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MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA<br />
——— ——— ——— ——— ——— ——— ——— ———— ———<br />
Transformar as pessoas<br />
em discípulas de Cristo,<br />
através do ensino e da prática<br />
da palavra de Deus.
LIÇÕES<br />
BÍBLICAS<br />
REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS<br />
2º TRIMESTRE – 2010 – Nº 291<br />
REDAÇÃO<br />
Copyright © 2010 – Igreja Adventista da Promessa<br />
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial<br />
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.<br />
Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo<br />
MTb. 24.465<br />
Redação e preparação Alan K. Pereira Rocha, Eleilton<br />
de originais<br />
William S. Freitas, Eudoxiana<br />
Canto Melo, Genilson S. da Silva,<br />
Jailton S. Silva, José Lima de<br />
Farias Filho, Valdeci Nunes de<br />
Oliveira, Virginia Ronchete David.<br />
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo<br />
Editoração Marcorélio Murta<br />
Paula S. Peres<br />
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ<br />
Diretor Genilson S. da Silva<br />
Conselho Editorial Adelmilson Júlio Pereira<br />
Aléssio Gomes de Oliveira<br />
Ednei Rodrigues Brito<br />
Genilson S. da Silva<br />
José Lima de Farias Filho<br />
Manoel Pereira Brito<br />
Otoniel Alves de Oliveira<br />
Sebastião Lino Simão<br />
Valdeci Nunes de Oliveira<br />
EXPEDIENTE<br />
Capa Farol Editorial e Design<br />
Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha<br />
Leituras diárias Eleilton William de<br />
Souza Freitas<br />
Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima<br />
Fone: (11) 2955-5141<br />
Assinaturas Informações na página 96<br />
Impressão<br />
Gráfica Regente<br />
Av. Paranavaí, 1146 – Maringá, PR – Fone: (44) 3366-7000<br />
REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030<br />
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – secretariaiap@terra.com.br
SUMÁRIO<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
11<br />
12<br />
13<br />
ABREVIATURAS 4<br />
APRESENTAÇÃO 5<br />
Afeto 6<br />
Honra 12<br />
Votos 19<br />
Temor 25<br />
Atitude 32<br />
Ensino 39<br />
Desvio 46<br />
Traição 53<br />
Juízo 60<br />
Volta 67<br />
Roubo 74<br />
Triunfo 80<br />
Alerta 87
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA<br />
UTILIZADAS NAS LIÇÕES<br />
ANTIGO TESTAMENTO<br />
Gênesis Gn<br />
Êxodo Ex<br />
Levítico Lv<br />
Números Nm<br />
Deuteronômio Dt<br />
Josué Js<br />
Juízes Jz<br />
Rute Rt<br />
I Samuel I Sm<br />
II Samuel II Sm<br />
I Reis I Re<br />
II Reis II Re<br />
I Crônicas I Cr<br />
II Crônicas II Cr<br />
Esdras Ed<br />
Neemias Ne<br />
Ester Et<br />
Jó Jó<br />
Salmos Sl<br />
Provérbios Pv<br />
Eclesiastes Ec<br />
Cantares Ct<br />
Isaías Is<br />
Jeremias Jr<br />
Lamentações Lm<br />
Ezequiel Ez<br />
Daniel Dn<br />
Oséias Os<br />
Joel Jl<br />
Amós Am<br />
Obadias Ob<br />
Jonas Jn<br />
Miquéias Mq<br />
Naum Na<br />
Habacuque Hc<br />
Sofonias Sf<br />
Ageu Ag<br />
Zacarias Zc<br />
Malaquias Ml<br />
NOVO TESTAMENTO<br />
Mateus Mt<br />
Marcos Mc<br />
Lucas Lc<br />
João Jo<br />
Atos At<br />
Romanos Rm<br />
I Coríntios I Co<br />
II Coríntios II Co<br />
Gálatas Gl<br />
Efésios Ef<br />
Filipenses Fp<br />
Colossenses Cl<br />
I Tessalonicenses I Ts<br />
II Tessalonicenses II Ts<br />
I Timóteo I Tm<br />
II Timóteo II Tm<br />
Tito Tt<br />
Filemon Fm<br />
Hebreus Hb<br />
Tiago Tg<br />
I Pedro I Pe<br />
II Pedro II Pe<br />
I João I Jo<br />
II João II Jo<br />
III João III Jo<br />
Judas Jd<br />
Apocalipse Ap<br />
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E<br />
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES<br />
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje<br />
RA – Revista e Atualizada<br />
RC – Revista e Corrigida<br />
NVI – Nova Versão Internacional<br />
BV – Bíblia Viva<br />
BJ – Bíblia de Jerusalém<br />
TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia<br />
NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje
APRESENTAÇÃO<br />
Esta nova série de lições nos leva de volta a um livro do Antigo Testamento.<br />
A última lição que se baseou em um livro desta parte da Bíblia<br />
foi: No princípio: estudos baseados no livro de Gênesis, estudada há exatamente<br />
um ano.<br />
O livro base desta série que você tem em mãos é Malaquias, um dos<br />
profetas menores. E o seu título é: Mais que palavras: o que Deus fala ao seu<br />
povo. O Deus do livro de Malaquias é o Deus que fala.<br />
A expressão “diz o Senhor dos Exércitos” ocorre 21 vezes no livro, na<br />
versão Revista e Corrigida. Isso dá uma média de 5 ocorrências por capítulo.<br />
Mas, se você pegar o livro e contar a quantidade de palavras faladas<br />
por Deus, ficará ainda mais impressionado.<br />
O que Deus fala, por intermédio do profeta Malaquias, não é a favor do<br />
seu povo: é contra ele! A fala de Deus não é uma fala de consolo, mas de<br />
profundo confronto e pesada censura. Deus está bravo e irado com o seu<br />
povo, que já não o ama mais.<br />
Depois dessa fala aguda, Deus se cala, e se cala por quatrocentos anos!<br />
Mas o que Deus fala nessa última fala? Deus fala sobre “afeto”, “honra”,<br />
“votos”, “temor”, “atitude”, “ensino”, “desvio”, “traição”, “juízo”, “volta”, “roubo”,<br />
“triunfo” e “alerta”.<br />
Que a nossa atitude diante do Deus que fala seja não a do povo de<br />
Israel, que zombou da fala de Deus, mas a do filho de Ana, que disse: Fala,<br />
Senhor, que o teu servo ouve! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que<br />
Deus fala ao seu povo!<br />
Ao Rei eterno, sejam dadas a honra e a glória para todo o sempre!<br />
Amém!<br />
Pr. Genilson S. da Silva<br />
Diretor do Departamento de Educação Cristã
1<br />
3 ABR 2010<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
6 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Hinos sugeridos: BJ 50 – CC 07 / BJ 259 – MV 150<br />
Domingo, 28 de março ..............Ml 1:1-5<br />
Segunda, 29 ...........................Gn 25:19-27<br />
Terça, 30 .................................. Gn 25:18-34<br />
Quarta, 31 ................................. Gn 27:1-13<br />
Quinta, 1 de abril..................Gn 27:14-29<br />
Sexta, 2 .....................................Gn 27:30-41<br />
Sábado, 3 .....................................Rm 9:1-18<br />
Ensinar o estudante da Escola<br />
Bíblica a não questionar o<br />
amor soberano de Deus, não<br />
desprezar o amor corretivo<br />
de Deus e não recusar o<br />
amor gracioso de Deus.<br />
TEXTO BÁSICO: Eu vos tenho amado, diz o Senhor (...). Não foi Esaú<br />
irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a<br />
Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação. (Ml 1:2-3a)<br />
INTRODUÇÃO: Malaquias inicia sua tarefa sem se apresentar. Preferiu<br />
ser somente um simples mensageiro. Aliás, esse é o significado do seu<br />
nome. Sua origem, seu nome e sua história não eram mais importantes<br />
que a palavra proferida por Deus. “Queria ser fiel e não famoso”. 1 Usando<br />
o método literário de perguntas e respostas, ele expõe os pecados da<br />
geração pós-exílio. Eles haviam reconstruído o templo com todo fervor,<br />
mesmo diante de hostilidades. Mas, quase sessenta anos depois deste<br />
evento, a indiferença já tomava conta do povo de Deus. 2 É nessa época<br />
de fé acomodada que vive Malaquias. Ele seria o último profeta antes<br />
que a voz divina se calasse por um período de 400 anos. Nesta lição,<br />
veremos o primeiro diálogo divino da profecia. 3<br />
1. Lopes (2006:15).<br />
2. Pape (1982:127).<br />
3. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />
Afeto
I. FALA, SENHOR!<br />
O ânimo espiritual do povo de Israel já não era o de antes. As reformas<br />
no Templo e no muro, realizadas por Esdras e Neemias, respectivamente,<br />
já haviam sido esquecidas, bem como sua influência sobre o entusiasmo<br />
espiritual que marcou aquele tempo. Ter um relacionamento íntimo com<br />
Deus havia se tornando irrelevante para o povo. O retrato do povo era de<br />
ceticismo e sonolência espiritual. Com base neste contexto de degeneração<br />
da fé, hipocrisia, indiferença, infidelidade, falso culto e arrogância, é<br />
que este diálogo acontece. Um diálogo que serviria para exprimir o afeto<br />
de Deus para com o seu povo.<br />
1. Eu vos tenho amado: Esta é a primeira afirmação de Deus a Israel. Que<br />
forma mais expressiva e sugestiva para o início de uma conversa! É assim<br />
que Deus inicia seu diálogo, declarando seu amor deliberado e imutável por<br />
seu povo. Apesar do marasmo espiritual de Israel, Deus afirma seu amor<br />
contínuo. Observe a expressão “tenho amado” que caracteriza a continuidade<br />
e eternidade desse amor. Era como se Deus dissesse: “Olhe para nossa<br />
história. Eu os amei ao longo de todos estes anos, a despeito de tudo o que<br />
vocês fizeram”. Isso, provavelmente, se constitui um apelo para que se desfizesse<br />
a barreira da descrença, e uma tentativa de encorajamento.<br />
Mas numa pergunta que beira a audácia “Em que nos tens amado?”,<br />
Israel questiona a veracidade do incondicional amor de Deus. Observando<br />
a realidade da própria nação presumia que Deus não o amava; por<br />
isso não mais correspondia a esse amor. Ingratos, os israelitas começaram<br />
a questionar a providência de Deus em seu favor, e se realmente valia a<br />
pena continuar a servi-lo. Esses pensamentos foram exteriorizados em<br />
rituais vazios, trapaças nos dízimos e ofertas e indiferença para com os<br />
mandamentos. 4 Deus os disciplinou, mas não viram nisso o amor, como<br />
de um pai que ensina o filho; ao contrário, sentiram-se injustiçados. A<br />
insensibilidade levou-os a questionar o inquestionável amor divino.<br />
2. Não foi Esaú irmão de Jacó?: Vamos relembrar a história. Isaque<br />
orou ao SENHOR em favor de sua mulher, porque era estéril. O SENHOR<br />
respondeu à sua oração, e Rebeca, sua mulher, engravidou (Gn 25:21). Rebeca<br />
teve gêmeos bem diferentes: Esaú, o primogênito, e Jacó, que nasceu<br />
com a mão agarrada ao calcanhar do irmão. Ambos cresceram e, sem<br />
4. Idem, p. 322.<br />
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dúvida, cometeram graves erros. Esaú, sendo o mais velho, estava em<br />
vantagem para herdar as bênçãos da aliança feita por seu avô, Abraão.<br />
A Bíblia não afirma que Jacó era merecedor do amor divino ou que agradava<br />
mais a Deus do que seu irmão. Mas o fato é que Esaú rejeitou seu<br />
direito de primogenitura facilmente, ao vendê-lo a Jacó. Não deu a devida<br />
importância e valor às bênçãos oferecidas por Deus. É evidente que Deus<br />
não aprovou a malandragem cometida por Jacó, pois, como dissemos anteriormente,<br />
ele não tinha qualquer mérito por ser alvo do amor de Deus. A<br />
despeito de sua insignificância (Dt 7:7-8), o Senhor o amou e achou por bem<br />
fazer de sua descendência um povo escolhido. Em sua soberania intocável,<br />
ele escolheu Jacó. 5<br />
3. Amei a Jacó, porém aborreci a Esaú: Desatento ao amor divino, o<br />
povo precisava de evidências que o comprovassem. Então, Deus relembrou<br />
ao povo que seu amor foi traduzido em ações constantes através da história.<br />
Mesmo tendo Jacó enganado seu irmão e mentido a seu pai, Deus o amou<br />
de forma paciente e fez de sua descendência um povo especial. Este, da<br />
mesma forma, voltou-se contra Deus, provocou inúmeras vezes a sua ira.<br />
Ainda assim, o Senhor nunca desamparou seu povo, mas permaneceu fiel a<br />
sua aliança, em cada momento da história.<br />
A expressão “aborreci a Esaú” não se refere a um destino eterno de Esaú.<br />
Simplesmente significa que Deus escolheu Jacó, em vez de Esaú, para ser<br />
aquele através do qual a nação de Israel e o Messias viriam. Deus também<br />
permitiu a Esaú formar uma nação, Edom, que, por sua vez, se tornou grande<br />
inimiga de Israel e viveu uma vida profana e pecadora. 6 Por escolher a<br />
Jacó e sua descendência, Deus cuidou deles de um modo especial. O aborrecimento<br />
divino consiste em que Deus escolheu perpetuar a linhagem do<br />
povo escolhido por meio de Jacó e não de Esaú. 7<br />
4. E fiz dos seus montes uma assolação: Tal como seu pai, Esaú, que preferiu<br />
comida ao direito de primogenitura, seus descendentes tinham outras<br />
preferências ao invés das espirituais. O sistema de valores de Esaú estendeuse<br />
a toda a sua descendência. Jacó e Esaú haviam se reconciliado, mas a<br />
amizade restaurada não perdurou aos seus descendentes. Instaurou-se uma<br />
rivalidade por parte dos edomitas, que se tornaram irracionais e extremamente<br />
perigosos para Israel. Desgraças e matanças foram os resultados da<br />
hostilidade. Para confirmar, leia um dos episódios: Nm 20:14-21.<br />
5. Baldwin (1982:185).<br />
6. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (1995:1200).<br />
7. Pfeiffer; Harrison (2001:378).<br />
8 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
A antipatia era tão profunda que desejavam ardentemente a ruína da nação<br />
irmã. Inclusive contemplaram alegres a destruição de Jerusalém, quando<br />
o povo foi capturado. O bem-estar do povo escolhido dependia da derrota<br />
destes inimigos. Israel desejava o favor divino, a fim de melhorar as circunstâncias<br />
de sua vida. Seu pedido foi atendido, e a profecia de Joel se cumpriu:<br />
“... Edom se fará um deserto assolado, por causa da violência que fizeram<br />
aos filhos de Judá, em cuja face derramaram sangue inocente” (3:19). 8 Devido<br />
sua arrogância, não ficaram imunes; para eles não houve restauração.<br />
O amor de Deus por seu povo é um amor declarado que se manifesta ao<br />
longo de toda a sua história. A insensibilidade do povo os levou a duvidar<br />
da autenticidade do amor divino e, consequentemente, a praticar um culto<br />
insincero. Mas, mesmo com toda a depravação moral e espiritual do povo,<br />
Deus o amou continuamente e tratou de evidenciar seu amor. Deus afirmou<br />
que o havia escolhido para ser uma nação especial e que o amaria independentemente<br />
de sua insensibilidade e ingratidão. Vejamos a seguir, qual deve<br />
ser nossa postura perante o imutável amor de Deus.<br />
1. Leia Malaquias 1:2 e responda: Que características do amor divino o<br />
primeiro comentário da lição nos oferece?<br />
2. Com base no segundo comentário, responda: Que vantagens Jacó<br />
tinha para ser escolhido por Deus? (Dt 7:7-8).<br />
3. Após a leitura do terceiro comentário, explique a expressão “amei a<br />
Jacó, porém aborreci a Esaú”.<br />
8. Coelho Filho (1994:24).<br />
www.portaliap.com | 9
4. Qual foi a consequência da hostilidade de Edom sobre Israel? (Jl 3:19).<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Não questione o amor soberano de Deus.<br />
Após muitos anos de exílio, Deus permitiu que o seu povo retornasse<br />
para Jerusalém. Com o auxílio divino, Israel 9 também pôde reconstruir o<br />
Templo e os muros de sua terra. A volta foi acompanhada por uma renovação<br />
espiritual marcante. Contudo, com o passar do tempo, o fervor da<br />
renovação se perdeu. O povo se tornou indiferente. Com rituais vazios,<br />
expressava uma fé oca. Entretanto, apesar de tudo isso, o Senhor disse:<br />
Eu sempre vos amei (Ml 1:2). Que declaração formidável! Apesar dos<br />
pesares, Deus nos ama. Essa é uma verdade que transcende gerações!<br />
Como entender tão grande amor? Por mais que tentemos, nunca iremos<br />
conseguir. O amor dele por nós é soberano e incondicional. Ele nos ama,<br />
e ponto. É livre e escolheu amar-nos.<br />
5. Leia a primeira aplicação e fale sobre o amor soberano de Deus.<br />
Temos direito de questioná-lo?<br />
2. Não despreze o amor corretivo de Deus.<br />
Israel se alegrava quando Deus trazia o julgamento para outras nações.<br />
Entretanto, não aceitava quando a disciplina lhe era direcionada.<br />
Como um pai que ama seu filho, Deus corrige seu povo, a fim de direcioná-lo<br />
ao caminho certo. Aceitar a disciplina divina implica uma postura<br />
de humildade. Ela não é motivo para o desânimo, mas de encorajamento,<br />
porque nos conduz à restauração (Hb 12:5-6). Você se considera um filho<br />
9. Apesar de Malaquias se referir a “Israel”, trata-se, na verdade, da nação de Judá, Reino do<br />
Sul. Israel, Reino do Norte, dispersou-se, depois de exilado, e não mais voltou a ser uma nação.<br />
10 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
de Deus? Sujeite-se à disciplina de seu Pai! Não a despreze; ela é prova<br />
do seu amor: pois o Senhor disciplina a quem ama (Hb 12:6a – NVI).<br />
6. Leia a segunda aplicação, Hb 12:5-6 e responda: O que o fato de Deus<br />
nos corrigir prova? Como devemos reagir ao seu amor corretivo?<br />
3. Não recuse o amor gracioso de Deus.<br />
O amor de Deus se manifestou a Jacó antes de ele nascer. Ele e seu<br />
irmão, Esaú, haviam nascido em pecado e cometeram pecados graves.<br />
Nem eles nem seus pais e avós mereciam coisa alguma da parte de Deus.<br />
Todavia, Deus, por pura graça, escolheu amar Jacó. Da mesma forma,<br />
ele nos amou, não porque previu que creríamos nele. A fé que temos<br />
nele é consequência desse imenso amor. O amor divino se manifestou a<br />
nós quando éramos escravos do pecado: Cristo morreu por nós quando<br />
ainda éramos pecadores (Rm 5:8). Não temos mérito algum por sermos<br />
alvos desse amor. Não havia nada em nós que pudesse despertar esse<br />
amor em Deus. Por isso, não o recusemos!<br />
7. Leia a terceira aplicação, Rm 5:8 e diga: Quando o amor de Deus<br />
se manifestou a nós? Qual deve ser a nossa atitude em relação a<br />
esse amor?<br />
CONCLUSÃO: Não tenhamos os olhos fechados para o amor de Deus.<br />
Ao contrário, como a nação escolhida para anunciar a Jesus Cristo, façamos<br />
isso com alegria. Lembremos que nós, povo escolhido, não temos<br />
qualquer autoridade para chamar o mundo perdido ao arrependimento,<br />
antes de acertarmos nossa vida com Deus. Sendo o povo que conhece<br />
a verdade acerca do arrependimento e da salvação, concertemos nossa<br />
vida diante de Deus, a fim de proclamar as boas novas. O amor de Deus<br />
pelo pecador precisa ser anunciado com vivacidade. Gratos, retribuamos<br />
seu infinito amor!<br />
www.portaliap.com | 11
2<br />
10 ABR 2010<br />
12 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Honra<br />
Hinos sugeridos: BJ 02 - HC 135 / BJ 234 – SH 392<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
Domingo, 4 de abril ................. Ml 1:6-13<br />
Segunda, 5 ..................................Ex 20:1-12<br />
Terça, 6 ...................................... Ez 34:20-23<br />
Quarta, 7 ............................................. Sl 279<br />
Quinta, 8 .................................................Sl 34<br />
Sexta, 9 ..........................................Ap 5:1-14<br />
Sábado, 10 ..................................Rm 13:1-7<br />
Conscientizar o estudante de<br />
que precisa honrar o nome de<br />
Deus, aceitando sua correção,<br />
lembrando sua salvação e<br />
obedecendo à sua palavra.<br />
TEXTO BÁSICO: O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se<br />
eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o<br />
respeito para comigo? — diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó<br />
sacerdotes que desprezais o meu nome. (Ml 1:6)<br />
INTRODUÇÃO: Em janeiro deste ano, o Presidente do Brasil, Luiz<br />
Inácio Lula da Silva, foi honrado pelo Fórum Econômico Mundial com<br />
o prêmio de Estadista Global. Ele não precisou bradar ou escrever<br />
um manifesto reivindicando esse reconhecimento, mas foi honrado,<br />
mesmo não sendo perfeito como chefe de Estado. Agora, voltemonos<br />
para a Bíblia e vamos deparar com um quadro bem diferente:<br />
Através de Malaquias, o próprio Deus, que é perfeito em tudo, teve<br />
de bradar aos seus sacerdotes, reivindicando a honra que lhe estava<br />
sendo negada, e eles sequer reconheciam que o desonravam! É sobre<br />
esta difícil situação espiritual que vamos tratar neste estudo, com<br />
base em Ml 1:6.
