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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM<br />

CURSO DE ENFERMAGEM<br />

O CUIDADO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE HOSPITALIZADO EM ESTADO<br />

EMINENTE DE DOR<br />

ANGELA MARIA CARDOSO<br />

BLUMENAU<br />

2010


ANGELA MARIA CARDOSO<br />

O CUIDADO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE HOSPITALIZADO EM<br />

ESTADO EMINENTE DE DOR<br />

Trabalho de Conclusão de Curso<br />

apresentado como requisito parcial para a<br />

obtenção do titulo de Enfermeiro do Curso<br />

de Enfermagem. Departamento de<br />

Enfermagem - Centro de Ciências da<br />

Saúde Universidade Regional de<br />

Blumenau- FURB.<br />

Orientadora: Profª. MSc Rosana Martineli.<br />

BLUMENAU<br />

2010


RESUMO<br />

A dor é considerada uma experiência subjetiva, deve ser avaliada e descrita como o<br />

quinto sinal vital. No entanto, observa que a pratica é pouco freqüente nos<br />

ambientes hospitalares. Considerado um mecanismo protetor e ocorre sempre que<br />

qualquer tecido é lesionado. A enfermeira além de avaliar a origem e o sitio da dor,<br />

avalia também os fatores que aumentem a percepção dela no paciente como o<br />

medo, apreensão, fadiga, raiva e isolamento social. O presente estudo teve como<br />

objetivo conhecer o cuidado do enfermeiro prestado ao paciente hospitalizado em<br />

estado eminente de dor. A pesquisa tratou-se de um estudo de caso de caráter<br />

qualitativo descritivo, exploratório. Desenvolvido na cidade de Blumenau, em uma<br />

instituição hospitalar referencia em transplantes hepáticos e renais, neurocirurgia e<br />

cardiologia, após autorização da instituição e assinatura do termo de consentimento<br />

livre e esclarecido. O setor de clínica cirúrgica foi de escolha da pesquisadora e a<br />

unidade em que se realizou a pesquisa a instituição definiu. O estudo foi<br />

desenvolvido em dois momentos, descritos a seguir: primeiramente foi realizado<br />

contato com a Enfermeira da unidade de Clínica Cirúrgica (unidade de transplantes),<br />

para apresentar o trabalho a ser realizado e no segundo momento, foi realizada<br />

observação das atividades desenvolvidas pela mesma em seu turno de trabalho.<br />

Sendo que aconteceu em dias alternados. O sujeito do estudo caracterizou-se por<br />

profissional enfermeiro, do sexo feminino com 26 anos idade. Formada e atuando a<br />

dois anos na instituição, está realizando pós-graduação em Urgências Clínicas. Os<br />

dados obtidos foram através da observação na atuação da enfermeira durante as<br />

visitas realizadas aos pacientes. Os dados foram registrados no diário de campo<br />

analisados, classificadas as informações e confrontado à luz da literatura. O<br />

presente estudo alcançou os objetivos propostos.<br />

Palavras-chave: Enfermeiro. Cuidado. Dor.


ABSTRACT<br />

Pain is considered a subjective experience, should be evaluated and described as<br />

the fifth vital sign. However, he notes that the practice is uncommon in hospital<br />

settings. Pain is a protective mechanism and occurs when any tissue is injured, and<br />

to evaluate the source and site of pain, the nurse also assesses the factors that<br />

increase the patient's perception of pain, such as fear and apprehension, fatigue,<br />

anger and social isolation. The practice experienced makes us think what is more<br />

important for patients to distinguish care during hospitalization with the need for<br />

current, making the most appropriate decision. The study adds to this effect, the<br />

objective of this work, we know the nursing care provided to patients hospitalized in a<br />

state of imminent pain. Research this was a case study of qualitative descriptive and<br />

exploratory. Developed in the city of Blumenau, in a reference hospital in liver and<br />

kidney transplants, neurosurgery and cardiology, after authorization of the institution<br />

and signing an informed consent. The study was conducted in two phases, described<br />

as follows: first contact was made with the Nurse Unit of Clinical Surgery<br />

(transplantation unit), to present the work to be done (Appendix 1). In the second,<br />

was achieved by the activities undertaken by himself on his shift. As has happened<br />

every other day. The study subject was characterized by professional nurse, female<br />

26 years old. Formed two years and working in the institution is carrying out<br />

postgraduate Emergency Care Clinics. The data obtained in the interviews were<br />

divided into topics and subtopics and presented on the basis of literature. This study<br />

achieved the objective and identified the care for hospitalized patients found in the<br />

nurse practice in a state of imminent pain. So during the research experience allowed<br />

us to evaluate the differences in practice: the reality and the criteria of the protocols.<br />

Possible to identify attitudes that may lead the nurse will fail in care, but achieving<br />

success, respecting moral values. Gaining satisfaction and value as a person and<br />

professional.<br />

Keywords: Nurse. Care. Pain.


Dedico este trabalho à minha família, em especial, à minha mãe Ivonete da<br />

Silva Cardoso e à memória de meu pai Aurélio Cardoso.<br />

Ao meu querido namorado, Kleber Geoubert Amaral Bueno, por me<br />

compreender e me amar.


AGRADECIMENTOS<br />

Agradeço à Deus por ter me dado forças quando necessitei trabalhar muito<br />

para garantir mensalidades pagas.<br />

Por ter me mantido acordada, ou oportunidade de dormir um pouco mais<br />

quando não havia tempo para dormir.<br />

E quando não conseguia alimentar-me adequadamente para poder estudar,<br />

fazia com que não sentisse fome.<br />

Agradeço por não ter me deixado desistir.<br />

Aos meus familiares Rosely Aparecida Cardoso Kovalczg, Sueli Aparecida<br />

Cardoso, Cleiton da Silva Cardoso, Fabio da Silva Cardoso, Sidnei da Silva<br />

Cardoso, Volni Cardoso, Richard Patrick Cardoso Malfatti, Ana Carolina Cardoso<br />

Silva, Aquilino Domingues da Silva, Altair Kovalczg, por me apoiarem.<br />

À professora Cláudia Regina Lima Duarte da Silva, por ter auxiliado na<br />

escolha do tema deste trabalho.<br />

À minha orientadora Rosana Martineli, em quem confiei durante a construção<br />

deste trabalho.<br />

Minhas amigas Luciana Mengarda e Marta Aparecida Rosa, pela<br />

compreensão e carinho durante a graduação.<br />

trabalho.<br />

À enfermeira Giselia Theiss, por ter aceitado participar da pesquisa.<br />

Todos que direta ou indiretamente colaboraram para a construção deste


“Tudo que desejamos conquistar somente será conquistado<br />

No dia em que colocarmos nossos pés no chão<br />

Para podermos correr atrás de nossos objetivos<br />

Sem esperar “que alguém os conquiste por nós”<br />

(CARDOSO, A.M, 2010).


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar<br />

Cm – centímetros<br />

DE – Diagnóstico de Enfermagem<br />

EE – Avaliação de Enfermagem ou Evolução de Enfermagem<br />

HDA – História da doença atual<br />

HE – Histórico de Enfermagem<br />

IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor<br />

IE – Implementação de Enfermagem<br />

JCHAO – Joint Commission on the Accreditation of Healthcare Organizations<br />

Mm – milímetros<br />

NANDA – North American Nursing Diagnosis Association<br />

PE – Planejamento de Enfermagem<br />

PE – Processo de Enfermagem<br />

SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem<br />

UTI – Unidade de Terapia Intensiva


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 – Primeiro prédio onde foi instalado o Hospital Santa Isabel ..................... 25<br />

Figura 2 – Entrada principal do Hospital Santa Isabel na atualidade ....................... 27<br />

Figura 3 – Escalas de dor ......................................................................................... 53


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12<br />

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 13<br />

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14<br />

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 14<br />

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 14<br />

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15<br />

3.1 ENFERMEIRO (A) ............................................................................................... 15<br />

3.2 HOSPITALIZAÇÃO ............................................................................................. 19<br />

3.3 DOR .................................................................................................................... 19<br />

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 23<br />

4.1 TIPO DE ESTUDO .............................................................................................. 23<br />

4.2 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 24<br />

4.3 CENÁRIO DA PESQUISA ................................................................................... 24<br />

4.4 PERÍODO DE INVESTIGAÇÃO .......................................................................... 27<br />

4.5 SUJEITOS DA PESQUISA .................................................................................. 28<br />

4.6 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 28<br />

4.7 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................... 29<br />

5 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................. 31<br />

5.1 PERCURSO METODOLÓGICO ......................................................................... 32<br />

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................... 33<br />

6.1 APRESENTAÇÃO DO SUJEITO ........................................................................ 33<br />

6.1.1 Quanto ao gênero ............................................................................................ 33<br />

6.1.2 Quanto à profissão ........................................................................................... 34<br />

6.1.3 Quanto a especialização .................................................................................. 35<br />

6.1.4 Quanto ao tempo de formação ......................................................................... 36<br />

6.2 IDENTIFICANDO COMO O ENFERMEIRO RECONHECE O ESTADO<br />

EMINENTE DE DOR ................................................................................................. 37<br />

6.2.1 Visita diária ao paciente ................................................................................... 38<br />

6.2.1.1 Histórico de Enfermagem .............................................................................. 40<br />

6.2.1.1.1 Anamnese .................................................................................................. 40<br />

6.2.1.2 Exame físico .................................................................................................. 42


6.2.1.3 Verificar data de validade dos dispositivos .................................................... 47<br />

6.2.1.4 Orientações: exames, procedimentos, higiene e conforto, visitas, refeições,<br />

visitas médicas .......................................................................................................... 47<br />

6.2.2 Questionamentos verbais quanto à localização, tipo e intensidade da dor forte<br />

ou fraca ..................................................................................................................... 48<br />

6.2.3 Expressão facial do paciente ............................................................................ 54<br />

6.2.4 Gemidos ........................................................................................................... 56<br />

6.3 ASSISTENCIAIS ................................................................................................. 58<br />

6.4 VISITA DIÁRIA AO PACIENTE ........................................................................... 58<br />

6.5 CUIDADO ............................................................................................................ 59<br />

6.6 PESQUISA .......................................................................................................... 59<br />

6.6.1 Análise do prontuário do paciente .................................................................... 59<br />

6.7 GERENCIAL ........................................................................................................ 60<br />

6.7.1 Delegação ........................................................................................................ 60<br />

6.7.2 Supervisão ....................................................................................................... 60<br />

6.7.3 Avaliação .......................................................................................................... 61<br />

6.8 ENSINO ............................................................................................................... 61<br />

6.8.1 Aspectos facilitadores e dificultadores no planejamento do enfermeiro ........... 62<br />

6.8.1.1 Dificultadores ................................................................................................. 62<br />

6.8.1.2 Facilitadores .................................................................................................. 63<br />

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 65<br />

ANEXOS E APÊNDICE ............................................................................................ 75


1 INTRODUÇÃO<br />

O interesse pela realização deste trabalho emergiu das experiências as quais<br />

vivenciei nas instituições de saúde, em que a dor era o principal motivo das pessoas<br />

estarem procurando seus serviços. Passei então a imaginar como seria a assistência<br />

prestada pelos profissionais perante tal situação. Por acreditar nas possibilidades de<br />

um cuidado humanizado, considerei o Enfermeiro como chave para muitas<br />

respostas.<br />

Conforme Pedroso e Celich (2006) a dor é considerada uma experiência<br />

subjetiva, descrita como o quinto sinal vital, assim devendo ser avaliada, registrado<br />

regularmente como os outros parâmetros fisiológicos.<br />

O homem é um ser relacional, portanto vivencia o mundo em presença com<br />

os outros. Esta presença foi manifestada no processo de cuidar, pela<br />

disponibilidade, sensibilidade, responsabilidade e empatia, tendo<br />

comprometimento e vontade de cuidar do outro como ele quer ser cuidado<br />

(CELICH, 2004, p. 82).<br />

Para Buógo (2000, p. 32) é através do encontro de olhares que podemos<br />

sentir o outro, suas alegrias, suas tristezas, suas angustias e seus medos; portanto,<br />

no encontro de cuidado, o olhar é revelador; através dele o ser humano diz muito<br />

sem nada ter dito, isto é, um modo de falar em silencio. Portanto é no silencio que se<br />

podem revelar os significados que estão subentendidos, pois está repleto de<br />

palavras.<br />

A estrutura existencial do processo de cuidar, de acordo com Crossetti (1997,<br />

p. 149 apud CELICH, 2004, p. 30) tem em si “as relações ambientais, técnicas<br />

científicas e pessoais, o caminho em que cuidados e cuidantes vão construindo o<br />

seu existir, bem como pelos seus modos de Ser-aí e pela morte, o evento finito no<br />

mundo do cuidar”. Portanto, ainda pode ser entendido como todas aquelas<br />

condições necessárias para que aconteça o cuidado humanizado, tais como:<br />

ambiente de trabalho, a organização no que tange a recursos físicos e humanos, à<br />

competência dos profissionais para a realização das atividades que lhes são<br />

atribuídas, às relações pessoais, que acontecem entre os membros da equipe, bem<br />

como com os pacientes e seus familiares, processo de enfermagem, enfatizando a<br />

12


necessidade de adequar conhecimento e habilidade como base das ações,<br />

convergindo-as para as necessidades de cada paciente.<br />

Conforme Gueler (1990, p.35) o paciente hospitalizado sofre uma mudança<br />

de vida, a qual poderá variar em seus efeitos, dependendo fundamentalmente da<br />

reação, idade, estado econômico da pessoa, bem como a razão da sua<br />

hospitalização.<br />

“A dor é um mecanismo protetor. A dor ocorre sempre que qualquer tecido é<br />

lesionado, fazendo com que o individuo reaja para remover o estímulo doloroso”<br />

(GUYTON; HALL, 2006, p.589).<br />

Segundo Smeltzer e Bare (2005) além de avaliar a origem e o sitio da dor, a<br />

enfermeira também avalia os fatores que aumentam a percepção da dor do<br />

paciente, como o medo e apreensão, fadiga, raiva e isolamento social.<br />

Sabemos que o paciente hospitalizado necessita de cuidados e atenção em<br />

todos os aspectos. Mas o estado eminente de dor deveria ser avaliado com critérios<br />

fidedignos.<br />

Sendo assim, podemos evidenciar que o Enfermeiro é o profissional<br />

adequado na avaliação do paciente no estado eminente de dor, por possuir<br />

conhecimentos científicos para uma avaliação eficiente.<br />

Foi pensando no cuidado ao paciente, que elaborei esta pesquisa. Com o<br />

intuito de conhecer “O Cuidado do Enfermeiro ao Paciente Hospitalizado em Estado<br />

Eminente de Dor”. Acompanhando este profissional em suas atividades<br />

desenvolvidas na instituição em que presta serviço, durante seu turno de trabalho,<br />

em dias diferentes. Sem interferir nas suas condutas ou decisões.<br />

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA<br />

de dor?<br />

Qual o cuidado do Enfermeiro ao paciente hospitalizado, em estado eminente<br />

13


2 OBJETIVOS<br />

2.1 OBJETIVO GERAL<br />

Conhecer o cuidado do enfermeiro prestado ao paciente hospitalizado em<br />

estado eminente de dor.<br />

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

a) Identificar como o enfermeiro reconhece o estado eminente de dor do<br />

paciente hospitalizado;<br />

b) Identificar os cuidados que são prestados pelo Enfermeiro ao paciente<br />

hospitalizado no estado eminente de dor.<br />

14


3 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

Trata-se de informações do tema já definido enfatizando conceitos e<br />

características que norteiam para o desenvolvimento do trabalho. Justificadas com<br />

as devidas fontes, as quais são referencias de autores de livros, citações, artigos.<br />

Para Boff (1997) “Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê<br />

com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de<br />

vista é à vista de um ponto”.<br />

3.1 ENFERMEIRO (A)<br />

Segundo Gueler (1990) a enfermeira deverá planificar bem a segurança do<br />

paciente no âmbito hospitalar, promovendo sono e descanso para ele, prevenindo<br />

depressão, cuidando da administração exata dos medicamentos e injeções,<br />

preparando o enfermo para os exames diagnósticos, especialmente nos períodos<br />

pré e pós-operatórios.<br />

A enfermeira na análise de Silva (1986, p. 64) desde meados dos anos 1960 no<br />

Brasil, é detentora de uma profissão assalariada, com suas atividades centradas<br />

basicamente no hospital, dirigida por uma medicina que lhe guiou os passos no<br />

conhecimento científico e lhe ditou normas de trabalho. Trata-se de uma profissão<br />

que ainda não conquistou o espaço pretendido dentre as profissões da área da<br />

saúde.<br />

(...) Creio que os trabalhadores resistem com métodos sutis e interessantes.<br />

