade de 97%<br />
para a presença de alguma bactéria. Com relação aos micro-organismos bacterianos encontrados<br />
dentre as 112 amostras positivas de teclados e mouses, observou-se (95) 85% Staphylococcus<br />
coagulase negativa, (5) 4% Escherichia coli, (10) 9% S. aureus e (2) 2% Enterobacter sp. Apenas 8<br />
amostras foram diagnosticadas negativas, sendo que 3 (27%) eram de teclados, e 5 (63%) de<br />
mouses. O estudo demonstrou uma taxa de 97% de positividade, sendo 85% S. coagulase negativa,<br />
9% S. aureus, 4% Escherichia coli e 2% Enterobacter sp. Considera-se que há necessidade de um<br />
protocolo de higienização para uma possível diminuição da contaminação dos computadores.<br />
Unitermos: Staphylococcus coagulase negativa, Teclados, Mouses.<br />
FREQUENCY OF BACTERIAL MICRO-COMPUTERS IN A PRIVATE INSTITUTION<br />
OF HIGHER EDUCATION MACEIÓ-AL<br />
SUMMARY: The research aimed to study the frequency of pathogenic bacteria isolated from<br />
keyboards and mice computer from a private institution of Maceió-AL. We used swabs moistened<br />
with isotonic saline to collect on the surface of keyboards and mice, after this step, the swab was<br />
held in sow blood-agar and the identification was performed according to the literature. 60<br />
computers were submitted to microbiological analysis, including their keyboards and mice, totaling<br />
120 samples, of these, we obtained a 97% positive for the presence of any bacteria. With regard to<br />
bacterial microorganisms found among the 112 positive samples of keyboards and mice, we<br />
observed 85% coagulase negative Staphylococcus (n=95), 4% Escherichia coli (n=5), 9% S. aureus<br />
(n=10) and 2% (n=2) Enterobacter sp. Only 8 samples were diagnosed negative: 3 (27%) were of<br />
keyboards, and 5 (63%) of mice. The study showed a rate of 97% of positivity, 85% S. coagulase<br />
negative, 9% S. aureus 4% Escherichia coli and 2% Enterobacter sp. It is considered that there is<br />
need for a hygiene protocol for a possible reduction in contamination of computers.<br />
Uniterms: Staphylococcus coagulase negativa, Keyboard, Mouse. 1<br />
1 Graduando do curso de Biomedicina, Centro Estudos Superiores de Maceió - CESMAC. Rua Cônego Machado, 918,<br />
CEP: 57051-160, Maceió-AL, Brasil. flaviobpjr@hotmail.com; carlosfalken-@hotmail.com<br />
2 Graduando do curso de Farmácia, Centro Estudos Superiores de Maceió - CESMAC. Rua Cônego Machado, 918,<br />
CEP: 57051-160, Maceió-AL, Brasil. thy_rocha@hotmail.com<br />
3 Professor do curso de Biomedicina e Farmácia do Centro de Estudos Superiores de Maceió - CESMAC. Rua Cônego<br />
Machado, 918, CEP: 57051-160, Maceió-AL, Brasil. trapima@gmail.com.br;<br />
monica.m.rodrigues@uol.com.br;<br />
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INTRODUÇÃO<br />
Hoje mais do que nunca os seres humanos estão cada vez mais expostos a vários tipos de<br />
ameaças, dentre essas, estão seres microscópicos chamados bactérias, que podem ser patogênicos,<br />
sendo assim nocivos às pessoas.<br />
A microbiota normal é formada por micro-organismos que estão presentes no hospedeiro e<br />
que em condições normais do organismo não são patogênicos. A relação que o homem tem com os<br />
micro-organismos da microbiota normal da pele, membrana e mucosas, permite que eles vivam<br />
juntos sem qualquer efeito negativo sobre cada um dos ciclos de vida (Bonato; Castro; Helena,<br />
2007).<br />
As infecções bacterianas podem ser diagnosticadas a partir da demonstração direta da<br />
bactéria ou de seus antígenos e de outras substâncias bacterianas nas secreções e nos fluidos do<br />
organismo; pela identificação e isolamento da bactéria; pela dosagem de anticorpos séricos e pela<br />
pesquisa de hipersensibilidade tardia. Os procedimentos para demonstração das bactérias, de seus<br />
antígenos e de outras substâncias provenientes das mesmas diretamente no material clínico, são<br />
conhecidos como métodos rápidos de diagnóstico e apresentam grande interesse clínico (Trabulsi,<br />
2002).<br />
A presença de micro-organismos nas superfícies, assim como a microbiota normal não<br />
oferecem riscos ao homem, mas se houver alguma imunodepressão, esses microrganismos podem<br />
se tornar patogênicos. Assim, objetos muito usados sem higiene e em contato com várias pessoas<br />
podem se tornar focos de contaminação (Bonato; Castro; Helena, 2007).<br />
Um estudo sobre contaminação de superfícies em ambiente doméstico demonstrou que todos<br />
