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FREQUÊNCIA DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS NOS ... - EDUEP

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________________________________________ISSN 1983-4209 - Volume 06– Número 02 – 2011<br />

<strong>FREQUÊNCIA</strong> <strong>DE</strong> <strong>BACTÉRIAS</strong> <strong>PATOGÊNICAS</strong> <strong>NOS</strong> COMPUTADORES <strong>DE</strong> UMA<br />

INSTITUIÇÃO PRIVADA <strong>DE</strong> ENSINO SUPERIOR <strong>DE</strong> MACEIÓ-AL<br />

Flávio Barboza Pacheco Júnior 1 ; Carlos Falken Sousa 1 ; Thiago José Matos Rocha 2 ; José Rui<br />

Machado Reys 3 ; Mônica Meira Leite Rodrigues 3<br />

RESUMO: O trabalho teve como objetivo estudar a frequência de bactérias patogênicas isoladas<br />

em teclados e mouses de computadores de uma instituição privada de Maceió-AL. Foram utilizados<br />

swabs umedecidos com solução salina isotônica para a coleta nas superfícies dos teclados e mouses,<br />

após essa etapa foi realizou-se semeio em meio de Agar sangue e a identificação foi realizada de<br />

acordo com a literatura. Foram realizadas análises microbiológicas de 60 computadores, ou seja,<br />

seus teclados e mouses, totalizando 120 amostras, destas, obtiveram-se uma positividade de 97%<br />

para a presença de alguma bactéria. Com relação aos micro-organismos bacterianos encontrados<br />

dentre as 112 amostras positivas de teclados e mouses, observou-se (95) 85% Staphylococcus<br />

coagulase negativa, (5) 4% Escherichia coli, (10) 9% S. aureus e (2) 2% Enterobacter sp. Apenas 8<br />

amostras foram diagnosticadas negativas, sendo que 3 (27%) eram de teclados, e 5 (63%) de<br />

mouses. O estudo demonstrou uma taxa de 97% de positividade, sendo 85% S. coagulase negativa,<br />

9% S. aureus, 4% Escherichia coli e 2% Enterobacter sp. Considera-se que há necessidade de um<br />

protocolo de higienização para uma possível diminuição da contaminação dos computadores.<br />

Unitermos: Staphylococcus coagulase negativa, Teclados, Mouses.<br />

FREQUENCY OF BACTERIAL MICRO-COMPUTERS IN A PRIVATE INSTITUTION<br />

OF HIGHER EDUCATION MACEIÓ-AL<br />

SUMMARY: The research aimed to study the frequency of pathogenic bacteria isolated from<br />

keyboards and mice computer from a private institution of Maceió-AL. We used swabs moistened<br />

with isotonic saline to collect on the surface of keyboards and mice, after this step, the swab was<br />

held in sow blood-agar and the identification was performed according to the literature. 60<br />

computers were submitted to microbiological analysis, including their keyboards and mice, totaling<br />

120 samples, of these, we obtained a 97% positive for the presence of any bacteria. With regard to<br />

bacterial microorganisms found among the 112 positive samples of keyboards and mice, we<br />

observed 85% coagulase negative Staphylococcus (n=95), 4% Escherichia coli (n=5), 9% S. aureus<br />

(n=10) and 2% (n=2) Enterobacter sp. Only 8 samples were diagnosed negative: 3 (27%) were of<br />

keyboards, and 5 (63%) of mice. The study showed a rate of 97% of positivity, 85% S. coagulase<br />

negative, 9% S. aureus 4% Escherichia coli and 2% Enterobacter sp. It is considered that there is<br />

need for a hygiene protocol for a possible reduction in contamination of computers.<br />

Uniterms: Staphylococcus coagulase negativa, Keyboard, Mouse. 1<br />

1 Graduando do curso de Biomedicina, Centro Estudos Superiores de Maceió - CESMAC. Rua Cônego Machado, 918,<br />

CEP: 57051-160, Maceió-AL, Brasil. flaviobpjr@hotmail.com; carlosfalken-@hotmail.com<br />

