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Rubens Pertha - Sistema de Bibliotecas da FGV

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N9 63<br />

MACROECONq..IA<br />

.CapItulo 11 - O Balanço <strong>de</strong> Pagamentos<br />

rio Henriqu Simonsen<br />

i<br />

<strong>Rubens</strong> <strong>Pertha</strong> Cysne


N9 63<br />

MACROECONOMIA<br />

CapItulo 11 - O Balanço <strong>de</strong> Pagamentos<br />

Mário Henrique S1monsen<br />

<strong>Rubens</strong> <strong>Pertha</strong> Cysne<br />

I


2.1- Conceitos Básicos<br />

CAPITULO 11<br />

O Balanço <strong>de</strong> Pagamentos<br />

Define-se usualmente balanço <strong>de</strong> pagamentos como sendo o regis­<br />

tro sistemático <strong>da</strong>s transações entre resi<strong>de</strong>n·tes e não resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> um<br />

paIs durante <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo . . Trê5 quali ficações <strong>de</strong>vem acom­<br />

panhar esta <strong>de</strong>finição. Em primeiro lugar, a improprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do nome balan­<br />

ço <strong>de</strong> pagamentos, que seria muito melhor substituíco pelo termo "balanço<br />

<strong>de</strong> transações". De fato, inúmeras operações registra<strong>da</strong>s em seu contexto<br />

não envolvem pagamentos diretos em moe<strong>da</strong>, sendo que algumas nao estão asso­<br />

cia<strong>da</strong>s a pagamentos <strong>de</strong> qualquer espécie, como, por exemplo, as transferên­<br />

cias unilaterais. Segundo, nem todos os lanamentos contábeis efetuados<br />

quanno <strong>de</strong> sua preparação envolvem necessariamente transações entre resi<strong>de</strong>n<br />

tes e não resi<strong>de</strong>ntes, corno é o caso <strong>da</strong> monetização <strong>de</strong> ouro adquirido in··<br />

ternamente (compra <strong>de</strong> ouro por parte do Banco Central, que passa a utili­<br />

zá-lo como um ativo financeiro), reavaliação <strong>de</strong> reservas etc • • . O terceiro<br />

e mais importante ponto a ser esclarecido é o que se <strong>de</strong>fine por resi<strong>de</strong>nte<br />

e não resi<strong>de</strong>nte " Teoricamente, a residência <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado agente econô­<br />

mico <strong>de</strong>ve correspo<strong>de</strong>r ao país on<strong>de</strong> esteja localizado o seu "centro <strong>de</strong> in­<br />

teresse", ou seja, on<strong>de</strong> se espera que ocorra, em termos nao apenas temporá­<br />

rios, a sua participação na produção e absorção <strong>da</strong> bens e serviços. Sob<br />

este prisma, consi<strong>de</strong>ram-s resicct cr. indivíduos que vivem permanente­<br />

mente no paIs (incluindo os estrange'iros com residência fixa), os funcioná­<br />

rios em·serviço no exterior e as. pessoas que se encontrem transitoriamente<br />

fora do país em viagens <strong>de</strong> turismo, negócio, educação, etc . . . Consi<strong>de</strong>ram­<br />

se também resi<strong>de</strong>ntes as pessoas jurídicas <strong>de</strong> direito público ou privado se­<br />

dia<strong>da</strong>s no país, inclusive sucursais ou filiais <strong>de</strong> empresas estrangeiras.<br />

Os registros contábeis no balanço <strong>de</strong> pagamentos são elaborados<br />

<strong>de</strong>ntro do princípio <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s dobra<strong>da</strong>s: a um débito em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> con­<br />

ta <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r um crédito em alguma outra e vice-versa. Para tanto,<br />

as contas do balanço <strong>de</strong> pagamentos po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>da</strong>s em dois gran<strong>de</strong>s gr


pcs. a) as' contas operaCionAis1 b) as contas <strong>de</strong> caixa.<br />

As contas operacionais correspon<strong>de</strong>m aos fatos geradores do recebimento<br />

'....--. .<br />

ou{ dI!\ transferência <strong>de</strong> recureos ao exterior: exportações, importações,<br />

fretes, .eguros, juro. , divid( ndos , investimentos, transferências unilate­<br />

rai., empré.timos, amortizações etc. Qu!ndo ·o fato gerador <strong>da</strong> transação<br />

di origem a uma entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o paIs, a conta correspon<strong>de</strong>nte é<br />

credita<strong>da</strong> (ou seja, lança<strong>da</strong> com 8inal positivo). Quando origina urna saí<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> recursos, .a conta em questão é 4ebita<strong>da</strong> pelo valor correspon<strong>de</strong>nte (lan­<br />

çamento com sinal negativo).<br />

Aa contas <strong>de</strong> caixa registram o movimento dos meios <strong>de</strong> pagamento<br />

internacionais à disposiçÃo do paIs. Contabilizam-se neste item as vari­<br />

açõ •• <strong>da</strong>s reservas internacionais, ou eja, <strong>de</strong> todos os ativos que possam<br />

.er consi<strong>de</strong>rados disponíveis, pelas Auori<strong>da</strong><strong>de</strong>s Monetárias, para pagamento<br />

-' '<strong>de</strong> qualquer dIvi<strong>da</strong> ou aquisição <strong>de</strong>' direitos junto a não resi<strong>de</strong>ntes.<br />

Aa contas usualmente clasi-fi ' ca<strong>da</strong>s sob esta 17uhrica:8ãq L .i) Haveres· a :curto<br />

pr,zo no exterior,ii) Ouro monetárioliii) Direitos especiais <strong>de</strong> saque, iv)<br />

Po8ição <strong>de</strong> reservas no 1MI. A primeira <strong>de</strong>ssas contas correspen<strong>de</strong> ao e.to­<br />

que <strong>de</strong> Moe<strong>da</strong>s estrangeiras e <strong>de</strong> títulos externQS <strong>de</strong> curto prazot em <strong>da</strong>s<br />

... _, .. - -.- -<br />

Autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s Monetárias. As contas ii) e iii) se refer.m à liqujdz interna­<br />

c10nal à disposição doa resi<strong>de</strong>ntes, sob a forma <strong>de</strong> c;;u:!:o, direi tCl!'ó (';8pc.oiaia<br />

,..<br />

<strong>de</strong> saque (que são uma moe<strong>da</strong> fiduciária cria<strong>da</strong> p,10 r11!l1n rn!\(;d:;1rjC) lnterna-<br />

c10na1) e r.,servas no FMI. Es-tas últimas não <strong>de</strong>vem s


a) um paIs exporta merr.adorias recebendo à vista o pagamento em<br />

moe<strong>da</strong> estrangeira: credita-se a conta "Exportações" e <strong>de</strong>bita-se a <strong>de</strong> "Hav-<br />

res a cur to prazo no exterior";<br />

b) um paIs importa mercadorias pagando-as à vista em moe<strong>da</strong> nacio­<br />

nal: ;:is' óbrlgações monetárias do sistema bancário (<strong>de</strong>ntrel.as quais··.se in-<br />

clui a moe<strong>da</strong> nacional) bem como os .títulos internos <strong>de</strong> curto prazo,em po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> não resi<strong>de</strong>ntes.,são consi<strong>de</strong>rados obrigações a c:.urio pra.zo e contablliza­<br />

<strong>da</strong>s (no caso específico do Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1978) na rubrica "Capitais a curto<br />

prazo " . Assim, no problema em questão, <strong>de</strong>bita-se o item "Importações",cr<br />

ditando-se "Capitais a curto prazo".<br />

", .... :. c) um paIs paga em ouro monetário a amor tização <strong>de</strong> um empréstimo ex<br />

terno:débito <strong>de</strong> "Amortizações", crédito <strong>de</strong> "Ouro monetário".<br />

Quanto às transações que não são, liqui<strong>da</strong><strong>da</strong>s em moe<strong>da</strong>, elas po<strong>de</strong>m<br />

ser concebi<strong>da</strong>s como o resultado <strong>de</strong> duas transações, a primeira envolvendo<br />

uma entra<strong>da</strong> e a segun<strong>da</strong> uma saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>. Assim, por exemplo:<br />

a) wn paIs recebe do exterior um donativo em mercadorias: tudo se<br />

passa como se o 'pals tivesse primeiro recebido um donativo em dinheiro e<br />

.<br />

posterior mente impo rtado mercadorias no exterior. Assim, o lançamento final<br />

será:débito <strong>de</strong> "Importações", crédito <strong>de</strong> "Transferências Unilaterais";<br />

b)um país permuta mercadorias com o exterior: crédi to <strong>de</strong>, "Expo!,<br />

tções 11, débi to <strong>de</strong> " Importações " ;<br />

c) um equipamento estrangeiro é adquirido pelo país com financia-<br />

mento externo: crédito <strong>de</strong> "Financiamento", débito <strong>de</strong>: "Importações".<br />

2.2- A Estru t.ura do Balanço <strong>de</strong> Pagamentos<br />

Os componentes do balanço <strong>de</strong> pagamentos sao usualmente apresenta­<br />

dos em coluna e classificados em diferentes grupos <strong>de</strong> contas. Em <strong>de</strong>currên-<br />

ela <strong>da</strong> utilização do critério <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s dobra<strong>da</strong>s, a soma do saldo <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong>s as contas toma<strong>da</strong>s em conjunto <strong>de</strong>ve necessariamente ser igual a<br />

zero. Isto impõe que, se traçarmos, <strong>de</strong> acordo com um critério qualquer, urna<br />

linha horizontal que separe' os itens dispostos no balanço <strong>de</strong> pagamentos<br />

em duas partes distintas, a primeira representando todos os componentes "aci­<br />

ma <strong>da</strong> linha, e a outra incluindo os componentes restantes ("abaixo <strong>da</strong> lio'ha<br />

os dois grupos <strong>de</strong>verão apresentar c mesmo saldo numérico, com o sinal trocado.<br />