I. FALA, SENHOR!<br />
Em Malaquias 1:6, o Senhor se dirige especificamente aos sacerdotes.<br />
Contudo, o que ele lhes disse, hoje, vale para todos os que<br />
crentes, pois, em Cristo, que é nosso Sumo Sacerdote (Hb 9:11), fomos<br />
feitos sacerdócio real (1 Pe 2:9). Isso se chama sacerdócio universal<br />
dos crentes, uma verdade bíblica que foi resgatada na Reforma<br />
Protestante e tem tudo a ver com o que vamos tratar aqui. Este<br />
estudo mostrará que honrar o nome de Deus é responsabilidade de<br />
todos que foram aceitos pelo Pai através de Jesus Cristo. Vamos,<br />
então, refletir sobre o que o Senhor tem a nos dizer.<br />
1. O filho honra o pai: Por que o filho deve honrar o pai? Porque<br />
se trata de um princípio de amor e de justiça. Todo filho deve gratidão<br />
a um pai amoroso pelo cuidado que este lhe dispensa. Por isso,<br />
nada há mais justo que o honrar. E é este o sentido do verbo hebraico<br />
דבכ (kabad), traduzido pelo verbo “honrar”, neste versículo:<br />
tornar honrado, glorioso, importante. Tanto é verdade esse princípio<br />
para as relações entre pais e filhos que o quinto mandamento do<br />
decálogo divino é: Honra teu pai e tua mãe (Ex 20:12). Deus sempre<br />
fora um pai amoroso para Israel, mas este o havia abandonado e o<br />
tratava injustamente.<br />
Neste sentido, através de Malaquias, o Senhor faz um protesto: Se<br />
eu sou pai, onde está a minha honra? (v.6). Nessa reclamação, Deus<br />
reivindica para si o afeto e a intimidade de seus filhos, porque, primeiramente,<br />
ele os ama como pai e deseja se relacionar com eles.<br />
Amar é sua especialidade. Por isso, a queixa divina é que os sacerdotes<br />
não o honravam porque não o amavam. E honra, sem amor,<br />
não é honra: é ofensa. Considerando isso, existimos para a glória de<br />
Deus e para seu deleite. Se não o honramos com amor sincero, nós<br />
o estamos ofendendo e lhe roubando o que lhe é de direito.<br />
2. E o servo, ao seu senhor: Aqui, Deus apela para outro tipo de<br />
relacionamento: o servo para com o senhor. Percebemos que há um<br />
verbo implícito, que mais parece ser o verbo “temer”, não o verbo<br />
“honrar”. Neste caso, teríamos: um servo teme ao seu senhor, tradução<br />
apresentada pela Bíblia de Jerusalém. “Temer” é respeitar, reverenciar,<br />
atitudes que um servo deve ter para com seu senhor. Era<br />
o que Deus esperava de Israel. Contudo, em outros tempos, nem a<br />
Faraó os israelitas haviam tratado com tal desrespeito, tampouco<br />
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afrontavam o governador que o rei da Pérsia havia, agora, colocado<br />
sobre eles (v. 8).<br />
Aqueles sacerdotes portavam-se como servos ingratos que se rebelam<br />
contra um senhor que os adota como filhos e sempre os trata<br />
com respeito. Daí a queixa divina: E, se eu sou senhor, onde está o respeito<br />
para comigo? O mais grave é que não afrontavam a um senhor<br />
qualquer, mas àquele que, antes de tudo, era pai para Israel. Atente<br />
bem para isto: Deus não é um senhor orgulhoso, que precisa de servos<br />
bajuladores para ser quem é. O nome dele é e sempre será santo,<br />
quer o reconheçamos, quer não. Na verdade, ele não está buscando o<br />
seu próprio bem, mas o nosso: quer que o honremos como ele merece,<br />
porque nos quer fazer benditos em seu santo nome.<br />
3. Diz o Senhor dos Exércitos: O próprio Deus se apresenta como<br />
Senhor, que é uma tradução para o nome hebraico: הוהי (Yahweh).<br />
Esse é o nome próprio de Deus. Você percebe a gravidade do que<br />
aqueles sacerdotes estavam fazendo? Ao desrespeitar o nome de<br />
Deus, estavam desonrando a pessoa do Altíssimo. 1 A cada ritual, eles<br />
o invocavam com desprezo e ainda reivindicavam inocência: Em que<br />
desprezamos nós o teu nome? Mas o Senhor não os tinha por inocentes,<br />
pois a condenação era e é a sentença decretada no terceiro mandamento<br />
do decálogo a quem desrespeita o nome de Deus (Ex 20:7).<br />
Não é sem razão que o nome próprio de Deus, em Malaquias 1:6,<br />
vem acompanhado de um atributo: SENHOR dos Exércitos. Apresentar-se<br />
apenas como S já seria suficiente para despertar temor, mas<br />
Deus se mostra como SENHOR dos Exércitos para deixar claro que é<br />
autoridade máxima, aquele que dá as ordens, que sabe dirigir bem<br />
seu exército de fiéis. Mas longe de querer despertar medo, ele quer<br />
despertar reverência. Mais ainda: o Senhor queria e quer encorajar<br />
seu povo a confiar em sua palavra, pois, como SENHOR dos Exércitos,<br />
seus meios são infalíveis; seu poder, indestrutível. Ele é aquele que<br />
peleja e vence toda e qualquer batalha. Por isso, merece toda honra!<br />
4. Que desprezais o meu nome: Tratar alguém com desprezo é<br />
agir diante dessa pessoa como se ela não existisse e fazê-la sentirse<br />
desvalorizada. Agora, observe o que Deus diz acerca dos seus<br />
sacerdotes: ... ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Aqueles líderes<br />
estavam tão acostumados ao seu ofício que o consideravam<br />
1. Cf. Coelho Filho, I. G. (1994:31).<br />
14 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
um serviço qualquer. O serviço sacerdotal tornara-se uma profissão<br />
em que não tinham prazer. Era assim que desprezavam o nome de<br />
Deus: ignorando-o, descartando-o de suas vidas, agindo como se<br />
ele não pudesse ver, falando como se ele não pudesse ouvir, pensando,<br />
como se ele não pudesse saber.<br />
A forma mais ofensiva de se tratar Deus é fazer de conta que ele<br />
não existe, e, quando não dá para fazer de conta, agir como se ele<br />
fosse uma pessoa qualquer, tratá-lo com banalidade. Foi nesse laço<br />
que os sacerdotes de Israel caíram e que nós corremos o risco de<br />
cair, se perdermos a noção de que estamos lidando com um Deus<br />
Santo e de que todos os princípios que ele nos deu devem ser levados<br />
a sério. O Senhor jamais aceitará ser tratado por nós como<br />
alguém comum. Por isso, deixou bem claro em sua palavra: ... eu sou<br />
Deus e não homem; o Santo no meio de ti (Os 11:9).<br />
Não podemos negar, portanto, que há perigo em nos acostumarmos<br />
com a santidade de Deus, em lidarmos com o que é sagrado<br />
de maneira desinteressada, relaxada e irreverente. Isso diz respeito<br />
à nossa maneira de cultuar a Deus e tudo o mais que pensamos,<br />
falamos e fazemos. Ele é nosso Pai e nosso Senhor, merece ser honrado<br />
e temido. Deus não nos gerou e nos comprou através de Jesus<br />
Cristo para satisfazer nossos caprichos, mas para que seu nome seja<br />
honrado em nossas vidas. Honrá-lo deve ser nossa prioridade. Sendo<br />
assim, os três princípios que estudaremos a seguir podem nos<br />
auxiliar nessa nobre missão.<br />
1. A partir de Ml 1:6 e do item 1, explique por que Deus apresenta<br />
como primeira queixa o exemplo de relacionamento entre o filho e<br />
o pai?<br />
2. Com base no mesmo texto bíblico e no item 2, explique a relação<br />
entre o respeito de um servo para com o senhor e o nosso<br />
temor para com Deus.<br />
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3. Leia Ex 20:7, o item 3 e responda: Quais as implicações do<br />
desrespeito para com o nome de Deus e por que o Senhor se<br />
apresenta aos sacerdotes de Israel como SENHOR dos Exércitos?<br />
4. A partir de Ml 1:6; Os 11:9 e do item 4, responda: O que significa<br />
desprezar o nome de Deus e qual a gravidade disso?<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Aceitar a correção de Deus é honra que ele merece.<br />
Antes de qualquer coisa, Deus nos ama como pai. Isso implica que<br />
ele é digno de honra por nos ter gerado. Além do mais, implica que<br />
seu amor paterno não o deixa sossegar, ao nos ver praticando o erro.<br />
Por isso, ele nos disciplina para nos corrigir. Sendo assim, em atitude<br />
de filhos humildes, devemos receber sua correção sem murmuração,<br />
confiando que é executada por aquele que não somente quer, mas<br />
sabe o que é melhor para nós. Precisamos lembrar que, se somos<br />
corrigidos, é porque somos filhos legítimos e amados (Hb 12:8). Que<br />
o temor do Senhor nos livre da atitude atrevida e arrogante dos sacerdotes<br />
de Israel, que reclamavam inocência. Honremos o Senhor<br />
com um coração humilde.<br />
5. Leia a primeira aplicação e responda: O que tem a ver aceitar a<br />
correção de Deus com honrar o nome de Deus?<br />
16 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
2. Lembrar a salvação de Deus é honra que ele merece.<br />
Israel tinha uma história de salvação que o Senhor sempre fez questão<br />
de lembrar-lhe (Lv 19:36, 22:33; Nm 15:41; Js 24:5; Jz 6:8). Mas a resposta<br />
do povo e dos sacerdotes era a ingratidão. Se eles lembrassem como<br />
haviam sido libertos, não deixariam de temer ao Senhor. Da mesma forma,<br />
se mantivermos viva em nossa memória a grande salvação que recebemos<br />
gratuitamente de Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso fervor<br />
em segui-lo e servi-lo aumentará. Ninguém mais nos amou a ponto de<br />
nos entregar seu único Filho: Só ele! Por isso, é impossível lembrarmos e<br />
valorizarmos a mensagem da cruz sem que sejamos tomados pelo temor<br />
e pela reverência que nosso Deus merece.<br />
6. Leia a segunda aplicação e responda: Por que honramos o nome de<br />
Deus, ao lembrarmos a sua salvação?<br />
3. Obedecer à palavra de Deus é honra que ele merece.<br />
A desobediência dos sacerdotes de Israel era consequência do esfriamento<br />
de seu amor por Deus. Eles não mais o consideravam digno.<br />
Portanto, não viam a necessidade de oferecer um culto que o honrasse.<br />
Assim, apresentavam pão imundo diante do altar (Ml 1:7). Precisamos<br />
nos conscientizar de que nosso relaxo em relação às coisas de Deus e<br />
nossa desobediência à sua palavra têm uma causa mais profunda: ele<br />
deixou de ser importante para nós. Só quem o ama guarda a sua palavra<br />
(Jo 14:21); só quem o honra tem o desejo de fazer o melhor para<br />
ele. É hora de pedirmos que o Senhor renove nossa fé em seu nome e<br />
nos ajude a obedecer-lhe.<br />
7. De acordo com a terceira aplicação, qual a causa mais profunda da<br />
desobediência a Deus e por que obedecer ao Senhor é honra para ele?<br />
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CONCLUSÃO: A respeito do que estudamos nesta lição, não resta dúvida<br />
de que Deus quer e merece ser tratado com reverência. O seu nome<br />
está acima de todo nome, porque também debaixo do céu nenhum outro<br />
nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4:12). O<br />
nome do nosso Deus é santo. Isso é muito sério! Se você estava desatento<br />
quanto a essa verdade, é hora de despertar e clamar por misericórdia.<br />
Não tenha dúvida: o Espírito Santo vai capacitá-lo a aceitar a correção de<br />
Deus, a lembrar a salvação de Deus e a obedecer à palavra de Deus, para<br />
que sua vida glorifique o nome do Senhor.<br />
18 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
3<br />
17 ABR 2010<br />
LEITURA DIÁRIA<br />
Votos<br />
Hinos sugeridos: BJ 203 – CC 05 / BJ 186 – CC 295<br />
Domingo, 11 de abril ....................Ml 1:14<br />
Segunda, 12 ......................................Nm 30<br />
Terça, 13 ....................................Dt 23:21-23<br />
Quarta, 14 ................................ Jó 22:22-27<br />
Quinta, 15 ..................................Sl 50:14-15<br />
Sexta, 16 .................................................Sl 76<br />
Sábado, 17 .......................................Ec 5:1-5<br />
OBJETIVO<br />
Mostrar que os votos feitos<br />
a Deus devem ser cumpridos<br />
de maneira rápida, integral e<br />
jubilosa.<br />
TEXTO BÁSICO: Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal<br />
sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque<br />
eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre<br />
as nações. (Ml 1:14)<br />
INTRODUÇÃO: Votos. Você vai se cansar de tanto ouvir essa palavra<br />
nos meses que virão pela frente. Em ano de eleições é assim mesmo.<br />
Não se fala de outra coisa. Mas fique calmo: esta lição, que tem por base<br />
Malaquias capítulo 1, versículo 14, tem tudo a ver com votos, mas não<br />
tem nada a ver com eleições. Ela vai tratar de votos não como atos políticos,<br />
mas como atos puramente espirituais. Feitos diante de Deus, e não<br />
de César. Você vai notar que a Bíblia tem muitas instruções sobre esse<br />
assunto tão importante para a vida de quem anda com Deus. Vamos,<br />
então, analisar este ensino bíblico.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
Em meio às aflições, doenças e guerras homens e mulheres de Israel<br />
faziam votos a Deus (Gn 28:20; Nm 21:2; Jz 11:30; I Sm 1:11). “Era uma<br />
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maneira de mostrar a seriedade com que encaravam sua necessidade de<br />
Deus”. 1 Mas o que é um voto? Um voto é simplesmente uma promessa<br />
a Deus. Ele era “ou de realizar alguma coisa ou de abster-se de alguma<br />
coisa, uma ação em retribuição ao favor de Deus ou como expressão de<br />
zelo ou devoção para com Deus”. 2 Trata-se, portanto, de um ato de culto,<br />
que deve ser feito voluntariamente e cumprido rigorosamente, como<br />
veremos na sequência.<br />
1. Pois maldito seja o enganador: Os votos feitos a Deus eram atos<br />
voluntários e espontâneos de adoração. “Ninguém era obrigado a votar,<br />
mas, se o fizesse, teria de manter a palavra”. 3 Para evitar abusos na hora de<br />
cumpri-los, algumas regras muito claras foram criadas por Deus. A primeira<br />
regra estabelece que o voto seja cumprido rapidamente: Se um de vocês<br />
fizer um voto ao Senhor o seu Deus, não demore a cumpri-lo (Dt 23:21a). A<br />
segunda regra determina que o voto seja cumprido honestamente: Faça<br />
tudo para cumprir o que os seus lábios prometeram (Dt 23:23a).<br />
O israelita do período de Malaquias estava descumprindo especialmente<br />
a segunda regra. Ele cumpria o seu voto, mas não o cumpria de<br />
maneira honesta. As palavras utilizadas por Deus para se dirigir àquele<br />
que votava de um jeito e cumpria de outro são sim severas, mas não<br />
são impróprias. Mas o que elas indicam? A palavra maldito aponta<br />
“um profundo desgosto divino, bem como acena com a possibilidade<br />
de um julgamento”. 4 A palavra enganador, por sua vez, mostra “o<br />
desagrado divino com pessoas que não são fiéis nos compromissos<br />
que assumem com ele”. 5 O preço pago por não cumprir um voto feito<br />
a Deus é muito alto.<br />
2. Tendo um animal sadio no seu rebanho: Numa ocasião de muita<br />
aflição, um voto fora feito em oração. Talvez tenha dito mais ou menos<br />
assim: “Senhor, se me livrares dessa aflição, lhe darei um animal perfeito<br />
do meu rebanho como oferta de gratidão”. O Senhor, algum tempo depois,<br />
atendeu o clamor do seu servo e o livrou de todas as suas aflições.<br />
Este servo, agora, tinha um voto a cumprir para com o seu Deus. Um dos<br />
vários animais do seu rebanho de ovelhas deveria ser oferecido à casa do<br />
Senhor. Mas qual deles ofertar? Esta era a dúvida do momento.<br />
1. Hubbard (1991: 83).<br />
2. Douglas (1962:1669).<br />
3. Reed (2009:464)<br />
4. Coelho Filho (1994:35)<br />
5. Idem, 36.<br />
20 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
Dois animais do aprisco atraíram a sua atenção de imediato. O primeiro<br />
não se locomovia nem se alimentava mais sozinho. Era cego das duas<br />
vistas. Ficou assim por causa do feroz ataque de um lobo. O segundo não<br />
tinha as pernas da frente. Um carro de boi havia passado por cima delas.<br />
Ele optou por doar o animal cego. O voto foi, então, cumprido, mas não<br />
como prometido. Prometeu o animal saudável e ofereceu ao Senhor um<br />
defeituoso. Deu-lhe aquele animal que sabia que iria perder logo e no<br />
qual não iria mais valer a pena investir! Ficou com os melhores animais<br />
para serem consumidos ou negociados.<br />
3. Porque eu sou grande Rei: O modo como se cumpria os votos mostra,<br />
dentre outras coisas, o quanto a visão que o povo tinha de Deus era míope.<br />
Para tratar essa visão estreita, Deus mostrou a visão que tinha de si mesmo:<br />
eu sou o grande Rei. Não há exagero nesta afirmação divina. Ele é mesmo<br />
grande Rei! Deus é grande Rei porque reina não apenas em Israel, mas em<br />
toda a terra (Sl 47:7). Deus é grande Rei porque, no céu, está o santo trono,<br />
de onde faz tudo o que lhe agrada (Sl 115:3). Deus é grande Rei porque não<br />
há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? (Dn 4:35).<br />
Deus é grande Rei porque dele é a terra e tudo que nela se contém,<br />
o mundo e os que nele vivem (Sl 24:1). Deus é grande Rei porque dele,<br />
e por meio dele e para ele são todas as coisas (Rm 11:36). Enfim, Deus<br />
é grande Rei porque a sua soberania é universal, é absoluta, é imutável.<br />
Quem, pois, controla a sequência dos eventos e de todos os seus resultados<br />
não “é a necessidade, nem o acaso, nem a insensatez do homem,<br />
nem a malícia de Satanás”: 6 É Deus, o grande Rei!<br />
4 . O meu nome é terrível entre as nações: Três expressões nos chamam<br />
a atenção em Malaquias: “meu nome”, “teu nome” e “seu nome”.<br />
Das três, a que se repete com frequência, é “meu nome”. Aparece oito<br />
vezes (1:6, 11, 14, 2:2, 5, 4:2). As outras duas, “teu nome” e “seu nome,<br />
ocorrem apenas uma vez cada (1:6 e 3:16). Deus afirma que o seu nome<br />
é terrível. A palavra “terrível” é uma tradução da palavra hebraica yare’.<br />
Ela é usada tanto para descrever a emoção do medo (Dt 5:5, I Sm 7:7),<br />
quanto para retratar reverência e respeito (Lv 19:3; Sl 112:1). 7<br />
Os povos tremiam de medo, quando ouviam falar do nome Deus. Tremiam<br />
com razão. Afinal, o nome de Deus não era (e não é) um nome<br />
qualquer. Por várias vezes, afirma-se, na Bíblia, que o seu nome é um<br />
“santo nome” (Lv 20:3, 22:32; I Cr 16:10, 35, 29:16; Sl 32:21, 103:1, 105:3,<br />
6. Hodge (2001:332).<br />
7. Harris (1998:654-655)<br />
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145:21; Is 57:15; Ez 20:39, 36:20-22, 39:7, 25; 43:8; Am 2:7). E Deus zela<br />
tanto por esse seu santo nome, que faz um forte alerta: Não use o meu<br />
nome sem o respeito que ele merece; pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês,<br />
e castigo aqueles que desrespeitam o meu nome (Êx 20:7). Deus, o grande<br />
Rei, não poupa de juízo quem não leva o seu nome a sério.<br />
Ao cumprir os seus votos, doando para Deus o animal que não podia<br />
ser doado, isto é, o cego, ou aleijado, ou mutilado, ou ulceroso, ou sarnoso,<br />
ou cheio de impigens (Lv 22:22), o povo deixou claro que não temia esse<br />
santo nome de Deus. Quem o teme, jamais se porta de um modo tão<br />
imoral, diante de um ser infinito em todas as suas perfeições, de quem<br />
depende absolutamente e diante de quem é responsável por seu caráter<br />
e conduta. Logo a seguir, veremos como podemos cumprir os nossos<br />
votos feitos a Deus de um modo que o agrade.<br />
1. Leia Ml 1:14a, o item 1 e explique o significado das palavras “maldito”<br />
e “enganador”. A quem são dirigidas?<br />
2. Após ler Ml 1:14b e o item 2, responda: De que modo o povo de<br />
Israel, da época de Malaquias, cumpria os seus votos feitos a Deus?<br />
3. Leia Ml 1:14c, o item 3 e responda: O que se pode dizer sobre a<br />
expressão “Eu sou grande Rei”? Por que Deus a utilizou?<br />
4. Com base em Ml 1:14d, e no item 4, responda: O que Deus quis dizer<br />
quando afirmou que o seu nome “é terrível entre as nações”?<br />
22 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Cumpra os seus votos feitos a Deus prontamente.<br />
Deve-se fazer votos a Deus. Eles podem ser feitos em qualquer época:<br />
“depois de um fracasso, em meio a um sofrimento, antes do início de<br />
uma nova etapa da vida” 8 . Você pode fazê-los tanto por sua própria vida<br />
quanto pela vida de outros. Você pode, por exemplo, fazer um voto a<br />
Deus para não arder mais em ciúmes. Já pensou nisso? Ou, então, pode<br />
fazer um voto a Deus em favor do seu filho, para que ele não use mais<br />
pedra de crack. Mudanças maravilhosas costumam surgir a partir de um<br />
voto feito a Deus! Agora, atenção! Assim que alcançar a bênção, cumpra<br />
logo o voto: ... não tardes em cumpri-lo (Ec 5:4a). Deus não tem prazer<br />
em atrasos: Seja pontual!<br />
5. Leia Dt 23:21 e Ec 5:4a. O que esses dois textos ensinam sobre<br />
cumprir prontamente os votos feitos a Deus?<br />
2. Cumpra os seus votos feitos a Deus integralmente.<br />
Quem opta por fazer um voto diante de Deus, deve saber que terá o<br />
dever de cumpri-lo depois: ... o que votares, paga-o (Ec. 5:4b). Deve-se,<br />
então, analisar bem o que vai dizer na hora de fazê-lo. Não diga nada<br />
que você não vai “querer” ou “poder” cumprir depois: Pense bem antes<br />
de prometer alguma coisa a Deus, pois você poderá se arrepender depois<br />
(Pv 20:25 – NTLH). Não deixe que a sua língua o faça pecar nessa hora (Ec<br />
5:6a). O Deus que sempre faz o que diz não se agrada de quem não faz<br />
o que diz. Ele “não dá pouca consideração aos votos quebrados. Um voto<br />