os ambientes estão suscetíveis a contaminação de micro-organismos em fômites, estando<br />
relacionados com a higiene do local. Sendo assim, objetos que estão em contato com várias pessoas<br />
podem possibilitar a contaminação de superfície e causar infecções em organismos debilitados.<br />
Alguns estudos sugerem uma ligação entre infecções e superfícies contaminadas; outros<br />
pesquisadores sugerem ainda que as mãos contaminadas sejam um possível veículo de processos<br />
infecciosos (Bonato; Castro; Helena, 2007).<br />
O trabalho realizado é de grande importância para que a sociedade acadêmica para que estes<br />
estejam cientes da existência de agentes microbianos que podem circundar os computadores, estes<br />
utilizados todos os dias por centenas de estudantes, para que possa existir uma avaliação de risco e<br />
talvez a criação de ações profiláticas para a diminuição de possíveis casos de contaminação através<br />
do uso dos computadores da instituição.<br />
O estudo teve como objetivo estudar a ocorrência de bactérias isoladas nos computadores de<br />
uma instituição de ensino privado de Maceió – Alagoas.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
Tipo de estudo, local e obtenção das amostras<br />
Foi realizado um estudo transversal de frequência, o estudo foi realizado na Faculdade de<br />
Ciências Biológicas e da Saúde (FCBS) do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC).<br />
Foram coletadas amostras dos computadores da instituição localizados no Núcleo Cultural de<br />
Incentivo a Leitura Jayme Lustosa de Altavila-CEPA, nos laboratórios de informática da instituição<br />
e nos computadores utilizados na sala dos professores.<br />
Processamento das amostras<br />
As análises microbiológicas foram realizadas entre janeiro a abril de 2010 através de swabs<br />
descartáveis umedecidos em salina estéril, o swab umedecido era então passado no teclado nas<br />
áreas mais profundas do mesmo e na superfície e logo depois de inseridos em um tubo de ensaio<br />
contendo 5 mL de solução salina isotônica, a coleta dos mouses foi realizada da mesma maneira, em<br />
duplicata como descrito por Anastasiades et al. (2009).<br />
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Após coleta, as amostras foram levadas de imediato para o laboratório para a realização do<br />
semeio no meio de cultura ágar sangue. Após o semeio, as placas foram incubadas na estufa a 37°C<br />
por um período inicial de 24 horas, caso não houvesse crescimento bacteriano, as placas foram<br />
reincubadas por mais 24 horas, totalizando um período de 48h de incubação. Foram incluídos na<br />
pesquisa computadores que tinham maior quantidade de acessos por dia, como os computadores do<br />
Centro de Recursos Áudio Visuais (C. R. A. V.), biblioteca central, sala dos professores e<br />
laboratórios de informática. Foram excluídos os computadores que passaram por algum tipo de<br />
limpeza nas últimas 72 horas e os computadores que eram menos utilizados, como os computadores<br />
utilizados apenas pelas coordenações dos cursos.<br />
Identificação<br />
A identificação adotada foi de acordo com os aspectos macroscópicos e microscópicos<br />
(coloração de Gram) das colônias isoladas no meio de ágar sangue. Para a identificação dos<br />
Staphylococcus foi utilizado prova da coagulase, manitol, catalase e o teste da Dnase. Para a<br />
identificação das enterobactérias foram realizadas as provas bioquímicas separadas em cinco tubos,<br />
(uréia, lisina, TSI, citrato, SIM) (Murray; Rosenthal, Pfaller, 2010).<br />
RESULTADOS<br />
No período de março e abril de 2010, foram analisados os teclados e mouses de 60 dos 120<br />
computadores da instituição, por serem as partes mecânicas que os usuários estão mais em contato.<br />
Dos 60 computadores analisados, em 58 (97%) houve crescimento de microrganismos, enquanto<br />
apenas dois (3%), estavam totalmente isentos de micro-organismos bacterianos.<br />
Dentre os 60 computadores, obtive-se um total de 120 amostras (60 amostras de teclados e<br />
60 amostras de mouses). Oito amostras tiveram resultados negativo, sendo que 27% eram de<br />
teclados, e 63% de mouses. Dentre os computadores com resultado microbiológico positivo, 54<br />
(93%) correspondiam aos computadores totalmente contaminados, com a presença de bactérias em<br />
teclados e mouses, e quatro (7%) computadores foram positivos, apresentando bactérias no teclado<br />