2.3<br />

OI ) ,


Dois gran<strong>de</strong>s grupos se <strong>de</strong>stacam no balanço <strong>de</strong> pagamentos:<br />

transações correntes e os movimentos <strong>de</strong> capitais. écnsi<strong>de</strong>ram-se transaçCc'<br />

oorrentEs éqIlelas que se referem à I'IDViJrentação <strong>de</strong> nercadorias e serviços (i!!.<br />

clusive 08 serviços <strong>de</strong> remuneraçao <strong>de</strong> capitais sob a forma <strong>de</strong> juros<br />

divi<strong>de</strong>ndos). Classificam-se como movimentos <strong>de</strong> capitais os <strong>de</strong>slocamen"<br />

tos <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>, créditos e tItulos representativos <strong>de</strong> investimentos.· Esta<br />

dicotomização do balanço <strong>de</strong> pagamentos "implic . pela observação ante<br />

riormente efetua<strong>da</strong>, que o saldo em transações correntes seja igual<br />

saldo do balanço <strong>de</strong> capitais com o sinal trocado, conforme ilustrado a­<br />

baixo:<br />

Saldo em Transações Correntes (T)<br />

Saldo <strong>da</strong> Conta <strong>de</strong> Capitais (K)<br />

Z E R O<br />

T + K = O T = - K<br />

2.4<br />

•<br />

Isto significa que quando um país apresenta um superavit em<br />

transações 'correntes, sua conta <strong>de</strong> capital é necessariamente negativa,<br />

o que equivale a um aumento dos haveres externos líquidos (haveres po<br />

suldos menos haveres emitidos) em po<strong>de</strong>r dos resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sta economia.<br />

Da mesma forma, um <strong>de</strong>f1cit em transações correntes equivale a uma d1mi<br />

nuição no saldo liquido total <strong>de</strong> haveres externos possu1dos pelos resi<br />

<strong>de</strong>ntes do paIs.<br />

As" transações correntes sao dividi<strong>da</strong>s em três subgrupos: o ba<br />

lanço comercial, correspon<strong>de</strong>nte ao saldo <strong>da</strong>s export.ações F.O.B. sobre as<br />

1J:rp:>rtaÇões F.O.B., o balanço <strong>de</strong> serviços e as transferências Unilate-<br />

rais. Os movimentos <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>stacar como subgrupo as contas<br />

<strong>de</strong> caixa, que representam as reservas internacionais à disposição <strong>da</strong>s Au<br />

tori<strong>da</strong><strong>de</strong>s Monetárias.<br />

Para efeito do cálculo do saldo total do balanço <strong>de</strong> pagamentos,<br />

<strong>de</strong>ve-se arbitrar quais os itens <strong>da</strong> conta <strong>de</strong> capital que <strong>de</strong>verão tomar p<br />

sição, juntamente com as reservas "abaixo <strong>da</strong> linha", ou seja, excluídos<br />

do cálculo <strong>de</strong>ste saldo. Em suma, trata-se <strong>de</strong> estabelecer uma distin-<br />

as<br />

e<br />

ao


çao entre as rubricas que representam efetivamente transações operaciQ<br />

nais entre resi<strong>de</strong>ntes e não resi<strong>de</strong>ntes e aquelas que correspon<strong>de</strong>m exclu<br />

sivamente a uma fonte <strong>de</strong> financiamento do saldo total do balanço.<br />

2.5<br />

Um possIve l prooeclinto ccnsiste em incluir neste ültinD grupo,em ad!<br />

ção às reservas, os atrasados cx::rterciais e os emprestinos <strong>de</strong> regularização. Estes u1-<br />

timos correspon<strong>de</strong>m aos empréstimos tomados em geral a organismos finan<br />

ceiros internacionais (FMI, BIS etc')J com vistas à solução <strong>de</strong> problemas<br />

<strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> pagamentos. Este tipo <strong>de</strong> classificação dá origem a umF<br />

<strong>de</strong>composição do movimento <strong>de</strong> capitais em duas partes, a primeira corre,<br />

pon<strong>de</strong>ndo às entra<strong>da</strong>s e sal<strong>da</strong>s voluntárias <strong>de</strong> capital (capitais autono-<br />

mos) , a segun<strong>da</strong> representando as contas <strong>de</strong> caixa, os empréstimos <strong>de</strong><br />

regularização e os atrasados comerciais (capitais compensatórios).Veja­<br />

mos em pormenores a estrutura <strong>de</strong> um balanço <strong>de</strong> pagamentos típico:<br />


I) Balanço Comercial<br />

Exportações<br />

Importações<br />

'l'ABELA I<br />

Estrutura Geral do Bal anço <strong>de</strong> Pagamentos<br />

(FOB)<br />

(FOB)<br />

11) Bàlanço <strong>de</strong> Serviços<br />

Viagens Internacionais<br />

Transportes<br />

Seguro<br />

Lucros e Divi<strong>de</strong>ndos<br />

Ren<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Capital Lucros Reinvestidos<br />

Juros<br />

Serviços Gover namentais<br />

Serviços Diversos<br />

Rel ativos a Faores <strong>de</strong> produção<br />

Não relativos a Fatores <strong>de</strong> Produção<br />

111) Transferências Unil aterais (Donativos )<br />

IV) Sal do do Bal anço <strong>de</strong> Pagamentos em Conta Cor rente (I+IH·1II)<br />

V) Movimento <strong>de</strong> Capitais Autônomos<br />

Investimentos Diretos<br />

Reinvestimentos (Cont rapartid a<br />

Empréstimos e Financiamentos<br />

Amortizações<br />

Capitais a Curto Prazo<br />

Outros Capit ais<br />

VI) Er ros e Omissões<br />

,<br />

dos Lucros Reinvestidos)<br />

VII) Saldo Tot al do Bal anço <strong>de</strong> Pagamentos (IV+V+VI)<br />

VIII) Movimento <strong>de</strong> Capit ais Com pensatór ios (ratonstrativo 'E Resul taoos) (-VII)<br />

. fVariaçêíes ro Total<br />

Haveres a CUrto Prazo no· Exteror lCUltraparti<strong>da</strong> para valorizaçê":es/<strong>de</strong>svaloriz.:lC'U::,s<br />

variações no Total .<br />

Cbntas <strong>de</strong> OUro lb'letário O::ntraparti<strong>da</strong> para valorizas/<strong>de</strong>svalozaç§es<br />

Caixa<br />

Cl:ntraparti<strong>da</strong> para m:netizaçao j<strong>de</strong>stra1etizaçao<br />

[Variações no Total<br />

(Reservas ) Direitos Especiais <strong>de</strong> S Contraparti<strong>da</strong> para Alocação/9IDcel.arrento _<br />

o:ntraparti<strong>da</strong> para valorizaçoes/<strong>de</strong>svalorizaçoes<br />

- f Variações no Total<br />

Posiçao <strong>de</strong> Reservas <strong>de</strong> Fundo l Cl:tltraparti<strong>da</strong> para valorizações/<strong>de</strong>svalorizações<br />

Em préstimos <strong>de</strong> Regul arização<br />

Atrasado Comerciais<br />

2.6


Uma observação importante, que surge em relação à tautologia<br />

anteriormente apresentado T = - R, é que ela se refere à conta <strong>de</strong> cap!<br />

tal como um todo, englobando nao apenas os capitais autónomos (R a ) ,mais<br />

também os capitais compensatórios (R c ).<br />

Assim, temos<br />

T • -R • - (R a + R c )<br />

ou ain<strong>da</strong>, T + R a :a - K c<br />

Esta última i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> revela que o saldo total do balanço <strong>de</strong><br />

pagamentos (T + K a ) é igual ao saldo <strong>da</strong> conta <strong>de</strong> c apitais compensatórios<br />

com o sinal trocado. Neste sentido, a conta <strong>de</strong> capitais compensatórios<br />

equivale ao "<strong>de</strong>monstrativos <strong>de</strong> resultados" do balanço <strong>de</strong><br />

pagamentos, que correspon<strong>de</strong> à rubrica efetivamente utilizado nas esta­<br />

t!sticas do setor externo divulgados plo Banco Central do Brasil, em<br />

substituição ao termo "capitais compensatórios". Assim, um paIs que a­<br />

presenta, por exemplo, um déficit no saldo ' total do balanço <strong>de</strong> pagame<br />

,<br />

tos exibirá também um saldo positivo em seu <strong>de</strong>monstrativo <strong>de</strong> result a-<br />

dos: .<br />

fato, tal déficit só po<strong>de</strong> ser financiado por uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

reservas elo u pela aquisição <strong>de</strong> um empréstimo <strong>de</strong> regularização, que,<br />

como sabemos, equivalem ambos a um lançamento contábil positivo. Na im­<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer frente ao déficit, a coota ' ''atrasados comerciais "<br />

será credita<strong>da</strong>, garantindo-se a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> entre o saldo total do bala<br />

'ço <strong>de</strong> pagamentos e o simétrico do seu <strong>de</strong>monstrativo <strong>de</strong> resultados.<br />

Vejamos alguns esclarecimentos ad iciona is sobre as contas an-<br />

terlmente enumera<strong>da</strong>s:<br />

a) o balanço comercial correspon<strong>de</strong> ao saldo <strong>da</strong>s exportações sobre as im<br />

portações, as primeiras computa<strong>da</strong>s com sinal positivo (crédito), as<br />

segun<strong>da</strong>s com sinal negativo (débito). Por uma questão <strong>de</strong> convenção ,<br />

as exportações e importações são computa<strong>da</strong>s pelo seu valor F.O.B.<br />

(free on board), isto é, pelo valor <strong>de</strong> embarque, não computados os<br />

fretes e seguros 1<br />

b) o balanço <strong>de</strong> serviços, também <strong>de</strong>nominado balanço <strong>de</strong> invislveis,engl<br />

ba os receb imentos e pagamentos <strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes ao exterior<br />

2.7


2.8<br />

e <strong>de</strong> não-resi<strong>de</strong>ntes ao pais , fretes , seguros, lucros , divi<strong>de</strong>ndos etc.<br />

Os pgamentcs ao exterior são contabilizados com sinal menos<br />

(débi-<br />

to) , os receb imentos com sinal mais (crédito) . O item "serviços go-<br />

vernamentais" se refere aos gastos com embaixa<strong>da</strong>s , consulados , repr<br />

aentações no exterior etc. O item "serviços diversos" engloba os<br />

royalties , pagamentos e recebimentos <strong>de</strong> assitência ténica , aluguéis<br />

<strong>de</strong> filmes, corretagens etc.<br />

c) Transferências Uú.laterais (ou O:xlativos): dram-se nessa rubrica os pa<br />

• ____ o - .' • • __ • • • • __ _. " .. _.:..._ • - • • _ . -<br />

e recebimentos sem contraparti<strong>da</strong> <strong>de</strong> serviços : doações , remessas <strong>de</strong><br />

imigrantes , reparações <strong>de</strong> guerra etcl<br />

d) a soma algébrica dos saldos do alanço comercial, <strong>de</strong> serviços e don<br />

tivos fornece o saldo <strong>da</strong>s transações correntes, também . '<strong>de</strong>nominado .<br />

saldo do balanço <strong>de</strong> pagamentos em · conta-corrente. Como veremos no<br />

próximo capItulo, esse saldo indica qanto o pais exporta . ou impor­<br />

ta <strong>de</strong> poupanças para o financiamento <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> capi tal. Um eu<br />

peravit o ba lanço <strong>de</strong> transações correntes (saldo positivo) indica<br />

que o paIs poupa mai s do que investe inernamente , e que a difere<br />

ça é envia<strong>da</strong> para o exterior para financiar a formação <strong>de</strong> .capital<br />

do resto dó mundo. Um <strong>de</strong>ficit no balanço <strong>de</strong> pagamentos em ·'conta' -<br />

