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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA<br />

——— ——— ——— ——— ——— ——— ——— ———— ———<br />

Transformar as pessoas<br />

em discípulas de Cristo,<br />

através do ensino e da prática<br />

da palavra de Deus.


LIÇÕES<br />

BÍBLICAS<br />

REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS<br />

2º TRIMESTRE – 2010 – Nº 291<br />

REDAÇÃO<br />

Copyright © 2010 – Igreja Adventista da Promessa<br />

Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial<br />

ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.<br />

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo<br />

MTb. 24.465<br />

Redação e preparação Alan K. Pereira Rocha, Eleilton<br />

de originais<br />

William S. Freitas, Eudoxiana<br />

Canto Melo, Genilson S. da Silva,<br />

Jailton S. Silva, José Lima de<br />

Farias Filho, Valdeci Nunes de<br />

Oliveira, Virginia Ronchete David.<br />

Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo<br />

Editoração Marcorélio Murta<br />

Paula S. Peres<br />

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ<br />

Diretor Genilson S. da Silva<br />

Conselho Editorial Adelmilson Júlio Pereira<br />

Aléssio Gomes de Oliveira<br />

Ednei Rodrigues Brito<br />

Genilson S. da Silva<br />

José Lima de Farias Filho<br />

Manoel Pereira Brito<br />

Otoniel Alves de Oliveira<br />

Sebastião Lino Simão<br />

Valdeci Nunes de Oliveira<br />

EXPEDIENTE<br />

Capa Farol Editorial e Design<br />

Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha<br />

Leituras diárias Eleilton William de<br />

Souza Freitas<br />

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima<br />

Fone: (11) 2955-5141<br />

Assinaturas Informações na página 96<br />

Impressão<br />

Gráfica Regente<br />

Av. Paranavaí, 1146 – Maringá, PR – Fone: (44) 3366-7000<br />

REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030<br />

Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – secretariaiap@terra.com.br


SUMÁRIO<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

ABREVIATURAS 4<br />

APRESENTAÇÃO 5<br />

Afeto 6<br />

Honra 12<br />

Votos 19<br />

Temor 25<br />

Atitude 32<br />

Ensino 39<br />

Desvio 46<br />

Traição 53<br />

Juízo 60<br />

Volta 67<br />

Roubo 74<br />

Triunfo 80<br />

Alerta 87


ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA<br />

UTILIZADAS NAS LIÇÕES<br />

ANTIGO TESTAMENTO<br />

Gênesis Gn<br />

Êxodo Ex<br />

Levítico Lv<br />

Números Nm<br />

Deuteronômio Dt<br />

Josué Js<br />

Juízes Jz<br />

Rute Rt<br />

I Samuel I Sm<br />

II Samuel II Sm<br />

I Reis I Re<br />

II Reis II Re<br />

I Crônicas I Cr<br />

II Crônicas II Cr<br />

Esdras Ed<br />

Neemias Ne<br />

Ester Et<br />

Jó Jó<br />

Salmos Sl<br />

Provérbios Pv<br />

Eclesiastes Ec<br />

Cantares Ct<br />

Isaías Is<br />

Jeremias Jr<br />

Lamentações Lm<br />

Ezequiel Ez<br />

Daniel Dn<br />

Oséias Os<br />

Joel Jl<br />

Amós Am<br />

Obadias Ob<br />

Jonas Jn<br />

Miquéias Mq<br />

Naum Na<br />

Habacuque Hc<br />

Sofonias Sf<br />

Ageu Ag<br />

Zacarias Zc<br />

Malaquias Ml<br />

NOVO TESTAMENTO<br />

Mateus Mt<br />

Marcos Mc<br />

Lucas Lc<br />

João Jo<br />

Atos At<br />

Romanos Rm<br />

I Coríntios I Co<br />

II Coríntios II Co<br />

Gálatas Gl<br />

Efésios Ef<br />

Filipenses Fp<br />

Colossenses Cl<br />

I Tessalonicenses I Ts<br />

II Tessalonicenses II Ts<br />

I Timóteo I Tm<br />

II Timóteo II Tm<br />

Tito Tt<br />

Filemon Fm<br />

Hebreus Hb<br />

Tiago Tg<br />

I Pedro I Pe<br />

II Pedro II Pe<br />

I João I Jo<br />

II João II Jo<br />

III João III Jo<br />

Judas Jd<br />

Apocalipse Ap<br />

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E<br />

VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES<br />

BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje<br />

RA – Revista e Atualizada<br />

RC – Revista e Corrigida<br />

NVI – Nova Versão Internacional<br />

BV – Bíblia Viva<br />

BJ – Bíblia de Jerusalém<br />

TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia<br />

NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje


APRESENTAÇÃO<br />

Esta nova série de lições nos leva de volta a um livro do Antigo Testamento.<br />

A última lição que se baseou em um livro desta parte da Bíblia<br />

foi: No princípio: estudos baseados no livro de Gênesis, estudada há exatamente<br />

um ano.<br />

O livro base desta série que você tem em mãos é Malaquias, um dos<br />

profetas menores. E o seu título é: Mais que palavras: o que Deus fala ao seu<br />

povo. O Deus do livro de Malaquias é o Deus que fala.<br />

A expressão “diz o Senhor dos Exércitos” ocorre 21 vezes no livro, na<br />

versão Revista e Corrigida. Isso dá uma média de 5 ocorrências por capítulo.<br />

Mas, se você pegar o livro e contar a quantidade de palavras faladas<br />

por Deus, ficará ainda mais impressionado.<br />

O que Deus fala, por intermédio do profeta Malaquias, não é a favor do<br />

seu povo: é contra ele! A fala de Deus não é uma fala de consolo, mas de<br />

profundo confronto e pesada censura. Deus está bravo e irado com o seu<br />

povo, que já não o ama mais.<br />

Depois dessa fala aguda, Deus se cala, e se cala por quatrocentos anos!<br />

Mas o que Deus fala nessa última fala? Deus fala sobre “afeto”, “honra”,<br />

“votos”, “temor”, “atitude”, “ensino”, “desvio”, “traição”, “juízo”, “volta”, “roubo”,<br />

“triunfo” e “alerta”.<br />

Que a nossa atitude diante do Deus que fala seja não a do povo de<br />

Israel, que zombou da fala de Deus, mas a do filho de Ana, que disse: Fala,<br />

Senhor, que o teu servo ouve! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que<br />

Deus fala ao seu povo!<br />

Ao Rei eterno, sejam dadas a honra e a glória para todo o sempre!<br />

Amém!<br />

Pr. Genilson S. da Silva<br />

Diretor do Departamento de Educação Cristã


1<br />

3 ABR 2010<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

6 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Hinos sugeridos: BJ 50 – CC 07 / BJ 259 – MV 150<br />

Domingo, 28 de março ..............Ml 1:1-5<br />

Segunda, 29 ...........................Gn 25:19-27<br />

Terça, 30 .................................. Gn 25:18-34<br />

Quarta, 31 ................................. Gn 27:1-13<br />

Quinta, 1 de abril..................Gn 27:14-29<br />

Sexta, 2 .....................................Gn 27:30-41<br />

Sábado, 3 .....................................Rm 9:1-18<br />

Ensinar o estudante da Escola<br />

Bíblica a não questionar o<br />

amor soberano de Deus, não<br />

desprezar o amor corretivo<br />

de Deus e não recusar o<br />

amor gracioso de Deus.<br />

TEXTO BÁSICO: Eu vos tenho amado, diz o Senhor (...). Não foi Esaú<br />

irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a<br />

Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação. (Ml 1:2-3a)<br />

INTRODUÇÃO: Malaquias inicia sua tarefa sem se apresentar. Preferiu<br />

ser somente um simples mensageiro. Aliás, esse é o significado do seu<br />

nome. Sua origem, seu nome e sua história não eram mais importantes<br />

que a palavra proferida por Deus. “Queria ser fiel e não famoso”. 1 Usando<br />

o método literário de perguntas e respostas, ele expõe os pecados da<br />

geração pós-exílio. Eles haviam reconstruído o templo com todo fervor,<br />

mesmo diante de hostilidades. Mas, quase sessenta anos depois deste<br />

evento, a indiferença já tomava conta do povo de Deus. 2 É nessa época<br />

de fé acomodada que vive Malaquias. Ele seria o último profeta antes<br />

que a voz divina se calasse por um período de 400 anos. Nesta lição,<br />

veremos o primeiro diálogo divino da profecia. 3<br />

1. Lopes (2006:15).<br />

2. Pape (1982:127).<br />

3. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />

Afeto


I. FALA, SENHOR!<br />

O ânimo espiritual do povo de Israel já não era o de antes. As reformas<br />

no Templo e no muro, realizadas por Esdras e Neemias, respectivamente,<br />

já haviam sido esquecidas, bem como sua influência sobre o entusiasmo<br />

espiritual que marcou aquele tempo. Ter um relacionamento íntimo com<br />

Deus havia se tornando irrelevante para o povo. O retrato do povo era de<br />

ceticismo e sonolência espiritual. Com base neste contexto de degeneração<br />

da fé, hipocrisia, indiferença, infidelidade, falso culto e arrogância, é<br />

que este diálogo acontece. Um diálogo que serviria para exprimir o afeto<br />

de Deus para com o seu povo.<br />

1. Eu vos tenho amado: Esta é a primeira afirmação de Deus a Israel. Que<br />

forma mais expressiva e sugestiva para o início de uma conversa! É assim<br />

que Deus inicia seu diálogo, declarando seu amor deliberado e imutável por<br />

seu povo. Apesar do marasmo espiritual de Israel, Deus afirma seu amor<br />

contínuo. Observe a expressão “tenho amado” que caracteriza a continuidade<br />

e eternidade desse amor. Era como se Deus dissesse: “Olhe para nossa<br />

história. Eu os amei ao longo de todos estes anos, a despeito de tudo o que<br />

vocês fizeram”. Isso, provavelmente, se constitui um apelo para que se desfizesse<br />

a barreira da descrença, e uma tentativa de encorajamento.<br />

Mas numa pergunta que beira a audácia “Em que nos tens amado?”,<br />

Israel questiona a veracidade do incondicional amor de Deus. Observando<br />

a realidade da própria nação presumia que Deus não o amava; por<br />

isso não mais correspondia a esse amor. Ingratos, os israelitas começaram<br />

a questionar a providência de Deus em seu favor, e se realmente valia a<br />

pena continuar a servi-lo. Esses pensamentos foram exteriorizados em<br />

rituais vazios, trapaças nos dízimos e ofertas e indiferença para com os<br />

mandamentos. 4 Deus os disciplinou, mas não viram nisso o amor, como<br />

de um pai que ensina o filho; ao contrário, sentiram-se injustiçados. A<br />

insensibilidade levou-os a questionar o inquestionável amor divino.<br />

2. Não foi Esaú irmão de Jacó?: Vamos relembrar a história. Isaque<br />

orou ao SENHOR em favor de sua mulher, porque era estéril. O SENHOR<br />

respondeu à sua oração, e Rebeca, sua mulher, engravidou (Gn 25:21). Rebeca<br />

teve gêmeos bem diferentes: Esaú, o primogênito, e Jacó, que nasceu<br />

com a mão agarrada ao calcanhar do irmão. Ambos cresceram e, sem<br />

4. Idem, p. 322.<br />

www.portaliap.com | 7


dúvida, cometeram graves erros. Esaú, sendo o mais velho, estava em<br />

vantagem para herdar as bênçãos da aliança feita por seu avô, Abraão.<br />

A Bíblia não afirma que Jacó era merecedor do amor divino ou que agradava<br />

mais a Deus do que seu irmão. Mas o fato é que Esaú rejeitou seu<br />

direito de primogenitura facilmente, ao vendê-lo a Jacó. Não deu a devida<br />

importância e valor às bênçãos oferecidas por Deus. É evidente que Deus<br />

não aprovou a malandragem cometida por Jacó, pois, como dissemos anteriormente,<br />

ele não tinha qualquer mérito por ser alvo do amor de Deus. A<br />

despeito de sua insignificância (Dt 7:7-8), o Senhor o amou e achou por bem<br />

fazer de sua descendência um povo escolhido. Em sua soberania intocável,<br />

ele escolheu Jacó. 5<br />

3. Amei a Jacó, porém aborreci a Esaú: Desatento ao amor divino, o<br />

povo precisava de evidências que o comprovassem. Então, Deus relembrou<br />

ao povo que seu amor foi traduzido em ações constantes através da história.<br />

Mesmo tendo Jacó enganado seu irmão e mentido a seu pai, Deus o amou<br />

de forma paciente e fez de sua descendência um povo especial. Este, da<br />

mesma forma, voltou-se contra Deus, provocou inúmeras vezes a sua ira.<br />

Ainda assim, o Senhor nunca desamparou seu povo, mas permaneceu fiel a<br />

sua aliança, em cada momento da história.<br />

A expressão “aborreci a Esaú” não se refere a um destino eterno de Esaú.<br />

Simplesmente significa que Deus escolheu Jacó, em vez de Esaú, para ser<br />

aquele através do qual a nação de Israel e o Messias viriam. Deus também<br />

permitiu a Esaú formar uma nação, Edom, que, por sua vez, se tornou grande<br />

inimiga de Israel e viveu uma vida profana e pecadora. 6 Por escolher a<br />

Jacó e sua descendência, Deus cuidou deles de um modo especial. O aborrecimento<br />

divino consiste em que Deus escolheu perpetuar a linhagem do<br />

povo escolhido por meio de Jacó e não de Esaú. 7<br />

4. E fiz dos seus montes uma assolação: Tal como seu pai, Esaú, que preferiu<br />

comida ao direito de primogenitura, seus descendentes tinham outras<br />

preferências ao invés das espirituais. O sistema de valores de Esaú estendeuse<br />

a toda a sua descendência. Jacó e Esaú haviam se reconciliado, mas a<br />

amizade restaurada não perdurou aos seus descendentes. Instaurou-se uma<br />

rivalidade por parte dos edomitas, que se tornaram irracionais e extremamente<br />

perigosos para Israel. Desgraças e matanças foram os resultados da<br />

hostilidade. Para confirmar, leia um dos episódios: Nm 20:14-21.<br />

5. Baldwin (1982:185).<br />

6. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (1995:1200).<br />

7. Pfeiffer; Harrison (2001:378).<br />

8 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


A antipatia era tão profunda que desejavam ardentemente a ruína da nação<br />

irmã. Inclusive contemplaram alegres a destruição de Jerusalém, quando<br />

o povo foi capturado. O bem-estar do povo escolhido dependia da derrota<br />

destes inimigos. Israel desejava o favor divino, a fim de melhorar as circunstâncias<br />

de sua vida. Seu pedido foi atendido, e a profecia de Joel se cumpriu:<br />

“... Edom se fará um deserto assolado, por causa da violência que fizeram<br />

aos filhos de Judá, em cuja face derramaram sangue inocente” (3:19). 8 Devido<br />

sua arrogância, não ficaram imunes; para eles não houve restauração.<br />

O amor de Deus por seu povo é um amor declarado que se manifesta ao<br />

longo de toda a sua história. A insensibilidade do povo os levou a duvidar<br />

da autenticidade do amor divino e, consequentemente, a praticar um culto<br />

insincero. Mas, mesmo com toda a depravação moral e espiritual do povo,<br />

Deus o amou continuamente e tratou de evidenciar seu amor. Deus afirmou<br />

que o havia escolhido para ser uma nação especial e que o amaria independentemente<br />

de sua insensibilidade e ingratidão. Vejamos a seguir, qual deve<br />

ser nossa postura perante o imutável amor de Deus.<br />

1. Leia Malaquias 1:2 e responda: Que características do amor divino o<br />

primeiro comentário da lição nos oferece?<br />

2. Com base no segundo comentário, responda: Que vantagens Jacó<br />

tinha para ser escolhido por Deus? (Dt 7:7-8).<br />

3. Após a leitura do terceiro comentário, explique a expressão “amei a<br />

Jacó, porém aborreci a Esaú”.<br />

8. Coelho Filho (1994:24).<br />

www.portaliap.com | 9


4. Qual foi a consequência da hostilidade de Edom sobre Israel? (Jl 3:19).<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Não questione o amor soberano de Deus.<br />

Após muitos anos de exílio, Deus permitiu que o seu povo retornasse<br />

para Jerusalém. Com o auxílio divino, Israel 9 também pôde reconstruir o<br />

Templo e os muros de sua terra. A volta foi acompanhada por uma renovação<br />

espiritual marcante. Contudo, com o passar do tempo, o fervor da<br />

renovação se perdeu. O povo se tornou indiferente. Com rituais vazios,<br />

expressava uma fé oca. Entretanto, apesar de tudo isso, o Senhor disse:<br />

Eu sempre vos amei (Ml 1:2). Que declaração formidável! Apesar dos<br />

pesares, Deus nos ama. Essa é uma verdade que transcende gerações!<br />

Como entender tão grande amor? Por mais que tentemos, nunca iremos<br />

conseguir. O amor dele por nós é soberano e incondicional. Ele nos ama,<br />

e ponto. É livre e escolheu amar-nos.<br />

5. Leia a primeira aplicação e fale sobre o amor soberano de Deus.<br />

Temos direito de questioná-lo?<br />

2. Não despreze o amor corretivo de Deus.<br />

Israel se alegrava quando Deus trazia o julgamento para outras nações.<br />

Entretanto, não aceitava quando a disciplina lhe era direcionada.<br />

Como um pai que ama seu filho, Deus corrige seu povo, a fim de direcioná-lo<br />

ao caminho certo. Aceitar a disciplina divina implica uma postura<br />

de humildade. Ela não é motivo para o desânimo, mas de encorajamento,<br />

porque nos conduz à restauração (Hb 12:5-6). Você se considera um filho<br />

9. Apesar de Malaquias se referir a “Israel”, trata-se, na verdade, da nação de Judá, Reino do<br />

Sul. Israel, Reino do Norte, dispersou-se, depois de exilado, e não mais voltou a ser uma nação.<br />

10 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


de Deus? Sujeite-se à disciplina de seu Pai! Não a despreze; ela é prova<br />

do seu amor: pois o Senhor disciplina a quem ama (Hb 12:6a – NVI).<br />

6. Leia a segunda aplicação, Hb 12:5-6 e responda: O que o fato de Deus<br />

nos corrigir prova? Como devemos reagir ao seu amor corretivo?<br />

3. Não recuse o amor gracioso de Deus.<br />

O amor de Deus se manifestou a Jacó antes de ele nascer. Ele e seu<br />

irmão, Esaú, haviam nascido em pecado e cometeram pecados graves.<br />

Nem eles nem seus pais e avós mereciam coisa alguma da parte de Deus.<br />

Todavia, Deus, por pura graça, escolheu amar Jacó. Da mesma forma,<br />

ele nos amou, não porque previu que creríamos nele. A fé que temos<br />

nele é consequência desse imenso amor. O amor divino se manifestou a<br />

nós quando éramos escravos do pecado: Cristo morreu por nós quando<br />

ainda éramos pecadores (Rm 5:8). Não temos mérito algum por sermos<br />

alvos desse amor. Não havia nada em nós que pudesse despertar esse<br />

amor em Deus. Por isso, não o recusemos!<br />

7. Leia a terceira aplicação, Rm 5:8 e diga: Quando o amor de Deus<br />

se manifestou a nós? Qual deve ser a nossa atitude em relação a<br />

esse amor?<br />

CONCLUSÃO: Não tenhamos os olhos fechados para o amor de Deus.<br />

Ao contrário, como a nação escolhida para anunciar a Jesus Cristo, façamos<br />

isso com alegria. Lembremos que nós, povo escolhido, não temos<br />

qualquer autoridade para chamar o mundo perdido ao arrependimento,<br />

antes de acertarmos nossa vida com Deus. Sendo o povo que conhece<br />

a verdade acerca do arrependimento e da salvação, concertemos nossa<br />

vida diante de Deus, a fim de proclamar as boas novas. O amor de Deus<br />

pelo pecador precisa ser anunciado com vivacidade. Gratos, retribuamos<br />

seu infinito amor!<br />

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2<br />

10 ABR 2010<br />

12 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Honra<br />

Hinos sugeridos: BJ 02 - HC 135 / BJ 234 – SH 392<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

Domingo, 4 de abril ................. Ml 1:6-13<br />

Segunda, 5 ..................................Ex 20:1-12<br />

Terça, 6 ...................................... Ez 34:20-23<br />

Quarta, 7 ............................................. Sl 279<br />

Quinta, 8 .................................................Sl 34<br />

Sexta, 9 ..........................................Ap 5:1-14<br />

Sábado, 10 ..................................Rm 13:1-7<br />

Conscientizar o estudante de<br />

que precisa honrar o nome de<br />

Deus, aceitando sua correção,<br />

lembrando sua salvação e<br />

obedecendo à sua palavra.<br />

TEXTO BÁSICO: O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se<br />

eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o<br />

respeito para comigo? — diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó<br />

sacerdotes que desprezais o meu nome. (Ml 1:6)<br />

INTRODUÇÃO: Em janeiro deste ano, o Presidente do Brasil, Luiz<br />

Inácio Lula da Silva, foi honrado pelo Fórum Econômico Mundial com<br />

o prêmio de Estadista Global. Ele não precisou bradar ou escrever<br />

um manifesto reivindicando esse reconhecimento, mas foi honrado,<br />

mesmo não sendo perfeito como chefe de Estado. Agora, voltemonos<br />

para a Bíblia e vamos deparar com um quadro bem diferente:<br />

Através de Malaquias, o próprio Deus, que é perfeito em tudo, teve<br />

de bradar aos seus sacerdotes, reivindicando a honra que lhe estava<br />

sendo negada, e eles sequer reconheciam que o desonravam! É sobre<br />

esta difícil situação espiritual que vamos tratar neste estudo, com<br />

base em Ml 1:6.