ou no mouse.<br />
Com relação aos micro-organismos bacterianos encontrados, dentre as 112 amostras<br />
positivas de teclados e mouses, observou-se 85% para S. coagulase negativa, 4% para E. coli, (10)<br />
9% para S. aureus e 2% para Enterobacter sp., como está descrito no gráfico 1.<br />
4%<br />
9%<br />
2%<br />
85%<br />
Staphilococcus Staphylococcus Coagulase coagulase negativa Negativa<br />
Escherichia coli<br />
Staphilococcus Staphylococcus aureus<br />
Enterobacter sp.<br />
Gráfico 1. Distribuição dos resultados positivos de acordo com seus micro-organismos obtidos dos<br />
computadores de uma instituição de ensino superior, no período de março e abril de 2010<br />
Foram analisados os computadores de três laboratórios de informática, os quais durante um<br />
período de 14 horas diárias os usuários tem acesso praticamente ininterrupto aos computadores da<br />
instituição para pesquisas e trabalhos diversos. Destes laboratórios foram analisados 43<br />
computadores, sendo 2 (0,86%) apresentaram exame microbiológico negativo para presença de<br />
bactérias durante as análises quanto aos teclados e 2 (0,86%) apresentaram presença de bactérias<br />
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durante as análises dos mouses, 39 (98,28%) apresentaram algum tipo de bactéria quando<br />
analisados em conjunto teclados e mouses. Em relação aos micro-organismos encontrados nas<br />
amostras, observou-se (66) 82% S. coagulase negativa, (5) 6% Escherichia coli, (7) 9% S. aureus e<br />
(2) 3% Enterobacter sp., como está descrito no gráfico 2.<br />
Amostras positivas de teclados Amostras positivas de mouses Total<br />
Gráfico 2. Frequência de amostras positivas x bactérias identificadas nos teclados e mouses dos<br />
laboratórios de informática analisados no período de março e abril de 2010<br />
Além dos laboratórios de informática utilizados pelos alunos, outros três locais formaram o<br />
último grupo para a pesquisa por serem locais também de fácil acesso para uso de computadores<br />
dentro da instituição, porém menos que os laboratórios de Informática, estes locais foram: a sala dos<br />
professores, a biblioteca e o C. R. A. V este último setor sendo responsável pelos computadores<br />
existentes em cada sala da instituição. Na sala dos professores, biblioteca e no C. R. A. V., foram<br />
analisados 17 computadores, onde 2 (12%) apresentaram resultados microbiológicos positivos,<br />
durante a análise dos teclados ou mouses, e 15 (88%) demonstraram mouses e teclados com<br />
presença de bactérias. Foi encontrado nas amostras dadas como parcialmente e totalmente positiva,<br />
(29) 91% S. coagulase negativa e (3) 9% S. aureus, como está descrito no Gráfico 3.<br />
Amostras positivas de teclados Amostras positivas de mouses Total<br />
c n<br />
Gráfico 3. Frequência de S. coagulase negativa e S. aureus no C.R.A.V., sala dos professores e<br />
biblioteca analisados no período de janeiro a abril de 2010<br />
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DISCUSSÃO<br />
A freqüência de bactérias encontradas no trabalho foi de 97%, sendo 85% S. coagulase<br />
negativa, 4% E. coli, 9% S. aureus e 2% Enterobacter sp. De acordo com Custódio et al. (2009)<br />
que realizaram uma avaliação da microbiológica das mãos de profissionais da saúde de um hospital<br />
particular de Itumbiara, Goiás, obteve uma freqüência de 44,5% de S. coagulase negativa, sendo<br />
estes também os micro-organismos mais frequentes, seguidos por 40% S. aureus, 13,33%<br />
Enterococcus sp. e 2,22% Bacillus spp.. As divergências entre as taxas encontradas por cada autor<br />
pode ser atribuída ao tipo de local analisado e órgão institucional, pois se sabe que em um hospital a<br />
propagação e presença de micro-organismos bacterianos é mais abundante. Mangram et al. (1997),<br />
em seu estudo criaram um guia para prevenção de infecção em locais cirúrgicos onde pode-se<br />
observar em seus relatos a maior freqüência dos micro-organismos S. aureus, E. coli, Enterococcus<br />
sp. e S. coagulase negativa, que podem utilizar objetos como veículos de transmissão para possíveis<br />
infecções bacterianas, relatando também a importância da higiene pessoal, como profilaxia para<br />
evitar contaminações bacterianas.<br />
Souza et al. (2006), propuseram em seu estudo relacionada aos micro-organismos<br />