quebrado pode trazer o julgamento de Deus sobre nossos esforços”. 9<br />
6. Para podermos cumprir os nossos votos integralmente, que<br />
cuidados devemos ter, quando os fizermos? Leia Pv 20:5 e Ec 5:6.<br />
8. Fonte: http://www.ultimato.com.br. < Acessado em 01/02/2010.<br />
9. Eaton; Carr (1989:106).<br />
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3. Cumpra os seus votos feitos a Deus alegremente.<br />
O ato de fazer um voto diante de Deus é um ato muito sério. Mas isso<br />
não quer dizer que não deve haver alegria em nosso coração na hora de<br />
cumpri-lo. O salmista fazia questão de cumprir os seus votos nas reuniões<br />
do povo de Deus (Sl 22:5, 116:14), quando o Senhor era alegremente<br />
celebrado e salmodiado. É assim que deve ser! Quem cumpre o seu voto<br />
no tempo certo (prontamente) e do modo certo (integralmente), deve se<br />
alegrar muito no Senhor, que ouviu o seu clamor e o livrou de forte inimigo<br />
(Sl 18:7), de grande transgressão (19:13), de todas as suas tribulações<br />
(Sl 34:6), no dia do mal (Sl 41:1).<br />
7. Além de pontualidade e integridade, o que mais devemos demonstrar,<br />
quando estivermos cumprindo nossos votos? Leia o item anterior.<br />
CONCLUSÃO: Que tal fazer alguns votos a Deus? Mas não faça votos<br />
somente voltados para as coisas materiais. Não faça votos apenas para<br />
que a figueira floresça, para que haja fruto na vida, para que os campos<br />
produzam mantimento, para que as ovelhas sejam devolvidas ao aprisco,<br />
para que haja gado nos currais. Faça votos também voltados para as<br />
coisas espirituais. Faça votos de dedicar mais a sua vida ao Senhor, de ler<br />
mais a sua palavra e meditar nela dia e noite, de alimentar o espírito em<br />
vez de alimentar a carne. Não faça votos apenas em seu favor. Faça votos<br />
a Deus em favor dos outros também. E cumpra-os de acordo com o que<br />
ensina a palavra de Deus!<br />
24 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
4<br />
24 ABR 2010<br />
LEITURA DIÁRIA<br />
Hinos sugeridos: BJ 28 – CC 09 / BJ 178 – HC 145<br />
Domingo, 18 de abril ..................Ml 2:1-5<br />
Segunda, 19 ..................................Sl 33:1-8<br />
Terça, 20 ..........................................Sl 89:1-7<br />
Quarta, 21 ................................Dt 10:12-22<br />
Quinta, 22 ..................................Js 24:14-25<br />
Sexta, 23 ...................................I Pe 1:15-21<br />
Sábado, 24 ..................................Ec 12:9-14<br />
OBJETIVO<br />
Mostrar ao estudante que,<br />
quando tememos a Deus,<br />
ficamos livres da inquietação,<br />
da imoralidade e da<br />
negligência.<br />
TEXTO BÁSICO: Minha aliança com ele foi de vida e paz; ambas<br />
lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu<br />
por causa do meu nome. (Ml 2:5)<br />
INTRODUÇÃO: Aliança é um tratado de paz entre duas partes. Estudaremos<br />
a aliança feita entre Deus e os levitas. Através desta aliança, o<br />
Senhor dá a melhor demonstração de sua boa vontade, não somente<br />
para com essa tribo escolhida para cuidar dos serviços religiosos, mas<br />
também, e por extensão, para com todo o povo de Israel. Porém, tão<br />
importante e necessária quanto essa aliança, era a manutenção dela<br />
por parte daqueles com quem fora feita: os levitas. Estes deveriam demonstrar,<br />
também, como prova do seu interesse pela manutenção dessa<br />
aliança, obediência e temor ao nome de Deus.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
Temor<br />
Foi no livro do profeta Malaquias, e especialmente no versículo<br />
5 do capítulo 2, que embasamos esta lição. Nela, os destaques são<br />
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para a aliança feita por Deus com os levitas e o temor devidos ao<br />
seu nome, como condições necessárias à manutenção da referida<br />
aliança. Da tribo de Levi saíram todos os sacerdotes, que eram os<br />
ministradores do templo, os intermediários entre os homens e Deus.<br />
Através deles, o povo recebia orientação espiritual e o perdão dos<br />
pecados, mediante o oferecimento de sacrifícios. A aliança com os<br />
levitas e o que Deus esperava como resultado dela constitui o nosso<br />
tema de hoje. Vejamos o que o Senhor disse, por meio de Malaquias.<br />
1. Minha aliança com ele: Na aliança, pelo menos duas partes<br />
precisam estar envolvidas. Antes da aliança, cada parte podia ser:<br />
amiga, inimiga ou indiferente. Depois dela, cada parte se compromete<br />
a adotar, em relação à outra, uma convivência de reciprocidade.<br />
A verdadeira aliança exige reciprocidade. Isto significa que<br />
envolve compromissos que precisam ser correspondidos por ambas<br />
as partes. Nesta aliança feita com os levitas, Deus se comprometeu a<br />
cumprir a parte que lhe cabia, e esperava que o mesmo acontecesse<br />
com os levitas, ou seja, cada parte devia cumprir fielmente os termos<br />
da aliança.<br />
Feitas entre os homens, as alianças normalmente têm um caráter<br />
político ou militar. Feitas entre Deus e seu povo, são a garantia de<br />
que Deus se tornou um aliado desse povo, passando a lutar em favor<br />
dele. Estamos tratando da aliança de Deus com Levi e do objetivo<br />
pretendido por aquele, em relação a este (cf. Ml 2:5). Era dever dos<br />
levitas, e especialmente dos sacerdotes, interpretar essa atitude de<br />
Deus como um sinal de sua boa vontade para com eles, à qual deveriam<br />
corresponder com igual demonstração de boa vontade, pois é<br />
um grande privilégio viver em aliança com Deus.<br />
2. Foi de vida e de paz: Várias foram as alianças ou pactos feitos<br />
por Deus com personagens importantes dentre os filhos do seu<br />
povo: Noé, Abraão, Moisés, Davi, etc. Fez ele alianças também com a<br />
própria nação israelita, e esta, por sua vez, também fez alianças com<br />
outros povos, para garantir sua sobrevivência. Porém, a aliança feita<br />
com Deus, neste caso específico, tinha como finalidade proporcionar<br />
vida, paz, segurança e tranquilidade a todo o povo, além de ser<br />
a certeza de um bom relacionamento entre ele e os sacerdotes. Era<br />
este o propósito de Deus para esse povo.<br />
Manter boas relações com seu povo sempre esteve nos planos<br />
de Deus: Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o<br />
Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que es-<br />
26 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
perais (Jr 29:11). Daí a declaração de que a aliança que Deus fez com<br />
Levi foi de vida e paz. Porém, para que estas coisas se tornassem realidade,<br />
os sacerdotes precisavam cumprir com a parte que lhes cabia<br />
na aliança: guiar o povo com sabedoria, servindo-lhe de exemplo.<br />
Estes, porém, acabaram se esquecendo de Deus e, com isso, o povo<br />
que era por eles orientado também se desviou.<br />
3. Ambas lhe dei eu para que me temesse: Vida e paz são bens<br />
espirituais importantes. Sem a vida, todos os outros bens seriam nulos;<br />
e a vida sem paz também não teria sentido. E estas duas coisas<br />
vêm de Deus: toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto,<br />
descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de<br />
variação (At 17:25b; Tg 1:17). Este era o reconhecimento que Deus<br />
esperava da parte desses líderes, pois, ao fazer aliança com Levi e<br />
com os sacerdotes, ele lhes deu vida e paz para que temessem o seu<br />
nome, tendo o devido cuidado para não o ofenderem.<br />
As bênçãos devem nos levar a expressar um profundo temor a<br />
Deus: Para que me temesse (Ml 2:5c). “Aquele que ‘teme’ a Deus<br />
concretizará seu temor numa retidão ou piedade que se manifesta<br />
na prática. Jó, como alguém temente a Deus, evita o mal (Jó 1:1).<br />
O Salmo 128:1 diz que a pessoa que ‘teme’ ao Senhor anda nos<br />
caminhos de Deus. Os que temem ao Senhor podem ser aqueles<br />
cuja piedade pessoal se manifesta numa reação positiva à mensagem<br />
divina”. 1 Temos nós dado provas de que tememos a Deus? Não<br />
nos esqueçamos de uma coisa, a melhor prova que podemos dar do<br />
nosso temor a Deus consiste em nos sujeitarmos às suas determinações<br />
(cf. Ec 12:13).<br />
4. E ele me temeu e tremeu: Ao dizer: “E ele me temeu e tremeu”,<br />
o Senhor provavelmente esteja se referindo aos “dias antigos” ou<br />
aos “primeiros anos”, quando ainda prevalecia o primeiro amor (Ml<br />
3:4). O temor é a primeira das quatro coisas que o Senhor pede do<br />
crente, conforme Dt 10:12. Esse temor não é, como muitos possam<br />
imaginar, o medo apavorante, como se Deus fosse um déspota desumano,<br />
arbitrário e cruel, sempre pronto a punir com rigor por qualquer<br />
motivo. Temer a Deus, neste caso, está relacionado ao respeito,<br />
que todos devemos ter, para não o ofendermos e nem o entristecermos<br />
com as nossas más obras.<br />
1. Harris (1998:656).<br />
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Só o temor a Deus pode nos livrar da sedução do pecado. Só o<br />
temor do Senhor pode nos livrar das concupiscências da carne. Só<br />
o temor do Senhor pode nos livrar dos encantos do mundo. “Só o<br />
temor a Deus pode nos livrar de temer os homens. Aquele que treme<br />
diante do nome de Deus não teme açoites, prisões, nem mesmo<br />
a morte. (...) Quem teme a Deus não teme a mais ninguém”. 2 Daí a<br />
mensagem de Deus para o nosso tempo: Temei a Deus e dai-lhe glória;<br />
porque vinda é a hora do seu juízo (Ap 14:7). E o temor do Senhor<br />
é uma fonte de vida, para preservar dos laços da morte (Pv 14:27).<br />
Até aqui falamos da aliança feita por Deus com os levitas e do<br />
temor que a ele deveriam corresponder. Essa aliança evidenciava a<br />
bondade de Deus para com os levitas, a quem ele queria abençoar e<br />
fazer feliz. Para que isso acontecesse, era preciso que os sacerdotes<br />
fossem fiéis, obedientes e tementes ao nome de Deus. Cumpria-lhes<br />
também servir de exemplo para o povo. No princípio, até foram obedientes,<br />
mas, aos poucos, foram se desviando de Deus, no que foram<br />
seguidos pelo povo. Na segunda parte deste estudo, veremos o que<br />
Deus espera de cada um de nós no tempo presente.<br />
1. Com base em Ml 2:5a; Ex 24:3 e 7 e no item 1 do comentário,<br />
responda: O que é uma aliança e o que é necessário para que ela<br />
alcance os resultados desejados?<br />
2. Com base em Ml 2:5b e no item 2 do comentário, responda:<br />
Qual era o propósito de Deus ao fazer aliança com Levi, e o que<br />
era necessário para que isso acontecesse?<br />
3. Leia Ml 2:5c, o item 3 do comentário e responda: Que reações se<br />
esperam daqueles que temem ao Senhor?<br />
2. Lopes (2006:53).<br />
28 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
4. Leia o item 4 do comentário e discuta com a classe o tipo de<br />
temor que Deus espera de nós.<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. O temor do Senhor nos livra da inquietação.<br />
O temor a Deus afasta toda a inquietação. Temendo a Deus, o<br />
crente está em paz consigo mesmo, sente-se seguro e confiante;<br />
tem a certeza de que Deus o ama e vai cuidar dele; não se aflige<br />
quando vêm as dificuldades, pois crê na providência divina. Então,<br />
como Davi, poderá dizer: O Senhor é o meu pastor; nada me faltará<br />
(Sl 23:1). Por isso, diz a Escritura: Melhor é pouco havendo o temor<br />
do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação (Pv 15:26). No<br />
temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para<br />
os seus filhos (Pv 14:26). Temos nós demonstrado temor em nosso<br />
relacionamento com Deus?<br />
5. Leia Pv 14:26 e também a primeira aplicação e responda: Por<br />
que muitos crentes vivem inquietos, preocupados e inseguros?<br />
2. O temor do Senhor nos livra da imoralidade.<br />
Como crentes que somos, Deus espera de nós que exerçamos<br />
controle sobre nossos instintos naturais e demonstremos o nosso<br />
temor a ele. Toda pessoa que teme a Deus não se deixa dominar por<br />
nenhum desejo impuro ou pecaminoso. Esses desejos manifestamse<br />
através de pensamentos, palavras e ações. Quando, porém, hou-<br />
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ver temor em nós, conservaremos puros a nossa mente e o nosso<br />
corpos, onde quer que estivermos, e nos manteremos sempre lembrados<br />
das palavras da Escritura, que diz: Porque não nos chamou<br />
Deus para a imundícia, mas para a santificação (I Ts 4:7). O temor a<br />
Deus nos livra da imoralidade.<br />
6. Leia I Ts 4:7, a segunda aplicação e comente com a classe a<br />
frase: “O temor do Senhor nos livra da imoralidade”.<br />
3. O temor do Senhor nos livra da negligência.<br />
Ser negligente é ser descuidado, desatento; é tratar as questões<br />
relativas à fé como se fosse de pouca ou de nenhuma importância;<br />
é tratar as coisas concernentes a Deus com descaso; é fazer a obra<br />
do Senhor relaxadamente (Jr 48:10). Os levitas se tornaram negligentes<br />
quando lhes faltou o temor, pois onde há temor não há espaço<br />
para a negligência. Pelo contrario, o temor a Deus nos livra da negligência.<br />
Que o desejo de Deus expresso nas palavras que seguem<br />
se cumpram em nossas vidas: Mas desejamos que cada um de vós<br />
mostre o mesmo cuidado até ao fim (...) para que vos não façais negligentes<br />
(Hb 6:12).<br />
7. Leia a terceira aplicação e responda: Que devemos fazer para<br />
evitar a negligência? Justifique sua resposta.<br />
CONCLUSÃO: Na aliança de que nos fala o texto de Ml 2:5, Deus<br />
tinha como propósito proporcionar vida e paz, não só aos levitas<br />
e à classe sacerdotal, mas, por extensão, a todo o Israel. Não se<br />
trata da vida e da paz comuns, mas da vida e da paz interiores, que<br />
produzem a agradável sensação do dever cumprido. Entretanto, os<br />
levitas não cumpriram a parte da aliança que lhes tocava. Foram<br />
30 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
negligentes, faltando com o temor e o respeito devidos a Deus e se<br />
esqueceram de que é o temor ao Senhor que livra da inquietação, da<br />
imoralidade e da negligência.<br />
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5<br />
1 MAI 2010<br />
LEITURA DIÁRIA<br />
32 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Atitude<br />
Hinos sugeridos: BJ 10 – CC 422 / BJ 165 – HC 115<br />
Domingo, 25 de abril ................. Ml 2:4-6<br />
Segunda, 26 ........................ Nm 25:10-13<br />
Terça, 27 ..................................... Gn 5:22-24<br />
Quarta, 28 ........................Dn 12:3; Jó 33:3<br />
Quinta, 29 .......................................Tt 2:7-10<br />
Sexta, 30 ..................................I Tm 4:12-16<br />
Sábado, 1 de maio ..................... Ap 3:4-6<br />
OBJETIVO<br />
Mostrar ao estudante, com<br />
base em Malaquias 2:6,<br />
algumas atitudes que devem<br />
nortear a vida daqueles que<br />
servem ao Senhor, tais como:<br />
justiça no falar, retidão no<br />
andar e compaixão no viver.<br />
TEXTO BÁSICO: A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça<br />
não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da<br />
iniqüidade apartou a muitos. (Ml 2:6)<br />
INTRODUÇÃO: Hoje, iremos estudar mais uma lição baseada no livro<br />
do profeta Malaquias. Este profeta condenou a quebra da aliança feita<br />
por Deus com os levitas, em consequência do que todo o povo estava<br />
enfrentando uma das mais graves crises de sua história religiosa. Crise<br />
moral, espiritual e de relacionamento. Este livro está densamente recheado<br />
de advertências, exortações e repreensões do começo o fim. Ao<br />
contrário disso, porém, o texto que encabeça a lição de hoje, como uma<br />
rara exceção, trata de coisas boas, de exemplos que podem e devem ser<br />
imitados. Ele mostra o padrão de sacerdócio ideal, tão negligenciado na<br />
época de Malaquias.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
A lição da semana passada tratou da aliança feita por Deus com os<br />
levitas, tendo enfatizado a necessidade de temor por parte daque-
le povo, como prova do seu interesse pela manutenção da referida<br />
aliança. A lição de hoje destaca a atitude daqueles que foram fiéis a<br />
Deus, no seu modo de agir. A igreja da atualidade precisa urgentemente<br />
de líderes assim! Estamos vivendo uma crise moral e espiritual<br />
no meio evangélico: líderes perdidos emocionalmente e confusos<br />
doutrinariamente. “Há uma nuvem imensa de pastores e líderes que<br />
têm deitado no colo das Dalilas e acordado tarde demais, sem visão,<br />
sem força e sem ministério”. 1 Malaquias 2:6, descreve algumas atitudes<br />
do ministro ideal. Analisemos este texto.<br />
1. A verdadeira instrução esteve na sua boca: Ao dizer isto, o<br />
Senhor está se referindo àqueles sacerdotes que assumiram com responsabilidade<br />
o papel que lhes foi atribuído, como líderes espirituais<br />
do povo. Por intermédio deles, o povo foi instruído a temer e respeitar<br />
a Deus. Vejamos como exemplo o testemunho que Deus dá a<br />
respeito de Fineias: Finéias, filho de Eliazar, o filho de Arão sacerdote,<br />
desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo<br />
no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel.<br />
Portanto dize: Eis que lhe dou o meu concerto de paz (Nm 25:11-12).<br />
Com base nesse exemplo, a lição que fica é a seguinte: A igreja e<br />
seus ministros têm como dever instruir as pessoas (Mt 28:19-20): A<br />
quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo<br />
o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem<br />
perfeito em Jesus Cristo (Cl 1:28). O verdadeiro ministro “está mais interessado<br />
em ser fiel do que em ser bem-sucedido. A verdade é mais<br />
importante do que o sucesso. Fidelidade é mais importante que popularidade.<br />
Importa mais agradar a Deus do que ser louvado pelos<br />
homens. A glória de Deus é melhor do que os aplausos humanos”. 2<br />
2. E a injustiça não se achou em seus lábios: Deus tem grande<br />
prazer em ver seus servos amando, vivendo e ensinando a justiça. Ele<br />
é exemplo disso: justo e reto ele é (Dt 32:4; cf. Sl 11:7). E há até mesmo<br />
uma importante promessa da parte dele, para aqueles que usam<br />
seus lábios para ensinar: Os entendidos, pois, resplandecerão como o<br />
resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão<br />
como as estrelas sempre e eternamente (Dn 12:3). Neste sentido,<br />
Jó nos deixou um importante exemplo: As minhas razões sairão da<br />
sinceridade do meu coração, e a pura ciência dos meus lábios (Jó 33:3).<br />
1. Lopes (2006:52).<br />
2. Idem, p. 54.<br />
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No texto em análise, o Deus de Israel se revela sensível bastante<br />
para reconhecer e aprovar as atitudes daqueles que lhe são fiéis, pois<br />
dá testemunho daqueles sacerdotes que guardaram a aliança com ele.<br />
Como é maravilhoso ver o próprio Deus elogiando-os seus servos! Isto<br />
ele já o tinha feito no tocante a Jó, quando disse a seu respeito: Observaste<br />
tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele,<br />
homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal (Jó 1:8).<br />
A esta altura, perguntamos: Que temos feito para merecermos de Deus<br />
as mesmas referências dadas por ele a respeito daqueles sacerdotes?<br />
3. Andou comigo em paz e em retidão: O significado da expressão<br />
“andar com Deus”, neste caso, é: “fazer o que é reto aos olhos de<br />
Deus”. Quando lemos que Enoque “andou” com Deus (Gn 5:24), é este<br />
o significado, ou seja, Enoque fez o que era reto aos olhos de Deus.<br />
A mesma coisa é dita sobre Noé: Noé era varão justo e reto em suas<br />
gerações; Noé andava com Deus (Gn 6:9). Foi ainda com este significado<br />
que Deus a usou quando falou com Abraão: Eu sou o Deus Todopoderoso;<br />
anda em minha presença e sê perfeito (Gn 17:1). Na oração<br />
de Ezequias o verbo “andar” não foge a este significado (cf. Is 38:3).<br />
Andar com Deus é mais importante do que trabalhar para Deus.<br />
O Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Jesus<br />
chamou os doze apóstolos para estar com ele. Só então os enviou<br />
a pregar (Mc 3:14). Deus está mais interessado em quem nós somos<br />
do que em que nós fazemos. Ele não quer ativismo vazio, quer vida<br />
no altar. 3 Conscientes disto, que atitudes temos adotado para merecermos<br />
a aprovação de Deus? Talvez precisemos orar como Davi:<br />
Ensina-me, Senhor, o teu caminho e andarei na tua verdade; une o<br />
meu coração ao temor do teu nome (Sl 86:11).<br />
4. E da iniquidade apartou a muitos: De duas maneiras pode o<br />
ministro de Deus afastar as pessoas da iniquidade: com palavras e<br />
com exemplo. Com palavras: Instruindo com mansidão os que resistem,<br />
a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a<br />
verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo,<br />
em que à vontade dele estão presos (II Tm 2:25-26); com exemplo: Em<br />
tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção,<br />
gravidade, sinceridade (Tt 2:7). Torna-te padrão dos fiéis na palavra, no<br />
trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza (I Tm 4:12).<br />
3. Lopes (2006:53).<br />
34 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
