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MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb

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enorme franja urbana ao redor dessas cidades planejadas. Estes trabalhadores que agora<br />

residem nas periferias desses núcleos urbanos e que se empregaram somente no período<br />

das obras passam a se ocupar em quaisquer atividades que lhes garanta o mínimo para<br />

sua sobrevivência. Isso pode ser observado ao redor de todos os núcleos urbanos<br />

planejados pelos empreendimentos que se afirmam no estado do Pará.<br />

Nas últimas décadas, estes trabalhadores passam a buscar em quaisquer formas<br />

de trabalho o mínimo para sua reprodução. As transformações no mundo do trabalho<br />

nesse contexto de intensas intervenções na Amazônia oriental e de intensa urbanização<br />

estão intrinsecamente ligadas ao que Lia Osório Machado (1999) chama de “modo de<br />

produção regional” que se deu de forma diferente de outras fronteiras de povoamento do<br />

século XX no Brasil. Para a autora, na Amazônia a mobilidade da população e do<br />

trabalho no interior da região está diretamente relacionada à urbanização do território, e<br />

é o responsável pelo surgimento de novas cidades e frentes de trabalho.<br />

A urbanização do território, o mercado de trabalho e as relações<br />

entre ambos apresentam certas especificidades nas fronteiras de<br />

povoamento. Duas delas são bastante conhecidas: a forte mobilidade<br />

da população e do trabalho no interior do território, até certo ponto<br />

associada ao fluxo e refluxo de imigrantes, é o responsável pelo<br />

aparecimento de novas cidades e frentes de trabalho em curto espaço<br />

de tempo; a facilidade de implantação de novas formas de<br />

organização das atividades produtivas pela ausência de formas<br />

espaciais pretéritas e o caráter freqüentemente experimental dessas<br />

atividades provocam alterações bruscas na distribuição da população<br />

e do trabalho, sem paralelo nas áreas de povoamento consolidado.<br />

(MACHADO, 1999, p.109)<br />

Os impactos das dinâmicas engendradas nestas fronteiras urbanas (BECKER,<br />

1994; MACHADO, 1990c; 1999) principalmente na Amazônia Oriental, fez com que os<br />

núcleos urbanos emergidos destas frentes e os que já existiam passassem a comportar<br />

um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, “[...] tal dinâmica interferiu<br />

diretamente na organização do mercado de trabalho diversificando-o segundo setor e<br />

ramos de atividades, ocupações, qualificações, salários, [...]”, (CASTRO, 1995, p. 06).<br />

Neste contexto, a nova divisão social e territorial do trabalho reorganiza o mundo do<br />

trabalho amazônico, impactando tanto o campo quanto a cidade. Porém, não basta<br />

analisar as transformações no mundo do trabalho da região somente na perspectiva da<br />

diversificação e aumento do número de ramos e atividades de trabalho que a economia<br />

de fronteira pós-60 trouxe consigo é preciso analisá-lo na perspectiva total.<br />

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