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A QUESTÃO URBANA MARANHENSE: problemas de ... - XII Simpurb

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A <strong>QUESTÃO</strong> <strong>URBANA</strong> <strong>MARANHENSE</strong>: <strong>problemas</strong> <strong>de</strong> um discurso<br />

<strong>de</strong>senvolvimentista que não prioriza a gestão e o or<strong>de</strong>namento territorial 1 .<br />

RESUMO<br />

Antonio José <strong>de</strong> Araújo Ferreira (DEGEO-CCH/UFMA; ajaf@ufma.br)<br />

A questão urbana no estado do Maranhão, Brasil, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>batida <strong>de</strong>vido aos <strong>problemas</strong><br />

sociais e ambientais existentes nas 217 formas espaciais, que têm origem no discurso<br />

<strong>de</strong>senvolvimentista que viabiliza a reprodução do capital e compromete o ambiente e a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população, requerendo que o Estado inclua a gestão e o or<strong>de</strong>namento<br />

territorial como priorida<strong>de</strong>s.<br />

Palavras-chave: Questão urbana; Maranhão; Discurso <strong>de</strong>senvolvimentista; Gestão.<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

Entre 1950 e 2000 a população do estado do Maranhão passou <strong>de</strong> 1.583.248<br />

para 5.638.381 habitantes, o que representou: acréscimo <strong>de</strong> 4.055.133 novos indivíduos;<br />

elevação dos pontos <strong>de</strong> concentração (cida<strong>de</strong>s) <strong>de</strong> 72 para 217; a sobreposição da<br />

população urbana em relação à rural no penúltimo censo, embora o índice <strong>de</strong><br />

urbanização <strong>de</strong>ssa unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração (59,53%) estivesse abaixo das médias da<br />

macrorregião Nor<strong>de</strong>ste (69,1%) e brasileira (81,23%).<br />

Isto implica que a questão urbana maranhense <strong>de</strong>ve estar na or<strong>de</strong>m do dia e<br />

sua importância já havia sido indicada em análises <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (1968), Maranhão<br />

(1979), Ferreira (1989), e Sousa (2009); oficialmente, contudo, o processo remonta ao<br />

censo <strong>de</strong> 2000 e tem origem na reclassificação, pois sem a criação, em 1994, <strong>de</strong> 81<br />

municípios (entenda-se: cida<strong>de</strong>s) tal fato não teria se concretizado. O censo <strong>de</strong>mográfico<br />

<strong>de</strong> 2010 revelou a ascensão da urbanização maranhense haja vista que dos atuais<br />

6.569.683 habitantes, 63,07% moram em cida<strong>de</strong>s (BRASIL, 2011). O que se impõe é:<br />

como vive a população citadina do estado do Maranhão? Quais são os <strong>problemas</strong><br />

principais? O que propõe o discurso <strong>de</strong>senvolvimentista do Estado?<br />

Com base nesses questionamentos é que este artigo objetiva fazer uma<br />

discussão da questão urbana no Maranhão. Para tanto, o conteúdo a seguir foi dividido<br />

em três partes: a primeira ressalta o processo baseando-se em números e <strong>problemas</strong>; a<br />

segunda atém-se às possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reversão via gestão e or<strong>de</strong>namento territorial; a<br />

terceira trata das conclusões.<br />

1 Este artigo é resultado do projeto <strong>de</strong> pesquisa intitulado ―A atual configuração da re<strong>de</strong> urbana<br />

maranhense: 1990-2010‖, que está em fase <strong>de</strong> conclusão e é financiado (Processo APP-01065/10) pela<br />

Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão,<br />

conforme Edital FAPEMA n° 04/2010.


