1 Tese de Mestrado Fernando Barros-parte II - Universidade do Minho
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SÍNTESE<br />
<strong>Mestra<strong>do</strong></strong> em Engenharia Municipal<br />
Nos últimos anos, tem-se assisti<strong>do</strong> a uma mudança das dinâmicas urbanas. Hoje<br />
em dia, existem cada vez maiores preocupações com a qualida<strong>de</strong> ambiental e a<br />
tentativa <strong>de</strong> aliar essa qualida<strong>de</strong> com espaços constituí<strong>do</strong>s por equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
lazer e educação que possam servir as populações fora das gran<strong>de</strong>s urbes e,<br />
geralmente, localizadas na zona periurbana ou, a uma distância que não seja inibi<strong>do</strong>ra<br />
<strong>do</strong> movimento casa-trabalho-casa.<br />
Assim, os aspectos <strong>de</strong> infra-estuturação, re<strong>de</strong> viária, entre outros, têm causa<strong>do</strong><br />
cada vez maiores evoluções e levam a uma maior mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas e bens.<br />
Dentro <strong>de</strong>stas transformações temos visto a <strong>de</strong>gradação e aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> espaço<br />
rural e agrícola a favor <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s centros urbanos, ocorren<strong>do</strong> três gran<strong>de</strong>s mudanças:<br />
<strong>de</strong>preciação da activida<strong>de</strong> agrícola, perda <strong>de</strong> população e uma terceira, mais recente, a<br />
atractivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes espaços para construção, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a serem zonas <strong>de</strong> uma qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida mais relaxante e associada ao Turismo.<br />
Isto levou a uma mudança <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> da pressão das zonas habitacionais<br />
voltan<strong>do</strong>-se para estes espaços rurais, este processo começou a ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Contraurbanização.<br />
O processo <strong>de</strong> Contraurbanização é aponta<strong>do</strong> por Berry (1976) como um<br />
processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização da população, que envolvia uma mudança <strong>de</strong><br />
movimentos <strong>de</strong> população, anteriormente <strong>do</strong> campo-cida<strong>de</strong>, agora no seu inverso: da<br />
cida<strong>de</strong>-campo.<br />
O processo da Naturbanização começou, assim, por ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Contraurbanização num trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Berry em 1976 e 78 e Champion<br />
1989.<br />
Este novo fenómeno é aponta<strong>do</strong> por alguns autores como “o da cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sconcentrada” pois, “caracteriza-se pela dispersão no espaço da população urbana,<br />
enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> por tal a que não se encontra funcionalmente vinculada às activida<strong>de</strong>s<br />
próprias das áreas rurais, ou seja, a população que resi<strong>de</strong> nas áreas rurais e que não se<br />
encontra ocupada nas activida<strong>de</strong>s agrárias” (FERRÁS, 2000).<br />
Apenas uma <strong>parte</strong> da área rural é afectada pelo movimento da população cida<strong>de</strong>campo,<br />
pois, apenas algumas pessoas são atraídas pelo fenómeno <strong>do</strong>s valores naturais<br />
da paisagem.<br />
Análise <strong>do</strong> Fenómeno da Naturbanização ao nível <strong>de</strong> PDM – Aplicação a Terras <strong>de</strong> Bouro<br />
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