Da mesma maneira que o ministro do Senhor afasta as pessoas da<br />
iniquidade, quando ama e pratica a justiça, pode induzi-las ao erro,<br />
quando lhes dá mau exemplo. Por isso, a Escritura recomenda: Apascentai<br />
o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não<br />
por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo<br />
pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas<br />
servindo de exemplo ao rebanho (I Pe 5:2-3). É isso que ele espera de<br />
cada um, mas, principalmente, dos seus ministros: “... responsabilidade<br />
de levar outros ao Senhor e paixão por falar da palavra de Deus<br />
a outros que precisam ouvi-la.” 4<br />
Vimos, até aqui, que um dos papéis mais importantes da igreja e<br />
dos seus ministros consiste em instruir as pessoas no conhecimento<br />
da palavra de Deus, para que sejam edificadas espiritualmente. Vimos<br />
também que Deus tem grande prazer em ver seus servos vivendo<br />
e ensinando a justiça, tendo preparado para aqueles que assim<br />
fizerem uma recompensa especial (Dn 12:3). Aprendemos ainda que,<br />
“andar” com Deus significa “fazer o que é reto”; e que, o nosso bom<br />
exemplo, pode influenciar positivamente as pessoas para o bem. Na<br />
parte seguinte deste estudo, esclareceremos melhor essa questão.<br />
1. Leia Ml 2:6a; Mt 28:19-20; Cl 1:28, o item 1 do comentário e<br />
responda: Que importante tarefa confiou Deus à sua igreja e,<br />
sobretudo, aos seus ministros?<br />
2. Leia Ml 2:6b; Sl 11:7a; 106:3; Dn 12:3, o item 2 do comentário e<br />
responda: Que virtude Deus ama tanto e que promessa faz àqueles<br />
que a praticam e a ensinam?<br />
4. Wiersbe (2008:595).<br />
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3. Leia Ml 2:6c; Gn 5:24, 6:9, 17:1; Is 38:3, o item 3 do comentário<br />
e responda: Qual o significado da expressão “andar com Deus”, no<br />
contexto que analisamos?<br />
4. Leia Ml 2:6d; Tt 2:7; I Tm 4:12; I Pe 5:2-3, o item 4 do comentário<br />
e responda: De quantas maneiras podemos afastar as pessoas<br />
da iniquidade?<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Preserve a justiça em seu falar.<br />
Um dos temas bastante destacados nas Escrituras é o que diz respeito ao<br />
falar do crente em Jesus. “As palavras são uma amostra do caráter”. 5 Aquele<br />
que é integro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a<br />
verdade e não usa a língua para difamar (...) Quem assim procede nunca será<br />
abalado! (Sl 15:2-3, 5b; cf. Pv 12:17, 18:4). A justiça no falar é uma das marcas<br />
dos ministros que agradam o Senhor. Deles o Senhor dá testemunho,<br />
dizendo: A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou<br />
nos seus lábios (Ml 2:6). Assim quer o Senhor que andemos na sua presença.<br />
5. Leia a primeira aplicação e comente com a classe: O que precisamos<br />
fazer para preservarmos a justiça de Deus em nosso falar?<br />
5. Baldwin (1982:197).<br />
36 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
2. Cultive a retidão em seu andar.<br />
Como vimos, através desta lição, um dos significados da expressão<br />
“andar com Deus” é: “viver em retidão” ou “fazer o que é reto diante de<br />
Deus”. Enoque, Noé e Abraão são algumas das pessoas que andaram<br />
com Deus. Como continuadores da obra que estes homens realizaram,<br />
temos o dever de imitá-los. Portanto, em nossas relações com Deus e<br />
com os homens, na família, na escola, no trabalho, na igreja, no transporte,<br />
aonde quer que estivermos, devemos cultivar a retidão. Essa virtude<br />
precisa estar sempre presente em nosso viver, porque muitas pessoas se<br />
espelham em nós.<br />
6. Leia a segunda aplicação e comente com a classe: De que maneira<br />
podemos cultivar a retidão em nosso andar?<br />
3. Mostre compaixão em seu viver.<br />
É grande o número daqueles que, consciente ou inconscientemente,<br />
estão no caminho largo, que leva à morte eterna. Por isso, são dignos de<br />
compaixão. Se ninguém os afastar desse mau caminho, o seu desfecho<br />
será infeliz. Portanto, temos o dever de contribuir, de alguma forma, para<br />
a salvação deles. Judas recomenda: Salvai alguns arrebatando-os do fogo;<br />
tende deles misericórdia (Jd 23). Tiago também afirma: Saiba que aquele<br />
que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte<br />
uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados (Tg 5:20). Como poderemos<br />
fazer isso? Paulo responde: Atente bem para sua própria vida e para a doutrina,<br />
perseverando nestes deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a<br />
si mesmo quanto aos que o ouvem (I Tm 4:16)<br />
7. Leia Jd 23; I Tm 4:16, a terceira aplicação e responda: Como<br />
podemos mostrar compaixão para com aqueles que, sabendo ou<br />
não, estão no caminho que conduz à morte?<br />
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CONCLUSÃO: Concluímos este estudo mostrando a importância do<br />
falar, do andar e do viver do crente. Vimos também que são dignos de<br />
menção aqueles líderes religiosos que usam os seus lábios para instruírem<br />
os que sabem menos; que andam no caminho da justiça, fazendo<br />
o que é reto diante de Deus, e vivem aquilo que ensinam. Sobre isso, a<br />
palavra de Deus diz: Assim falai, e assim procedei (Tg 2:12); aquele que diz<br />
que está nele, também deve andar como ele andou (I Jo 2:6); e mais: vivei,<br />
acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo (Fp 1:27). Contra<br />
essas coisas, não há lei.<br />
38 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
6<br />
8 MAI 2010<br />
LEITURA DIÁRIA<br />
Ensino<br />
Hinos sugeridos: BJ 01 – SH 480 / BJ 189 – CC 304<br />
Domingo, 2 de maio............................ Ml 2:7<br />
Segunda, 3 ......................................Os 4:4-9<br />
Terça, 4 ..........................................Ne 8:1-10<br />
Quarta, 5 ..................................II Cr 17:7-10<br />
Quinta, 6 ..................Mt 28:19-20; Cl 1:28<br />
Sexta, 7 .................. Mt 4:23, Rm 10:13-15<br />
Sábado, 8 ..............Pv 6:23; 12:1; Ec 12:11<br />
OBJETIVO<br />
Conscientizar o estudante de<br />
que a verdadeira instrução vem<br />
do sacerdote fiel à palavra de<br />
Deus levá-lo a buscar nessa<br />
fonte conselhos divinos, a fim<br />
de que saiba viver de forma<br />
que agrade a Deus.<br />
TEXTO BÁSICO: Os sacerdotes devem ensinar a verdade a meu respeito,<br />
e todos devem pedir conselho a eles para saber o que é direito, pois os<br />
sacerdotes são os mensageiros do Senhor Todo-Poderoso. (Ml 2:7 - NTLH)<br />
INTRODUÇÃO: A palavra ensino é derivada do hebraico towrah, que<br />
significa lei, orientação, instrução. Em Malaquias 2:7, ensino refere-se a<br />
um conjunto de orientações ou instruções dadas por Deus aos sacerdotes.<br />
O sacerdócio não é um trabalho, mas um chamado divino. Hoje, essa<br />
função importantíssima é exercida pelos pastores. Desta forma, o estudo<br />
de hoje nos mostrará que o pastor cristão, para realizar essa tarefa santa<br />
com fidelidade, precisa ter uma experiência real de salvação pela fé em<br />
Cristo, um chamado ministerial real de Cristo, um amor genuíno e um<br />
conhecimento profundo da palavra de Cristo.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
A verdadeira instrução sai da boca do sacerdote fiel a Deus. A<br />
Bíblia revela que Esdras “ensinou fielmente a lei de Moisés durante a<br />
Festa dos Tabernáculos no outono, de acordo com as determinações<br />
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deuteronômicas (Dt 31.9-11; Ed 8.1). 1 Como Esdras, há muitos exemplos<br />
na Bíblia. Todavia, nem sempre é assim. Houve muitos sacerdotes<br />
infiéis a Deus, que ensinaram mentiras por dinheiro, conforme<br />
declara Miquéias: Os seus cabeças dão a sentença por suborno, os<br />
seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham<br />
por dinheiro (3:11). Para combater esse abominável pecado, Malaquias<br />
2:7 nos oferece as seguintes instruções:<br />
1. Os sacerdotes devem ensinar a verdade: O sacerdote tem o<br />
dever de ensinar a palavra de Deus ao povo adequadamente. Malaquias<br />
denunciou o relaxo dos sacerdotes de seu tempo, que estavam<br />
ensinando perversidade, que profanavam a lei do Senhor em palavras<br />
e atos, e assim, roubavam do povo a esperança em Deus. “Eram<br />
anjos (mensageiros) de Deus e de Sua luz, mas tornaram-se agentes<br />
da escuridão”. 2 Tais sacerdotes perverteram “o conhecimento da lei,<br />
transformando o positivo em negativo, e o negativo em positivo. Cf.<br />
Lev. 10.10,11; Deu.24.8; Jer.18.18”. 3 Perderam o temor e a reverência<br />
a Deus (cf. Ml 1:10-16).<br />
A Bíblia declara que todos os salvos são sacerdotes (Ap 1:6, 5:10),<br />
todavia, o pastor é o sacerdote maior. É por ele que o povo conhece<br />
os ensinos divinos. Para tanto, além de orar e jejuar, o pastor precisa<br />
estudar e examinar acuradamente a palavra de Deus, pois não pode<br />
dizer qualquer coisa “em nome do Senhor”. Ele tem que conhecer<br />
bem a verdade para poder ensiná-la ao povo. E mais: antes de ensinar<br />
a verdade de Deus, ele tem que internalizá-la, ter experiência com ela,<br />
caso contrário, o povo perceberá que tal ensino lhe é estranho, desconhecido,<br />
e, portanto, sua instrução é incoerente e ineficaz. Há de ser<br />
diferente! De seus lábios deve fluir a verdade divina (cf. Dt 17:9-11).<br />
2. Todos devem pedir conselhos a eles: Para ensinar em Israel,<br />
o sacerdote tinha que conhecer a lei (Dt 33:8-10). Se o sacerdote<br />
não sabe a Palavra, o povo se perde (Os 4:6). Mas, se ele conhece a<br />
lei do Senhor e a explica com clareza, o povo aprende a obedecer a<br />
Deus (cf. II Cr 17:7-10; Ne 8:7-11). “Malaquias concede ao sacerdote<br />
o papel de conselheiro, procurado por pessoas que precisam de<br />
orientação em situações especiais, e para isso era essencial ter uma<br />
1. Harris (1998:661).<br />
2. Champlin (2000:3708).<br />
3. Idem.<br />
40 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
experiência pessoal com Deus e conhecimento da sua lei.” 4 O sacerdote<br />
é procurado porque é um mensageiro de Deus, e como tal, tem<br />
sempre uma orientação divina a dar.<br />
Ao ser procurado, o pastor não pode negligenciar a palavra de<br />
Deus e a verdade de Deus. Deve estar com ela na “ponta da língua”.<br />
Não deve ter medo de se “queimar”, de se “desgastar”. Há de proferi-la<br />
com educação, com sabedoria, com respeito, mas, sobretudo,<br />
com firmeza e convicção. A Palavra é a única chance de cura da ovelha.<br />
E o pastor a tem dentro de si, pois vive na presença de Deus. É<br />
seu dever ensinar! De seus lábios, em vez de iniqüidade, sai à palavra<br />
de Deus. A ovelha ouve, se edifica e se alegra. Assim fizeram Judas e<br />
Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos<br />
conselhos e os fortaleceram. (At 15:32)<br />
3. Para saber o que é direito: Toda a pregação de Malaquias pode<br />
ser considerada como uma mensagem forte, grave e contundente.<br />
Ocorre que o profeta sabe que o povo perdeu a noção do que é certo<br />
e reto, a nação israelita está em franca desobediência e ainda pergunta<br />
a Deus em que o desobedece, o aborrece, o rouba. Um cinismo<br />
tomou conta do povo eleito. Como isso pôde acontecer? Os sacerdotes<br />
se tornaram desonestos no ensino e na prática da lei de Moisés,<br />
destruíram “a aliança divina com Levi” e por isso, “o povo transgredia<br />
mais generalizadamente através do casamento com pagãos, abandonando<br />
suas esposas para poderem se casar novamente”. 5<br />
Malaquias afirma que o povo de Deus só sabe o que é certo quando<br />
os sacerdotes são fiéis. Estes foram designados para apresentar<br />
o conhecimento e a vontade de Deus. Que honra! É por isso que o<br />
profeta declara: da sua boca devem os homens procurar a instrução.<br />
Apesar do fracasso da maioria dos docentes (professores), o povo<br />
não deveria deixar de buscar o conhecimento divino, pois sempre<br />
há verdadeiros e fiéis sacerdotes no meio dos falsos. Haverá sempre<br />
aqueles que andam com Deus (Gn 5:22,24; 6:9). E quando o povo<br />
encontra um fiel pastor, até mesmo os murmuradores hão de aceitar<br />
[a] instrução. (Is 29:24)<br />
4. Pois os sacerdotes são mensageiros do Senhor: Quando a<br />
desobediência e o mau exemplo vêm de cima, isto é, da liderança, o<br />
povo perde a referência espiritual e se perde. Com o tempo, aque-<br />
4. Baldwin (1991:197).<br />
5. Pfeiffer; Harrison (2001:380).<br />
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les que foram separados para ensinar a sabedoria e a vontade de<br />
Deus, deixam de ser vistos como homens de Deus e passam a ser<br />
percebidos como pessoas comuns. Em alguns casos, até inferiores a<br />
líderes seculares. Ao ver esse declínio do sacerdócio em Israel, Malaquias<br />
profetizou afirmativamente: “[O sacerdote] é mensageiro do<br />
Senhor dos Exércitos. E todos deveriam saber isto: a função principal<br />
do sacerdote é instruir conforme a lei moral que é fundamentada na<br />
verdade de Deus.<br />
O povo, porém, reconhece o sacerdote como legítimo mensageiro<br />
de Deus, muito mais pelo viver dele de acordo com a lei que ensina<br />
e por sua real comunhão com Deus. Isto quer dizer que o pastor de<br />
hoje deve viver a palavra e ter o Senhor Jesus Cristo como modelo<br />
de fé e conduta cristã. Jamais o povo deve confundir o pastor com<br />
um empresário, um profissional liberal, um funcionário público. Não!<br />
O pastor fiel é mensageiro divino, é transmissor do pacto eterno, e<br />
como Malaquias, é capaz de esquadrinhar “profundamente os problemas<br />
de hipocrisia, infidelidade, casamentos mistos, divórcio, falso<br />
culto e arrogância.” 6<br />
Pelo exposto acima, se vê que o quanto é importante o ensino<br />
verdadeiro das Escrituras Sagradas para o povo de Deus, o quanto é<br />
fundamental que aqueles que ensinam sejam fiéis a aliança feita por<br />
Deus com seu povo. Se o sacerdote for infiel, o povo o será. “Tal sacerdote,<br />
tal povo!” (cf. Os 4:4 e 9). Por tudo isso, a função sacerdotal<br />
ou pastoral é incrivelmente influente, seja para o bem, seja para o<br />
mal. Se o sacerdote for infiel no ensino da palavra, o povo se perderá;<br />
se for fiél, o povo se achará e será salvo, pois o próprio Deus é<br />
quem falará e se revelará por intermédio do ministro.<br />
1. Leia Ml 2:7a, o item 1 do comentário anterior e responda: Que o<br />
dever de todo sacerdote é apresentado neste texto? Como os<br />
sacerdotes do tempo de Malaquias agiam em relação a isso?<br />
6. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />
42 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
2. Após ler Ml 2:7b, o item 2 do comentário anterior, diga: Qual o papel<br />
que Malaquias concede aos sacerdotes? Quais são as implicações disso?<br />
3. Leia Ml 2:7c, o item 3 do comentário anterior e comente a<br />
expressão: “Para saber o que é direito”.<br />
4. Após ler Ml 2:7d, o item 4 do comentário anterior, responda:<br />
Por que o povo jamais deve confundir o pastor (sacerdote) com um<br />
empresário, um profissional liberal ou um funcionário público? O<br />
que ele é, de fato?<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Esteja consciente: o conhecimento bíblico precisa ser guardado.<br />
Malaquias profetizou: Porque os lábios do sacerdote devem guardar<br />
o conhecimento. Quantos sermões bíblicos você já ouviu? Quantas<br />
Lições Bíblicas já estudou? Quantas palestras bíblicas já escutou?<br />
Quantas vezes você já leu a Bíblia? Seguramente, o Espírito Santo tem<br />
ensinado a você os caminhos de Cristo. Você é um sacerdote (Ap.<br />
1:6; 5:10). Quanto ensinamento já recebeu, hem? Nessa condição, é<br />
seu dever guardar esse conhecimento, ou seja, você deve praticá-lo,<br />
vivenciá-lo, aplicá-lo em sua vida diária. É pecado conhecer e não<br />
praticar (cf. Tg 1:22-25). Guarde o ensino e seja um crente maduro, em<br />
nome de Jesus (Ef 4:11-14).<br />
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5. Com base na primeira aplicação, fale sobre a importância de guardar<br />
o conhecimento bíblico. Como isso pode ser feito?<br />
2. Esteja preparado: a orientação correta precisa ser oferecida.<br />
Malaquias profetizou: ... da sua boca devem os homens procurar a<br />
instrução. De fato, na boca do pastor fiel os salvos acham direção,<br />
caminho seguro. Depois de ter pregado muitos sermões bíblicos,<br />
depois de já ter ministrado muitas Lições Bíblicas, depois de já ter<br />
ensinado muitos temas espirituais, que balanço você faz? De sua<br />
boca, saiu mais ensino que conduzirá os fiéis à vida ou à morte?<br />
Lembre-se: é da língua dos mestres que saem os ensinos certos que<br />
levarão à obediência e às bênçãos ou os ensinos errados que conduzirão<br />
à desobediência e às maldições divinas (cf. Tg 3:1-12; Dt 28).<br />
Portanto, se você prega, ensina ou ministra a palavra, faça-o com<br />
fidelidade e verdade (cf. II Tm 2:5; Tt 1:1).<br />
6. Com base na segunda aplicação, fale sobre a importância de<br />
oferecer orientação correta. Como isso pode ser feito?<br />
3. Esteja disponível: a mensagem divina precisa ser anunciada.<br />
Malaquias profetizou: ... porque ele é mensageiro do Senhor dos<br />
Exércitos. Paulo costumava repetir: “Estou certo!” Ele tinha segurança<br />
no que cria e ensinava. Sabia de quem o tinha recebido. Era<br />
um mensageiro do Senhor! Como sofreu! Mas se dispôs. Atenção: a<br />
verdade de Cristo precisa ser anunciada. Mas como ouvirão, se não<br />
há quem pregue? (Rm 10:14). Você, que há muito tempo conhece a<br />
aliança eterna, por que se calou? Cansou de ensinar? Levante-se, em<br />
nome de Jesus! Disponha-se outra vez. Volte à docência. Você é um<br />
mensageiro do Senhor! Coloque a mensagem de novo em ação, ao<br />
alcance dos crentes, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos<br />
tenho ordenado (Mt 28:20).<br />
44 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
6. Com base na terceira aplicação, fale sobre a importância de anunciar<br />
a mensagem divina. Como isso pode ser feito?<br />
CONCLUSÃO: Está na hora de os verdadeiros sacerdotes, os verdadeiros<br />
pastores, os verdadeiros mestres, os verdadeiros professores do<br />
evangelho de Cristo entrarem em ação, tendo como arma a espada do<br />
Espírito, que é a palavra de Deus (Ef 6:17). A hora é agora! Os ouvintes<br />
estão sedentos e precisam receber a verdadeira instrução, os verdadeiros<br />
conselhos divinos, para que, finalmente, saibam viver de forma que agrade<br />
a Deus. A verdadeira guerra espiritual é esta: a luta da verdade contra<br />
a mentira. Cujo o alicerce da verdade encontra-se numa das promessas<br />
mais robusta de Jesus: ... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará<br />
(Jo 8:32). Ensinar a verdade: é a missão de sua vida, irmão. Amém!<br />
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7<br />
15 MAI 2010<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
46 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Desvio<br />
Hinos sugeridos: BJ 99 – CC 264 / BJ 295 – CC 239<br />
Domingo, 9 de maio .................. Ml 2:8-9<br />
Segunda, 10 ................................. Ex 32:1-8<br />
Terça, 11 ....................................I Re 11:1-11<br />
Quarta, 12 ...................................Lc 8:11-15<br />
Quinta, 13 ...........................Sl 119:117-118<br />
Sexta, 14 ...................................... Mt 18:1-6<br />
Sábado, 15 .................................... Ap 2:1-5<br />
Mostrar ao estudante que,<br />
para evitarmos o caminho<br />
do desvio, devemos ser<br />
ensinadores, comprometidos<br />
e irrepreensíveis na palavra<br />
de Deus.<br />
TEXTO BÁSICO: Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa<br />
instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o<br />
Senhor dos exércitos. (Ml 2:8)<br />
INTRODUÇÃO: Pela Bíblia, aprendemos que, em todos os tempos e lugares,<br />
Deus sempre escolheu e capacitou para liderar seu povo pessoas<br />
que tivessem humildade para reconhecer seus próprios erros e depender<br />
dele exclusivamente, pessoas de responsabilidade e temor para agir em<br />
comprometimento com a sã doutrina, pessoas com fé e paciência para enxergar<br />
e esperar o tempo de Deus, pessoas cuja glória não estivesse em<br />
serem servidas, mas em servir, pessoas que se contentassem com o pouco,<br />
para não dar lugar à tentação da corrupção; pessoas que pregassem o que<br />
vivessem e vivessem o que pregassem, a fim de guiar os outros no caminho<br />
da verdade. É de homens e mulheres assim que a igreja de Deus necessita.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
Visto que, vivemos em meio a uma profunda crise de integridade no<br />
que concerne a vida de muitos líderes religiosos. Os escândalos envolvendo<br />
a vida daqueles que deveriam dar exemplo à sociedade são cada
vez mais frequentes, e têm provocado o afastamento de muitas pessoas<br />
dos caminhos do Senhor. Infelizmente, esta triste realidade não é de hoje.<br />
“Malaquias, profeta dos dias de Neemias, dirige sua mensagem de juízo<br />