2 A URBANIZAÇÃO NO ESTADO DO MARANHÃO<br />

2.1 Os números<br />

O crescimento das cida<strong>de</strong>s maranhenses é lento uma vez que em 1822 havia<br />

12, as quais passaram para 50 em 1889 e em 1950 já eram 72, sendo 12 as principais e<br />

São Luís (capital estadual) aglomerava 119.798 habitantes ou o dobro da população das<br />

outras onze; entre 1950 e 1970 mais <strong>de</strong>zoito cida<strong>de</strong>s foram instaladas, sendo que do<br />

total (90), apenas 13,33% possuíam entre 10.001 a 35.000 habitantes, a referida capital<br />

tinha 205.413 moradores enquanto Imperatriz ultrapassou Caxias e tornou-se a segunda<br />

maior, o que revelava mudanças na re<strong>de</strong> urbana. Em 1980 havia 130 cida<strong>de</strong>s nesse<br />

estado, entre as quais 13,08% se situavam na faixa <strong>de</strong> 10.001 a 35.000 pessoas (Quadro<br />

1) e algumas já existentes e que eram maiores como as mencionadas, além <strong>de</strong> Bacabal e<br />

Timon cresceram e ficaram acima <strong>de</strong> 35.000 habitantes, mas aquém <strong>de</strong> 112.000 almas<br />

(FERREIRA, 2006); esta última, por seu turno, passou da 10ª posição em 1960 para a<br />

sétima (1970) e ocupou a quarta colocação entre as <strong>de</strong>z maiores cida<strong>de</strong>s (Quadro 2).<br />

Ano<br />

Cida<strong>de</strong>s<br />

existentes<br />

Principais<br />

cida<strong>de</strong>s<br />

(acima <strong>de</strong><br />

10.000 hab.)<br />

Até<br />

10.000<br />

10.001 a<br />

35.000<br />

Quadro 1 – Maranhão: número <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s por faixa <strong>de</strong> população, 1970-2010.<br />

Fonte: FERREIRA, 2006; Censo <strong>de</strong>mográfico 2010, primeiros resultados, IBGE.<br />

Ao analisar a estrutura espacial urbana maranhense, Ferreira (1989) revelou<br />

que no ápice da hierarquia, isto é, com índice <strong>de</strong> centralida<strong>de</strong> superior a 1501 estavam<br />

duas cida<strong>de</strong>s: São Luís, ao norte, e com o maior número <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s influenciadas; e<br />

Imperatriz, a oeste. No centro-noroeste (Santa Inês), centro (Bacabal) e leste (Timon e<br />

Caxias) <strong>de</strong>stacavam-se cida<strong>de</strong>s com índices entre 801 e 1500. As cida<strong>de</strong>s situadas no<br />

nor<strong>de</strong>ste (Chapadinha), su<strong>de</strong>ste (Presi<strong>de</strong>nte Dutra e São João dos Patos) e sul (Balsas)<br />

sobressaíam-se com índices <strong>de</strong> centralida<strong>de</strong> entre 201 e 300. As se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Barra do<br />

Corda e Pinheiro, com índice entre 301 e 800, tinham papel ímpar em relação aos seus<br />

centros e as cida<strong>de</strong>s com menor índice <strong>de</strong> centralida<strong>de</strong> situavam-se ao su<strong>de</strong>ste e sul do<br />

estado em que a precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportes eternizava-se.<br />