2 Graduando do curso de Farmácia, Centro Estudos Superiores de Maceió - CESMAC. Rua Cônego Machado, 918,<br />

CEP: 57051-160, Maceió-AL, Brasil. thy_rocha@hotmail.com<br />

3 Professor do curso de Biomedicina e Farmácia do Centro de Estudos Superiores de Maceió - CESMAC. Rua Cônego<br />

Machado, 918, CEP: 57051-160, Maceió-AL, Brasil. trapima@gmail.com.br;<br />

monica.m.rodrigues@uol.com.br;<br />

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INTRODUÇÃO<br />

Hoje mais do que nunca os seres humanos estão cada vez mais expostos a vários tipos de<br />

ameaças, dentre essas, estão seres microscópicos chamados bactérias, que podem ser patogênicos,<br />

sendo assim nocivos às pessoas.<br />

A microbiota normal é formada por micro-organismos que estão presentes no hospedeiro e<br />

que em condições normais do organismo não são patogênicos. A relação que o homem tem com os<br />

micro-organismos da microbiota normal da pele, membrana e mucosas, permite que eles vivam<br />

juntos sem qualquer efeito negativo sobre cada um dos ciclos de vida (Bonato; Castro; Helena,<br />

2007).<br />

As infecções bacterianas podem ser diagnosticadas a partir da demonstração direta da<br />

bactéria ou de seus antígenos e de outras substâncias bacterianas nas secreções e nos fluidos do<br />

organismo; pela identificação e isolamento da bactéria; pela dosagem de anticorpos séricos e pela<br />

pesquisa de hipersensibilidade tardia. Os procedimentos para demonstração das bactérias, de seus<br />

antígenos e de outras substâncias provenientes das mesmas diretamente no material clínico, são<br />

conhecidos como métodos rápidos de diagnóstico e apresentam grande interesse clínico (Trabulsi,<br />

2002).<br />

A presença de micro-organismos nas superfícies, assim como a microbiota normal não<br />

oferecem riscos ao homem, mas se houver alguma imunodepressão, esses microrganismos podem<br />

se tornar patogênicos. Assim, objetos muito usados sem higiene e em contato com várias pessoas<br />

podem se tornar focos de contaminação (Bonato; Castro; Helena, 2007).<br />

Um estudo sobre contaminação de superfícies em ambiente doméstico demonstrou que todos<br />

os ambientes estão suscetíveis a contaminação de micro-organismos em fômites, estando<br />

relacionados com a higiene do local. Sendo assim, objetos que estão em contato com várias pessoas<br />

podem possibilitar a contaminação de superfície e causar infecções em organismos debilitados.<br />

Alguns estudos sugerem uma ligação entre infecções e superfícies contaminadas; outros<br />

pesquisadores sugerem ainda que as mãos contaminadas sejam um possível veículo de processos<br />

infecciosos (Bonato; Castro; Helena, 2007).<br />

O trabalho realizado é de grande importância para que a sociedade acadêmica para que estes<br />

estejam cientes da existência de agentes microbianos que podem circundar os computadores, estes<br />

utilizados todos os dias por centenas de estudantes, para que possa existir uma avaliação de risco e<br />

talvez a criação de ações profiláticas para a diminuição de possíveis casos de contaminação através<br />

do uso dos computadores da instituição.<br />

O estudo teve como objetivo estudar a ocorrência de bactérias isoladas nos computadores de<br />

uma instituição de ensino privado de Maceió – Alagoas.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Tipo de estudo, local e obtenção das amostras<br />

Foi realizado um estudo transversal de frequência, o estudo foi realizado na Faculdade de<br />

Ciências Biológicas e da Saúde (FCBS) do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC).<br />

Foram coletadas amostras dos computadores da instituição localizados no Núcleo Cultural de<br />