a um povo atingido pela corrupção dos sacerdotes, por práticas ímpias e<br />
pelo falso senso de segurança em sua privilegiada relação com Deus”. 1 Por<br />
causa disso, Deus os alertou:<br />
1. Tendes desviado do caminho: Desvio, afastamento, deserção e rebelião<br />
têm o mesmo sentido e aplicam-se perfeitamente ao estudo desta<br />
lição. O sacerdócio era uma vocação santa, que envolvia pureza, responsabilidade,<br />
bom testemunho, zelo e amor. Os olhos da nação estavam dia<br />
e noite sobre os “pormenores” da vida dos sacerdotes; afinal de contas,<br />
eles representavam o povo diante de Deus. Eles eram de fundamental<br />
importância para a sociedade: Porque os lábios do sacerdote devem guardar<br />
o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução,<br />
porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos (Ml 2:7). Porém, havia<br />
algo de errado acontecendo: ... vós vos tendes desviado do caminho (2:8).<br />
Todo sacerdote tinha absoluto conhecimento de como deveria proceder<br />
em seu ministério, contudo, o declínio de tão nobre vocação era<br />
evidente. “Os sacerdotes haviam perdido todo e qualquer respeito pelo<br />
nome de Deus, e em sua avidez só ofereciam sobre o altar animais doentes<br />
e defeituosos”. 2 Estes haviam esquecido de que com Deus não se<br />
brinca! Haviam trocado a honestidade pela injustiça, a vida pela morte, a<br />
luz pelas trevas. Os líderes do povo de Deus não mais se contentavam em<br />
seguir os caminhos do Senhor com fidelidade. O deus deste século lhes<br />
cegou o entendimento (II Co 4:4). Agora, nada mais eram do que meros<br />
cegos guiando a outros para o precipício.<br />
2. Tendes feito tropeçar a muitos: O desvio dos sacerdotes da lei de<br />
Deus culminou no desvio do povo. “Já era terrível os sacerdotes estarem<br />
transgredindo a lei, mas, além disso, estavam levando outros a tropeçar<br />
(Ml 2:8)”. 3 À semelhança do que muito acontece em nossos dias, o veneno<br />
mortífero da mentira destilava dos lábios de quem deveria pronunciar<br />
a palavra de Deus, que é a fonte ilimitada da verdade. Observe a repreensão<br />
de Deus: ... por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos (2:8).<br />
A situação era muito grave. Não se deve, em hipótese alguma, fazer uma<br />
só pessoa tropeçar e se afastar de Deus, porque, ao culpado, melhor lhe<br />
1. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />
2. Idem, p. 323.<br />
3. Wiersbe (2001:593).<br />
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fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse<br />
na profundeza do mar (Mt 18:6).<br />
Querendo ou não, todo líder influencia de forma positiva ou negativa<br />
seus liderados. Cristo deixou isso muito evidente ao afirmar: Porque eu<br />
vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13:15).<br />
Seguindo o mesmo raciocínio, Paulo escreveu a Timóteo: Ninguém despreze<br />
a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no<br />
procedimento, no amor, na fé, na pureza (I Tm 4:12). Precisa-se de exemplos,<br />
aliás, de bons exemplos! Bons exemplos os pastores devem ser; os<br />
professores da Escola Bíblica devem ser; os líderes das crianças, da mocidade,<br />
das senhoras e dos senhores devem ser; bom exemplo é o que<br />
cada cristão, líder ou não, deve ser. Sejamos bons exemplos!<br />
3. Violastes a aliança de Levi: Os levitas, em seus vários ramos, receberam<br />
a incumbência de zelar, exclusivamente, pelas coisas concernentes<br />
ao sacerdócio. É nisso que consiste a aliança proferida em Malaquias 2:5:<br />
Minha aliança com ele foi de vida e paz. Somente os descendentes de Arão<br />
(um ramo dos levitas) podiam ser sacerdotes (Lv 1:5). Os outros ramos<br />
serviam como assistentes, realizando tarefas servis, sujas e difíceis (Nm<br />
18:2-4). 4 Portanto, como sacerdotes ou como auxiliares, os levitas tinham<br />
de zelar, fielmente, pelo pacto que haviam feito com Deus. Nas “cláusulas”<br />
do pacto, havia deveres, tais como: obediência, temor e zelo. Seguir esses<br />
princípios significava vida e paz por parte de Deus (Ml 2:5; Nm 25:12-13).<br />
Entretanto, a aliança de Levi foi violada, diz o Senhor dos exércitos (Ml<br />
2:8). O verbo “violar” significa corromper moralmente (Gn 6:12), destruir<br />
(Ml 3:11). 5 Os sacerdotes haviam se corrompido e tornado em pedaços<br />
a aliança de Levi. “A casta sacerdotal foi criada para servir ao povo, em<br />
questões espirituais, não para servir a si mesma, aumentando riquezas<br />
e praticando prazeres proibidos. Os sacerdotes ‘profanaram’ o culto e a<br />
eles mesmos, violando a legislação mosaica pela qual deveriam ter dirigido<br />
sua vida”. 6 Eles escolheram o caminho mais curto; porém, o mais perigoso<br />
para se promoverem. Muitos imaginam que praticando o pecado<br />
às escondidas, não serão punidos; afinal de contas, ninguém saberá. Mas<br />
Deus tudo vê. Ninguém pode enganá-lo! Deus os punirá.<br />
4. Eu vos fiz desprezíveis: De tudo o que vimos, até aqui, podemos<br />
entender que tais sacerdotes já não mais estavam no nível de representar<br />
4. Champlin (1933:3708).<br />
5. Baldwin (1972:198).<br />
6. Champlin (1933:3708).<br />
48 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
o Deus Santo, pois suas mentes eram más, seus pés caminhavam tortuosamente,<br />
suas mãos eram manchadas de propinas e seus lábios, contaminados<br />
com falsidade. Eles “acrescentaram a perversão do seu ofício como<br />
juízes do povo, aceitando subornos, pisando os pobres e fracos, favorecendo<br />
os ricos e poderosos, dando e aceitando julgamentos falsos nas<br />
cortes, apoiando a causa dos injustos, ignorando as causas justas, aprovando<br />
os maldosos e perseguindo os justos”. 7 Por isso e muito mais, Deus<br />
não somente os desprezou como também os fez desprezíveis (Ml 2:9).<br />
A classe sacerdotal ficou desacreditada perante a sociedade. As pessoas<br />
passaram a entender que os sacerdotes não mais eram dignos de confiança.<br />
Seus nomes estavam “sujos na praça”. Deus nunca vai dar honra<br />
a quem o desonra; nunca beneficiará o injusto e nem promoverá a quem<br />
passa por cima de suas ordens; não elogiará os repreensíveis. Infelizmente,<br />
“estamos vivendo uma crise moral na liderança evangélica brasileira:<br />
pastores caindo em adultério, pastores abandonando a sã doutrina, escândalos<br />
de toda sorte irrompendo dentro das igrejas”. 8 Há muitos pastores<br />
e líderes sérios e zelosos na obra de Deus que merecem crédito. A estes,<br />
Deus não despreza, mas honra, por meio de um ministério frutífero.<br />
Na vida cristã, há uma palavra que merece destaque: cuidado. Todos,<br />
independentemente de sermos líderes ou liderados, de sermos<br />
pastores ou ovelhas, devemos nos acautelar para não nos desviarmos<br />
do caminho. Tomemos o devido cuidado para não sermos o principal<br />
motivo do afastamento das pessoas; para não descumprirmos o compromisso<br />
que fizemos com o nosso Deus, a fim de que tenhamos vida e<br />
paz; para não nos tornarmos desprezíveis a Deus e à sociedade. A vida<br />
dos sacerdotes da geração de Malaquias reflete muito bem a vida de<br />
muitas pessoas da nossa geração. Mas ainda dá para mudar! Ainda é<br />
possível o arrependimento!<br />
1. Leia Ml 2:7 e 8, o primeiro item do comentário anterior e responda:<br />
Por que é certo afirmar que os sacerdotes contemporâneos a<br />
Malaquias se desviaram do caminho?<br />
7. Champlin (1933:3708).<br />
8. Lopes (2006:56).<br />
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2. Leia Mt 18:16, o segundo item do comentário anterior e<br />
comente com a classe as consequências que poderão advir sobre os<br />
responsáveis pelo desvio de pessoas do caminho do Senhor.<br />
3. Após ler o terceiro item do comentário anterior, responda: De que<br />
modo os sacerdotes violaram a aliança de Levi?<br />
4. Leia Ml 2:9, o quarto item do comentário anterior e comente a<br />
expressão: “Eu vos fiz desprezíveis”.<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Para evitamos o caminho do desvio, sejamos ensinadores da palavra.<br />
Os sacerdotes, sem sombra de dúvida, eram exímios conhecedores<br />
da palavra do Senhor; porém, não a ensinavam corretamente. Eles a<br />
usavam não para levar as pessoas ao arrependimento, mas, sim, para se<br />
beneficiar. Eles deturpavam o ensino e ludibriavam o povo. Não incorramos<br />
no mesmo erro! Ensinemos a palavra do Senhor corretamente<br />
e sem segundas intenções! Ensinar a palavra de Deus com motivações<br />
erradas constitui-se um terrível pecado. Se quisermos ver Deus agir nas<br />
pessoas, é necessário que lhes ensinemos a verdade do evangelho.<br />
5. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que não devemos nos<br />
omitir de ensinar a palavra de Deus corretamente?<br />
50 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
2. Para evitarmos o caminho do desvio, sejamos comprometidos<br />
com a palavra.<br />
Os sacerdotes contemporâneos a Malaquias foram responsáveis pelo<br />
afastamento de muita gente dos retos caminhos de Deus. Eles tinham<br />
conhecimento da Palavra e tinham livre acesso a ela, mas faltava-lhes<br />
comprometimento com a mesma. Para eles, importava mais ter dinheiro<br />
(propina) no bolso do que bom nome na praça. É preciso que haja cristãos<br />
comprometidos com a palavra de Deus e com o Deus da palavra;<br />
cristãos que não aceitem nenhum tipo de propina para mudar os rumos<br />
da pregação; cristãos que, antes de obedecer a homens, obedeçam a<br />
Deus. Quem são esses cristãos? Somos nós! Sejamos comprometidos!<br />
6. Leia At 5:29, a segunda aplicação e responda: Que convicção têm os<br />
que são comprometidos com a Palavra?<br />
3. Para evitarmos o caminho do desvio, sejamos irrepreensíveis<br />
na palavra.<br />
... sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor,<br />
na fé, na pureza (I Tm 4:12). Esse é o conselho de um pastor para uma<br />
ovelha e de uma ovelha para um pastor, de um pai (na fé) para um filho,<br />
de um amigo para o outro, de irmão para irmão. Paulo estava alertando<br />
a seu nobre companheiro, Timóteo, a não cair na “mesmice” e a não ficar<br />
preso às cadeias da “teoria”. Ser cristão autêntico não é apenas portar<br />
uma Bíblia nas mãos e ir à igreja, mas é deixar-se levar por ela! É ser um<br />
modelo de vida que agrade a Deus. O que as pessoas têm imaginado ao<br />
olharem para você? O seu nome está limpo na praça? Você ainda está vivendo<br />
da teoria ou praticando o cristianismo autêntico? Fuja do caminho<br />
do desvio. Seja irrepreensível na palavra. Pense nisso.<br />
7. Leia I Tm 4:12, a terceira aplicação e responda: O que é necessário<br />
fazermos para que sejamos cristãos exemplares na sociedade?<br />
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CONCLUSÃO: É possível que, ao estudar esta lição, você tenha se<br />
lembrado de alguma(s) pessoa(s) ou imaginado a si mesmo em algum<br />
período da sua vida. Há muitos beirando o abismo do desvio. Há muitas<br />
pessoas desiludidas por causa dos falsos cristãos, os quais são “péssimos<br />
exemplos” nesta geração. Infelizmente, o “vírus” do descrédito está adoecendo<br />
a muitos. Porém, há uma cura! Há um “antídoto” contra a falta<br />
de princípio e de valores morais: Cristo! Pela sua Palavra é possível haver<br />
firmeza espiritual nas pessoas; é possível haver líderes preocupados em<br />
temer a Deus; é possível haver uma igreja santa, servindo ao Deus santo.<br />
52 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
8<br />
22 MAI 2010<br />
Traição<br />
Hinos sugeridos: BJ 11 – CC 422 / BJ 79 – CC 367<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
Domingo, 16 de maio ................Ml 2:10-14<br />
Segunda, 17 .......................... Ne 13:23-27<br />
Terça, 18 .................................... Gn 2:18-24<br />
Quarta, 19 .....................................Dt 24:1-4<br />
Quinta, 20 .....................................Mt 19:3-9<br />
Sexta, 21 .................................... Pv 2:14-15<br />
Sábado, 22 ................................ Ml 2:15-16<br />
Mostrar ao estudante da<br />
palavra de Deus que, para<br />
o casamento dar certo, é<br />
necessário haver cooperação, é<br />
imprescindível haver vigilância,<br />
e é indispensável haver<br />
lealdade entre o casal.<br />
TEXTO BÁSICO: Pois eu odeio o divórcio e também odeio aquele que<br />
se veste de violência, diz o SENHOR Deus de Israel. Portanto, cuidai de vós<br />
mesmos, diz o Senhor dos exércitos, e não sejais infiéis. (Ml 2:16 – AS21)<br />
INTRODUÇÃO: A ideia de que casamentos não duram para sempre,<br />
já é aceita por grande parte da população atual, com muita naturalidade.<br />
Tanto é verdade que só no Brasil, entre o ano de 1984 e o ano de 2007<br />
o número de divórcios aumentou cerca de 200%, segundo os dados do<br />
IBGE. Lamentavelmente, para cada quatro casamentos, foi registrada uma<br />
dissolução. 1 A instituição divina, chamada família, está em perigo! O que<br />
será que Deus pensa disso? Como ele encara o divórcio? A resposta está<br />
nas páginas das Sagradas Escrituras. O livro do profeta Malaquias, em especial,<br />
traz uma palavra esclarecedora de Deus sobre este assunto.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
Como já temos estudado até aqui, nesta série de lições bíblicas, uma<br />
das marcas dos israelitas da época de Malaquias era a indiferença. Eles<br />
1. Fonte: http://g1.globo.com. Acessado em 20/01/2010.<br />
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haviam perdido o vigor da geração dos seus avós. Adoravam de forma<br />
mecânica. O culto agradava os homens, mas não agradava a Deus. “Por<br />
conseguinte, os alicerces do lar começaram a ruir. O divórcio estava se<br />
tornando cada vez mais comum entre o povo da aliança”. 2 Daí a declaração<br />
mais explícita de Deus com relação ao divórcio (Ml 2:16). É sobre essa<br />
declaração que estudaremos. Fala, Senhor!<br />
1. Eu odeio o divórcio: Malaquias é enfático ao revelar a posição de<br />
Deus sobre o divórcio. Ele foi direto. Sem rodeio algum disse: Pois o Senhor,<br />
o Deus de Israel, diz que odeia o divórcio (Ml 2:16a – BV – grifo<br />
nosso). O verbo “odiar” - no hebraico sane’ -, exprime uma atitude<br />
emocional diante de pessoas e coisas que são combatidas, detestadas,<br />
desprezadas e com as quais não se deseja ter nenhum contato ou relacionamento.<br />
3 Deus odeia o divórcio de verdade! Divórcio é rompimento,<br />
é separação. O divórcio é como um facão que destrói o que Deus uniu. É<br />
a apostasia do amor. Deus o odeia tanto, porque criou o casamento para<br />
ser uma união indissolúvel!<br />
Em seus dias, o profeta Malaquias assistia um desmoronamento do lar<br />
em Israel, com a deterioração dos casamentos. Muitos homens judeus<br />
estavam divorciando-se de suas mulheres judias, e casando-se com mulheres<br />
pagãs: filha de um deus estrangeiro (Ml 2:11). Uma voz de alerta<br />
precisava ser levantada urgentemente. Isto aconteceu. O Senhor, através<br />
de Malaquias, condenou estes divórcios detestáveis, e estes novos casamentos<br />
corruptos no meio do seu povo. Condenou com veemência,<br />
afinal, quando um homem e uma mulher se casam, ele próprio é testemunha<br />
(Ml 2:14). Que ninguém se faça de desentendido diante desse<br />
sério alerta: Deus odeia o divórcio!<br />
2. Eu odeio... aquele que se veste de violência: Na versão Almeida<br />
Revista e Atualizada, esse mesmo texto, diz que Deus odeia aquele que<br />
cobre de violência as suas vestes (Ml 2:16b). Qual a razão de Malaquias<br />
falar de “vestes” e de “violência”? A razão é cultural. No Brasil, por exemplo,<br />
quando um rapaz pede uma moça em casamento, geralmente, ele<br />
coloca um anel de noivado em seu dedo. Todavia, no antigo Israel, o<br />
homem colocava uma ponta de sua veste sobre a mulher (cf. Rt 3:9; Ez<br />
16:8). 4 Amparado por esse contexto cultural, o que Malaquias está dizendo<br />
é que o homem que se divorciava de sua esposa cobria ou vestia de<br />
2. Pape (1982:128).<br />
3. Harris (1998:1484).<br />
4. Wiersbe (2006:597).<br />
54 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
violência a veste que simbolizara o amor. O divórcio é comparado a um<br />
ato de violência!<br />
Nessa época, um fator deixava esse ato mais grave e cruel. Geralmente,<br />
os israelitas se casavam ainda jovens, com suas esposas judias, a esposa<br />
da sua mocidade (Ml 2:15). Mais tarde, quando elas envelheciam e já não<br />
eram tão interessantes, se apaixonavam pelas jovens estrangeiras. Legalmente,<br />
os israelitas podiam ficar com as duas - apesar de a poligamia não<br />
fazer parte do plano original de Deus, era aceita culturalmente; todavia,<br />
por razões econômicas e sociais, na prática, isso se tornava cada vez mais<br />
difícil. 5 Então, o que faziam? Trocavam suas mulheres “velhas”, por outras<br />
mais “novas” e mais belas. 6 Daí a dura repreensão de Deus: Eu odeio o<br />
homem que faz uma coisa tão cruel assim!<br />
3. Portanto, cuidai de vós mesmos: As famílias, e, consequentemente,<br />
todo o povo de Israel, corriam riscos. O verbo “cuidai”, neste texto, exprime<br />
a atenção cuidadosa que se deve ter com as obrigações de uma aliança,<br />
de leis, de estatutos, etc. 7 O casamento é uma aliança de amor, feita,<br />
diante do próprio Deus (Ml 2:14). Sempre que uma aliança é quebrada,<br />
fatalmente, há consequências drásticas para os envolvidos. Cuidai de vós<br />
mesmos, era um alerta necessário! Com o crescente número de divórcios<br />
e com a realidade de novos casamentos mistos, o povo de Deus caminhava<br />
para um precipício, de onde, há pouco tempo haviam saído.<br />
O perigo era evidente. Consideremos por exemplo, a expressão “filha<br />
de um Deus estrangeiro” (Ml 2:11). Esta era a descrição das mulheres, que<br />
os homens israelitas estavam tomando para si como esposas. A situação<br />
era grave. A expressão “Filha de”, significa: “ter o mesmo caráter”. 8 Ou<br />
seja, estas mulheres se pareciam com os seus deuses. Viviam de acordo<br />
com princípios pagãos. E, como o casal teria de chegar a um acordo<br />
para viver feliz, alguém teria de ceder. Na prática, quase sempre, o padrão<br />
menos exigente é o que vence. Neste caso, continuar casando com estas<br />
mulheres era colocar o povo em risco. A apostasia já os levara ao cativeiro<br />
noutros tempos. Era preciso mesmo, muito cuidado: o Senhor eliminará<br />
das tendas de Jacó o homem que fizer isso, seja quem for (Ml 2:12).<br />
4. Não sejais infiéis: Se dermos uma rápida olhada em nossas Bíblias,<br />
no trecho de Malaquias que estamos estudando (2:10-16), veremos que<br />
5. Schökel; Diaz (1991:1251).<br />
6. Champlin (2000:3709).<br />
7. Harris; Archer, Jr.; Waltke (1998:2414).<br />
8. Baldwin (1982:199).<br />
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a palavra “infiel” se repete cinco vezes (cf. vs.10, 11, 14, 15 e 16). Se a sua<br />
Bíblia for a Almeida RC, ao invés de “infiel” você encontrará a palavra<br />
“desleal”. Se for a Almeida RA, você encontrará três vezes a palavra “desleal”<br />
e duas vezes a palavra “infiel”. As duas se encaixam bem aqui. No<br />
texto original hebraico, a palavra que aparece em todos estes versículos<br />
é a mesma: bagad. Ela tem o sentido de “agir traiçoeiramente” ou “agir<br />
enganosamente”. Trata-se de alguém que não honra um acordo. 9 Era<br />
exatamente o que estava acontecendo.<br />
Eles estavam traindo ao Senhor e, consequentemente, traindo-se uns<br />
aos outros (Ml 2:10). A traição aqui era horizontal e vertical. Eles traíam a<br />
Deus e as suas esposas, quando contraiam casamentos com adoradoras<br />
de Deus estranho (Ml 2:11). O versículo 14 diz: ...tu foste desleal, sendo ela<br />
a tua companheira e a mulher da tua aliança. A palavra “companheira”,<br />
neste versículo, é, literalmente, “a que está atada a ti”. 10 Marido e mulher,<br />
por ocasião do casamento, eram “atados” um ao outro pelo próprio Deus.<br />
Dessa maneira, quando o divórcio ocorria, a esposa e Deus eram traídos!<br />
Não havia outra coisa a dizer, senão a dura repreensão: Não sejais infiéis!<br />
Enfim, concluindo esta primeira parte da nossa lição, gostaríamos de<br />
enfatizar, que o divórcio nunca esteve nos planos de Deus. Mesmo sendo<br />
permitido em alguns casos, ele é isso mesmo, “permitido” e não obrigatório.<br />
Foi por causa da dureza do coração humano (Mt 19:3-9). Deus continua<br />
odiando o divórcio! O perdão ainda continua sendo a melhor saída. Finalmente,<br />
alertamos ainda, que não é suficiente censurarmos o ato jurídico<br />
do divórcio, mas, as atitudes que o produzem. 11 O divórcio, só é o ato que<br />
decreta o fim de uma união que não deu certo. Por isso, com base neste<br />
mesmo trecho de Malaquias, veremos no próximo tópico do nosso estudo,<br />
algumas atitudes práticas para evitá-lo e fazer o casamento dar certo.<br />
1. Leia Ml 2:16a e o item 1 do comentário anterior e comente sobre<br />
a posição de Deus com relação ao divórcio? O que significa o<br />
verbo odiar?<br />
9. Harris (1998:148).<br />
10. Coelho Filho (1991:51).<br />
11. Idem, p. 51.<br />
56 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
