MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb
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Belém, ou em uma cidade local.<br />
No âmbito da rede urbana, a modernização da economia paraense criou a<br />
diversificação da divisão territorial do trabalho e certa diferenciação econômico-<br />
funcional e hierárquica na rede urbana, com fortes impactos sobre a estrutura do<br />
mercado de trabalho. Centros de comércio e serviços como Santarém e Marabá, pólos<br />
madeireiros como São Félix do Xingú, pólos mineradores como Parauapebas e pólos<br />
pecuaristas como Xinguara, materializam a nova divisão territorial do trabalho no Pará e<br />
conformam uma nova hierarquização da rede urbana configurada, principalmente, com<br />
a emergência de cidades médias ou de porte médio como Marabá, Santarém e<br />
Castanhal.<br />
Outra manifestação da transformação no mercado de trabalho no Pará é a<br />
precarização das condições de trabalho acompanhada pela crescente informalização das<br />
relações trabalhistas. Por um lado, a falta de regulação do Estado acentua a precarização<br />
dessas relações de trabalho, uma vez que, o próprio Estado atua como agente de<br />
reprodução da informalidade. Por outro lado, a forma como o capital se apropria da<br />
força de trabalho (inclusive reproduzindo relações de trabalho não-capitalistas)<br />
contribui para o aumento da precariedade e informalidade das relações de trabalho no<br />
campo e nas cidades.<br />
Essa dinâmica de precarização e informalização das relações de trabalho é<br />
observada em todas as mesorregiões, tanto nas que foram atingidas pelo processo de<br />
modernização como a metropolitana de Belém, o Sudeste e Sudoeste paraense, quanto<br />
nas que foram menos atingidas como a do Marajó, o Baixo-Amazonas e o Nordeste<br />
Paraense. O mercado de trabalho na fronteira nunca foi organizado com base no<br />
emprego formal, a questão é que a crescente urbanização torna a reprodução da força de<br />
trabalho dramática, pois, a modernização torna-se sinônimo de crescimento da pobreza<br />
urbana, da violência, da segregação e etc.<br />
O mercado de trabalho no Pará foi fortemente impactado pela modernização<br />
ocorrida na Amazônia após 1960, comandada pelo Estado e pelo capital estrangeiro.<br />
Nesse processo a produção e a apropriação do espaço e da terra (urbana e rural)<br />
assumiram um papel fundamental. Dessa forma, o mercado do trabalho reflete a<br />
natureza e as contradições do avanço da economia capitalista na Amazônia. A<br />
urbanização, a terciarização, a informalização e a precarização do mercado de trabalho<br />
no Pará são macrotendências que estão inscritas no contexto de novas interações entre<br />
campo e cidade, da modernização seletiva do território, da globalização das relações<br />
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