1 Tese de Mestrado Fernando Barros-parte II - Universidade do Minho
1 Tese de Mestrado Fernando Barros-parte II - Universidade do Minho
1 Tese de Mestrado Fernando Barros-parte II - Universidade do Minho
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Mestra<strong>do</strong></strong> em Engenharia Municipal<br />
RESENHA HISTÓRICA E PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS URBANÍSTICAS<br />
Em Portugal as principais influências urbanísticas chegaram um pouco mais tar<strong>de</strong>,<br />
que no resto da Europa, estan<strong>do</strong> à margem <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate Internacional sobre o urbanismo,<br />
sen<strong>do</strong> que as políticas <strong>de</strong> organização <strong>do</strong> território se <strong>de</strong>ram já em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século<br />
passa<strong>do</strong>.<br />
Talvez aquele que ainda hoje é o mais reconheci<strong>do</strong> pelos seu esforços <strong>de</strong><br />
promoção <strong>do</strong> urbanismo em Portugal seja o Eng. Duarte Pacheco que sempre salientou<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver em Portugal o ensino <strong>do</strong> Urbanismo, mas que<br />
infelizmente não foi entendi<strong>do</strong> pelas Universida<strong>de</strong>s até bem tar<strong>de</strong>, o que enfraqueceu o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento urbano e urbanístico em Portugal, ten<strong>do</strong> <strong>de</strong> recorrer muitas vezes ao<br />
exterior, como no caso da Câmara Municipal <strong>de</strong> Lisboa, que como principal pólo urbano<br />
<strong>do</strong> País, teve <strong>de</strong> recorrer à intervenção <strong>de</strong> urbanistas, internacionalmente reconheci<strong>do</strong>s,<br />
tais como Alfred Agache ou Etienne <strong>de</strong> Gröer.<br />
Enquanto ao nível <strong>de</strong> políticas urbanas e <strong>de</strong> mecanismos urbanísticos Portugal<br />
sentia lacunas, iam nascen<strong>do</strong> novos mo<strong>de</strong>los como <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Atlântico surge<br />
com PERRY a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> "Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vizinhança" her<strong>de</strong>ira <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>-Jardim,<br />
ten<strong>do</strong> surgi<strong>do</strong> diversas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong>ste conceito como a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vizinhança<br />
<strong>de</strong> Clarence Stein ilustrada nos "Anéis <strong>de</strong> Redburn", e o Plano Nuclea<strong>do</strong>.<br />
Os seis princípios básicos que, em 1926, Perry enunciava na sua "Teoria da<br />
Vizinhança" eram:<br />
1. As artérias principais e as vias <strong>de</strong> acesso não <strong>de</strong>vem atravessar os bairros<br />
resi<strong>de</strong>nciais. Estas ruas <strong>de</strong>vem antes funcionar como limites da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vizinhança.<br />
2. O traça<strong>do</strong> e a construção das ruas internas <strong>de</strong>ve prever becos-sem-saída,<br />
projecta<strong>do</strong>s em curva, com pavimentos ligeiros, <strong>de</strong> forma a proporcionar um<br />
tráfego tranquilo e pouco intenso, preservan<strong>do</strong> assim o ambiente resi<strong>de</strong>ncial.<br />
3. O ponto <strong>de</strong> convergência da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vizinhança <strong>de</strong>ve ser a escola básica<br />
localizada no centro, em espaço ver<strong>de</strong>, perto <strong>de</strong> outras instituições cujas áreas<br />
<strong>de</strong> serviço correspon<strong>de</strong>m aos limites da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vizinhança.<br />
Análise <strong>do</strong> Fenómeno da Naturbanização ao nível <strong>de</strong> PDM – Aplicação a Terras <strong>de</strong> Bouro<br />
27