Incentivo a Leitura Jayme Lustosa de Altavila-CEPA, nos laboratórios de informática da instituição<br />

e nos computadores utilizados na sala dos professores.<br />

Processamento das amostras<br />

As análises microbiológicas foram realizadas entre janeiro a abril de 2010 através de swabs<br />

descartáveis umedecidos em salina estéril, o swab umedecido era então passado no teclado nas<br />

áreas mais profundas do mesmo e na superfície e logo depois de inseridos em um tubo de ensaio<br />

contendo 5 mL de solução salina isotônica, a coleta dos mouses foi realizada da mesma maneira, em<br />

duplicata como descrito por Anastasiades et al. (2009).<br />

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Após coleta, as amostras foram levadas de imediato para o laboratório para a realização do<br />

semeio no meio de cultura ágar sangue. Após o semeio, as placas foram incubadas na estufa a 37°C<br />

por um período inicial de 24 horas, caso não houvesse crescimento bacteriano, as placas foram<br />

reincubadas por mais 24 horas, totalizando um período de 48h de incubação. Foram incluídos na<br />

pesquisa computadores que tinham maior quantidade de acessos por dia, como os computadores do<br />

Centro de Recursos Áudio Visuais (C. R. A. V.), biblioteca central, sala dos professores e<br />

laboratórios de informática. Foram excluídos os computadores que passaram por algum tipo de<br />

limpeza nas últimas 72 horas e os computadores que eram menos utilizados, como os computadores<br />

utilizados apenas pelas coordenações dos cursos.<br />

Identificação<br />

A identificação adotada foi de acordo com os aspectos macroscópicos e microscópicos<br />

(coloração de Gram) das colônias isoladas no meio de ágar sangue. Para a identificação dos<br />

Staphylococcus foi utilizado prova da coagulase, manitol, catalase e o teste da Dnase. Para a<br />

identificação das enterobactérias foram realizadas as provas bioquímicas separadas em cinco tubos,<br />

(uréia, lisina, TSI, citrato, SIM) (Murray; Rosenthal, Pfaller, 2010).<br />

RESULTADOS<br />

No período de março e abril de 2010, foram analisados os teclados e mouses de 60 dos 120<br />

computadores da instituição, por serem as partes mecânicas que os usuários estão mais em contato.<br />

Dos 60 computadores analisados, em 58 (97%) houve crescimento de microrganismos, enquanto<br />

apenas dois (3%), estavam totalmente isentos de micro-organismos bacterianos.<br />

Dentre os 60 computadores, obtive-se um total de 120 amostras (60 amostras de teclados e<br />

60 amostras de mouses). Oito amostras tiveram resultados negativo, sendo que 27% eram de<br />

teclados, e 63% de mouses. Dentre os computadores com resultado microbiológico positivo, 54<br />

(93%) correspondiam aos computadores totalmente contaminados, com a presença de bactérias em<br />

teclados e mouses, e quatro (7%) computadores foram positivos, apresentando bactérias no teclado<br />

ou no mouse.<br />

Com relação aos micro-organismos bacterianos encontrados, dentre as 112 amostras<br />

positivas de teclados e mouses, observou-se 85% para S. coagulase negativa, 4% para E. coli, (10)<br />

9% para S. aureus e 2% para Enterobacter sp., como está descrito no gráfico 1.<br />

4%<br />

9%<br />

2%<br />

85%<br />

Staphilococcus Staphylococcus Coagulase coagulase negativa Negativa<br />

Escherichia coli<br />

Staphilococcus Staphylococcus aureus<br />

Enterobacter sp.<br />

Gráfico 1. Distribuição dos resultados positivos de acordo com seus micro-organismos obtidos dos<br />

computadores de uma instituição de ensino superior, no período de março e abril de 2010<br />

Foram analisados os computadores de três laboratórios de informática, os quais durante um<br />

período de 14 horas diárias os usuários tem acesso praticamente ininterrupto aos computadores da<br />

instituição para pesquisas e trabalhos diversos. Destes laboratórios foram analisados 43<br />

computadores, sendo 2 (0,86%) apresentaram exame microbiológico negativo para presença de<br />

bactérias durante as análises quanto aos teclados e 2 (0,86%) apresentaram presença de bactérias<br />