I. FALA, SENHOR!<br />

Em Malaquias 1:6, o Senhor se dirige especificamente aos sacerdotes.<br />

Contudo, o que ele lhes disse, hoje, vale para todos os que<br />

crentes, pois, em Cristo, que é nosso Sumo Sacerdote (Hb 9:11), fomos<br />

feitos sacerdócio real (1 Pe 2:9). Isso se chama sacerdócio universal<br />

dos crentes, uma verdade bíblica que foi resgatada na Reforma<br />

Protestante e tem tudo a ver com o que vamos tratar aqui. Este<br />

estudo mostrará que honrar o nome de Deus é responsabilidade de<br />

todos que foram aceitos pelo Pai através de Jesus Cristo. Vamos,<br />

então, refletir sobre o que o Senhor tem a nos dizer.<br />

1. O filho honra o pai: Por que o filho deve honrar o pai? Porque<br />

se trata de um princípio de amor e de justiça. Todo filho deve gratidão<br />

a um pai amoroso pelo cuidado que este lhe dispensa. Por isso,<br />

nada há mais justo que o honrar. E é este o sentido do verbo hebraico<br />

דבכ (kabad), traduzido pelo verbo “honrar”, neste versículo:<br />

tornar honrado, glorioso, importante. Tanto é verdade esse princípio<br />

para as relações entre pais e filhos que o quinto mandamento do<br />

decálogo divino é: Honra teu pai e tua mãe (Ex 20:12). Deus sempre<br />

fora um pai amoroso para Israel, mas este o havia abandonado e o<br />

tratava injustamente.<br />

Neste sentido, através de Malaquias, o Senhor faz um protesto: Se<br />

eu sou pai, onde está a minha honra? (v.6). Nessa reclamação, Deus<br />

reivindica para si o afeto e a intimidade de seus filhos, porque, primeiramente,<br />

ele os ama como pai e deseja se relacionar com eles.<br />

Amar é sua especialidade. Por isso, a queixa divina é que os sacerdotes<br />

não o honravam porque não o amavam. E honra, sem amor,<br />

não é honra: é ofensa. Considerando isso, existimos para a glória de<br />

Deus e para seu deleite. Se não o honramos com amor sincero, nós<br />

o estamos ofendendo e lhe roubando o que lhe é de direito.<br />

2. E o servo, ao seu senhor: Aqui, Deus apela para outro tipo de<br />

relacionamento: o servo para com o senhor. Percebemos que há um<br />

verbo implícito, que mais parece ser o verbo “temer”, não o verbo<br />

“honrar”. Neste caso, teríamos: um servo teme ao seu senhor, tradução<br />

apresentada pela Bíblia de Jerusalém. “Temer” é respeitar, reverenciar,<br />

atitudes que um servo deve ter para com seu senhor. Era<br />

o que Deus esperava de Israel. Contudo, em outros tempos, nem a<br />

Faraó os israelitas haviam tratado com tal desrespeito, tampouco<br />

www.portaliap.com | 13


afrontavam o governador que o rei da Pérsia havia, agora, colocado<br />

sobre eles (v. 8).<br />

Aqueles sacerdotes portavam-se como servos ingratos que se rebelam<br />

contra um senhor que os adota como filhos e sempre os trata<br />

com respeito. Daí a queixa divina: E, se eu sou senhor, onde está o respeito<br />

para comigo? O mais grave é que não afrontavam a um senhor<br />

qualquer, mas àquele que, antes de tudo, era pai para Israel. Atente<br />

bem para isto: Deus não é um senhor orgulhoso, que precisa de servos<br />

bajuladores para ser quem é. O nome dele é e sempre será santo,<br />

quer o reconheçamos, quer não. Na verdade, ele não está buscando o<br />

seu próprio bem, mas o nosso: quer que o honremos como ele merece,<br />

porque nos quer fazer benditos em seu santo nome.<br />

3. Diz o Senhor dos Exércitos: O próprio Deus se apresenta como<br />

Senhor, que é uma tradução para o nome hebraico: הוהי (Yahweh).<br />

Esse é o nome próprio de Deus. Você percebe a gravidade do que<br />

aqueles sacerdotes estavam fazendo? Ao desrespeitar o nome de<br />

Deus, estavam desonrando a pessoa do Altíssimo. 1 A cada ritual, eles<br />

o invocavam com desprezo e ainda reivindicavam inocência: Em que<br />

desprezamos nós o teu nome? Mas o Senhor não os tinha por inocentes,<br />

pois a condenação era e é a sentença decretada no terceiro mandamento<br />

do decálogo a quem desrespeita o nome de Deus (Ex 20:7).<br />

Não é sem razão que o nome próprio de Deus, em Malaquias 1:6,<br />

vem acompanhado de um atributo: SENHOR dos Exércitos. Apresentar-se<br />

apenas como S já seria suficiente para despertar temor, mas<br />

Deus se mostra como SENHOR dos Exércitos para deixar claro que é<br />

autoridade máxima, aquele que dá as ordens, que sabe dirigir bem<br />

seu exército de fiéis. Mas longe de querer despertar medo, ele quer<br />

despertar reverência. Mais ainda: o Senhor queria e quer encorajar<br />

seu povo a confiar em sua palavra, pois, como SENHOR dos Exércitos,<br />

seus meios são infalíveis; seu poder, indestrutível. Ele é aquele que<br />

peleja e vence toda e qualquer batalha. Por isso, merece toda honra!<br />

4. Que desprezais o meu nome: Tratar alguém com desprezo é<br />

agir diante dessa pessoa como se ela não existisse e fazê-la sentirse<br />

desvalorizada. Agora, observe o que Deus diz acerca dos seus<br />

sacerdotes: ... ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Aqueles líderes<br />

estavam tão acostumados ao seu ofício que o consideravam<br />

1. Cf. Coelho Filho, I. G. (1994:31).<br />

14 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


um serviço qualquer. O serviço sacerdotal tornara-se uma profissão<br />

em que não tinham prazer. Era assim que desprezavam o nome de<br />

Deus: ignorando-o, descartando-o de suas vidas, agindo como se<br />

ele não pudesse ver, falando como se ele não pudesse ouvir, pensando,<br />

como se ele não pudesse saber.<br />

A forma mais ofensiva de se tratar Deus é fazer de conta que ele<br />

não existe, e, quando não dá para fazer de conta, agir como se ele<br />

fosse uma pessoa qualquer, tratá-lo com banalidade. Foi nesse laço<br />

que os sacerdotes de Israel caíram e que nós corremos o risco de<br />

cair, se perdermos a noção de que estamos lidando com um Deus<br />

Santo e de que todos os princípios que ele nos deu devem ser levados<br />

a sério. O Senhor jamais aceitará ser tratado por nós como<br />

alguém comum. Por isso, deixou bem claro em sua palavra: ... eu sou<br />

Deus e não homem; o Santo no meio de ti (Os 11:9).<br />

Não podemos negar, portanto, que há perigo em nos acostumarmos<br />

com a santidade de Deus, em lidarmos com o que é sagrado<br />

de maneira desinteressada, relaxada e irreverente. Isso diz respeito<br />

à nossa maneira de cultuar a Deus e tudo o mais que pensamos,<br />

falamos e fazemos. Ele é nosso Pai e nosso Senhor, merece ser honrado<br />

e temido. Deus não nos gerou e nos comprou através de Jesus<br />

Cristo para satisfazer nossos caprichos, mas para que seu nome seja<br />

honrado em nossas vidas. Honrá-lo deve ser nossa prioridade. Sendo<br />

assim, os três princípios que estudaremos a seguir podem nos<br />

auxiliar nessa nobre missão.<br />

1. A partir de Ml 1:6 e do item 1, explique por que Deus apresenta<br />

como primeira queixa o exemplo de relacionamento entre o filho e<br />

o pai?<br />

2. Com base no mesmo texto bíblico e no item 2, explique a relação<br />

entre o respeito de um servo para com o senhor e o nosso<br />

temor para com Deus.<br />

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3. Leia Ex 20:7, o item 3 e responda: Quais as implicações do<br />

desrespeito para com o nome de Deus e por que o Senhor se<br />

apresenta aos sacerdotes de Israel como SENHOR dos Exércitos?<br />

4. A partir de Ml 1:6; Os 11:9 e do item 4, responda: O que significa<br />

desprezar o nome de Deus e qual a gravidade disso?<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Aceitar a correção de Deus é honra que ele merece.<br />

Antes de qualquer coisa, Deus nos ama como pai. Isso implica que<br />

ele é digno de honra por nos ter gerado. Além do mais, implica que<br />

seu amor paterno não o deixa sossegar, ao nos ver praticando o erro.<br />

Por isso, ele nos disciplina para nos corrigir. Sendo assim, em atitude<br />

de filhos humildes, devemos receber sua correção sem murmuração,<br />

confiando que é executada por aquele que não somente quer, mas<br />

sabe o que é melhor para nós. Precisamos lembrar que, se somos<br />

corrigidos, é porque somos filhos legítimos e amados (Hb 12:8). Que<br />

o temor do Senhor nos livre da atitude atrevida e arrogante dos sacerdotes<br />

de Israel, que reclamavam inocência. Honremos o Senhor<br />

com um coração humilde.<br />

5. Leia a primeira aplicação e responda: O que tem a ver aceitar a<br />

correção de Deus com honrar o nome de Deus?<br />

16 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


2. Lembrar a salvação de Deus é honra que ele merece.<br />

Israel tinha uma história de salvação que o Senhor sempre fez questão<br />

de lembrar-lhe (Lv 19:36, 22:33; Nm 15:41; Js 24:5; Jz 6:8). Mas a resposta<br />

do povo e dos sacerdotes era a ingratidão. Se eles lembrassem como<br />

haviam sido libertos, não deixariam de temer ao Senhor. Da mesma forma,<br />

se mantivermos viva em nossa memória a grande salvação que recebemos<br />

gratuitamente de Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso fervor<br />

em segui-lo e servi-lo aumentará. Ninguém mais nos amou a ponto de<br />

nos entregar seu único Filho: Só ele! Por isso, é impossível lembrarmos e<br />

valorizarmos a mensagem da cruz sem que sejamos tomados pelo temor<br />

e pela reverência que nosso Deus merece.<br />

6. Leia a segunda aplicação e responda: Por que honramos o nome de<br />

Deus, ao lembrarmos a sua salvação?<br />

3. Obedecer à palavra de Deus é honra que ele merece.<br />

A desobediência dos sacerdotes de Israel era consequência do esfriamento<br />

de seu amor por Deus. Eles não mais o consideravam digno.<br />

Portanto, não viam a necessidade de oferecer um culto que o honrasse.<br />

Assim, apresentavam pão imundo diante do altar (Ml 1:7). Precisamos<br />

nos conscientizar de que nosso relaxo em relação às coisas de Deus e<br />

nossa desobediência à sua palavra têm uma causa mais profunda: ele<br />

deixou de ser importante para nós. Só quem o ama guarda a sua palavra<br />

(Jo 14:21); só quem o honra tem o desejo de fazer o melhor para<br />

ele. É hora de pedirmos que o Senhor renove nossa fé em seu nome e<br />

nos ajude a obedecer-lhe.<br />

7. De acordo com a terceira aplicação, qual a causa mais profunda da<br />

desobediência a Deus e por que obedecer ao Senhor é honra para ele?<br />

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CONCLUSÃO: A respeito do que estudamos nesta lição, não resta dúvida<br />

de que Deus quer e merece ser tratado com reverência. O seu nome<br />

está acima de todo nome, porque também debaixo do céu nenhum outro<br />

nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4:12). O<br />

nome do nosso Deus é santo. Isso é muito sério! Se você estava desatento<br />

quanto a essa verdade, é hora de despertar e clamar por misericórdia.<br />

Não tenha dúvida: o Espírito Santo vai capacitá-lo a aceitar a correção de<br />

Deus, a lembrar a salvação de Deus e a obedecer à palavra de Deus, para<br />

que sua vida glorifique o nome do Senhor.<br />

18 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


3<br />

17 ABR 2010<br />

LEITURA DIÁRIA<br />

Votos<br />

Hinos sugeridos: BJ 203 – CC 05 / BJ 186 – CC 295<br />

Domingo, 11 de abril ....................Ml 1:14<br />

Segunda, 12 ......................................Nm 30<br />

Terça, 13 ....................................Dt 23:21-23<br />

Quarta, 14 ................................ Jó 22:22-27<br />

Quinta, 15 ..................................Sl 50:14-15<br />

Sexta, 16 .................................................Sl 76<br />

Sábado, 17 .......................................Ec 5:1-5<br />

OBJETIVO<br />

Mostrar que os votos feitos<br />

a Deus devem ser cumpridos<br />

de maneira rápida, integral e<br />

jubilosa.<br />

TEXTO BÁSICO: Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal<br />

sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque<br />

eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre<br />

as nações. (Ml 1:14)<br />

INTRODUÇÃO: Votos. Você vai se cansar de tanto ouvir essa palavra<br />

nos meses que virão pela frente. Em ano de eleições é assim mesmo.<br />

Não se fala de outra coisa. Mas fique calmo: esta lição, que tem por base<br />

Malaquias capítulo 1, versículo 14, tem tudo a ver com votos, mas não<br />

tem nada a ver com eleições. Ela vai tratar de votos não como atos políticos,<br />

mas como atos puramente espirituais. Feitos diante de Deus, e não<br />

de César. Você vai notar que a Bíblia tem muitas instruções sobre esse<br />

assunto tão importante para a vida de quem anda com Deus. Vamos,<br />

então, analisar este ensino bíblico.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

Em meio às aflições, doenças e guerras homens e mulheres de Israel<br />

faziam votos a Deus (Gn 28:20; Nm 21:2; Jz 11:30; I Sm 1:11). “Era uma<br />

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maneira de mostrar a seriedade com que encaravam sua necessidade de<br />

Deus”. 1 Mas o que é um voto? Um voto é simplesmente uma promessa<br />

a Deus. Ele era “ou de realizar alguma coisa ou de abster-se de alguma<br />

coisa, uma ação em retribuição ao favor de Deus ou como expressão de<br />

zelo ou devoção para com Deus”. 2 Trata-se, portanto, de um ato de culto,<br />

que deve ser feito voluntariamente e cumprido rigorosamente, como<br />

veremos na sequência.<br />

1. Pois maldito seja o enganador: Os votos feitos a Deus eram atos<br />

voluntários e espontâneos de adoração. “Ninguém era obrigado a votar,<br />

mas, se o fizesse, teria de manter a palavra”. 3 Para evitar abusos na hora de<br />

cumpri-los, algumas regras muito claras foram criadas por Deus. A primeira<br />

regra estabelece que o voto seja cumprido rapidamente: Se um de vocês<br />

fizer um voto ao Senhor o seu Deus, não demore a cumpri-lo (Dt 23:21a). A<br />

segunda regra determina que o voto seja cumprido honestamente: Faça<br />

tudo para cumprir o que os seus lábios prometeram (Dt 23:23a).<br />

O israelita do período de Malaquias estava descumprindo especialmente<br />

a segunda regra. Ele cumpria o seu voto, mas não o cumpria de<br />

maneira honesta. As palavras utilizadas por Deus para se dirigir àquele<br />

que votava de um jeito e cumpria de outro são sim severas, mas não<br />

são impróprias. Mas o que elas indicam? A palavra maldito aponta<br />

“um profundo desgosto divino, bem como acena com a possibilidade<br />

de um julgamento”. 4 A palavra enganador, por sua vez, mostra “o<br />

desagrado divino com pessoas que não são fiéis nos compromissos<br />

que assumem com ele”. 5 O preço pago por não cumprir um voto feito<br />

a Deus é muito alto.<br />

2. Tendo um animal sadio no seu rebanho: Numa ocasião de muita<br />

aflição, um voto fora feito em oração. Talvez tenha dito mais ou menos<br />

assim: “Senhor, se me livrares dessa aflição, lhe darei um animal perfeito<br />

do meu rebanho como oferta de gratidão”. O Senhor, algum tempo depois,<br />

atendeu o clamor do seu servo e o livrou de todas as suas aflições.<br />

Este servo, agora, tinha um voto a cumprir para com o seu Deus. Um dos<br />

vários animais do seu rebanho de ovelhas deveria ser oferecido à casa do<br />

Senhor. Mas qual deles ofertar? Esta era a dúvida do momento.<br />

1. Hubbard (1991: 83).<br />

2. Douglas (1962:1669).<br />

3. Reed (2009:464)<br />

4. Coelho Filho (1994:35)<br />

5. Idem, 36.<br />

20 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


Dois animais do aprisco atraíram a sua atenção de imediato. O primeiro<br />

não se locomovia nem se alimentava mais sozinho. Era cego das duas<br />

vistas. Ficou assim por causa do feroz ataque de um lobo. O segundo não<br />

tinha as pernas da frente. Um carro de boi havia passado por cima delas.<br />

Ele optou por doar o animal cego. O voto foi, então, cumprido, mas não<br />

como prometido. Prometeu o animal saudável e ofereceu ao Senhor um<br />

defeituoso. Deu-lhe aquele animal que sabia que iria perder logo e no<br />

qual não iria mais valer a pena investir! Ficou com os melhores animais<br />

para serem consumidos ou negociados.<br />

3. Porque eu sou grande Rei: O modo como se cumpria os votos mostra,<br />

dentre outras coisas, o quanto a visão que o povo tinha de Deus era míope.<br />

Para tratar essa visão estreita, Deus mostrou a visão que tinha de si mesmo:<br />

eu sou o grande Rei. Não há exagero nesta afirmação divina. Ele é mesmo<br />

grande Rei! Deus é grande Rei porque reina não apenas em Israel, mas em<br />

toda a terra (Sl 47:7). Deus é grande Rei porque, no céu, está o santo trono,<br />

de onde faz tudo o que lhe agrada (Sl 115:3). Deus é grande Rei porque não<br />

há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? (Dn 4:35).<br />

Deus é grande Rei porque dele é a terra e tudo que nela se contém,<br />

o mundo e os que nele vivem (Sl 24:1). Deus é grande Rei porque dele,<br />

e por meio dele e para ele são todas as coisas (Rm 11:36). Enfim, Deus<br />

é grande Rei porque a sua soberania é universal, é absoluta, é imutável.<br />

Quem, pois, controla a sequência dos eventos e de todos os seus resultados<br />

não “é a necessidade, nem o acaso, nem a insensatez do homem,<br />

nem a malícia de Satanás”: 6 É Deus, o grande Rei!<br />

4 . O meu nome é terrível entre as nações: Três expressões nos chamam<br />

a atenção em Malaquias: “meu nome”, “teu nome” e “seu nome”.<br />

Das três, a que se repete com frequência, é “meu nome”. Aparece oito<br />

vezes (1:6, 11, 14, 2:2, 5, 4:2). As outras duas, “teu nome” e “seu nome,<br />

ocorrem apenas uma vez cada (1:6 e 3:16). Deus afirma que o seu nome<br />

é terrível. A palavra “terrível” é uma tradução da palavra hebraica yare’.<br />

Ela é usada tanto para descrever a emoção do medo (Dt 5:5, I Sm 7:7),<br />

quanto para retratar reverência e respeito (Lv 19:3; Sl 112:1). 7<br />

Os povos tremiam de medo, quando ouviam falar do nome Deus. Tremiam<br />

com razão. Afinal, o nome de Deus não era (e não é) um nome<br />

qualquer. Por várias vezes, afirma-se, na Bíblia, que o seu nome é um<br />

“santo nome” (Lv 20:3, 22:32; I Cr 16:10, 35, 29:16; Sl 32:21, 103:1, 105:3,<br />

6. Hodge (2001:332).<br />

7. Harris (1998:654-655)<br />

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145:21; Is 57:15; Ez 20:39, 36:20-22, 39:7, 25; 43:8; Am 2:7). E Deus zela<br />

tanto por esse seu santo nome, que faz um forte alerta: Não use o meu<br />

nome sem o respeito que ele merece; pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês,<br />

e castigo aqueles que desrespeitam o meu nome (Êx 20:7). Deus, o grande<br />

Rei, não poupa de juízo quem não leva o seu nome a sério.<br />

Ao cumprir os seus votos, doando para Deus o animal que não podia<br />

ser doado, isto é, o cego, ou aleijado, ou mutilado, ou ulceroso, ou sarnoso,<br />

ou cheio de impigens (Lv 22:22), o povo deixou claro que não temia esse<br />

santo nome de Deus. Quem o teme, jamais se porta de um modo tão<br />

imoral, diante de um ser infinito em todas as suas perfeições, de quem<br />

depende absolutamente e diante de quem é responsável por seu caráter<br />

e conduta. Logo a seguir, veremos como podemos cumprir os nossos<br />

votos feitos a Deus de um modo que o agrade.<br />

1. Leia Ml 1:14a, o item 1 e explique o significado das palavras “maldito”<br />

e “enganador”. A quem são dirigidas?<br />

2. Após ler Ml 1:14b e o item 2, responda: De que modo o povo de<br />

Israel, da época de Malaquias, cumpria os seus votos feitos a Deus?<br />

3. Leia Ml 1:14c, o item 3 e responda: O que se pode dizer sobre a<br />

expressão “Eu sou grande Rei”? Por que Deus a utilizou?<br />

4. Com base em Ml 1:14d, e no item 4, responda: O que Deus quis dizer<br />

quando afirmou que o seu nome “é terrível entre as nações”?<br />

22 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Cumpra os seus votos feitos a Deus prontamente.<br />

Deve-se fazer votos a Deus. Eles podem ser feitos em qualquer época:<br />

“depois de um fracasso, em meio a um sofrimento, antes do início de<br />

uma nova etapa da vida” 8 . Você pode fazê-los tanto por sua própria vida<br />

quanto pela vida de outros. Você pode, por exemplo, fazer um voto a<br />

Deus para não arder mais em ciúmes. Já pensou nisso? Ou, então, pode<br />

fazer um voto a Deus em favor do seu filho, para que ele não use mais<br />

pedra de crack. Mudanças maravilhosas costumam surgir a partir de um<br />

voto feito a Deus! Agora, atenção! Assim que alcançar a bênção, cumpra<br />

logo o voto: ... não tardes em cumpri-lo (Ec 5:4a). Deus não tem prazer<br />

em atrasos: Seja pontual!<br />

5. Leia Dt 23:21 e Ec 5:4a. O que esses dois textos ensinam sobre<br />

cumprir prontamente os votos feitos a Deus?<br />

2. Cumpra os seus votos feitos a Deus integralmente.<br />

Quem opta por fazer um voto diante de Deus, deve saber que terá o<br />

dever de cumpri-lo depois: ... o que votares, paga-o (Ec. 5:4b). Deve-se,<br />

então, analisar bem o que vai dizer na hora de fazê-lo. Não diga nada<br />

que você não vai “querer” ou “poder” cumprir depois: Pense bem antes<br />

de prometer alguma coisa a Deus, pois você poderá se arrepender depois<br />

(Pv 20:25 – NTLH). Não deixe que a sua língua o faça pecar nessa hora (Ec<br />

5:6a). O Deus que sempre faz o que diz não se agrada de quem não faz<br />

o que diz. Ele “não dá pouca consideração aos votos quebrados. Um voto<br />

quebrado pode trazer o julgamento de Deus sobre nossos esforços”. 9<br />

6. Para podermos cumprir os nossos votos integralmente, que<br />

cuidados devemos ter, quando os fizermos? Leia Pv 20:5 e Ec 5:6.<br />

8. Fonte: http://www.ultimato.com.br. < Acessado em 01/02/2010.<br />

9. Eaton; Carr (1989:106).<br />

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3. Cumpra os seus votos feitos a Deus alegremente.<br />

O ato de fazer um voto diante de Deus é um ato muito sério. Mas isso<br />

não quer dizer que não deve haver alegria em nosso coração na hora de<br />

cumpri-lo. O salmista fazia questão de cumprir os seus votos nas reuniões<br />

do povo de Deus (Sl 22:5, 116:14), quando o Senhor era alegremente<br />

celebrado e salmodiado. É assim que deve ser! Quem cumpre o seu voto<br />

no tempo certo (prontamente) e do modo certo (integralmente), deve se<br />

alegrar muito no Senhor, que ouviu o seu clamor e o livrou de forte inimigo<br />

