14.04.2013 Views

Fragmentos de um Fascínio - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Fragmentos de um Fascínio - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

Fragmentos de um Fascínio - Estudo Geral - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

11<br />

Pa l a v ra s d e aP re s e n t a ç ã o<br />

Carvalho analisa a presença da linguagem comercial na<br />

obra do autor <strong>de</strong> Mágoas Territoriais e – com expressões<br />

e termos como ‘moeda’, ‘carta comercial’, ‘cálculo’,<br />

negócio e contabilida<strong>de</strong>, prestar contas e ‘balanço à<br />

vida’, ‘poupar’ – e mostra como nela tem assento o banal<br />

quotidiano. Ressalta todavia do estudo que, mesmo no<br />

meio <strong>de</strong>ssa poética comercial, surgem noções que se<br />

impõem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a cultura da Grécia antiga: a fugacida<strong>de</strong><br />

e fragilida<strong>de</strong>, a memória.<br />

Em “José Jorge Letria e a máquina da escrita: a<br />

poesia até ao «colapso final»” (pp. 91 sqq.), mostra<br />

Teresa Carvalho que o poeta, «movido pelo <strong>de</strong>sejo do<br />

(auto)conhecimento» e busca <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, «caminha pelo<br />

labirinto das suas próprias galerias»; que a sua criação<br />

poética <strong>de</strong>fine «<strong>um</strong>a ars poetica que vem marcando <strong>um</strong>a<br />

vasta produção que recolhe da «arte <strong>de</strong> ser» e da «arte <strong>de</strong><br />

parecer» muito do seu fascínio» (p. 91). Apesar <strong>de</strong> tudo,<br />

a análise chama a atenção para esse labor poético que<br />

se volta para si mesmo ou «para a própria engrenagem<br />

poética» (p. 92), sublinhando a inquietação da máquina<br />

da escrita, a insatisfação, a autonomia da palavra, a<br />

ansieda<strong>de</strong>, a activida<strong>de</strong> febril, o furor poeticus que falam<br />

frequentes vezes na sua poesia; e a afirmação <strong>de</strong> que<br />

vagar e paciência, «que subjazem ao trabalho oficinal em<br />

poesia e à figura do fabbro da palavra, não são categorias<br />

que inscrevam na produção poética <strong>de</strong> J.J. Letria <strong>um</strong>a<br />

marca profunda» (p. 96).<br />

Por fim, o estudo “Sobre Retratos (e sobre quem<br />

os (d)escreve): ekphrasis em José Jorge Letria” (pp. 113<br />

sqq.) aborda a assídua relação da poesia <strong>de</strong> José Jorge

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!