Faixa da população (n° <strong>de</strong> habitantes)<br />

35.001 a<br />

55.000<br />

55.001<br />

a 100.000<br />

100.001 a<br />

199.000<br />

200.000 a<br />

500.000<br />

1970 90 12 78 11 - - - 01 -<br />

1980 130 23 107 17 02 02 01 01 -<br />

1991 136 45 91 37 02 04 - 02 -<br />

2000 217 67 150 55 04 04 02 01 01<br />

500.001 a<br />

1 milhão<br />

2010 217 92 125 74 08 06 02 01 01


Posição<br />

na re<strong>de</strong><br />

urbana<br />

1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010<br />

1ª São Luís São Luís São Luís São Luís São Luís São Luís São Luís<br />

2ª Caxias Caxias Imperatriz Imperatriz Imperatriz Imperatriz Imperatriz<br />

3ª Pedreiras Bacabal Caxias Caxias Timon Timon Timon<br />

4ª Codó Codó Bacabal Timon Caxias Caxias Caxias<br />

5ª Ribamar Pedreiras Codó Bacabal Bacabal Codó Codó<br />

6ª Rosário Imperatriz Pedreiras Santa Inês Codó Bacabal Paço do<br />

Lumiar<br />

7ª São Bento Carolina Timon Codó Santa Inês Açailândia Açailândia<br />

8ª Viana Coroatá Ribamar Pedreiras Açailândia Santa Inês Bacabal<br />

9ª Coroatá São Bento Coroatá Pinheiro Barra do<br />

Corda<br />

10ª Bacabal Timon Pinheiro Barra do<br />

Corda<br />

Pinheiro Barra do<br />

Corda<br />

Quadro 2 – Maranhão: nominata das principais cida<strong>de</strong>s quanto ao tamanho <strong>de</strong>mográfico, 1950-2010.<br />

Fonte: Censos <strong>de</strong>mográficos, IBGE.<br />

Balsas Santa Inês<br />

Balsas<br />

No intervalo <strong>de</strong> 1980 a 1991, outras seis cida<strong>de</strong>s foram instaladas no<br />

Maranhão, sendo que da totalida<strong>de</strong> (136) <strong>de</strong>ssas, as <strong>de</strong> 10.001 a 35.000 resi<strong>de</strong>ntes<br />

registraram incremento <strong>de</strong> 217,65% uma vez que passaram <strong>de</strong> 17 (1980) para 37 (1991)<br />

enquanto as da faixa <strong>de</strong> 55.001 a 100.000 duplicaram e os <strong>de</strong>staques foram Barra do<br />

Corda, Açailândia, Santa Inês e Timon que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então se tornou a terceira maior. A<br />

importância <strong>de</strong>sta última cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>riva das benesses <strong>de</strong> sua proximida<strong>de</strong> (2 km via rio<br />

Parnaíba) da capital piauiense, Teresina, mas Açailândia e Santa Inês ganhavam<br />

relevância <strong>de</strong>vido à excelente situação geográfica ao longo do corredor Estrada <strong>de</strong> Ferro<br />

Carajás/ BR’s 222/316/010. No censo <strong>de</strong> 2000 constatou-se a efetivação <strong>de</strong> mais 81<br />

cida<strong>de</strong>s, as quais totalizaram 217 sendo que 69,12% possuíam até 10.000 moradores e<br />

as situadas entre 10.001 a 35.000 ascen<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> 37 (1991) para 55, enquanto as <strong>de</strong><br />

35.001 a 55.000 duplicaram e as <strong>de</strong> 100.001 a 199.000 já eram duas (Timon e Caxias) e<br />

a capital alcançou os 834.968 habitantes (Quadro 1). Em termos <strong>de</strong> posição na re<strong>de</strong><br />

urbana, a referência é que o pólo guseiro <strong>de</strong> Açailândia fez com que ela ultrapassasse<br />

Santa Inês, e Balsas apareceu como sendo a nona maior cida<strong>de</strong> maranhense (Quadro 2)<br />

em <strong>de</strong>corrência do efeito multiplicador das commodities agrícolas da soja.<br />

Os primeiros resultados do censo <strong>de</strong> 2010 constatam a ascensão do processo <strong>de</strong><br />

urbanização no Maranhão (BRASIL, 2011), pois enquanto permaneceu o número <strong>de</strong><br />

pontos <strong>de</strong> concentração (217), o índice já era <strong>de</strong> 63,07% e o incremento foi maior nas


cida<strong>de</strong>s acima <strong>de</strong> 10.000 habitantes que passaram <strong>de</strong> 67 (2000) para 92, sendo que: a<br />

capital é a única aglomeração que está na faixa dos 500.001 a 1 milhão <strong>de</strong> habitantes,<br />

isto é, possui exatos 955.600 moradores; a segunda maior, Imperatriz, concentra<br />

234.671 habitantes e entre 100.001 e 200.000 resi<strong>de</strong>ntes mantiveram-se Caxias<br />