(Sl 18:7), de grande transgressão (19:13), de todas as suas tribulações<br />

(Sl 34:6), no dia do mal (Sl 41:1).<br />

7. Além de pontualidade e integridade, o que mais devemos demonstrar,<br />

quando estivermos cumprindo nossos votos? Leia o item anterior.<br />

CONCLUSÃO: Que tal fazer alguns votos a Deus? Mas não faça votos<br />

somente voltados para as coisas materiais. Não faça votos apenas para<br />

que a figueira floresça, para que haja fruto na vida, para que os campos<br />

produzam mantimento, para que as ovelhas sejam devolvidas ao aprisco,<br />

para que haja gado nos currais. Faça votos também voltados para as<br />

coisas espirituais. Faça votos de dedicar mais a sua vida ao Senhor, de ler<br />

mais a sua palavra e meditar nela dia e noite, de alimentar o espírito em<br />

vez de alimentar a carne. Não faça votos apenas em seu favor. Faça votos<br />

a Deus em favor dos outros também. E cumpra-os de acordo com o que<br />

ensina a palavra de Deus!<br />

24 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


4<br />

24 ABR 2010<br />

LEITURA DIÁRIA<br />

Hinos sugeridos: BJ 28 – CC 09 / BJ 178 – HC 145<br />

Domingo, 18 de abril ..................Ml 2:1-5<br />

Segunda, 19 ..................................Sl 33:1-8<br />

Terça, 20 ..........................................Sl 89:1-7<br />

Quarta, 21 ................................Dt 10:12-22<br />

Quinta, 22 ..................................Js 24:14-25<br />

Sexta, 23 ...................................I Pe 1:15-21<br />

Sábado, 24 ..................................Ec 12:9-14<br />

OBJETIVO<br />

Mostrar ao estudante que,<br />

quando tememos a Deus,<br />

ficamos livres da inquietação,<br />

da imoralidade e da<br />

negligência.<br />

TEXTO BÁSICO: Minha aliança com ele foi de vida e paz; ambas<br />

lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu<br />

por causa do meu nome. (Ml 2:5)<br />

INTRODUÇÃO: Aliança é um tratado de paz entre duas partes. Estudaremos<br />

a aliança feita entre Deus e os levitas. Através desta aliança, o<br />

Senhor dá a melhor demonstração de sua boa vontade, não somente<br />

para com essa tribo escolhida para cuidar dos serviços religiosos, mas<br />

também, e por extensão, para com todo o povo de Israel. Porém, tão<br />

importante e necessária quanto essa aliança, era a manutenção dela<br />

por parte daqueles com quem fora feita: os levitas. Estes deveriam demonstrar,<br />

também, como prova do seu interesse pela manutenção dessa<br />

aliança, obediência e temor ao nome de Deus.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

Temor<br />

Foi no livro do profeta Malaquias, e especialmente no versículo<br />

5 do capítulo 2, que embasamos esta lição. Nela, os destaques são<br />

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para a aliança feita por Deus com os levitas e o temor devidos ao<br />

seu nome, como condições necessárias à manutenção da referida<br />

aliança. Da tribo de Levi saíram todos os sacerdotes, que eram os<br />

ministradores do templo, os intermediários entre os homens e Deus.<br />

Através deles, o povo recebia orientação espiritual e o perdão dos<br />

pecados, mediante o oferecimento de sacrifícios. A aliança com os<br />

levitas e o que Deus esperava como resultado dela constitui o nosso<br />

tema de hoje. Vejamos o que o Senhor disse, por meio de Malaquias.<br />

1. Minha aliança com ele: Na aliança, pelo menos duas partes<br />

precisam estar envolvidas. Antes da aliança, cada parte podia ser:<br />

amiga, inimiga ou indiferente. Depois dela, cada parte se compromete<br />

a adotar, em relação à outra, uma convivência de reciprocidade.<br />

A verdadeira aliança exige reciprocidade. Isto significa que<br />

envolve compromissos que precisam ser correspondidos por ambas<br />

as partes. Nesta aliança feita com os levitas, Deus se comprometeu a<br />

cumprir a parte que lhe cabia, e esperava que o mesmo acontecesse<br />

com os levitas, ou seja, cada parte devia cumprir fielmente os termos<br />

da aliança.<br />

Feitas entre os homens, as alianças normalmente têm um caráter<br />

político ou militar. Feitas entre Deus e seu povo, são a garantia de<br />

que Deus se tornou um aliado desse povo, passando a lutar em favor<br />

dele. Estamos tratando da aliança de Deus com Levi e do objetivo<br />

pretendido por aquele, em relação a este (cf. Ml 2:5). Era dever dos<br />

levitas, e especialmente dos sacerdotes, interpretar essa atitude de<br />

Deus como um sinal de sua boa vontade para com eles, à qual deveriam<br />

corresponder com igual demonstração de boa vontade, pois é<br />

um grande privilégio viver em aliança com Deus.<br />

2. Foi de vida e de paz: Várias foram as alianças ou pactos feitos<br />

por Deus com personagens importantes dentre os filhos do seu<br />

povo: Noé, Abraão, Moisés, Davi, etc. Fez ele alianças também com a<br />

própria nação israelita, e esta, por sua vez, também fez alianças com<br />

outros povos, para garantir sua sobrevivência. Porém, a aliança feita<br />

com Deus, neste caso específico, tinha como finalidade proporcionar<br />

vida, paz, segurança e tranquilidade a todo o povo, além de ser<br />

a certeza de um bom relacionamento entre ele e os sacerdotes. Era<br />

este o propósito de Deus para esse povo.<br />

Manter boas relações com seu povo sempre esteve nos planos<br />

de Deus: Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o<br />

Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que es-<br />

26 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


perais (Jr 29:11). Daí a declaração de que a aliança que Deus fez com<br />

Levi foi de vida e paz. Porém, para que estas coisas se tornassem realidade,<br />

os sacerdotes precisavam cumprir com a parte que lhes cabia<br />

na aliança: guiar o povo com sabedoria, servindo-lhe de exemplo.<br />

Estes, porém, acabaram se esquecendo de Deus e, com isso, o povo<br />

que era por eles orientado também se desviou.<br />

3. Ambas lhe dei eu para que me temesse: Vida e paz são bens<br />

espirituais importantes. Sem a vida, todos os outros bens seriam nulos;<br />

e a vida sem paz também não teria sentido. E estas duas coisas<br />

vêm de Deus: toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto,<br />

descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de<br />

variação (At 17:25b; Tg 1:17). Este era o reconhecimento que Deus<br />

esperava da parte desses líderes, pois, ao fazer aliança com Levi e<br />

com os sacerdotes, ele lhes deu vida e paz para que temessem o seu<br />

nome, tendo o devido cuidado para não o ofenderem.<br />

As bênçãos devem nos levar a expressar um profundo temor a<br />

Deus: Para que me temesse (Ml 2:5c). “Aquele que ‘teme’ a Deus<br />

concretizará seu temor numa retidão ou piedade que se manifesta<br />

na prática. Jó, como alguém temente a Deus, evita o mal (Jó 1:1).<br />

O Salmo 128:1 diz que a pessoa que ‘teme’ ao Senhor anda nos<br />

caminhos de Deus. Os que temem ao Senhor podem ser aqueles<br />

cuja piedade pessoal se manifesta numa reação positiva à mensagem<br />

divina”. 1 Temos nós dado provas de que tememos a Deus? Não<br />

nos esqueçamos de uma coisa, a melhor prova que podemos dar do<br />

nosso temor a Deus consiste em nos sujeitarmos às suas determinações<br />

(cf. Ec 12:13).<br />

4. E ele me temeu e tremeu: Ao dizer: “E ele me temeu e tremeu”,<br />

o Senhor provavelmente esteja se referindo aos “dias antigos” ou<br />

aos “primeiros anos”, quando ainda prevalecia o primeiro amor (Ml<br />

3:4). O temor é a primeira das quatro coisas que o Senhor pede do<br />

crente, conforme Dt 10:12. Esse temor não é, como muitos possam<br />

imaginar, o medo apavorante, como se Deus fosse um déspota desumano,<br />

arbitrário e cruel, sempre pronto a punir com rigor por qualquer<br />

motivo. Temer a Deus, neste caso, está relacionado ao respeito,<br />

que todos devemos ter, para não o ofendermos e nem o entristecermos<br />

com as nossas más obras.<br />

1. Harris (1998:656).<br />

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Só o temor a Deus pode nos livrar da sedução do pecado. Só o<br />

temor do Senhor pode nos livrar das concupiscências da carne. Só<br />

o temor do Senhor pode nos livrar dos encantos do mundo. “Só o<br />

temor a Deus pode nos livrar de temer os homens. Aquele que treme<br />

diante do nome de Deus não teme açoites, prisões, nem mesmo<br />

a morte. (...) Quem teme a Deus não teme a mais ninguém”. 2 Daí a<br />

mensagem de Deus para o nosso tempo: Temei a Deus e dai-lhe glória;<br />

porque vinda é a hora do seu juízo (Ap 14:7). E o temor do Senhor<br />

é uma fonte de vida, para preservar dos laços da morte (Pv 14:27).<br />

Até aqui falamos da aliança feita por Deus com os levitas e do<br />

temor que a ele deveriam corresponder. Essa aliança evidenciava a<br />

bondade de Deus para com os levitas, a quem ele queria abençoar e<br />

fazer feliz. Para que isso acontecesse, era preciso que os sacerdotes<br />

fossem fiéis, obedientes e tementes ao nome de Deus. Cumpria-lhes<br />

também servir de exemplo para o povo. No princípio, até foram obedientes,<br />

mas, aos poucos, foram se desviando de Deus, no que foram<br />

seguidos pelo povo. Na segunda parte deste estudo, veremos o que<br />

Deus espera de cada um de nós no tempo presente.<br />

1. Com base em Ml 2:5a; Ex 24:3 e 7 e no item 1 do comentário,<br />

responda: O que é uma aliança e o que é necessário para que ela<br />

alcance os resultados desejados?<br />

2. Com base em Ml 2:5b e no item 2 do comentário, responda:<br />

Qual era o propósito de Deus ao fazer aliança com Levi, e o que<br />

era necessário para que isso acontecesse?<br />

3. Leia Ml 2:5c, o item 3 do comentário e responda: Que reações se<br />

esperam daqueles que temem ao Senhor?<br />

2. Lopes (2006:53).<br />

28 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


4. Leia o item 4 do comentário e discuta com a classe o tipo de<br />

temor que Deus espera de nós.<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. O temor do Senhor nos livra da inquietação.<br />

O temor a Deus afasta toda a inquietação. Temendo a Deus, o<br />

crente está em paz consigo mesmo, sente-se seguro e confiante;<br />

tem a certeza de que Deus o ama e vai cuidar dele; não se aflige<br />

quando vêm as dificuldades, pois crê na providência divina. Então,<br />

como Davi, poderá dizer: O Senhor é o meu pastor; nada me faltará<br />

(Sl 23:1). Por isso, diz a Escritura: Melhor é pouco havendo o temor<br />

do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação (Pv 15:26). No<br />

temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para<br />

os seus filhos (Pv 14:26). Temos nós demonstrado temor em nosso<br />

relacionamento com Deus?<br />

5. Leia Pv 14:26 e também a primeira aplicação e responda: Por<br />

que muitos crentes vivem inquietos, preocupados e inseguros?<br />

2. O temor do Senhor nos livra da imoralidade.<br />

Como crentes que somos, Deus espera de nós que exerçamos<br />

controle sobre nossos instintos naturais e demonstremos o nosso<br />

temor a ele. Toda pessoa que teme a Deus não se deixa dominar por<br />

nenhum desejo impuro ou pecaminoso. Esses desejos manifestamse<br />

através de pensamentos, palavras e ações. Quando, porém, hou-<br />

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ver temor em nós, conservaremos puros a nossa mente e o nosso<br />

corpos, onde quer que estivermos, e nos manteremos sempre lembrados<br />

das palavras da Escritura, que diz: Porque não nos chamou<br />

Deus para a imundícia, mas para a santificação (I Ts 4:7). O temor a<br />

Deus nos livra da imoralidade.<br />

6. Leia I Ts 4:7, a segunda aplicação e comente com a classe a<br />

frase: “O temor do Senhor nos livra da imoralidade”.<br />

3. O temor do Senhor nos livra da negligência.<br />

Ser negligente é ser descuidado, desatento; é tratar as questões<br />

relativas à fé como se fosse de pouca ou de nenhuma importância;<br />

é tratar as coisas concernentes a Deus com descaso; é fazer a obra<br />

do Senhor relaxadamente (Jr 48:10). Os levitas se tornaram negligentes<br />

quando lhes faltou o temor, pois onde há temor não há espaço<br />

para a negligência. Pelo contrario, o temor a Deus nos livra da negligência.<br />

Que o desejo de Deus expresso nas palavras que seguem<br />

se cumpram em nossas vidas: Mas desejamos que cada um de vós<br />

mostre o mesmo cuidado até ao fim (...) para que vos não façais negligentes<br />

(Hb 6:12).<br />

7. Leia a terceira aplicação e responda: Que devemos fazer para<br />

evitar a negligência? Justifique sua resposta.<br />

CONCLUSÃO: Na aliança de que nos fala o texto de Ml 2:5, Deus<br />

tinha como propósito proporcionar vida e paz, não só aos levitas<br />

e à classe sacerdotal, mas, por extensão, a todo o Israel. Não se<br />

trata da vida e da paz comuns, mas da vida e da paz interiores, que<br />

produzem a agradável sensação do dever cumprido. Entretanto, os<br />

levitas não cumpriram a parte da aliança que lhes tocava. Foram<br />

30 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


negligentes, faltando com o temor e o respeito devidos a Deus e se<br />

esqueceram de que é o temor ao Senhor que livra da inquietação, da<br />

imoralidade e da negligência.<br />

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5<br />

1 MAI 2010<br />

LEITURA DIÁRIA<br />

32 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Atitude<br />

Hinos sugeridos: BJ 10 – CC 422 / BJ 165 – HC 115<br />

Domingo, 25 de abril ................. Ml 2:4-6<br />

Segunda, 26 ........................ Nm 25:10-13<br />

Terça, 27 ..................................... Gn 5:22-24<br />

Quarta, 28 ........................Dn 12:3; Jó 33:3<br />

Quinta, 29 .......................................Tt 2:7-10<br />

Sexta, 30 ..................................I Tm 4:12-16<br />

Sábado, 1 de maio ..................... Ap 3:4-6<br />

OBJETIVO<br />

Mostrar ao estudante, com<br />

base em Malaquias 2:6,<br />

algumas atitudes que devem<br />

nortear a vida daqueles que<br />

servem ao Senhor, tais como:<br />

justiça no falar, retidão no<br />

andar e compaixão no viver.<br />

TEXTO BÁSICO: A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça<br />

não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da<br />

iniqüidade apartou a muitos. (Ml 2:6)<br />

INTRODUÇÃO: Hoje, iremos estudar mais uma lição baseada no livro<br />

do profeta Malaquias. Este profeta condenou a quebra da aliança feita<br />

por Deus com os levitas, em consequência do que todo o povo estava<br />

enfrentando uma das mais graves crises de sua história religiosa. Crise<br />

moral, espiritual e de relacionamento. Este livro está densamente recheado<br />

de advertências, exortações e repreensões do começo o fim. Ao<br />

contrário disso, porém, o texto que encabeça a lição de hoje, como uma<br />

rara exceção, trata de coisas boas, de exemplos que podem e devem ser<br />

imitados. Ele mostra o padrão de sacerdócio ideal, tão negligenciado na<br />

época de Malaquias.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

A lição da semana passada tratou da aliança feita por Deus com os<br />

levitas, tendo enfatizado a necessidade de temor por parte daque-


le povo, como prova do seu interesse pela manutenção da referida<br />

aliança. A lição de hoje destaca a atitude daqueles que foram fiéis a<br />

Deus, no seu modo de agir. A igreja da atualidade precisa urgentemente<br />

de líderes assim! Estamos vivendo uma crise moral e espiritual<br />

no meio evangélico: líderes perdidos emocionalmente e confusos<br />

doutrinariamente. “Há uma nuvem imensa de pastores e líderes que<br />

têm deitado no colo das Dalilas e acordado tarde demais, sem visão,<br />

sem força e sem ministério”. 1 Malaquias 2:6, descreve algumas atitudes<br />

do ministro ideal. Analisemos este texto.<br />

1. A verdadeira instrução esteve na sua boca: Ao dizer isto, o<br />

Senhor está se referindo àqueles sacerdotes que assumiram com responsabilidade<br />

o papel que lhes foi atribuído, como líderes espirituais<br />

do povo. Por intermédio deles, o povo foi instruído a temer e respeitar<br />

a Deus. Vejamos como exemplo o testemunho que Deus dá a<br />

respeito de Fineias: Finéias, filho de Eliazar, o filho de Arão sacerdote,<br />

desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo<br />

no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel.<br />

Portanto dize: Eis que lhe dou o meu concerto de paz (Nm 25:11-12).<br />

Com base nesse exemplo, a lição que fica é a seguinte: A igreja e<br />

seus ministros têm como dever instruir as pessoas (Mt 28:19-20): A<br />

quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo<br />

o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem<br />

perfeito em Jesus Cristo (Cl 1:28). O verdadeiro ministro “está mais interessado<br />

em ser fiel do que em ser bem-sucedido. A verdade é mais<br />

importante do que o sucesso. Fidelidade é mais importante que popularidade.<br />

Importa mais agradar a Deus do que ser louvado pelos<br />

homens. A glória de Deus é melhor do que os aplausos humanos”. 2<br />

2. E a injustiça não se achou em seus lábios: Deus tem grande<br />

prazer em ver seus servos amando, vivendo e ensinando a justiça. Ele<br />

é exemplo disso: justo e reto ele é (Dt 32:4; cf. Sl 11:7). E há até mesmo<br />

uma importante promessa da parte dele, para aqueles que usam<br />

seus lábios para ensinar: Os entendidos, pois, resplandecerão como o<br />

resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão<br />

como as estrelas sempre e eternamente (Dn 12:3). Neste sentido,<br />

Jó nos deixou um importante exemplo: As minhas razões sairão da<br />

sinceridade do meu coração, e a pura ciência dos meus lábios (Jó 33:3).<br />

1. Lopes (2006:52).<br />

2. Idem, p. 54.<br />

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No texto em análise, o Deus de Israel se revela sensível bastante<br />

para reconhecer e aprovar as atitudes daqueles que lhe são fiéis, pois<br />

dá testemunho daqueles sacerdotes que guardaram a aliança com ele.<br />

Como é maravilhoso ver o próprio Deus elogiando-os seus servos! Isto<br />

ele já o tinha feito no tocante a Jó, quando disse a seu respeito: Observaste<br />

tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele,<br />

homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal (Jó 1:8).<br />

A esta altura, perguntamos: Que temos feito para merecermos de Deus<br />

as mesmas referências dadas por ele a respeito daqueles sacerdotes?<br />

3. Andou comigo em paz e em retidão: O significado da expressão<br />

“andar com Deus”, neste caso, é: “fazer o que é reto aos olhos de<br />

Deus”. Quando lemos que Enoque “andou” com Deus (Gn 5:24), é este<br />

o significado, ou seja, Enoque fez o que era reto aos olhos de Deus.<br />

A mesma coisa é dita sobre Noé: Noé era varão justo e reto em suas<br />

gerações; Noé andava com Deus (Gn 6:9). Foi ainda com este significado<br />

que Deus a usou quando falou com Abraão: Eu sou o Deus Todopoderoso;<br />

anda em minha presença e sê perfeito (Gn 17:1). Na oração<br />

de Ezequias o verbo “andar” não foge a este significado (cf. Is 38:3).<br />

Andar com Deus é mais importante do que trabalhar para Deus.<br />

O Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Jesus<br />

chamou os doze apóstolos para estar com ele. Só então os enviou<br />

a pregar (Mc 3:14). Deus está mais interessado em quem nós somos<br />

do que em que nós fazemos. Ele não quer ativismo vazio, quer vida<br />

no altar. 3 Conscientes disto, que atitudes temos adotado para merecermos<br />

a aprovação de Deus? Talvez precisemos orar como Davi:<br />

Ensina-me, Senhor, o teu caminho e andarei na tua verdade; une o<br />

meu coração ao temor do teu nome (Sl 86:11).<br />

4. E da iniquidade apartou a muitos: De duas maneiras pode o<br />

ministro de Deus afastar as pessoas da iniquidade: com palavras e<br />

com exemplo. Com palavras: Instruindo com mansidão os que resistem,<br />

a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a<br />

verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo,<br />

em que à vontade dele estão presos (II Tm 2:25-26); com exemplo: Em<br />

tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção,<br />

gravidade, sinceridade (Tt 2:7). Torna-te padrão dos fiéis na palavra, no<br />

trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza (I Tm 4:12).<br />

3. Lopes (2006:53).<br />

34 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


Da mesma maneira que o ministro do Senhor afasta as pessoas da<br />

iniquidade, quando ama e pratica a justiça, pode induzi-las ao erro,<br />

quando lhes dá mau exemplo. Por isso, a Escritura recomenda: Apascentai<br />

o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não<br />

por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo<br />

pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas<br />

servindo de exemplo ao rebanho (I Pe 5:2-3). É isso que ele espera de<br />

cada um, mas, principalmente, dos seus ministros: “... responsabilidade<br />

de levar outros ao Senhor e paixão por falar da palavra de Deus<br />

a outros que precisam ouvi-la.” 4<br />

Vimos, até aqui, que um dos papéis mais importantes da igreja e<br />

dos seus ministros consiste em instruir as pessoas no conhecimento<br />

da palavra de Deus, para que sejam edificadas espiritualmente. Vimos<br />

também que Deus tem grande prazer em ver seus servos vivendo<br />

e ensinando a justiça, tendo preparado para aqueles que assim<br />

fizerem uma recompensa especial (Dn 12:3). Aprendemos ainda que,<br />

“andar” com Deus significa “fazer o que é reto”; e que, o nosso bom<br />

exemplo, pode influenciar positivamente as pessoas para o bem. Na<br />

parte seguinte deste estudo, esclareceremos melhor essa questão.<br />

1. Leia Ml 2:6a; Mt 28:19-20; Cl 1:28, o item 1 do comentário e<br />

responda: Que importante tarefa confiou Deus à sua igreja e,<br />

sobretudo, aos seus ministros?<br />

2. Leia Ml 2:6b; Sl 11:7a; 106:3; Dn 12:3, o item 2 do comentário e<br />

responda: Que virtude Deus ama tanto e que promessa faz àqueles<br />

que a praticam e a ensinam?<br />

4. Wiersbe (2008:595).<br />

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3. Leia Ml 2:6c; Gn 5:24, 6:9, 17:1; Is 38:3, o item 3 do comentário<br />

e responda: Qual o significado da expressão “andar com Deus”, no<br />

contexto que analisamos?<br />

4. Leia Ml 2:6d; Tt 2:7; I Tm 4:12; I Pe 5:2-3, o item 4 do comentário<br />

e responda: De quantas maneiras podemos afastar as pessoas<br />

da iniquidade?<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Preserve a justiça em seu falar.<br />