.<br />

corrente indica que o paIs investe internamente mais do que poupa,.<br />

recebendo recursos do exterior para comp lementar o finánciamento dos<br />

seus investimentos.<br />

e) Movimento <strong>de</strong> capitais autônomos: registram-se ne sse item as entra­<br />

-'dâs-e sal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> capitãis voluntários sob a forma <strong>de</strong> investimentos<br />

diretos (isto é,· <strong>de</strong> aquisição ou ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> participações (societá­<br />

rias), empréstimos novos e amortizações <strong>de</strong> empréstimos anteriore s.<br />

De acordo com a regra geral, contab ilizam-se com sinal positivo':<br />

i) os ingressos <strong>de</strong> novos investimentos externos diretos, ii) 08 in<br />

gre ssos <strong>de</strong> novos empréstimos externos; iii) as amortizações <strong>de</strong> em<br />

pré stimos concedidos pelo paIs ao resto do mundo; iv) as repatri<br />

ções <strong>de</strong> investimentos do paIs no exterior. Contabilizam-se com s.!,.<br />

na l negativo: i) os novos investimentos <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes realizados<br />

110 exterior; ii) os novos empréstimos dos resi<strong>de</strong>ntes no pais ao<br />

resto do mundo ' ; lli) as amortizações pagas ao exterior <strong>de</strong> empré


timos contraídos pelos resi<strong>de</strong>ntes no palsl iV) as repatriações <strong>de</strong><br />

investimentos estrangeiros diretos. Deve-se 'notar que as amortiza<br />

ções <strong>de</strong> empréstimos compensatórios são contabilizados como movimen­<br />

tos autônomos <strong>de</strong> capitais.: A partir <strong>de</strong> 1979, as estatlsticas d:.vu1g<br />

<strong>da</strong>s pelo Banco Central incluem também os reinvestimentos na conta <strong>de</strong><br />

capital e a sua contraparti<strong>da</strong>, lucros reinvestidos,no balanço <strong>de</strong> ser<br />

viços.<br />

f) Se as estatlsticas do balanço <strong>de</strong> pagamentos fossem rigorosamente ap<br />

ra<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro do sistema <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s dobra<strong>da</strong>s, a soma algébrica do<br />

saldo em conta-corrente com o do movimento dos capitais autônomos <strong>de</strong><br />

veria ser igual ao chamado saldo total do balanço <strong>de</strong> pagamentos, <strong>de</strong><br />

igual valor absoluto e sinal contrário ao saldo do movimento <strong>de</strong> cap!<br />

tais compensatórios. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, porém, as estatísticas são comp<br />

ta<strong>da</strong>s com imperfeições, que não permitem uma contabilizaço rigoro-<br />

8a <strong>de</strong>ntro do princIpio <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s dobra<strong>da</strong>s. Assim, a soma apura­<br />

<strong>da</strong> do balanço <strong>de</strong> transações correntes com a do movimento <strong>de</strong> capitais<br />

autônomos usualmente apresenta. ligeiras vergências em reíação .ao<br />

saldo dos capitais compensatórios com o sinal trocado. Como os mov!<br />

mentos 4e capitais compensatórios são apurados com bastante rig9r(já<br />

que se trata <strong>de</strong> umas poucas contas facilmente controla<strong>da</strong>s pelo Ban<br />

co Central), presume-se que os erros e omissões tenham ocorrido na<br />

apuração do balanço em transações correntes e no <strong>de</strong> capitais autóno<br />

mos. Seguindo a praxe contábil usual, <strong>de</strong> se anexar esta rubrica às<br />

contas ti<strong>da</strong>s como menos confiáveis, soma-se o termo "Erros e


'2.10<br />

presentado no balanço <strong>de</strong> pagamentos , não necessariamente representa<br />

uma medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> exatidão <strong>de</strong> suas contas. Uma regra . <strong>de</strong> bola0<br />

algumas' ".zea utiliza<strong>da</strong> sugere que o re síduo <strong>de</strong>ve ser WlIA fonte <strong>de</strong><br />

preoc-upação quando ultrapasea cinco por cento do .,total 411 soma dos<br />

ar'ditos e débitos do balanço comercial (eltbora 08 erros earn advir-; o<br />

viamente, <strong>de</strong> outras contes que não aquelas apresenta<strong>da</strong>s no<br />

<strong>de</strong> mercadorias) .<br />

"<br />

'balanço<br />

g) capitais compens,t6rios l esse item compreen<strong>de</strong> três tipos <strong>de</strong> contas"'.<br />

Em primeiro lugar , as contalÍ <strong>de</strong> caixa já <strong>de</strong>sc'ritaB anteriormente: h<br />

veres a curto prazo ,no exterior, ouro monetário, direitos especiais<br />

<strong>de</strong> saque e posição <strong>de</strong> re.ervas no FMI. Em segundo, as contas refe-<br />

rentes aos empréstimos <strong>de</strong> relarização do Fundo onetário Intern.!,<br />

aional e outras insti tuiçõee,.. •• pecifioamente <strong>de</strong>tinadoll a. eobrir<br />

déficit. no balanço <strong>de</strong> pagamenos. Em terceiro lugar , os .atrasados<br />

comerciais, que laão as oontas venei<strong>da</strong>s.no exterior e nio pgae pelo<br />

pats. Trta-.e,· evi<strong>de</strong>ntemente, <strong>de</strong> um item poueo lisonge1ro para o<br />

pats que o apresenta em .eu balanço <strong>de</strong> p,gamentos . A sistemática<br />

contlbil é a seguintel quando um empréstimo se vence e não é pago,<br />

.-. . :.,-<strong>de</strong>bita-se a 'f conta <strong>de</strong> amortizações (corno se pago fosse) , creditando-se .<br />

a <strong>de</strong> atrasados comerciais , na liqui<strong>da</strong>ção efetiva dos atrasados, <strong>de</strong>b!<br />

ta-se àita última conta , ereditando-se uma çonta <strong>de</strong> caixa. Até 1980,<br />

no Dra.il,contabilizavam-se também nas contas <strong>de</strong> caixa as obrigações<br />

._ curto prazo, correapon<strong>de</strong>ndo à moe<strong>da</strong> do para e a tItulos<br />

'-<br />

internos<br />

<strong>de</strong> curto p'razo ám po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> não resi<strong>de</strong>ntes . Mais recentemente, eates<br />

lançamentos 'tem sido e fetuados na rubrica "Capitai a CUrto PrAZO" ,<br />

.endo inclutdos no saldo total do balanço <strong>de</strong> pagamentos. A contabii1<br />

tação segue a praxe usual para as obrigações: credita-se - o - aumento e<br />

<strong>de</strong>bita-se a diminuição no saldo total. Uma observação atenta ã Tabe<br />

la I, on<strong>de</strong> Be apresenta a disposição usual assumi<strong>da</strong> pelo baanço <strong>de</strong><br />

pagamentos, mostra que as contas <strong>de</strong> caixa , além <strong>de</strong> um item referenté<br />

à variação no saldo total <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong> suas rubricas, apresentam<br />

também urna contraparti<strong>da</strong> para valorizações/<strong>de</strong>svalorizações , -a, o C!<br />

BO, respectivamente, do ouro monetário e dos direitos especiais "dã---'<br />

Baque, contraparti<strong>da</strong>s 'adicionais para monetização/<strong>de</strong>smonetização e


alocação/cancelamento. Assim, se, por exemplo, o balanço <strong>de</strong> pagame<br />

tos é contabiliza<strong>da</strong> em dólares, e parte <strong>da</strong>s reservas é manti<strong>da</strong>s em<br />

marcos alemães, uma valorização do marco frente ao dólar levará a um<br />

lançhmento negativo na conta <strong>de</strong> haveres a curto prazo (<strong>da</strong>do que o<br />

saldo total <strong>de</strong>stes haveres avaliado em dólares terá aumentado) e co<br />

mo contraparti<strong>da</strong>, a um lançamento positivo na conta valorizações/<strong>de</strong><br />

valorizações.O mesmo ocorreria na conta "Ouro Monetário", caso 'Í!l.ume!!<br />

tasse o preço do ouro (retido como ativb financeiro) expresso em dó<br />

lares. 'Racioclnio análogo se aplica para os direitos especiais <strong>de</strong><br />

2.11<br />

saque e para a posição <strong>de</strong> reservas no FMI. Por outro lado, uma co,<br />

pra <strong>de</strong> ouro por parte do Banco Central no mercado interno seria re!<br />

ponsável por um lançamento a débito na conta "Ouro Monetário" e por<br />

um lançamento a crédito na conta "Contraparti<strong>da</strong> para Monetização/De!<br />

monetização". Procedimento semelhante <strong>de</strong>ve ser efetuado para as alo<br />

cações e cancelamentos <strong>de</strong> direitos especiais <strong>de</strong> saque.<br />

'Um exemplo numérico hipotético nos aju<strong>da</strong> a compreen<strong>de</strong>r a es­<br />

trutura do balanço <strong>de</strong> pagamentos e os respectivos lançamentos contá<br />

beis. Imaginemos que as transações realiza<strong>da</strong>s entre 08 resi<strong>de</strong>ntes e<br />

os não-resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado paIs, no ano X, tenham sido as se<br />

guintes (suporemos que todos os pagamentos se façam em moe<strong>da</strong> estrange!<br />

ra, com contrparti<strong>da</strong>s contábeis na conta "Haveres lIquidos no exteri<br />

or").<br />

a) o paIs importa, pagando à vista, mercadorias no valor <strong>de</strong> 350 mi­<br />

lhões <strong>de</strong> dólares;<br />

b) o paIs i morta equipamentos no valor <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong> dólares fi<br />

nanciados a prazo longo;<br />

c) ingressam no paIs, sob forma d investimento direto sem cobertu­<br />

ra cambial, 20 milhões <strong>de</strong> dólares em equipamentos;<br />

d) o paIs exporta, recebendo à vista, 400 milhões <strong>de</strong> dólares <strong>de</strong> roer<br />

cedorias;<br />

e) o país paga ao exterior à vista 50 milhões <strong>de</strong> dólares em fretesl<br />

f) remetem-se para o exterior, em dinheiro, 10 milhões <strong>de</strong> dólares<br />