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durante as análises dos mouses, 39 (98,28%) apresentaram algum tipo de bactéria quando<br />

analisados em conjunto teclados e mouses. Em relação aos micro-organismos encontrados nas<br />

amostras, observou-se (66) 82% S. coagulase negativa, (5) 6% Escherichia coli, (7) 9% S. aureus e<br />

(2) 3% Enterobacter sp., como está descrito no gráfico 2.<br />

Amostras positivas de teclados Amostras positivas de mouses Total<br />

Gráfico 2. Frequência de amostras positivas x bactérias identificadas nos teclados e mouses dos<br />

laboratórios de informática analisados no período de março e abril de 2010<br />

Além dos laboratórios de informática utilizados pelos alunos, outros três locais formaram o<br />

último grupo para a pesquisa por serem locais também de fácil acesso para uso de computadores<br />

dentro da instituição, porém menos que os laboratórios de Informática, estes locais foram: a sala dos<br />

professores, a biblioteca e o C. R. A. V este último setor sendo responsável pelos computadores<br />

existentes em cada sala da instituição. Na sala dos professores, biblioteca e no C. R. A. V., foram<br />

analisados 17 computadores, onde 2 (12%) apresentaram resultados microbiológicos positivos,<br />

durante a análise dos teclados ou mouses, e 15 (88%) demonstraram mouses e teclados com<br />

presença de bactérias. Foi encontrado nas amostras dadas como parcialmente e totalmente positiva,<br />

(29) 91% S. coagulase negativa e (3) 9% S. aureus, como está descrito no Gráfico 3.<br />

Amostras positivas de teclados Amostras positivas de mouses Total<br />

c n<br />

Gráfico 3. Frequência de S. coagulase negativa e S. aureus no C.R.A.V., sala dos professores e<br />

biblioteca analisados no período de janeiro a abril de 2010<br />

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DISCUSSÃO<br />

A freqüência de bactérias encontradas no trabalho foi de 97%, sendo 85% S. coagulase<br />

negativa, 4% E. coli, 9% S. aureus e 2% Enterobacter sp. De acordo com Custódio et al. (2009)<br />

que realizaram uma avaliação da microbiológica das mãos de profissionais da saúde de um hospital<br />

particular de Itumbiara, Goiás, obteve uma freqüência de 44,5% de S. coagulase negativa, sendo<br />

estes também os micro-organismos mais frequentes, seguidos por 40% S. aureus, 13,33%<br />

Enterococcus sp. e 2,22% Bacillus spp.. As divergências entre as taxas encontradas por cada autor<br />

pode ser atribuída ao tipo de local analisado e órgão institucional, pois se sabe que em um hospital a<br />

propagação e presença de micro-organismos bacterianos é mais abundante. Mangram et al. (1997),<br />

em seu estudo criaram um guia para prevenção de infecção em locais cirúrgicos onde pode-se<br />

observar em seus relatos a maior freqüência dos micro-organismos S. aureus, E. coli, Enterococcus<br />

sp. e S. coagulase negativa, que podem utilizar objetos como veículos de transmissão para possíveis<br />

infecções bacterianas, relatando também a importância da higiene pessoal, como profilaxia para<br />

evitar contaminações bacterianas.<br />

Souza et al. (2006), propuseram em seu estudo relacionada aos micro-organismos<br />

encontrados em cédulas de 1, 2, 5 e 10 reais, que o dinheiro por ser muito manipulado manualmente<br />

é pode ser reservatório de micro-organismos, nessa pesquisa foram encontradas diversas bactérias,<br />

entre as quais coincidem com as encontradas neste estudo, S. coagulase negativa, S. aureus,<br />