Constantemente se opõem e transformam parcialmente os métodos de<br />

controle, em ocasiões para resistir e conservar suas próprias normas que<br />

guiarão o processo laboral. Qualquer reprodução em marcha se cumpre não<br />

somente com aceitação das ideologias dominantes, como também com a<br />

oposição e as resistências (SILVA, 1986, p. 64).<br />

Para Loyola (1987 apud REZENDE, 1995, p. 20) “as enfermeiras incorporam<br />

os aspectos sociais e religiosos de seu ideal profissional na figura abnegada e dócil<br />

do ‘anjo branco’, que serve com perfeição ao Estado e ao poder médico, à medida<br />

que elas se tornam corpos dóceis e disciplinados”.<br />

15


Conforme Nóbrega-Therrien e Almeida (2007) a gênese da profissão de<br />

enfermagem poderia ser encontrada na origem e análise das primeiras formas de<br />

cuidados, na identificação das cuidadoras e de como evoluíram, cuidados e<br />

cuidadoras, em um esforço para se transformarem como profissão.<br />

Segundo Enguita (1991) a enfermeira de assistência é a mais “apenada”, não<br />

só em razão das formas concretas de dominação que esta padece, sobretudo, no<br />

espaço hospitalar, como por suas condições de trabalho, turnos difíceis de cumprir,<br />

excessiva carga de trabalho, reduzida autonomia, que a fazem empreender uma<br />

busca pelo reconhecimento da sua função fundamental, em uma tentativa de<br />

mostrar, também, o poder invisível, mas que está contido neste mesmo cuidado e<br />

assistência.<br />

Para Althusser (1992) a enfermeira, no entanto, já guarda uma grande<br />

autonomia no que se relaciona a como e quando essa assistência ao cuidado deve<br />

ser desenvolvida.<br />

Segundo Tronchin (2005) ao conhecer os diferentes métodos de aferição de<br />

custos, os enfermeiros podem auxiliar na geração de informações que subsidiem a<br />

missão de melhorar o desempenho e eficiência da sua unidade ou serviço, bem<br />

como da organização com um todo.<br />

De acordo com Munhoz (2002) o enfermeiro, ao elaborar e utilizar os<br />

protocolos de enfermagem está fornecendo subsídios para o estabelecimento dos<br />

custos-padrão relacionados à assistência de enfermagem.<br />

Para os autores Leão e Chaves (2007) o enfermeiro:<br />

Tem sua atuação favorecida, quer pela visão holística assistencial, quer pela<br />

sua essência de atividade que é o cuidar do paciente. Essa maior proximidade<br />

durante um período de tempo permite uma observação mais acurada do processo<br />

que o paciente vivencia.<br />

Deverá conhecer a farmacocinética a farmacodinâmica das drogas utilizadas,<br />

bem como os seus possíveis efeitos colaterais, já que são comprovadamente<br />

reconhecidos os benefícios do tratamento farmacológico na dor pós-operatória.<br />

O enfermeiro deve encorajar o paciente, no sentido de que reconheça e<br />

explore sensações, pensamentos, emoções e comportamentos,<br />

proporcionando-lhe uma a atmosfera sem características de julgamento e<br />

um clima emocional terapêutico (LEÃO; CHAVES, 2007).<br />

16


Para Boykin (1998 apud CELICH, 2004, p.28) cuidado é processo que se<br />

desdobra continuamente, que se concretiza na atitude, na vontade e na necessidade<br />

de um atendimento que se baseia no conhecimento do outro ser, na capacidade de<br />

amar, na prestação de um atendimento singular e na relação de cumplicidade com o<br />

outro.<br />

O cuidado em enfermagem não difere em nada do cuidado ao ser humano de<br />

forma geral, (por ser um ser sempre complexo) em todas as fases do ciclo vital e em<br />

todos os tipos de agravo à saúde.<br />

“Cada pessoa é única, portanto deve receber um tratamento individualizado,<br />

quer ele focalize a nutrição, a medicação, quer seja feito de exercícios físicos ou de<br />

meditação” (SILVA, 2000).<br />

Segundo Silva (2000) a valorização do positivo da vida pode ser percebida<br />

ainda nos passos de um paciente que há tempos não se levanta. Mesmo que sejam<br />

passos inseguros, amparados por muletas ou próteses, eles nos fazem vibrar, pois<br />

ali está a vida se expressando.<br />

1.1.1 Atribuições do profissional enfermeiro<br />

Enquanto trabalho coletivo, as ações de enfermagem são executadas em<br />

conjunto com outros trabalhos realizados por agentes da equipe multiprofissional de<br />

saúde, ou seja, o médico, nutricionista, terapeuta ocupacional, psicólogo,<br />

fisioterapeuta, outros. Esse trabalho realizado em equipe, que consiste em uma<br />

modalidade peculiar de organização do trabalho coletivo, pode ser executado de<br />

forma fragmentada com as ações dos diferentes profissionais, ou de forma<br />

articulada, que oferece assistência integral de enfermagem e da atenção integral à<br />

saúde (CIAMPONE, PEDUZZI, 2000; PEDUZZI, 2001).<br />

O enfermeiro deve estar habilitado a tomar decisões, deverá estabelecer<br />

prioridades e planejar os cuidados de enfermagem aos pacientes. Ele é responsável<br />

pelo bom funcionamento do setor, responsável por criar um espírito de equipe de<br />

forma que todos tenham satisfação em trabalhar e tragam contribuições positivas ao<br />

grupo. O enfermeiro guia, incentiva e supervisiona a equipe em suas tarefas<br />

(KURCGANT, 2005).<br />

17


Para Chiavenato (2000) a liderança é necessária em todos os tipos de<br />

organização humana, principalmente nas empresas e em cada um de seus<br />

departamentos, sendo essencial em todas as funções da administração, sendo<br />

assim o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as<br />

pessoas, isto é, liderar. O líder é a pessoa que sabe conjugar e ajustar todas as<br />

características; apresenta características marcantes de personalidade por meio das<br />

quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas.<br />

No processo de trabalho gerencial, os objetivos de trabalho do enfermeiro são<br />

a organização do trabalho e os recursos humanos de enfermagem. Para a execução<br />

desse processo, é utilizado um conjunto de instrumentos técnicos próprios da<br />

gerência, ou seja, o planejamento, o dimensionamento de pessoal de enfermagem,<br />

o recrutamento e seleção de pessoal, a educação continuada e/ou permanente, a<br />

supervisão, a avaliação de desempenho dos outros, além dos diferentes saberes<br />

administrativos (FELLI, 2002).<br />

Em Atkinson (1989) podemos dizer que, de acordo com a situação, as ações<br />

de enfermagem podem englobar diversas técnicas, que podem ser desenvolvidas de<br />

forma direta ou indireta através de:<br />

a) Aproveitamento de um relacionamento confiante;<br />

b) Criação de um ambiente calmo;<br />

c) Criação de uma sensação de conforto geral;<br />

d) Mudanças de posição;<br />

e) Distração para desviar a sua atenção da dor;<br />

f) Alteração na condução do estímulo;<br />

g) Técnicas de modificação comportamental;<br />

h) Promoção da autoconfiança;<br />

i) Estabelecimento de uma boa comunicação-empatia;<br />

j) Apoio emocional ao doente e família.<br />

Além destas medidas, o enfermeiro pode, no intuito de uniformizar a prática<br />

com linguagem específica, após a elaboração do diagnóstico de enfermagem de dor<br />

aguda ou crônica, utilizar experiências da prática clínica na intenção de uniformizar<br />

as ações do enfermeiro junto aos pacientes a seus cuidados, sendo, portanto, uma<br />

taxonomia como os diagnósticos de enfermagem.<br />

18


3.2 HOSPITALIZAÇÃO<br />

No contexto Silva (2000) cada pessoa é única, portanto deve receber um<br />

tratamento individualizado, quer ele focalize a nutrição, a medicação, quer seja feito<br />

de exercícios físicos ou de meditação. Durante a hospitalização, geralmente, o<br />

cliente é submetido a procedimentos dolorosos, sobretudo nos setores de terapia<br />

intensiva. Embora a dor se faça tão presente nesse cotidiano e seus estudos tenham<br />

evoluído muito nos últimos anos, ainda existem lacunas no conhecimento sobre<br />

esse evento. Vale ressaltar que a equipe de enfermagem é quem efetivamente<br />

convive mais tempo com o cliente; dessa forma, se faz necessário que saiba<br />

conhecer os sinais de dor para assim buscar intervir corretamente no seu alívio.<br />

Os hospitais são sempre espaços para cura ou lugares de médicos ou<br />

enfermeiras (NOBREGA-THERRIEN; CHAVES, apud SILVA, 2007).<br />

De acordo com Canalis (1992 apud SILVA, 2007) anteriormente nos hospitais,<br />

havia as chamadas casas de caridade ou misericórdia, como as criadas em Paris no<br />

ano de 1651, mas que não cumpriam com a finalidade para quais foram criadas, que<br />

era a de abrigar, sobretudo, os mendigos. Foram posteriormente substituídos pela<br />

criação do hospital geral.<br />

Segundo Canalis (1992 apud SILVA, 2007) a institucionalização do hospital<br />

implicava a própria reprodução de pessoal, a partir das escolas e de um rígido<br />

sistema interno disciplinar.<br />

Para Nóbrega e Chaves (2007 apud SILVA, 2007) entendemos a relação<br />

identificada no depoimento entre enfermeira e paciente como uma relação que em<br />

determinadas circunstancias se caracteriza pelas relações que também envolvem<br />

poder. Não são relações que envolvem a troca, uma vez que há desigualdades de<br />

condições entre as partes envolvidas. É uma relação que sempre envolve<br />

dependência, portanto, o poder está sempre presente.<br />

3.3 DOR<br />

No contexto de Pedroso e Celich (2006) dor é definida pela Sociedade<br />

19


Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como uma experiência sensitiva<br />

emocional desagradável relacionada à lesão tecidual ou descrita em tais termos.<br />

Trata-se de uma manifestação subjetiva, que envolve mecanismos físicos, psíquicos<br />

e culturais.<br />

No desvelar dos autores Guyton e Hall (2006, p.589 a 603) afirmam que:<br />

a) A dor pode ser desencadeada por vários tipos de estímulos. Eles são<br />

classificados como estímulos dolorosos mecânicos, térmicos e químicos.<br />

Em geral, a dor rápida é desencadeada por tipos de estímulos mecânicos<br />

e térmicos, enquanto a dor crônica pode ser desencadeada pelos três<br />

tipos de estímulos.<br />

b) Algumas das substancias que excitam o tipo químico de dor são a<br />

bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e<br />

enzimas proteolíticas. Além disso, as prostaglandinas e a substancia P<br />

aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam<br />

diretamente estas terminações. As substâncias químicas são<br />

especialmente importantes na estimulação do tipo de dor lenta e<br />

persistente que ocorre após lesão tecidual.<br />

c) Dor rápida é sentida dentro de 0,1 segundo após a aplicação de um<br />

estimulo doloroso, enquanto a dor lenta começa somente após um<br />

segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários segundos e<br />

algumas vezes durante minutos. A dor rápida também é descrita por meio<br />

de vários nomes alternativos, como dor pontual, dor em agulhada, dor<br />

aguda e dor elétrica. Este tipo de dor é sentido quando uma agulha é<br />

introduzida na pele, quando a pele é cortada por uma faca, ou quando a<br />

pele é agudamente queimada. Ela também é sentida quando a pele é<br />

submetida a um choque elétrico.<br />

d) Dor pontual-rápida não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo.<br />

e) Dor lenta também possui vários nomes, como dor em queimação, dor<br />

persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor crônica. Este tipo de dor<br />

geralmente esta associado à destruição tecidual. Ela pode levar a um<br />

sofrimento prolongado e insuportável e pode ocorrer na pele em quase<br />

todos os órgãos ou tecidos profundos.<br />

f) Dor Referida frequentemente, é quando uma pessoa sente dor em uma<br />

parte do corpo que fica distante do tecido causador da dor. Por exemplo, a<br />

20


dor em um dos órgãos viscerais geralmente é referida a uma área na<br />

superfície do corpo. O conhecimento dos diferentes tipos de dor referida é<br />

importante no diagnóstico clínico, pois em várias doenças viscerais o único<br />

sinal clínico é a dor referida.<br />

g) Dor Visceral, é a dor oriunda de diferentes vísceras do abdome e do tórax<br />

é um dos poucos critérios que podem ser utilizados para o diagnóstico de<br />

inflamação visceral, doença visceral infecciosa e outros males viscerais.<br />

Geralmente, as vísceras possuem receptores sensoriais exclusivos para a<br />

dor. Além disso, a dor visceral difere da dor superficial em vários aspectos<br />

importantes.<br />

Dor é uma resposta orgânica de que algo errado está ocorrendo. A dor é,<br />

portanto, uma forma de proteção do corpo para que evitemos suas causas<br />

ou fatores de piora. Decorre “daí que busquemos diminuí-la, por exemplo,<br />

através do repouso, do jejum, de analgésicos e de outros tratamentos<br />

(WOLFF apud SILVA, 2007).<br />

Ao entendimento de Macedo e Werlang (2006) a dor na tentativa de suicídio:<br />

as relações existentes entre trauma, dor psíquica e ato são abordadas por meio da<br />

análise do caso clínico de uma pessoa que efetivou uma tentativa de suicídio.<br />

Explora-se a inter-relação entre o traumático, a ruptura das barreiras de proteção ao<br />

psiquismo e o predomínio do irrepresentável que tem como conseqüência o ato de<br />

tentar tirar a própria vida. A partir da metapsicologia psicanalítica, nomeia-se a<br />

tentativa de suicídio como um ato-dor.<br />

Ao compartilhar saberes, Sarti (2001 apud SILVA, 2007) descreve um tipo de<br />

dor como a Dor cultural, que manifesta-se claramente a relação entre o indivíduo e a<br />

sociedade. As formas de sentir e de expressar a dor são regidas por códigos<br />

culturais e a própria dor, como fato humano, constitui-se a partir dos significados<br />

conferidos pela coletividade, que sanciona as formas de manifestação dos<br />

sentimentos. Embora singular para quem a sente, a dor se insere num universo de<br />

referências simbólicas, configurando um fato cultural.<br />

No entender de Krymchantowski (2008) a Dor de cabeça cientificamente<br />

denominada cefaléia, é definida como a presença de sensação dolorosa na cabeça<br />

no pescoço e na face. As cefaléias podem ser primárias, causadas por distúrbios<br />

bioquímicos do próprio cérebro, que prejudicam o funcionamento de<br />

neurotransmissores ou seus receptores, desencadeando a dor. Portanto, são elas<br />

21


próprias, a doença e o sintoma. O exemplo mais conhecido é a enxaqueca, doença<br />

do cérebro transmitida e herdada geneticamente. As cefaléias do tipo tensional, a<br />

cefaléia em salvas e as hemicranias paroxísticas, também provocadas por<br />

desequilíbrios no funcionamento químico do cérebro.<br />

Considera também Krymchantowski (2008) que as cefaléias podem ser<br />

secundárias quando causadas por problemas em quaisquer regiões do corpo, como<br />

tumores cerebrais, meningites, aneurismas, problemas dos olhos, ouvidos, garganta<br />

e até um simples resfriado.<br />

Para Leão e Chaves (2007) nas escalas de categorias numéricas ou escalas<br />

de categoria verbal é solicitado ao cliente classificar a severidade da percepção,<br />

sensação da dor. Nas escalas verbais é usado um conjunto de descritores<br />

específicos, como por exemplo: nenhuma dor, dor fraca, dor moderada, dor severa<br />

Usualmente o cliente lê essa lista e escolhe a palavra que melhor descreve a<br />

intensidade da dor sentida. A escala numérica consiste numa série de números que<br />

variam de 0 a 10 ou 0 a 100, com os pontos finais representando experiências de<br />

dor extrema, usualmente denominada de “nenhuma dor” ou “pior dor possível”,<br />

respectivamente. Neste caso, o cliente escolhe um número que melhor representa a<br />

intensidade subjetiva da dor.<br />

Ainda descrevem a escala de dor Análoga Visual, essa escala consiste de<br />

uma linha de 10 centímetros (cm) de comprimento com os seus extremos rotulados<br />

como “nenhuma dor” e “a pior dor imaginável” ou “dor intolerável”. Os clientes são<br />

instruídos a marcar na linha uma indicação da gravidade da dor sentida. Os valores<br />

em milímetros (mm) ou centímetros (cm) usualmente indicados no verso da escala<br />

representam, portanto, a intensidade da dor percebida.<br />

Segundo Borg (2000) as expressões de diferentes tipos de dor podem se<br />

sobrepor bastante, porque a dor é apenas um sintoma somático específico, como<br />

uma dor nociceptiva relacionada a certo órgão do corpo, mas, ao contrário, é um<br />

sintoma psicossomático, com reações fisiológicas que interagem com o<br />

funcionamento mental do indivíduo, sua personalidade, sua motivação, suas<br />

emoções e seus fatores cognitivos .<br />

22


4 METODOLOGIA<br />

“O método é a alma da teoria” (LÊNIN, 1965, apud MINAYO, 1994, p. 17).<br />

Dizia Dilthey que o método é “necessário para sermos mais generosos, diríamos<br />

como não somos gênios, precisamos de parâmetros para caminhar no<br />

conhecimento” (DILTHEY 1956, apud MINAYO, 1994, p. 17).<br />

Para Minayo (1994) entendemos por metodologia o caminho do pensamento<br />

e a prática exercida na abordagem da realidade. Enquanto abrangência de<br />

concepções teóricas de abordagem, a teoria e a metodologia caminham juntas, e<br />

geram conhecimento. Enquanto conjunto de técnicas, a metodologia deve dispor de<br />

um instrumental claro, coerente, elaborado, capaz de encaminhar os impasses<br />

teóricos para o desafio da prática.<br />

4.1 TIPO DE ESTUDO<br />

A pesquisa tratou-se de um estudo de caso de caráter qualitativo descritivo,<br />

exploratório, que ocorreu através de observação realizada pela pesquisadora<br />

durante a atuação da enfermeira em sua prática diária.<br />

Para Merriam (1998 apud SILVA, 2007) o estudo de caso é caracterizado<br />

como descritivo, quando apresenta um relato detalhado de um fenômeno social que<br />

envolva, por exemplo, sua configuração, estrutura, atividades, mudanças no tempo e<br />

relacionamento com outros fenômenos. Procura ilustrar a complexidade da situação<br />

e os aspectos nela envolvidos. Normalmente os estudos de caso essencialmente<br />

descritivos são ateóricos, não se guiam por hipóteses previamente estabelecidas<br />

nem buscam a formulação de hipóteses genéricas. São consideradas importantes<br />

na medida em que apresentam informações sobre fenômenos pouco estudados.<br />

Freqüentemente formam uma base de dados para futuros trabalhos comparativos e<br />

da formulação de teoria.<br />

Segundo Teles (1998 apud SILVA, 2007) a pesquisação pode ser definida<br />

com um tipo de pesquisa social de base empírica, conhecida e realizada sem a<br />

