MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb
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de mão de obra). Dentro desta nova racionalidade empresarial o trabalhador se vê diante<br />
de novos desafios, pois diminuem os postos de trabalho nas empresas (que já eram<br />
escassos), dado os avanços tecnológicos e a crescente transferência de responsabilidades<br />
para empresas subcontratadas. Esta racionalidade nas novas formas de organização da<br />
produção e do trabalho, que marca a década de 90, trouxe consigo o aumento da<br />
terceirização e da terciarização (ANTUNES, 2009; SPOSITO, 2006).<br />
Esta terceirização, realizada pela nova racionalidade dos empreendimentos, que<br />
culminam nessa transferência de responsabilidade de serviços para empresas<br />
subcontratadas e que estão diretamente ligadas às novas formas de gestão por parte das<br />
grandes empresas, passam a se tornar outro grande empecilho na entrada dos<br />
trabalhadores na linha de produção das grandes empresas. Esta prática também é<br />
adotada pelo Estado que passa, cada vez mais, a contratar empresas terceirizadas,<br />
ampliando, por conseguinte, o número do pessoal ocupado neste setor de serviços.<br />
Em várias mesorregiões o emprego no funcionalismo público passa a ser uma<br />
das poucas opções de entrada no mundo do trabalho com garantias trabalhistas. Isso<br />
ocorre devido ao pouco (ou nenhum) dinamismo econômico e comercial de vários<br />
municípios que se encontram estagnados economicamente e passam a depender da<br />
prefeitura na oferta de empregos públicos.<br />
Dentre as mesorregiões, Marajó é a que apresenta o maior percentual do<br />
pessoal ocupado no serviço público com 20,73%, segundo os dados da tabela 04, do<br />
censo de 2000. Essa mesorregião não teve papel importante na transformação no mundo<br />
do trabalho da Amazônia Oriental por não ser um lócus de grandes investimentos e<br />
entrada de empresas, mantendo-se estagnada economicamente. Porém, mesmo as<br />
mesorregiões que fizeram parte desta economia de fronteira a partir da década de 1960,<br />
apresentam vários municípios dependentes do emprego público por se encontrarem<br />
abandonados na medida em que o capital transita e migra em busca de novas<br />
possibilidades de investimentos.<br />
As tabelas 05 e 06 mostram as características do mercado de trabalho no estado<br />
do Pará segundo o pessoal ocupado por setor da economia. Pode-se apreender<br />
analisando as figuras a seguir uma crescente perda de importância de Belém frente ao<br />
crescimento de pequenas e médias cidades face à expansão da economia de fronteira nas<br />
décadas anteriores em diversas regiões no interior do estado. Apesar da tabela 05<br />
apresentar a maior parte do pessoal da mesorregião metropolitana de Belém ocupada no<br />
setor secundário da economia com 45,51%, o principal município que é a capital Belém<br />
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