<strong>de</strong> lucros <strong>de</strong> companhias estrangeiras, 20 milhões <strong>de</strong> dólares <strong>de</strong><br />

juros e 30 milhões <strong>de</strong> dólares <strong>de</strong> amortizações;


g) o par s recebe 10 milhões <strong>de</strong> dólares <strong>de</strong> donativo sob a<br />

<strong>de</strong>, mercadorias I<br />

forma <strong>de</strong><br />

h) o pala recebe, em moe<strong>da</strong>, um empréstimo compensatório do Fundo Mo<br />

natÃrio Internacional, para a I eg ularização do <strong>de</strong>ficit no balanço<br />

<strong>de</strong> pagamentos, ,no val,or <strong>de</strong> 30 milhões <strong>de</strong> dólares.<br />

ções menciona<strong>da</strong>s!<br />

CONTA<br />

Exportações<br />

Importações<br />

Fretes<br />

Lucros<br />

Juros<br />

Donativos<br />

Investimon<br />

tos<br />

linanciaman<br />

tos<br />

Amortizações<br />

Empréstimos .<br />

FMI<br />

Haveres no<br />

exterior<br />

O quadro abaixo mostra a contabilização <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s oper<br />

TABELA II<br />

ContabilizAÇão do balanço <strong>de</strong> pagamentos<br />

I<br />

I<br />

I +350 I<br />

I<br />

b<br />

OPERAÇAo<br />

'<br />

d<br />

r 1<br />

-50 -20<br />

+50<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

I<br />

-I +20<br />

+400<br />

1<br />

"<br />

-50<br />

•<br />

-10<br />

-20<br />

-30<br />

-400 +50 +60<br />

9<br />

-10<br />

+10<br />

1<br />

I<br />

I<br />

I,<br />

h 1<br />

+30<br />

Total<br />

+400<br />

I -430<br />

I -50<br />

i ' -10<br />

j-<br />

-20<br />

+10<br />

+50<br />

+20<br />

-30<br />

+30<br />

-30 +30 ';<br />

.---- ---Po<strong>de</strong>mos assim compo'r o quadro final do balanço <strong>de</strong> pagamentos t<br />

I) Balanço 'comercial: -30<br />

exportações I +400<br />

importações! -430<br />

11) Balanço <strong>de</strong> serviços:-80<br />

Fretes I -50<br />

Lucros! -10<br />

Juros I -20


. 3- Tópicos Especiais<br />

111) Transferências Unilaterais = +10<br />

IV) Balanço em conta-corrente: (1+11+111): -10 0<br />

V) Movimento Autônomo <strong>de</strong> capitais : +40<br />

Financiamentos: +50<br />

Investimentos : +2 0<br />

Amortizações<br />

-30<br />

VI) Baldo total do balanço <strong>de</strong> pagamentos:<br />

(IV+V) , -60<br />

VII) Movimento <strong>de</strong> capitais compensatórios:<br />

(-VI): +60<br />

Empréstimos do FMI: +30<br />

Haveres no exterior +30<br />

Alguns lancamentos contábeis do balaoço ae pagarrentos não ficam to<br />

talmente eluci<strong>da</strong>dos a partir <strong>da</strong> análise anteriormente efetua<strong>da</strong>, merecendo um<br />

estudo em s9parado. Vejamos alguns <strong>de</strong>stes casos:<br />

a)Migrações: Do ponto <strong>de</strong> vista do balanço <strong>de</strong> paamentos, o indivIduo que<br />

igra <strong>de</strong> um paIs para outro leva consigo seus direitos e obrigações, que<br />

passam, <strong>de</strong>sta forma, a constituir direitos e obrigações <strong>da</strong> economia on<strong>de</strong><br />

este fixará sua nova residência. Quando os lançamentos se dão com base a­<br />

penas nas transações efetivamente realiza<strong>da</strong>s (o que costuma ser o caso),<br />

contabiliza-se no balanço <strong>de</strong> pagamentos apenas a parcela efetiva e oficial<br />

mente (sem o que não haveria possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> registro) transferi<strong>da</strong> para o<br />

. novo paIs. No momento -em que .se dá_a. migração '.; o. aumento <strong>de</strong> ativos (reais '. ­<br />

ou"financeiros ) <strong>da</strong> economia que recebe o novo resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>verá <strong>da</strong>r ori­<br />

gem a um crédito na rubrica "Transferências Unilaterais", e a um débito<br />

na conta que correspon<strong>da</strong> ao a·tivo em questão. Assim, por exempl


tivo <strong>de</strong> direitos sobre um <strong>de</strong>terminado capital, referente a um empréstimo<br />

qualquer outrora efetuado a um < 'oi<strong>da</strong>dão resi<strong>de</strong>nte em seu país <strong>de</strong> origem,<br />

credita-se a conta "Transferências Unilaterais", e <strong>de</strong>b.iJta-se a conta "Em­<br />

préstimos"no valor correspon<strong>de</strong>nte. De forma análoga ao aumento <strong>de</strong> ativos,<br />

as obrigações trazi<strong>da</strong>s pelo novo resi<strong>de</strong>nte levarão a um débito na conta<br />

2.14<br />

-Transferências Unilaterais" e a um crédito do item relativo à obrigação em<br />

questão. No caso do exemplo anterior, se o indivIduo tivesse uma d[vi<strong>da</strong>, FOr<br />

exemplo, com um ci<strong>da</strong>dão resi<strong>de</strong>nte num terceiro paIs, a sua migração ocasio­<br />

ria, em adição aos lançamento's anteriormente <strong>de</strong>scritos, um débito na conta<br />

<strong>de</strong> "Transferências


·2.· A transferência <strong>de</strong> recursos e o saldo em conta corrente<br />

': 2.15<br />

No balanço externo <strong>de</strong> serviços cabe distinguir duas categorias.a}os<br />

serviços não fatores,que são os fretes ,seguros,viagens iternacionais<br />

e serviços governamentais r b)os serviços fatores,que são os Juros,as<br />

. ,<br />

remessas <strong>de</strong> lucros,os royltleB ,os alugueis <strong>de</strong> equipamentos , os paga-<br />

merttos <strong>de</strong> ass istência técnica e as ren<strong>da</strong>s do trabalho. A linha divisória es<br />

tA na própria <strong>de</strong>nominaçãoJ os primeiros, ao contrário dos segundos, rião re­<br />

presentam remuneração <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> produção.<br />

Denomina-se transferência íqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o exterior o saldo<br />

<strong>da</strong>s exportações <strong>de</strong> bens e serviços não fatores sobre as impor.táções <strong>de</strong>,<br />

bens e serviços não fatores. Isso equivale ao saldo comercial mais o sal-<br />

•<br />

do <strong>de</strong> serviços não fatores. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> uma observação simples.<br />

as eXportações <strong>de</strong> bens e serviços não fatores indicam o que o pals produz<br />

e é enviado para fora <strong>de</strong> suas.fronteiras, em compensação ,as importações<br />

<strong>de</strong> bens e serviços não fatores indicam o que o resto do mundo. produz para<br />

ser absorvido <strong>de</strong>ntro do país. A diferença,consequentemente,representa a<br />

transferência líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o exterior. Essa transferência,com<br />

o sinal trocado,<strong>de</strong>nomina-se "hiato <strong>de</strong> recuráos ,indicando o excesso do<br />

que o país absorve sobre aquilo que produz.<br />

A ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> recebi<strong>da</strong>·(:+L··ou envia<strong>da</strong>(),para o exterior é,por <strong>de</strong>fi.<br />

' .. ,<br />

nição,o saldo dos serviços fatores mais o saldo <strong>da</strong>s ansferências unila-<br />

terais. O saldo,quando posjtivo,indica o que o país recebe como remuneração<br />

<strong>de</strong> fatores que operam fora <strong>da</strong>s suas fronteiras ,ou, ain<strong>da</strong>, a título <strong>de</strong> do"ª<br />

tivos. E-exprime,quando negativo.o que o país paga ao exterior pelo uso <strong>de</strong><br />

fatores <strong>de</strong> produção pertencentes ao resto do mundo,ou,ain<strong>da</strong>,como doações .<br />

imediato que os ters do balanç comercial,mais serviços mais nativos<br />

que não se enquadram na transferência <strong>de</strong> recurso8.classific-se na ren<strong>da</strong><br />

l.íqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> ou recebi<strong>da</strong> do exterior. Assiml<br />

Saldo ':do balanço <strong>de</strong> pagamentos em conta corrente '" TranSferência <strong>de</strong><br />

recursos para o ex terior + Ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> recebi<strong>da</strong> do exterior.<br />

A tí tulo <strong>de</strong> exemplo, no exercício numérico <strong>da</strong> secção 2 2<br />

. ,<br />

.. /<br />

o saldo<br />

'do balanço comercial era igual a -30 , o dos serviços,igual a -80,<strong>de</strong>com­<br />

punha-se em -50 <strong>de</strong> saldo <strong>de</strong> serviços não fatores(fretes) e -30 <strong>de</strong> saldo<br />

<strong>de</strong> serviços fatores (lucros e divi<strong>de</strong>ndos) • Assim, a transferncia <strong>de</strong>


ou seja. - 30- 50 • -80 (hiato <strong>de</strong> recursos igual a +80). A' ren<strong>da</strong> líqui-<br />

<strong>da</strong> ,nceb1<strong>da</strong> do exterior ,igual ao saldo <strong>de</strong> seryiços fatore. (-:30)<br />

mai. o <strong>de</strong> donativos (+10) era igual a -20. Tínhamos ,pois.<br />

Transferência l,!q\lid <strong>de</strong> recurso," par o exterior , -80<br />

Ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> recebi<strong>da</strong> do exterior . I -20<br />

Saldo do balanço <strong>de</strong> pagamentos em conta corrente I .100<br />

,<br />

'Em suma,o país , no período em questão, o»erou com 80 <strong>de</strong> hiato <strong>de</strong><br />

recursos, transferiu 20 <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> líqüi<strong>da</strong> para o e'xt'erlor.registrindo<br />

Um <strong>de</strong>fici t em transaç5es correntes do balanço <strong>de</strong> pqamentos igual<br />

a 100.<br />

'·Um saldo positivo no balanço <strong>de</strong> pagamentos em conta corrente<br />

.... significa que o país efetivamente exporta capitais para o exterior.<br />

,Um saldo negàtivo,que o país importa capItais. em montante igual ao<br />

<strong>de</strong>flcit em transaç5ea oorrentes. Que a exportação ou a importação<br />