Um dos temas bastante destacados nas Escrituras é o que diz respeito ao<br />

falar do crente em Jesus. “As palavras são uma amostra do caráter”. 5 Aquele<br />

que é integro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a<br />

verdade e não usa a língua para difamar (...) Quem assim procede nunca será<br />

abalado! (Sl 15:2-3, 5b; cf. Pv 12:17, 18:4). A justiça no falar é uma das marcas<br />

dos ministros que agradam o Senhor. Deles o Senhor dá testemunho,<br />

dizendo: A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou<br />

nos seus lábios (Ml 2:6). Assim quer o Senhor que andemos na sua presença.<br />

5. Leia a primeira aplicação e comente com a classe: O que precisamos<br />

fazer para preservarmos a justiça de Deus em nosso falar?<br />

5. Baldwin (1982:197).<br />

36 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


2. Cultive a retidão em seu andar.<br />

Como vimos, através desta lição, um dos significados da expressão<br />

“andar com Deus” é: “viver em retidão” ou “fazer o que é reto diante de<br />

Deus”. Enoque, Noé e Abraão são algumas das pessoas que andaram<br />

com Deus. Como continuadores da obra que estes homens realizaram,<br />

temos o dever de imitá-los. Portanto, em nossas relações com Deus e<br />

com os homens, na família, na escola, no trabalho, na igreja, no transporte,<br />

aonde quer que estivermos, devemos cultivar a retidão. Essa virtude<br />

precisa estar sempre presente em nosso viver, porque muitas pessoas se<br />

espelham em nós.<br />

6. Leia a segunda aplicação e comente com a classe: De que maneira<br />

podemos cultivar a retidão em nosso andar?<br />

3. Mostre compaixão em seu viver.<br />

É grande o número daqueles que, consciente ou inconscientemente,<br />

estão no caminho largo, que leva à morte eterna. Por isso, são dignos de<br />

compaixão. Se ninguém os afastar desse mau caminho, o seu desfecho<br />

será infeliz. Portanto, temos o dever de contribuir, de alguma forma, para<br />

a salvação deles. Judas recomenda: Salvai alguns arrebatando-os do fogo;<br />

tende deles misericórdia (Jd 23). Tiago também afirma: Saiba que aquele<br />

que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte<br />

uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados (Tg 5:20). Como poderemos<br />

fazer isso? Paulo responde: Atente bem para sua própria vida e para a doutrina,<br />

perseverando nestes deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a<br />

si mesmo quanto aos que o ouvem (I Tm 4:16)<br />

7. Leia Jd 23; I Tm 4:16, a terceira aplicação e responda: Como<br />

podemos mostrar compaixão para com aqueles que, sabendo ou<br />

não, estão no caminho que conduz à morte?<br />

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CONCLUSÃO: Concluímos este estudo mostrando a importância do<br />

falar, do andar e do viver do crente. Vimos também que são dignos de<br />

menção aqueles líderes religiosos que usam os seus lábios para instruírem<br />

os que sabem menos; que andam no caminho da justiça, fazendo<br />

o que é reto diante de Deus, e vivem aquilo que ensinam. Sobre isso, a<br />

palavra de Deus diz: Assim falai, e assim procedei (Tg 2:12); aquele que diz<br />

que está nele, também deve andar como ele andou (I Jo 2:6); e mais: vivei,<br />

acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo (Fp 1:27). Contra<br />

essas coisas, não há lei.<br />

38 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


6<br />

8 MAI 2010<br />

LEITURA DIÁRIA<br />

Ensino<br />

Hinos sugeridos: BJ 01 – SH 480 / BJ 189 – CC 304<br />

Domingo, 2 de maio............................ Ml 2:7<br />

Segunda, 3 ......................................Os 4:4-9<br />

Terça, 4 ..........................................Ne 8:1-10<br />

Quarta, 5 ..................................II Cr 17:7-10<br />

Quinta, 6 ..................Mt 28:19-20; Cl 1:28<br />

Sexta, 7 .................. Mt 4:23, Rm 10:13-15<br />

Sábado, 8 ..............Pv 6:23; 12:1; Ec 12:11<br />

OBJETIVO<br />

Conscientizar o estudante de<br />

que a verdadeira instrução vem<br />

do sacerdote fiel à palavra de<br />

Deus levá-lo a buscar nessa<br />

fonte conselhos divinos, a fim<br />

de que saiba viver de forma<br />

que agrade a Deus.<br />

TEXTO BÁSICO: Os sacerdotes devem ensinar a verdade a meu respeito,<br />

e todos devem pedir conselho a eles para saber o que é direito, pois os<br />

sacerdotes são os mensageiros do Senhor Todo-Poderoso. (Ml 2:7 - NTLH)<br />

INTRODUÇÃO: A palavra ensino é derivada do hebraico towrah, que<br />

significa lei, orientação, instrução. Em Malaquias 2:7, ensino refere-se a<br />

um conjunto de orientações ou instruções dadas por Deus aos sacerdotes.<br />

O sacerdócio não é um trabalho, mas um chamado divino. Hoje, essa<br />

função importantíssima é exercida pelos pastores. Desta forma, o estudo<br />

de hoje nos mostrará que o pastor cristão, para realizar essa tarefa santa<br />

com fidelidade, precisa ter uma experiência real de salvação pela fé em<br />

Cristo, um chamado ministerial real de Cristo, um amor genuíno e um<br />

conhecimento profundo da palavra de Cristo.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

A verdadeira instrução sai da boca do sacerdote fiel a Deus. A<br />

Bíblia revela que Esdras “ensinou fielmente a lei de Moisés durante a<br />

Festa dos Tabernáculos no outono, de acordo com as determinações<br />

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deuteronômicas (Dt 31.9-11; Ed 8.1). 1 Como Esdras, há muitos exemplos<br />

na Bíblia. Todavia, nem sempre é assim. Houve muitos sacerdotes<br />

infiéis a Deus, que ensinaram mentiras por dinheiro, conforme<br />

declara Miquéias: Os seus cabeças dão a sentença por suborno, os<br />

seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham<br />

por dinheiro (3:11). Para combater esse abominável pecado, Malaquias<br />

2:7 nos oferece as seguintes instruções:<br />

1. Os sacerdotes devem ensinar a verdade: O sacerdote tem o<br />

dever de ensinar a palavra de Deus ao povo adequadamente. Malaquias<br />

denunciou o relaxo dos sacerdotes de seu tempo, que estavam<br />

ensinando perversidade, que profanavam a lei do Senhor em palavras<br />

e atos, e assim, roubavam do povo a esperança em Deus. “Eram<br />

anjos (mensageiros) de Deus e de Sua luz, mas tornaram-se agentes<br />

da escuridão”. 2 Tais sacerdotes perverteram “o conhecimento da lei,<br />

transformando o positivo em negativo, e o negativo em positivo. Cf.<br />

Lev. 10.10,11; Deu.24.8; Jer.18.18”. 3 Perderam o temor e a reverência<br />

a Deus (cf. Ml 1:10-16).<br />

A Bíblia declara que todos os salvos são sacerdotes (Ap 1:6, 5:10),<br />

todavia, o pastor é o sacerdote maior. É por ele que o povo conhece<br />

os ensinos divinos. Para tanto, além de orar e jejuar, o pastor precisa<br />

estudar e examinar acuradamente a palavra de Deus, pois não pode<br />

dizer qualquer coisa “em nome do Senhor”. Ele tem que conhecer<br />

bem a verdade para poder ensiná-la ao povo. E mais: antes de ensinar<br />

a verdade de Deus, ele tem que internalizá-la, ter experiência com ela,<br />

caso contrário, o povo perceberá que tal ensino lhe é estranho, desconhecido,<br />

e, portanto, sua instrução é incoerente e ineficaz. Há de ser<br />

diferente! De seus lábios deve fluir a verdade divina (cf. Dt 17:9-11).<br />

2. Todos devem pedir conselhos a eles: Para ensinar em Israel,<br />

o sacerdote tinha que conhecer a lei (Dt 33:8-10). Se o sacerdote<br />

não sabe a Palavra, o povo se perde (Os 4:6). Mas, se ele conhece a<br />

lei do Senhor e a explica com clareza, o povo aprende a obedecer a<br />

Deus (cf. II Cr 17:7-10; Ne 8:7-11). “Malaquias concede ao sacerdote<br />

o papel de conselheiro, procurado por pessoas que precisam de<br />

orientação em situações especiais, e para isso era essencial ter uma<br />

1. Harris (1998:661).<br />

2. Champlin (2000:3708).<br />

3. Idem.<br />

40 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


experiência pessoal com Deus e conhecimento da sua lei.” 4 O sacerdote<br />

é procurado porque é um mensageiro de Deus, e como tal, tem<br />

sempre uma orientação divina a dar.<br />

Ao ser procurado, o pastor não pode negligenciar a palavra de<br />

Deus e a verdade de Deus. Deve estar com ela na “ponta da língua”.<br />

Não deve ter medo de se “queimar”, de se “desgastar”. Há de proferi-la<br />

com educação, com sabedoria, com respeito, mas, sobretudo,<br />

com firmeza e convicção. A Palavra é a única chance de cura da ovelha.<br />

E o pastor a tem dentro de si, pois vive na presença de Deus. É<br />

seu dever ensinar! De seus lábios, em vez de iniqüidade, sai à palavra<br />

de Deus. A ovelha ouve, se edifica e se alegra. Assim fizeram Judas e<br />

Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos<br />

conselhos e os fortaleceram. (At 15:32)<br />

3. Para saber o que é direito: Toda a pregação de Malaquias pode<br />

ser considerada como uma mensagem forte, grave e contundente.<br />

Ocorre que o profeta sabe que o povo perdeu a noção do que é certo<br />

e reto, a nação israelita está em franca desobediência e ainda pergunta<br />

a Deus em que o desobedece, o aborrece, o rouba. Um cinismo<br />

tomou conta do povo eleito. Como isso pôde acontecer? Os sacerdotes<br />

se tornaram desonestos no ensino e na prática da lei de Moisés,<br />

destruíram “a aliança divina com Levi” e por isso, “o povo transgredia<br />

mais generalizadamente através do casamento com pagãos, abandonando<br />

suas esposas para poderem se casar novamente”. 5<br />

Malaquias afirma que o povo de Deus só sabe o que é certo quando<br />

os sacerdotes são fiéis. Estes foram designados para apresentar<br />

o conhecimento e a vontade de Deus. Que honra! É por isso que o<br />

profeta declara: da sua boca devem os homens procurar a instrução.<br />

Apesar do fracasso da maioria dos docentes (professores), o povo<br />

não deveria deixar de buscar o conhecimento divino, pois sempre<br />

há verdadeiros e fiéis sacerdotes no meio dos falsos. Haverá sempre<br />

aqueles que andam com Deus (Gn 5:22,24; 6:9). E quando o povo<br />

encontra um fiel pastor, até mesmo os murmuradores hão de aceitar<br />

[a] instrução. (Is 29:24)<br />

4. Pois os sacerdotes são mensageiros do Senhor: Quando a<br />

desobediência e o mau exemplo vêm de cima, isto é, da liderança, o<br />

povo perde a referência espiritual e se perde. Com o tempo, aque-<br />

4. Baldwin (1991:197).<br />

5. Pfeiffer; Harrison (2001:380).<br />

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les que foram separados para ensinar a sabedoria e a vontade de<br />

Deus, deixam de ser vistos como homens de Deus e passam a ser<br />

percebidos como pessoas comuns. Em alguns casos, até inferiores a<br />

líderes seculares. Ao ver esse declínio do sacerdócio em Israel, Malaquias<br />

profetizou afirmativamente: “[O sacerdote] é mensageiro do<br />

Senhor dos Exércitos. E todos deveriam saber isto: a função principal<br />

do sacerdote é instruir conforme a lei moral que é fundamentada na<br />

verdade de Deus.<br />

O povo, porém, reconhece o sacerdote como legítimo mensageiro<br />

de Deus, muito mais pelo viver dele de acordo com a lei que ensina<br />

e por sua real comunhão com Deus. Isto quer dizer que o pastor de<br />

hoje deve viver a palavra e ter o Senhor Jesus Cristo como modelo<br />

de fé e conduta cristã. Jamais o povo deve confundir o pastor com<br />

um empresário, um profissional liberal, um funcionário público. Não!<br />

O pastor fiel é mensageiro divino, é transmissor do pacto eterno, e<br />

como Malaquias, é capaz de esquadrinhar “profundamente os problemas<br />

de hipocrisia, infidelidade, casamentos mistos, divórcio, falso<br />

culto e arrogância.” 6<br />

Pelo exposto acima, se vê que o quanto é importante o ensino<br />

verdadeiro das Escrituras Sagradas para o povo de Deus, o quanto é<br />

fundamental que aqueles que ensinam sejam fiéis a aliança feita por<br />

Deus com seu povo. Se o sacerdote for infiel, o povo o será. “Tal sacerdote,<br />

tal povo!” (cf. Os 4:4 e 9). Por tudo isso, a função sacerdotal<br />

ou pastoral é incrivelmente influente, seja para o bem, seja para o<br />

mal. Se o sacerdote for infiel no ensino da palavra, o povo se perderá;<br />

se for fiél, o povo se achará e será salvo, pois o próprio Deus é<br />

quem falará e se revelará por intermédio do ministro.<br />

1. Leia Ml 2:7a, o item 1 do comentário anterior e responda: Que o<br />

dever de todo sacerdote é apresentado neste texto? Como os<br />

sacerdotes do tempo de Malaquias agiam em relação a isso?<br />

6. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />

42 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


2. Após ler Ml 2:7b, o item 2 do comentário anterior, diga: Qual o papel<br />

que Malaquias concede aos sacerdotes? Quais são as implicações disso?<br />

3. Leia Ml 2:7c, o item 3 do comentário anterior e comente a<br />

expressão: “Para saber o que é direito”.<br />

4. Após ler Ml 2:7d, o item 4 do comentário anterior, responda:<br />

Por que o povo jamais deve confundir o pastor (sacerdote) com um<br />

empresário, um profissional liberal ou um funcionário público? O<br />

que ele é, de fato?<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Esteja consciente: o conhecimento bíblico precisa ser guardado.<br />

Malaquias profetizou: Porque os lábios do sacerdote devem guardar<br />

o conhecimento. Quantos sermões bíblicos você já ouviu? Quantas<br />

Lições Bíblicas já estudou? Quantas palestras bíblicas já escutou?<br />

Quantas vezes você já leu a Bíblia? Seguramente, o Espírito Santo tem<br />

ensinado a você os caminhos de Cristo. Você é um sacerdote (Ap.<br />

1:6; 5:10). Quanto ensinamento já recebeu, hem? Nessa condição, é<br />

seu dever guardar esse conhecimento, ou seja, você deve praticá-lo,<br />

vivenciá-lo, aplicá-lo em sua vida diária. É pecado conhecer e não<br />

praticar (cf. Tg 1:22-25). Guarde o ensino e seja um crente maduro, em<br />

nome de Jesus (Ef 4:11-14).<br />

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5. Com base na primeira aplicação, fale sobre a importância de guardar<br />

o conhecimento bíblico. Como isso pode ser feito?<br />

2. Esteja preparado: a orientação correta precisa ser oferecida.<br />

Malaquias profetizou: ... da sua boca devem os homens procurar a<br />

instrução. De fato, na boca do pastor fiel os salvos acham direção,<br />

caminho seguro. Depois de ter pregado muitos sermões bíblicos,<br />

depois de já ter ministrado muitas Lições Bíblicas, depois de já ter<br />

ensinado muitos temas espirituais, que balanço você faz? De sua<br />

boca, saiu mais ensino que conduzirá os fiéis à vida ou à morte?<br />

Lembre-se: é da língua dos mestres que saem os ensinos certos que<br />

levarão à obediência e às bênçãos ou os ensinos errados que conduzirão<br />

à desobediência e às maldições divinas (cf. Tg 3:1-12; Dt 28).<br />

Portanto, se você prega, ensina ou ministra a palavra, faça-o com<br />

fidelidade e verdade (cf. II Tm 2:5; Tt 1:1).<br />

6. Com base na segunda aplicação, fale sobre a importância de<br />

oferecer orientação correta. Como isso pode ser feito?<br />

3. Esteja disponível: a mensagem divina precisa ser anunciada.<br />

Malaquias profetizou: ... porque ele é mensageiro do Senhor dos<br />

Exércitos. Paulo costumava repetir: “Estou certo!” Ele tinha segurança<br />

no que cria e ensinava. Sabia de quem o tinha recebido. Era<br />

um mensageiro do Senhor! Como sofreu! Mas se dispôs. Atenção: a<br />

verdade de Cristo precisa ser anunciada. Mas como ouvirão, se não<br />

há quem pregue? (Rm 10:14). Você, que há muito tempo conhece a<br />

aliança eterna, por que se calou? Cansou de ensinar? Levante-se, em<br />

nome de Jesus! Disponha-se outra vez. Volte à docência. Você é um<br />

mensageiro do Senhor! Coloque a mensagem de novo em ação, ao<br />

alcance dos crentes, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos<br />

tenho ordenado (Mt 28:20).<br />

44 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


6. Com base na terceira aplicação, fale sobre a importância de anunciar<br />

a mensagem divina. Como isso pode ser feito?<br />

CONCLUSÃO: Está na hora de os verdadeiros sacerdotes, os verdadeiros<br />

pastores, os verdadeiros mestres, os verdadeiros professores do<br />

evangelho de Cristo entrarem em ação, tendo como arma a espada do<br />

Espírito, que é a palavra de Deus (Ef 6:17). A hora é agora! Os ouvintes<br />

estão sedentos e precisam receber a verdadeira instrução, os verdadeiros<br />

conselhos divinos, para que, finalmente, saibam viver de forma que agrade<br />

a Deus. A verdadeira guerra espiritual é esta: a luta da verdade contra<br />

a mentira. Cujo o alicerce da verdade encontra-se numa das promessas<br />

mais robusta de Jesus: ... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará<br />

(Jo 8:32). Ensinar a verdade: é a missão de sua vida, irmão. Amém!<br />

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7<br />

15 MAI 2010<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

46 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Desvio<br />

Hinos sugeridos: BJ 99 – CC 264 / BJ 295 – CC 239<br />

Domingo, 9 de maio .................. Ml 2:8-9<br />

Segunda, 10 ................................. Ex 32:1-8<br />

Terça, 11 ....................................I Re 11:1-11<br />

Quarta, 12 ...................................Lc 8:11-15<br />

Quinta, 13 ...........................Sl 119:117-118<br />

Sexta, 14 ...................................... Mt 18:1-6<br />

Sábado, 15 .................................... Ap 2:1-5<br />

Mostrar ao estudante que,<br />

para evitarmos o caminho<br />

do desvio, devemos ser<br />

ensinadores, comprometidos<br />

e irrepreensíveis na palavra<br />

de Deus.<br />

TEXTO BÁSICO: Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa<br />

instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o<br />

Senhor dos exércitos. (Ml 2:8)<br />

INTRODUÇÃO: Pela Bíblia, aprendemos que, em todos os tempos e lugares,<br />

Deus sempre escolheu e capacitou para liderar seu povo pessoas<br />

que tivessem humildade para reconhecer seus próprios erros e depender<br />

dele exclusivamente, pessoas de responsabilidade e temor para agir em<br />

comprometimento com a sã doutrina, pessoas com fé e paciência para enxergar<br />

e esperar o tempo de Deus, pessoas cuja glória não estivesse em<br />

serem servidas, mas em servir, pessoas que se contentassem com o pouco,<br />

para não dar lugar à tentação da corrupção; pessoas que pregassem o que<br />

vivessem e vivessem o que pregassem, a fim de guiar os outros no caminho<br />

da verdade. É de homens e mulheres assim que a igreja de Deus necessita.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

Visto que, vivemos em meio a uma profunda crise de integridade no<br />

que concerne a vida de muitos líderes religiosos. Os escândalos envolvendo<br />

a vida daqueles que deveriam dar exemplo à sociedade são cada


vez mais frequentes, e têm provocado o afastamento de muitas pessoas<br />

dos caminhos do Senhor. Infelizmente, esta triste realidade não é de hoje.<br />

“Malaquias, profeta dos dias de Neemias, dirige sua mensagem de juízo<br />

a um povo atingido pela corrupção dos sacerdotes, por práticas ímpias e<br />

pelo falso senso de segurança em sua privilegiada relação com Deus”. 1 Por<br />

causa disso, Deus os alertou:<br />

1. Tendes desviado do caminho: Desvio, afastamento, deserção e rebelião<br />

têm o mesmo sentido e aplicam-se perfeitamente ao estudo desta<br />

lição. O sacerdócio era uma vocação santa, que envolvia pureza, responsabilidade,<br />

bom testemunho, zelo e amor. Os olhos da nação estavam dia<br />

e noite sobre os “pormenores” da vida dos sacerdotes; afinal de contas,<br />

eles representavam o povo diante de Deus. Eles eram de fundamental<br />

importância para a sociedade: Porque os lábios do sacerdote devem guardar<br />

o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução,<br />

porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos (Ml 2:7). Porém, havia<br />

algo de errado acontecendo: ... vós vos tendes desviado do caminho (2:8).<br />

Todo sacerdote tinha absoluto conhecimento de como deveria proceder<br />

em seu ministério, contudo, o declínio de tão nobre vocação era<br />

evidente. “Os sacerdotes haviam perdido todo e qualquer respeito pelo<br />

nome de Deus, e em sua avidez só ofereciam sobre o altar animais doentes<br />

e defeituosos”. 2 Estes haviam esquecido de que com Deus não se<br />

brinca! Haviam trocado a honestidade pela injustiça, a vida pela morte, a<br />

luz pelas trevas. Os líderes do povo de Deus não mais se contentavam em<br />

seguir os caminhos do Senhor com fidelidade. O deus deste século lhes<br />

cegou o entendimento (II Co 4:4). Agora, nada mais eram do que meros<br />

cegos guiando a outros para o precipício.<br />

2. Tendes feito tropeçar a muitos: O desvio dos sacerdotes da lei de<br />

Deus culminou no desvio do povo. “Já era terrível os sacerdotes estarem<br />

transgredindo a lei, mas, além disso, estavam levando outros a tropeçar<br />

(Ml 2:8)”. 3 À semelhança do que muito acontece em nossos dias, o veneno<br />

mortífero da mentira destilava dos lábios de quem deveria pronunciar<br />

a palavra de Deus, que é a fonte ilimitada da verdade. Observe a repreensão<br />

de Deus: ... por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos (2:8).<br />