(118.559) e Timon (135.119); o maior crescimento registrou-se nas se<strong>de</strong>s com<br />

população entre 10.001 a 35.000 (19), 35.001 a 55.000 (04) e 50.001 a 100.000 (02)<br />

enquanto as que estão na faixa <strong>de</strong> até 10.000 <strong>de</strong>clinaram em 17% (Quadro 1). Na escala<br />

da re<strong>de</strong> urbana, entre 2000 e 2010 constatou-se que: não houve alteração entre as cinco<br />

principais cida<strong>de</strong>s maranhenses; Paço do Lumiar, que integra a Região Metropolitana da<br />

Gran<strong>de</strong> São Luís e nunca tinha aparecido entre as principais cida<strong>de</strong>s, tornou-se a sexta<br />

maior <strong>de</strong>vido à proximida<strong>de</strong> da capital estadual e à atualização (já tardia) do perímetro<br />

urbano <strong>de</strong> seu plano diretor através da qual houve a incorporação da população do<br />

Conjunto Maiobão e adjacências à zona urbana, o que concorreu para que a mesma<br />

registrasse 78.749 moradores e ficasse em posição superior às cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Açailândia,<br />

Bacabal, Santa Inês e Balsas. Mas, o que tais números po<strong>de</strong>m revelar?<br />

2.2. Os <strong>problemas</strong><br />

Em <strong>de</strong>corrência da urbanização maranhense emergem <strong>problemas</strong> sociais e<br />

ambientais que constituem a premissa <strong>de</strong> qualquer ação <strong>de</strong> planejamento baseada na<br />

Carta dos An<strong>de</strong>s (1958) e que <strong>de</strong> acordo com Souza (2010) <strong>de</strong>ve simular os<br />

<strong>de</strong>sdobramentos <strong>de</strong> um processo com o objetivo <strong>de</strong> melhor precaver-se contra prováveis<br />

<strong>problemas</strong> (futuros).<br />

A reflexão <strong>de</strong>ve iniciar pela cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luís, que <strong>de</strong>tém 76,77% da<br />

população da região metropolitana que encabeça, concentra a frota <strong>de</strong> veículos, as<br />

agências bancárias, o Produto Interno Bruto, a logística em torno do complexo<br />

portuário, a prestação <strong>de</strong> bens e serviços, além dos melhores equipamentos em<br />

educação, saú<strong>de</strong>, hospedagem, etc. Apesar dos sucessivos planos diretores (1974, 1992<br />

e 2006), houve agravamento <strong>de</strong> <strong>problemas</strong> na capital maranhense: os riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

se ampliaram <strong>de</strong>vido à ocupação <strong>de</strong> áreas impróprias (Salina do Sacavém, Coroadinho,<br />

Sá Viana); a contaminação <strong>de</strong> águas superficiais, subterrâneas e do solo é notória e<br />

impe<strong>de</strong> um simples banho nos rios e/ ou em praias; a redução dos recursos pesqueiros<br />

tem sido <strong>de</strong>nunciada; o congestionamento nas vias <strong>de</strong> acesso tem concorrido para que as<br />

pessoas cheguem atrasadas e/ ou adiem compromissos; o comprometimento do<br />

patrimônio histórico-cultural e o da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população são visíveis, o que é


empecilho tanto para uma ativida<strong>de</strong> indutora como o turismo quanto, e principalmente,<br />

para o usufruto do morador (FERREIRA, 2009).<br />

Uma análise das outras 216 cida<strong>de</strong>s do Maranhão revelará, entre os principais<br />

<strong>problemas</strong>, que: 1) o déficit habitacional, que é um dos mais expressivos do Brasil tem<br />

contribuído para que a população <strong>de</strong> menor po<strong>de</strong>r aquisitivo utilize alternativas através<br />

do incremento das casas <strong>de</strong> taipa, áreas <strong>de</strong> ocupação e palafitas, cujas referências são a<br />

capital, Imperatriz, Açailândia, Bacurituba, Caxias, Codó, Nina Rodrigues, Pinheiro,<br />

