MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb

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não sofreu estímulo de crescimento pautado no setor industrial, diferentemente de Manaus que se encontra na parte ocidental da Amazônia. Na mesorregião metropolitana de Belém há a presença de algumas indústrias, porém, o setor secundário não representa o perfil econômico da mesma, que se destaca pelo forte setor de comércio e serviços. Em 1991 era ela que absorvia a maior percentagem do pessoal ocupado no setor terciário com 33 %. Em 2000, o setor terciário na mesorregião metropolitana apresenta 77,17% do pessoal ocupado, reforçando, assim, essa mesorregião como a que mais ocupa no setor terciário. TABELA 05: PESSOAL OCUPADO NO PARÁ POR SETOR DA ECONOMIA A PARTIR DO CENSO <strong>DE</strong> 1991 Pessoal ocupado nas Mesorregiões Paraenses por setor da economia 1991 Nome Total Primário % Secundário % Terciário % Estado do Pará 838.597 511.590 61,01 203.505 24,26 123.502 14,73 Baixo Amazonas 103.756 76.593 73.82 16.117 15.53 11.046 10.65 Marajó 42.342 32.949 77.81 6.751 15.95 2.642 6.24 Metropolitana de Belém 214.265 43.901 20.49 97.522 45.51 72.842 33.00 Nordeste Paraense 263.358 209.839 79,68 35.557 13,5 17.962 6,82 Sudoeste Paraense 41.991 35.478 84.49 3.369 8.02 3.144 7.49 Sudeste Paraense 172.885 112.830 65.26 44.189 25.56 15.866 9.18 FONTE: IBGE/SEPOF, 2008. (Org. pelos autores) TABELA 06: PESSOAL OCUPADO NO PARÁ POR SETOR DA ECONOMIA A PARTIR DO CENSO <strong>DE</strong> 2000 Pessoal ocupado nas Mesorregiões Paraenses por setor da economia 2000 Nome Total Primário % Secundário % Terciário % Estado do Pará 2.043.689 565.065 27,65 362.957 17,76 1.115.667 54,59 Baixo Amazonas 209.038 88.488 42.33 33.488 16.02 87.062 41.65 Marajó Metropolitana de 110.876 50.792 45.80 19.631 17.70 40.453 36.50 Belém 720.908 33.848 4.70 130.734 18.13 556.326 77.17 Nordeste Paraense 479.451 216.629 45,18 83.837 17,49 178.985 37,33 Sudoeste Paraense 149.804 67.711 45.20 25.357 16.93 56.736 37.87 Sudeste Paraense 373.612 107.597 28.80 69.910 18.71 196.105 52.49 FONTE: IBGE/SEPOF, 2008. (Org. pelos autores) A mesorregião do Marajó nunca se constituiu como região de atração migratória, pelo seu pouco dinamismo econômico. Neste contexto de intervenção 14
político-econômica na região essa mesorregião manteve sua população ocupada majoritariamente no setor primário da economia, em 1991 77,81% e em 2000 45,80%. A mesorregião do Marajó, do Nordeste e do Sudoeste paraense apresentam significativas parcelas da população trabalhadora ocupada no setor primário da economia. Não obstante à redução relativa dos dados em 1991 e 2000 nesse setor. Apesar de todas as transformações com a entrada dos vetores da modernização na Amazônia oriental, essa modernização se fez presentes com menos intensidade nessas mesorregiões. Muitas das formas tradicionais de trabalho e de relação com a natureza permanecem sendo fundamentais para a reprodução de ribeirinhos, agricultores, quilombolas, indígenas e outros (CASTRO, 1999). Para Tomas Hurtienne (2001) o campesinato não só permanece como se fortalece no nordeste do Pará, dessa forma, ao lado das tendências de transformações no mundo do trabalho há significativos elementos de permanências das relações de trabalho tradicionais. Analisando as tabelas 05 e 06 acima dos censos de 1991 e de 2000 do IBGE do pessoal ocupado por setor da economia, constata-se a crescente predominância do setor de comércio de serviços em relação aos demais setores no estado do Pará, em 1991 em todo no Pará 18,35% do pessoal ocupado se encontrava nesse setor, enquanto que em 2000 cresce para 59,88%. Como analisado anteriormente, o fortalecimento deste setor da economia e a dinâmica dos demais setores acompanham as tendências conjunturais, por exemplo, do processo de intensa urbanização e reorganização no mundo do trabalho em todo o país, principalmente a partir de 1991 no processo de reestruturação produtiva. A mesorregião do Sudeste paraense que teve impacto direto desta dinâmica de fronteira passa a comportar um forte dinamismo econômico, por conseguinte, um forte dinamismo no mercado de trabalho, e um fortalecimento no setor secundário da economia com 25,56% do pessoal ocupado em 1991, e com uma relativa baixa em 2000 para 18,71%. Em números absolutos, em 1991 eram 44.189 pessoas ocupadas no setor secundário e em 2000, o pessoal ocupado neste setor era de 69.910. Em relação ao dinamismo do setor secundário no estado do Pará, pode-se analisar a importância da abertura de várias estradas que foram construídas, principalmente, para darem suportes às grandes empresas de extração de minério, e siderúrgicas, que se instalaram em Marabá, e em Parauapebas no Sudeste do estado, o que alavancou também, por exemplo, a indústria madeireira. Desta forma, em diversos municípios, os empregos nestas indústrias madeireiras, que são em sua maioria ilegais e sem fiscalização, se apresentam como outra possibilidade de saída do desemprego para 15
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