Enterobacter sp. e E. coli. Fortalecendo ainda mais a casuística de que tais micro-organismos estão<br />

presentes na microbiota de quem não utiliza de protocolos de higiene.<br />

No estudo foi observada uma maior frequência de contaminação em teclados do que em<br />

mouses, devido a suas diferenças percentuais que seriam de 27% das amostras negativas para<br />

teclados e 63% para mouses, tais porcentagens podem ser devido à maior superfície de contato entre<br />

mãos-teclados do que entre mãos-mouses e na dificuldade para limpeza de teclados serem menos<br />

eficiente do que a de mouses, devidos as arestas e frestas das teclas pertencentes aos teclados.<br />

Nelson et al. (2006), realizaram um estudo para verificar a freqüência de micro-organismos<br />

em telefones encontrados em salas de cirurgia, o intuito foi observar quais micro-organismos<br />

pertencentes a microbiota das mãos e do ambiente que poderiam infectar os aparelhos. Esses<br />

autores observaram que S. coagulase negativa apresentou 82,8% de freqüência em telefones e 85%<br />

de freqüência em mouses e teclados de computador. Estes micro-organismos não oferecerem riscos<br />

tão grandes como outros tipos de bactérias, mas podem também vir a se tornar patogênicos,<br />

dependendo do estado do hospedeiro, ou seja, uma imunodepressão ou uma via de abertura (corte<br />

na pele, por exemplo), assim, tal infecção pode vir a trazer problemas sérios de saúde.<br />

Segundo Eltablawy; Elhifnawi (2009), que também realizaram uma pesquisa sobre<br />

contaminação bacteriana em alguns teclados e mouses no centro nacional de pesquisa e tecnologia<br />

em radiação nos Estados Unidos da América, obtiveram 100% de positividade para microorganismos<br />

bacterianos, abordam que não há objetos totalmente seguros, portanto isentos de<br />

contaminação, objetos como equipamentos de ginástica, telefones celulares, maçanetas de porta,<br />

mostrando que os mesmos podem ser possíveis veículos de contaminação para patógenos<br />

potencialmente perigosos. Eltablawy; Elhifnawi (2009), também sugerem um protocolo de limpeza,<br />

onde aconselham se livrar de migalhas e poeira, desligando o teclado e o virando de cabeça para<br />

baixo agitando-o levemente, depois remover os detritos remanescentes, com um aspirador de mão,<br />

ou então limpar as teclas com um pincel para computador e para se livrar da presença de bactérias<br />

deve-se utilizar alguém líquido anti-séptico e desinfetante sem álcool, o que evita o desbotamento<br />

das letras do teclado, o mesmo anti-séptico e desinfetante deve ser usado no mouse, seja ele óptico<br />

ou não.<br />

Anastasiades et al. (2009), desenvolveram um trabalho de pesquisa para diagnosticar a<br />

prevalência de S. aureus em computadores e mouses em uma unidade de tratamento intensivo de<br />

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um Hospital Acadêmico, apesar de seu intuito ser apenas relatar a prevalência de S. aureus,<br />

Anastasiades et al. (2009) também encontraram uma imensa quantidade de S. coagulase negativa e<br />

Bacilos gram-positivos, dentre também outros micro-organismos como fungos, mais uma vez<br />

podemos reforçar a presença do gênero Staphylococcus como principal gênero bacteriano<br />

encontrado em mouses e teclados, especificando as espécies S. coagulase negativa e S. aureaus<br />

como as mais encontradas espécies.<br />

Outra pesquisa também muito interessante foi a de Fukada; Iwakiri; Ozaki (2008),<br />

relacionada à contaminação na sala de operação através dos anestesistas, pois os mesmos para<br />

armazenar os registros relacionados às anestesias dos pacientes utilizavam o computador ainda<br />

vestidos das luvas sujas e molhadas da sala de cirurgia. Foram encontradas principalmente as<br />

bactérias S. coagulase negativa e Bacillus sp. e utilizaram um protocolo de limpeza a base de álcool<br />

etílico que efetivamente reduziu as contagens bacterianas. Outro ponto interessante da pesquisa foi<br />

