redescobrindo a cidade tfg Maria João Figueiredo, 2009 - Grupo ...
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8 No dia 01 de março de <strong>2009</strong>,<br />
encontrei uma obra de manutenção<br />
da rede de esgotos<br />
sendo realizada a esquina da<br />
Rua Barão de Campinas com<br />
a Alameda Glete. Conversando<br />
com o engenheiro presente,<br />
ele confirmou a existência<br />
de um córrego passando por<br />
ali, mostrou dentro do buraco<br />
sendo feito a parede do canal<br />
do córrego, em tijolo e com um<br />
vazamento, e contou que nas<br />
semanas seguintes o rio seria<br />
desviado em alguns metros do<br />
seu trajeto adentrando os lotes<br />
para o leito da rua.<br />
9 Ver reportagem no anexo 07.<br />
A partir de então, passou-se a trabalhar com um mapa delimitado<br />
por essa nova área, balizado em função desse corpo d’água: o<br />
recorte de trabalho ficou demarcado ao norte pelo rio Tietê, a oeste<br />
pela Avenida Pacaembu, ao sul pelos bairros da Vila Buarque e Higienópolis<br />
e a leste pelas avenidas Rudge e Rio Branco. Foram realizados<br />
novos percursos a pé e de bicicleta, sempre com atenção voltada<br />
a indícios da existência desse “córrego oculto”.<br />
A relação de todas as observações realizadas encontra-se<br />
descrita no mapa 8.<br />
No arquivo da Secretaria de Infra Estrutura Urbana do município<br />
de São Paulo (Siurb) foram obtidos mapas que confirmaram a<br />
existência desse corpo d’água, seu trajeto e a forma como está canalizado.<br />
Descobriu-se que se trata de um córrego chamado Anhanguera<br />
(provavelmente chamado anteriormente de Córrego do Carvalho,<br />
segundo as descrições de Afonso de Freitas mostradas anteriormente),<br />
cuja canalização data do final da década de 1950 O trecho canalizado<br />
obtido nos mapas inicia-se na Rua Frederico Steidel e termina<br />
na Rua Doutor Ribeiro de Almeida, local até onde o rio foi canalizado<br />
em 1958. O canal tem seção oval em alvenaria, cujo diâmetro maior<br />
varia entre 1,7m e 2,5m e o menor entre 1,3m e 1,6m.<br />
Outra planta obtida mostra o projeto de drenagem desse<br />
córrego realizado em 1970 entre a Rua Luzitânia (atual Rua Norma<br />
Pieruccini Giannotti, continuação da Avenida Marquês de São Vicente)<br />
e a Avenida Doutor Abraão Ribeiro (continuação da Avenida<br />
Pacaembu).<br />
O mapa do trecho a montante do córrego foi localizado na<br />
Siurb, mas está ilegível.<br />
As condições dessas plantas na Siurb demonstram (entre<br />
outros indícios) a precariedade em que se encontra esse sistema<br />
de drenagem hoje. Tratam-se de galerias construídas em 1958, com<br />
partes do projeto perdidas, cuja manutenção tem sido realizada de<br />
maneira fragmentada, com retalhos 8 .<br />
A precariedade em que se encontra essa rede de drenagem<br />
também pode ser observada em campo. As fotos apresentadas na<br />
páginas 34 comprovam isso. A primeira foto mostra justamente a<br />
parede dessa galeria em tijolos, com um vazamento na esquina da<br />
Rua Barão de Campinas com a Alameda Glete, no momento em que<br />
ocorria uma obra de manutenção da rede de esgotos.<br />
A segunda mostra a esquina das Ruas Major Sertório e Cesário<br />
Mota Júnior no dia 17 de Março de <strong>2009</strong>, na ocasião de uma<br />
chuva bastante forte que alagou grande parte do centro de São Paulo<br />
9 . Nesse momento, dos tampões das chaminés que dão acesso aos<br />
poços de visita dessa galeria aflorava água com relativa intensidade,