ênfase da preocupação cientifica formal baseada na quantificação. Sua tônica é a<br />

23


estreita relação com a ação ou a resolução de um problema de ordem coletiva.<br />

busca a valoração da compreensão e da interação entre os diferentes<br />

Pesquisadores e os membros da situação investigal.<br />

Para Demo (2001 apud MINAYO, 2004) no momento em que a pesquisa<br />

qualitativa estabelece o seu lugar, a busca pelo aprimoramento na pesquisa em<br />

organizações passa também pela discussão da cientificidade na pesquisa<br />

qualitativa.<br />

No entender de Flick (2004) a pesquisa qualitativa não se baseia em um<br />

conceito teórico e metodológico unificado. Várias abordagens teóricas e seus<br />

métodos caracterizam as discussões e a pratica da pesquisa. Os pontos de vista<br />

subjetivos são um primeiro ponto de partida. Uma segunda corrente de pesquisa<br />

estuda a elaboração e o curso das interações, ao passo que uma terceira busca<br />

reconstruir as estruturas do campo social e o significado latente das praticas.<br />

Segundo Gil (1987) as pesquisas exploratórias têm como principal finalidade<br />

“desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, com vistas na formulação de<br />

problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos de caso”.<br />

4.2 LOCAL DA PESQUISA<br />

O estudo foi realizado em um hospital de grande porte do Médio Vale do<br />

Itajaí, na cidade de Blumenau no Estado de Santa Catarina.<br />

4.3 CENÁRIO DA PESQUISA 1<br />

O Hospital Santa Isabel começou sua trajetória com a chegada das primeiras<br />

irmãs da Divina Providência ao Brasil, em 1895. Durante os primeiros anos,<br />

praticaram a enfermagem ambulante em toda a região. Na época, o Dr. Ernst<br />

Sappelt, que trabalhava em Blumenau, pediu para as irmãs que cuidassem dos seus<br />

pacientes mais graves. Foi então que elas providenciaram um quarto para o<br />

1 Todas as informações sobre o cenário da pesquisa estão disponíveis em: www.santaisabel.com.br.<br />

24


tratamento dos doentes, localizado dentro do Colégio Sagrada Família, e que, aos<br />

poucos, tornou-se insuficiente devido à chegada de mais doentes. Era chegada a<br />

hora de ampliar a estrutura.<br />

As irmãs utilizaram uma casa ao lado do colégio, ilustrado na Figura 1. A casa<br />

foi reformada e logo foi construída uma sala de cirurgia. Muitas senhoras da<br />

sociedade blumenauense arrecadaram fundos para pagar as despesas com a<br />

reforma e as construções. Nascia, em 4 de outubro de 1909, o Hospital Santa Isabel.<br />

Figura 1 – Primeiro prédio onde foi instalado o Hospital Santa Isabel<br />

Mais tarde, o Padre Marzellus, superior dos reverendos padres franciscanos<br />

do Convento dos Franciscanos de Blumenau, observando a necessidade de<br />

ampliação do Hospital Santa Isabel, consultou seu amigo, o engenheiro Bundgens,<br />

que apresentou algumas plantas para a construção de um novo hospital.<br />

Alunos do Colégio Sagrada Família e do Colégio Franciscano ajudaram na<br />

arrecadação de fundos para a nova construção. Mesmo durante as obras, o hospital<br />

não parou de funcionar, atendendo à população da região.<br />

Em 15 de outubro de 1916, terminava a construção do Hospital Santa Isabel,<br />

inaugurado com uma grande festa que envolveu toda a comunidade. A competência<br />

25


dos médicos, irmãs e enfermeiras trouxeram grandes benefícios para toda a<br />

população blumenauense.<br />

Inicialmente, o hospital contava com dois salões com 20 leitos cada, mas a<br />

partir de 1916, não parou de crescer. Hoje, conta com mais de 20 mil metros<br />

quadrados de área construída. Foi pioneiro na implantação de equipamentos e<br />

serviços como Raios-X (em 1920), Tomografia Computadorizada (1982), Angiografia<br />

Digital (1992) e serviço de Medicina Nuclear (1992).<br />

Em 1973 deu-se início aos trabalhos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).<br />

Em 1976 criou-se a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e começou<br />

o funcionamento da sala de Hemodiálise. A história dos transplantes no hospital tem<br />

início em 1980, com o primeiro transplante renal. Os primeiros transplantes<br />

cardíacos e de fígado do estado seriam realizados em 2000 e em 2002,<br />

respectivamente, no próprio Hospital Santa Isabel.<br />

O Hospital obteve renome pela região Sul do Brasil, recebendo do Ministério<br />

da Saúde o Prêmio de Qualidade Hospitalar (Categoria Estadual), em 2001,<br />

conquistando o prêmio Hospital Best (como Melhor Hospital de Santa Catarina), em<br />

2004, e sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde como a melhor Comissão de<br />

Transplantes de Órgãos do país, em 2006.<br />

O Hospital Santa Isabel se caracteriza pela liderança nos serviços de alta<br />

complexidade em Santa Catarina. Pioneirismo, infraestrutura, atendimento<br />

humanizado e competência da equipe médica são marcas dos serviços.<br />

Com uma média de 14 mil internações por ano e um Serviço de Emergência<br />

que atende toda a região do Médio Vale do Itajaí, o Santa Isabel conta com uma<br />

equipe de cerca de 700 colaboradores, além dos profissionais de serviços<br />

terceirizados, como Laboratório e Diagnóstico por Imagem. O trabalho<br />

multidisciplinar das equipes permite uma atenção a todos os aspectos da saúde do<br />

paciente, com objetivo de proporcionar uma recuperação rápida e completa. Na<br />

Figura 2 a entrada atual da instituição.<br />

26


Figura 2 – Entrada principal do Hospital Santa Isabel na atualidade<br />

Os valores da Instituição estão assim definidos:<br />

Missão: oferecer serviços de excelência em saúde, com ética, direcionados à<br />

promoção da vida, buscando inovação e aperfeiçoamento humano.<br />

Visão: ser reconhecida como a melhor Instituição prestadora de Serviços de<br />

Saúde na região Sul do Brasil, sendo autossustentável, proporcionando a satisfação<br />

dos clientes e colaboradores.<br />

Valores: humanização e solidariedade; carisma e espiritualidade;<br />

competência; comprometimento; inovação; ética.<br />

4.4 PERÍODO DE INVESTIGAÇÃO<br />

O período de investgação compreendeu de Julho a Novembro de 2010.<br />

27


4.5 SUJEITOS DA PESQUISA<br />

Os critérios para seleção da pesquisa foram uma enfermeira formada e<br />

atuante na clínica cirúrgica especializada em transplantes, de uma Instituição de<br />

referência, situada no Médio Vale do Itajaí, que aceitou participar da pesquisa<br />

mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE<br />

(ANEXO 1).<br />

4.6 COLETA DE DADOS<br />

O estudo foi desenvolvido em uma clínica cirúrgica por definição da<br />

pesquisadora, a unidade especializada em transplantes foi escolha da instituição.<br />

Distinguiu-se em dois momentos descritos a seguir:<br />

Baseado em Becker (1994 apud MINAYO, 2004) referindo-se à coleta de<br />

dados, a partir do momento que o objeto de pesquisa é escolhido pelo próprio<br />

pesquisador isso, de certa forma, desmistifica o caráter de neutralidade do<br />

pesquisador perante a sua pesquisa, já que na maioria das vezes, a escolha do<br />

objeto revela as preocupações científicas do pesquisador que seleciona os fatos a<br />

serem coletados, bem como o modo de recolhê-los.<br />

a) O primeiro momento aconteceu no dia 28/09/2010, no período da manhã.<br />

Primeiramente foi realizado contato com a Enfermeira da unidade para<br />

apresentar o trabalho a ser realizado. Após a assinatura do termo de<br />

consentimento livre e esclarecido, iniciou-se a observação das atividades<br />

da mesma durante o período em que a pesquisadora esteve na unidade.<br />

Utilizou-se um roteiro de campo elaborado pela mesma (APÊNDICE 1)<br />

para melhor direcionar a observação. Depois realizado o<br />

acompanhamento durante as visitas da enfermeira nos quartos dos<br />

pacientes. Todas as observações referentes ao estado eminente de dor<br />

foram registradas no diário de campo.<br />

28


) O segundo momento deu-se em 30/09/2010. Foi realizada observação das<br />

atividades desenvolvidas pela enfermeira em seu turno de trabalho e<br />

registradas no diário de campo, utilizado roteiro de campo elaborado.<br />

4.7 ANÁLISE DE DADOS<br />

Conforme Polit (apud MINAYO, 2004) a finalidade das análises de dados,<br />

independentemente do tipo de dado ou tradição de pesquisa subjacente, é<br />

organizar, fornecer e extrair os significados dos dados da pesquisa.<br />

Os aspectos observados na atuação do enfermeiro em seu turno de trabalho<br />

no período da manhã em dias diferentes, ao paciente hospitalizado em estado<br />

eminente de dor, foram descritos no diário de campo. Após realizado entrevista com<br />

sujeito da pesquisa, aplicado questionário, e posteriormente gravada e transcrita.<br />

resultados.<br />

Os dados da entrevista não foram utilizados para a a discussão dos<br />

Considerou-se pela pesquisadora que a observação da atuação do<br />

enfermeiro durante as visitas realizadas nos quartos dos pacientes foram mais ricas<br />

comparando com a entrevista.<br />

Porém como as respostas dada pela entrevistada condizem com os relatos da<br />

mesma durante sua atuação na visita de enfermagem referente ao estado eminente<br />

de dor do paciente hospitalizado, resolvemos manter a transcrição da entrevista<br />

semi-estruturada no (APÊNDICE 2) para responder aos objetivos do trabalho.<br />

Parece impossível compreender a realidade social total, se não se admite<br />

que esta superposição de planos submetidos a um determinante mais ou<br />

menos flexível, repousa sobre um solo vulcânico, onde se agita o que há de<br />

mais espontâneo e inesperado na vida coletiva: as condutas criadoras, as<br />

idéias e valores coletivos, os estados mentais e os atos psíquicos coletivos<br />

(GURVITCH, 1954 apud MINAYO, 2004, p. 113).<br />

Após a análise dos dados coletados classificamos as informações do diario de<br />

campo e confrontamos à luz da literatura.<br />

Minayo (2003, p. 74) enfatiza que a análise de conteúdo visa verificar<br />

hipóteses e ou descobrir o que está por trás de cada conteúdo manifesto. “(...) o que<br />

29


está escrito, falado, mapeado, figurativamente desenhado e/ou simbolicamente<br />

explicitado sempre será o ponto de partida para a identificação do conteúdo<br />

manifesto (seja ele explícito e/ou latente).<br />

A análise e a interpretação dos conteúdos obtidos enquadram-se na condição<br />

dos passos (ou processos) a serem seguidos. Reiterando, diríamos que para o<br />

efetivo “caminhar neste processo”, a contextualização deve ser considerada como<br />

um dos principais requisitos, e, mesmo, “o pano de fundo” no sentido de garantir a<br />

relevância dos resultados a serem divulgados e, de preferência, socializados<br />

(PUGLISI;FRANCO,2005,p.24).<br />

Conforme Luna (1997 apud CELICH, 2004, p. 27) “a revisão de literatura em<br />

um trabalho de pesquisa pode ser realizada com os objetivos determinação do<br />

“estado da arte”.<br />

Para Gil (1987) a investigação científica depende de um “conjunto de<br />

procedimentos intelectuais e técnicos” para que seus objetivos sejam atingidos: os<br />

métodos científicos.<br />

30


5 ASPECTOS ÉTICOS<br />

Sobre os aspectos éticos foram adotados os parâmetros conforme a<br />

resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta pesquisa<br />

envolvendo seres humanos, como segue:<br />

a) preservação do sigilo e não indentificação dos participantes;<br />

b) exposição clara aos participantes do motivo deste estudo, bem como seus<br />

objetivos;<br />

c) participação voluntária dos referidos participantes.<br />

Sendo assim, o projeto foi encaminhado para autorização prévia da instituição<br />

e após para avaliação do Comitê de Ética da Universidade Regional de Blumenau -<br />

FURB. Os dados foram coletados após a assinatura do Termo de Consentimento<br />

Livre e Esclarecido – TCLE (ANEXO 1).<br />

31


5.1 PERCURSO METODOLÓGICO<br />

Pesquisa estudo de<br />

caso<br />

Coleta de dados através<br />

de observação<br />

Análise dos dados<br />

Resultados<br />

Conhecer o cuidado do<br />

enfermeiro ao paciente<br />

hospitalizado em estado<br />

eminente de dor<br />

Acompanhar o enfermeiro<br />

durante as atividades<br />

desenvolvidas no seu<br />

turno de trabalho<br />

Após transcrição<br />

da observação realizada<br />

pela pesquisadora os<br />

dados foram analisados a<br />

luz da literatura<br />

- Como reconhece e identifica<br />

o estado eminente de dor.<br />

- Cuidados prestados pelo<br />

enfermeiro ao paciente em<br />

estado eminente de dor<br />

32<br />

Art. científicos, livros, TCC,<br />

dissertação, sites.<br />

Conhecer o cuidado do enfermeiro<br />

prestado ao paciente hospitalizado em<br />

estado eminente de dor.<br />

Identificar como o enfermeiro<br />

reconhece o estado eminente de<br />

dor do paciente hospitalizado.<br />

Avaliação da dor<br />

Identificar os cuidados prestados<br />

ao paciente hospitalizado em<br />

estado eminente de dor.<br />

- Visita diária aos pacientes<br />

- Questionando verbalmente<br />

- Gemido<br />

- Expressão facial do paciente<br />

- Assistenciais<br />

- Gerencial<br />

- Ensino<br />

- Pesquisa


6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />

Neste capítulo apresentaremos os resultados da pesquisa que compõem<br />

apresentação do sujeito da pesquisa, identificar como o enfermeiro reconhece o<br />

estado eminente de dor e Identificar os cuidados prestados pelo enfermeiro aos<br />

pacientes em estado eminente de dor.<br />

6.1 APRESENTAÇÃO DO SUJEITO<br />

Enfermeira formada à 2 anos, tem 26 anos de idade, cursando pós graduação<br />

em Urgencias Clínicas. Atuante na Clínica Cirurgica especializada em transplantes<br />

da instituição em presta serviços, tempo de atuação o mesmo da formação.<br />

Apóa a apresentação do sujeito apresentaremos a caracterização quanto ao<br />

perfil do sujeito.<br />

6.1.1 Quanto ao gênero<br />

Segundo Collins (1989 apud SILVA, 2007) mesmo quando se aceitou a<br />

integração da mulher nas fileiras medicas do século XIX, a herança estratificação da<br />

mulher perdura, com a existência da profissão de enfermagem como um enclave<br />

separado e diferenciado, na verdade, de um serviço domestico, mas essencialmente<br />

homogeneizado pelo sexo e sem canais de promoção até as posições superiores da<br />

medicina.<br />

A mulher atualmente está sendo valorizada e respeitada, atingindo<br />

expectativas nas suas execuções. Pessoa forte e decidida, sempre pronta, “cabeça<br />

erguida”.<br />

“Gênero e poder são categorias inseparáveis. Para ela, o conceito de gênero<br />

atribui para sentido às relações de poder” (SCOTT, 1990, p. 14).<br />

33


6.1.2 Quanto à profissão<br />

Para Moreira (1999) a enfermagem, como magistério, é caracterizada como<br />

uma profissão de mulheres, profissão esta que no mundo publico, representava uma<br />

extensão do lar, de um feminino dócil, que cuida, nutre e educa.<br />

Em relação à mulher como enfermeira, observa-se que elas estão em<br />

destaque. Em maioria, distribuídas em todas as instituições de saúde de todo o<br />

mundo, ocupando seu papel mais que merecido.<br />

Segundo Sobral (1994) a enfermagem refere ser uma profissão de mulheres,<br />

do gênero feminino, que envolve representações sociais inerentes as características<br />

de uma mulher ideal na sociedade ainda denominada pelos homens, por submissão,<br />

abnegação, pureza, humildade e domesticidade.<br />

Avalia-se que a profissão enfermagem, nos tempos de hoje, ainda sofre<br />

preconceitos e desvalorizações. Tanto pela sociedade, quanto no âmbito de<br />

trabalho.<br />

A enfermeira, na análise de Silva (1986, p. 64) desde meados dos anos 1960<br />

no Brasil, é detentora de uma profissão assalariada, com suas atividades centradas<br />

basicamente no hospital, dirigida por uma medicina que lhe guiou os passos no<br />

conhecimento cientifico e lhe ditou normas de trabalho. Trata-se de uma profissão<br />

que ainda não conquistou o espaço pretendido dentre as profissões da área de<br />

saúde.<br />

Esta é uma realidade que se observa mudanças no cenário atual, o<br />

enfermeiro quanto profissão tem conquistado espaço e respeito na área da saúde,<br />

para tal ele precisa ter autonomia e conhecimento.<br />

Observou-se durante a realização da pesquisa que a instituição em que o<br />

sujeito presta serviços, é provida de jovens atuantes como enfermeiros (ªs).<br />

