14.04.2013 Views

Rubens Pertha - Sistema de Bibliotecas da FGV

Rubens Pertha - Sistema de Bibliotecas da FGV

Rubens Pertha - Sistema de Bibliotecas da FGV

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

. .. " .<br />

"<br />

"2.26<br />

Em setembro <strong>de</strong> 1982. a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> moratória do México surpreen­<br />

<strong>de</strong>u 08 círculos financeiros internacionais,provocando o colapso <strong>da</strong> reci­<br />

clagem compe titi va . não só para o México ,mas praticamente para quase to­<br />

dos os países <strong>de</strong>vedores em <strong>de</strong>senv olviento . Uma discussão pouco fecun<strong>da</strong><br />

in<strong>da</strong>ga se a culpa foi dos credores . que emprestaram dinheiro irresponsavel­<br />

mente,ou dos <strong>de</strong>vedores ,que disperdiçaram os recursos obtidos do exterior .<br />

Certament e <strong>de</strong>vedores e credores come teram seus erroo". Tratava-se, porem<br />

<strong>de</strong> erros in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes , pois nem os <strong>de</strong>vedores internacionais sincronizaram<br />

as suas po líti cas econômicas ,nem os credores agiam em coalizão.E,pela lei<br />

dos" gran<strong>de</strong>s números,uma crise difici lmente po<strong>de</strong> ser atribui<strong>da</strong> aos erros<br />

<strong>de</strong> um -vasto 'elenco <strong>de</strong>- atores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

A ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira explicaão foi a mu<strong>da</strong>nça inespera<strong>da</strong> e abrupta do sinal<br />

do diferencial x-t entre 1981 e 1982. Entre 1974 e 1980 as exportaçõe s<br />

dos países em <strong>de</strong>senv olv imento fora <strong>da</strong> OPEP cresceram, em média,<strong>de</strong> 21,1 " a.a,<br />

enquanto uma taxa típica <strong>de</strong> juros no s empréstimos a esses países, LIBOR +<br />

1,5" a.a <strong>de</strong> spread ,ficava na média anual <strong>de</strong> 10 ,1 " . Entre 1981 e- 1982 as<br />

taxoo dOe crescimento <strong>da</strong>s exportações, em dólars , cniram para apenas 1" a.a,<br />

em parte pela recessão internacional ,em parte pela va lorização do dólar em<br />

ão às mo e<strong>da</strong>s européias e ao iene japones. Enquanto isso ,os juros ,em<br />

dólares, subiram em média para 16 ,3 " a.a . Com a passagem inespera<strong>da</strong> e<br />

abrupta <strong>da</strong> dinâmica favorável para a <strong>de</strong>sfavorável,as relações dtvi<strong>de</strong>xporta­<br />

ções subiram <strong>de</strong> níveis aceitáveis para limites críticos . A crise tornara -se<br />

inevitável,e a moratória do México foi apenas o seu estopim . Note-se que<br />

a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> crise <strong>de</strong>veu-se basicamente ao fato <strong>de</strong> a maior parte <strong>da</strong>s<br />

dívi<strong>da</strong>s internacionais ter sido contrata<strong>da</strong> na moe<strong>da</strong> que ma is se valorizou<br />

e em relação à qual os juros mais Bubiram,o dólar . Ela eria sido muito mais<br />

bran<strong>da</strong> se as dívi<strong>da</strong>s internacionais fossem em marcos alemães ou ienes.<br />

Um colapso fi nanc eiro mundial foi evitado pela intervenção do Fundo Mone­<br />

tário Internacional e dos principais bancos centrais,os quais est imularam<br />

os credores particulares a rescalonar os prazos <strong>de</strong> amortização dos empréstimo<br />

a conce<strong>de</strong>r alguns empréstimos adi cionais para que oa <strong>de</strong>vedores pu<strong>de</strong>ssem pagar<br />

totalmente os juros <strong>de</strong>vidos, e ins tando os <strong>de</strong>vedores a adotar políticas drás­<br />

ticas <strong>de</strong> redução do <strong>de</strong>ficit externo em transações correntes . Se esse esforço<br />

conduzirá a um final fel iz,ou simplesmente a uma inev itável confrontação en­<br />

tre <strong>de</strong>vedores e credores,ain<strong>da</strong> ó uma incógnita,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo sobretudo <strong>de</strong> como<br />

se comporte o parâmetro crítico <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>,o diferencial x-i.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!