A situação era muito grave. Não se deve, em hipótese alguma, fazer uma<br />

só pessoa tropeçar e se afastar de Deus, porque, ao culpado, melhor lhe<br />

1. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />

2. Idem, p. 323.<br />

3. Wiersbe (2001:593).<br />

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fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse<br />

na profundeza do mar (Mt 18:6).<br />

Querendo ou não, todo líder influencia de forma positiva ou negativa<br />

seus liderados. Cristo deixou isso muito evidente ao afirmar: Porque eu<br />

vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13:15).<br />

Seguindo o mesmo raciocínio, Paulo escreveu a Timóteo: Ninguém despreze<br />

a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no<br />

procedimento, no amor, na fé, na pureza (I Tm 4:12). Precisa-se de exemplos,<br />

aliás, de bons exemplos! Bons exemplos os pastores devem ser; os<br />

professores da Escola Bíblica devem ser; os líderes das crianças, da mocidade,<br />

das senhoras e dos senhores devem ser; bom exemplo é o que<br />

cada cristão, líder ou não, deve ser. Sejamos bons exemplos!<br />

3. Violastes a aliança de Levi: Os levitas, em seus vários ramos, receberam<br />

a incumbência de zelar, exclusivamente, pelas coisas concernentes<br />

ao sacerdócio. É nisso que consiste a aliança proferida em Malaquias 2:5:<br />

Minha aliança com ele foi de vida e paz. Somente os descendentes de Arão<br />

(um ramo dos levitas) podiam ser sacerdotes (Lv 1:5). Os outros ramos<br />

serviam como assistentes, realizando tarefas servis, sujas e difíceis (Nm<br />

18:2-4). 4 Portanto, como sacerdotes ou como auxiliares, os levitas tinham<br />

de zelar, fielmente, pelo pacto que haviam feito com Deus. Nas “cláusulas”<br />

do pacto, havia deveres, tais como: obediência, temor e zelo. Seguir esses<br />

princípios significava vida e paz por parte de Deus (Ml 2:5; Nm 25:12-13).<br />

Entretanto, a aliança de Levi foi violada, diz o Senhor dos exércitos (Ml<br />

2:8). O verbo “violar” significa corromper moralmente (Gn 6:12), destruir<br />

(Ml 3:11). 5 Os sacerdotes haviam se corrompido e tornado em pedaços<br />

a aliança de Levi. “A casta sacerdotal foi criada para servir ao povo, em<br />

questões espirituais, não para servir a si mesma, aumentando riquezas<br />

e praticando prazeres proibidos. Os sacerdotes ‘profanaram’ o culto e a<br />

eles mesmos, violando a legislação mosaica pela qual deveriam ter dirigido<br />

sua vida”. 6 Eles escolheram o caminho mais curto; porém, o mais perigoso<br />

para se promoverem. Muitos imaginam que praticando o pecado<br />

às escondidas, não serão punidos; afinal de contas, ninguém saberá. Mas<br />

Deus tudo vê. Ninguém pode enganá-lo! Deus os punirá.<br />

4. Eu vos fiz desprezíveis: De tudo o que vimos, até aqui, podemos<br />

entender que tais sacerdotes já não mais estavam no nível de representar<br />

4. Champlin (1933:3708).<br />

5. Baldwin (1972:198).<br />

6. Champlin (1933:3708).<br />

48 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


o Deus Santo, pois suas mentes eram más, seus pés caminhavam tortuosamente,<br />

suas mãos eram manchadas de propinas e seus lábios, contaminados<br />

com falsidade. Eles “acrescentaram a perversão do seu ofício como<br />

juízes do povo, aceitando subornos, pisando os pobres e fracos, favorecendo<br />

os ricos e poderosos, dando e aceitando julgamentos falsos nas<br />

cortes, apoiando a causa dos injustos, ignorando as causas justas, aprovando<br />

os maldosos e perseguindo os justos”. 7 Por isso e muito mais, Deus<br />

não somente os desprezou como também os fez desprezíveis (Ml 2:9).<br />

A classe sacerdotal ficou desacreditada perante a sociedade. As pessoas<br />

passaram a entender que os sacerdotes não mais eram dignos de confiança.<br />

Seus nomes estavam “sujos na praça”. Deus nunca vai dar honra<br />

a quem o desonra; nunca beneficiará o injusto e nem promoverá a quem<br />

passa por cima de suas ordens; não elogiará os repreensíveis. Infelizmente,<br />

“estamos vivendo uma crise moral na liderança evangélica brasileira:<br />

pastores caindo em adultério, pastores abandonando a sã doutrina, escândalos<br />

de toda sorte irrompendo dentro das igrejas”. 8 Há muitos pastores<br />

e líderes sérios e zelosos na obra de Deus que merecem crédito. A estes,<br />

Deus não despreza, mas honra, por meio de um ministério frutífero.<br />

Na vida cristã, há uma palavra que merece destaque: cuidado. Todos,<br />

independentemente de sermos líderes ou liderados, de sermos<br />

pastores ou ovelhas, devemos nos acautelar para não nos desviarmos<br />

do caminho. Tomemos o devido cuidado para não sermos o principal<br />

motivo do afastamento das pessoas; para não descumprirmos o compromisso<br />

que fizemos com o nosso Deus, a fim de que tenhamos vida e<br />

paz; para não nos tornarmos desprezíveis a Deus e à sociedade. A vida<br />

dos sacerdotes da geração de Malaquias reflete muito bem a vida de<br />

muitas pessoas da nossa geração. Mas ainda dá para mudar! Ainda é<br />

possível o arrependimento!<br />

1. Leia Ml 2:7 e 8, o primeiro item do comentário anterior e responda:<br />

Por que é certo afirmar que os sacerdotes contemporâneos a<br />

Malaquias se desviaram do caminho?<br />

7. Champlin (1933:3708).<br />

8. Lopes (2006:56).<br />

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2. Leia Mt 18:16, o segundo item do comentário anterior e<br />

comente com a classe as consequências que poderão advir sobre os<br />

responsáveis pelo desvio de pessoas do caminho do Senhor.<br />

3. Após ler o terceiro item do comentário anterior, responda: De que<br />

modo os sacerdotes violaram a aliança de Levi?<br />

4. Leia Ml 2:9, o quarto item do comentário anterior e comente a<br />

expressão: “Eu vos fiz desprezíveis”.<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Para evitamos o caminho do desvio, sejamos ensinadores da palavra.<br />

Os sacerdotes, sem sombra de dúvida, eram exímios conhecedores<br />

da palavra do Senhor; porém, não a ensinavam corretamente. Eles a<br />

usavam não para levar as pessoas ao arrependimento, mas, sim, para se<br />

beneficiar. Eles deturpavam o ensino e ludibriavam o povo. Não incorramos<br />

no mesmo erro! Ensinemos a palavra do Senhor corretamente<br />

e sem segundas intenções! Ensinar a palavra de Deus com motivações<br />

erradas constitui-se um terrível pecado. Se quisermos ver Deus agir nas<br />

pessoas, é necessário que lhes ensinemos a verdade do evangelho.<br />

5. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que não devemos nos<br />

omitir de ensinar a palavra de Deus corretamente?<br />

50 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


2. Para evitarmos o caminho do desvio, sejamos comprometidos<br />

com a palavra.<br />

Os sacerdotes contemporâneos a Malaquias foram responsáveis pelo<br />

afastamento de muita gente dos retos caminhos de Deus. Eles tinham<br />

conhecimento da Palavra e tinham livre acesso a ela, mas faltava-lhes<br />

comprometimento com a mesma. Para eles, importava mais ter dinheiro<br />

(propina) no bolso do que bom nome na praça. É preciso que haja cristãos<br />

comprometidos com a palavra de Deus e com o Deus da palavra;<br />

cristãos que não aceitem nenhum tipo de propina para mudar os rumos<br />

da pregação; cristãos que, antes de obedecer a homens, obedeçam a<br />

Deus. Quem são esses cristãos? Somos nós! Sejamos comprometidos!<br />

6. Leia At 5:29, a segunda aplicação e responda: Que convicção têm os<br />

que são comprometidos com a Palavra?<br />

3. Para evitarmos o caminho do desvio, sejamos irrepreensíveis<br />

na palavra.<br />

... sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor,<br />

na fé, na pureza (I Tm 4:12). Esse é o conselho de um pastor para uma<br />

ovelha e de uma ovelha para um pastor, de um pai (na fé) para um filho,<br />

de um amigo para o outro, de irmão para irmão. Paulo estava alertando<br />

a seu nobre companheiro, Timóteo, a não cair na “mesmice” e a não ficar<br />

preso às cadeias da “teoria”. Ser cristão autêntico não é apenas portar<br />

uma Bíblia nas mãos e ir à igreja, mas é deixar-se levar por ela! É ser um<br />

modelo de vida que agrade a Deus. O que as pessoas têm imaginado ao<br />

olharem para você? O seu nome está limpo na praça? Você ainda está vivendo<br />

da teoria ou praticando o cristianismo autêntico? Fuja do caminho<br />

do desvio. Seja irrepreensível na palavra. Pense nisso.<br />

7. Leia I Tm 4:12, a terceira aplicação e responda: O que é necessário<br />

fazermos para que sejamos cristãos exemplares na sociedade?<br />

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CONCLUSÃO: É possível que, ao estudar esta lição, você tenha se<br />

lembrado de alguma(s) pessoa(s) ou imaginado a si mesmo em algum<br />

período da sua vida. Há muitos beirando o abismo do desvio. Há muitas<br />

pessoas desiludidas por causa dos falsos cristãos, os quais são “péssimos<br />

exemplos” nesta geração. Infelizmente, o “vírus” do descrédito está adoecendo<br />

a muitos. Porém, há uma cura! Há um “antídoto” contra a falta<br />

de princípio e de valores morais: Cristo! Pela sua Palavra é possível haver<br />

firmeza espiritual nas pessoas; é possível haver líderes preocupados em<br />

temer a Deus; é possível haver uma igreja santa, servindo ao Deus santo.<br />

52 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


8<br />

22 MAI 2010<br />

Traição<br />

Hinos sugeridos: BJ 11 – CC 422 / BJ 79 – CC 367<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

Domingo, 16 de maio ................Ml 2:10-14<br />

Segunda, 17 .......................... Ne 13:23-27<br />

Terça, 18 .................................... Gn 2:18-24<br />

Quarta, 19 .....................................Dt 24:1-4<br />

Quinta, 20 .....................................Mt 19:3-9<br />

Sexta, 21 .................................... Pv 2:14-15<br />

Sábado, 22 ................................ Ml 2:15-16<br />

Mostrar ao estudante da<br />

palavra de Deus que, para<br />

o casamento dar certo, é<br />

necessário haver cooperação, é<br />

imprescindível haver vigilância,<br />

e é indispensável haver<br />

lealdade entre o casal.<br />

TEXTO BÁSICO: Pois eu odeio o divórcio e também odeio aquele que<br />

se veste de violência, diz o SENHOR Deus de Israel. Portanto, cuidai de vós<br />

mesmos, diz o Senhor dos exércitos, e não sejais infiéis. (Ml 2:16 – AS21)<br />

INTRODUÇÃO: A ideia de que casamentos não duram para sempre,<br />

já é aceita por grande parte da população atual, com muita naturalidade.<br />

Tanto é verdade que só no Brasil, entre o ano de 1984 e o ano de 2007<br />

o número de divórcios aumentou cerca de 200%, segundo os dados do<br />

IBGE. Lamentavelmente, para cada quatro casamentos, foi registrada uma<br />

dissolução. 1 A instituição divina, chamada família, está em perigo! O que<br />

será que Deus pensa disso? Como ele encara o divórcio? A resposta está<br />

nas páginas das Sagradas Escrituras. O livro do profeta Malaquias, em especial,<br />

traz uma palavra esclarecedora de Deus sobre este assunto.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

Como já temos estudado até aqui, nesta série de lições bíblicas, uma<br />

das marcas dos israelitas da época de Malaquias era a indiferença. Eles<br />

1. Fonte: http://g1.globo.com. Acessado em 20/01/2010.<br />

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haviam perdido o vigor da geração dos seus avós. Adoravam de forma<br />

mecânica. O culto agradava os homens, mas não agradava a Deus. “Por<br />

conseguinte, os alicerces do lar começaram a ruir. O divórcio estava se<br />

tornando cada vez mais comum entre o povo da aliança”. 2 Daí a declaração<br />

mais explícita de Deus com relação ao divórcio (Ml 2:16). É sobre essa<br />

declaração que estudaremos. Fala, Senhor!<br />

1. Eu odeio o divórcio: Malaquias é enfático ao revelar a posição de<br />

Deus sobre o divórcio. Ele foi direto. Sem rodeio algum disse: Pois o Senhor,<br />

o Deus de Israel, diz que odeia o divórcio (Ml 2:16a – BV – grifo<br />

nosso). O verbo “odiar” - no hebraico sane’ -, exprime uma atitude<br />

emocional diante de pessoas e coisas que são combatidas, detestadas,<br />

desprezadas e com as quais não se deseja ter nenhum contato ou relacionamento.<br />

3 Deus odeia o divórcio de verdade! Divórcio é rompimento,<br />

é separação. O divórcio é como um facão que destrói o que Deus uniu. É<br />

a apostasia do amor. Deus o odeia tanto, porque criou o casamento para<br />

ser uma união indissolúvel!<br />

Em seus dias, o profeta Malaquias assistia um desmoronamento do lar<br />

em Israel, com a deterioração dos casamentos. Muitos homens judeus<br />

estavam divorciando-se de suas mulheres judias, e casando-se com mulheres<br />

pagãs: filha de um deus estrangeiro (Ml 2:11). Uma voz de alerta<br />

precisava ser levantada urgentemente. Isto aconteceu. O Senhor, através<br />

de Malaquias, condenou estes divórcios detestáveis, e estes novos casamentos<br />

corruptos no meio do seu povo. Condenou com veemência,<br />

afinal, quando um homem e uma mulher se casam, ele próprio é testemunha<br />

(Ml 2:14). Que ninguém se faça de desentendido diante desse<br />

sério alerta: Deus odeia o divórcio!<br />

2. Eu odeio... aquele que se veste de violência: Na versão Almeida<br />

Revista e Atualizada, esse mesmo texto, diz que Deus odeia aquele que<br />

cobre de violência as suas vestes (Ml 2:16b). Qual a razão de Malaquias<br />

falar de “vestes” e de “violência”? A razão é cultural. No Brasil, por exemplo,<br />

quando um rapaz pede uma moça em casamento, geralmente, ele<br />

coloca um anel de noivado em seu dedo. Todavia, no antigo Israel, o<br />

homem colocava uma ponta de sua veste sobre a mulher (cf. Rt 3:9; Ez<br />

16:8). 4 Amparado por esse contexto cultural, o que Malaquias está dizendo<br />

é que o homem que se divorciava de sua esposa cobria ou vestia de<br />

2. Pape (1982:128).<br />

3. Harris (1998:1484).<br />

4. Wiersbe (2006:597).<br />

54 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


violência a veste que simbolizara o amor. O divórcio é comparado a um<br />

ato de violência!<br />

Nessa época, um fator deixava esse ato mais grave e cruel. Geralmente,<br />

os israelitas se casavam ainda jovens, com suas esposas judias, a esposa<br />

da sua mocidade (Ml 2:15). Mais tarde, quando elas envelheciam e já não<br />

eram tão interessantes, se apaixonavam pelas jovens estrangeiras. Legalmente,<br />

os israelitas podiam ficar com as duas - apesar de a poligamia não<br />

fazer parte do plano original de Deus, era aceita culturalmente; todavia,<br />

por razões econômicas e sociais, na prática, isso se tornava cada vez mais<br />

difícil. 5 Então, o que faziam? Trocavam suas mulheres “velhas”, por outras<br />

mais “novas” e mais belas. 6 Daí a dura repreensão de Deus: Eu odeio o<br />

homem que faz uma coisa tão cruel assim!<br />

3. Portanto, cuidai de vós mesmos: As famílias, e, consequentemente,<br />

todo o povo de Israel, corriam riscos. O verbo “cuidai”, neste texto, exprime<br />

a atenção cuidadosa que se deve ter com as obrigações de uma aliança,<br />

de leis, de estatutos, etc. 7 O casamento é uma aliança de amor, feita,<br />

diante do próprio Deus (Ml 2:14). Sempre que uma aliança é quebrada,<br />

fatalmente, há consequências drásticas para os envolvidos. Cuidai de vós<br />

mesmos, era um alerta necessário! Com o crescente número de divórcios<br />

e com a realidade de novos casamentos mistos, o povo de Deus caminhava<br />

para um precipício, de onde, há pouco tempo haviam saído.<br />

O perigo era evidente. Consideremos por exemplo, a expressão “filha<br />

de um Deus estrangeiro” (Ml 2:11). Esta era a descrição das mulheres, que<br />

os homens israelitas estavam tomando para si como esposas. A situação<br />

era grave. A expressão “Filha de”, significa: “ter o mesmo caráter”. 8 Ou<br />

seja, estas mulheres se pareciam com os seus deuses. Viviam de acordo<br />

com princípios pagãos. E, como o casal teria de chegar a um acordo<br />

para viver feliz, alguém teria de ceder. Na prática, quase sempre, o padrão<br />

menos exigente é o que vence. Neste caso, continuar casando com estas<br />

mulheres era colocar o povo em risco. A apostasia já os levara ao cativeiro<br />

noutros tempos. Era preciso mesmo, muito cuidado: o Senhor eliminará<br />

das tendas de Jacó o homem que fizer isso, seja quem for (Ml 2:12).<br />

4. Não sejais infiéis: Se dermos uma rápida olhada em nossas Bíblias,<br />

no trecho de Malaquias que estamos estudando (2:10-16), veremos que<br />

5. Schökel; Diaz (1991:1251).<br />

6. Champlin (2000:3709).<br />

7. Harris; Archer, Jr.; Waltke (1998:2414).<br />

8. Baldwin (1982:199).<br />

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a palavra “infiel” se repete cinco vezes (cf. vs.10, 11, 14, 15 e 16). Se a sua<br />

Bíblia for a Almeida RC, ao invés de “infiel” você encontrará a palavra<br />

“desleal”. Se for a Almeida RA, você encontrará três vezes a palavra “desleal”<br />

e duas vezes a palavra “infiel”. As duas se encaixam bem aqui. No<br />

texto original hebraico, a palavra que aparece em todos estes versículos<br />

é a mesma: bagad. Ela tem o sentido de “agir traiçoeiramente” ou “agir<br />

enganosamente”. Trata-se de alguém que não honra um acordo. 9 Era<br />

exatamente o que estava acontecendo.<br />

Eles estavam traindo ao Senhor e, consequentemente, traindo-se uns<br />

aos outros (Ml 2:10). A traição aqui era horizontal e vertical. Eles traíam a<br />

Deus e as suas esposas, quando contraiam casamentos com adoradoras<br />

de Deus estranho (Ml 2:11). O versículo 14 diz: ...tu foste desleal, sendo ela<br />

a tua companheira e a mulher da tua aliança. A palavra “companheira”,<br />

neste versículo, é, literalmente, “a que está atada a ti”. 10 Marido e mulher,<br />

por ocasião do casamento, eram “atados” um ao outro pelo próprio Deus.<br />

Dessa maneira, quando o divórcio ocorria, a esposa e Deus eram traídos!<br />

Não havia outra coisa a dizer, senão a dura repreensão: Não sejais infiéis!<br />

Enfim, concluindo esta primeira parte da nossa lição, gostaríamos de<br />

enfatizar, que o divórcio nunca esteve nos planos de Deus. Mesmo sendo<br />

permitido em alguns casos, ele é isso mesmo, “permitido” e não obrigatório.<br />

Foi por causa da dureza do coração humano (Mt 19:3-9). Deus continua<br />

odiando o divórcio! O perdão ainda continua sendo a melhor saída. Finalmente,<br />

alertamos ainda, que não é suficiente censurarmos o ato jurídico<br />

do divórcio, mas, as atitudes que o produzem. 11 O divórcio, só é o ato que<br />

decreta o fim de uma união que não deu certo. Por isso, com base neste<br />

mesmo trecho de Malaquias, veremos no próximo tópico do nosso estudo,<br />

algumas atitudes práticas para evitá-lo e fazer o casamento dar certo.<br />

1. Leia Ml 2:16a e o item 1 do comentário anterior e comente sobre<br />

a posição de Deus com relação ao divórcio? O que significa o<br />

verbo odiar?<br />

9. Harris (1998:148).<br />

10. Coelho Filho (1991:51).<br />

11. Idem, p. 51.<br />

56 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


2. Faça a leitura de Ml 2:16b, do item 2 do comentário e responda:<br />

Qual a razão de Malaquias falar sobre “veste” e “violência”? O que<br />

tornava o divórcio algo tão cruel e grave em sua época?<br />

3. Leia Ml 2:11, 16c, o item 3 do comentário e responda: O que<br />

significa a expressão “filha de”? Por que o alerta sobre o cuidado<br />

era importantíssimo?<br />

4. Faça a leitura de Ml 2:16d, e do item 4 e comente com a classe sobre<br />

a repreensão: Não sejais infiéis.<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE<br />

1. Para o casamento dar certo, é necessário haver cooperação<br />

entre o casal.<br />

Nós já afirmamos anteriormente, que a palavra “companheira”, de Malaquias<br />

2:14, significa “a que está atada a ti”. Este significado é um tanto<br />

quanto revelador e esclarecedor. Tente visualizar a imagem de duas<br />

pessoas atadas uma a outra... O que aconteceria, se cada uma delas resolvesse<br />

andar para um lado? De duas uma: ou a mais forte arrastaria a<br />

mais fraca para o seu lado, ou então não sairiam do lugar. Você já deve<br />

ter entendido onde queremos chegar. Num casamento onde não existe<br />

companheirismo, cooperação; as coisas não andam! Afinal, não há como<br />

mudar o que foi feito: marido e mulher, por ocasião do casamento, são<br />

“atados” um ao outro pelo próprio Deus. Se você quer ver seu casamento<br />

dar certo, coopere!<br />

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5. Por que, para o casamento dar certo, é necessário haver cooperação?<br />