Para Nóbrega-Therrien e Almeida (2007) como a profissão de enfermagem no<br />

Brasil é exercida predominantemente por mulheres, trata-se de uma profissão<br />

tipicamente feminina. Portanto, a questão de gênero (e no caso, o poder) não pode<br />

ser desarticulada da questão da enfermeira como mulher, ou da mulher como<br />

enfermeira. São dimensões simultâneas, de uma mesma totalidade, impostas por<br />

práticas sociais historicamente determinadas.<br />

34


O enfermeiro apresenta papel fundamental nas instituições de saúde.<br />

Representa uma grande maioria entre os demais profissionais que atuam nesta<br />

área, desempenhando suas funções com comprometimento.<br />

6.1.3 Quanto a especialização<br />

O sujeito da pesquisa esta cursando pós- graduação. É importante que o<br />

profissional enfermeiro seja capacitado, para demandar suas funções com maior<br />

confiabilidade, a fim de garantir o cuidado com conhecimento cientifico e atualizado<br />

assegurando atendimento ao cliente com qualidade e segurança.<br />

Segundo Silva e Ferreira (2008) a especialização do saber e do cuidar,<br />

constitui na realidade consubstanciada pelo rápido desenvolvimento de novos<br />

conceitos e tecnologias, e pela abertura de novos campos de atuação e pesquisa.<br />

Uma profissão reconhecida, para Ehrenreich e English (1981 apud<br />

NÓBREGA-THERRIEN; ALMEIDA, 2007) não é simplesmente um grupo de espertos<br />

que se proclamam como tais, mas sim uma corporação que tem autoridade<br />

legalmente reconhecida para selecionar seus membros e regular sua prática<br />

profissional, ou seja, para monopolizar determinado campo de atividade, sem<br />

interferências exteriores, assim a capacitação é fundamental para o reconhecimento<br />

do seu trabalho.<br />

O enfermeiro cada vez mais esta se mostrando um profissional de qualidade<br />

no mercado de trabalho. Utiliza estratégias que beneficiam o cuidado ao paciente,<br />

através do gerenciamento, ensino, pesquisa e assistência.<br />

Para Schon (1993) Fenstemarcher (1988) e Therrien (1998) citados por<br />

Nóbrega-Therrien e Almeida (2007) a enfermeira se apresenta como sujeito<br />

reflexivo, aquele que fundamenta sua ação em uma prática reflexiva, isso só se da<br />

com a qualificação resultando na qualidade do serviço.<br />

35


6.1.4 Quanto ao tempo de formação<br />

Relacionado ao tempo de formação, considera Siqueira (apud CELICH, 2004)<br />

que a vocação tem que ser muito latente já no período de formação, quando se é<br />

absorvido pelo mercado de trabalho, já há metas de excelência no atendimento, a<br />

ser cumpridas. Aí se deve conectar o conhecimento adquirido às necessidades da<br />

empresa. É o lado vocacional aliado ao conhecimento.<br />

No desvelar de Gonzáles e colaboradores (1999 apud CELICH, 2004) uma<br />

das formas para se alcançar o êxito profissional é aprender a ajudar, é estabelecer<br />

com o outro uma relação para o crescimento conjunto, é buscar recursos com e<br />

através da experiência de outros cuidadores que se juntam a própria vivencia.<br />

Portanto cada um tem recursos que podem apoiar o outro e que precisam ser bem<br />

utilizados na conquista da autonomia e valorização profissional.<br />

Fundamenta-se que o mais importante hoje para as instituições, é o<br />

conhecimento e a qualidade na assistência. O tempo de formação já não se faz mais<br />

o privilégio do enfermeiro.<br />

De acordo com Martins (2006 apud CELICH, 2004) os fatores que estimulam<br />

o profissional a permanecer em uma organização e o tempo de trabalho em uma<br />

instituição, pode estar associado à proposta de trabalho da mesma, satisfação<br />

individual, envolvimento institucional e estabilidade adquirida pelo tempo de serviço.<br />

Acredita-se que no caso do sujeito da pesquisa, o tempo de formação o<br />

beneficia, pois é o mesmo da atuação. Quando o enfermeiro é recém formado não<br />

tem vícios de profissões anteriores, sendo assim seu trabalho torna-se mais eficaz<br />

por não fazer comparações de uma instituição com a outra, e atribui às normas e<br />

regimentos com mais seriedade e dedicação. Permitindo que adquira mais<br />

conhecimentos no decorrer de sua jornada de trabalho. Trazendo também<br />

benefícios para instituição para qualidade da assistência aos clientes e uma boa<br />

imagem perante a sociedade.<br />

Os enfermeiros ingressantes são, em geral, submetidos a um programa de<br />

treinamento antes de assumirem suas funções. A duração, o conteúdo, os métodos<br />

adotados, a avaliação dos resultados, as estratégias para a integração do recém-<br />

admitido, suas experiências de trabalho e as relações com os profissionais do setor<br />

36


são aspectos fundamentais na elaboração e operacionalização dos programas de<br />

capacitação (SIQUEIRA, 2005, p.252).<br />

6.2 IDENTIFICANDO COMO O ENFERMEIRO RECONHECE O ESTADO<br />

EMINENTE DE DOR<br />

A pesquisadora acompanhou o profissional Enfermeiro em dois momentos<br />

durante as atividades desenvolvidas pelo mesmo, em horário de trabalho, e em dias<br />

alternados, através da observação constatou que o estado eminente de dor foi<br />

identificado durante as visitas nos quartos aos pacientes, através de conversa com<br />

os mesmos. A enfermeira relata que se os pacientes estivessem com dor ela<br />

perceberia, foram realizadas visitas de enfermagem a todos os pacientes, dos<br />

visitados somente dois foram questionado verbalmente quanto à possibilidade de<br />

estar com dor, sendo que um deles foi realizado exame físico e o outro não. Um<br />

paciente relatou estar com dor antes de ser questionado ao entrarmos no quarto.<br />

Não foi utilizado nenhum instrumento para mensurar a dor, e também a<br />

sistematização da assistência de enfermagem (SAE).<br />

Para Celich (2004) o ser cuidado revelar por sua expressividade os mais<br />

profundos sentimentos e a solicitar que alguém o escute e atenda seus anseios, que<br />

compartilhe este momento de sua existência na condição de ser hospitalizado.<br />

Neste entender, emerge da interpretação dos discursos da corporeidade, ou seja, é<br />

a linguagem do corpo que se mostra como linguagem humana.<br />

Para Pollacck (1997 apud CELICH, 2004) é na corporeidade que se<br />

compreende o outro e se percebem as coisas, não se podendo compreender o gesto<br />

do outro, a não ser pela comunicação existente entre eu e ele.<br />

Conforme Celich (2004) cuidar do outro autenticamente é perceber seus<br />

gestos, sua postura corporal e expressões é compreender seus sentimentos e<br />

emoções. Para tanto, é preciso ser sensível para enxergar além do que os olhos<br />

vêem ouvir e entender além do que as palavras dizem. Notar procurando observar<br />

gestos, olhares, silêncio e até mesmo o que a ausência quer comunicar.<br />

Portanto, consideramos que a promoção de um cuidado holístico que envolva<br />

as necessidades bio-psico-sócio-espiritual e emocional perpassa por um processo<br />

37


comunicativo eficaz entre enfermeiro-cliente. Todavia entendemos que o processo<br />

de comunicação se constrói de diferentes formas, e que para haver comunicação a<br />

expressão verbal (através do uso das palavras) ou não-verbal (a postura, as<br />

expressões faciais, gestos, aparência e contato corporal) de um dos sujeitos, tem<br />

que ser percebida dentro do universo de significação comum ao outro. Caso isso<br />

não aconteça, não haverá a compreensão de sinais entre os sujeitos, inviabilizando<br />

o processo comunicativo e conseqüentemente comprometendo o cuidado.<br />

6.2.1 Visita diária ao paciente<br />

Sob este aspecto, o enfermeiro que acompanha o processo de saúde e<br />

doença do paciente diariamente, consegue de certa forma, perceber a mudança<br />

verbal, fisiológica e de comportamento em que se apresenta. Isto quer dizer que, se<br />

o ser cuidado mudou seu estado de saúde de um momento para o outro, este<br />

enfermeiro perceberá imediatamente quando realizar a visita no quarto, ao entrar em<br />

contato com o paciente.<br />

Para Ouimette, Doyle e Ahlberg (2004) além de uma educação continuada<br />

relacionada à comunicação sugerimos a visita diária de enfermagem como um<br />

importante artifício para identificar o nível de necessidade de segurança, amor, auto-<br />

estima, espiritualidade e bio-fisiológicas do cliente. É a partir da visita de<br />

enfermagem que o enfermeiro estabelece um processo de comunicação com o<br />

cliente possibilitando o esclarecimento de dúvidas quanto à evolução e prognóstico<br />

do cliente, aos procedimentos a serem realizados, normas e rotinas da instituição,<br />

desempenhando um importante papel na redução dos quadros de tensão e<br />

ansiedade que repercutem no quadro clínico do cliente.<br />

O enfermeiro tem responsabilidades e deveres, desempenha um papel<br />

importante no planejamento dos cuidados ao paciente. É capaz de interagir com sua<br />

equipe para a melhoria da assistência e responsabilidade no que se vai realizar.<br />

Conforme Backes (2009) o enfermeiro quando realiza a visita aos pacientes<br />

está representando o elo entre a equipe o paciente e a família.<br />

O enfermeiro tem o maior contato com o paciente e os familiares durante a<br />

internação. Portanto o respeito e a amizade têm um valor significativo para o<br />

38


paciente estar bem emocionalmente. Se a equipe não tem um bom relacionamento<br />

com a família? Poderá alterar o estado emocional do paciente, dificultando a<br />

recuperação. O enfermeiro está correto em construir a boa imagem de sua equipe<br />

perante os familiares e pacientes.<br />

Realizar diariamente visita de enfermagem ao paciente é de suma<br />

importância. O enfermeiro além de ter maior contato com a paciente consegue atuar<br />

nas situações que poderão ocorrer no período de trabalho. Conhecendo melhor o<br />

paciente e seus familiares.<br />

Faz parte da visita a busca por informações pertinentes ao estado clínico do<br />

paciente, não somente as suas queixas verbais. O enfermeiro deve avaliar o<br />

paciente fisicamente observando alterações e sintomas físicos ou emocionais, não<br />

verbalizados.<br />

Para tanto se faz imprescindível seguir passos para a efetividade desta<br />

função que cabe exclusivamente ao enfermeiro.<br />

quadro:<br />

Para uma avaliação adequada segue-se informações no correspondente no<br />

Histórico de enfermagem<br />

Verificação de datas e validade<br />

dos dispositivos<br />

Realizar orientações<br />

Quadro 1 – Roteiro para visita ao paciente<br />

Fonte: Elaborado pela pesquisadora.<br />

Anamnese<br />

Exame físico<br />

Visita nos quartos: pensa-se a percepção que o enfermeiro tem do paciente é<br />

o principal determinante da qualidade do cuidado que está sendo prestada. Para<br />

conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isso seus conhecimentos e<br />

habilidades, é importante que tenha uma avaliação sistematizada. Dialogo claro e<br />

especifico, oportunizando ao paciente e familiar uma percepção de segurança nos<br />

cuidados que serão prestados.<br />

39


A visita diária ao paciente compõe especificamente da avaliação geral do<br />

paciente. Realizar coleta de dados referente à situação saúde e doença. Exame<br />

físico, observando todas as anormalidades. Encontrando outros dados que o<br />

paciente não relatou. Percepção da expressão facial, ansiedade, irritabilidade.<br />

Localização e extensão, quais fatores provocam a dor. Utilizar instrumentos que<br />

possa ser mensurada a dor, com o intuito de atuar especificamente no foco<br />

causador, garantindo a qualidade na assistência.<br />

6.2.1.1 Histórico de Enfermagem<br />

O levantamento de dados pelo profissional, utilizando o histórico de<br />

enfermagem, não deve ser mais importante do que o paciente.<br />

Segundo Souza (2009) o histórico de enfermagem pode adequar-se ás<br />

necessidades da clientela. Assim tem como desígnio buscar informações a cerca de:<br />

idade, sexo, profissão, e procedência do paciente. Algumas patologias são<br />

características de determina e estilos das faixas etárias, identificar fatores de risco<br />

para a saúde, os hábitos pessoais, antecedentes familiares e dados<br />

complementares referentes ás condições e estilos de vida. A identificação entre os<br />

dados subjetivos e objetivos, para a identificação de problemas de enfermagem, é o<br />

grande desafio para o enfermeiro, ao sistematizar o cuidado.<br />

6.2.1.1.1 Anamnese<br />

Para Neto (2006) a anamnese é o primeiro tópico a ser executado quando<br />

nos defrontamos com o paciente. Portanto, deve-se dar a mesma importância para<br />

esta etapa quanto é dada para o exame do paciente, pois é neste momento que o<br />

profissional interage pela primeira vez com o paciente, é neste instante que se<br />

“quebra o gelo”, onde sentimos o nível sociocultural, o perfil emocional.<br />

Segundo o autor os itens compreendidos na anamnese basicamente são:<br />

40


a) Identificação do paciente - importante para o início da relação, onde os<br />

pacientes devem ser tratados pelo nome e não pela enfermidade, como:<br />

“sabe aquele paciente do abscesso, ou do câncer de língua”. Os itens:<br />

sexo, idade, etnia (cor/raça), naturalidade, profissão ou atividade, são<br />

relevantes para elencar as doenças que mais afetam tais dados. O<br />

endereço do paciente e telefones para contato devem estar precisos e<br />

atualizados.<br />

b) Queixa principal e duração - costuma-se utilizar as palavras do paciente<br />

para descrever a queixa (caroço, bolinha, ferida, irritação...) e mesmo que<br />

não se lembre da duração, sugerimos alguns períodos de tempo para que<br />

ele tenha parâmetros aproximados.<br />

c) História da doença atual (HDA) - consiste na evolução da enfermidade,<br />

como toda história deve ter um começo, meio e fim.<br />

d) Antecedentes mórbidos- o interesse é avaliar as doenças ocorridas, ou<br />

que ainda possua. Tais enfermidades são separadas didaticamente em<br />

gerais e as regionais.<br />

e) Gerais - costuma-se perguntar desde as doenças da infância (sarampo,<br />

varicela, parotidite epidêmica, rubéola, entre outras) até o presente<br />

momento da consulta. Todas as doenças referidas deverão ser anotadas<br />

para posterior interpretação, como diabetes, hipertensão, cardiopatias,<br />

pneumopatias, entre outras. Podem-se adicionar os medicamentos<br />

utilizados, bem como, suas posologias.<br />

f) Antecedentes familiais - investigação sobre as condições de saúde dos<br />

ascendentes (pais / avós) que possam repercutir no paciente, história de<br />

câncer na família, diabetes, hipertensão.<br />

g) Hábitos e vícios: hábito é uma ação repetitiva, como escovação dental e o<br />

uso de fio dental, enxágues, higiene corporal, palitar os dentes, atividades<br />

físicas, entre outras. Já o vício é uma ação repetitiva com dano ou prejuízo<br />

ao paciente, como o vício do uso do tabaco – tabagismo, álcool – etilismo,<br />

onicofagia (roer unha), mordiscar a mucosa jugal, morder objetos<br />

(desgaste dental ou trauma em mucosas).<br />

h) Observações - este item é reservado para qualquer informação adicional<br />

que não tenha sido abordado anteriormente ou para referir os<br />

medicamentos (quando vários) utilizados, ou até informações como uso de<br />

41


anticoncepcionais, suplementos vitamínicos, perfil psicológico do paciente,<br />

uso de próteses ou qualquer particularidade com elas, entre outras<br />

informações.<br />

Com base nas afirmações do autor, podemos evidenciar que não há uma<br />

fórmula definida para a anamnese perfeita a ser utilizada para todas as<br />

especialidades, o que há é um roteiro que serve de base. Com o tempo cada<br />

profissional fará sua anamnese personalizada, dando enfoque a sua especialidade,<br />

aprofundando e direcionando as perguntas de acordo com o problema a ser<br />

solucionado.<br />

6.2.1.2 Exame físico<br />

Perante afirmações de Smeltzer e Bare (2005) o exame físico pode ser<br />

realizado antes, no decorrer ou depois da história de saúde dependendo dos<br />

estados físicos e emocionais do paciente e das imediatas da situação.<br />

Na concepção de Weber e Kelley (2003 apud SMELTZER; BARE, 2005)<br />

embora a sequência do exame físico dependa das circunstancias e do motivo da<br />

busca de cuidados de saúde pelo paciente, o exame completo geralmente<br />

prossegue da seguinte forma:<br />

a) Pele;<br />

b) Cabeça e pescoço;<br />

c) Tórax e pulmões;<br />

d) Mamas;<br />

e) Sistema cardiovascular;<br />

f) Abdome;<br />

g) Reto;<br />

h) Genitália;<br />

i) Sistema neurológico;<br />

j) Sistema musculoesquelético.<br />

De acordo com Weber e Kelley (2003 apud SMELTZER; BARE, 2005) na<br />

prática clínica, todos os sistemas corporais relevantes são avaliados durante todo o<br />

exame físico, não necessariamente na sequencia descrita.<br />

42


Dizem Bevilacqua (1997), Epstein (1998), e Potter (2002) consideram o<br />

exame físico deve ser céfalo-caudal. Sempre inspecionar, palpar, percutir e<br />

auscultar, com exceção do abdome. Verificar simetria de ambos os lados do corpo,<br />

proceder à educação e orientação ao autocuidado. Usar abreviaturas e termos<br />

técnicos nas orientações, considerar fatores que influenciam nos sinais vitais.<br />