2. Faça a leitura de Ml 2:16b, do item 2 do comentário e responda:<br />
Qual a razão de Malaquias falar sobre “veste” e “violência”? O que<br />
tornava o divórcio algo tão cruel e grave em sua época?<br />
3. Leia Ml 2:11, 16c, o item 3 do comentário e responda: O que<br />
significa a expressão “filha de”? Por que o alerta sobre o cuidado<br />
era importantíssimo?<br />
4. Faça a leitura de Ml 2:16d, e do item 4 e comente com a classe sobre<br />
a repreensão: Não sejais infiéis.<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE<br />
1. Para o casamento dar certo, é necessário haver cooperação<br />
entre o casal.<br />
Nós já afirmamos anteriormente, que a palavra “companheira”, de Malaquias<br />
2:14, significa “a que está atada a ti”. Este significado é um tanto<br />
quanto revelador e esclarecedor. Tente visualizar a imagem de duas<br />
pessoas atadas uma a outra... O que aconteceria, se cada uma delas resolvesse<br />
andar para um lado? De duas uma: ou a mais forte arrastaria a<br />
mais fraca para o seu lado, ou então não sairiam do lugar. Você já deve<br />
ter entendido onde queremos chegar. Num casamento onde não existe<br />
companheirismo, cooperação; as coisas não andam! Afinal, não há como<br />
mudar o que foi feito: marido e mulher, por ocasião do casamento, são<br />
“atados” um ao outro pelo próprio Deus. Se você quer ver seu casamento<br />
dar certo, coopere!<br />
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5. Por que, para o casamento dar certo, é necessário haver cooperação?<br />
2. Para o casamento dar certo, é indispensável haver vigilância<br />
entre o casal.<br />
Talvez uma das coisas que mais corroem um casamento, seja a falta<br />
de vigilância. Não foi sem razão que, por duas vezes, Deus disse aos esposos<br />
infiéis da época de Malaquias: ...tenham cuidado para que nenhum<br />
de vocês seja infiel (Ml 2:15,16). A falta de cuidado e vigilância coloca<br />
o casal à beira do precipício. Quando o casal não vigia os olhos e os<br />
pensamentos, eles podem olhar e cobiçar o cônjuge alheio. Se o casal<br />
não vigia as palavras, podem dizer palavras que fazem mal aos outros (Ef<br />
4:29 – NTLH). E assim por diante. Por isso, se não quisermos que o nosso<br />
casamento termine da pior maneira: vigiemos! Pequenas atitudes podem<br />
trazer grandes transformações.<br />
6. Por que, para o casamento dar certo, é indispensável haver vigilância?<br />
3. Para o casamento dar certo é imprescindível haver lealdade entre<br />
o casal.<br />
A lealdade é o oposto da traição. A lealdade é o segredo para<br />
manter o casamento saudável. A traição o adoece e mata. A lealdade<br />
preserva a aliança feita diante do Senhor. A traição a profana. A lealdade<br />
mantém a comunhão do casal com Deus. A traição a desfaz. E,<br />
não adianta ao traidor, cobrir o altar do Senhor com lágrimas, choro<br />
e gemidos, porque ele não olha mais para as ofertas, nem as aceita da<br />
vossa mão com prazer (Ml 2:13). Deus prefere obediência em vez de<br />
sacrifícios. O que Deus quer é fidelidade à aliança matrimonial feita<br />
diante dele (Ml 2:14)! Se você quer que o seu casamento dê certo,<br />
seja leal!<br />
58 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
7. Por que, para o casamento dar certo, é imprescindível haver lealdade?<br />
CONCLUSÃO: A pergunta do versículo 14 de Malaquias capítulo 2,<br />
exala hipocrisia. Mesmo diante da realidade dos casamentos mistos e dos<br />
cruéis divórcios, quando iam ao Senhor orar e não eram respondidos, os<br />
judeus tinham a coragem de perguntar: Por quê? Em sua resposta, Deus<br />
trouxe sua reveladora e bombástica opinião sobre o assunto, tão comentada<br />
nesta lição: Eu odeio o divórcio! Não despreze esse sério alerta. Não<br />
há como amenizá-lo. Por isso, ao invés de perguntas e desculpas, é hora<br />
de tomarmos atitudes. Quem sabe Deus não pode usar você para ajudar<br />
alguém que está com o casamento por um fio. Ou, quem sabe Deus não<br />
pode restaurar o seu casamento! Creia: o Deus que é testemunha entre<br />
você e seu cônjuge pode fazer isso. Que assim seja!<br />
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9<br />
29 MAI 2010<br />
LEITURA DIÁRIA<br />
60 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Juízo<br />
Hinos sugeridos: BJ 191 – CC 112 / BJ 369 – HC 442<br />
Domingo, 23 de maio ............... Ml 2:17-3:5<br />
Segunda, 24 ............................... Mt 3:1-12<br />
Terça, 25 ................................... Am 5:18-20<br />
Quarta, 26 .................... Ec 3:17; Mt 25:32<br />
Quinta, 27 ...................... Jo 5:22; At 10:42<br />
Sexta, 28 .....................Rm 14:10; II Tm 4:1<br />
Sábado, 29 ................. I Jo 4:14; Jd 14-15<br />
OBJETIVO<br />
Tornar o estudante da Bíblia<br />
Sagrada consciente de que o<br />
juízo de Deus é uma realidade<br />
do passado, do presente e do<br />
futuro, e nos traz a certeza de<br />
que ele é infalível, imparcial e<br />
imaculado.<br />
TEXTO BÁSICO: ... Eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas<br />
quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando<br />
ele aparecer? (Ml 3:1b-2a).<br />
INTRODUÇÃO: Até aqui, pudemos analisar, com muita sensatez e entusiasmo<br />
em nossas Escolas Bíblicas, vários aspectos que envolveram o<br />
povo de Deus nos dias de Malaquias. Deus falou e o seu povo ouviu<br />
verdades incontestáveis a respeito de afeto, honra, votos, temor, atitude,<br />
ensino, desvio e traição. Nesta lição, teremos a oportunidade de estudar<br />
sobre mais um importante assunto: Juízo. Antes de qualquer coisa,<br />
devemos ter em mente a certeza de que Deus não é mau (Sl 25:7; 27:3;<br />
31:16,19 e 21; 42:8), mas justo. Muitos confundem justiça com maldade.<br />
De fato, a justiça humana não é 100% justa, ao contrário da justiça de<br />
Deus, que é perfeita.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
O versículo 17 do capítulo 2 de Malaquias, expressa perfeitamente o<br />
pensamento de muitos acerca do juízo de Deus: Qualquer que faz o mal
passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde<br />
está o Deus do juízo? O juízo de Deus estava sendo questionado e o Deus<br />
do juízo, acusado de parcialidade e impunidade. “O argumento: considerando<br />
que muitos desfrutam de prosperidade material, embora violando<br />
definidamente a lei moral, se existe um Deus, Ele ao que parece, os<br />
favorece”. 1 Porém, a resposta de Deus a tais acusações, vem em seguida,<br />
por meio de quatro argumentos que “lançam por terra”, qualquer pensamento<br />
que tenta pôr em dúvida, a justiça divina. São eles:<br />
1. Eis que eu envio o meu mensageiro: O mensageiro citado em Malaquias<br />
3:1, refere-se, provavelmente, a João Batista. Podemos comprovar<br />
isso comparando os textos de Ml 4:5 e Mt 11:14. João Batista é o Elias<br />
que havia de vir: Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E,<br />
se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir (Mt 11:13-14 - grifo<br />
nosso). Não devemos imaginar este texto como uma alusão à falsa doutrina<br />
da reencarnação. “A Bíblia explica que João veio no espírito e no<br />
poder de Elias (Lc 1.17) e não como reencarnação de Elias. A identificação<br />
não é corpórea, mas de ministério”. 2 O juízo de Deus estava às portas:<br />
Deus enviaria seu mensageiro!<br />
João Batista viveu para cumprir o chamado de Deus. Ele era o precursor<br />
do Messias, e como tal, pregava a mensagem de arrependimento: Arrependei-vos<br />
porque está próximo o reino dos céus (Mt 3:2). Com esta mensagem,<br />
saía também de seus lábios, a mensagem de juízo: A sua pá, ele tem<br />
na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro,<br />
mas queimará a palha em fogo inextinguível (Mt 3:12). O juízo de Deus<br />
não tarda, pois, a seu tempo, se cumprirá, irrevogavelmente. Não importa<br />
se somos ou não portadores de um nobre cargo na sociedade ou entre o<br />
povo de Deus, jamais conseguiremos fugir do seu julgamento.<br />
2. Mas quem suportará o dia da sua vinda?: Como podemos observar,<br />
no texto de Ml 3:1, o mensageiro viria com o propósito de preparar o caminho<br />
diante do Senhor. Após o mensageiro cumprir a sua missão, seria a vez do<br />
próprio Senhor aparecer. A questão, porém, é: ... quem suportará o dia da sua<br />
vinda? (3:2a). O que teriam imaginado e sentido as pessoas a quem tal pergunta<br />
fora direcionada? Teriam os acusadores de Deus argumentos convincentes<br />
para fugirem dessa dura e terrível realidade? Muitos fariseus e saduceus<br />
tentaram, porém, o que conseguiram nada mais foi do que a repreensão<br />
de João: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? (Mt 3:8b).<br />
1. Pfeiffer; Harrison (2001:382).<br />
2. Lopes (2006:83).<br />
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Na verdade, ninguém poderá suportar o juízo de Deus. Ninguém conseguirá<br />
ficar impune. Não há uma “fórmula mágica” que impeça o pecador<br />
de ser julgado pelos seus pecados. “O profeta Amós diz que o dia do Senhor<br />
será dia de trevas e não de luz para aqueles que esperam o favor de<br />
Deus, mas permanecem em seus pecados (Am 5:18-20)”. 3 Já não nos resta<br />
nenhuma dúvida de que Deus não suporta a parcialidade no julgamento,<br />
muito menos, a impunidade. O próprio Deus será a principal testemunha<br />
contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defraudam<br />
o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o<br />
direito do estrangeiro (Ml 3:5).<br />
3. Porque ele será como o fogo do ourives: O ourives tinha a função de<br />
fundir e purificar o ouro (Is 1:25, 48.10). Nesse processo, as impurezas que<br />
impediam o ouro de mostrar o seu brilho, eram todas, consumidas pelo<br />
fogo. O juízo de Deus destruirá, por completo, todo fragmento pecaminoso<br />
que hoje, impede o ser humano de refletir a sua glória. A semelhança<br />
do ourives, Deus eliminará os “excessos” que há em nós, e nos tornará<br />
mais puros do que o ouro refinado. “O fogo destrói a escória e purifica<br />
o ouro. Esse é um processo doloroso, mas necessário”. 4 E, o fato de Deus<br />
nos colocar na fornalha, não é sinal de seu abandono, mas prova do seu<br />
grande amor por nós: “Ele jamais iria depurar algo imprestável”. 5 Somos<br />
preciosos para ele!<br />
Malaquias alerta: Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e<br />
purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que<br />
tragam ao Senhor ofertas em justiça (3:3 - grifo nosso). Os filhos de Levi<br />
tinham funções importantíssimas no tabernáculo de Deus (Nm 16:8-9).<br />
Mas aqui, observamos uma falha gravíssima em relação as suas ofertas!<br />
Ofertas de justiça é a exigência de Deus para todos. Deus não exigiu dos<br />
filhos de Levi, uma oferta de grande peso financeiro (isso, porém, não nos<br />
isenta da generosidade e responsabilidade financeira para com a obra de<br />
Deus), mas espiritual: eles falharam! Deus promete, através de Malaquias,<br />
que eles seriam purificados como ouro. Estejamos preparados, nós também:<br />
Ele é como fogo do ourives!<br />
4. Chegar-me-ei a vós outros para juízo: O alerta continua! O Senhor<br />
promete ser uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros,<br />
contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em<br />
3. Lopes (2006:84).<br />
4. Idem.<br />
5. Idem.<br />
62 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro (Ml<br />
3:5). Esta é a resposta de Deus a interrogação de Malaquias 2:17: Onde está<br />
o Deus do juízo? O juízo de Deus viria. Como observamos no texto acima,<br />
havia, no meio do povo do Senhor, pessoas completamente corrompidas.<br />
O povo de Deus não é um “paraíso perfeito”, onde todos praticam as virtudes<br />
do amor, longanimidade, mansidão, fé e etc. Existem sim, muitas<br />
pessoas sérias, todavia, há muitos que não o temem.<br />
Deus ama o seu povo e, por essa razão, zelará por sua pureza. Por<br />
amar o seu povo, ele o julgará com justiça. “Alguns crentes possuem um<br />
raciocínio bastante estranho. Presumem que Deus não tolera o pecado<br />
no incrédulo e o condena por isto, mas que faz vista grossa aos pecados<br />
dos crentes”. 6 Devemos lembrar que, por diversas vezes Deus julgou Israel<br />
por seus terríveis pecados, sendo que, para isso, usava, em alguns<br />
casos, nações pagãs. Portanto, não nos admiremos quando Deus decidir<br />
nos julgar, pois assim ele o faz porque nos quer bem: Filho meu, não<br />
desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido;<br />
pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe<br />
por filho (Hb 12:5b-6).<br />
Há muito, o processo de purificação teve o seu início. Não é de hoje que<br />
o Deus do juízo tem “lançado por terra” a muitos homens arrogantes; Deus<br />
os afogou nas águas turvas da sua própria hipocrisia. Diante do Senhor<br />
não há pecados escondidos! Quem poderá se esconder dos olhos do onipresente<br />
Deus? Há muito tempo o precursor do Messias anunciou: Já está<br />
posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom<br />
fruto é cortada e lançada ao fogo (Mt 3:10). Certamente, ninguém gostaria<br />
de ser “cortado” e “lançado ao fogo”. Para que isso não aconteça, necessário<br />
é que haja verdadeiro temor e arrependimento diante de Deus (Mt 3:8).<br />
1. Leia Ml 3:1; 4:5; Mt 3:12; 11:14, o primeiro item do comentário<br />
anterior e responda: Quem é o mensageiro enviado e em que<br />
consiste a sua mensagem?<br />
6. Filho (1994:60).<br />
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2. Após ler Am 5:18-20; Ml 3:2a; Mt 3:8 e o segundo item do comentário<br />
anterior, responda: Por que o dia do Senhor será de trevas e não de<br />
luz para muitos? É possível fugir do julgamento de Deus?<br />
3. Após ler o terceiro item do comentário anterior, comente sobre<br />
a função do ourives. De que modo Deus trabalha no processo de<br />
purificação e restauração do seu povo?<br />
4. Leia Ml 3:5 e o quarto item do comentário anterior e responda: Além<br />
de julgar os ímpios, Deus também julga o seu povo? Por quê?<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. O juízo nos traz a certeza de que Deus é infalível.<br />
Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele<br />
aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros<br />
(Ml 3:2). Este texto não nos deixa dúvida de que o juízo divino é<br />
apenas uma questão de tempo! Deus cumprirá sim, com a sua promessa<br />
de juízo. Portando, as pessoas que se deleitam na prática do adultério, da<br />
corrupção, da feitiçaria, da idolatria, da ira, do homicídio, da maledicência,<br />
etc., serão julgadas por Deus. Isso acontecerá porque Deus não falha<br />
64 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
em suas promessas, mesmo quando estas, se referem ao juízo. Mesmo<br />
que muitos pensem o contrário, o Deus infalível não deixará impunes os<br />
pecadores desta geração.<br />
5. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que podemos ter<br />
certeza de que Deus é infalível?<br />
2. O juízo nos traz a certeza de que Deus é imparcial.<br />
E chegar-me-ei a vós para juízo (Ml 3:5a). Poderá haver injustiças nos<br />
julgamentos humanos, pois somos pecadores e poderemos falhar (I<br />
Jo 1:8). A justiça humana peca por ser parcial, ou seja, age em favorecimento<br />
de uns em detrimento de outros. Mas Deus não age com<br />
parcialidade! Engana-se quem pensa que Deus fará o pai pagar pelos<br />
pecados do filho, ou vice-versa; e que o justo será julgado pelos erros<br />
do injusto (Ez 18:2-4). Deus não favorece classe de pessoas; ele não<br />
favorece a injustiça. Deus não deixará de julgar uma pessoa que vive<br />
na prática do pecado, só porque ela é crente ou líder da igreja. O Deus<br />
imparcial julga a quem merece.<br />
6. Após ler a segunda aplicação, responda: O que significa ser<br />
imparcial? Você acha que o julgamento de Deus é assim?<br />
3. O juízo nos traz a certeza de que Deus é imaculado.<br />
Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos<br />
de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao<br />
Senhor ofertas em justiça (Ml 3:3 - grifo nosso). O julgamento de Deus<br />
é necessário? Sim. Muito necessário. Por quê? Tem como objetivo, não<br />
somente a punição, mas também a pureza dos seus filhos. Deus é essencialmente<br />
santo e deseja que a sua santidade seja uma realidade em<br />
www.portaliap.com | 65
nós, como está escrito: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede<br />
vós também santos em todo o vosso procedimento (I Pe 1:15). Deus quer<br />
nos purificar e nos “moldar” a fim de que, um dia, sejamos semelhantes<br />
a ele: imaculados.<br />
7. Com base na terceira aplicação, responda: Qual o objetivo do juízo<br />
de Deus para o seu povo?<br />
CONCLUSÃO: Após analisarmos os quatro argumentos que confirmam<br />
o juízo divino, pudemos chegar à fundamental conclusão: o juízo<br />
nos traz a certeza de que Deus é infalível, imparcial e imaculado. Tal<br />
conclusão é imprescindível para todo servo de Cristo, pois mostra que o<br />
nosso Deus não abandonou o mundo à sua própria sorte, mas julga os<br />
“maus” e se preocupa em nos conduzir a uma vida de santidade. É inevitável<br />
as pessoas ouvirem falar de juízo e não terem medo, pois a imagem<br />
que nos vem à cabeça é a de que se trata somente de algo punitivo. Porém,<br />
o julgamento de Deus nem sempre destrói, mas purifica e dá uma<br />
nova chance ao pecador (Ml 3:3).<br />
66 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
10<br />
5 JUN 2010<br />
Volta<br />
Hinos sugeridos: BJ 317 – HC 77 / BJ 116 – CC 270<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
Domingo, 30 de maio .................... Ml 3:6-7<br />
Segunda, 31 ............................ Lm 3:17-22<br />
Terça, 1 de junho .................. I Pe 2:22-25<br />
Quarta, 2 ...................................... Jl 2:11-15<br />
Quinta, 3 ................................ Sl 6:4; 26:157<br />
Sexta, 4 .................................Sl 80:14; 86:16<br />
Sábado, 5 ........................Sl 90:13, 119:132<br />
Ensinar ao estudante da Bíblia<br />
Sagrada que, quando tomamos<br />
a atitude de voltar para<br />
o caminho do Senhor, somos<br />
libertos da desobediência,<br />
prevenidos da dissimulação e<br />
livres do distanciamento.<br />
TEXTO BÁSICO: Desde o tempo dos seus antepassados vocês se desviaram<br />
dos meus decretos e não lhes obedeceram. Voltem para mim e eu<br />
voltarei para vocês, diz o SENHOR dos Exércitos. (Ml 3:7a – NVI)<br />
INTRODUÇÃO: Desde os tempos de Moisés, o povo hebreu já demonstrava<br />
profunda ingratidão para com Deus. Este fez tudo por eles, mas ainda<br />
assim, parecia não ser suficiente! A libertação do domínio egípcio, a mirabolante<br />
travessia do Mar Vermelho, a incrível derrota do exército de Faraó e o<br />
maná “celestial” não evitaram a dureza de coração e a rebeldia de um povo<br />
que tinha à sua direção, o Deus invencível. O privilégio de ser a fiel testemunha<br />
das proezas de Deus, não deu a este povo, o prazer de ser o fiel adorador.<br />
Eles tiveram a insensata ousadia de provocar ao Senhor ao fazer e adorar<br />
um bezerro de ouro no deserto (Ex 32:3-4). Contudo, o Senhor não apenas<br />
se portou a ele com juízo, mas também com misericórdia! (Nm 21:6-9).<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
Ao lermos o texto de Malaquias 2:8, constatamos que a repreensão do<br />
Senhor se destinava aos sacerdotes que haviam quebrado a aliança de<br />
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Levi. Ao examinarmos, porém, os versículos 5 a 7 do capítulo 3, veremos<br />
que, dessa vez, a repreensão de Deus se estende, não somente aos sacerdotes,<br />
mas também, à nação hebraica. Os graves pecados de outrora,<br />
estavam sendo cometidos incessantemente. Os mesmos erros cometidos<br />
perante Moisés eram cometidos perante Malaquias (3:7). O desvio era<br />
uma realidade presente e deveria fazer parte do passado daquela geração,<br />
sendo que a volta do povo para a comunhão com Deus precisava<br />
ser imediata. Por causa disso, o Senhor falou as seguintes palavras por<br />
meio do profeta.<br />
1. De fato, eu, o Senhor, não mudo: Consideremos dois aspectos<br />
da imutabilidade de Deus: Em primeiro lugar, Deus não muda em sua<br />
justiça. Um erro gravíssimo seria imaginar que Deus deixaria impunes os<br />
pecadores daquela geração rebelde. Observe o texto: Chegar-me-ei a vós<br />
outros para juízo (3:5a). Deus estava se referindo àqueles que praticavam<br />
a feitiçaria, o adultério, a falsidade, o furto, a opressão e a corrupção.<br />
Estes não temiam ao Senhor e “achavam que Deus era como eles e que<br />
faria vista grossa para o pecado, deixando de julgá-los por transgredir<br />
sua lei”. 1 É tolice imaginarmos que ao cometermos pecado, não enfrentaremos<br />
suas consequências. É tolice “brincar de pecar”, pois pecado não<br />
é brincadeira, mas morte. Deus sempre será justo.<br />
Em segundo lugar, Deus não muda em sua misericórdia. Uma mãe<br />
que ama a seu filho, muitas vezes o disciplina porque sabe que se assim<br />
não fizer, poderá um dia, perdê-lo para sempre. Ela o disciplina, mas<br />