2. Para o casamento dar certo, é indispensável haver vigilância<br />

entre o casal.<br />

Talvez uma das coisas que mais corroem um casamento, seja a falta<br />

de vigilância. Não foi sem razão que, por duas vezes, Deus disse aos esposos<br />

infiéis da época de Malaquias: ...tenham cuidado para que nenhum<br />

de vocês seja infiel (Ml 2:15,16). A falta de cuidado e vigilância coloca<br />

o casal à beira do precipício. Quando o casal não vigia os olhos e os<br />

pensamentos, eles podem olhar e cobiçar o cônjuge alheio. Se o casal<br />

não vigia as palavras, podem dizer palavras que fazem mal aos outros (Ef<br />

4:29 – NTLH). E assim por diante. Por isso, se não quisermos que o nosso<br />

casamento termine da pior maneira: vigiemos! Pequenas atitudes podem<br />

trazer grandes transformações.<br />

6. Por que, para o casamento dar certo, é indispensável haver vigilância?<br />

3. Para o casamento dar certo é imprescindível haver lealdade entre<br />

o casal.<br />

A lealdade é o oposto da traição. A lealdade é o segredo para<br />

manter o casamento saudável. A traição o adoece e mata. A lealdade<br />

preserva a aliança feita diante do Senhor. A traição a profana. A lealdade<br />

mantém a comunhão do casal com Deus. A traição a desfaz. E,<br />

não adianta ao traidor, cobrir o altar do Senhor com lágrimas, choro<br />

e gemidos, porque ele não olha mais para as ofertas, nem as aceita da<br />

vossa mão com prazer (Ml 2:13). Deus prefere obediência em vez de<br />

sacrifícios. O que Deus quer é fidelidade à aliança matrimonial feita<br />

diante dele (Ml 2:14)! Se você quer que o seu casamento dê certo,<br />

seja leal!<br />

58 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


7. Por que, para o casamento dar certo, é imprescindível haver lealdade?<br />

CONCLUSÃO: A pergunta do versículo 14 de Malaquias capítulo 2,<br />

exala hipocrisia. Mesmo diante da realidade dos casamentos mistos e dos<br />

cruéis divórcios, quando iam ao Senhor orar e não eram respondidos, os<br />

judeus tinham a coragem de perguntar: Por quê? Em sua resposta, Deus<br />

trouxe sua reveladora e bombástica opinião sobre o assunto, tão comentada<br />

nesta lição: Eu odeio o divórcio! Não despreze esse sério alerta. Não<br />

há como amenizá-lo. Por isso, ao invés de perguntas e desculpas, é hora<br />

de tomarmos atitudes. Quem sabe Deus não pode usar você para ajudar<br />

alguém que está com o casamento por um fio. Ou, quem sabe Deus não<br />

pode restaurar o seu casamento! Creia: o Deus que é testemunha entre<br />

você e seu cônjuge pode fazer isso. Que assim seja!<br />

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9<br />

29 MAI 2010<br />

LEITURA DIÁRIA<br />

60 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Juízo<br />

Hinos sugeridos: BJ 191 – CC 112 / BJ 369 – HC 442<br />

Domingo, 23 de maio ............... Ml 2:17-3:5<br />

Segunda, 24 ............................... Mt 3:1-12<br />

Terça, 25 ................................... Am 5:18-20<br />

Quarta, 26 .................... Ec 3:17; Mt 25:32<br />

Quinta, 27 ...................... Jo 5:22; At 10:42<br />

Sexta, 28 .....................Rm 14:10; II Tm 4:1<br />

Sábado, 29 ................. I Jo 4:14; Jd 14-15<br />

OBJETIVO<br />

Tornar o estudante da Bíblia<br />

Sagrada consciente de que o<br />

juízo de Deus é uma realidade<br />

do passado, do presente e do<br />

futuro, e nos traz a certeza de<br />

que ele é infalível, imparcial e<br />

imaculado.<br />

TEXTO BÁSICO: ... Eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas<br />

quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando<br />

ele aparecer? (Ml 3:1b-2a).<br />

INTRODUÇÃO: Até aqui, pudemos analisar, com muita sensatez e entusiasmo<br />

em nossas Escolas Bíblicas, vários aspectos que envolveram o<br />

povo de Deus nos dias de Malaquias. Deus falou e o seu povo ouviu<br />

verdades incontestáveis a respeito de afeto, honra, votos, temor, atitude,<br />

ensino, desvio e traição. Nesta lição, teremos a oportunidade de estudar<br />

sobre mais um importante assunto: Juízo. Antes de qualquer coisa,<br />

devemos ter em mente a certeza de que Deus não é mau (Sl 25:7; 27:3;<br />

31:16,19 e 21; 42:8), mas justo. Muitos confundem justiça com maldade.<br />

De fato, a justiça humana não é 100% justa, ao contrário da justiça de<br />

Deus, que é perfeita.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

O versículo 17 do capítulo 2 de Malaquias, expressa perfeitamente o<br />

pensamento de muitos acerca do juízo de Deus: Qualquer que faz o mal


passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde<br />

está o Deus do juízo? O juízo de Deus estava sendo questionado e o Deus<br />

do juízo, acusado de parcialidade e impunidade. “O argumento: considerando<br />

que muitos desfrutam de prosperidade material, embora violando<br />

definidamente a lei moral, se existe um Deus, Ele ao que parece, os<br />

favorece”. 1 Porém, a resposta de Deus a tais acusações, vem em seguida,<br />

por meio de quatro argumentos que “lançam por terra”, qualquer pensamento<br />

que tenta pôr em dúvida, a justiça divina. São eles:<br />

1. Eis que eu envio o meu mensageiro: O mensageiro citado em Malaquias<br />

3:1, refere-se, provavelmente, a João Batista. Podemos comprovar<br />

isso comparando os textos de Ml 4:5 e Mt 11:14. João Batista é o Elias<br />

que havia de vir: Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E,<br />

se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir (Mt 11:13-14 - grifo<br />

nosso). Não devemos imaginar este texto como uma alusão à falsa doutrina<br />

da reencarnação. “A Bíblia explica que João veio no espírito e no<br />

poder de Elias (Lc 1.17) e não como reencarnação de Elias. A identificação<br />

não é corpórea, mas de ministério”. 2 O juízo de Deus estava às portas:<br />

Deus enviaria seu mensageiro!<br />

João Batista viveu para cumprir o chamado de Deus. Ele era o precursor<br />

do Messias, e como tal, pregava a mensagem de arrependimento: Arrependei-vos<br />

porque está próximo o reino dos céus (Mt 3:2). Com esta mensagem,<br />

saía também de seus lábios, a mensagem de juízo: A sua pá, ele tem<br />

na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro,<br />

mas queimará a palha em fogo inextinguível (Mt 3:12). O juízo de Deus<br />

não tarda, pois, a seu tempo, se cumprirá, irrevogavelmente. Não importa<br />

se somos ou não portadores de um nobre cargo na sociedade ou entre o<br />

povo de Deus, jamais conseguiremos fugir do seu julgamento.<br />

2. Mas quem suportará o dia da sua vinda?: Como podemos observar,<br />

no texto de Ml 3:1, o mensageiro viria com o propósito de preparar o caminho<br />

diante do Senhor. Após o mensageiro cumprir a sua missão, seria a vez do<br />

próprio Senhor aparecer. A questão, porém, é: ... quem suportará o dia da sua<br />

vinda? (3:2a). O que teriam imaginado e sentido as pessoas a quem tal pergunta<br />

fora direcionada? Teriam os acusadores de Deus argumentos convincentes<br />

para fugirem dessa dura e terrível realidade? Muitos fariseus e saduceus<br />

tentaram, porém, o que conseguiram nada mais foi do que a repreensão<br />

de João: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? (Mt 3:8b).<br />

1. Pfeiffer; Harrison (2001:382).<br />

2. Lopes (2006:83).<br />

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Na verdade, ninguém poderá suportar o juízo de Deus. Ninguém conseguirá<br />

ficar impune. Não há uma “fórmula mágica” que impeça o pecador<br />

de ser julgado pelos seus pecados. “O profeta Amós diz que o dia do Senhor<br />

será dia de trevas e não de luz para aqueles que esperam o favor de<br />

Deus, mas permanecem em seus pecados (Am 5:18-20)”. 3 Já não nos resta<br />

nenhuma dúvida de que Deus não suporta a parcialidade no julgamento,<br />

muito menos, a impunidade. O próprio Deus será a principal testemunha<br />

contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defraudam<br />

o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o<br />

direito do estrangeiro (Ml 3:5).<br />

3. Porque ele será como o fogo do ourives: O ourives tinha a função de<br />

fundir e purificar o ouro (Is 1:25, 48.10). Nesse processo, as impurezas que<br />

impediam o ouro de mostrar o seu brilho, eram todas, consumidas pelo<br />

fogo. O juízo de Deus destruirá, por completo, todo fragmento pecaminoso<br />

que hoje, impede o ser humano de refletir a sua glória. A semelhança<br />

do ourives, Deus eliminará os “excessos” que há em nós, e nos tornará<br />

mais puros do que o ouro refinado. “O fogo destrói a escória e purifica<br />

o ouro. Esse é um processo doloroso, mas necessário”. 4 E, o fato de Deus<br />

nos colocar na fornalha, não é sinal de seu abandono, mas prova do seu<br />

grande amor por nós: “Ele jamais iria depurar algo imprestável”. 5 Somos<br />

preciosos para ele!<br />

Malaquias alerta: Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e<br />

purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que<br />

tragam ao Senhor ofertas em justiça (3:3 - grifo nosso). Os filhos de Levi<br />

tinham funções importantíssimas no tabernáculo de Deus (Nm 16:8-9).<br />

Mas aqui, observamos uma falha gravíssima em relação as suas ofertas!<br />

Ofertas de justiça é a exigência de Deus para todos. Deus não exigiu dos<br />

filhos de Levi, uma oferta de grande peso financeiro (isso, porém, não nos<br />

isenta da generosidade e responsabilidade financeira para com a obra de<br />

Deus), mas espiritual: eles falharam! Deus promete, através de Malaquias,<br />

que eles seriam purificados como ouro. Estejamos preparados, nós também:<br />

Ele é como fogo do ourives!<br />

4. Chegar-me-ei a vós outros para juízo: O alerta continua! O Senhor<br />

promete ser uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros,<br />

contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em<br />

3. Lopes (2006:84).<br />

4. Idem.<br />

5. Idem.<br />

62 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro (Ml<br />

3:5). Esta é a resposta de Deus a interrogação de Malaquias 2:17: Onde está<br />

o Deus do juízo? O juízo de Deus viria. Como observamos no texto acima,<br />

havia, no meio do povo do Senhor, pessoas completamente corrompidas.<br />

O povo de Deus não é um “paraíso perfeito”, onde todos praticam as virtudes<br />

do amor, longanimidade, mansidão, fé e etc. Existem sim, muitas<br />

pessoas sérias, todavia, há muitos que não o temem.<br />

Deus ama o seu povo e, por essa razão, zelará por sua pureza. Por<br />

amar o seu povo, ele o julgará com justiça. “Alguns crentes possuem um<br />

raciocínio bastante estranho. Presumem que Deus não tolera o pecado<br />

no incrédulo e o condena por isto, mas que faz vista grossa aos pecados<br />

dos crentes”. 6 Devemos lembrar que, por diversas vezes Deus julgou Israel<br />

por seus terríveis pecados, sendo que, para isso, usava, em alguns<br />

casos, nações pagãs. Portanto, não nos admiremos quando Deus decidir<br />

nos julgar, pois assim ele o faz porque nos quer bem: Filho meu, não<br />

desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido;<br />

pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe<br />

por filho (Hb 12:5b-6).<br />

Há muito, o processo de purificação teve o seu início. Não é de hoje que<br />

o Deus do juízo tem “lançado por terra” a muitos homens arrogantes; Deus<br />

os afogou nas águas turvas da sua própria hipocrisia. Diante do Senhor<br />

não há pecados escondidos! Quem poderá se esconder dos olhos do onipresente<br />

Deus? Há muito tempo o precursor do Messias anunciou: Já está<br />

posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom<br />

fruto é cortada e lançada ao fogo (Mt 3:10). Certamente, ninguém gostaria<br />

de ser “cortado” e “lançado ao fogo”. Para que isso não aconteça, necessário<br />

é que haja verdadeiro temor e arrependimento diante de Deus (Mt 3:8).<br />

1. Leia Ml 3:1; 4:5; Mt 3:12; 11:14, o primeiro item do comentário<br />

anterior e responda: Quem é o mensageiro enviado e em que<br />

consiste a sua mensagem?<br />

6. Filho (1994:60).<br />

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2. Após ler Am 5:18-20; Ml 3:2a; Mt 3:8 e o segundo item do comentário<br />

anterior, responda: Por que o dia do Senhor será de trevas e não de<br />

luz para muitos? É possível fugir do julgamento de Deus?<br />

3. Após ler o terceiro item do comentário anterior, comente sobre<br />

a função do ourives. De que modo Deus trabalha no processo de<br />

purificação e restauração do seu povo?<br />

4. Leia Ml 3:5 e o quarto item do comentário anterior e responda: Além<br />

de julgar os ímpios, Deus também julga o seu povo? Por quê?<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. O juízo nos traz a certeza de que Deus é infalível.<br />

Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele<br />

aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros<br />

(Ml 3:2). Este texto não nos deixa dúvida de que o juízo divino é<br />

apenas uma questão de tempo! Deus cumprirá sim, com a sua promessa<br />

de juízo. Portando, as pessoas que se deleitam na prática do adultério, da<br />

corrupção, da feitiçaria, da idolatria, da ira, do homicídio, da maledicência,<br />

etc., serão julgadas por Deus. Isso acontecerá porque Deus não falha<br />

64 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


em suas promessas, mesmo quando estas, se referem ao juízo. Mesmo<br />

que muitos pensem o contrário, o Deus infalível não deixará impunes os<br />

pecadores desta geração.<br />

5. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que podemos ter<br />

certeza de que Deus é infalível?<br />

2. O juízo nos traz a certeza de que Deus é imparcial.<br />

E chegar-me-ei a vós para juízo (Ml 3:5a). Poderá haver injustiças nos<br />

julgamentos humanos, pois somos pecadores e poderemos falhar (I<br />

Jo 1:8). A justiça humana peca por ser parcial, ou seja, age em favorecimento<br />

de uns em detrimento de outros. Mas Deus não age com<br />

parcialidade! Engana-se quem pensa que Deus fará o pai pagar pelos<br />

pecados do filho, ou vice-versa; e que o justo será julgado pelos erros<br />

do injusto (Ez 18:2-4). Deus não favorece classe de pessoas; ele não<br />

favorece a injustiça. Deus não deixará de julgar uma pessoa que vive<br />

na prática do pecado, só porque ela é crente ou líder da igreja. O Deus<br />

imparcial julga a quem merece.<br />

6. Após ler a segunda aplicação, responda: O que significa ser<br />

imparcial? Você acha que o julgamento de Deus é assim?<br />

3. O juízo nos traz a certeza de que Deus é imaculado.<br />

Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos<br />

de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao<br />

Senhor ofertas em justiça (Ml 3:3 - grifo nosso). O julgamento de Deus<br />

é necessário? Sim. Muito necessário. Por quê? Tem como objetivo, não<br />

somente a punição, mas também a pureza dos seus filhos. Deus é essencialmente<br />

santo e deseja que a sua santidade seja uma realidade em<br />

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nós, como está escrito: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede<br />

vós também santos em todo o vosso procedimento (I Pe 1:15). Deus quer<br />

nos purificar e nos “moldar” a fim de que, um dia, sejamos semelhantes<br />

a ele: imaculados.<br />

7. Com base na terceira aplicação, responda: Qual o objetivo do juízo<br />

de Deus para o seu povo?<br />

CONCLUSÃO: Após analisarmos os quatro argumentos que confirmam<br />

o juízo divino, pudemos chegar à fundamental conclusão: o juízo<br />

nos traz a certeza de que Deus é infalível, imparcial e imaculado. Tal<br />

conclusão é imprescindível para todo servo de Cristo, pois mostra que o<br />

nosso Deus não abandonou o mundo à sua própria sorte, mas julga os<br />

“maus” e se preocupa em nos conduzir a uma vida de santidade. É inevitável<br />

as pessoas ouvirem falar de juízo e não terem medo, pois a imagem<br />

que nos vem à cabeça é a de que se trata somente de algo punitivo. Porém,<br />

o julgamento de Deus nem sempre destrói, mas purifica e dá uma<br />

nova chance ao pecador (Ml 3:3).<br />

66 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


10<br />

5 JUN 2010<br />

Volta<br />

Hinos sugeridos: BJ 317 – HC 77 / BJ 116 – CC 270<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

Domingo, 30 de maio .................... Ml 3:6-7<br />

Segunda, 31 ............................ Lm 3:17-22<br />

Terça, 1 de junho .................. I Pe 2:22-25<br />

Quarta, 2 ...................................... Jl 2:11-15<br />

Quinta, 3 ................................ Sl 6:4; 26:157<br />

Sexta, 4 .................................Sl 80:14; 86:16<br />

Sábado, 5 ........................Sl 90:13, 119:132<br />

Ensinar ao estudante da Bíblia<br />

Sagrada que, quando tomamos<br />

a atitude de voltar para<br />

o caminho do Senhor, somos<br />

libertos da desobediência,<br />

prevenidos da dissimulação e<br />

livres do distanciamento.<br />

TEXTO BÁSICO: Desde o tempo dos seus antepassados vocês se desviaram<br />

dos meus decretos e não lhes obedeceram. Voltem para mim e eu<br />

voltarei para vocês, diz o SENHOR dos Exércitos. (Ml 3:7a – NVI)<br />

INTRODUÇÃO: Desde os tempos de Moisés, o povo hebreu já demonstrava<br />

profunda ingratidão para com Deus. Este fez tudo por eles, mas ainda<br />

assim, parecia não ser suficiente! A libertação do domínio egípcio, a mirabolante<br />

travessia do Mar Vermelho, a incrível derrota do exército de Faraó e o<br />

maná “celestial” não evitaram a dureza de coração e a rebeldia de um povo<br />

que tinha à sua direção, o Deus invencível. O privilégio de ser a fiel testemunha<br />

das proezas de Deus, não deu a este povo, o prazer de ser o fiel adorador.<br />

Eles tiveram a insensata ousadia de provocar ao Senhor ao fazer e adorar<br />

um bezerro de ouro no deserto (Ex 32:3-4). Contudo, o Senhor não apenas<br />

se portou a ele com juízo, mas também com misericórdia! (Nm 21:6-9).<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

Ao lermos o texto de Malaquias 2:8, constatamos que a repreensão do<br />

Senhor se destinava aos sacerdotes que haviam quebrado a aliança de<br />

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Levi. Ao examinarmos, porém, os versículos 5 a 7 do capítulo 3, veremos<br />

que, dessa vez, a repreensão de Deus se estende, não somente aos sacerdotes,<br />

mas também, à nação hebraica. Os graves pecados de outrora,<br />

estavam sendo cometidos incessantemente. Os mesmos erros cometidos<br />

perante Moisés eram cometidos perante Malaquias (3:7). O desvio era<br />

uma realidade presente e deveria fazer parte do passado daquela geração,<br />

sendo que a volta do povo para a comunhão com Deus precisava<br />

ser imediata. Por causa disso, o Senhor falou as seguintes palavras por<br />

meio do profeta.<br />

1. De fato, eu, o Senhor, não mudo: Consideremos dois aspectos<br />

da imutabilidade de Deus: Em primeiro lugar, Deus não muda em sua<br />

justiça. Um erro gravíssimo seria imaginar que Deus deixaria impunes os<br />

pecadores daquela geração rebelde. Observe o texto: Chegar-me-ei a vós<br />

outros para juízo (3:5a). Deus estava se referindo àqueles que praticavam<br />

a feitiçaria, o adultério, a falsidade, o furto, a opressão e a corrupção.<br />

Estes não temiam ao Senhor e “achavam que Deus era como eles e que<br />

faria vista grossa para o pecado, deixando de julgá-los por transgredir<br />

sua lei”. 1 É tolice imaginarmos que ao cometermos pecado, não enfrentaremos<br />

suas consequências. É tolice “brincar de pecar”, pois pecado não<br />

é brincadeira, mas morte. Deus sempre será justo.<br />

Em segundo lugar, Deus não muda em sua misericórdia. Uma mãe<br />

que ama a seu filho, muitas vezes o disciplina porque sabe que se assim<br />

não fizer, poderá um dia, perdê-lo para sempre. Ela o disciplina, mas<br />

também lhe dá amor. Deus nos ama e nos dá uma segunda chance. O<br />

povo pecou, mas Deus quis mudar a sua história; o povo se afastou de<br />

Deus, mas ele o quis de volta. “A imutabilidade divina é a causa de não<br />

sermos destruídos. Se Deus nos tratasse segundo os nossos pecados,<br />

estaríamos arruinados”. 2 Portanto, se hoje você teve a oportunidade de<br />

conversar com as pessoas que você ama, saiba que não foi por merecimento<br />

próprio, mas por misericórdia divina, porque as suas misericórdias<br />

não têm fim (Lm 3:22b).<br />

2. Vocês se desviaram dos meus decretos: Depois de declarar a sua<br />

imutabilidade, pela qual os filhos de Jacó, os descendentes de Abraão,<br />

não haviam sido consumidos, Deus traz à tona o principal erro deles:<br />

... se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram (v.7). Observe<br />

que na primeira parte do versículo 6, Deus mostra a sua inteira fidelida-<br />

1. Wiersbe (2001:601).<br />

2. Lopes (2006:91).<br />

68 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


de: De fato, eu, o Senhor, não mudo. Porém, no versículo 7, Deus mostra<br />

a infidelidade do seu povo. “As ordenanças transgredidas referiamse<br />

especificamente à mordomia do dízimo e das chamadas ofertas<br />

alçadas”. 3 Sem dúvida, há uma relação muito forte entre os versículos<br />

7 e 8 de Malaquias capítulo 3. Muitos estavam tomando posse daquilo<br />

que ao Senhor pertencia.<br />

O pecado da infidelidade tornara-se uma espécie de “círculo vicioso”<br />

em que era ensinado de pai para filho; de geração para geração. Infelizmente,<br />

este pecado persiste no meio do povo de Deus da atualidade.<br />

É muito triste, porém, correto afirmar que as duras palavras descritas<br />

no texto de Malaquias 3:8, se aplicam a milhares de cristãos em todo o<br />

mundo. A infidelidade que estava incomodando a Malaquias, hoje continua<br />

a incomodar milhares de pastores em diversas igrejas. Se você é<br />

um oponente do pecado da infidelidade, certamente se sentirá amargamente<br />

incomodado com tamanho erro. Que o Espírito Santo continue a<br />

“incomodar” os nossos corações a fim de não nos conformarmos com a<br />

desobediência aos decretos de Deus.<br />

3. Voltem para mim: Embora tenha recebido a repreensão de Deus<br />

por ter se desviado dos seus decretos (v.7), o povo podia contar com a<br />

sua misericórdia, a qual lhe concedia uma nova oportunidade de mudar<br />

os rumos do seu futuro. Disse Deus: Voltem para mim... (v.7a). O verbo<br />

“(shûb) voltar-se, retornar”, 4 “combina em si os dois requisitos do arrependimento:<br />

desviar-se do mal e voltar-se para o bem”. 5 Voltar-se para<br />

Deus envolve uma radical mudança de vida. É necessário quebrantamento,<br />

arrependimento, humildade para reconhecer os erros cometidos e<br />

força de vontade para acertar novamente. “O povo quis saber ‘como voltar’.<br />

A resposta foi: ‘Abandone seus pecados e caminhos ímpios’. Havia<br />

necessidade urgente de uma reforma moral e espiritual”. 6<br />

Malaquias tinha a “visão” de Deus e sabia que o povo precisava se<br />

arrepender urgentemente dos seus delitos e pecados. Este, porém, pensava<br />

o contrário: Em que havemos de tornar? (v.7c). O povo achava que a<br />

sua condição espiritual estava boa. “Pior que o pecado é a inconseqüência<br />

de achar que não se está em pecado”. 7 Quando uma pessoa chega a<br />

3. Pfeiffer; Harrison (1986:383).<br />

4. Harris (1916:1532).<br />

5. Idem, p. 1532.<br />

6. Champlin (1933:3710).<br />

7. Coelho Filho (1988:67).<br />

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esse ponto, ela começa a imaginar que não há nada demais em receber<br />

propina para prejudicar os outros, em praticar o adultério, a fornicação, a<br />

sonegação dos dízimos etc. Mas à semelhança daquela época, hoje Deus<br />

também confronta o pecador com a santa palavra. Aquilo que é pecado,<br />

sempre será pecado. Não há meio termo: ou nos voltamos para Deus, ou<br />

morreremos sem ele.<br />

4. E eu voltarei para vocês: Quando Deus falou: Voltem para mim e<br />

eu voltarei para vocês (3:7), ele estava diretamente afirmando que havia<br />

uma distância relacional entre ele e seu povo. Uma inconsequente ação<br />

produzirá uma brusca reação. Os nossos pecados nos separam de Deus,<br />

pois ele é santo e não compactua com o erro. Isaías afirmou isso ao dizer:<br />

Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os<br />

vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça<br />

(Is 59:2). Deus mudará sua atitude se o ser humano mudar a dele. Deus<br />

terá comunhão conosco se buscarmos fervorosamente tal comunhão.<br />

Ele nos honrará quando o honrarmos.<br />

Deus verdadeiramente nos ama e quem ama, verdadeiramente perdoa!<br />

“Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por<br />

baixas. Não podemos fazer nada para Deus nos amar mais nem deixar<br />

de fazer nada para Deus nos amar menos”. 8 Os seus braços estão abertos<br />

para receberem os “filhos pródigos” e os seus pés correm à beira do caminho<br />

a esperá-los. Mesmo que o pecado interrompa a nossa comunhão<br />

com Deus, não poderá, jamais, impedi-lo de se preocupar conosco. O<br />

Senhor voltará a nos abençoar, a nos guiar, a caminhar ao nosso lado e a<br />

nos aceitar no seu santo monte, quando, com todo o nosso coração, nos<br />

achegarmos a ele.<br />

Não podemos ouvir a voz do profeta Malaquias, mas podemos sentir<br />

a voz de Deus ecoar aos nossos corações por meio da sua palavra. A<br />

mensagem do evangelho traspassou a barreira do tempo e com uma<br />

precisão incalculável, aplicou-se perfeitamente à nossa realidade. Deus<br />

falou aos sacerdotes, aos profetas e à nação. Hoje, porém, ele pode<br />

estar falando exclusivamente para você. Deus lhe chama ao arrependimento,<br />

à fidelidade e a certeza de que ele nunca mudará em sua justiça<br />

nem em sua misericórdia. Portanto, não cometa o grave erro de ser<br />

apenas um mero ouvinte. Seja, porém, um fiel praticante da palavra do<br />

Deus imutável.<br />

8. Lopes (2006:90).<br />

70 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


1. Leia Ml 3:6, o primeiro item do comentário anterior, e comente com a<br />

classe sobre os dois aspectos da imutabilidade de Deus.<br />

2. Leia o segundo item do comentário anterior e responda: Que relação<br />

há entre os versículos 7 e 8 de Malaquias 3? Quais as consequências<br />

da infidelidade para com Deus?<br />

3. Após ler Ml 3:7b e o terceiro item do comentário anterior, responda:<br />

Que atitude precisava o povo de Deus tomar urgentemente?<br />

4. Leia o quarto item do comentário anterior e comente a expressão: E<br />

eu voltarei para vocês.<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Voltar para o caminho do Senhor nos liberta da desobediência.<br />