Segundo Bevilacqua (1997), Epstein (1998) e Potter (2002) dependerá de<br />

como e quando é realizado o exame. Alguns clientes podem sentar- se outros estão<br />

restritos ao leito.<br />

Consideram ainda Bevilacqua (1997), Epstein (1998) e Potter (2002) alguns<br />

itens a seguir:<br />

Técnica e preparo:<br />

a) Ambiente deve ser tranquilo;<br />

b) Assegurar a privacidade do cliente;<br />

c) Lavar as mãos antes e depois;<br />

d) Preparo psicológico;<br />

e) Ajudar o cliente a subir e descer da mesa de exame;<br />

f) Aquecer estetoscópio.<br />

Preparo do cliente:<br />

a) Explicar a finalidade do exame;<br />

b) Ao examinar cada sistema orgânico, explicar com maior detalhe;<br />

c) Deixar o cliente relaxado e manter o contato visual;<br />

d) Nunca forçar o cliente a continuar;<br />

e) Adaptar a velocidade do exame de acordo com a tolerância física e<br />

emocional do cliente;<br />

f) Acompanhar as expressões faciais do cliente;<br />

g) Ao examinar a genitália (caso o cliente permita), manter uma terceira<br />

pessoa de preferência do mesmo.<br />

h) Material<br />

i) Balança;<br />

j) Esteto;<br />

43


k) Esfigmomanômetro;<br />

l) Lupa;<br />

m) Espátula;<br />

n) Termômetro;<br />

o) Fita métrica;<br />

p) Lanterna;<br />

q) Luvas (em caso de precaução de contato); estes são os principais<br />

instrumentos.<br />

Diante do exposto Weber e Kelley (2003 apud SMELTZER; BARE, 2005)<br />

ainda citam que os instrumentos básicos do exame físico são a visão, audição, tato<br />

e olfato. Esses sentidos humanos podem ser aumentados por instrumentos<br />

especiais (p. ex.: estetoscópio, oftalmoscópio e martelo de reflexo) que são<br />

extensões dos sentidos humanos; eles são instrumentos simples que qualquer um<br />

pode aprender a usar bem. A experiência vem com a prática, e a sofisticação surge<br />

com a interpretação do que é visto e ouvido. As quatro técnicas fundamentais<br />

usadas no exame físico são a inspeção, palpação, percussão e ausculta.<br />

Inspeção: a inspeção consiste no processo de observação. Um exame visual<br />

das partes do corpo deve-se perceber os sinais precoces de anormalidades. A<br />

prática leva o enfermeiro a perceber as variações de uma pessoa para a outra<br />

(BEVILACQUA 1997; EPSTEIN; 1998; POTTER, 2002).<br />

Postura e estatura: a postura de alguns pacientes. Porém quando<br />

apresentam dificuldades respiratórias ou outras complicações, procuram ficar<br />

sentados ou sentados eretos. Outros preferem deitar por alguma complicação<br />

abdominal. Ainda tem aqueles por algum tipo de irritação ou dor, andam pelo quarto,<br />

ficam inquietos. Portanto, afirma, a postura que a pessoa assume frequentemente<br />

proporciona informações valiosas sobre a doença (SMELTZER; BARE, 2005).<br />

Movimentos corporais: as anormalidades do movimento corporal podem ser<br />

de dois tipos gerais: ruptura generalizada do movimento voluntário ou involuntário e<br />

assimetria do movimento. A primeira categoria inclui os tremores de uma ampla<br />

variedade; alguns tremores podem acontecer em repouso (doença de Parkinson),<br />

enquanto outros ocorrem apenas no movimento voluntario (ataxia cerebelar). Outros<br />

tremores podem existir durante o repouso e a atividade (síndrome da abstinência do<br />

álcool, tireotoxicose) (SMELTZER; BARE, 2005).<br />

44


Ainda afirmam Smeltzer e Bare (2005) alguns movimentos voluntários e<br />

involuntários são finos; outros bastante grosseiros. No extremo estão os movimentos<br />

convulsivos da epilepsia ou tétano, os involuntários e irregulares (febre reumática);<br />

outros incluem, espasticidade (tônus muscular aumentado), espasmos musculares,<br />

marcha anormal e assimetria de movimento apenas um lado do corpo é afetado<br />

(acidente vascular cerebral). Também queda de um lado da face, paralisia ou<br />

fraqueza dos membros em um lado do corpo.<br />

Nutrição: a avaliação do estado nutricional de uma pessoa na percepção de<br />

Braunschweig, Gomez e Sheean (2000 apud SMELTZER; BARE, 2005) fornece<br />

informações sobre, obesidade, subdesnutrição, perda de peso, desnutrição,<br />

deficiências de nutrientes específicos, anormalidades metabólicas efeitos dos<br />

medicamentos sobre a nutrição.<br />

Padrão da fala: segundo Smeltzer e Bare (2005) a fala pode ser indistinta por<br />

causa de doença do Sistema nervoso Central, ou em virtude de lesão dos nervos<br />

cranianos. A lesão recorrente do nervo laríngeo produzira rouquidão, como<br />

acontecera com os distúrbios que produzem edema ou inchação das cordas vocais.<br />

A fala pode estar vacilante, indistinta ou interrompida em seu fluxo em alguns<br />

distúrbios.<br />

Sinais vitais: o registro dos sinais vitais faz parte de todo exame físico.<br />

Medições da pressão arterial, frequência de pulso, frequência respiratória e<br />

temperatura corporal são obtidas e registradas. O “quinto sinal vital”, a dor, também<br />

é avaliado e registrado, quando necessário.<br />

Palpação: de acordo com Potter (2002) palpação envolve o uso do sentido do<br />

tato: avalia-se resistência, elasticidade, aspereza, textura e mobilidade. As pontas<br />

dos dedos são utilizadas para avaliar, textura, forma, tamanha e consistência. O<br />

dorso da mão avalia a temperatura. A palma da mão e sensível a vibração. As<br />

modalidades de palpação podem ser:<br />

a) Superficial – até 1 cm<br />

b) Profunda – até 2,5 cm<br />

c) Bimanual – com as duas mãos juntas.<br />

Citaremos a seguir baseado em Potter (2002) as áreas e critérios de avaliação,<br />

são elas:<br />

45


a) Pele - temperatura, hidratação, resistência, textura, tensão e elasticidade,<br />

sensibilidade;<br />

b) Fígado e Intestino - tamanho, forma, sensibilidade, presença ou ausência<br />

de massa;<br />

c) Pulmões - Vibração de sons locais;<br />

d) Tireóide e Linfonodos - aumento, simetria, mobilidade, tamanho,<br />

sensibilidade, localização;<br />

e) Artérias - amplitude, frequência, ritmo do pulso, elasticidade arterial;<br />

f) Músculos - tamanho, forma, tônus sensibilidade e rigidez.<br />

Percussão: Para Potter (2002) são cinco os sons básicos da percussão:<br />

a) Timpânico: como um tambor (víscera vazia);<br />

b) Ressonância: oco (pulmão normal);<br />

c) Hiper-ressonante: pulmão enfisematoso;<br />

d) Maciço: sólido (víscera cheia, ou fígado);<br />

e) Som claro: músculo.<br />

Para Potter (2002) a Percussão é bater no corpo com as pontas dos dedos<br />

para demarcar, muitas prática se faz necessária para se tornar competente na<br />

técnica.<br />

Ausculta: Conforme Smeltzer e Bare (2005) a ausculta é uma competência de<br />

ouvir os sons produzidos dentro do corpo, criados pelo movimento do ar ou liquido.<br />

Os exemplos incluem os sons respiratórios, a voz proferida, os sons intestinais os<br />

sopros e os sons cardíacos. Os sons fisiológicos podem ser normais (p.ex.: primeiro<br />

e segundo batimento batimentos cardíacos) ou patológicos (p. ex.: sopros cardíacos<br />

na diástole ou estertores no pulmão). Alguns sons normais podem estar distorcidos<br />

por anormalidades das estruturas através das quais o som faz o trajeto (p.ex.:<br />

alterações na característica dos sons respiratórios quando eles fazem o trajeto pelo<br />

pulmão consolidado do paciente com pneumonia lobar), e o abdômen os ruídos<br />

hidroaéreos.<br />

Utiliza estetoscópio para ausculta: O sino do estetoscópio deve ser utilizado<br />

para auscultar sons mais graves (sons cardíacos anormais). Usar o diafragma para<br />

sons cardíacos, intestinais e pulmonares normais. É a audição dos sons produzidos<br />

pelo corpo (POTTER, 2002).<br />

46


6.2.1.3 Verificar data de validade dos dispositivos<br />

Consideram Silva, Siqueira e Santos (2008) quanto aos dispositivos venosos,<br />

para adulto, maior risco após 72h às 96h, recomendado a troca da punção após<br />

esse período. Complicações mecânicas ou infecciosas são as principais causas de<br />

remoção ou recolocação desses dispositivos (infiltrações, hematoma, flebite, trauma<br />

químico, trauma infeccioso).<br />

Corroborando com o autor é fundamental que o profissional ao realizar a visita<br />

também verifique os artefatos inseridos ao paciente.<br />

6.2.1.4 Orientações: exames, procedimentos, higiene e conforto, visitas, refeições,<br />

visitas médicas<br />

De acordo com IDEC (2003) receber informações claras, objetivas, completas<br />

e compreensíveis sobre seu estado de saúde, hipóteses diagnosticas, exames<br />

solicitados e realizados, tratamentos ou procedimentos propostos, inclusive seus<br />

benefícios e riscos, duração e alternativas de solução. Devem ser detalhados os<br />

possíveis efeitos colaterais de medicamentos, exames e tratamentos a que será<br />

submetido. Suas dúvidas devem ser prontamente esclarecidas.<br />

Sendo assim uma comunicação clara e compreensível sem uso de jargões<br />

clínicos devem ser utilizados pelo enfermeiro. Todos os passos da SAE estão na<br />

íntegra no Anexo 2.<br />

Para Ferreira (1990) citado por Celich (2004) a sistematização da assistência<br />

possibilita ao enfermeiro uma diretriz a seguir para a definição do seu papel e do seu<br />

espaço de atuação, saindo do assistir intuitivo, assistemático, para o agir<br />

organizado.<br />

De acordo com Celich (2004) afirma que a (SAE) Sistematização da<br />

Assistência de Enfermagem é um processo metodológico capaz de orientar as<br />

ações da enfermeira no planejamento e execução dos cuidados de enfermagem,<br />

fundamentando o seu agir, na compreensão do homem ser bio-psico-sócio-<br />

47


espiritual. Método que confere um saber e um fazer técnico - cientifico adequado as<br />

reais necessidades do paciente.<br />

6.2.2 Questionamentos verbais quanto à localização, tipo e intensidade da dor forte<br />

ou fraca<br />

O esquema proposto para esta etapa é consolidado através da vivencia de<br />

visitas realizadas em dois momentos aleatórios no campo de estudo, no qual a<br />

pesquisadora acompanhou a enfermeira durante as mesmas, observando a sua<br />

conduta.<br />

A pesquisadora chegou à unidade classificada, ciente da finalidade do<br />

processo da pesquisa, a pesquisada sugeriu para ficar aguardando ela acabar de<br />

analisar a conta do paciente que havia voltado para correção. A seguir iniciou a<br />

visita aos pacientes, relatou que a sua atitude não era essa, só que houve um<br />

imprevisto, cita que sua rotina é de geralmente receber o plantão, fazer um<br />

planejamento, e, após, realizar a visita aos pacientes.<br />

A revisão de contas dos pacientes é uma função gerencial do enfermeiro, e<br />

todos os enfermeiros na instituição realizam conforme a necessidade.<br />

Após o término desta tarefa a enfermeira realizou a visita aos pacientes.<br />

Sendo que a primeira deu-se a um paciente pós-operatório tardio de prostatectomia.<br />

barriga”:<br />

A enfermeira disse “bom dia” e perguntou a ele “se estava com dor na<br />

No processo de comunicação enfermeiro e paciente, Stefanelli (2005) relata<br />

que é responsabilidade primeira à observação e percepção acurada da resposta. O<br />

ato de se comunicar requer do profissional da saúde conhecimento acerca do<br />

assunto, para que tal processo ocorra de forma eficiente.<br />

Na concepção de Silva (2005 apud CELICH, 2004) a comunicação destaca-se<br />

como o principal instrumento para que a interação e a troca aconteçam e,<br />

consequentemente, o processo de cuidar, no seu sentido mais amplo, tem espaço<br />

para acontecer. Afinal, os componentes da comunicação formam o clima e a<br />

nutrição para a compreensão e a execução do cuidado e da assistência adequada.<br />

48


Para melhor compreender, utilizamos afirmações de Smeltzer e Bare (2005)<br />

estes dizem que os fatores a considerar em um histórico completo da dor são a<br />

intensidade, a regulação temporal, a localização, a qualidade, o significado pessoal,<br />

os fatores agravantes e aliviadores, e o comportamento da dor.<br />

Ainda Smeltzer e Bare (2005) o paciente é a melhor autoridade sobre a<br />

existência da dor. Portanto, a validação da existência da dor baseia-se no relato do<br />

paciente de que ela existe.<br />

Para Gueler (1990) a enfermeira devera observar o comportamento do<br />

paciente quando ele esta com dor. Primeiramente devera saber em que fase da dor<br />

o paciente se encontra. Em segundo, devera determinar a intensidade; para tanto,<br />

devera pedir que o paciente explique se a dor é leve, moderada, intensa ou<br />

extrema. Em terceiro, devera observar a tolerância que o paciente possui para<br />

suportar a dor. Enquanto devera averiguar a localização, a duração e a qualidade da<br />

dor (queimação, pontada ou profunda).<br />

Segundo Smeltzer e Bare (2005) embora seja importante acreditar no<br />

paciente que relata a dor, é igualmente importante estar alerta para os pacientes que<br />

negam a dor em situações nas quais se esperaria encontrá-la.<br />

Consideram Smeltzer e Bare (2005) que a avaliação da dor começa ao<br />

observar cuidadosamente o paciente, notar sua postura geral e a presença ou<br />

ausência de comportamentos manifestos de dor, e pedir-lhe que descreva, com suas<br />

próprias palavras, os aspectos específicos da dor. Citam ainda Smeltzer e Bare<br />

(2005) as palavras empregadas para descrever a dor podem apontar no sentido da<br />

etiologia. Eles fizeram uma comparação, exemplificou, a clássica descrição da dor<br />

torácica que resulta de um infarto do miocárdio inclui a pressão ou aperto no tórax.<br />

Uma história detalhada deve seguir a descrição inicial da dor.<br />

Acredita-se que neste caso, o enfermeiro priorizou e respeitou o relato do<br />

paciente de não estar com dor. Todavia a pesquisadora não ressaltou demais<br />

questionamentos ou avaliação do estado eminente de dor.<br />

Neste sentido Campbell (1995 apud SMELTZER; BARE, 2005) considera, o<br />

tratamento da dor é como uma parte importante do cuidado que a American Pain<br />

