14.04.2013 Views

Tese Delson Biondo.pdf - Universidade Federal do Paraná

Tese Delson Biondo.pdf - Universidade Federal do Paraná

Tese Delson Biondo.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Fazen<strong>do</strong> alusões à cópula<br />

19. Ó homem, precisas cevar-te em carnes (p. 48)<br />

20. Atleta fui e sou-o: nas batalhas venéreas, damas abaten<strong>do</strong> a golpes de adaga.<br />

(p. 123)<br />

21. Pois digo-te que não quisera estar no sítio da noiva à entrança nupcial. (p. 227)<br />

22. como temos gulosamente nos queri<strong>do</strong>! (p. 248)<br />

A passagem <strong>do</strong> herói clássico para o herói haroldiano (satiricamente<br />

degrada<strong>do</strong>) é também uma transposição cômica <strong>do</strong> heroísmo varonil para o<br />

heroísmo viril, da valentia mística <strong>do</strong> primeiro para a lascívia profana <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>. O<br />

sexo é, para o Torto, um campo de luta; sua grande batalha é levar as mulheres à<br />

rendição; o vigor peniano é sua arma, o gozo, sua recompensa. Ironicamente, é<br />

como se o pênis <strong>do</strong> protagonista simbolizasse to<strong>do</strong>s os instrumentos de combate,<br />

tanto de brancos quanto de índios. As formas que o autor encontra para nominar e<br />

metamorfosear esse pênis sugerem paralelos diverti<strong>do</strong>s entre arsenais militares e<br />

fantasias eróticas, guerra e sexualidade, sexo e submissão, prazer e poder.<br />

Aludin<strong>do</strong> aos órgãos genitais <strong>do</strong> Torto como armamentos<br />

23. arma de vera estimação (p. 10)<br />

24. avultada lança <strong>do</strong> Albuquerque (p. 12)<br />

25. alfanje excelentíssimo (p. 35)<br />

26. Às mãos segurava a assinalada borduna (p. 67)<br />

27. o porte e o formato <strong>do</strong> tacape (p. 148)<br />

como objetos de tortura<br />

28. a chibata que acabou os fazen<strong>do</strong> a gritos evadir-se (p. 67)<br />

29. miseravilíssimo vergalho (p. 84)<br />

como objetos de valor simbólico<br />

30. o vosso e só vosso cetro especialíssimo (p. 13)<br />

31. admirar-lhe o troféu (p. 37)<br />

como objetos frágeis ou delica<strong>do</strong>s<br />

32. a averiguar se os malinos lho haviam alaparda<strong>do</strong> a tetéia (p. 149)<br />

33. Por que olhar-me o grão mimo, que só à filha diz respeito? (p. 229)<br />

como objeto comestível<br />

34. Está a parecer que ele, e não a minina, vai engargantar o petisco <strong>do</strong> fidalgote.<br />

(p. 227)<br />

148

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!