à utilização do marcador luva-molhada e luva-seca pelo autor, pois foi observado que os que<br />

usavam as luvas molhadas contaminavam muito mais os computadores que os que utilizavam luvas<br />

secas. Mais um diferencial dessa pesquisa foi que apenas 17% dos anestesistas realizavam<br />

higienização das mãos antes da anestesia. Tal fato pode vir a ser via de comparação se relacionado<br />

com o público alvo de nossa pesquisa, pois se anestesistas que entram em um ambiente que deveria<br />

ser totalmente estéril não fazem uso de um mínimo de utilização de protocolos de higienização,<br />

possivelmente usuários dos computadores de uma instituição de ensino superior privada que teriam<br />

uma média de 17 anos até 50 anos não fariam também.<br />

Schultz et al. (2003), pesquisaram contaminação bacteriana em 100 teclados de 29 áreas<br />

clínicas de um hospital-escola, obteve 95% de positividade para vários tipos de micro-organismos<br />

patogênicos, dentre eles estão os já citados no trabalho como S. coagulase negativa, S. aureus e<br />

Enterococcus sp. Fortalecendo mais ainda a premissa de que tais micro-organismos estão ligados a<br />

falta de higiene e das mãos e presentes em equipamentos como os computadores, mais<br />

especificamente seus teclados e mouses.<br />

Hartmann et al. (2004), analisaram teclados e mouses de computadores de uma unidade de<br />

tratamento intensivo de um hospital universitário e compararam com outros possíveis sítios de<br />

contaminação como bomba de infusão e ventiladores, seus resultados indicaram mais uma vez a<br />

diferença de contaminação mostrando que como pode-se observar em ambos os trabalhos, e o de<br />

Hartmann et al.(2004), mouses e teclados podem se tornar reservatórios para a transmissão de<br />

micro-organismos patogênicos e tornarem-se vetores de transmissão cruzada de infecções<br />

hospitalares.<br />

Rutula et al. (2006), realizaram um estudo para determinar o grau de contaminação<br />

bacteriana em teclados de computador, e a eficácia de seis tipos diferentes de desinfetantes (cada<br />

um contendo cloro, álcool ou fenol e 3 contendo quaternários de amônia) sendo observados efeitos<br />

microbicidas e estéticos no teclado. Para observar a eficácia ou não dos desinfetantes três microorganismos<br />

foram utilizados S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus sp. Foram<br />

encontradas além dos micro-organismos inoculados nos teclados para verificar a eficácia do<br />

desinfetante S. coagulase negativa, presente em 100% dos teclados, Micrococcus sp., 72%, Bacillus<br />

sp., 64%, dentre outros. Não ocorreram danos estéticos para os teclados dos computadores após um<br />

ciclo de 300 desinfecções e todos os desinfetantes, foram eficazes na remoção ou inativação de mais<br />

de 95% das bactérias do ensaio, sugerindo mais uma vez que não há melhor maneira de profilaxia<br />

do que a higienização pessoal e uma boa limpeza diária, ou quando o teclado esteja visivelmente<br />

sujo.<br />

Marsden (2009) afirma mais uma vez e conseqüentemente concordando com praticamente<br />

todos os autores já citados nesse trabalho, como o teclado dos computadores pode vir a ser um<br />

grande propagador de doenças infecciosas nos serviços de saúde, escolas e em qualquer lugar em<br />

que teclados são compartilhados. Afirma que limpezas e desinfecções regulares são essências, e<br />

chega à conclusão de que teclados de superfície sólida que são dispositivos utilizadores do sistema<br />

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de toque sensível são idéias para ambientes de controle de desinfecção, sendo mais fáceis de limpar,<br />

ocasionando assim uma menos possibilidade de contaminação.<br />

De acordo com os dados das literaturas citadas observamos que os micro-organismos<br />

encontrados são principalmente os encontrados na microbiota da pele como S. coagulase negativa e<br />