Santa Inês, Santa Quitéria, Timbiras (Figura 1), Turiaçu e Vargem Gran<strong>de</strong>;<br />

Figura 1: Maranhão – casas <strong>de</strong> taipa na periferia <strong>de</strong> Timbiras.<br />

Fonte: FERREIRA, Antonio J. <strong>de</strong> A., 24/04/2010.<br />

2) o acesso à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água ainda não foi<br />

universalizado (69,2% - PNAD 2009) e em cida<strong>de</strong>s como Peritoró o uso do chafariz é<br />

uma ativida<strong>de</strong> cotidiana <strong>de</strong> uma parte da população (Figura 2);


Figura 2: Maranhão – abastecimento <strong>de</strong> água via chafariz em Peritoró.<br />

Fonte: FERREIRA, Antonio J. <strong>de</strong> A., 28/03/2010.<br />

3) a re<strong>de</strong> coletora <strong>de</strong> esgoto atendia só 11,5% dos domicílios em 2009<br />

(PNAD) e por isso se constata o lançamento in natura nas se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pindaré-Mirim,<br />

Codó, Rosário, Imperatriz (Figura 3), Pinheiro, Bacabal e São Luís, o que somado à<br />

baixa e irregular coleta <strong>de</strong> lixo (direta e indireta) que cobre 66,1% contribui para a<br />

calamida<strong>de</strong> pública em se tratando <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, cujos exemplos são a<br />

cólera e a <strong>de</strong>ngue;<br />

Figura 3: Maranhão – lançamento <strong>de</strong> esgotos in natura no rio Tocantins, se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Imperatriz.<br />

Fonte: FERREIRA, Antonio J. <strong>de</strong> A., 24/07/2011.<br />

4) apesar do discurso <strong>de</strong>senvolvimentista (Maranhão Novo – 1966-<br />

70; Um Gran<strong>de</strong> Maranhão Para Todos – 1979-82; Um Novo Tempo – 1996-2002;<br />

Tempo <strong>de</strong> Novos Conquistas – 2003-2004; De Volta ao Trabalho – 2009-10) levado a


cabo pelo grupo político que domina o Maranhão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong><br />

1960 o índice <strong>de</strong> exclusão social piorou <strong>de</strong> 0,219 (penúltimo, em 1960) para 0,197<br />

(último, no ano 2000), sendo que das 217 municipalida<strong>de</strong>s e por extensão cida<strong>de</strong>s,<br />

somente São Luís possuía índice entre 0,5 a 0,6 enquanto quatro (Balsas, Imperatriz,<br />

São José <strong>de</strong> Ribamar e Paço do Lumiar) estavam entre 0,4 e 0,5, e as outras 212<br />

situavam-se na faixa mais baixa, isto é, <strong>de</strong> 0,0 a 0,4 (POCHMAN; AMORIM, 2004).<br />

Isto implica que, na prática, tal discurso propõe e materializa ―os interesses dos gran<strong>de</strong>s<br />

empreendimentos com escala <strong>de</strong> atuação nacional e/ ou internacional utilizando o<br />

território para produção (soja, principalmente) e como passagem (transporte/ embarque<br />

<strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro, alumínio, alumina)‖ – (FERREIRA, 2010, p. 7), bem como não<br />

socializa o <strong>de</strong>cantado aumento do Produto Interno Bruto e impõe às cida<strong>de</strong>s<br />

selecionadas pelo capital a responsabilida<strong>de</strong> pelo suporte logístico e pela infra-estrutura;<br />

5) todos os anos a ocupação <strong>de</strong> áreas impróprias ganha <strong>de</strong>staque no<br />

período <strong>de</strong> mais elevado índice pluviométrico em que, <strong>de</strong> um lado, os cursos d’água,<br />

sobretudo dos rios Itapecuru, Mearim, Pindaré e Tocantins transbordam e colocam em<br />

xeque a gestão pública municipal e estadual em função da repetição do fato (mais<br />

recentemente, em 2009 e 2011) e do aumento do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>salojados e <strong>de</strong>sabrigados<br />

em cida<strong>de</strong>s ribeirinhas como Marajá do Sena, Timbiras, Coroatá, Peritoró, Bacabal,<br />