-<br />

<strong>de</strong> capitais é exatamente - igual ao superavit ou o <strong>de</strong>ticit<br />

.<br />

d. transaç5es<br />

,<br />

correntesserá'rlgorosamente;<strong>de</strong>monstrado pc pr6xlmo cap!tulolo superavit<br />

--<br />

_, , ,, : _ .. ,J, . . .. . , ,<br />

... ou .c1 t em queatici representa,reapect:1 vanente, ou a parcela <strong>da</strong> poIltl!U'lÇ4 1nterna que<br />

• " _ " " ' _ . " ___ . __ _ 0 -'<br />

flnanci investimentos no exterior ou ,a parJte do investimento interno<br />

que é finan;ia<strong>da</strong> por poupanças externas. Contudo,mesmo antes <strong>de</strong> precisar<br />

os o'oncei tos <strong>de</strong> pO)lp'ança e ipvestimento, a idéia central é fácil <strong>de</strong>·<br />

captar. Tomemos o caso <strong>de</strong> um pai. <strong>de</strong>ficitário em transaçae. correntes.<br />

,<br />

0 _ 8U lanço <strong>de</strong> pagamentos fecha pela entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> capitais,sejam eles<br />

autônomos, sejaJD ,eles compensat6rioa.' Se o país receber capl tals'au-t6no-<br />

---- - --- .. ' .<br />

..-.- _ . _<br />

mos além do seu <strong>de</strong>fici em conta corrente,e assim registrar um superavlt<br />

. . -<br />

toe.J ,no .balanço <strong>de</strong> pagaJllentos. o excesso <strong>de</strong> ingressos não, sétá efetiva-,<br />

. . , ... -<br />

ente absorvido pela economia. Ficara ,por exemplo,<strong>de</strong>positado no exterior<br />

80b a forma <strong>de</strong> reservas, adicionais, o qúe não representa uma absorção<br />

efetiva,mas uma provisão para füturas <strong>de</strong>spesas cambiais. Do mesmo modo,<br />

'-'-_<br />

. . _-,<br />

2.16<br />

se o país receber capitais autônomos aquem do seu <strong>de</strong>ficit em conta cor rente<br />

externo, terá que usar capitais previamente acumulados e não absorvidos,<br />

e que lhe permitiram somar reservas. Ou,na ausência <strong>de</strong>stas últimas,recorrer<br />

a empréstimos do 1MI ou a empréstimos forçados dos credores. sob a forma<br />

<strong>de</strong> atrasados comerciais ou <strong>de</strong> atrasados <strong>de</strong> jur


A <strong>de</strong>c9mposição do saldo do balanço <strong>de</strong> pagamentos em conta corrente<br />

em transferência líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos, mais ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> para o<br />

exterior ,embora menos convencional,é mais funcional do que a divisão<br />

tradicional entre balanço comercial,balanço <strong>de</strong> serviços e donativos<br />

(transferências unilaterais). Para tanto se somam duas razões I<br />

--<br />

1)a diferença entre exportação e importação <strong>de</strong> mercadorias e <strong>de</strong> ser-<br />

viços não fatores se ,resume a simples questão <strong>de</strong> tangibili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Num caso<br />

f<br />

se trata <strong>de</strong> bens fisicamen ,:·!veis,no tro' não. Contudo,a diferença<br />

é pouco relevante do ponto <strong>de</strong> vista econômico. Receber dólares'-aê' turistas<br />

ou <strong>de</strong> exportações <strong>de</strong> café,aço ou suco <strong>de</strong> laranja não faz maior distinção.<br />

Em qualquer dos casos. são os fatores <strong>de</strong> produção do país que geram as re­<br />

ceitas vin<strong>da</strong>s do exterior.<br />

H)a ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> para o exteior (ou r.ecebi<strong>da</strong> do exterior) cos.<br />

tuma correspon<strong>de</strong>r,em sua maior parte,a juros e remessas <strong>de</strong> lucros. Trata­<br />

-se.em suma,<strong>de</strong> uma parte her<strong>da</strong><strong>da</strong> do passado,pelo que o país investiu no<br />

exterior ou recebeu <strong>de</strong> investimentos externos,sob a forma <strong>de</strong> empréstimos<br />

ou <strong>de</strong> investimentos diretos. sto posto,pelo meos na maioria dos países,<br />

essa é uma componente do superavit ou <strong>de</strong>ficit em conta corrente que a polí­<br />

tica econSmica pouco po<strong>de</strong> afetar •<br />

. ',<br />

2.5 ')0 Saldo em Conta Corrente e o Ciclo <strong>da</strong> Dívi<strong>da</strong><br />

O comércio entre dois países quaisquer dá origem a lançamentos recípro­<br />

cos nos respectivos balanços <strong>de</strong> pagamentos, as exportaçõe <strong>de</strong> uns -são as im­<br />

portaçõeS'" <strong>de</strong>'-outro,os juros que- um remete são recebidos pelo segundo,os inves­<br />

timentos lançados a déb,i to do movimento <strong>de</strong>' capitais <strong>de</strong> uns são creditados ao<br />

movimento <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong> tros,etc. Isto posto,é evi<strong>de</strong>nte que a soma algébri­<br />

ca dos saldos comerciais <strong>de</strong> todos os países do mundo é igual a zero. O mesmo<br />

ocorre com os saldos <strong>de</strong> serviços,transações correntes,transferências <strong>de</strong> recur­<br />

sos, donativos', saldos globais <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> pagamentos, capi tais autônomos, etc.<br />

Contudo , para ca<strong>da</strong> país isola<strong>da</strong>mente, não há razão para que ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses saldo:<br />

se anule. t importante analisar que <strong>de</strong>sequilíbrios po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados nor,<br />

mais,que outros reclamam 'correção, e como tal correção"<strong>de</strong>ve ser efetua<strong>da</strong>.<br />

2.17


De um'modo geral,os capitais internecionais tendpm n fluir para os<br />

países que lhe ofereçam maior remuneração. As teorias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econ&mlco <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1950 e 1960 admitiam que a remuneração do capital<br />

fosse perceptivelmente maior nos países em <strong>de</strong>senvolvimento,on<strong>de</strong> ele era<br />

escasso,do que nos países <strong>de</strong>senvolvidos,on<strong>de</strong> ele era abun<strong>da</strong>nte. Assim,os<br />

oapitais se <strong>de</strong>slocariam naturalmente dos países ricos para os países pobres,<br />

contribuindo para a atenuação <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas internacionais,<br />

-<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fossem usados para fins produtivos nos países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Como o que um país efeivamente absorve <strong>de</strong> capitais externos é o seu <strong>de</strong>ficit<br />

em conta corrente do balanço <strong>de</strong> pagamentos, considcra\'a- se natural que- os<br />

2.18<br />

J : ,.<br />

países em <strong>de</strong>senvolvimento fossem <strong>de</strong>ficitários ,e os,<strong>de</strong>sp.nvolvidos superavitá-<br />

rios em transações correntes.<br />

O problema dos saldos em transações correntes é que,em certo sentido,<br />

eles se realimentam. Um país <strong>de</strong>ficitário ,cobre o seu <strong>de</strong>sequilíbrio e conta<br />

corrente recebendo capitais externos. Essa entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> capitais,to<strong>da</strong>via.signi­<br />

fica maiores transferências futuras <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> para o exterior .sob a forma<br />

<strong>de</strong> juros e remessas <strong>de</strong> lucros, carregando os <strong>de</strong>ficlts em transações correntes<br />

•<br />

futuros. Assim,para que oa <strong>de</strong>flclts dos países em <strong>de</strong>senvolvimento não cresces-<br />

sem em bola <strong>de</strong> neve,OB capitais recebidos do exterior <strong>de</strong>veriam ser aplicados<br />

em projetos <strong>de</strong> iny,estimento que gerassem exportações adicionais ou reduçaes<br />

<strong>de</strong> importações capazes <strong>de</strong> compensar os encargos <strong>de</strong> juros e <strong>de</strong> remessas <strong>de</strong> lu-<br />

eros.<br />

Para operacionalizar a discussão ,<strong>de</strong>finamos o Passivo Externo Líquido D<br />

<strong>de</strong> um país como sendo a seguinte soma algébrica.<br />

,'_D • saldo <strong>de</strong>vedor dos emprérttil!lOs contraldo& pelo pa'ís no exterior -<br />

saldo credor dos empréstimos concedidos pelo país ao exterior + estoque<br />

.<br />

-"<br />

<strong>de</strong>-capitais estrangeiros <strong>de</strong> risco investidos no país - estoque <strong>de</strong> capitais<br />

nacionais <strong>de</strong> risco investidos no exterior + saldo <strong>da</strong>s obrigações a curto<br />

prazo do país com o' exterior - saldo <strong>da</strong>s reservas intemaciooa1s ; (haveres<br />

líquidos 'no exteriorouro monetário e direitos 'especiais <strong>de</strong> saque).<br />

Nos primeiros anos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980 a maior parte do passivo externo<br />

líquido dos países em <strong>de</strong>aenvolvimento era representado pela sua dívi<strong>da</strong><br />

externa líqui<strong>da</strong>,isto é,pela sua dívi<strong>da</strong> bruta menos reservas.<br />

( ,


.<br />

.. "<br />

,---- --- . .. . ... . ... __ ._-<br />

..<br />

.<br />

.<br />

"<br />

... .... - ... _.' - . - 2.19<br />

Diante <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição ap resenta<strong>da</strong> ,é imediato que o aumnto do passivo<br />

.externo líquido <strong>de</strong> um país.em <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo .é o superav it,<br />

nesse período, do s movimento s <strong>de</strong> apitais aut&nomos e · compensatórios. l sso<br />

é o mesmo que dizer que o acré.scimo do passivo externo líquido é o <strong>de</strong>fici t<br />

do. balanço c e transações correntes. ou seja. o hiato <strong>de</strong> recursos mais a re!!<br />

<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> env ia<strong>da</strong> para ·o exterior. sta última, cujas componentes principais<br />

.<br />

são os juros e remessas <strong>de</strong> lucro s. po <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver- se como uma· fraçio 1 do<br />

passio externo líquido D, i, no· caso, é a taxa média <strong>de</strong> remuneração dds<br />

capitais externo s e' aup podp va ar no tempo,· para simplificar,dc signa- la­<br />

-emos como taxa <strong>de</strong> juros. Isto po sto,tomando intervalos infini tesimais <strong>de</strong><br />

tempa. chega- se k famo sa equação <strong>da</strong> 4ivi<strong>da</strong>a<br />