também lhe dá amor. Deus nos ama e nos dá uma segunda chance. O<br />
povo pecou, mas Deus quis mudar a sua história; o povo se afastou de<br />
Deus, mas ele o quis de volta. “A imutabilidade divina é a causa de não<br />
sermos destruídos. Se Deus nos tratasse segundo os nossos pecados,<br />
estaríamos arruinados”. 2 Portanto, se hoje você teve a oportunidade de<br />
conversar com as pessoas que você ama, saiba que não foi por merecimento<br />
próprio, mas por misericórdia divina, porque as suas misericórdias<br />
não têm fim (Lm 3:22b).<br />
2. Vocês se desviaram dos meus decretos: Depois de declarar a sua<br />
imutabilidade, pela qual os filhos de Jacó, os descendentes de Abraão,<br />
não haviam sido consumidos, Deus traz à tona o principal erro deles:<br />
... se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram (v.7). Observe<br />
que na primeira parte do versículo 6, Deus mostra a sua inteira fidelida-<br />
1. Wiersbe (2001:601).<br />
2. Lopes (2006:91).<br />
68 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
de: De fato, eu, o Senhor, não mudo. Porém, no versículo 7, Deus mostra<br />
a infidelidade do seu povo. “As ordenanças transgredidas referiamse<br />
especificamente à mordomia do dízimo e das chamadas ofertas<br />
alçadas”. 3 Sem dúvida, há uma relação muito forte entre os versículos<br />
7 e 8 de Malaquias capítulo 3. Muitos estavam tomando posse daquilo<br />
que ao Senhor pertencia.<br />
O pecado da infidelidade tornara-se uma espécie de “círculo vicioso”<br />
em que era ensinado de pai para filho; de geração para geração. Infelizmente,<br />
este pecado persiste no meio do povo de Deus da atualidade.<br />
É muito triste, porém, correto afirmar que as duras palavras descritas<br />
no texto de Malaquias 3:8, se aplicam a milhares de cristãos em todo o<br />
mundo. A infidelidade que estava incomodando a Malaquias, hoje continua<br />
a incomodar milhares de pastores em diversas igrejas. Se você é<br />
um oponente do pecado da infidelidade, certamente se sentirá amargamente<br />
incomodado com tamanho erro. Que o Espírito Santo continue a<br />
“incomodar” os nossos corações a fim de não nos conformarmos com a<br />
desobediência aos decretos de Deus.<br />
3. Voltem para mim: Embora tenha recebido a repreensão de Deus<br />
por ter se desviado dos seus decretos (v.7), o povo podia contar com a<br />
sua misericórdia, a qual lhe concedia uma nova oportunidade de mudar<br />
os rumos do seu futuro. Disse Deus: Voltem para mim... (v.7a). O verbo<br />
“(shûb) voltar-se, retornar”, 4 “combina em si os dois requisitos do arrependimento:<br />
desviar-se do mal e voltar-se para o bem”. 5 Voltar-se para<br />
Deus envolve uma radical mudança de vida. É necessário quebrantamento,<br />
arrependimento, humildade para reconhecer os erros cometidos e<br />
força de vontade para acertar novamente. “O povo quis saber ‘como voltar’.<br />
A resposta foi: ‘Abandone seus pecados e caminhos ímpios’. Havia<br />
necessidade urgente de uma reforma moral e espiritual”. 6<br />
Malaquias tinha a “visão” de Deus e sabia que o povo precisava se<br />
arrepender urgentemente dos seus delitos e pecados. Este, porém, pensava<br />
o contrário: Em que havemos de tornar? (v.7c). O povo achava que a<br />
sua condição espiritual estava boa. “Pior que o pecado é a inconseqüência<br />
de achar que não se está em pecado”. 7 Quando uma pessoa chega a<br />
3. Pfeiffer; Harrison (1986:383).<br />
4. Harris (1916:1532).<br />
5. Idem, p. 1532.<br />
6. Champlin (1933:3710).<br />
7. Coelho Filho (1988:67).<br />
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esse ponto, ela começa a imaginar que não há nada demais em receber<br />
propina para prejudicar os outros, em praticar o adultério, a fornicação, a<br />
sonegação dos dízimos etc. Mas à semelhança daquela época, hoje Deus<br />
também confronta o pecador com a santa palavra. Aquilo que é pecado,<br />
sempre será pecado. Não há meio termo: ou nos voltamos para Deus, ou<br />
morreremos sem ele.<br />
4. E eu voltarei para vocês: Quando Deus falou: Voltem para mim e<br />
eu voltarei para vocês (3:7), ele estava diretamente afirmando que havia<br />
uma distância relacional entre ele e seu povo. Uma inconsequente ação<br />
produzirá uma brusca reação. Os nossos pecados nos separam de Deus,<br />
pois ele é santo e não compactua com o erro. Isaías afirmou isso ao dizer:<br />
Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os<br />
vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça<br />
(Is 59:2). Deus mudará sua atitude se o ser humano mudar a dele. Deus<br />
terá comunhão conosco se buscarmos fervorosamente tal comunhão.<br />
Ele nos honrará quando o honrarmos.<br />
Deus verdadeiramente nos ama e quem ama, verdadeiramente perdoa!<br />
“Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por<br />
baixas. Não podemos fazer nada para Deus nos amar mais nem deixar<br />
de fazer nada para Deus nos amar menos”. 8 Os seus braços estão abertos<br />
para receberem os “filhos pródigos” e os seus pés correm à beira do caminho<br />
a esperá-los. Mesmo que o pecado interrompa a nossa comunhão<br />
com Deus, não poderá, jamais, impedi-lo de se preocupar conosco. O<br />
Senhor voltará a nos abençoar, a nos guiar, a caminhar ao nosso lado e a<br />
nos aceitar no seu santo monte, quando, com todo o nosso coração, nos<br />
achegarmos a ele.<br />
Não podemos ouvir a voz do profeta Malaquias, mas podemos sentir<br />
a voz de Deus ecoar aos nossos corações por meio da sua palavra. A<br />
mensagem do evangelho traspassou a barreira do tempo e com uma<br />
precisão incalculável, aplicou-se perfeitamente à nossa realidade. Deus<br />
falou aos sacerdotes, aos profetas e à nação. Hoje, porém, ele pode<br />
estar falando exclusivamente para você. Deus lhe chama ao arrependimento,<br />
à fidelidade e a certeza de que ele nunca mudará em sua justiça<br />
nem em sua misericórdia. Portanto, não cometa o grave erro de ser<br />
apenas um mero ouvinte. Seja, porém, um fiel praticante da palavra do<br />
Deus imutável.<br />
8. Lopes (2006:90).<br />
70 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
1. Leia Ml 3:6, o primeiro item do comentário anterior, e comente com a<br />
classe sobre os dois aspectos da imutabilidade de Deus.<br />
2. Leia o segundo item do comentário anterior e responda: Que relação<br />
há entre os versículos 7 e 8 de Malaquias 3? Quais as consequências<br />
da infidelidade para com Deus?<br />
3. Após ler Ml 3:7b e o terceiro item do comentário anterior, responda:<br />
Que atitude precisava o povo de Deus tomar urgentemente?<br />
4. Leia o quarto item do comentário anterior e comente a expressão: E<br />
eu voltarei para vocês.<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Voltar para o caminho do Senhor nos liberta da desobediência.<br />
...Vocês se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram (Ml<br />
3:7). É evidente que todos nós pecamos (I Jo 1:8). Todos nós estamos<br />
ligados à natureza pecaminosa. Paulo confirmou isso da seguinte maneira:<br />
...porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço<br />
(Rm 7:15b). Mesmo ligados, por natureza, ao pecado, não mais somos<br />
dominados por ele, pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto<br />
não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14). É possível sim,<br />
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sermos livres da desobediência; é possível não mais sermos dominados<br />
pelos pecados de outrora. Estejamos certos de que voltar-se para Deus é<br />
garantia de liberdade.<br />
5. Leia Rm 6:14; a primeira aplicação, e responda: De que modo<br />
poderemos ser libertos da desobediência?<br />
2. Voltar para o caminho do Senhor nos previne da dissimulação.<br />
...Em que havemos de tornar? (Ml 3:7). As pessoas furtam, matam, roubam,<br />
corrompem, e quando são flagradas em seus próprios atos profanos,<br />
dizem: “o que eu fiz? eu não fiz nada!”. Chega de farsa! Deixemos<br />
de lado a “mania” de querer ocultar os nossos erros diante de Deus.<br />
Sejamos coerentes e, com humildade, reconheçamos os nossos pecados<br />
antes que seja tarde demais! Voltemo-nos para o Senhor e obedeçamos<br />
a sua palavra que diz: Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante,<br />
purificai os corações. Senti as vossas misérias, lamentai e chorai<br />
(Tg 4:8b-9a). Dessa maneira, procede todo aquele que verdadeiramente<br />
volta-se para Deus.<br />
6. Leia Tg 4:7 e 8, a segunda aplicação, e responda: De que modo<br />
a volta para o Senhor pode nos prevenir da dissimulação?<br />
3. Voltar para o caminho do Senhor nos livra do distanciamento.<br />
...Voltem para mim e eu voltarei para vocês, diz o Senhor dos Exércitos<br />
(Ml 3:7). É demasiadamente desconfortante estar distante de quem se<br />
ama. Porém, pior do que a distância das pessoas que amamos, é a distância<br />
de Deus. Os nossos próprios pecados nos afastam dele (Is 59:2), ou<br />
seja, nós somos os provocadores do distanciamento, não Deus. Contudo,<br />
todos que estão distantes do Senhor, por alguma razão, independentemente<br />
de raça, cor, idade, sexo, posição social, etc., poderão novamente<br />
usufruir da comunhão com ele. Como? Voltando aos seus caminhos.<br />
72 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
Quando tomarmos tal atitude com todo o desejo do nosso coração, ele<br />
também se voltará para nós. Louvado seja o Senhor!<br />
7. Leia a terceira aplicação e responda: Você acha ruim ficar longe das<br />
pessoas que ama? Qual a pior das distâncias e como acabar com ela?<br />
CONCLUSÃO: Qual é a sua situação? Porventura, você se encontra<br />
distanciado de Deus por desobedecer aos estatutos estabelecidos por<br />
ele? Será que você está sofrendo as conseqüências dos pecados antes<br />
cometidos e se encontra estarrecido porque as coisas parecem se complicar<br />
ainda mais para você? Então, tome agora mesmo uma urgente<br />
atitude: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos<br />
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso<br />
e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas (Mt<br />
11.28,29 – grifo nosso). Em Cristo, haverá sempre uma saída para você.<br />
Volte para o Senhor. Ele está a sua espera.<br />
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11<br />
12 JUN 2010<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
74 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Roubo<br />
Hinos sugeridos: BJ 383 – CC 344 / BJ 315 – CC 296<br />
Domingo, 6 de junho ..................... Ml 2:8-18<br />
Segunda, 7 .........................Pv 11:24; 21:13<br />
Terça, 8 .....................................Ne 13:10-14<br />
Quarta, 9 ....................................At 5:1-1-16<br />
Quinta, 10 ..........................Gn 14:20; 28:22<br />
Sexta, 11 .....................Ml 3:10; Mt 23:235<br />
Sábado, 12 ...................II Co 8:7-14, 9:6-9<br />
Mostrar quais são as<br />
orientações da palavra de<br />
Deus sobre a entrega dos<br />
dízimos.<br />
TEXTO BÁSICO: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e<br />
dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. (Ml 3:8)<br />
INTRODUÇÃO: Um dos roubos mais famosos da história aconteceu<br />
no dia 8 de agosto de 1963 – há mais de 45 anos – e envolveu 16<br />
pessoas de um condado da Inglaterra. 1 Dentre essas pessoas, estava o<br />
britânico Ronald Biggs, que se tornou mundialmente famoso por ter se<br />
refugiado no Brasil, por mais de 35 anos. Na ação, o bando levou de<br />
um trem postal a incrível quantia de 2.631.784 de libras esterlinas em<br />
notas miúdas - hoje em dia, o equivalente a cerca de 92 milhões de<br />
reais! 2 Roubo é o assunto desta lição. Mas não se trata de um roubo<br />
qualquer. É mais grave do que o feito contra o trem pagador. Vejamos<br />
que roubo é esse.<br />
1. Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_124175. < Acessado<br />
em 05/02/2010.<br />
2. Fonte: http://veja.abril.com.br/agencias/afp/veja-afp/detail/2009-08-17-495521.<br />
< Acessado em 05/02/2010.
I. FALA, SENHOR!<br />
O livro de Malaquias é o livro das perguntas. Nele, existem vinte e<br />
seis perguntas (Ml 1:2,6-10,13, 2:10,14-15,17, 3:2,7-8,13-14). Só não<br />
estão presentes no capítulo quatro. Das vinte e seis, onze foram feitas<br />
por Deus, nove pelo povo e seis pelo profeta. As perguntas de Deus<br />
são sempre incisivas, honestas e profundas. As do profeta seguem<br />
nesta direção. Já as do povo, são absurdamente cínicas e irônicas. Mas<br />
vamos, agora, voltar nossa atenção para uma das perguntas divinas.<br />
1. Roubará o homem a Deus?: Se esta não fosse uma pergunta<br />
divina, diríamos, sem titubear, que é uma pergunta sem sentido. Parece-nos<br />
impossível a criatura poder roubar o Criador. Mas ela não só<br />
pode roubá-lo, como rouba. Deus não acusa, mas afirma, sem rodeio<br />
algum, que o seu próprio povo o rouba: Vós me roubais (Ml 3:8b). Ele<br />
o rouba nos dízimos e nas ofertas (Ml 3:8c). O termo hebraico para<br />
“roubais” (qaba ̀) tem a ideia de “tomar à força”. Ele é usado de novo<br />
apenas em Pv 22:23, no contexto de uma agressão ao pobre. Isso nos<br />
mostra que se trata de um ato violento.<br />
Mas isso não é tudo. Alguns eruditos modernos pensam em mudar<br />
(e alguns mudam) as consoantes do verbo qaba` (roubar) de lugar<br />
para obterem o verbo `aqab (suplantar), de cuja raiz é formado o<br />
nome “Jacó” (Ya ̀aqob), que significa “suplantador” (Ml 1:2, 2:2, 3:6). A<br />
Bíblia de Jerusalém concorda 3 com essa alteração, mas não adota no<br />
lugar do verbo “roubar” o verbo “suplantar”. Ela optou por um verbo<br />
sinônimo: “enganar”. É bem atraente, “o jogo de palavras como nome<br />
Jacó, mas o texto hebraico tem como vantagem uma franqueza que<br />
soa real, e deve ser conservado” 4 .<br />
2. Com maldição sois amaldiçoados: Em Ml 1:14, Deus amaldiçoa<br />
o enganador, que lhe prometeu um animal perfeito do seu rebanho,<br />
mas lhe ofereceu um animal defeituoso. Em Ml 2:2, Deus garante que<br />
amaldiçoará terrivelmente os sacerdotes que não obedecerem aos seus<br />
mandamentos e não honrarem o seu nome. Agora, em Ml 3:9, Deus<br />
declara que amaldiçoou a nação toda por causa do roubo dos dízimos<br />
e das ofertas. “Insurgir-se contra Deus e violar as suas leis trazem mal-<br />
3. Ver nota de rodapé desse texto na Bíblia de Jerusalém.<br />
4. Baldwin (1982:206).<br />
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dição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade”, 5 nem ignora<br />
a desobediência. Isso é assim desde o princípio (Gn 3:14-19).<br />
Quando houve aquele terrível terremoto no Haiti, houve quem dissesse<br />
que o desastre que matou milhares de pessoas era resultado<br />
de uma maldição divina, uma vez que os haitianos são praticantes de<br />
religiões africanas. Um bispo do país, então, se manifestou dizendo:<br />
“Nossa desolação não é uma maldição divina”. 6 Destacou que o desastre<br />
foi provocado por um fenômeno natural. Mas o mesmo não se<br />
pode dizer sobre o que ocorre com a nação de Israel. A tragédia que<br />
se abateu sobre os filhos de Israel do tempo de Malaquias não foi um<br />
fenômeno natural, foi uma maldição divina. O próprio Deus deixou<br />
isso muito claro. A causa da maldição? Desobediência!<br />
3. Trazei todos os dízimos: Aqui, há uma ordem clara da parte<br />
Deus para todo o povo: Trazei todos os dízimos. O que essa expressão<br />
sugere? Sugere que algumas pessoas haviam deixado de trazer os<br />
dízimos. Mas não apenas isso. O “hebraico também pode ser traduzido<br />
como o ‘dízimo inteiro’, o que significa que o povo estava retendo<br />
uma parte do que deveria ser trazido” 7 . O povo, na verdade, fingia<br />
conformar-se a lei oferecendo alguns dízimos à casa do Tesouro, mas<br />
não todos os exigidos pela lei (Lv 27:30). Deus diz que os dízimos<br />
devem ser trazidos à casa do Tesouro para que haja mantimento na<br />
sua casa.<br />
Os dízimos forneciam o sustento daqueles que trabalham no templo.<br />
Quando não eram trazidos, eles não tinham outra opção senão<br />
desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura. E os<br />
diversos deveres que eram de responsabilidade deles deixavam de ser<br />
executados. Isso já havia ocorrido num passado recente. Na época de<br />
Neemias, os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido<br />
cada um para o seu campo (Ne 13:10b) porque os dízimos não estavam<br />
sendo entregues como deveriam.<br />
4. E provai-me nisto: Deus afirma que, se o povo parasse de roubálo,<br />
tudo mudaria. Ele chega a chamar o seu povo a fazer um teste dele!<br />
O que mudaria, se o povo mudasse? Se o povo parasse de roubá-lo, a<br />
seca acabaria. Ele abriria as janelas do céu, não para julgar e destruir<br />
(Gn 7:11; Is 24:18), mas para abençoar sem medida, isto é, até não ha-<br />
5. Lopes (2006:103).<br />
6. Fonte: http://www.zenit.org/article-23976?|=portuguese < Acessado em 05/02/2010.<br />
7. Davidson (1997:937).<br />
76 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
ver mais qualquer necessidade. Essa é, literalmente, uma promessa de<br />
chuva. Se o povo parasse de roubá-lo, os campos voltariam a produzir.<br />
Ele repreenderia o devorador, o inimigo da colheita, provavelmente<br />
um tipo de gafanhoto (Jl 1:4).<br />
Mas ainda tem mais. Se o povo parasse de roubá-lo, a vide, a mais importante<br />
das árvores frutíferas, voltaria a produzir sem falhar. O retorno<br />
dos filhos de Israel do cativeiro produziu um grande impacto sobre as<br />
nações gentias. Entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito<br />
por eles (Sl 126:2). Isso poderia acontecer novamente. Quando as nações<br />
circunvizinhas vissem a prosperidade que viria depois da liberalidade do<br />
povo para com Deus, elas concluirão, acertadamente, que foi a mão do<br />
Senhor que abençoou o povo. É por isso que Deus diz: todas as nações vos<br />
chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa (Ml 3:12).<br />
O que todas essas ações de Deus mostram? Seu senhorio na natureza.<br />
A Bíblia faz questão de frisar que Deus é Senhor da criação, do<br />
tempo e do clima (I Sm 12:18; Jó 37:10; Dt 11:17; Is 5:6; Jr 10:13). Por<br />
ser ele grande em força e forte em poder (Is 40:26b), pode se utilizar do<br />
clima, na hora que quiser e do modo que quiser, para mostrar a todas<br />
as nações da terra tanto o seu favor (Dt 11:14; Jl 2:23; At 14:17) quanto<br />
o seu juízo (Êx 9:23; Js 10:11; I Sm 7:10). Sem dúvida, “todos os poderes<br />
da natureza testemunham a existência de um poder soberano no<br />
Deus da natureza, de quem se originam e de quem dependem”. 8<br />
1. Leia Ml 3:8, o item 1 e responda: Qual a ideia do termo hebraico<br />
para “roubais”?<br />
2. Leia Ml 3:9, o item 2 e explique o que Deus fez com aqueles que<br />
o roubavam.<br />
3. Leia Ml 3:10, o item 3 e responda: Como explicar a expressão<br />
“trazei todos os dízimos”?<br />
8. Henry (2008:158).<br />
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4. Leia Ml 3:10b,11, o item 4 e responda: O que Deus fará, se o seu<br />
povo parar de roubá-lo nos dízimos e nas ofertas?<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Jamais retenha o dízimo!<br />
Vamos voltar à ordem de Deus: Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro.<br />
Atente apenas para o verbo “trazei”. Ele está no plural: “trazei vós”.<br />
Isto quer dizer que a ordem é para todos que fazem parte do povo de<br />
Deus. Você faz parte do povo de Deus? Então, essa ordem é para você.<br />
Essa é uma ordem contra a retenção, porque “trazei” é o mesmo que<br />
“transportai para cá” ou “encaminhai para cá”. “Reter” é prender, é guardar,<br />
é manter firmemente em seu próprio poder o que não lhe pertence.<br />
O dízimo não é seu: é do seu Senhor (Lv 27:30). Não é certo ficar com o<br />
que é dos outros. Você sabe disso. Então, vamos, faça logo o que Deus<br />
manda fazer: leve-o, ainda hoje, para ele!<br />
5. Leia a primeira aplicação e responda: O que se pode dizer sobre o<br />
verbo “trazei”, que aparece no início de Ml 3:10?<br />
2. Jamais subtraia o dízimo!<br />
A ordem de Deus é para trazer não alguns, mas todos os dízimos. Talvez<br />
você já saiba disso, mas sempre vale a pena lembrar: a palavra dízimo<br />
significa dez por cento de alguma coisa ou de algum valor. Foi o próprio<br />
Deus quem determinou este percentual. Deus não está aberto para negociar<br />
este percentual. Ele exige que seja entregue em sua totalidade,<br />
não uma parte dele, e de uma só vez, não em várias vezes. Desta forma,<br />
você não pode e não deve usar alguma parte desse percentual em be-<br />
78 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
nefício próprio ou em benefício de outrem. “A subtração do dízimo é<br />
vista como uma violência contra [Deus]” 9 . Que o seu dízimo seja sempre<br />
inteiro e que seja sempre de tudo o que você ganha!<br />
6. Leia a segunda aplicação e responda: Quando é que subtraímos o<br />
dízimo do Senhor?<br />
3. Jamais administre o dízimo!<br />
Deus não institui apenas o dever e o valor da entrega dos dízimos. Ele<br />
também institui o local da entrega: a casa do Tesouro. Esta expressão designava<br />