S. aureus além de micro-organismos da microbiota gastrointestinal como E. coli e Enterobacter sp.<br />

CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

Os computadores avaliados apresentaram positividade para bactérias, podendo estas se<br />

tornar patogênicas aos seres humanos, estes estando ou não em um estado imunológico<br />

comprometido. Portanto, é importante que a padronização de procedimento operacional padrão<br />

higienização para a limpeza de computadores e uma campanha de conscientização dos usuários para<br />

melhor higienização das mãos visando diminuir a transmissão destes micro-organismos de forma a<br />

reduzir o risco de uma possível infecção bacteriana.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Anastasiades, P.; Pratt, T. L.; Rousseau, L. H.; Joubert, G; Staphylococcus aureus on computer<br />

mice and keyboards in intensive care units of the Universitas Academic Hospital, Bloemfontein,<br />

and ICU staff's knowledge of its hazards and cleaning practices. South Afr J Epidemiol Infect, v.<br />

24, n. 2, 2009.<br />

Bonato, B. S.; Castro, F. F.; C., T. C.; Helena, R. P. G.. Oculares de microscópios podem ser<br />

veículos de contaminação? 81. Ed. NewsLab, 2007.<br />

Eltablawy, S.Y.; Elhifnawi H. N. Microbial Contamination of Some Computer Keyboards and Mice<br />

in National Center for Radiation Research and Technology (NCRRT) World Appl. Sci. J., v. 6, n. 2,<br />

2009, p. 162-167.<br />

Fukada, T.; Iwakiri, H.; Ozaki, M.. Anaesthetists’ role in computer keyboard contamination in an<br />

operating room. Journal of Hospital Infection, v.70, 2008, p.148-153.<br />

Hartmann, B.; Benson, M.; Junger, A.; Quinzio, L.; Fengler, B.; Wille, B.; Hempelmann, G.,<br />

Farber, U. W., Rohrig, R.. Computer keyboard and mouse as a reservoir of pathogens in an<br />

intensive care unit. Journal of Clinical Monitoring and Computing, v. 18, 2004, p. 7-12.<br />

Mangram, A. J.; Horan, T. C.; Pearson, M. L.; Silver, L.C.; Jarvis, W. R.. Centers for Disease<br />

Control and Prevention Hospital Infection Control Practices Advisory Committee, Guideline for<br />

prevention of surgical site infection, American Journal of Infection. Am. J. Infect. Control., v. 27,<br />

1997, p. 97-134.<br />

Marsden, R. A Solid-Surfaced Infection Control Computer Keyboard, oct, 2009.<br />

Murray, P. R.; Rosenthal, K. S. Pfaller, M. A. Microbiologia Médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora<br />

Guanabara Koogan S.A, 2010.<br />

Nelson, J.; Bivense, A.; Shinn, A.; Wanzer, L.; Kasper, C. Microbial Flora on Operating Room<br />

Telephones, Association of operating room nurses. AORN Journal, v. 83, 2006, p. 607.<br />

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Rutula, W. A.; White, M. S.; Gergen, M. F.; Weber, D. J. Bacterial Contamination of Keyboards:<br />

Efficacy and Functional Impact of Disinfectants. Infect Control Hosp Epidemiol., v, 27, 2006,<br />

p.372-377.<br />

Souza, A. C.; Oliveira, G. E. M.; Ogawa, W. N.; Poletto, K. Q. Microrganismos Encontrados em<br />

Dinheiro Brasileiro Coletado em Feira Livre. 77. Ed. NewsLab, 2006<br />

Schultz, M.; Gill, J.; Zubairi, S.; Huber, R.; Gordin, F. Bacterial contamination of computer<br />

keyboards in a teaching hospital. Infect Control Hosp Epidemiol., v. 24, n. 4, 2003, p. 302-303.<br />

Trabulsi, L. R. Microbiologia. 3. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2002.<br />

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