Igarapé Gran<strong>de</strong>, Pedreiras, São Luis Gonzaga, Trizi<strong>de</strong>la do Vale, Pindaré-Mirim e<br />

Imperatriz. De outro lado, os <strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong> terra ceifam vidas em bairros como<br />

Coroadinho, Salina do Sacavém e Sá Viana (São Luís), bem como cida<strong>de</strong>s avançam<br />

sobre dunas/ paleodunas e mangues (Tutóia – Figura 4) e/ ou engendram voçorocas<br />

como em Açailândia e Bom Jesus das Selvas.<br />

Enquanto esses <strong>problemas</strong> se tornam cotidianos e são publicizados pela<br />

mídia, o Estado se cala e, quando muito, ressalta que ―não tem culpa‖, <strong>de</strong>creta<br />

calamida<strong>de</strong> e/ ou divulga que tomará providências 2 . Quando?<br />

2 Cf. A nossa tragédia. São Luís, O Imparcial, 13 março 2011, p. 8. ―NÃO TENHO CULPA‖. São Paulo,<br />

Carta Capital, 25 novembro 2005, p. 40-41.


Figura 4: Maranhão – ocupação <strong>de</strong> paleodunas na se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tutóia.<br />

Fonte: FERREIRA, Antonio J. <strong>de</strong> A., 09/01/2010.<br />

3 POSSIBILIDADE DE REVERSÃO A PARTIR DA GESTÃO E<br />

ORDENAMENTO TERRITORIAL<br />

Os <strong>problemas</strong> <strong>de</strong>rivados da urbanização maranhense não são os únicos na<br />

escala mundial e nacional. Em outras realida<strong>de</strong>s, contudo, o Estado foi cobrado e teve<br />

que agir através <strong>de</strong> ações que alcançaram a reversão a exemplo <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

(―terrenos e serviços para famílias <strong>de</strong> baixa renda‖), Agadir – Marrocos (―crescimento<br />

sustentado‖), Porto Alegre (―orçamento participativo‖) e Zhangjiangang – China<br />

(―punição e multa criam cida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al‖); não foi fácil. Houve <strong>de</strong>bate e consenso.<br />

Como reverter os citados <strong>problemas</strong> urbanos no Maranhão? A resposta requer<br />

uma compreensão das transformações que aconteceram na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, sobretudo<br />

<strong>de</strong>pois da década <strong>de</strong> 1990 <strong>de</strong> maneira que se obtenha um diagnóstico atual, conheça<br />

quais são os principais <strong>problemas</strong> e assim se <strong>de</strong>finam as priorida<strong>de</strong>s e respectivas<br />

políticas públicas, <strong>de</strong> maneira que sejam evitados os erros do passado (VITTE;<br />

KEINERT, 2009), entre os quais a pouca articulação das esferas <strong>de</strong> governo, a não<br />

convocação da população para <strong>de</strong>bater o ambiente pretendido e a não efetivação <strong>de</strong><br />

planos <strong>de</strong> ação baseados no monitoramento e na continuida<strong>de</strong>, o que significa que é<br />

preciso assimilar e efetivar a gestão do espaço urbano.<br />

Em <strong>de</strong>corrência da questão anterior surge outra: qual prazo se tem para<br />

intervir? Os <strong>problemas</strong> aqui elencados requerem a <strong>de</strong>finição do prazo imediato e que já<br />

é tardio em função dos planos e projetos previstos para o Maranhão. Por esses


articularem interesses fe<strong>de</strong>rais, estaduais e a iniciativa particular 3 , as municipalida<strong>de</strong>s e<br />

a população local não po<strong>de</strong>m ficar <strong>de</strong> fora haja vista que a reversão exigirá a retomada,<br />

<strong>de</strong> fato, do planejamento e a inclusão da gestão urbana e do or<strong>de</strong>namento territorial que<br />

o discurso <strong>de</strong>senvolvimentista, ironicamente e estrategicamente, relega.<br />