encontrados em cédulas de 1, 2, 5 e 10 reais, que o dinheiro por ser muito manipulado manualmente<br />
é pode ser reservatório de micro-organismos, nessa pesquisa foram encontradas diversas bactérias,<br />
entre as quais coincidem com as encontradas neste estudo, S. coagulase negativa, S. aureus,<br />
Enterobacter sp. e E. coli. Fortalecendo ainda mais a casuística de que tais micro-organismos estão<br />
presentes na microbiota de quem não utiliza de protocolos de higiene.<br />
No estudo foi observada uma maior frequência de contaminação em teclados do que em<br />
mouses, devido a suas diferenças percentuais que seriam de 27% das amostras negativas para<br />
teclados e 63% para mouses, tais porcentagens podem ser devido à maior superfície de contato entre<br />
mãos-teclados do que entre mãos-mouses e na dificuldade para limpeza de teclados serem menos<br />
eficiente do que a de mouses, devidos as arestas e frestas das teclas pertencentes aos teclados.<br />
Nelson et al. (2006), realizaram um estudo para verificar a freqüência de micro-organismos<br />
em telefones encontrados em salas de cirurgia, o intuito foi observar quais micro-organismos<br />
pertencentes a microbiota das mãos e do ambiente que poderiam infectar os aparelhos. Esses<br />
autores observaram que S. coagulase negativa apresentou 82,8% de freqüência em telefones e 85%<br />
de freqüência em mouses e teclados de computador. Estes micro-organismos não oferecerem riscos<br />
tão grandes como outros tipos de bactérias, mas podem também vir a se tornar patogênicos,<br />
dependendo do estado do hospedeiro, ou seja, uma imunodepressão ou uma via de abertura (corte<br />
na pele, por exemplo), assim, tal infecção pode vir a trazer problemas sérios de saúde.<br />
Segundo Eltablawy; Elhifnawi (2009), que também realizaram uma pesquisa sobre<br />
contaminação bacteriana em alguns teclados e mouses no centro nacional de pesquisa e tecnologia<br />
em radiação nos Estados Unidos da América, obtiveram 100% de positividade para microorganismos<br />
bacterianos, abordam que não há objetos totalmente seguros, portanto isentos de<br />
contaminação, objetos como equipamentos de ginástica, telefones celulares, maçanetas de porta,<br />
mostrando que os mesmos podem ser possíveis veículos de contaminação para patógenos<br />
potencialmente perigosos. Eltablawy; Elhifnawi (2009), também sugerem um protocolo de limpeza,<br />
onde aconselham se livrar de migalhas e poeira, desligando o teclado e o virando de cabeça para<br />
baixo agitando-o levemente, depois remover os detritos remanescentes, com um aspirador de mão,<br />
ou então limpar as teclas com um pincel para computador e para se livrar da presença de bactérias<br />
deve-se utilizar alguém líquido anti-séptico e desinfetante sem álcool, o que evita o desbotamento<br />
das letras do teclado, o mesmo anti-séptico e desinfetante deve ser usado no mouse, seja ele óptico<br />
ou não.<br />
Anastasiades et al. (2009), desenvolveram um trabalho de pesquisa para diagnosticar a<br />
prevalência de S. aureus em computadores e mouses em uma unidade de tratamento intensivo de<br />
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um Hospital Acadêmico, apesar de seu intuito ser apenas relatar a prevalência de S. aureus,<br />
Anastasiades et al. (2009) também encontraram uma imensa quantidade de S. coagulase negativa e<br />
Bacilos gram-positivos, dentre também outros micro-organismos como fungos, mais uma vez<br />
podemos reforçar a presença do gênero Staphylococcus como principal gênero bacteriano<br />
encontrado em mouses e teclados, especificando as espécies S. coagulase negativa e S. aureaus<br />
como as mais encontradas espécies.<br />
Outra pesquisa também muito interessante foi a de Fukada; Iwakiri; Ozaki (2008),<br />
relacionada à contaminação na sala de operação através dos anestesistas, pois os mesmos para<br />
armazenar os registros relacionados às anestesias dos pacientes utilizavam o computador ainda<br />
vestidos das luvas sujas e molhadas da sala de cirurgia. Foram encontradas principalmente as<br />
bactérias S. coagulase negativa e Bacillus sp. e utilizaram um protocolo de limpeza a base de álcool<br />
etílico que efetivamente reduziu as contagens bacterianas. Outro ponto interessante da pesquisa foi<br />
à utilização do marcador luva-molhada e luva-seca pelo autor, pois foi observado que os que<br />
usavam as luvas molhadas contaminavam muito mais os computadores que os que utilizavam luvas<br />