Society resumiu na frase “Dor o 5º Sinal Vital”. Para enfatizar seu significado e<br />

aumentar a consciência entre os profissionais de saúde sobre a importância do<br />

tratamento efetivo da dor.<br />

49


Conforme a Joint Commission on the Accreditation of Healthcare<br />

Organizations - JCHAO (2003 apud SMELTZER; BARE, 2005) chamar a dor de<br />

quinto sinal vital sugere que a avaliação da dor deve ser tão automática quanto à<br />

obtenção da pressão arterial e pulso de um paciente.<br />

Afirmam ainda JCHAO (2003 apud SMELTZER; BARE, 2005) que “a dor é<br />

avaliada em todos os pacientes” e que “os pacientes possuem o direito da avaliação<br />

e tratamento apropriados da dor”.<br />

Com base nas observações realizadas, todos os pacientes foram visitados.<br />

Dois deles foram questionados verbalmente quanta existência de do, o<br />

primeiro paciente questionado foi no primeiro momento da observação, em que se<br />

realizou o exame físico, a enfermeira obteve-se como resposta do questionamento a<br />

inexistência da dor, foi o paciente que expressou característica de dor “franziu a<br />

face” quando foi examinado seu abdome.<br />

O segundo paciente foi também no primeiro momento, questionado<br />

verbalmente se estava com dor, não foi realizado exame físico, somente verbalizado<br />

assuntos pertinentes ao estado de saúde, relatou estava sentindo-se bem.<br />

No segundo momento, no decorrer das visitas, entramos em um quarto, e no<br />

ato o paciente relatou sem ser questionado que estava com dor. A enfermeira<br />

dirigiu-se ao posto de enfermagem, analisou o prontuário do paciente que relatou<br />

estar com dor para identificar medicação analgésica prescrita. Perguntou a<br />

funcionária responsável por aquele paciente no momento se havia realizado<br />

medição para dor, e respondeu que ainda não. Delegou à mesma para medicá-lo,<br />

supervisionou a funcionaria para que o medicamento fosse realizado. Retornou ao<br />

paciente e relatou que a medicação seria feita.<br />

O enfermeiro precisa saber quando ocorre a dor e como ela afeta o doente,<br />

para poder ajudá-lo. Para isso é necessário utilizar técnicas de comunicação, as<br />

quais envolvem, entre outros aspectos, o respeito pela individualidade do doente, o<br />

estabelecimento de uma relação empática, o desejo de sentir o mundo desses<br />

individuo como se fosse nosso e, finalmente, saber escutar e questionar com<br />

perguntas simples, e diretas, no sentido de ajudar a compreender a sua dor.<br />

Para Teixeira, Correia e Pimenta (1994 apud PIMENTA, 1998) a dor é um<br />

sintoma individual e subjetivo que só pode ser compartilhado a partir do relato de<br />

quem a sente.<br />

50


Pode-se perceber que a dor realmente é individual, cada pessoa expressa da<br />

maneira que lhe convém. Somente ela saberá informar como é, onde e como esta<br />

doendo.<br />

Ainda Teixeira, Correia e Pimenta (1994 apud PIMENTA, 1998) na avaliação<br />

inicial devem ser colhidas à história da queixa da dor atual que compreende a data<br />

de inicio, localização, características, fatores de melhora e piora e outros sintomas<br />

que se associam a dor. A data de inicio permite que se suspeite de processo agudo<br />

ou crônico e a localização da dor, por si só pode sugerir hipóteses diagnósticas. As<br />

características sensitivas e afetivas podem ser conhecidas solicitando-se, ao doente,<br />

que descreva como é a sua dor, com que ela se parece e o quanto dói, de forma<br />

espontânea ou por meio de inventários padronizados.<br />

Assim cabe ao enfermeiro estar instrumentalizados para avaliar de maneira a<br />

dosar qual a intensidade, pois a dor é um sintoma individual variando de pessoa a<br />

pessoa, não podendo o enfermeiro julgar qual é a verdadeira intensidade somente o<br />

próprio individuo pode informar, e só será possível através de escalas para uma real<br />

avaliação. Para poder atuar de maneira rápida e eficaz na melhora da dor.<br />

Conforme Rigotti (2005) o enfermeiro ao cuidar de um paciente com dor é<br />

importante considerar dois tópicos que são relevantes para o exame, à intervenção e<br />

a avaliação. Primeiro: o enfermeiro deve acreditar quando o paciente diz estar com<br />

dor. Não existem escalas exatas que mensure a dor, portanto, a avaliação é obtida<br />

através de dados sobre causas físicas, mentais ou emocionais da dor. Segundo: é a<br />

observação da variedade de comportamentos não verbais que indicam a presença<br />

da dor.<br />

Para Dias e colaboradores (1994) o enfermeiro precisa saber quando ocorre a<br />

dor e como ela afeta o doente, para poder ajudá-lo. Para isso é necessário utilizar<br />

técnicas de comunicação, as quais envolvem, entre outros aspectos, o respeito pela<br />

individualidade do doente, o estabelecimento de uma relação empática, o desejo de<br />

sentir o mundo desses individuo como se fosse nosso e, finalmente, saber escutar e<br />

questionar com perguntas simples, e diretas, no sentido de ajudar a compreender a<br />

sua dor. A observação permite ao enfermeiro verificar aspectos comportamentais do<br />

doente que são concretos e observáveis, tais como: A existência de dor e suas<br />

características em termos de localização, intensidade, descrição (aguda, lancinante,<br />

espasmódica, violenta), duração e recorrência.<br />

51


Sendo assim é através do coletivo das informações, conhecerem o paciente,<br />

qual o procedimento pelo qual foi submetido, identificar sinais não verbais e utilizar<br />

recursos disponíveis para validar as informações como escala numérica para tal a<br />

realização do exame físico é indispensável.<br />

Ainda Pimenta (1998) o intuito de refinar a expressão dessa experiência e<br />

facilitar a comunicação entre doentes e profissionais, foram desenvolvidos<br />

instrumentos para a avaliação da dor as escalas. Os objetivos da avaliação da<br />

experiência dolorosa são: determinar os elementos que possam justificar manter ou<br />

exacerbar a dor, sofrimento e a incapacidade, apurar o impacto da dor na vida do<br />

indivíduo e verificar a eficácia das intervenções terapêuticas propostas.<br />

Conforme embasamento de Campos (2003) segue as escalas<br />

unidimensionais de dor:<br />

ESCALA VERBAL - NUMÉRICA: o doente é informado sobre a necessidade<br />

de ele classificar sua dor em notas que variam de 0 a 10, de acordo com a<br />

intensidade da sensação. Nota zero corresponderia a ausência de dor, enquanto<br />

nota 10 a maior intensidade imaginável. Na prática, a nota 10 seria virtual.<br />

ESCALA VISUAL- NUMÉRICA: as explicações são as mesmas da escala<br />

anterior, acrescidas da escala concreta impressa abaixo, onde o doente localizará<br />

espacialmente a intensidade de sua dor com uma marca.<br />

Ex: 0__1__2__3__4__5__6__7__8__9__10<br />

A classificação da dor se da através dos seguintes dados:<br />

a) Zero (0) = Ausência de Dor<br />

b) Um a Três (1 a 3) = Dor de fraca intensidade.<br />

c) Quatro a Seis (4 a 6) = Dor de intensidade moderada.<br />

d) Sete a Nove (7 a 9) = Dor de forte intensidade.<br />

e) Dez (10) = Dor de intensidade insuportável.<br />

ESCALA VISUAL-ANALÓGICA: esta escala submete ao doente uma linha<br />

não graduada cujas extremidades correspondem à ausência de dor, em geral<br />

situada na extremidade inferior, nas dispostas verticalmente, e à esquerda, naquelas<br />

dispostas horizontalmente; e a pior dor imaginável, nas extremidades opostas,<br />

conforme o exemplo abaixo.<br />

52


ESCALA VERBAL E DESCRITIVA: esta escala, ou escala de avaliações<br />

verbais, consiste em uma escolha de três a cinco palavras ordenadas,<br />

numericamente descritos como nenhum, pouco, modesto, moderado ou grave. O<br />

número que corresponde à palavra escolhida é usado para determinar a intensidade<br />

da sensação dolorosa em nível ordinal. É uma escala pequena, sendo fácil para o<br />

paciente marcar e para a enfermeira analisar, bem como aplicável para qualquer tipo<br />

de dor clínica.<br />

ESCALA DAS FACES: é uma escala que contém seis faces e estas são<br />

mostradas à criança. Primeira figura é muito sorridente, e as expressões vão se<br />

transformando ate chegar a ultima que é muito triste. As figuras intermediárias<br />

mostram graus crescentes de tristeza. A criança escolhe a face que se parece com a<br />

sua em situação de dor. A avaliação da queixa dolorosa é reconhecida como um<br />

direito de todos os doentes e deve ser investigada em toda internação. O manejo da<br />

dor compreende uma abordagem inicial e regular. A avaliação da dor inclui o local, a<br />

intensidade, a frequência, a duração e a qualidade e deve ser registrada em<br />

instrumentos para tal finalidade, sendo que para avaliação da intensidade os<br />

instrumentos descritos anteriormente poderão ser utilizados.<br />

Figura 3 – Escalas de dor<br />

Fonte: Melzack, 1975.<br />

53


6.2.3 Expressão facial do paciente<br />

Foi evidenciado pela pesquisadora que durante a avaliação do enfermeiro o<br />

paciente franziu a face, diminuiu o olhar, o sorriso, desvio da comissura labial<br />

voluntariamente. Expressão de que algo estava errado.<br />

Esses sinais não verbais foram detectados em um paciente que relatou<br />

verbalmente não estar com dor.<br />

Esta percepção acarreta uma soma de dúvida, a qual nos faz pensar, porque<br />

o paciente relatou não estar com dor. Quando foi identificada expressão facial de dor<br />

durante a palpação abdominal.<br />

Logo, consta-se, que o estado eminente de dor não foi evidenciado. Conforme<br />

a análise dos fatos, a enfermeira priorizou o relato verbal do paciente. Não<br />

oportunizando uma avaliação mais profunda e escalas de dor não foram utilizadas.<br />

Com o uso das escalas de dor o paciente quantifica a intensidade de sua em<br />

uma escala de 0 a 10. Assim o estado eminente de dor poderia ter sido identificado.<br />

Acredita-se com as observações durante a vivência que a enfermeira possui<br />

artifícios para prestar o cuidado necessário ao paciente, ela respeitou o relato do<br />

paciente. Isso não afirma que ela não possui conhecimento suficiente para a<br />

avaliação.<br />

Um olhar rápido ou mais demorado, um sorriso amigável ou uma expressão<br />

de reprovação, um franzir de sobrancelhas ou um toque suave no ombro são<br />

comportamentos com elevado potencial para enviar mensagens, produzir<br />

impressões ou influenciar outras pessoas.<br />

A comunicação não verbal é baseada na comunicação cotidiana, através da<br />

qual exercitamos a capacidade de atribuir significados às coisas que não são ditas<br />

explicitamente, enriquecendo a compreensão da comunicação (SILVA, 2005 apud<br />

CELICH, 2004). Essa forma é muito utilizada no ambiente de hospitalar entre os<br />

pacientes, lúcidos e a equipe que os assiste.<br />

Para Silva (2005 apud CELICH, 2004) o cuidar é relacionar-se com o outro.<br />

Este ato se dá através da comunicação do corpo que comunica sentimentos, através<br />

do olhar, da postura e da expressão facial; acalmando, aliviando, confortando e<br />

cuidando.<br />

54


Colaborando com a autora se o enfermeiro não possuir conhecimento para<br />

interpretar os sinais enviados pelo paciente, compromete a qualidade do cuidado<br />

prestado, portanto é fundamental o enfermeiro estar preparado e lapidar a<br />

interpretação da comunicação não verbal e proporcionar o cuidado humanizado.<br />

Segundo Magalhães e colaboradores (2004 apud DIOGO, 2004) o conceito<br />

de humanização pode ser traduzido como uma busca incessante do conforto físico,<br />

psíquico e espiritual do paciente, família e equipe. Algumas particularidades do<br />

ambiente físico de uma UTI, como a ausência de acesso à luz do dia, o alto índice<br />

de ruídos, o grande número de equipamentos, precisam ser revistas e carecem de<br />

cuidados, pois vão de encontro à qualidade. Portanto, humanização não são apenas<br />

mudanças no espaço físico, mobílias, mas, sobretudo, representa uma<br />

transformação de comportamentos e atitudes frente ao paciente, familiares e entre<br />

os componentes da própria equipe de trabalho.<br />

Horta (1979) define que o ser paciente/cliente pode ser um indivíduo, uma<br />

família ou uma comunidade; em última análise são seres humanos que necessitam<br />

de cuidados de outros seres humanos em qualquer fase do seu ciclo vital e do ciclo<br />

saúde/doença. É necessário não ver e avaliar o paciente somente por sua patologia,<br />

tratá-lo como um número ou um diagnóstico, mas também estar atento às suas<br />

necessidades psicológicas, além das físicas. Para isso, buscar sempre prestar a<br />

assistência de Enfermagem a partir do levantamento das necessidades humanas<br />

básicas afetadas, suprindo desta forma o que está deficiente, proporcionando ao<br />

paciente um melhor bem-estar - assim podemos afirmar que cuidado e humanização<br />

caminham juntos.<br />

Segundo Boff (1999) refere que mitos antigos e pensadores contemporâneos<br />

nos ensinam que a essência não se encontra tanto na inteligência, na liberdade ou<br />

na criatividade, mas basicamente no cuidado. O cuidado é, na verdade, o suporte<br />

real da criatividade, liberdade e inteligência, constituindo na existência humana uma<br />

energia que jorra ininterruptamente em cada momento e circunstância. O cuidado é<br />

uma força original que, continuamente, faz surgir o ser humano.<br />

Ao entender que o cuidado é inerente à vida, buscamos compreender as<br />

reações humanas, que surgem diante da fragilidade da pessoa ao internar em uma<br />

UTI. Perante tais reações, o cuidado é fundamental para assegurar aos indivíduos<br />

envolvidos nesta realidade a qualidade na assistência de enfermagem. Boff (1999)<br />

ressalta que o cuidado é o fundamento para qualquer interpretação das reações do<br />

55


ser humano. Se não nos basearmos no cuidado, não lograremos compreender estas<br />

reações.<br />

O cuidado é uma atitude presente no humano, qualidade única deste ser. É<br />

uma atividade diária, desenvolvida, por vezes, de forma inconsciente.<br />

Desenvolvemos o autocuidado, o cuidado com as outras pessoas e com o espaço<br />

onde habitamos. Neste sentido não se trata de pensar e falar sobre o cuidado como<br />

objeto independente de nós, mas de pensar e falar a partir do cuidado como é vivido<br />

e se estrutura em nós mesmos. Não temos o cuidado, somos o cuidado. Sem o<br />

cuidado deixamos de ser humanos (BOFF, 1999).<br />

6.2.4 Gemidos<br />

...ui, ui!”.<br />

Evidenciou-se a expressão do estado de dor, dos gemidos como: “ai!, ...hum!,<br />

Para Stefanelli (2005) a comunicação não verbal possui códigos, que se<br />

originam de três fontes. A primeira compreende os programas neurológicos<br />

herdados, que fazem parte do desenvolvimento neurológico, como a expressão das<br />

emoções por intermédio do corpo. Esta afirmação está fundamentada em estudo<br />

realizado na década de 1970, quando foi desenvolvida uma pesquisa com crianças<br />

cegas e constatou-se que, embora nunca tivessem observado as expressões do<br />

rosto de um ser humano, expressavam as emoções básicas da mesma maneira.<br />

Quando felizes sorriam e os olhos brilhavam; em situações de surpresa, as crianças<br />

abriam mais os olhos, arregalavam as sobrancelhas; e quando tristes choravam;<br />

quando envergonhadas, desviavam o olhar e, embora não enxergassem, abaixavam<br />

a cabeça e ruborizavam.<br />

Ainda Stefanelli (2005) a segunda fonte são as experiências comuns aos<br />

seres humanos, como as relacionadas à satisfação de suas necessidades básicas: o<br />

bocejar, o ruído que o estômago emite quando estamos com fome, o aumento da<br />

freqüência com que molhamos os lábios quando estamos com sede.<br />

Considera ainda Stefanelli (2005) como terceira fonte, temos a cultura, a<br />

classe social e as experiências familiares, o que pode ser ilustrado pelo povo italiano<br />

que, durante a comunicação, realiza gestos amplos e emite um tom de voz mais<br />

56


alto. Incluem-se nesta os artefatos que as pessoas utilizam ou colocam no ambiente.<br />

Os códigos desenvolvidos pelas famílias permitem a comunicação por meio de<br />

gestos. Um olhar pode estar dizendo; cale-se, fique quieto, mude de assunto.<br />