...Vocês se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram (Ml<br />

3:7). É evidente que todos nós pecamos (I Jo 1:8). Todos nós estamos<br />

ligados à natureza pecaminosa. Paulo confirmou isso da seguinte maneira:<br />

...porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço<br />

(Rm 7:15b). Mesmo ligados, por natureza, ao pecado, não mais somos<br />

dominados por ele, pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto<br />

não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14). É possível sim,<br />

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sermos livres da desobediência; é possível não mais sermos dominados<br />

pelos pecados de outrora. Estejamos certos de que voltar-se para Deus é<br />

garantia de liberdade.<br />

5. Leia Rm 6:14; a primeira aplicação, e responda: De que modo<br />

poderemos ser libertos da desobediência?<br />

2. Voltar para o caminho do Senhor nos previne da dissimulação.<br />

...Em que havemos de tornar? (Ml 3:7). As pessoas furtam, matam, roubam,<br />

corrompem, e quando são flagradas em seus próprios atos profanos,<br />

dizem: “o que eu fiz? eu não fiz nada!”. Chega de farsa! Deixemos<br />

de lado a “mania” de querer ocultar os nossos erros diante de Deus.<br />

Sejamos coerentes e, com humildade, reconheçamos os nossos pecados<br />

antes que seja tarde demais! Voltemo-nos para o Senhor e obedeçamos<br />

a sua palavra que diz: Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante,<br />

purificai os corações. Senti as vossas misérias, lamentai e chorai<br />

(Tg 4:8b-9a). Dessa maneira, procede todo aquele que verdadeiramente<br />

volta-se para Deus.<br />

6. Leia Tg 4:7 e 8, a segunda aplicação, e responda: De que modo<br />

a volta para o Senhor pode nos prevenir da dissimulação?<br />

3. Voltar para o caminho do Senhor nos livra do distanciamento.<br />

...Voltem para mim e eu voltarei para vocês, diz o Senhor dos Exércitos<br />

(Ml 3:7). É demasiadamente desconfortante estar distante de quem se<br />

ama. Porém, pior do que a distância das pessoas que amamos, é a distância<br />

de Deus. Os nossos próprios pecados nos afastam dele (Is 59:2), ou<br />

seja, nós somos os provocadores do distanciamento, não Deus. Contudo,<br />

todos que estão distantes do Senhor, por alguma razão, independentemente<br />

de raça, cor, idade, sexo, posição social, etc., poderão novamente<br />

usufruir da comunhão com ele. Como? Voltando aos seus caminhos.<br />

72 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


Quando tomarmos tal atitude com todo o desejo do nosso coração, ele<br />

também se voltará para nós. Louvado seja o Senhor!<br />

7. Leia a terceira aplicação e responda: Você acha ruim ficar longe das<br />

pessoas que ama? Qual a pior das distâncias e como acabar com ela?<br />

CONCLUSÃO: Qual é a sua situação? Porventura, você se encontra<br />

distanciado de Deus por desobedecer aos estatutos estabelecidos por<br />

ele? Será que você está sofrendo as conseqüências dos pecados antes<br />

cometidos e se encontra estarrecido porque as coisas parecem se complicar<br />

ainda mais para você? Então, tome agora mesmo uma urgente<br />

atitude: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos<br />

aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso<br />

e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas (Mt<br />

11.28,29 – grifo nosso). Em Cristo, haverá sempre uma saída para você.<br />

Volte para o Senhor. Ele está a sua espera.<br />

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11<br />

12 JUN 2010<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

74 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Roubo<br />

Hinos sugeridos: BJ 383 – CC 344 / BJ 315 – CC 296<br />

Domingo, 6 de junho ..................... Ml 2:8-18<br />

Segunda, 7 .........................Pv 11:24; 21:13<br />

Terça, 8 .....................................Ne 13:10-14<br />

Quarta, 9 ....................................At 5:1-1-16<br />

Quinta, 10 ..........................Gn 14:20; 28:22<br />

Sexta, 11 .....................Ml 3:10; Mt 23:235<br />

Sábado, 12 ...................II Co 8:7-14, 9:6-9<br />

Mostrar quais são as<br />

orientações da palavra de<br />

Deus sobre a entrega dos<br />

dízimos.<br />

TEXTO BÁSICO: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e<br />

dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. (Ml 3:8)<br />

INTRODUÇÃO: Um dos roubos mais famosos da história aconteceu<br />

no dia 8 de agosto de 1963 – há mais de 45 anos – e envolveu 16<br />

pessoas de um condado da Inglaterra. 1 Dentre essas pessoas, estava o<br />

britânico Ronald Biggs, que se tornou mundialmente famoso por ter se<br />

refugiado no Brasil, por mais de 35 anos. Na ação, o bando levou de<br />

um trem postal a incrível quantia de 2.631.784 de libras esterlinas em<br />

notas miúdas - hoje em dia, o equivalente a cerca de 92 milhões de<br />

reais! 2 Roubo é o assunto desta lição. Mas não se trata de um roubo<br />

qualquer. É mais grave do que o feito contra o trem pagador. Vejamos<br />

que roubo é esse.<br />

1. Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_124175. < Acessado<br />

em 05/02/2010.<br />

2. Fonte: http://veja.abril.com.br/agencias/afp/veja-afp/detail/2009-08-17-495521.<br />

< Acessado em 05/02/2010.


I. FALA, SENHOR!<br />

O livro de Malaquias é o livro das perguntas. Nele, existem vinte e<br />

seis perguntas (Ml 1:2,6-10,13, 2:10,14-15,17, 3:2,7-8,13-14). Só não<br />

estão presentes no capítulo quatro. Das vinte e seis, onze foram feitas<br />

por Deus, nove pelo povo e seis pelo profeta. As perguntas de Deus<br />

são sempre incisivas, honestas e profundas. As do profeta seguem<br />

nesta direção. Já as do povo, são absurdamente cínicas e irônicas. Mas<br />

vamos, agora, voltar nossa atenção para uma das perguntas divinas.<br />

1. Roubará o homem a Deus?: Se esta não fosse uma pergunta<br />

divina, diríamos, sem titubear, que é uma pergunta sem sentido. Parece-nos<br />

impossível a criatura poder roubar o Criador. Mas ela não só<br />

pode roubá-lo, como rouba. Deus não acusa, mas afirma, sem rodeio<br />

algum, que o seu próprio povo o rouba: Vós me roubais (Ml 3:8b). Ele<br />

o rouba nos dízimos e nas ofertas (Ml 3:8c). O termo hebraico para<br />

“roubais” (qaba ̀) tem a ideia de “tomar à força”. Ele é usado de novo<br />

apenas em Pv 22:23, no contexto de uma agressão ao pobre. Isso nos<br />

mostra que se trata de um ato violento.<br />

Mas isso não é tudo. Alguns eruditos modernos pensam em mudar<br />

(e alguns mudam) as consoantes do verbo qaba` (roubar) de lugar<br />

para obterem o verbo `aqab (suplantar), de cuja raiz é formado o<br />

nome “Jacó” (Ya ̀aqob), que significa “suplantador” (Ml 1:2, 2:2, 3:6). A<br />

Bíblia de Jerusalém concorda 3 com essa alteração, mas não adota no<br />

lugar do verbo “roubar” o verbo “suplantar”. Ela optou por um verbo<br />

sinônimo: “enganar”. É bem atraente, “o jogo de palavras como nome<br />

Jacó, mas o texto hebraico tem como vantagem uma franqueza que<br />

soa real, e deve ser conservado” 4 .<br />

2. Com maldição sois amaldiçoados: Em Ml 1:14, Deus amaldiçoa<br />

o enganador, que lhe prometeu um animal perfeito do seu rebanho,<br />

mas lhe ofereceu um animal defeituoso. Em Ml 2:2, Deus garante que<br />

amaldiçoará terrivelmente os sacerdotes que não obedecerem aos seus<br />

mandamentos e não honrarem o seu nome. Agora, em Ml 3:9, Deus<br />

declara que amaldiçoou a nação toda por causa do roubo dos dízimos<br />

e das ofertas. “Insurgir-se contra Deus e violar as suas leis trazem mal-<br />

3. Ver nota de rodapé desse texto na Bíblia de Jerusalém.<br />

4. Baldwin (1982:206).<br />

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dição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade”, 5 nem ignora<br />

a desobediência. Isso é assim desde o princípio (Gn 3:14-19).<br />

Quando houve aquele terrível terremoto no Haiti, houve quem dissesse<br />

que o desastre que matou milhares de pessoas era resultado<br />

de uma maldição divina, uma vez que os haitianos são praticantes de<br />

religiões africanas. Um bispo do país, então, se manifestou dizendo:<br />

“Nossa desolação não é uma maldição divina”. 6 Destacou que o desastre<br />

foi provocado por um fenômeno natural. Mas o mesmo não se<br />

pode dizer sobre o que ocorre com a nação de Israel. A tragédia que<br />

se abateu sobre os filhos de Israel do tempo de Malaquias não foi um<br />

fenômeno natural, foi uma maldição divina. O próprio Deus deixou<br />

isso muito claro. A causa da maldição? Desobediência!<br />

3. Trazei todos os dízimos: Aqui, há uma ordem clara da parte<br />

Deus para todo o povo: Trazei todos os dízimos. O que essa expressão<br />

sugere? Sugere que algumas pessoas haviam deixado de trazer os<br />

dízimos. Mas não apenas isso. O “hebraico também pode ser traduzido<br />

como o ‘dízimo inteiro’, o que significa que o povo estava retendo<br />

uma parte do que deveria ser trazido” 7 . O povo, na verdade, fingia<br />

conformar-se a lei oferecendo alguns dízimos à casa do Tesouro, mas<br />

não todos os exigidos pela lei (Lv 27:30). Deus diz que os dízimos<br />

devem ser trazidos à casa do Tesouro para que haja mantimento na<br />

sua casa.<br />

Os dízimos forneciam o sustento daqueles que trabalham no templo.<br />

Quando não eram trazidos, eles não tinham outra opção senão<br />

desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura. E os<br />

diversos deveres que eram de responsabilidade deles deixavam de ser<br />

executados. Isso já havia ocorrido num passado recente. Na época de<br />

Neemias, os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido<br />

cada um para o seu campo (Ne 13:10b) porque os dízimos não estavam<br />

sendo entregues como deveriam.<br />

4. E provai-me nisto: Deus afirma que, se o povo parasse de roubálo,<br />

tudo mudaria. Ele chega a chamar o seu povo a fazer um teste dele!<br />

O que mudaria, se o povo mudasse? Se o povo parasse de roubá-lo, a<br />

seca acabaria. Ele abriria as janelas do céu, não para julgar e destruir<br />

(Gn 7:11; Is 24:18), mas para abençoar sem medida, isto é, até não ha-<br />

5. Lopes (2006:103).<br />

6. Fonte: http://www.zenit.org/article-23976?|=portuguese < Acessado em 05/02/2010.<br />

7. Davidson (1997:937).<br />

76 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


ver mais qualquer necessidade. Essa é, literalmente, uma promessa de<br />

chuva. Se o povo parasse de roubá-lo, os campos voltariam a produzir.<br />

Ele repreenderia o devorador, o inimigo da colheita, provavelmente<br />

um tipo de gafanhoto (Jl 1:4).<br />

Mas ainda tem mais. Se o povo parasse de roubá-lo, a vide, a mais importante<br />

das árvores frutíferas, voltaria a produzir sem falhar. O retorno<br />

dos filhos de Israel do cativeiro produziu um grande impacto sobre as<br />

nações gentias. Entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito<br />

por eles (Sl 126:2). Isso poderia acontecer novamente. Quando as nações<br />

circunvizinhas vissem a prosperidade que viria depois da liberalidade do<br />

povo para com Deus, elas concluirão, acertadamente, que foi a mão do<br />

Senhor que abençoou o povo. É por isso que Deus diz: todas as nações vos<br />

chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa (Ml 3:12).<br />

O que todas essas ações de Deus mostram? Seu senhorio na natureza.<br />

A Bíblia faz questão de frisar que Deus é Senhor da criação, do<br />

tempo e do clima (I Sm 12:18; Jó 37:10; Dt 11:17; Is 5:6; Jr 10:13). Por<br />

ser ele grande em força e forte em poder (Is 40:26b), pode se utilizar do<br />

clima, na hora que quiser e do modo que quiser, para mostrar a todas<br />

as nações da terra tanto o seu favor (Dt 11:14; Jl 2:23; At 14:17) quanto<br />

o seu juízo (Êx 9:23; Js 10:11; I Sm 7:10). Sem dúvida, “todos os poderes<br />

da natureza testemunham a existência de um poder soberano no<br />

Deus da natureza, de quem se originam e de quem dependem”. 8<br />

1. Leia Ml 3:8, o item 1 e responda: Qual a ideia do termo hebraico<br />

para “roubais”?<br />

2. Leia Ml 3:9, o item 2 e explique o que Deus fez com aqueles que<br />

o roubavam.<br />

3. Leia Ml 3:10, o item 3 e responda: Como explicar a expressão<br />

“trazei todos os dízimos”?<br />

8. Henry (2008:158).<br />

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4. Leia Ml 3:10b,11, o item 4 e responda: O que Deus fará, se o seu<br />

povo parar de roubá-lo nos dízimos e nas ofertas?<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Jamais retenha o dízimo!<br />

Vamos voltar à ordem de Deus: Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro.<br />

Atente apenas para o verbo “trazei”. Ele está no plural: “trazei vós”.<br />

Isto quer dizer que a ordem é para todos que fazem parte do povo de<br />

Deus. Você faz parte do povo de Deus? Então, essa ordem é para você.<br />

Essa é uma ordem contra a retenção, porque “trazei” é o mesmo que<br />

“transportai para cá” ou “encaminhai para cá”. “Reter” é prender, é guardar,<br />

é manter firmemente em seu próprio poder o que não lhe pertence.<br />

O dízimo não é seu: é do seu Senhor (Lv 27:30). Não é certo ficar com o<br />

que é dos outros. Você sabe disso. Então, vamos, faça logo o que Deus<br />

manda fazer: leve-o, ainda hoje, para ele!<br />

5. Leia a primeira aplicação e responda: O que se pode dizer sobre o<br />

verbo “trazei”, que aparece no início de Ml 3:10?<br />

2. Jamais subtraia o dízimo!<br />

A ordem de Deus é para trazer não alguns, mas todos os dízimos. Talvez<br />

você já saiba disso, mas sempre vale a pena lembrar: a palavra dízimo<br />

significa dez por cento de alguma coisa ou de algum valor. Foi o próprio<br />

Deus quem determinou este percentual. Deus não está aberto para negociar<br />

este percentual. Ele exige que seja entregue em sua totalidade,<br />

não uma parte dele, e de uma só vez, não em várias vezes. Desta forma,<br />

você não pode e não deve usar alguma parte desse percentual em be-<br />

78 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


nefício próprio ou em benefício de outrem. “A subtração do dízimo é<br />

vista como uma violência contra [Deus]” 9 . Que o seu dízimo seja sempre<br />

inteiro e que seja sempre de tudo o que você ganha!<br />

6. Leia a segunda aplicação e responda: Quando é que subtraímos o<br />

dízimo do Senhor?<br />

3. Jamais administre o dízimo!<br />

Deus não institui apenas o dever e o valor da entrega dos dízimos. Ele<br />

também institui o local da entrega: a casa do Tesouro. Esta expressão designava<br />

os celeiros ou armazéns onde os dízimos eram guardados. O que isto<br />

quer dizer? Quer dizer, entre outras coisas, que outros devem administrar<br />

o que pertence ao Senhor, e não você. Você não é chamado a administrar<br />

o dízimo, mas a devolvê-lo, integralmente, ao seu legítimo dono, como ele<br />

manda e onde ele manda. E se não o administrarem responsavelmente?<br />

Terão, certamente, que prestar contas ao Senhor do dízimo.<br />

7. O que a expressão casa do Tesouro quer dizer, na prática, para<br />

aquele que tem a obrigação de entregar o dízimo ao Senhor?<br />

Leia a terceira aplicação.<br />

CONCLUSÃO: Entregue o dízimo! Mas não entregue o dízimo pensando<br />

no que vai receber. Entregue o dízimo porque você ama a Deus,<br />

porque você lhe obedece, porque você lhe é agradecido, porque você<br />

não quer ver a casa dele desamparada, porque você concorda que digno<br />

é o obreiro do seu salário (I Rm 5:8). Entregue o dízimo porque você não<br />

ama o dinheiro (I Tm 6:10), porque você sabe que mais bem-aventurado é<br />

entregar do que receber (At 20:35), porque você tem sido abençoado com<br />

toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3b).<br />

9. Coelho Filho (1994:67).<br />

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12<br />

19 JUN 2010<br />

LEITURA DIÁRIA<br />

80 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />

Triunfo<br />

Hinos sugeridos: BJ 312 – HC 212 / BJ 292 – SH 599<br />

Domingo, 13 de junho ......................Ml 4:1-3<br />

Segunda, 14 ..........................Dn 12:2; Mt 3:12<br />

Terça, 15 ....................................Jo 3:36; I Ts 5:30<br />

Quarta, 16 ............... Mt 7:23; 8:12; 25:41-46<br />

Quinta, 17 ....................................Ap 20:15; 21:8<br />

Sexta, 18 ...........................................Mt 25:31-40<br />

Sábado, 19 ....................................Ap 21:1-4, 22<br />

OBJETIVO<br />

Levar o estudante da Bíblia a<br />

entender que, no juízo final,<br />

o triunfo do servo de Deus<br />

será purificante, exultante e<br />

completo.<br />

TEXTO BÁSICO: Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo<br />

das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o<br />

SENHOR dos Exércitos. (Ml 4:3)<br />

INTRODUÇÃO: O justo servia a Deus, estudava a lei, sacrificava, dizimava<br />

e, ainda assim, passava por dificuldades, enquanto o perverso<br />

não fazia nada disso e “prosperava”. Logo, não havia valor algum em<br />

ser fiel e, não valia a pena servir a Deus. Essa era a lógica insana usada<br />

pelos judeus nos dias de Malaquias. Diziam: É inútil servir a Deus (Ml<br />

3:14). “Não há vantagem alguma nisso” é o que pensavam. Na verdade,<br />

buscavam os favores de Deus e não a Deus. “A religião deles era<br />

um negócio, uma barganha”. 1 Para Deus, aquilo foi uma afronta (Ml<br />

3:13). Por isso, o profeta veio mostrar que eles estavam equivocados,<br />

pois, da maneira certa e no momento certo, o justo triunfaria.<br />

1. Lopes (2006:112).


I. FALA, SENHOR!<br />

Há três questões importantes que devemos considerar. 2 Primeiro: O<br />

Senhor merece o nosso amor pelo que é e não pelo que pode nos dar.<br />

Segundo: A situação presente é transitória e ilusória. Terceiro: A gente<br />

deve olhar para vida na perspectiva da eternidade, pois, se esperamos<br />

em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens<br />

(I Co 15:19). Uma coisa é inevitável. Um dia, todo ser humano terá de<br />

comparecer diante de Deus para prestar contas com ele. Ali, veremos a<br />

diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o<br />

serve (Ml 3:18). Nesse dia, o justo triunfará. Como será isso? Deixemos<br />

que Deus nos fale, através de Malaquias 4:1-3.<br />

1. Pois eis que vem o dia: O último capítulo do livro de Malaquias<br />

começa da seguinte forma: ...vem o dia e arde como fornalha; todos os<br />

soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho... (Ml<br />

4:1a). Essas palavras não são apenas um alerta aos homens, mas também<br />

uma garantia do triunfo dos servos de Deus. Na Nova Versão Internacional,<br />

esse texto está assim: Pois certamente vem o dia (...) diz o Senhor dos<br />

Exércitos. Podemos ter convicção: O grande e temível “dia do Senhor”<br />

virá! Jesus voltará, e todos os homens terão de comparecer perante ele.<br />

Esse dia especial tem uma característica marcante. Ele arde como uma<br />

fornalha! Malaquias já havia usado a figura do “fogo”: No capítulo 3, versículo<br />