O problema é que o discurso <strong>de</strong>senvolvimentista não se coaduna com a<br />

urgência que a realida<strong>de</strong>, antes mascarada e revelada com a urbanização, cobra. Isto<br />

porque, por exemplo, o Plano Estratégico do governo do Maranhão é apenas uma peça<br />

publicitária e parte das metas foi realocada <strong>de</strong> instrumentos anteriores e/ ou remanejada<br />

para o Programa <strong>de</strong> Aceleração do Crescimento, cuja maturação ocorrerá em 2014. Dá<br />

para esperar? Evi<strong>de</strong>nte que não.<br />

Outros exemplos: existem instrumentos legais que sustentam alternativas <strong>de</strong><br />

reversão (Constituição Estadual/1989, Código <strong>de</strong> Proteção do Meio Ambiente do<br />

Maranhão/1997, Estatuto da Cida<strong>de</strong>/2001, Lei <strong>de</strong> Saneamento Básico/2007, etc) e há<br />

experiências exitosas em nível estadual, como o Gerenciamento Costeiro (1998),<br />

Zoneamento Ecológico Econômico, regionalizações e ações da iniciativa particular, mas<br />

por que não atualizá-los, (re)utilizá-los/ efetivá-los? Entre as transformações na<br />

organização do espaço maranhense se <strong>de</strong>staca o crescimento e a importância das<br />

cida<strong>de</strong>s, porém a gestão urbana e o or<strong>de</strong>namento territorial não foram priorizados na<br />

<strong>de</strong>cantada retomada do planejamento pós-1996 e os ―planos diretores participativos‖<br />

(BURNETT, 2010) efetivados estão abaixo das expectativas. Some-se a isso que em<br />

setembro <strong>de</strong> 2008 o governo fe<strong>de</strong>ral lançou o ―Estudo da Dimensão Territorial para o<br />

Planejamento‖ que resultou na ―Visão Estratégica Nacional no horizonte 2027‖ cujos<br />

meios são o sistema <strong>de</strong> logística, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, o sistema <strong>de</strong> C,T&I, e o padrão <strong>de</strong><br />

oferta <strong>de</strong> bens e serviços; referida visão tem objetivos que se coadunam com os da<br />

Política Nacional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Territorial, sendo que o Maranhão está inserido em<br />

três (Centro-Norte, Semi-árido Nor<strong>de</strong>stino e Litoral Norte-Nor<strong>de</strong>stino) dos seis Vetores<br />

3 De acordo com matéria publicada em O Estado do Maranhão, <strong>de</strong> 15/10/2009, o governo em tela<br />

divulgou o midiático ―Painel Empresarial – Oportunida<strong>de</strong>s e Parcerias‖ que mais uma vez se baseou no<br />

discurso <strong>de</strong>senvolvimentista porque ―enfim, o Maranhão <strong>de</strong>colou rumo ao <strong>de</strong>senvolvimento‖. Desta vez,<br />

as referências são projetos como o da Suzano Papel e Celulose (Imperatriz), Gusa Nor<strong>de</strong>ste (Açailândia),<br />

Mineradora Aurizona (Godofredo Viana), Notaro Alimentos (Balsas), além da Brascopper, expansão da<br />

refinaria da ALUMAR e duplicação da produção da fábrica da AMBEV (em São Luís), os quais prevêem<br />

gerar 150 mil novos empregos <strong>de</strong>correntes da inversão <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 80 bilhões; cf., ainda, PFEIFER,<br />

Margarida O. PRONTO para uma gran<strong>de</strong> virada. São Paulo. Valor econômico – estados: Maranhão, junho<br />

2010, p. 10-18.