Para complementar os códigos, o profissional de saúde, ao atender um<br />

paciente precisa estar atento aos diferentes tipos de comunicação não verbal que,<br />

segundo Stefanelli (2005) seguem a seguinte classificação:<br />

Cinésica: também conhecida como a linguagem do corpo. Nesta identificamos<br />

os sinais de empatia, o paciente geralmente olha para o rosto do profissional que irá<br />

tocá-lo. Inconscientemente, ele reconhece que é no rosto que a maioria das pessoas<br />

expressa a maior parte de suas emoções. Por desconhecer a linguagem técnica e<br />

por não saber se o instrumento que está em suas mãos é o mais adequado, ele<br />

volta sua atenção ao rosto do profissional, na expectativa de apreender o que este<br />

está sentindo ao cuidar dele.<br />

Proxêmica: esta compreende o estudo do espaço interpessoal e das<br />

distâncias que mantemos entre as pessoas. Sobre este tipo de comunicação não-<br />

verbal a autora apresenta dois conceitos muito importantes para a assistência do<br />

paciente, no processo de cuidar. O primeiro é o espaço pessoal, uma espécie de<br />

campo energético que a pessoa tem em torno de seu corpo. Quando uma pessoa<br />

não se sente segura em relação ou não se sente bem com o outro, apresenta um<br />

comportamento de defesa de seu espaço pessoal. E o segundo é a territoriedade<br />

(STEFANELLI, 2005) há uma espécie de área física que demarcamos como nossa,<br />

onde quer que estejamos.<br />

Tacêsica: o instrumento utilizado nesta linguagem é o toque. Dependendo de<br />

como nos aproximamos para tocar, a pressão exercida no toque, o tempo de contato<br />

e a parte do corpo tocada, percebemos a intenção da pessoa. A ação de tocar o<br />

paciente não é apenas instrumental, necessário para a execução de uma técnica, de<br />

uma tarefa específica, mas todo o toque é também afetivo.<br />

Paraverbal ou paralinguagem: esta linguagem ocorre quando se emite<br />

qualquer som produzido pelo aparelho fonador. Estes sons demonstram<br />

sentimentos, características de personalidade, atitudes, tipo de relacionamento<br />

interpessoal.<br />

Para que a linguagem não-verbal seja aplicada na assistência do paciente é<br />

necessário que o profissional obtenha conhecimento e percepção, para que possa<br />

caminhar para o desvelamento do conhecimento mais amplo sobre comunicação.<br />

57


O gemido emitido pelo paciente corresponde a linguagem não verbal emitindo<br />

uma mensagem de dor.<br />

6.3 ASSISTENCIAIS<br />

Conforme Selbach (2009) foi através de Florence Nightingale, na estruturou<br />

seu modelo de assistência depois de ter trabalhado no cuidado de soldados durante<br />

a guerra da Criméia. A sua assistência baseada em fatos observáveis prestou<br />

valiosa contribuição na recuperação dos moribundos, e iniciou uma nova vaga do<br />

conhecimento em enfermagem, através do caráter científico que lhe impunha.<br />

Caracteriza-se por efetuação de refistos clínicos, dando origem à implementação do,<br />

ainda atual, e mundialmente adaptado, processo clínico do doente.<br />

A North American Nursing Diagnosis Association – NANDA International,<br />

define o fenômeno da Enfermagem como sendo as respostas humanas a problemas<br />

reais e ou potenciais de saúde (NANDA, 2010).<br />

6.4 VISITA DIÁRIA AO PACIENTE<br />

Segundo Hausmann (2009) a visita é caracterizada particularmente pela<br />

abordagem clínica e prescrição de procedimentos ou a visita caracterizada por uma<br />

concepção ampliada do cuidado de enfermagem que agrega aos procedimentos<br />

uma prática comunicativa, de interação profissional-paciente e de articulação entre<br />

as ações de enfermagem e desta com as demais áreas profissionais.<br />

Para Rossi e Casagrande (2001) citados por Celich (2004) ao afirmar que o<br />

processo de enfermagem é entendido como uma alternativa para que os<br />

enfermeiros alcancem um status profissional, mediante a realização de uma pratica<br />

cientifica. Pratica esta que, fundamenta no respeito ao ser humano, mantém o dever<br />

moral, ético e estético no processo de cuidar. Para que a metodologia da assistência<br />

seja adotada, faz-se necessário que a instituição defina sua filosofia de cuidado e<br />

58


eleja o referencial teórico, base do processo de cuidar, e institua a Sistematização<br />

da Assistência de Enfermagem (SAE), como um dos instrumentos essenciais da<br />

pratica profissional.<br />

6.5 CUIDADO<br />

O cuidado do enfermeiro no estado eminente de dor foi o questionamento<br />

com a técnica de enfermagem responsável pela assistência daquele paciente,<br />

referente medicamentos analgésicos realizados no período.<br />

Para Knobel (2006) humanizar é cuidar do paciente como um todo,<br />

englobando o contexto familiar e social, incorporando e respeitando os seus valores,<br />

esperanças, aspectos culturais e as preocupações de cada um. Humanizar é<br />

também garantir a qualidade da comunicação entre paciente, família e equipe.<br />

Significa ter uma escuta ativa para com o outro, compreende-lo na sua singularidade<br />

e nas suas necessidades, para que ele se sinta reconhecido e considerado.<br />

6.6 PESQUISA<br />

6.6.1 Análise do prontuário do paciente<br />

Observou-se que, a enfermeira examinou o prontuário do mesmo, procurando<br />

analgesia prescrita.<br />

Para Smeltzer e Bare (2005) a enfermeira obtém o histórico dos<br />

medicamentos do paciente. É a enfermeira que mantém a analgesia, avalia sua<br />

eficácia, e relata se a prescrição se mostra ineficaz ou produz efeitos colaterais. O<br />

controle farmacológico da dor requer a intima colaboração e a comunicação efetiva<br />

entre os profissionais de saúde.<br />

59


6.7 GERENCIAL<br />

6.7.1 Delegação<br />

dor.<br />

A enfermeira delega ao profissional para administrar fármacos para o alivio da<br />

Baseado em afirmações de Smeltzer e Bare (2005) antes de administrar<br />

qualquer medicamento, a enfermeira ao paciente a respeito de alergias a<br />

medicamentos e a natureza de quaisquer respostas alérgicas. Deve avaliar o estado<br />

de dor do paciente.<br />

A gestão da qualidade, de acordo com Garay (1997 apud DIOGO, 2004)<br />

refere-se ao processo ativo de determinar e orientar o caminho a ser seguido para<br />

atingirmos os objetivos empregando todos os recursos contidos na produção de um<br />

bem ou de um serviço.<br />

6.7.2 Supervisão<br />

A enfermeira questiona o profissional de enfermagem se já foi administrado<br />

fármaco. E verifica no prontuário se foi checado para ter a certeza da execução da<br />

medicação.<br />

Para Kurcgant e Tronchin (2005) o processo de trabalho gerencial os objetos<br />

de trabalho dos enfermeiros são a organização do trabalho e os recursos humanos<br />

de enfermagem.<br />

Ainda Kurcgant e Tronchin (2005) o grande objetivo para a organização do<br />

serviço de enfermagem amplia um campo de responsabilidades onde o enfermeiro<br />

atua focado na promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde de<br />

indivíduos e comunidades por meio de ações caracterizadas como sendo o cuidado<br />

de enfermagem. Essas ações são estabelecidas conforme acontece em toda<br />

unidade administrativa, empresa ou instituição, na qual a enfermagem está inserida<br />

independentemente do espaço em que sejam desenvolvidas suas atividades.<br />

60


Cita ainda Kurcgant e Tronchin (2005) que especificamente sobre o trabalho<br />

do enfermeiro, evidencia-se que as intervenções deste agente concretiza dois<br />

processos de trabalho: o processo “cuidar” e o processo de “administrar”.<br />

6.7.3 Avaliação<br />

A enfermeira verifica a medicação que o paciente recebeu, retorna ao<br />

paciente para reavaliação.<br />

De acordo com Gueler (1990) a enfermeira deverá:<br />

a) ler a prescrição;<br />

b) observar se a dose prescrita não é uma repetição de outra administrada<br />

recentemente;<br />

c) verificar e comprovar se corresponde a sua altencidade;<br />

d) verificar doses.<br />

No ver de Adam (1994) a avaliação constitui a quinta etapa do processo de<br />

enfermagem. Para a enfermeira que se inspira no esquema referencial de<br />

Handerson, as consequências que deseja obter são, em curto prazo, a satisfação<br />

das necessidades do paciente e, a médio e longo prazo, a independência na<br />

satisfação dessas mesmas necessidades.<br />

6.8 ENSINO<br />

dor.<br />

Ao retornar ao paciente, o enfermeiro orienta o que será feito, para alívio da<br />

Para Rigotti (2005) o enfermeiro deve exercer seu papel no controle da dor,<br />

tem responsabilidade na avaliação diagnóstica, na intervenção e monitorização dos<br />

resultados do tratamento, na comunicação das informações sobre a dor do paciente,<br />

como membro da equipe de saúde.<br />

61


6.8.1 Aspectos facilitadores e dificultadores no planejamento do enfermeiro<br />

Foram evidenciados esses aspectos e levantados para melhor compreensão<br />

do dia a dia do serviço do sujeito na instituição durante seu turno de trabalho.<br />

6.8.1.1 Dificultadores<br />

a) Burocracias:<br />

Atividades burocráticas em demasia, influenciam e atrapalham na realização<br />

e execução do planejamento, porém tendo o enfermeiro que auxiliar seus<br />

funcionários nessas atividades, para não deixar de assistir o paciente.<br />

De acordo com Simon (1971) citado por Kurcgant (1991) o exagerado apego<br />

às regras, normas e regulamentos, transformando-os de “meios” em “fins”;<br />

valorização maior para as normas e regras do que para o contingente humano;<br />

impessoalidade no relacionamento humano; e necessidade de exibir símbolos que<br />

evidenciam o poder dos participantes.<br />

“A atividade burocrática, nas organizações visa organizar detalhadamente, a<br />

empresa e controlar rigidamente suas atividades” (WEBER, 1920, apud<br />

KURCGANT, 1991, p. 8).<br />

Para Trevizan (1999) os serviços de enfermagem seguem o modelo da<br />

instituição permitindo a visualização, nas estruturas e dinâmicas desses serviços, de<br />

propostas burocráticas. O pessoal de enfermagem passa a ter características<br />

profissionais, de técnicos especializados, com comportamento e posições<br />

estrategicamente definidos pelo grupo que detém o poder na organização.<br />

b) Procedimentos inesperados:<br />

Atrapalham na aplicação do planejamento diário do enfermeiro, mas não<br />

podem ser evitadas.<br />

Segundo Almeida e colaboradores (2001, In KNOBEL, 2005) seria muito<br />

conveniente se o planejamento definido não precisasse ser mudado. Mas, em<br />

virtude das condições externas sempre mutáveis, o planejamento deve ser um<br />

processo contínuo e flexível.<br />

62


6.8.1.2 Facilitadores<br />

a) Ambiente:<br />

Ambiente adequado facilita para realização da assistência.<br />

Segundo Kurcgant e Tronchin (2005) para o desenvolvimento das atividades<br />

assistenciais de saúde, é preciso garantir condições adequadas de trabalho, tanto<br />

no que se refere ao atendimento das necessidades dos usuários, como das<br />

necessidades dos profissionais da área, sendo responsabilidade de todos os<br />

integrantes da instituição assegurar essas condições.<br />

Segundo Kurcgant e Tronchin (2005) a gestão dos recursos físicos e<br />

ambientais amplia esse objetivo à medida que visa a garantir segurança aos<br />

profissionais e a clientela, diminuindo o risco ocupacional e voltando-se para os<br />

aspectos relacionados a saúde publica e ao meio ambiente.<br />

b) Comprometimento funcionários:<br />

Os funcionários trabalham em silencio, com comprometimento e colaboram<br />

com as normas da instituição.<br />

Para Meyer e Alem (1992 apud KURCGANT; TRONCHIN, 2005) o<br />

comprometimento do trabalhador está classificado em três dimensões: afetivo;<br />

instrumental e normativo. O envolvimento afetivo está relacionado a uma relação<br />

ativa, na qual o indivíduo deseja dar algo de si próprio para contribuir com o bem<br />

estar da organização. O instrumental está centrando nas relações de troca, onde o<br />

indivíduo torna-se comprometido com a organização, por perceber uma relação<br />

benéfica no que se referem à sua contribuição e as recompensas recebidas pelo<br />

trabalho realizado. Já o envolvimento normativo é considerado um fator negativo<br />

para a organização, onde o indivíduo assume uma posição de passividade na<br />

relação estabelecida.<br />

Segundo a Associação Brasileira de Enfermagem (1971) uma norma, para<br />

servir de guia, deve ser formulada obedecendo alguns critérios como: é estabelecida<br />

por uma autoridade reconhecida, como por exemplo, o enfermeiro da unidade;<br />

princípios como assepsia; deve estar sujeito a continua revisão e avaliação.<br />

63


c) Enfermeiro como assistente:<br />

Enfermeiro atua na assistência ao paciente, realiza orientações para ele e<br />

familiares de forma objetiva e clara.<br />

Para Kurcgant e Tronchin (2005) é enfatizado o cumprimento das ordens e<br />

regras, a responsabilidade inquestionável pela execução das atividades a ele<br />

prescritas e o conhecimento direcionado para a assistência direta ao paciente<br />

hospitalizado. As organizações em saúde onde ocorre essa prática selam esse<br />

compromisso das formas mais variadas.<br />

Conforme Trevizan (1986, apud KURCGANT, 1991) o enfermeiro na sua<br />

prática de trabalho se tem limitado ao cumprimento de cuidados rotineiros, à<br />

execução de ordens médicas, às exigências e determinações da administração<br />

hospitalar, relegando em plano secundário o uso da administração para alcançar os<br />

objetivos da assistência de enfermagem.<br />

64


7 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

No desenvolver do presente trabalho, permitiu-se identificar como o<br />

enfermeiro reconhece o estado eminente de dor, quais os cuidados prestados a este<br />

paciente hospitalizado. Observou-se durante a vivência prática que o enfermeiro tem<br />

subsídios para prestar assistência adequada ao paciente, porém procedimentos<br />

burocráticos interferem na atuação para com seu planejamento diário, e perante a<br />

complexidade dos pacientes em seu ambiente de trabalho, lhe destina a ater-se com<br />

atividades que não sejam exclusivas de sua competência, mas que auxiliam no<br />

processo de trabalho de sua equipe.<br />

Portanto a pesquisa proporcionou uma reflexão sobre a falta de instrumentos<br />

para avaliação da dor do paciente no momento da visita diária do enfermeiro. Isso<br />

não quer dizer que o profissional não tenha conhecimento e habilidade para aplicá-<br />

los.<br />

Conforme o decorrer das observações, pode-se verificar que o enfermeiro<br />

dedica-se aos pacientes durante seu turno de trabalho, prestando atendimento<br />

humanizado e sem distinção de raça, cor ou credo. Respeitando os preceitos morais<br />

e avaliando suas necessidades básicas.<br />

Interage com sua equipe de trabalho, permitindo uma comunicação eficiente<br />

perante situações. Em relação ao perfil sujeito da pesquisa, trata-se de um<br />

profissional jovem, do gênero feminino, com considerável tempo de formação que<br />

ainda não concluiu sua especialização.<br />

O sujeito considera a interação com a família e os pacientes como pontos<br />

importantes para a assistência de enfermagem.<br />

Observado que a visita diária foi realizada a todos os pacientes da unidade de<br />

forma rápida. Não oportunizando a aplicação do planejamento do profissional. O uso<br />

de instrumentos não foi identificado no momento da avaliação ao paciente,<br />

questionamentos verbais, foram utilizados frequentemente, referente à dor<br />

raramente. A anamnese realizada sem dificuldades considera-se um ponto essencial<br />

durante a visita. Quanto ao exame físico, evidenciado a realização de forma<br />

incompleta, não possibilitando avaliação mais profunda do estado geral do paciente.<br />

O que foi importante também que a profissional verificava as condições dos<br />

dispositivos, de maneira eficaz, realizava orientações aos pacientes e familiares com<br />

65


clareza, objetividade e precisão. Fazia uma avaliação rápida do estado geral do<br />

paciente, o qual é de suma importância, mas evidenciado que a expressão facial que<br />

o paciente foi pouco identificado. Porém o cuidado é humanizado, a enfermeira<br />

analisa o prontuário do paciente, delega e gerencia os procedimentos realizados por<br />

seus funcionários não deixando de supervisionar o que foi delegado, e retorna ao<br />

paciente para dar uma posição e explicar o que vai ser feito.<br />

Após serem concluídas as observações das atividades do sujeito em sua<br />

prática de trabalho e durante entrevista, pontos facilitadores e dificultadores foram<br />

levantados.<br />

Os aspectos dificultadores foram as atividades burocráticas em demasia,<br />

procedimentos inesperados influenciam e atrapalham na realização e execução do<br />

planejamento, porém tendo o enfermeiro que auxiliar seus funcionários nessas<br />

atividades, para não deixar de assistir o paciente. Em relação aos aspectos<br />

facilitadores considerou-se o ambiente adequado para realização da assistência, os<br />

funcionários trabalham em silencio, com comprometimento e colaboram com as<br />

normas da instituição. O enfermeiro atua na assistência ao paciente, realiza<br />

orientação objetiva e clara.<br />

Deste modo, os objetivos deste trabalho foram atingidos ao possibilitar a<br />

vivencia no período de serviço do enfermeiro. Porém sugiro que seria interessante a<br />

possibilidade para novas pesquisas referente a aplicação da Sistematização da<br />