2, Deus é apresentado como o “fogo do ourives” que purifica os<br />

justos. Mas aqui ele é apresentado como o “fogo da fornalha” que destrói<br />

os ímpios. É diante desse fogo que se vê a diferença entre o “ouro” e<br />

a “palha”, entre o “justo” e o “ímpio”, entre o que serve e o que não serve<br />

a Deus. “O joio parece com o trigo, mas não é trigo. Um é alimento, o<br />

outro é veneno. No final, um irá para o celeiro de Deus, o outro para a<br />

fornalha”. 3 É isso que veremos a seguir.<br />

2. O dia que vem os abrasará: Na Bíblia, o fogo é, em linhas gerais,<br />

símbolo de juízo. Ele é um dos símbolos de Deus - O nosso Deus é fogo<br />

consumidor (Hb 12:29). Em Malaquias, dois grupos são, de forma especial,<br />

alvos do juízo e desse fogo consumidor: Os soberbos e os perversos.<br />

A soberba é um sentimento que pode ser camuflado atrás de mascarás.<br />

Mas Deus vê o íntimo. Já a perversidade é algo escancarado. Alude a<br />

2. Coelho Filho (1994:74).<br />

3. Lopes (2006:109).<br />

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uma vida desregrada e à maldade desmedida. Pois bem, os judeus acusavam<br />

o Senhor de ser injusto e complacente com ímpios. Mas ele prova<br />

o contrário. Os ímpios não escaparão da condenação. Serão como capim<br />

seco jogados numa fornalha.<br />

Por um momento, soberbos e perversos falam contra o Senhor, escarnecem<br />

do Senhor e ainda escapam, prosperam e parecem felizes, mas,<br />

um dia, o Senhor vai chamá-los para uma conversa. Eles terão de prestar<br />

contas! Diz a Bíblia: O dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos,<br />

de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo (Ml 4:1b). Que terrível<br />

veredito! Quando a raiz de uma planta é destruída, não há possibilidade<br />

de voltar a brotar. Em outras palavras, não restará mais esperança aos<br />

ímpios. 4 Eles vão ser completamente eliminados. A memória deles será<br />

apagada para sempre!<br />

3. Mas para vós outros: Louvado seja o Senhor, pois existe um “mas”<br />

no versículo 2! O que essa palavrinha nos ensina? Ensina que a história<br />

de quem serve a Deus é completamente outra. Diz o profeta: Mas para<br />

vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação<br />

nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria<br />

(Ml 4:2). Para o justo, o dia da volta do Senhor será o dia mais feliz do<br />

mundo. Será o dia do seu triunfo! Nesse dia, “a maior recompensa do<br />

justo é o próprio Deus. Ele é a maior herança do salvo. Deus será para os<br />

justos naquele glorioso dia, o sol da justiça”. 5<br />

Essa expressão poética “nascerá o sol da justiça” é rica em significado<br />

espiritual, pois o sol, além de produzir luz e calor, “é fonte de vida.<br />

Sem ele nós não viveríamos”. 6 Então, Deus é o sol da vida do justo. Ele<br />

nos trará a manhã de um novo dia, marcado por libertação e alegria. O<br />

profeta ilustrou isso através da figura de um bezerro que estivera preso<br />

no estábulo e que fora solto para correr pelo pasto. Ele sai saltando de<br />

alegria, desfrutando de uma liberdade deliciosa. O mesmo ocorrerá conosco,<br />

quando Cristo voltar. No dia do nosso triunfo, teremos liberdade<br />

plena e completa e uma alegria ilimitada.<br />

4. Pisareis os perversos: O dia do Senhor revelará a vitória dos justos<br />

sobre os seus inimigos. É isso que nos afirma a Bíblia: Pisareis os perversos,<br />

porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que<br />

prepararei, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 4:3). A expressão “pisareis” (hb.<br />

4. Reed (2009:370).<br />

5. Lopes (2006:126).<br />

6. Coelho Filho (1994:76).<br />

82 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


acac) transmite a ideia de esmagar com os pés. Deste modo, o fiel não<br />

apenas receberá a libertação do aprisionamento, mas também o completo<br />

triunfo sobre seus inimigos. A igreja de Cristo prevalecerá sobre todos os<br />

seus algozes, o que inclui Satanás. A Bíblia nos promete: Em breve o Deus<br />

da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês (Rm 16:20 – NVI).<br />

Voltemos o nosso olhar, mais uma vez, para o texto em estudo, agora<br />

para a palavra “cinzas” (hb. epher). O significado dela no sentido figurado<br />

é algo sem valor, ou alguma coisa finalizada e acabada. Com base nisso,<br />

podemos concluir que a “idéia de os ímpios se desfazerem em cinzas sob<br />

os pés dos justos mostra a vitória total do bem e aniquilação total da<br />

iniqüidade”. 7 Aqui, mais uma vez, Deus nos mostra que há uma diferença<br />

entre o justo e o perverso. Desta vez, a diferença está na eternidade. O<br />

justo triunfará eternamente e o perverso será extinto para sempre!<br />

Hoje, os homens maus podem até se dar bem e parecer prósperos e<br />

felizes. Mas como ficarão diante do tribunal de Deus? Quando tiverem<br />

que prestar contas a Deus, do que valerá o seu dinheiro? Onde estará a<br />

sua felicidade teatral e sua segurança enganosa? Por outro lado, hoje, o fiel<br />

pode ser afligido, menosprezado e afrontado. Pode até ser considerado<br />

escória da sociedade. Mas, quando Cristo voltar, ele será recompensado.<br />

Ele triunfará! Assim sendo, o dia do juízo revelará que valeu a pena servir a<br />

Deus e andar com ele! A seguir, veremos três aplicações sobre como será<br />

o triunfo do justo.<br />

1. Leia o item 1, Ml 3:13-18, 4:1 e responda: Por que, em nossos dias,<br />

vale a pena servir a Deus? Podemos ter certeza do temível “dia do<br />

Senhor”? Qual é a característica marcante desse grande dia?<br />

2. Após ler o item 2 e Ml 4:1b, responda: Quais os dois grupos que são<br />

alvos do juízo e do fogo consumidor de Deus? Comente sobre eles.<br />

Qual será o seu destino?<br />

7. Coelho Filho (1994:77).<br />

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3. Com base no item 3 e Ml 4:2, comente sobre o triunfo do justo, no<br />

dia do juízo. O que significa a expressão “nascerá o sol da justiça”?<br />

Como será a alegria do salvo naquele dia?<br />

4. O que quer dizer a frase “Pisareis os perversos, porque se farão<br />

cinzas debaixo das plantas de vossos pés...” (Ml 4:3). Baseie-se no<br />

item 4 do comentário.<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. O triunfo do justo será purificante.<br />

Não é fácil ser justo, em meio a tanta injustiça; ser santo, em meio a<br />

tanta perversão; ser puro, em meio a tanta imundície, e nem ser honesto,<br />

em meio a tanto corrupção. Quem tenta servir a Deus, padece, pois o seu<br />

desafio é manter-se limpo dentro da lama. Contudo, há uma poderosa<br />

esperança: A terra passará por um batismo ardente e purificador! 8 (cf. I<br />

Pe 3:1-12 e Ap 20:9). Deus enviará fogo sobre a terra e destruirá todos<br />

os soberbos e perversos (Ml 4:1). Meu irmão, vale à pena servir a Deus<br />

nessa terra corrompida, pois, você terá o privilégio de viver numa terra<br />

purificada. O triunfo do justo será marcado por uma “faxina” promovida<br />

por Deus nesse mundo!<br />

5. Leia a primeira aplicação e responda: Por que o triunfo do justo<br />

será purificante?<br />

8. Taylor (2006:279).<br />

84 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


2. O triunfo do justo será exultante.<br />

O dia da volta de Cristo “será para os justos um dia de alegria indizível,<br />

de liberdade plena, de recompensa eterna”. 9 Será muito bom ouvir Jesus<br />

dizer: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está<br />

preparado desde a fundação do mundo (Mt 25:34). Esse será o dia mais<br />

feliz de nossas vidas. Naquele dia saltaremos de alegria, como bezerros<br />

soltos no pasto (Ml 4:2–BV). Será uma alegria inexplicável! Diante disso,<br />

pergunto-lhe: Vale mesmo a pena servir a Deus? Sim! É claro. Portanto,<br />

aguarde esse dia com entusiasmo, e guarde o que você tem para que<br />

ninguém tome seu coroa (Ap 3:11).<br />

6. Leia a segunda aplicação e responda: Por que o triunfo do justo<br />

será exultante?<br />

3. O triunfo do justo será completo.<br />

Além de ser purificante e exultante, o triunfo do justo será completo.<br />

Malaquias 4 nos mostrar essa verdade. Primeiro no versículo 1: ...lhes não<br />

deixará nem raiz nem ramo. E depois no versículo 3: Pisareis os perversos,<br />

porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés. Aleluia! A<br />

nossa vitória será completa! O mal será por inteiro exterminado. Todos<br />

os inimigos serão derrotados. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem<br />

choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou (Ap 21:4). Talvez, diante<br />

da lutas, você tenha desanimado. Mas saiba que os nossos sofrimentos<br />

atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada<br />

(Rm 8:18-NVI). Quem lhe garante é o Senhor. Anime-se! Em Deus o seu<br />

triunfo será completo!<br />

7. Leia a terceira aplicação e responda: Por que o triunfo do justo<br />

será completo?<br />

9. Lopes (2006:127).<br />

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CONCLUSÃO: Todos os seres humanos terão que comparecer diante<br />

do Justo Juiz: Jovens e velhos, escravos e livres, ricos e pobres, grandes<br />

e pequenos, santos e profanos. Aqui, na terra, os juízes humanos podem<br />

ser subornados; então, os inocentes são condenados e os verdadeiros<br />

culpados são inocentados. Aqui, podemos ver os maus prosperando e<br />

os justos sofrendo aflições. Mas chegará o dia em que brilhará o sol da<br />

justiça. A terra será purificada. Os soberbos e profanos serão destruídos<br />

e o justo triunfará! Veremos que valeu a pena servir a Deus e andar na<br />

presença dele!<br />

86 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


13<br />

26 JUN 2010<br />

Alerta<br />

Hinos sugeridos: BJ 17 – CC 201 / BJ 296 – CC 301<br />

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />

Domingo, 20 de junho ...............Ml 4:4-6<br />

Segunda, 21 ................................ Dt 4:6; 28<br />

Terça, 22 ............Dt 26:16; Js 1:8; Mt 7:21<br />

Quarta, 23 .................Jr 11:1-4; Dt 11:284<br />

Quinta, 24 ....................Lc 1:16-17; Jo 1:21<br />

Sexta, 25 ............. Mt 24:42; Mc 13:33-37<br />

Sábado, 26 ..................................I Ts 5:1-11<br />

Mostrar ao estudante da<br />

Bíblia Sagrada que o dia do<br />

Senhor virá e conscientizá-lo<br />

de que precisa estar alerta e<br />

cuidar-se, quanto à amnésia<br />

espiritual, quanto ao cinismo<br />

disfarçado e quanto à<br />

desavença mútua.<br />

TEXTO BÁSICO: Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe<br />

prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. (Ml 4:4)<br />

INTRODUÇÃO: É bem possível que você já ouviu a expressão, “estado<br />

de alerta”. Principalmente os moradores das cidades que sofreram<br />

com as chuvas do início do ano no país, sabem bem o que essa<br />

expressão significa. Quando as autoridades chegam a declarar “estado<br />

de alerta”, a população já sabe: é preciso atenção; as coisas não<br />

estão bem e podem piorar. Quem não atender o comando e se cuidar<br />

pode complicar-se. Pois bem, alertar não é coisa só de hoje. O profeta<br />

Malaquias que o diga! Há muitos anos atrás, ao finalizar o livro que<br />

leva o seu nome, ele coloca o povo de Deus “em estado de alerta”.<br />

Chama-os à responsabilidade. “Cautela!”, é o tom dos últimos três<br />

versículos do livro.<br />

I. FALA, SENHOR!<br />

Este é o nosso último estudo. Já faz doze semanas que estamos estudando<br />

o livro do profeta Malaquias. A essa altura, já estamos bem<br />

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familiarizados com o contexto da época em que vivia o profeta e seus<br />

contemporâneos. Em apenas quatro capítulos, Malaquias esquadrinhou<br />

profundamente a realidade de um povo atingido pela corrupção dos sacerdotes,<br />

com práticas ímpias, com problemas de hipocrisia, infidelidade,<br />

casamentos mistos, divórcio, falso culto e arrogância. 1 Depois de várias<br />

repreensões, encontradas no decorrer de todo o livro, ele termina sua profecia<br />

da parte de Deus, em tom de alerta, nos seguintes termos:<br />

1. Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo: Este alerta é contundente.<br />

É como um “chacoalhão”. A lei estava bem no centro da fé dos israelitas.<br />

Eles eram o povo da aliança. A lei, quando praticada, os tornava um povo<br />

diferente: Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria<br />

e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes<br />

estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente<br />

(Dt 4:6). Todavia, a lei, não obedecida ou desprezada, trazia consequências<br />

drásticas para o povo: ...se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, se<br />

não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e estatutos que hoje<br />

te ordeno, então virão sobre ti estas maldições (Dt 28:15 ss.).<br />

Mas, porque Malaquias pede ao povo que se lembre da lei? É razão é<br />

a mais óbvia: o profeta assistia um descompasso total entre o que o povo<br />

falava e o que o povo vivia. Eles diziam, cinicamente, que obedeciam a<br />

lei: Que vantagem tivemos por ter cuidado em obedecer seus preceitos (Ml<br />

3:14), mas não estavam. Foi por isso que Deus, através do profeta, alertou<br />

o povo: Lembrai-vos... “Se Israel não der ouvidos à pregação de Malaquias,<br />

deve se lembrar que a lei de Deus foi prescrita, e as ordens de um grande<br />

Rei não são desprezadas impunemente”. 2 O grande e temível dia do Senhor<br />

estava por vir (Ml 4:5). A única maneira de o povo estar preparado<br />

para ele era lembrarem-se da Palavra. E o texto de alerta continua...<br />

2. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias: Depois de olhar para trás; de<br />

alertar o povo sobre a lei de Moisés, Malaquias olha para frente. Mira um<br />

profeta que desempenharia o papel de Elias, que chamaria a nação ao arrependimento<br />

antes do grande e temível dia do Senhor (v. 5). Aliás, com frequência<br />

Deus é descrito como alguém que envia pessoas numa missão oficial<br />

como seus embaixadores ou representantes (cf. Is 6:8; Jr 1:7; Ez 2:34; Jz 6:8). 3<br />

Neste caso, em especial, enviar um mensageiro era é um ato da misericórdia<br />

divina. O juízo divino viria, mas antes dele, uma última palavra de alerta.<br />

1. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />

2. Baldwin (1982:211).<br />

3. Harris (1998:1567).<br />

88 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


A expressão “dia do Senhor” (Ml 4:5), é escatológica. Faz alusão a uma<br />

“súbita e decisiva intervenção de Deus na história. Neste sentido, o dia<br />

terrível se deu em Jesus Cristo e o Elias que o precedeu foi João Batista”. 4<br />

Mas por que a figura de Elias para tipificar o ministério de João Batista? A<br />

resposta pode estar no fato de que, nenhum “outro profeta mudou a atitude<br />

dos seus contemporâneos de maneira tão dramática, nem influenciou<br />

tanto o destino da nação”, 5 como Elias. Ele confrontou de maneira enfática<br />

os pecados do povo de Deus de sua época. Agora, entendamos bem: João<br />

não era Elias (cf. Jo 1:21), ele veio no espírito e poder de Elias (Lc 1:16-17)! A<br />

identificação aqui é de ministério e não corpórea.<br />

3. Ele converterá o coração: Além de apresentar as características do<br />

ministério daquele que viria, Malaquias nos informa o objetivo da sua vinda:<br />

Ele fará com que o coração dos pais se voltem para seus filhos, e os<br />

corações dos filhos para os pais (Ml 4:6 – NVI). Observe que interessante:<br />

o ministério do precursor é descrito como edificação de pontes sobre o<br />

abismo entre as gerações, 6 unindo pais e filhos em torno de Deus. Isso era<br />

mesmo preciso? Sim! Com a realidade dos casamentos mistos e dos divórcios<br />

fáceis, os relacionamentos familiares corriam sérios riscos. O convívio<br />

familiar nos dias de Malaquias havia se corrompido.<br />

Por isso, o objetivo de sua pregação era reverter esta situação, assim<br />

como este também foi o propósito de João Batista, o precursor. Antes do<br />

grande e temível dia do Senhor, ele desempenharia seu ministério para<br />

que houvesse harmonia dentro dos lares; entre as famílias em Israel. É no<br />

lar que começa a restauração. De famílias fortes provêm igrejas fortes,<br />

nação forte! Para que um avivamento nacional fosse possível, era preciso,<br />

antes de tudo, um reavivamento no lar. Mediante a conversão, que é uma<br />

graça concedida por Deus e que afeta diretamente os relacionamentos familiares,<br />

o pecador pode redirecionar o seu destino. Essa seria a pregação<br />

do precursor: Arrependei-vos porque o reino do céu chegou (Mt 3:2).<br />

4. Para que eu não venha e fira a terra com maldição: As últimas<br />

palavras do Antigo Testamento são muito pesadas. Observe como está<br />

esta sentença em outra versão Bíblica: eu virei e castigarei a terra com<br />

maldição (Ml 4:6 – NVI). Existem duas palavras neste texto que são capazes<br />

de tirar o sono de qualquer um. A primeira delas é a palavra “castigarei”<br />

ou “fira” (depende da tradução). Esta palavrinha, no hebraico nakah,<br />

4. Coelho Filho (1994:80).<br />

5. Baldwin (1982:210).<br />

6. Bruce (2009:1379)<br />

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significa “açoitar”, “golpear”, “atingir”, “bater”. A outra palavra, igualmente<br />

assustadora, é “maldição”. Este é um termo associado à “destruição”,<br />

não se trata de maldição corretiva, mas punitiva. 7<br />

A palavra “maldição” para o povo de Israel era assustadora, indicava as<br />

ameaças de invasão, fome, doença e exílio contidas em Deuteronômio 28-<br />

30. 8 O fato de Malaquias ter citado a lei no versículo 4, tornava esta ameaça<br />

um tanto quanto mais enfática e real. Pois bem, qual seria a única forma de<br />

Deus não ferir a terra com maldição? Os pais e os filhos se unirem novamente,<br />

pensando e sentindo a mesma coisa... (Ml 2:6 – BV). A única maneira de deter<br />

o castigo era conversão do coração dos pais aos filhos e do coração dos filhos<br />

aos pais, ou seja, uma restauração das famílias que, por sua vez, causasse<br />

a restauração da nação. Se isso não acontecesse, seria inevitável: a terra seria<br />

ferida com maldição. Ou conversão ou maldição. Não havia outra escolha.<br />

Com estas palavras retumbantes de alerta Malaquias encerra seu livro.<br />

As cortinas da revelação se fecham. Depois de suas palavras a história registrou<br />

um período de 400 anos de silêncio da parte de Deus. Nenhuma<br />

revelação profética aconteceu neste período. Até que um dia, uma voz<br />

começou a ser ouvida no meio do deserto. Um homem que usava roupas<br />

de pêlos de camelo e um cinto de couro, que comia gafanhotos e mel<br />

silvestre, dizia: Arrependei-vos porque o reino do céu chegou (Mt 3:2). Era<br />

o Elias que havia de vir! Era o cumprimento da profecia de Malaquias. Ele<br />

veio reconduzir o coração dos pais aos filhos (Lc 1:17)!<br />

1. Leia Ml 4:4, o item 1 do comentário anterior e responda: Qual o<br />

alerta feito por Deus, através de Malaquias, e por que este alerta foi<br />

mesmo necessário?<br />

2. Com base em Ml 4:5 e no item 2 do comentário, responda: Quais são<br />

as características do mensageiro que seria enviado, antes do grande<br />

e temível dia do Senhor? Por que a figura de Elias foi utilizada para<br />

tipificá-lo?<br />

7. Coelho Filho (1994:80).<br />

8. Pinto (2006:799).<br />

90 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


3. Leia Ml 4:6a, o item 3 do comentário e responda: Qual o objetivo da<br />

vinda do precursor? Em que consistiria o seu ministério?<br />

4. Leia Ml 4:6b e o item 4 do comentário e diga: O que indica a palavra<br />

“maldição” para o povo de Israel? Qual seria a única forma de Deus<br />

não ferir a terra com maldição?<br />

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />

1. Esteja alerta! Evite a amnésia espiritual!<br />

Amnésia é a perda total ou parcial da memória. A palavra também é<br />

usada como sinônimo de esquecimento. E, se tem uma coisa que o ser<br />

humano, em geral, faz, é esquecer-se. Esquecemos de datas, regras, fatos,<br />

pessoas, direitos e, principalmente, de deveres que não poderíamos<br />

esquecer. É interessante como a Bíblia, repetidamente, usa o verbo “lembrar”.<br />

Nos versículos que estamos estudando Malaquias o usou em seu<br />

alerta: Lembrai-vos da lei de Moisés meu servo... A verdade é, que ora ou<br />

outra, precisamos mesmo de uns “chacoalhões”. Esteja alerta: o grande<br />

dia do Senhor virá, cuidado “amnésia espiritual”. Se você anda esquecido<br />

da lei do Senhor: lembre-se dela (Ml 4:4)! Se você anda esquecido da<br />

proteção do Senhor: lembre-se dela (Dt 8:2)! Se você anda esquecido do<br />

próprio Senhor: lembre-se dele (II Tm 2:8)!<br />

5. Após ler a primeira aplicação, responda: O que podemos fazer para<br />

evitarmos a amnésia espiritual?<br />

2. Esteja alerta! Admita o cinismo disfarçado!<br />

O problema dos contemporâneos de Malaquias era realmente grave.<br />

Além de quebrarem sistematicamente a lei, tinham a coragem de<br />

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perguntar: Que vantagem tivemos por ter cuidado em guardar os teus<br />

preceitos? (Ml 3:13). Veja que cinismo: eles não guardavam a lei, mas<br />

questionavam a Deus como se estivessem fazendo isso. O discurso e a<br />

prática não eram condizentes. Quanta hipocrisia! Nós também corremos<br />

esse risco, por isso, tomemos cuidado com a dissimulação. No grande e<br />

temível dia do Senhor, não haverá lugar para fingimento! Sejamos sinceros<br />

desde já. Pense: o que você diz ser e praticar na frente dos teus<br />

familiares, dos teus irmãos de fé, é o que você realmente é? Não minta.<br />

Se for o caso, agora mesmo, confesse-se ao Senhor. Zere o cronômetro<br />

e comece outra vez.<br />

6. Após ler a segunda aplicação, responda: O que podemos fazer para<br />

evitarmos o cinismo disfarçado?<br />

3. Esteja alerta! Acerte a desavença mútua!<br />

Como vimos, o livro do profeta Malaquias diz que antes do dia do<br />

Senhor, um processo de restauração se instalará nas famílias (Ml 4:5-6).<br />

Neste tempo, pais e filhos se abraçarão como nunca. Todas as mágoas,<br />

recentes ou remótas, serão esquecidas. A profecia de Malaquias promete<br />

reconciliação escatológica! Todavia, enquanto não chega a reconciliação<br />

escatológica, reconcilie-se com os que te rodeiam. 9 Sogro<br />

e genro: acertem as desavenças! Sogra e nora: acertem as desavenças!<br />

Avô e neto: acertem as desavenças! Empregador e empregado: acertem<br />

as desavenças! Pastor e ovelha: acertem as desavenças! Professor e aluno:<br />

acertem as desavenças!<br />

7. Após ler a terceira aplicação, responda: o que podemos fazer para<br />

acabar com as desavenças familiares?<br />

CONCLUSÃO: Chegamos ao fim de mais uma lição e de mais uma<br />

série de lições. Ao longo de todo este trimestre, estudamos a Palavra<br />

9. César (2004:323).<br />

92 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010


do Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias (1:1). Deus disse o<br />

que precisava ser dito. Falou tudo às claras. Foi direto. Sem duplo sentido.<br />

O povo entendeu que Ele não estava satisfeito. E, se não haviam<br />

entendido ainda, conforme estudamos hoje, no desfecho do livro, uma<br />

última palavra de alerta foi alçada. Essa palavra vale para nós também.<br />

Estejamos alerta! Cuidemos quanto à amnésia espiritual, quanto ao<br />

cinismo disfarçado quanto à desavença mútua! Que Deus tenha misericórdia<br />

de nós!<br />

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