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redescobrindo a cidade tfg Maria João Figueiredo, 2009 - Grupo ...

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22<br />

A<br />

B<br />

percurso com maior número de vestígios observados de córregos<br />

ocultos (ou pelo menos vestígios evidentes em um primeiro momento)<br />

foi o realizado no sentido noroeste.<br />

Nessa caminhada pelos Campos Elíseos foi possível observar<br />

grande concentração de bueiros, bocas-de-lobo e grandes grelhas<br />

sobre o asfalto, por onde foi possível ouvir o som de água e ver água<br />

correndo, constituindo assim indícios fenomenologicamente perceptíveis<br />

da existência de algum córrego. Tal percurso, realizado em concordância<br />

ao declive, delineou, com apoio dos vestígios encontrados,<br />

a linha de um possível corpo d’água oculto pela malha urbana.<br />

O percurso pela “Centro Velho” e pela região da Praça da<br />

República foi menos proveitoso se comparado ao percurso anterior,<br />

além de ter gerado falsas interpretações em um primeiro momento.<br />

Sobre as calçadas de pedestres verificou-se grande quantidade<br />

de tampas metálicas de caixas de inspeção de galerias de águas<br />

pluviais, a cada 20 metros e de ambos os lados das calçadas. Mais<br />

tarde, percebeu-se que o número alto dessas tampas ocorria por se<br />

tratar de uma área altamente impermeabilizada. O tanque da Praça<br />

da República também recebeu certa atenção da pesquisadora, mas<br />

mais tarde se descobriu que o primeiro chafariz ali implantado foi<br />

tardio, de 1882, e construído pela Companhia Cantareira de Águas e<br />

Esgotos, ou seja, já foi utilizada ali água encanada e não água desviada<br />

de algum corpo d’água natural 4 .<br />

A caminhada pelo vale do Rio Tamanduateí foi importante<br />

para se observar a relação desse rio com seu entorno. Contido entre<br />

altas paredes de concreto, o rio fica completamente isolado. O contado<br />

dos habitantes com essa água fica resumido à visão que se tem<br />

de seu leito àqueles corajosos pedestres que utilizam as calçadas<br />

das pontes. Parar sobre essas pontes, que parecem pensadas exclusivamente<br />

para o uso dos automóveis, para observar o horizonte que<br />

ali se abre – ocasião rara na <strong>cidade</strong> de São Paulo – além de desagradável<br />

por causa da poluição sonora e do ar, não parece ser muito<br />

seguro, já que o número de pedestres que ali circulam é escasso.<br />

Na região da Rua 25 de Março, próximo à Estação Parque<br />

Dom Pedro II, observou-se a existência de ruelas, curtas e estreitas,<br />

logo abaixo da encosta da colina do Pátio do Colégio. Tais ruelas<br />

apresentam escadas e rampas, pois conectam cotas que estabelecem<br />

um desnível expressivo. Espremidas entre os muros altos dos<br />

lotes vizinhos, nas ruelas haviam poças d’água que pareciam estar<br />

sempre presentes por ali, dando um caráter úmido ao local.<br />

No percurso realizado pelos bairros da Consolação e Vila<br />

Buarque, também se encontrou uma tampa de galeria de águas<br />

pluviais, na esquina da Rua Dr. Vila Nova com a Rua Major Sertório,<br />

onde foi possível ouvir o som de água corrente. Foi verificado que tal<br />

som pode ser ouvido em diversas ocasiões, independente do índice<br />

4 GASPAR, 1967. Página 85.<br />

A: Bueiro na Rua Feredico<br />

Steidel onde era possível<br />

ver e ouvir o som de água<br />

correndo.<br />

B: Vila (rua-sem-saída) na<br />

Rua Feredico Steidel.

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