•<br />

D • lD - M / 1<br />

on<strong>de</strong> D indica a <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> em relação ao tempo do passivo externo líquido ,<br />

M a transferência líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o exterior (o que eq uivale a<br />

dizer que -M ' é o hiato <strong>de</strong> recursos) . D é positivo para os <strong>de</strong>vedores c inter­<br />

nacionais. negativo para os países crepores (isto é. os que têm ativos, e não<br />

passivos externos líquidos) .<br />

•<br />

'A equação acima é a base <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> teoria do ciclo <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>, que distin­<br />

gue seis fases na evolução do s ativos ou passivos externos líquido s.<br />

',.,<br />

•<br />

Fase Tipificação. H D D<br />

I Devedor jovem . ; •<br />

11 Devedo.r interm,!t<br />

diário<br />

(1)<br />

+ + . •<br />

111 Devedo r maduro + • ..<br />

IV Credor<br />

-<br />

jovem<br />

V Credor intermediário<br />

VI Credor maduro +<br />

A fig'dI'a 2.1 <strong>de</strong>screVe essas seis fa ses do. ciclo . Na primeira fase o país.<br />

<strong>de</strong>vedor jovem. acumula crescente passivo externe líquido ,sobretudo pelo<br />

hiato <strong>de</strong> recursos. O passivo cresce pelo hiato e pelos juros pagos ao exte­<br />

rior. Na segun<strong>da</strong> fase ,0 país passa a transferir recursos líqu idos para o.<br />

exterior,mas em montante ain<strong>da</strong> inferior k ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> que é'obrigado a<br />

transferir para fora , censequ entemente,continua <strong>de</strong>ficitário em transacões<br />

... ------"7" .... "":-------=- -: --_.- - __ _______ . _ _ . ___ _____ ___ _ ___ -.:._ __ L_ _____ ___ . _ __ .... _______ _<br />

(1) A menos <strong>da</strong>s transferências uni late rais 'e <strong>da</strong>s ren<strong>da</strong>s do ..trab alho . <strong>de</strong> pequena signi f,!.<br />

,c.ânci a nes te totai .


..<br />

2.20' .<br />

corre nte s,ou se ja.com O passivo externo líquido em ascenção .Na terce ira<br />

fase ,a transferência <strong>de</strong> re cursos aumenta o suficiente para superar a<br />

ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> envi a<strong>da</strong> para o exteriorl o agora <strong>de</strong>vedor maduro começa a<br />

acumular saldos positivos em transações correntes, diminuindo consequen­<br />

temente o seu passivo externo' líquido. Em certo ponto a dívi<strong>da</strong> se trans­<br />

forma em crédito. ou se ja,o passivo se torna ativo externo líquido l é a<br />

fase do cre dor jovem, on<strong>de</strong> os créditos se acumu lam por duplo efeto. o<br />

<strong>da</strong>s transferincias <strong>de</strong> re cursos E <strong>da</strong> rend líqui<strong>da</strong> recebi<strong>da</strong> do exterior .<br />

Na quinta fase o pas vo lta a absorv er recursos do exterior .mas em montan­<br />

te inferior às ren<strong>da</strong>s líqui<strong>da</strong>s recebi<strong>da</strong>s ;é a situação do credor interme­<br />

diário.em qu e o ativo externo líquidO continua crescendo . Finalmente na<br />

última fase ,o então credor maduro começa a <strong>de</strong>sfazer- se <strong>de</strong> seus ativos<br />

externos . com hiatos <strong>de</strong> recursos superiores às ren<strong>da</strong>s. recebi<strong>da</strong>s do exte ri or.<br />

--<br />

---<br />

--<br />

--+I--- --<br />

tJt:í<br />

Fi gura 2.1<br />

---<br />

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS<br />

Biblioteca Mário Henrique Simonsen


" ,2 ,. 21<br />

, t claro que ,em <strong>de</strong>terminado instante , qualquer país po<strong>de</strong> ser localizado<br />

ou numa <strong>da</strong>s s,eis fases do ciclo ou num ponto <strong>de</strong> passagem entre duas fases<br />

consecu tivasl basta,para tanto , observar tres sinais, o <strong>da</strong> transferncia<br />

líqui<strong>da</strong> H <strong>de</strong> recurso s para o exterior, o do passivo externo líquido D e o<br />

do saltdo em conta corrente - D do balanço <strong>de</strong> pagamentos. Em seus primórdios, ,<br />

,<br />

porem, a teoria do ciclo <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> era bem mais ambiciosa, admi tindo que os<br />

países percorre ssem na or<strong>de</strong>m indica<strong>da</strong> as diversas fa ses do ciclo, em função<br />

<strong>de</strong> seu grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento relativo.Os acontecimento s <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

1910 e <strong>de</strong> 1980 jogaram por terra essa interpretação . Com a quadruplicação<br />

do s pr eços do petró leo em outubro <strong>de</strong> 1913 os países <strong>da</strong> OPEP (Organi zação<br />

dos Pa íses Exportadores <strong>de</strong> PetrÓleo ) se transfo rmaram subi tamente <strong>de</strong> absor­<br />

vedores <strong>de</strong> recurso s em exportado re s <strong>de</strong> capitais internacionais, passando em<br />

poucos meses <strong>da</strong> fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedores jovens para a <strong>de</strong> credores jovens. Os paises<br />

indus trial izados, em conjunto , to rnaram- se credores maduro s em 1974, quando<br />

foram fortemente <strong>de</strong>ficitários nas transações correntes do balanço <strong>de</strong> pagamen­<br />

tos, mas voltaram à posição <strong>de</strong> credores jovens (ou,pelo 'menos, int'ermediários)<br />

em 1975. Em 198-] e, sobretudo , em 1984, os Estados Unidos s tornaram os maiores<br />

absorvedores <strong>de</strong> recursos externos líquidos ,apésar <strong>de</strong> sua po sição <strong>de</strong> maior eco­<br />

nomia mundial . Em princípios <strong>de</strong> 1985, O Brasil si tuava- se como <strong>de</strong>vedor interme­<br />

diário e o México como <strong>de</strong>vedor maduro , enquanto que os Estados Unidos hav iam<br />

retrocedido à ca tegoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor jovem.<br />

Os acontecimento s dos úl timos <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong>i xaram uma lição tao contrário<br />

do qu e supunham as teorias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1950<br />

e 1960 , " os capitais internacionais ' não ne cessariamente se <strong>de</strong>slocam do s paí.se s<br />

mais ricos para os mais pobres.O trunfo do s países em <strong>de</strong>senvolvimento para<br />

atrair recursos externo s é a escksez relativa do seu estoque <strong>de</strong> capital .<br />

a qual ,em tese ,tornaria os seus ifiVêstimento s mais lucrativos do que os<br />

<strong>da</strong>s nações maduras. Os capitais internacionais,no entanto,não buscam ap enas<br />

lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> potencial. Buscam lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> efetiva e liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> movimen­<br />

tação ,o que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> política , institucional,e <strong>de</strong> bo'a quali­<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> adminis tração econômica. fatores <strong>de</strong> oferta escassa em mui tos países<br />

em <strong>de</strong>senvolvimen to .


?,.6)A dinâmi ca <strong>da</strong> absorcão<br />

.<br />

2.22<br />

Até que ponto um país po<strong>de</strong> absorver recurs líquidos do exterior , isto é,<br />

importar bens e serviços não fatores alem do que exporta ? No ciclo <strong>da</strong> dí­<br />

vi<strong>da</strong> essa é a posição dos credores int ermediários ,dos credores ma1uros e<br />

dos <strong>de</strong>v edores jovens . Para os credores intermediários ão há problma ,eleB<br />

estão apenas absorvendo, como hiato <strong>de</strong> recursos. parte <strong>da</strong> rend a líqui<strong>da</strong> rece ­<br />

bi<strong>da</strong> do exterior. Os credores maduros tambem estão soment e gastando o que<br />

lhes pertence , <strong>de</strong>sfazendo-se <strong>de</strong> parte dos atvos externos acumulado no passa­<br />

do. Na pior <strong>da</strong>s hipóteses eles po<strong>de</strong>m apenas enfrentar um problema <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z<br />

na realização <strong>de</strong>sses ativos. Já os <strong>de</strong>vedores jovens estão sacando contra o<br />

futuro ,e só po<strong>de</strong>m permanecer nessa cond ição enquanto houver quem se disponha<br />

a financiar seus hiatos <strong>de</strong> recursos,via capital <strong>de</strong> emprés timo ou <strong>de</strong> risco,<br />

donativos à parte .<br />

A confiança dos investidores internacionais num país <strong>de</strong>vedor jov em <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aspe ctos qualitativos e quantitativos . Entre os primeiros se <strong>de</strong>stacam o<br />

potencial <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> sua produção e <strong>de</strong> suas exportações,a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> suas instituições políticas e econômicas e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua administra­<br />

ção pública. O parâmetr ma is importante ,do ponto <strong>de</strong> vista quanti tativo,<br />

é a relação entre o passivo externo líquido e exportações, popularment e apeli­<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> relação d!vi<strong>de</strong>xportações. essencial explicar por quê .<br />

Quando um banqueiro norte-americano empresta recursos ao Brasil,seu objeti­<br />

vo é ser pago em dólares,nas amortizações e juros . Do mesmo modo, uma empresa<br />

àlemã que para aqui traga capitais <strong>de</strong> risco,preten<strong>de</strong> remeter lucros em marcos .<br />

Suce<strong>de</strong> que o Brasil imprime cruze iros ,mas não dólares ou marcos alemães. Con­<br />

sequentemente,o que interessa aos capitalistas externos é quanto o Brasil<br />

.. po<strong>de</strong> obter <strong>de</strong> dólares , marcos e outras moe<strong>da</strong>s estrangeiras ,via exportação <strong>de</strong><br />

bens e serviços não fatores . Assim, a cua disposição <strong>de</strong> transfeir recursos<br />

líquidos para o Brasil <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> relação entre o passivo externo líquido<br />

do Brasil e sua geração <strong>de</strong> divisas ,via exportação <strong>de</strong> bens e serviços não<br />

fatores .<br />

Como regra <strong>de</strong> bo lso , um <strong>de</strong>vedor jov em consi<strong>de</strong>ra-se em situação confor­<br />

tável enquanto a relação drvi<strong>de</strong>xportações anuais estiver abaixo <strong>de</strong> 2.<br />