<strong>de</strong> Desenvolvimento Territorial, os quais abrangem uma Carteira <strong>de</strong> Investimentos<br />

dividida em 12 agrupamentos que se rebatem diretamente nas cida<strong>de</strong>s.<br />

Será que <strong>de</strong>vido à omissão e/ ou às poucas ações do Estado, o Maranhão ficará<br />

<strong>de</strong> fora <strong>de</strong>ssa ―visão estratégica‖ por não discutir e tampouco efetivar uma política <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>namento territorial (na qual já estão incluídas as cida<strong>de</strong>s)? Espera-se que não uma<br />

vez que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003 existe o Ministério das Cida<strong>de</strong>s e através da Medida Provisória n°<br />

048/2009 foi criada a Secretaria <strong>de</strong> Estado das Cida<strong>de</strong>s e Desenvolvimento Urbano.<br />

Esta, contudo, atualmente se <strong>de</strong>dica a três ―programas‖ (Projeto Rio Anil, Programa <strong>de</strong><br />

Habitação na Cida<strong>de</strong> Olímpica, e Construções <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Habitacionais Isoladas) que<br />

estão muito longe <strong>de</strong> resolver os <strong>problemas</strong> referidos e tampouco aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas<br />

das 217 cida<strong>de</strong>s maranhenses.<br />

4 CONCLUSÕES<br />

No estado do Maranhão, as ações em termos <strong>de</strong> planejamento e políticas<br />

territoriais vinculam-se ao discurso <strong>de</strong>senvolvimentista efetivado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1966. Na<br />

prática, as ações propostas materializaram os interesses dos gran<strong>de</strong>s empreendimentos<br />

com escala <strong>de</strong> atuação nacional e/ ou internacional que utilizam o território maranhense<br />

para produção (soja, predominantemente; gás natural e petróleo, futuramente) e<br />

passagem (transporte/ exportação <strong>de</strong> commodities). Por isso, as cida<strong>de</strong>s selecionadas<br />

pelo capital são as que têm melhor situação geográfica ao longo do sistema multimodal<br />

e/ ou aquelas que estão próximas e por isso registram maior dinamismo, a exemplo <strong>de</strong><br />

Açailândia, Santa Inês, Balsas, Imperatriz, Chapadinha e São Luís. Isto, todavia, revela<br />

a permanência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sócio-espaciais que travam o <strong>de</strong>senvolvimento e são<br />

conhecidas através <strong>de</strong> <strong>problemas</strong> que variam conforme o porte da cida<strong>de</strong>.<br />

Tais <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s precisam ser revertidas uma vez que o Estado, apesar do<br />

discurso, tem sido pouco atuante. Para tanto, <strong>de</strong>vem ser priorizadas a retomada do<br />

planejamento, ações <strong>de</strong> gestão urbana e a efetivação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />

territorial que levem em conta o ascen<strong>de</strong>nte processo <strong>de</strong> urbanização e, com efeito, os<br />

conflitos e <strong>problemas</strong> que não são poucos, assim como as <strong>de</strong>mandas que não po<strong>de</strong>m<br />

ficar aguardando – eternamente – soluções que concorram para amenizar a <strong>de</strong>gradação<br />

ambiental, ampliar a participação social no <strong>de</strong>senvolvimento econômico e melhorar a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.<br />

Decerto que é vislumbrado algum consenso pautado nas respostas às perguntas<br />

aqui relevadas, primando pela assimilação <strong>de</strong> que o conjunto <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s maranhense, no


futuro, <strong>de</strong>ve ser bem melhor que o do presente. Neste caso, recentemente o próprio<br />

governo estadual reconheceu que ―a participação da socieda<strong>de</strong> civil organizada na<br />

formulação, gestão e controle social das políticas públicas constitui-se em um dos<br />

pilares da gestão social [...] por meio dos Conselhos‖ (LUIZ, 2011), entre os quais o das<br />

Cida<strong>de</strong>s.<br />

O Estado, porém, <strong>de</strong>ve agir <strong>de</strong> imediato e a socieda<strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />

cobrança mais eficazes que um conselho porque o tempo não pára e as pessoas<br />

continuam morando e/ ou se direcionando, cheias <strong>de</strong> expectativas, sonhos e esperanças,<br />

para as cida<strong>de</strong>s maranhenses.<br />

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