secas. Mais um diferencial dessa pesquisa foi que apenas 17% dos anestesistas realizavam<br />
higienização das mãos antes da anestesia. Tal fato pode vir a ser via de comparação se relacionado<br />
com o público alvo de nossa pesquisa, pois se anestesistas que entram em um ambiente que deveria<br />
ser totalmente estéril não fazem uso de um mínimo de utilização de protocolos de higienização,<br />
possivelmente usuários dos computadores de uma instituição de ensino superior privada que teriam<br />
uma média de 17 anos até 50 anos não fariam também.<br />
Schultz et al. (2003), pesquisaram contaminação bacteriana em 100 teclados de 29 áreas<br />
clínicas de um hospital-escola, obteve 95% de positividade para vários tipos de micro-organismos<br />
patogênicos, dentre eles estão os já citados no trabalho como S. coagulase negativa, S. aureus e<br />
Enterococcus sp. Fortalecendo mais ainda a premissa de que tais micro-organismos estão ligados a<br />
falta de higiene e das mãos e presentes em equipamentos como os computadores, mais<br />
especificamente seus teclados e mouses.<br />
Hartmann et al. (2004), analisaram teclados e mouses de computadores de uma unidade de<br />
tratamento intensivo de um hospital universitário e compararam com outros possíveis sítios de<br />
contaminação como bomba de infusão e ventiladores, seus resultados indicaram mais uma vez a<br />
diferença de contaminação mostrando que como pode-se observar em ambos os trabalhos, e o de<br />
Hartmann et al.(2004), mouses e teclados podem se tornar reservatórios para a transmissão de<br />
micro-organismos patogênicos e tornarem-se vetores de transmissão cruzada de infecções<br />
hospitalares.<br />
Rutula et al. (2006), realizaram um estudo para determinar o grau de contaminação<br />
bacteriana em teclados de computador, e a eficácia de seis tipos diferentes de desinfetantes (cada<br />
um contendo cloro, álcool ou fenol e 3 contendo quaternários de amônia) sendo observados efeitos<br />
microbicidas e estéticos no teclado. Para observar a eficácia ou não dos desinfetantes três microorganismos<br />
foram utilizados S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus sp. Foram<br />
encontradas além dos micro-organismos inoculados nos teclados para verificar a eficácia do<br />
desinfetante S. coagulase negativa, presente em 100% dos teclados, Micrococcus sp., 72%, Bacillus<br />
sp., 64%, dentre outros. Não ocorreram danos estéticos para os teclados dos computadores após um<br />
ciclo de 300 desinfecções e todos os desinfetantes, foram eficazes na remoção ou inativação de mais<br />
de 95% das bactérias do ensaio, sugerindo mais uma vez que não há melhor maneira de profilaxia<br />
do que a higienização pessoal e uma boa limpeza diária, ou quando o teclado esteja visivelmente<br />
sujo.<br />
Marsden (2009) afirma mais uma vez e conseqüentemente concordando com praticamente<br />
todos os autores já citados nesse trabalho, como o teclado dos computadores pode vir a ser um<br />
grande propagador de doenças infecciosas nos serviços de saúde, escolas e em qualquer lugar em<br />
que teclados são compartilhados. Afirma que limpezas e desinfecções regulares são essências, e<br />
chega à conclusão de que teclados de superfície sólida que são dispositivos utilizadores do sistema<br />
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de toque sensível são idéias para ambientes de controle de desinfecção, sendo mais fáceis de limpar,<br />
ocasionando assim uma menos possibilidade de contaminação.<br />
De acordo com os dados das literaturas citadas observamos que os micro-organismos<br />
encontrados são principalmente os encontrados na microbiota da pele como S. coagulase negativa e<br />
S. aureus além de micro-organismos da microbiota gastrointestinal como E. coli e Enterobacter sp.<br />
CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />
Os computadores avaliados apresentaram positividade para bactérias, podendo estas se<br />
tornar patogênicas aos seres humanos, estes estando ou não em um estado imunológico<br />
comprometido. Portanto, é importante que a padronização de procedimento operacional padrão<br />
higienização para a limpeza de computadores e uma campanha de conscientização dos usuários para<br />
melhor higienização das mãos visando diminuir a transmissão destes micro-organismos de forma a<br />
reduzir o risco de uma possível infecção bacteriana.<br />
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