Em posição duvidosa quando essa relação se situar entre 2 e 4. E em estado<br />

cltico quando a relação ultrapassar este último limite. A regra é bastante<br />

tosca , pois o que interessa aos capitalistas externos é que o pa ís possa,


. 2.23<br />

quando neceBsário, transformar se <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor jovem em <strong>de</strong>vedor maduro ,<br />

para tanto acumulando um saldo comercial mais <strong>de</strong> serviços não fatores<br />

que exce<strong>da</strong> a ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> ao exte rior iD. Ou se ja,indicando<br />

por X as exportaçõ es do país e por z-D/X a relação dívirta/e xportações.<br />

que o país se torne capaz <strong>de</strong> transferir para o exteror uma fraçÊo<br />

iD/X • lz <strong>de</strong> sua receita <strong>de</strong> exportações <strong>de</strong>· bens e serviços não fatores .<br />

Quanto menor a relação dívi<strong>da</strong>/e xportações z , ma i e fácil é cons eguir esse<br />

resultado. Contudo , a classifi cação do <strong>de</strong>vedor conforme esse único parâ­<br />

metro , embora práti ca,é incompleta . A pas agem <strong>da</strong> fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor jov em<br />

para a <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor maduro tambem é tão mais fácil quanto menor a taa i<br />

<strong>de</strong> juros e quanto mais compressíveis forem as importações do país .<br />

Examinemos a dinâmi ca <strong>da</strong> relação dlv i <strong>da</strong>/exportaçõe s . A equação <strong>da</strong><br />

dívi<strong>da</strong> apresenta<strong>da</strong> na s ecção anterior é equivalente ar<br />

H X h<br />

XO a<br />

i - Z<br />

h - X indicando a fração <strong>da</strong>s exportações transferi<strong>da</strong> para o exterior ,<br />

sob a forma <strong>de</strong> superavit comercial mais d e serviços não fatores •<br />

.<br />

Indiquemos por x • X/X a taxa instantânea <strong>de</strong> cr esciment o <strong>da</strong>s expor-<br />

tações. Como DazX , log e D • log e z + 10g e X .Derivando em relação ao tempo l<br />

•<br />

D<br />

D<br />

• _ z _ + x<br />

Z<br />

on<strong>de</strong> z representa a <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> em relação ao tempo <strong>da</strong> relação dívi<strong>da</strong>/expor­<br />

tações. Introduzindo essa relação na v ersão acima modifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> equação<br />

<strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> chega-se ar<br />

-1& • ( i -x ) z h<br />

_que é a equação <strong>da</strong> dinâmi ca <strong>da</strong> relação dívi<strong>da</strong>/exportações. Essa relação<br />

crescerá ou cairá no tempo .conforme o segundo membro seja positivo ou<br />

negativo.<br />

Tratemos agora <strong>de</strong> respond er à nossa questão nicial ,por quanto<br />

tempo um país po<strong>de</strong> permanecer como <strong>de</strong>vedor jovem , isto é. com um valor<br />

negativo <strong>de</strong> h na equação acima . A resposta óbvia é enq uant o houv er cre­<br />

dores e investidores externos dispostos a f inanc i ar seus hiatos <strong>de</strong> recur­<br />

sos ,o que ,pelo me nos em primeira aproximação ,é <strong>de</strong> s e presumir que aconte­<br />

ça enquanto a relação dívi<strong>da</strong>/e xportações nao exce<strong>de</strong>r certo limite ( 2 , por<br />

-


exemplo ).Temporarl amente,um país pouco endivi<strong>da</strong>do °e com acesso aos<br />

capi tai s internacionais,dispõe <strong>de</strong> algum espaço para absorv er recur-<br />

80S líquidos do exterior .Contudo,chegará um momento em que a susten<br />

tação <strong>da</strong> credibili<strong>da</strong><strong>de</strong> externa do país <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> que a relação<br />

2.2_4:<br />

d!vid,vexportações pare <strong>de</strong> c;-e.scer . Em suma ,a partir <strong>de</strong> certo momento<br />

• é preciso tornar z _ O,OU seja • .<br />

h (i-x)z<br />

Dessa <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> se conclui que o sinal do diferencial x-i entre<br />

a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s exportações e a taxa <strong>de</strong> juros internacionais<br />

<strong>de</strong>s empenha pape l central na dinâmica <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>.<br />

Se x-i > O, isto é, se a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s exportações do<br />

<strong>de</strong>vedor jovem se mantiv er acima <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> juros internacionais,<br />

estamos diante <strong>da</strong> dinâmi ca favorável,no seguinte sentido.<br />

a}um <strong>de</strong>vedor jovem po<strong>de</strong>rá sustentar um hiato <strong>de</strong> recursos -h-(x-i)z<br />

sem que a sua relação díVi<strong>da</strong>/exportações cresça. Assim,por exemplo ,se<br />

z-2 , x· 15% a.a e 1-11% a.a, o <strong>de</strong>vedor po<strong>de</strong>rá absorv er recursos líqui­<br />

dos do exterior equivalentes a 8% <strong>de</strong> suas exportações, sem avmF.nto <strong>de</strong> z.<br />

Em tais condições,o <strong>de</strong>vedor jovem , embora <strong>de</strong>va evitar hiatos <strong>de</strong> recursos<br />

exagerados , não precisa apressar-se em passar para as fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor<br />

intermediário ·e maduro I<br />

b}um <strong>de</strong>vedor intermediário, com uma relação inicial drvi<strong>de</strong>xportações<br />

anuais z o ' e que se disponha a transferir para o exterior ·uma fração cons­<br />

tante h <strong>de</strong> suas rec eitas <strong>de</strong> exportação, tem a perspectiva <strong>de</strong> pagar todo o<br />

seu passivo externo líquido em menos do qe Zo/h anos . Com efeito . pe la<br />

• o<br />

equação z " (i-x) z - h segue-se que z ( -h e. portanto z Z<br />

o<br />

-ht t t<br />

indi cando o tempo A última expressão torna-se igual a zero para t= z o /h .<br />

Assim,um país com uma relação dívi<strong>de</strong>xportações inicial igual a 2 e que<br />

se disponha a transferir para o exterior 10% <strong>da</strong> sua rece ita <strong>de</strong>. exportações<br />

liqui<strong>da</strong>rá seu passivo externo em menos <strong>de</strong> 20 anos.<br />

Já a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> x-i ( O configura a' dinâmica <strong>de</strong>sfavorável <strong>da</strong> dívi do<br />

sob os seguintes aspectos .<br />

a)nenhum país po<strong>de</strong> manter-se como <strong>de</strong>vedor jovem sem que sua relação<br />

dívi<strong>de</strong>xportações cresça,


, b)para evitar o crescimento <strong>da</strong> relação dívi<strong>de</strong>xportações não basta<br />

que o <strong>de</strong>vedor se transforme <strong>de</strong> jovem em intemediário,isto é, que h) O.<br />

preciso que a fração <strong>da</strong> receita <strong>de</strong> exportações liqui lamente transfe­<br />

ri<strong>da</strong> para o exterior seja pelo menos igual a h- (i-x)zl<br />

c)se x> O, o preenchimento <strong>da</strong> condição acima não é suficiente para<br />

ue o país se transforme em <strong>de</strong>vedor maduro ,isto é,comece a baixar seu<br />

passivo externo líquido. Com efeito, essa fase só se alança quando<br />

a transferência líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o,exterior H=hX ultrapassa<br />

a ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> para o exterior iD - izX , ou seja, quando<br />

h7 iz.<br />

2.25<br />

As crises internacionais <strong>de</strong> dívi<strong>da</strong>s costumam originar-se na inversão<br />

abrupta e inespera<strong>da</strong> do sinal do diferencial x-i, que leva'a relação<br />

dívi<strong>da</strong>/exportações <strong>de</strong> nív eis ace itáveis para limites críticos.A déca<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> 1930 presenciou uma crise <strong>de</strong>sse tipo ,provoca<strong>da</strong> não pela alta <strong>da</strong> taxa<br />

<strong>de</strong> juros,mas pe la que<strong>da</strong> brutal <strong>da</strong>s exportações dos países <strong>de</strong>vedores com<br />

a Gran<strong>de</strong> Depressão . A crise <strong>de</strong> 1982 ,<strong>de</strong> flagra<strong>da</strong> pe la moratória do México,<br />

comporta o mesmo diagnóstico .e merece ser conta<strong>da</strong> em pormenores .<br />

Em 1974 , logo após a primeira crise do petróleo, uma chara<strong>da</strong> financei­<br />

ra intrigava os analistas econômi cos,Ministros <strong>de</strong> Finanças e banqueiros<br />

centrais <strong>de</strong> todo o mundo I como reciclar o superavit em conta corrente<br />

dos países <strong>da</strong> OPEP (<strong>de</strong> 68 bi lhões <strong>de</strong> dólares ,em 1974 ) para os países' im­<br />

portadores <strong>de</strong> petróleo. Os bancos comerciais dos princ ipais centros finan­<br />

ceiros internacionais solucionaram a chara<strong>da</strong> , traindo <strong>de</strong>pósito <strong>da</strong> OPEP<br />

e os reemprestando aos países importadores <strong>de</strong> petróleo. Com isso evitaram<br />

uma violenta crise econômi ca mundial, on<strong>de</strong> as maiores vítimas teriam sido<br />

países <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvoÍvimento intermediário,como o Brasil,com pouco acesso aos<br />

capitais <strong>da</strong> OPEP. Em compensação, inauguraram uma era em que o financiamento<br />

'dos <strong>de</strong>fici ts em conta corrente dos balanços <strong>de</strong> pagamentos passou a ser con­<br />

duzido como um negócio competitivo. Países como o Brasi l se endivi<strong>da</strong>ram para<br />

promover o ajuste estrutural <strong>de</strong> suas economias,em pro jetos <strong>de</strong> substituição<br />

<strong>de</strong> importações e expansão <strong>da</strong>s exportações. Outros,se endivi<strong>da</strong>ram apenas<br />

para consumir mais, mantendo taxas <strong>de</strong> câmbio artifici almente supervaloriza<strong>da</strong>s.<br />

Como os bancos captavam recursos a prazo curto,os empréstimos, mesmo quando<br />

<strong>de</strong> médio e longo prazo , eram contratados a taxas variáveis <strong>de</strong> juros , LIROR<br />

(London Interbank Offered Rate) mais um certo "spread ".


