MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb

More documents

Recommendations

Info

agropecuária em moldes capitalistas.[...].(MACHADO, 1990, p.118). Lia Osório Machado (1990) reforça a importância que os núcleos urbanos tomam no sentido de ser um “ponto de localização e redistribuição da força de trabalho, condição de funcionamento do esquema produtivo de tipo capitalista que, por contradições que lhe são inerentes, exige a mobilidade da população”. QUADRO 1: MUNICÍPIOS SE<strong>DE</strong>S DOS GRAN<strong>DE</strong>S EMPREENDIMENTOS E SEU ENTORNO. Municipios Sedes Empreendimentos (s) Entorno Oriximiná Mineração Rio do Norte (1979) Parauapebas Marabá Barcarena Almeirim Tucuruí CVRD-ferro (1984), manganês (1985) e ouro (1990) COSIPA (1989), SIMARA (1989), USIMAR (2002), Siderúrgica Rio do Norte (2002) e Siderúrgica Ibérica (2002) Fonte: Org. pelos autores a partir COELHO, 2005, et al. O quadro 1 mostra os municípios que receberam grandes empreendimentos, assim como os municípios que compõe seu entorno e que são direta ou indiretamente afetado no âmbito territorial quanto no mundo do trabalho. Terra Santa Faro Óbidos Curuá Alenquer Curionópolis Canaã dos Carajás Água Azul do Norte Eldorado de Carajás ALBRÁS (1985), ALUNORTE (1995), Imerys Capim Caulim (1996), Abaetetuba PPSA (1996), e SOINCO (1997) Moju Acará CADAM (1977), JARI Florestal (1979) e Mineração Santa Lucrécia (1981) Hidrelétrica de Tucuruí (1984), Camargo Corrêa e Metais S.A. (1988) Prainha Monte Alegre Breu Branco Novo Repartimento Pacajá Baião Goianésia do Pará As grandes empresas que se instalam na Amazônia Oriental são marcadas pelo planejamento de núcleos urbanos dotados de infra-estrutura para atender as demandas de seu quadro técnico, as chamadas Company Towns, enquanto que os demais trabalhadores, principalmente aqueles migrantes atraídos no começo das obras do empreendimento passam a morar de forma precária o que vai se configurando em uma 8
enorme franja urbana ao redor dessas cidades planejadas. Estes trabalhadores que agora residem nas periferias desses núcleos urbanos e que se empregaram somente no período das obras passam a se ocupar em quaisquer atividades que lhes garanta o mínimo para sua sobrevivência. Isso pode ser observado ao redor de todos os núcleos urbanos planejados pelos empreendimentos que se afirmam no estado do Pará. Nas últimas décadas, estes trabalhadores passam a buscar em quaisquer formas de trabalho o mínimo para sua reprodução. As transformações no mundo do trabalho nesse contexto de intensas intervenções na Amazônia oriental e de intensa urbanização estão intrinsecamente ligadas ao que Lia Osório Machado (1999) chama de “modo de produção regional” que se deu de forma diferente de outras fronteiras de povoamento do século XX no Brasil. Para a autora, na Amazônia a mobilidade da população e do trabalho no interior da região está diretamente relacionada à urbanização do território, e é o responsável pelo surgimento de novas cidades e frentes de trabalho. A urbanização do território, o mercado de trabalho e as relações entre ambos apresentam certas especificidades nas fronteiras de povoamento. Duas delas são bastante conhecidas: a forte mobilidade da população e do trabalho no interior do território, até certo ponto associada ao fluxo e refluxo de imigrantes, é o responsável pelo aparecimento de novas cidades e frentes de trabalho em curto espaço de tempo; a facilidade de implantação de novas formas de organização das atividades produtivas pela ausência de formas espaciais pretéritas e o caráter freqüentemente experimental dessas atividades provocam alterações bruscas na distribuição da população e do trabalho, sem paralelo nas áreas de povoamento consolidado. (MACHADO, 1999, p.109) Os impactos das dinâmicas engendradas nestas fronteiras urbanas (BECKER, 1994; MACHADO, 1990c; 1999) principalmente na Amazônia Oriental, fez com que os núcleos urbanos emergidos destas frentes e os que já existiam passassem a comportar um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, “[...] tal dinâmica interferiu diretamente na organização do mercado de trabalho diversificando-o segundo setor e ramos de atividades, ocupações, qualificações, salários, [...]”, (CASTRO, 1995, p. 06). Neste contexto, a nova divisão social e territorial do trabalho reorganiza o mundo do trabalho amazônico, impactando tanto o campo quanto a cidade. Porém, não basta analisar as transformações no mundo do trabalho da região somente na perspectiva da diversificação e aumento do número de ramos e atividades de trabalho que a economia de fronteira pós-60 trouxe consigo é preciso analisá-lo na perspectiva total. 9
Page 1 and 2: MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO
Page 3 and 4: pelo qual passara a região. Esse m
Page 5 and 6: projeto Ferro Carajás (no Sudeste
Page 7: migratórios que culminaram em um i
Page 11 and 12: disciplinamento da produção do es
Page 13 and 14: de mão de obra). Dentro desta nova
Page 15 and 16: político-econômica na região ess
Page 17 and 18: Entre 1960 e 2000 a modernização
Page 19 and 20: econômicas e, ao mesmo tempo, da r

MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?