Assistência de Enfermagem (SAE) para o crescimento da instituição e<br />

implementação do planejamento diário do profissional Enfermeiro.<br />

Esta pesquisa contribuiu como mais uma experiência de vida, porque<br />

somente vivenciando a prática descobrimos a realidade.<br />

Fez me refletir que a profissão Enfermeiro é de total responsabilidade. E que<br />

para obter qualidade na assistência ao paciente o profissional devera olhar para ele<br />

como um todo. Que a avaliação do enfermeiro no estado eminente de dor é muito<br />

importante e essencial para a atuação eficaz. Foi evidenciado que a avaliação do<br />

enfermeiro neste estudo não foi realizada de maneira completa, percebeu-se que<br />

alguns pacientes passaram despercebidos na avaliação do estado eminente de dor.<br />

66


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74


APÊNDICES E ANEXOS<br />

75


APÊNDICE 1 – ROTEIRO DE DIÁRIO DE CAMPO<br />

Será analisado no ambiente:<br />

Posto de enfermagem<br />

Leito do paciente<br />

ROTEIRO DE DIÁRIO DE CAMPO<br />

Avaliação do Enfermeiro ao paciente:<br />

Cuidados do enfermeiro realizado ao paciente após avaliação.<br />

76


APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO<br />

QUESTIONÁRIO<br />

1) O que você pensa que o Enfermeiro deve possuir para prestar o cuidado ao<br />

paciente?<br />

2) Descreva os cuidados de enfermagem que após essa avaliação você realiza:<br />

3) Descreva uma situação que você como Enfermeira (o), avalia um paciente<br />

relatando dor:<br />

1) Conhecimento, ética, humanização.<br />

RESPOSTAS<br />

2) Exame físico, planejamento e cuidados de enfermagem, dialogar com o<br />

paciente e familiar. Buscar estratégias para melhora e conforto do paciente, e<br />

família.<br />

3) Expressão facial (não verbal), gemido, e quando o paciente refere.<br />

77


ANEXO 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />

1. Identificação do Projeto de Pesquisa<br />

Título do Projeto:<br />

Área do Conhecimento:<br />

Curso:<br />

Número de sujeitos no centro: Número total de<br />

Patrocinador da pesquisa:<br />

Instituição onde será realizado:<br />

Nome dos pesquisadores e colaboradores:<br />

sujeitos:<br />

Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima<br />

identificado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a<br />

pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita<br />

importância para nós, mas se desistir, a qualquer momento, isso não causará<br />

nenhum prejuízo a você.<br />

2. Identificação do Sujeito da Pesquisa<br />

Nome:<br />

Data de Nascimento: Nacionalidade:<br />

Estado Civil: Profissão:<br />

CPF/MF: RG:<br />

Endereço:<br />

78


Telefone: E-mail:<br />

3. Identificação do Pesquisador Responsável<br />

Nome:<br />

Profissão: N. do Registro no Conselho:<br />

Endereço:<br />

Telefone: E-mail:<br />

Eu, sujeito da pesquisa, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea<br />

vontade em participar como voluntário (a) do projeto de pesquisa acima identificado.<br />

Discuti com o pesquisador responsável sobre a minha decisão em participar e estou<br />

ciente que:<br />

1. O objetivo desta pesquisa é conhecer o cuidado do Enfermeiro prestado<br />

paciente hospitalizado em estado eminente de dor.<br />

2. O procedimento para coleta de dados será através da observação da atuação do<br />

Enfermeiro na abordagem ao cliente hospitalizado em estado eminente de dor,<br />

sendo que essas informações serão registradas no diário de campo, após uma<br />

entrevista semi estruturada. Será gravada e posteriormente transcrita para<br />

melhor analise dos dados coletados.<br />

3. O beneficio esperado é contribuir para o conhecimento do cuidado, do<br />

profissional Enfermeiro ao paciente hospitalizado em estado eminente de dor.<br />

4. Não são esperados desconfortos e riscos para nenhum dos participantes da<br />

pesquisa.<br />

5. A minha participação neste projeto tem como objetivo: conhecer o cuidado<br />

prestado pelo enfermeiro ao paciente hospitalizado em estado eminente de dor<br />

79


numa clínica cirúrgica.<br />

6. A minha participação é isenta de despesas e tenho direito de negar a<br />

participação da pesquisa.<br />

7. Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração nesta pesquisa<br />

no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação.<br />

8. A minha desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar<br />

físico. Não virá interferir na entrevista realizada.<br />

9. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas<br />

concordo que sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus<br />

dados pessoais não sejam mencionados.<br />

10. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado), sempre que<br />

entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de<br />

pesquisa e minha participação no mesmo.<br />

11. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s)<br />

parcial(is) e final(is) desta pesquisa.<br />

Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às<br />

dúvidas por mim apresentadas e, por estar de acordo, assino o presente documento<br />

em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma, ficando uma em minha posse.<br />

80<br />

Blumenau,04 de maio de 2010.<br />

_________________________________ ________________________________<br />

Pesquisador Responsável pelo Projeto Sujeito da pesquisa e/ou responsável<br />

Testemunhas:<br />

________________________________ ________________________________<br />

Nome: Nome:<br />

RG: RG:<br />

CPF/MF: CPF/MF:<br />

Telefone: Telefone:


ANEXO 2 – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM – SAE<br />

Segundo Murta (2007), a Sistematização da Assistência de Enfermagem<br />

(SAE), é uma atividade privativa do enfermeiro que norteia as atividades de toda a<br />

equipe de Enfermagem, já que técnicos e auxiliares desempenham suas funções a<br />

partir da prescrição do enfermeiro. A SAE é a organização e execução do processo<br />

de Enfermagem, com visão holística e é composta por etapas inter-relacionadas,<br />

segundo a Lei 7498 de 25/06/86 (Lei do Exercício Profissional). É a essência da<br />

prática da Enfermagem, instrumento e metodologia da profissão, e como tal ajuda o<br />

enfermeiro a tomar decisões, prever e avaliar consequências. Vislumbra o<br />

aperfeiçoamento da capacidade de solucionar problemas, tomar decisões e<br />

maximizar oportunidades e recursos formando hábitos de pensamento.<br />

Ainda Murta (2007), a SAE foi desenvolvida como método específico para<br />

aplicação da abordagem cientifica ou da solução de problemas na prática e para a<br />

sua aplicação enfermeiras e enfermeiros precisam entender e aplicar conceitos e<br />

teorias apropriados das ciências da Saúde, incluídas aí a própria Enfermagem, as<br />

ciências físicas, biológicas, comportamentais e humanas, além de desenvolver uma<br />

visão holística do ser humano. Esse conjunto de conhecimentos proporciona<br />

justificativas para tomadas de decisão, julgamentos, relacionamentos interpessoais e<br />

ações.<br />

A SAE ou o PE (Processo de Enfermagem) é constituído de 5 etapas:<br />

Histórico de Enfermagem – (HE), Diagnóstico de Enfermagem (DE), Planejamento<br />

de Enfermagem (PE), Implementação de Enfermagem – (IE) e Avaliação de<br />

Enfermagem ou Evolução de Enfermagem – (EE).<br />

Considerando afirmações de Murta (2007), citaremos as etapas da SAE e<br />

suas diretrizes:<br />

1ª etapa - Histórico De Enfermagem - HE<br />

Começou em 1965 no Programa de fundamentos de Enfermagem da escola de<br />

Enfermagem da USP, com o título de ANAMNESE de Enfermagem, pois havia o<br />

problema com a anamnese médica. Em 1967 em reunião do corpo docente da<br />

cadeira de Fundamentos da Enfermagem, como, o que era feito, era a história da<br />

enfermagem do paciente, surgiu o nome Histórico de Enfermagem.<br />

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Constituído por entrevista e exame físico. A entrevista investiga a situação de<br />

saúde do cliente ou comunidade, identificando os problemas e necessidades<br />

passíveis de serem abordados nas intervenções de Enfermagem. O exame físico<br />

consiste nos 4 métodos propedêuticos: INSPEÇÃO, PALPAÇÃO, PERCUSSÃO e<br />

AUSCULTA, a chave para a realização de um exame físico eficiente é um sólido<br />

conhecimento teórico e habilidades técnicas apropriadas.<br />

As diretrizes para elaboração do Histórico de Enfermagem são:<br />

1. Usar prontuário para dados de identificação, motivo, condições de chegada<br />

e atendimento, entre outros, a fim de não se repetir a investigação;<br />

2. É privativo do enfermeiro, devendo ser realizado na admissão ou nas 24 ou<br />

48 horas seguintes;<br />

3. É centrado nas alterações e condições de risco;<br />

4. É assinado e leva o número do COREN;<br />

5. Deve vir com a guia instrucional e faz parte do prontuário;<br />

6. É feito com a autorização do cliente<br />

Partes de um histórico:<br />

A. Identificação:<br />

- nome por extenso;<br />

- enfermaria, leito;<br />

- registro;<br />

- sexo e idade;<br />

- estado civil;<br />

- filhos e respectivas idades;<br />

- procedência;<br />

- nacionalidade;<br />

- ocupação com detalhes;<br />

- grau de instrução;<br />

- religião (praticante ou não);<br />

- data de admissão;<br />

- que via foi admitido (ambulatório ou PS)<br />

B. Hábitos:<br />

- Meio ambiente: condições de moradia, água, esgoto, lixo, luz;<br />

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- Cuidado corporal: banhados, unhas, cabelo, raspagem de pelos (tricotomia);<br />

- Eliminações: hábitos intestinais e urinários, tabus, menstruação;<br />

- Alimentação;<br />

- Sono e repouso;<br />

- Exercícios e habilidades físicas;<br />

- Recreação;<br />

- Manutenção da saúde exame médico periódico.<br />

C. Exame Físico:<br />

- Condições gerais: vestuários, condições mental, expressão facial,<br />

locomoção, peso altura, fumo, etilismo;<br />

- Sinais vitais: frequência e características (Pulso, respiração, pressão arterial<br />

e temperatura);<br />

- Queixa do paciente;<br />

- problemas identificados.<br />

D. Problemas de saúde:<br />

- o que o paciente acha da sua doença;<br />

- que doenças já tiveram e suas experiências com hospitais;<br />

- métodos ou preocupações: do hospital, da cirurgia;<br />

- fase da doença: grave, crônica;<br />

- resultados dos exames.<br />

2ª Etapa Diagnóstico de Enfermagem (DE)<br />

Nessa fase o enfermeiro analisa os dados coletados e avalia o estado de<br />

saúde do cliente através da identificação e avaliação de problemas de saúde reais<br />

ou potenciais que são passíveis da resolução por meio das atividades de<br />

Enfermagem. Conceito: é a identificação das necessidades básicas do ser humano<br />

que precisa de atendimento e a determinação pelo enfermeiro do grau de<br />

dependência deste atendimento em natureza e extensão. O grau de dependência<br />

pode ser total ou parcial. Total: tudo que a enfermagem faz pelo cliente quando este<br />

não tem condições de fazer por si, seja qual for a causa. Parcial: a assistência de<br />

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enfermagem pode situar-se em termos de ajuda, orientação, supervisão e<br />

encaminhamento.<br />

O julgamento clinico é o processo cognitivo caracterizado por diversas<br />

decisões para definir o melhor diagnóstico, a melhor intervenção e os efeitos desta<br />

intervenção, estabelecendo o diagnóstico e o seu raciocínio. O enfermeiro necessita<br />

desenvolver habilidades e competências cognitivas, técnicas, afetivas e sociais para<br />

ser capaz de desenvolver o raciocínio clinico.<br />

O diagnóstico de Enfermagem é ação privativa do enfermeiro, deve ser<br />

enumerado, e o enfermeiro deve assinar o instrumento utilizado para anotação dos<br />

diagnósticos de Enfermagem e colocar número do COREN sob o qual está inscrito.<br />

3ª etapa Planejamento de Enfermagem (PE)<br />

São as intervenções de Enfermagem. É a determinação global da assistência<br />

de Enfermagem que o cliente deve receber diante do Diagnóstico de enfermagem<br />

estabelecido, é o resultado da análise do Diagnóstico, examinando as alterações,<br />

necessidades afetadas e o grau de dependência .Observação:<br />

F (fazer)<br />

A (ajudar)<br />

O (orientar)<br />

S (supervisionar)<br />

E (encaminhar)<br />

As intervenções planejadas devem ser destinadas a alcançar os resultados<br />

esperados e a prevenir, resolver ou controlar as alterações encontradas durante o<br />

Diagnóstico.<br />

4ª etapa - Implementação de Enfermagem (IE)<br />

É a concretização do plano de atendimento ou assistencial pelo roteiro<br />

aprazado que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos<br />

cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas específicas do ser<br />

humano. O momento da realização pode ser: admissional, complementar diária e d<br />

alta. Seu efeito pode ser de conduta ou de ação. A conduta modifica o estado do<br />

cliente (repouso, curativo, orientação, termoterapia, higiene, etc.) A ação da subsidio<br />

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para avaliar o cliente ( SSVV, administração de medicamentos, diurese,<br />

características de SS e sintomas, etc.). Quanto à autonomia, pode ser independente,<br />

quando a decisão é o enfermeiro (higiene, repouso, curativo, orientação, controle de<br />

SSVV, etc.); dependente, quando é vinculada a decisão de outros profissionais<br />

(medicamentos, exames, cirurgia, etc).<br />

As diretrizes são:<br />

• Dirigidas pelos Diagnósticos e outros problemas de Enfermagem (prescrição<br />

médica, exames, cirurgia, etc);<br />

• Verbo no infinitivo e de ação (Fazer, encaminhar, aplicar, banhar, orientar,<br />

Ministrar, esclarecer, controlar, avaliar, explicar, informar, lubrificar,<br />

acompanhar, etc.);<br />

• Responde: O que? Como? Quando? Que parte do corpo?;<br />

• Seguir padrões mínimos de enfermagem (PME) e/ou específicos;<br />

• Atividade genérica (sem marcas de produtos);<br />

• Atividade com ideia única;<br />

• Numerada de acordo com o diagnóstico correspondente;<br />

• Atividade privativa do enfermeiro;<br />

• Letra legível sem rasuras;<br />

• Validade do horário de acordo com o período;<br />

• Divisão dos trabalhos por período;<br />

• Checagem com rubrica;<br />

• Data, nome e COREN. Utilizar carimbo.<br />

5ª etapa Avaliação Evolução de Enfermagem (EE)<br />

É o relato aprazado das mudanças sucessivas que ocorrem com cliente<br />

enquanto está sob a assistência profissional. Anotar inicialmente a avaliação do<br />

global do plano de cuidado (PE). Determina se os resultados foram atingidos, se as<br />

intervenções (IE) foram efetivas e se são necessárias modificações. Pode ser<br />

conceituada ainda como a análise das respostas do cliente frente aos cuidados de<br />

enfermagem prescritos em função dos resultados obtidos no prazo determinado.<br />

São usados indicadores- qualificadores de avaliação:<br />

• Ausente Presente<br />

• Melhorado Piorado<br />

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• Mantido Resolvido<br />

• Os tipos são: diária, complementar e de alta;<br />

As diretrizes são:<br />

• Condição básica para evolução, EF e entrevista do dia, evolução, prescrição<br />

e anotação de Enfermagem, resultados de exames, prescrição médica;<br />

• Os DE são avaliados em função de indicadores com justificativas baseadas<br />

na orientação anterior;<br />

• Deve ser precedida de horário;<br />

• É atividade privativa do enfermeiro;<br />

• Deve conter nome e COREN no carimbo.<br />

• Prognóstico de Enfermagem<br />

• O prognóstico indicará as condições que o cliente atingiu na alta médica. Ele<br />

chegou a total independência ou esta dependente.<br />

Anotações de Enfermagem<br />

• É o registro das respostas do cliente frente aos PME e aos cuidados<br />

individualizados logo após sua execução e/ou registro das intercorrências.<br />

Diretrizes para as anotações de Enfermagem:<br />

• Os padrões mínimos de Enfermagem- PME, os cuidados específicos e as<br />

intercorrências são básicos para a elaboração das anotações;<br />

• As anotações são subsídios para todas as etapas da SAE;<br />

• Deve responder as prescrições de Enfermagem- PE;<br />

• É competência de enfermeiros, técnicos e auxiliares que executam cuidados;<br />

• Deve conter horário antes do registro;<br />

• Deve ser clara e concisa;<br />

• Deve ter nome, função e número do COREN.<br />

Dica para controle do processo:<br />

• Cuidado prescrito<br />

• Cuidado realizado<br />

• Cuidado checado<br />

• Cuidado anotado<br />

• Cuidado assinado.<br />

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