os celeiros ou armazéns onde os dízimos eram guardados. O que isto<br />
quer dizer? Quer dizer, entre outras coisas, que outros devem administrar<br />
o que pertence ao Senhor, e não você. Você não é chamado a administrar<br />
o dízimo, mas a devolvê-lo, integralmente, ao seu legítimo dono, como ele<br />
manda e onde ele manda. E se não o administrarem responsavelmente?<br />
Terão, certamente, que prestar contas ao Senhor do dízimo.<br />
7. O que a expressão casa do Tesouro quer dizer, na prática, para<br />
aquele que tem a obrigação de entregar o dízimo ao Senhor?<br />
Leia a terceira aplicação.<br />
CONCLUSÃO: Entregue o dízimo! Mas não entregue o dízimo pensando<br />
no que vai receber. Entregue o dízimo porque você ama a Deus,<br />
porque você lhe obedece, porque você lhe é agradecido, porque você<br />
não quer ver a casa dele desamparada, porque você concorda que digno<br />
é o obreiro do seu salário (I Rm 5:8). Entregue o dízimo porque você não<br />
ama o dinheiro (I Tm 6:10), porque você sabe que mais bem-aventurado é<br />
entregar do que receber (At 20:35), porque você tem sido abençoado com<br />
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3b).<br />
9. Coelho Filho (1994:67).<br />
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12<br />
19 JUN 2010<br />
LEITURA DIÁRIA<br />
80 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010<br />
Triunfo<br />
Hinos sugeridos: BJ 312 – HC 212 / BJ 292 – SH 599<br />
Domingo, 13 de junho ......................Ml 4:1-3<br />
Segunda, 14 ..........................Dn 12:2; Mt 3:12<br />
Terça, 15 ....................................Jo 3:36; I Ts 5:30<br />
Quarta, 16 ............... Mt 7:23; 8:12; 25:41-46<br />
Quinta, 17 ....................................Ap 20:15; 21:8<br />
Sexta, 18 ...........................................Mt 25:31-40<br />
Sábado, 19 ....................................Ap 21:1-4, 22<br />
OBJETIVO<br />
Levar o estudante da Bíblia a<br />
entender que, no juízo final,<br />
o triunfo do servo de Deus<br />
será purificante, exultante e<br />
completo.<br />
TEXTO BÁSICO: Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo<br />
das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o<br />
SENHOR dos Exércitos. (Ml 4:3)<br />
INTRODUÇÃO: O justo servia a Deus, estudava a lei, sacrificava, dizimava<br />
e, ainda assim, passava por dificuldades, enquanto o perverso<br />
não fazia nada disso e “prosperava”. Logo, não havia valor algum em<br />
ser fiel e, não valia a pena servir a Deus. Essa era a lógica insana usada<br />
pelos judeus nos dias de Malaquias. Diziam: É inútil servir a Deus (Ml<br />
3:14). “Não há vantagem alguma nisso” é o que pensavam. Na verdade,<br />
buscavam os favores de Deus e não a Deus. “A religião deles era<br />
um negócio, uma barganha”. 1 Para Deus, aquilo foi uma afronta (Ml<br />
3:13). Por isso, o profeta veio mostrar que eles estavam equivocados,<br />
pois, da maneira certa e no momento certo, o justo triunfaria.<br />
1. Lopes (2006:112).
I. FALA, SENHOR!<br />
Há três questões importantes que devemos considerar. 2 Primeiro: O<br />
Senhor merece o nosso amor pelo que é e não pelo que pode nos dar.<br />
Segundo: A situação presente é transitória e ilusória. Terceiro: A gente<br />
deve olhar para vida na perspectiva da eternidade, pois, se esperamos<br />
em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens<br />
(I Co 15:19). Uma coisa é inevitável. Um dia, todo ser humano terá de<br />
comparecer diante de Deus para prestar contas com ele. Ali, veremos a<br />
diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o<br />
serve (Ml 3:18). Nesse dia, o justo triunfará. Como será isso? Deixemos<br />
que Deus nos fale, através de Malaquias 4:1-3.<br />
1. Pois eis que vem o dia: O último capítulo do livro de Malaquias<br />
começa da seguinte forma: ...vem o dia e arde como fornalha; todos os<br />
soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho... (Ml<br />
4:1a). Essas palavras não são apenas um alerta aos homens, mas também<br />
uma garantia do triunfo dos servos de Deus. Na Nova Versão Internacional,<br />
esse texto está assim: Pois certamente vem o dia (...) diz o Senhor dos<br />
Exércitos. Podemos ter convicção: O grande e temível “dia do Senhor”<br />
virá! Jesus voltará, e todos os homens terão de comparecer perante ele.<br />
Esse dia especial tem uma característica marcante. Ele arde como uma<br />
fornalha! Malaquias já havia usado a figura do “fogo”: No capítulo 3, versículo<br />
2, Deus é apresentado como o “fogo do ourives” que purifica os<br />
justos. Mas aqui ele é apresentado como o “fogo da fornalha” que destrói<br />
os ímpios. É diante desse fogo que se vê a diferença entre o “ouro” e<br />
a “palha”, entre o “justo” e o “ímpio”, entre o que serve e o que não serve<br />
a Deus. “O joio parece com o trigo, mas não é trigo. Um é alimento, o<br />
outro é veneno. No final, um irá para o celeiro de Deus, o outro para a<br />
fornalha”. 3 É isso que veremos a seguir.<br />
2. O dia que vem os abrasará: Na Bíblia, o fogo é, em linhas gerais,<br />
símbolo de juízo. Ele é um dos símbolos de Deus - O nosso Deus é fogo<br />
consumidor (Hb 12:29). Em Malaquias, dois grupos são, de forma especial,<br />
alvos do juízo e desse fogo consumidor: Os soberbos e os perversos.<br />
A soberba é um sentimento que pode ser camuflado atrás de mascarás.<br />
Mas Deus vê o íntimo. Já a perversidade é algo escancarado. Alude a<br />
2. Coelho Filho (1994:74).<br />
3. Lopes (2006:109).<br />
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uma vida desregrada e à maldade desmedida. Pois bem, os judeus acusavam<br />
o Senhor de ser injusto e complacente com ímpios. Mas ele prova<br />
o contrário. Os ímpios não escaparão da condenação. Serão como capim<br />
seco jogados numa fornalha.<br />
Por um momento, soberbos e perversos falam contra o Senhor, escarnecem<br />
do Senhor e ainda escapam, prosperam e parecem felizes, mas,<br />
um dia, o Senhor vai chamá-los para uma conversa. Eles terão de prestar<br />
contas! Diz a Bíblia: O dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos,<br />
de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo (Ml 4:1b). Que terrível<br />
veredito! Quando a raiz de uma planta é destruída, não há possibilidade<br />
de voltar a brotar. Em outras palavras, não restará mais esperança aos<br />
ímpios. 4 Eles vão ser completamente eliminados. A memória deles será<br />
apagada para sempre!<br />
3. Mas para vós outros: Louvado seja o Senhor, pois existe um “mas”<br />
no versículo 2! O que essa palavrinha nos ensina? Ensina que a história<br />
de quem serve a Deus é completamente outra. Diz o profeta: Mas para<br />
vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação<br />
nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria<br />
(Ml 4:2). Para o justo, o dia da volta do Senhor será o dia mais feliz do<br />
mundo. Será o dia do seu triunfo! Nesse dia, “a maior recompensa do<br />
justo é o próprio Deus. Ele é a maior herança do salvo. Deus será para os<br />
justos naquele glorioso dia, o sol da justiça”. 5<br />
Essa expressão poética “nascerá o sol da justiça” é rica em significado<br />
espiritual, pois o sol, além de produzir luz e calor, “é fonte de vida.<br />
Sem ele nós não viveríamos”. 6 Então, Deus é o sol da vida do justo. Ele<br />
nos trará a manhã de um novo dia, marcado por libertação e alegria. O<br />
profeta ilustrou isso através da figura de um bezerro que estivera preso<br />
no estábulo e que fora solto para correr pelo pasto. Ele sai saltando de<br />
alegria, desfrutando de uma liberdade deliciosa. O mesmo ocorrerá conosco,<br />
quando Cristo voltar. No dia do nosso triunfo, teremos liberdade<br />
plena e completa e uma alegria ilimitada.<br />
4. Pisareis os perversos: O dia do Senhor revelará a vitória dos justos<br />
sobre os seus inimigos. É isso que nos afirma a Bíblia: Pisareis os perversos,<br />
porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que<br />
prepararei, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 4:3). A expressão “pisareis” (hb.<br />
4. Reed (2009:370).<br />
5. Lopes (2006:126).<br />
6. Coelho Filho (1994:76).<br />
82 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
acac) transmite a ideia de esmagar com os pés. Deste modo, o fiel não<br />
apenas receberá a libertação do aprisionamento, mas também o completo<br />
triunfo sobre seus inimigos. A igreja de Cristo prevalecerá sobre todos os<br />
seus algozes, o que inclui Satanás. A Bíblia nos promete: Em breve o Deus<br />
da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês (Rm 16:20 – NVI).<br />
Voltemos o nosso olhar, mais uma vez, para o texto em estudo, agora<br />
para a palavra “cinzas” (hb. epher). O significado dela no sentido figurado<br />
é algo sem valor, ou alguma coisa finalizada e acabada. Com base nisso,<br />
podemos concluir que a “idéia de os ímpios se desfazerem em cinzas sob<br />
os pés dos justos mostra a vitória total do bem e aniquilação total da<br />
iniqüidade”. 7 Aqui, mais uma vez, Deus nos mostra que há uma diferença<br />
entre o justo e o perverso. Desta vez, a diferença está na eternidade. O<br />
justo triunfará eternamente e o perverso será extinto para sempre!<br />
Hoje, os homens maus podem até se dar bem e parecer prósperos e<br />
felizes. Mas como ficarão diante do tribunal de Deus? Quando tiverem<br />
que prestar contas a Deus, do que valerá o seu dinheiro? Onde estará a<br />
sua felicidade teatral e sua segurança enganosa? Por outro lado, hoje, o fiel<br />
pode ser afligido, menosprezado e afrontado. Pode até ser considerado<br />
escória da sociedade. Mas, quando Cristo voltar, ele será recompensado.<br />
Ele triunfará! Assim sendo, o dia do juízo revelará que valeu a pena servir a<br />
Deus e andar com ele! A seguir, veremos três aplicações sobre como será<br />
o triunfo do justo.<br />
1. Leia o item 1, Ml 3:13-18, 4:1 e responda: Por que, em nossos dias,<br />
vale a pena servir a Deus? Podemos ter certeza do temível “dia do<br />
Senhor”? Qual é a característica marcante desse grande dia?<br />
2. Após ler o item 2 e Ml 4:1b, responda: Quais os dois grupos que são<br />
alvos do juízo e do fogo consumidor de Deus? Comente sobre eles.<br />
Qual será o seu destino?<br />
7. Coelho Filho (1994:77).<br />
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3. Com base no item 3 e Ml 4:2, comente sobre o triunfo do justo, no<br />
dia do juízo. O que significa a expressão “nascerá o sol da justiça”?<br />
Como será a alegria do salvo naquele dia?<br />
4. O que quer dizer a frase “Pisareis os perversos, porque se farão<br />
cinzas debaixo das plantas de vossos pés...” (Ml 4:3). Baseie-se no<br />
item 4 do comentário.<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. O triunfo do justo será purificante.<br />
Não é fácil ser justo, em meio a tanta injustiça; ser santo, em meio a<br />
tanta perversão; ser puro, em meio a tanta imundície, e nem ser honesto,<br />
em meio a tanto corrupção. Quem tenta servir a Deus, padece, pois o seu<br />
desafio é manter-se limpo dentro da lama. Contudo, há uma poderosa<br />
esperança: A terra passará por um batismo ardente e purificador! 8 (cf. I<br />
Pe 3:1-12 e Ap 20:9). Deus enviará fogo sobre a terra e destruirá todos<br />
os soberbos e perversos (Ml 4:1). Meu irmão, vale à pena servir a Deus<br />
nessa terra corrompida, pois, você terá o privilégio de viver numa terra<br />
purificada. O triunfo do justo será marcado por uma “faxina” promovida<br />
por Deus nesse mundo!<br />
5. Leia a primeira aplicação e responda: Por que o triunfo do justo<br />
será purificante?<br />
8. Taylor (2006:279).<br />
84 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
2. O triunfo do justo será exultante.<br />
O dia da volta de Cristo “será para os justos um dia de alegria indizível,<br />
de liberdade plena, de recompensa eterna”. 9 Será muito bom ouvir Jesus<br />
dizer: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está<br />
preparado desde a fundação do mundo (Mt 25:34). Esse será o dia mais<br />
feliz de nossas vidas. Naquele dia saltaremos de alegria, como bezerros<br />
soltos no pasto (Ml 4:2–BV). Será uma alegria inexplicável! Diante disso,<br />
pergunto-lhe: Vale mesmo a pena servir a Deus? Sim! É claro. Portanto,<br />
aguarde esse dia com entusiasmo, e guarde o que você tem para que<br />
ninguém tome seu coroa (Ap 3:11).<br />
6. Leia a segunda aplicação e responda: Por que o triunfo do justo<br />
será exultante?<br />
3. O triunfo do justo será completo.<br />
Além de ser purificante e exultante, o triunfo do justo será completo.<br />
Malaquias 4 nos mostrar essa verdade. Primeiro no versículo 1: ...lhes não<br />
deixará nem raiz nem ramo. E depois no versículo 3: Pisareis os perversos,<br />
porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés. Aleluia! A<br />
nossa vitória será completa! O mal será por inteiro exterminado. Todos<br />
os inimigos serão derrotados. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem<br />
choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou (Ap 21:4). Talvez, diante<br />
da lutas, você tenha desanimado. Mas saiba que os nossos sofrimentos<br />
atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada<br />
(Rm 8:18-NVI). Quem lhe garante é o Senhor. Anime-se! Em Deus o seu<br />
triunfo será completo!<br />
7. Leia a terceira aplicação e responda: Por que o triunfo do justo<br />
será completo?<br />
9. Lopes (2006:127).<br />
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CONCLUSÃO: Todos os seres humanos terão que comparecer diante<br />
do Justo Juiz: Jovens e velhos, escravos e livres, ricos e pobres, grandes<br />
e pequenos, santos e profanos. Aqui, na terra, os juízes humanos podem<br />
ser subornados; então, os inocentes são condenados e os verdadeiros<br />
culpados são inocentados. Aqui, podemos ver os maus prosperando e<br />
os justos sofrendo aflições. Mas chegará o dia em que brilhará o sol da<br />
justiça. A terra será purificada. Os soberbos e profanos serão destruídos<br />
e o justo triunfará! Veremos que valeu a pena servir a Deus e andar na<br />
presença dele!<br />
86 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
13<br />
26 JUN 2010<br />
Alerta<br />
Hinos sugeridos: BJ 17 – CC 201 / BJ 296 – CC 301<br />
LEITURA DIÁRIA OBJETIVO<br />
Domingo, 20 de junho ...............Ml 4:4-6<br />
Segunda, 21 ................................ Dt 4:6; 28<br />
Terça, 22 ............Dt 26:16; Js 1:8; Mt 7:21<br />
Quarta, 23 .................Jr 11:1-4; Dt 11:284<br />
Quinta, 24 ....................Lc 1:16-17; Jo 1:21<br />
Sexta, 25 ............. Mt 24:42; Mc 13:33-37<br />
Sábado, 26 ..................................I Ts 5:1-11<br />
Mostrar ao estudante da<br />
Bíblia Sagrada que o dia do<br />
Senhor virá e conscientizá-lo<br />
de que precisa estar alerta e<br />
cuidar-se, quanto à amnésia<br />
espiritual, quanto ao cinismo<br />
disfarçado e quanto à<br />
desavença mútua.<br />
TEXTO BÁSICO: Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe<br />
prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. (Ml 4:4)<br />
INTRODUÇÃO: É bem possível que você já ouviu a expressão, “estado<br />
de alerta”. Principalmente os moradores das cidades que sofreram<br />
com as chuvas do início do ano no país, sabem bem o que essa<br />
expressão significa. Quando as autoridades chegam a declarar “estado<br />
de alerta”, a população já sabe: é preciso atenção; as coisas não<br />
estão bem e podem piorar. Quem não atender o comando e se cuidar<br />
pode complicar-se. Pois bem, alertar não é coisa só de hoje. O profeta<br />
Malaquias que o diga! Há muitos anos atrás, ao finalizar o livro que<br />
leva o seu nome, ele coloca o povo de Deus “em estado de alerta”.<br />
Chama-os à responsabilidade. “Cautela!”, é o tom dos últimos três<br />
versículos do livro.<br />
I. FALA, SENHOR!<br />
Este é o nosso último estudo. Já faz doze semanas que estamos estudando<br />
o livro do profeta Malaquias. A essa altura, já estamos bem<br />
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familiarizados com o contexto da época em que vivia o profeta e seus<br />
contemporâneos. Em apenas quatro capítulos, Malaquias esquadrinhou<br />
profundamente a realidade de um povo atingido pela corrupção dos sacerdotes,<br />
com práticas ímpias, com problemas de hipocrisia, infidelidade,<br />
casamentos mistos, divórcio, falso culto e arrogância. 1 Depois de várias<br />
repreensões, encontradas no decorrer de todo o livro, ele termina sua profecia<br />
da parte de Deus, em tom de alerta, nos seguintes termos:<br />
1. Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo: Este alerta é contundente.<br />
É como um “chacoalhão”. A lei estava bem no centro da fé dos israelitas.<br />
Eles eram o povo da aliança. A lei, quando praticada, os tornava um povo<br />
diferente: Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria<br />
e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes<br />
estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente<br />
(Dt 4:6). Todavia, a lei, não obedecida ou desprezada, trazia consequências<br />
drásticas para o povo: ...se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, se<br />
não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e estatutos que hoje<br />
te ordeno, então virão sobre ti estas maldições (Dt 28:15 ss.).<br />
Mas, porque Malaquias pede ao povo que se lembre da lei? É razão é<br />
a mais óbvia: o profeta assistia um descompasso total entre o que o povo<br />
falava e o que o povo vivia. Eles diziam, cinicamente, que obedeciam a<br />
lei: Que vantagem tivemos por ter cuidado em obedecer seus preceitos (Ml<br />
3:14), mas não estavam. Foi por isso que Deus, através do profeta, alertou<br />
o povo: Lembrai-vos... “Se Israel não der ouvidos à pregação de Malaquias,<br />
deve se lembrar que a lei de Deus foi prescrita, e as ordens de um grande<br />
Rei não são desprezadas impunemente”. 2 O grande e temível dia do Senhor<br />
estava por vir (Ml 4:5). A única maneira de o povo estar preparado<br />
para ele era lembrarem-se da Palavra. E o texto de alerta continua...<br />
2. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias: Depois de olhar para trás; de<br />
alertar o povo sobre a lei de Moisés, Malaquias olha para frente. Mira um<br />
profeta que desempenharia o papel de Elias, que chamaria a nação ao arrependimento<br />
antes do grande e temível dia do Senhor (v. 5). Aliás, com frequência<br />
Deus é descrito como alguém que envia pessoas numa missão oficial<br />
como seus embaixadores ou representantes (cf. Is 6:8; Jr 1:7; Ez 2:34; Jz 6:8). 3<br />
Neste caso, em especial, enviar um mensageiro era é um ato da misericórdia<br />
divina. O juízo divino viria, mas antes dele, uma última palavra de alerta.<br />
1. Wilkinson; Boa (2000:320).<br />
2. Baldwin (1982:211).<br />
3. Harris (1998:1567).<br />
88 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
A expressão “dia do Senhor” (Ml 4:5), é escatológica. Faz alusão a uma<br />
“súbita e decisiva intervenção de Deus na história. Neste sentido, o dia<br />
terrível se deu em Jesus Cristo e o Elias que o precedeu foi João Batista”. 4<br />
Mas por que a figura de Elias para tipificar o ministério de João Batista? A<br />
resposta pode estar no fato de que, nenhum “outro profeta mudou a atitude<br />
dos seus contemporâneos de maneira tão dramática, nem influenciou<br />
tanto o destino da nação”, 5 como Elias. Ele confrontou de maneira enfática<br />
os pecados do povo de Deus de sua época. Agora, entendamos bem: João<br />
não era Elias (cf. Jo 1:21), ele veio no espírito e poder de Elias (Lc 1:16-17)! A<br />
identificação aqui é de ministério e não corpórea.<br />
3. Ele converterá o coração: Além de apresentar as características do<br />
ministério daquele que viria, Malaquias nos informa o objetivo da sua vinda:<br />
Ele fará com que o coração dos pais se voltem para seus filhos, e os<br />
corações dos filhos para os pais (Ml 4:6 – NVI). Observe que interessante:<br />
o ministério do precursor é descrito como edificação de pontes sobre o<br />
abismo entre as gerações, 6 unindo pais e filhos em torno de Deus. Isso era<br />
mesmo preciso? Sim! Com a realidade dos casamentos mistos e dos divórcios<br />
fáceis, os relacionamentos familiares corriam sérios riscos. O convívio<br />
familiar nos dias de Malaquias havia se corrompido.<br />
Por isso, o objetivo de sua pregação era reverter esta situação, assim<br />
como este também foi o propósito de João Batista, o precursor. Antes do<br />
grande e temível dia do Senhor, ele desempenharia seu ministério para<br />
que houvesse harmonia dentro dos lares; entre as famílias em Israel. É no<br />
lar que começa a restauração. De famílias fortes provêm igrejas fortes,<br />
nação forte! Para que um avivamento nacional fosse possível, era preciso,<br />
antes de tudo, um reavivamento no lar. Mediante a conversão, que é uma<br />
graça concedida por Deus e que afeta diretamente os relacionamentos familiares,<br />
o pecador pode redirecionar o seu destino. Essa seria a pregação<br />
do precursor: Arrependei-vos porque o reino do céu chegou (Mt 3:2).<br />
4. Para que eu não venha e fira a terra com maldição: As últimas<br />
palavras do Antigo Testamento são muito pesadas. Observe como está<br />
esta sentença em outra versão Bíblica: eu virei e castigarei a terra com<br />
maldição (Ml 4:6 – NVI). Existem duas palavras neste texto que são capazes<br />
de tirar o sono de qualquer um. A primeira delas é a palavra “castigarei”<br />
ou “fira” (depende da tradução). Esta palavrinha, no hebraico nakah,<br />
4. Coelho Filho (1994:80).<br />
5. Baldwin (1982:210).<br />
6. Bruce (2009:1379)<br />
www.portaliap.com | 89
significa “açoitar”, “golpear”, “atingir”, “bater”. A outra palavra, igualmente<br />
assustadora, é “maldição”. Este é um termo associado à “destruição”,<br />
não se trata de maldição corretiva, mas punitiva. 7<br />
A palavra “maldição” para o povo de Israel era assustadora, indicava as<br />
ameaças de invasão, fome, doença e exílio contidas em Deuteronômio 28-<br />
30. 8 O fato de Malaquias ter citado a lei no versículo 4, tornava esta ameaça<br />
um tanto quanto mais enfática e real. Pois bem, qual seria a única forma de<br />
Deus não ferir a terra com maldição? Os pais e os filhos se unirem novamente,<br />
pensando e sentindo a mesma coisa... (Ml 2:6 – BV). A única maneira de deter<br />
o castigo era conversão do coração dos pais aos filhos e do coração dos filhos<br />
aos pais, ou seja, uma restauração das famílias que, por sua vez, causasse<br />
a restauração da nação. Se isso não acontecesse, seria inevitável: a terra seria<br />
ferida com maldição. Ou conversão ou maldição. Não havia outra escolha.<br />
Com estas palavras retumbantes de alerta Malaquias encerra seu livro.<br />
As cortinas da revelação se fecham. Depois de suas palavras a história registrou<br />
um período de 400 anos de silêncio da parte de Deus. Nenhuma<br />
revelação profética aconteceu neste período. Até que um dia, uma voz<br />
começou a ser ouvida no meio do deserto. Um homem que usava roupas<br />
de pêlos de camelo e um cinto de couro, que comia gafanhotos e mel<br />
silvestre, dizia: Arrependei-vos porque o reino do céu chegou (Mt 3:2). Era<br />
o Elias que havia de vir! Era o cumprimento da profecia de Malaquias. Ele<br />
veio reconduzir o coração dos pais aos filhos (Lc 1:17)!<br />
1. Leia Ml 4:4, o item 1 do comentário anterior e responda: Qual o<br />
alerta feito por Deus, através de Malaquias, e por que este alerta foi<br />
mesmo necessário?<br />
2. Com base em Ml 4:5 e no item 2 do comentário, responda: Quais são<br />
as características do mensageiro que seria enviado, antes do grande<br />
e temível dia do Senhor? Por que a figura de Elias foi utilizada para<br />
tipificá-lo?<br />
7. Coelho Filho (1994:80).<br />
8. Pinto (2006:799).<br />
90 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
3. Leia Ml 4:6a, o item 3 do comentário e responda: Qual o objetivo da<br />
vinda do precursor? Em que consistiria o seu ministério?<br />
4. Leia Ml 4:6b e o item 4 do comentário e diga: O que indica a palavra<br />
“maldição” para o povo de Israel? Qual seria a única forma de Deus<br />
não ferir a terra com maldição?<br />
II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!<br />
1. Esteja alerta! Evite a amnésia espiritual!<br />
Amnésia é a perda total ou parcial da memória. A palavra também é<br />
usada como sinônimo de esquecimento. E, se tem uma coisa que o ser<br />
humano, em geral, faz, é esquecer-se. Esquecemos de datas, regras, fatos,<br />
pessoas, direitos e, principalmente, de deveres que não poderíamos<br />
esquecer. É interessante como a Bíblia, repetidamente, usa o verbo “lembrar”.<br />
Nos versículos que estamos estudando Malaquias o usou em seu<br />
alerta: Lembrai-vos da lei de Moisés meu servo... A verdade é, que ora ou<br />
outra, precisamos mesmo de uns “chacoalhões”. Esteja alerta: o grande<br />
dia do Senhor virá, cuidado “amnésia espiritual”. Se você anda esquecido<br />
da lei do Senhor: lembre-se dela (Ml 4:4)! Se você anda esquecido da<br />
proteção do Senhor: lembre-se dela (Dt 8:2)! Se você anda esquecido do<br />
próprio Senhor: lembre-se dele (II Tm 2:8)!<br />
5. Após ler a primeira aplicação, responda: O que podemos fazer para<br />
evitarmos a amnésia espiritual?<br />
2. Esteja alerta! Admita o cinismo disfarçado!<br />
O problema dos contemporâneos de Malaquias era realmente grave.<br />
Além de quebrarem sistematicamente a lei, tinham a coragem de<br />
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perguntar: Que vantagem tivemos por ter cuidado em guardar os teus<br />
preceitos? (Ml 3:13). Veja que cinismo: eles não guardavam a lei, mas<br />
questionavam a Deus como se estivessem fazendo isso. O discurso e a<br />
prática não eram condizentes. Quanta hipocrisia! Nós também corremos<br />
esse risco, por isso, tomemos cuidado com a dissimulação. No grande e<br />
temível dia do Senhor, não haverá lugar para fingimento! Sejamos sinceros<br />
desde já. Pense: o que você diz ser e praticar na frente dos teus<br />
familiares, dos teus irmãos de fé, é o que você realmente é? Não minta.<br />
Se for o caso, agora mesmo, confesse-se ao Senhor. Zere o cronômetro<br />
e comece outra vez.<br />
6. Após ler a segunda aplicação, responda: O que podemos fazer para<br />
evitarmos o cinismo disfarçado?<br />
3. Esteja alerta! Acerte a desavença mútua!<br />
Como vimos, o livro do profeta Malaquias diz que antes do dia do<br />
Senhor, um processo de restauração se instalará nas famílias (Ml 4:5-6).<br />
Neste tempo, pais e filhos se abraçarão como nunca. Todas as mágoas,<br />
recentes ou remótas, serão esquecidas. A profecia de Malaquias promete<br />
reconciliação escatológica! Todavia, enquanto não chega a reconciliação<br />
escatológica, reconcilie-se com os que te rodeiam. 9 Sogro<br />
e genro: acertem as desavenças! Sogra e nora: acertem as desavenças!<br />
Avô e neto: acertem as desavenças! Empregador e empregado: acertem<br />
as desavenças! Pastor e ovelha: acertem as desavenças! Professor e aluno:<br />
acertem as desavenças!<br />
7. Após ler a terceira aplicação, responda: o que podemos fazer para<br />
acabar com as desavenças familiares?<br />
CONCLUSÃO: Chegamos ao fim de mais uma lição e de mais uma<br />
série de lições. Ao longo de todo este trimestre, estudamos a Palavra<br />
9. César (2004:323).<br />
92 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010
do Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias (1:1). Deus disse o<br />
que precisava ser dito. Falou tudo às claras. Foi direto. Sem duplo sentido.<br />
O povo entendeu que Ele não estava satisfeito. E, se não haviam<br />
entendido ainda, conforme estudamos hoje, no desfecho do livro, uma<br />
última palavra de alerta foi alçada. Essa palavra vale para nós também.<br />
Estejamos alerta! Cuidemos quanto à amnésia espiritual, quanto ao<br />
cinismo disfarçado quanto à desavença mútua! Que Deus tenha misericórdia<br />
de nós!<br />
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