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MERCADO DE TRABALHO E URBANIZAÇÃO ... - XII Simpurb

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Mesmo onde o capital não esteja plenamente estruturado, por vezes, a<br />

psicoesfera que apreende os valores sociais modernos pode anteceder em um<br />

determinado espaço a expansão do meio técnico (SANTOS, 1993). A ideologia do<br />

consumo nos países subdesenvolvidos precede o modo de produção, esta ideologia do<br />

consumo se impõe como instrumento e motor da penetração de novas formas de<br />

produção (SANTOS, 1982).<br />

No âmbito do mercado de trabalho, muitas formas tradicionais de organização<br />

do trabalho em diversas localidades na Amazônia, tanto no campo quanto na cidade, são<br />

impactados na medida em que as novas necessidades de consumo vão se estabelecendo.<br />

Em muitos casos são empiricamente observáveis, por exemplo, no campo, os<br />

trabalhadores passando a se ocuparem em atividades agrícolas e não-agrícolas<br />

(pequenos comércios ou mercadinhos, pequenas vendas na beira da estrada, etc.), isto é<br />

em parte explicado devido ao fato de estarem aumentando as necessidades de consumo<br />

de objetos (em sua maioria industrializada) e que somente os ganhos do trabalho<br />

agrícola já não são suficientes para sustentar. Estas novas necessidades de consumo são<br />

frutos da difusão desta psicoesfera inerente ao caráter extensivo dos nexos urbano-<br />

industriais sobre o território.<br />

2- Características e tendências do mercado de trabalho no estado do Pará<br />

É importante ressaltar que essa urbanização que toma a região nas últimas<br />

décadas vem na sua forma mais perversa, onde a pobreza urbana (SANTOS, 1978) se<br />

apresenta como parte constituinte desse processo. O trabalhador encontra nas formas<br />

mais precárias as condições para sua reprodução, pois a grande maioria deles é atraída<br />

pela vinda dos empreendimentos, não sendo absorvida na linha de produção dessas<br />

empresas modernas, ocupando-se apenas no período das obras de construção. Muitos<br />

não têm condições de migrar para outras frentes onde haja empregos e acabam se<br />

conformando por ali mesmo e passam a morar nas periferias dos núcleos urbanos.<br />

Impactando, também, as formas pretéritas de reprodução da população e do mundo do<br />

trabalho nos lugares onde são impressas estas novas racionalidades, a racionalidade dos<br />

grandes empreendimentos.<br />

Isso ocorre porque o espaço que se produz hoje na Amazônia introduz<br />

a mediação do mercado e da terra como mercadoria na relação do<br />

homem com a natureza, visando garantir a reprodução para o capital<br />

na sua forma mais predatória. [...] imprimindo novas formas de<br />

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