. .. " .<br />

"<br />

"2.26<br />

Em setembro <strong>de</strong> 1982. a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> moratória do México surpreen­<br />

<strong>de</strong>u 08 círculos financeiros internacionais,provocando o colapso <strong>da</strong> reci­<br />

clagem compe titi va . não só para o México ,mas praticamente para quase to­<br />

dos os países <strong>de</strong>vedores em <strong>de</strong>senv olviento . Uma discussão pouco fecun<strong>da</strong><br />

in<strong>da</strong>ga se a culpa foi dos credores . que emprestaram dinheiro irresponsavel­<br />

mente,ou dos <strong>de</strong>vedores ,que disperdiçaram os recursos obtidos do exterior .<br />

Certament e <strong>de</strong>vedores e credores come teram seus erroo". Tratava-se, porem<br />

<strong>de</strong> erros in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes , pois nem os <strong>de</strong>vedores internacionais sincronizaram<br />

as suas po líti cas econômicas ,nem os credores agiam em coalizão.E,pela lei<br />

dos" gran<strong>de</strong>s números,uma crise difici lmente po<strong>de</strong> ser atribui<strong>da</strong> aos erros<br />

<strong>de</strong> um -vasto 'elenco <strong>de</strong>- atores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

A ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira explicaão foi a mu<strong>da</strong>nça inespera<strong>da</strong> e abrupta do sinal<br />

do diferencial x-t entre 1981 e 1982. Entre 1974 e 1980 as exportaçõe s<br />

dos países em <strong>de</strong>senv olv imento fora <strong>da</strong> OPEP cresceram, em média,<strong>de</strong> 21,1 " a.a,<br />

enquanto uma taxa típica <strong>de</strong> juros no s empréstimos a esses países, LIBOR +<br />

1,5" a.a <strong>de</strong> spread ,ficava na média anual <strong>de</strong> 10 ,1 " . Entre 1981 e- 1982 as<br />

taxoo dOe crescimento <strong>da</strong>s exportações, em dólars , cniram para apenas 1" a.a,<br />

em parte pela recessão internacional ,em parte pela va lorização do dólar em<br />

ão às mo e<strong>da</strong>s européias e ao iene japones. Enquanto isso ,os juros ,em<br />

dólares, subiram em média para 16 ,3 " a.a . Com a passagem inespera<strong>da</strong> e<br />

abrupta <strong>da</strong> dinâmica favorável para a <strong>de</strong>sfavorável,as relações dtvi<strong>de</strong>xporta­<br />

ções subiram <strong>de</strong> níveis aceitáveis para limites críticos . A crise tornara -se<br />

inevitável,e a moratória do México foi apenas o seu estopim . Note-se que<br />

a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> crise <strong>de</strong>veu-se basicamente ao fato <strong>de</strong> a maior parte <strong>da</strong>s<br />

dívi<strong>da</strong>s internacionais ter sido contrata<strong>da</strong> na moe<strong>da</strong> que ma is se valorizou<br />

e em relação à qual os juros mais Bubiram,o dólar . Ela eria sido muito mais<br />

bran<strong>da</strong> se as dívi<strong>da</strong>s internacionais fossem em marcos alemães ou ienes.<br />

Um colapso fi nanc eiro mundial foi evitado pela intervenção do Fundo Mone­<br />

tário Internacional e dos principais bancos centrais,os quais est imularam<br />

os credores particulares a rescalonar os prazos <strong>de</strong> amortização dos empréstimo<br />

a conce<strong>de</strong>r alguns empréstimos adi cionais para que oa <strong>de</strong>vedores pu<strong>de</strong>ssem pagar<br />

totalmente os juros <strong>de</strong>vidos, e ins tando os <strong>de</strong>vedores a adotar políticas drás­<br />

ticas <strong>de</strong> redução do <strong>de</strong>ficit externo em transações correntes . Se esse esforço<br />

conduzirá a um final fel iz,ou simplesmente a uma inev itável confrontação en­<br />

tre <strong>de</strong>vedores e credores,ain<strong>da</strong> ó uma incógnita,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo sobretudo <strong>de</strong> como<br />

se comporte o parâmetro crítico <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>,o diferencial x-i.


i<br />

2.Z)R egimes cambiais<br />

2 . 2 1<br />

Define- se a taxa <strong>de</strong> câmbio E como sendo preço , em mo e<strong>da</strong> nacional, <strong>de</strong><br />

uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mo e<strong>da</strong> estrangeira. Obv iamente há pelo meno s tantas taxa<br />

<strong>de</strong> câmbj o quanto moe<strong>da</strong>s estrangeiras (cruzeiros por dolar ,cruzelros por<br />

'marco al emão ,cruzeiros por franco suiço ,etc. ) ,a qualificaç ão "pelo me-'<br />

no s" lembrando que po<strong>de</strong>m existir taxas <strong>de</strong> câmbio múl tiplas parà uma mes­<br />

ma moe<strong>da</strong> (dólar oficial x dó lar paralelo , por exemplo). Contudo , pâra evi<br />

tar uma intensa listagem, a expressão "taxa <strong>de</strong> câmb io" geralmente indica<br />

o preço <strong>de</strong> uma mo e<strong>da</strong> internacional <strong>de</strong> refe rência .Atualmente ou essa mo e<strong>da</strong><br />

é o dólar norte- ameri cano ,ou o . Direito Especial <strong>de</strong> Saque. Esta úl tima é<br />

a moe<strong>da</strong> escritural· cria<strong>da</strong> pelo Fundo Mone tário Internaclonal , correspon<strong>de</strong>n­<br />

do a uma cesta <strong>de</strong> dÓlares,marco s, ienes, libras esterlinas e francos france-<br />

ses.<br />

Indicando por P o índice <strong>de</strong> preços em mo e<strong>da</strong> nacional e por Q o índice<br />

<strong>de</strong> preços <strong>da</strong> mo e<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência(o dólar,por exemplo),<strong>de</strong>fine­<br />

-se a taxa real <strong>de</strong> câmbio .<br />

i':). _ E --1L-<br />

, P •<br />

Um aumento do preço <strong>da</strong> mo e<strong>da</strong> estrange ira E apeli <strong>da</strong>- se <strong>de</strong>svalorização cam­<br />

bial., O termo •• <strong>de</strong>svalorização to significa que a moe<strong>da</strong> nac ional passa a valer<br />

meno s em termos <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> estrangeira. Recipro camente , uma diminu ição <strong>de</strong> E<br />

<strong>de</strong>nomina- se vrUorização cambial. De svalor"i zação real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio é<br />

um aumento <strong>de</strong> e , e valorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio uma diminuição <strong>de</strong> 9 .<br />

A relação entre <strong>de</strong>svalorização nominal e real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio po<strong>de</strong> ser<br />

percebi<strong>da</strong> tomándo- se interv alos infini te simais <strong>de</strong> tempo . Tomando- se logaritmo<br />

neperlano s, log e e<br />

ao tempo I<br />

1 d9<br />

e' dt<br />

.. 1 dE<br />

Edt<br />

• log e E - (log e P - 10g e Q) • Derivando- se em relação<br />

J 1 dP<br />

l-p dt ...L }<br />

Q dt<br />

o primeiro membro indica a taxa instantânea <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalori zação real <strong>da</strong> taxa<br />

1 dE ,<br />

<strong>de</strong> câmbio, e a taxa instantânea <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização nominal <strong>da</strong> taxa<br />

1 dP ...L <br />

<strong>de</strong> câmbio , -- P -- e<br />

Q dt<br />

são as taxas <strong>de</strong> inflaç ão interna e exter-<br />

na ,respectivamente . Assiro,a <strong>de</strong>svalorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio é a <strong>de</strong>s-<br />

valori zação nominal ,menos o excesso <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> infla9ão interna sobre a<br />

externa .


2.28<br />

Uma <strong>de</strong>svalorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio encarece os be ns e servi­<br />

ços produzidos no exterior em relação aos produzidos no país . Como tal,es­<br />

timula as exportações e <strong>de</strong>sincentiva as importações <strong>de</strong> bens e serviços .ls­<br />

to posto, em condições normais, uma <strong>de</strong>svalorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio<br />

aumenta o saldo comercial e <strong>de</strong> servi ços não fatores,consl<strong>de</strong>rando-se , por<br />

1S80,O mais eicaz dos mecanismos <strong>de</strong> correção dos <strong>de</strong>ficits em conta-corren-<br />

te do balanço <strong>de</strong> pagamentos.<br />

Examinemos agora os diferentes regi mes cambiais. Comecemos pelos dois<br />

extremos,as taxas fixas e as taxas flutuantes .<br />

No regime <strong>de</strong> taxas fixas ,o Banco Central compromete-se a comprar e<br />

ven<strong>de</strong>r a mo e<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência a um preço fixo E, expresso em<br />

moe<strong>da</strong> nacional. Em geral há um pequeno diferencial entre as taxas <strong>de</strong> com­<br />

pra e ven<strong>da</strong> para cobrir os custos <strong>de</strong> transação I o Banco Central compra<br />

moe<strong>da</strong> estrangeira à taxa E-c e a ven<strong>de</strong> à taxa E+ c. A diferença ,to<strong>da</strong>via,<br />

costuma ser suficientemente pequena para po<strong>de</strong>r ser <strong>de</strong>spreza<strong>da</strong> ,na maioria<br />

dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> comportamento do balanço <strong>de</strong> pagamentos .<br />

No regime <strong>de</strong> taxas puramente flutuant es o Banco Central nem compra<br />

nem ven<strong>de</strong> moe<strong>da</strong>s estrangeiras ,a taxa <strong>de</strong> câmbio osciland o ao sabor <strong>da</strong>s<br />

' 1orças <strong>de</strong> mercado. A oferta <strong>de</strong> mo e<strong>da</strong> estrange ira é supri<strong>da</strong> pe los exporta­<br />

dores e pe los que trazem rend as e capi tais para o pa :,s l a procur é ,exer-<br />

,o,<br />

ci<strong>da</strong> pelo importadores <strong>de</strong> bens e serviços e pelos que transferem ren<strong>da</strong>s<br />

e capitais para o exterior . Nesse regime ,o balanço <strong>de</strong> pagamentos se equi­<br />

libra au tomaticame nte. a soma algébrica dos saldos <strong>de</strong> transações corrent es<br />

e do movime nto <strong>de</strong> capitais autônomos é igual a zero .<br />

O contraste entre os dois regimes é típico dos sistemas <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> fidu-<br />

- ,<br />

ciária. No regime do padrãó-ouro as taxas <strong>de</strong> câmbio eram essencialme nte<br />

fixas , ain<strong>da</strong> que os Governos e Bancos Centrais não interviessem na compra-- ­<br />

ou na ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>s estrangeiras .Com efeito ,mesmo que isso acontece sse,<br />

os Governos e Bancos Centrais garantiam a conv ersibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s respe ctiv.as<br />

moe<strong>da</strong>s numa mercadoria que podia ser <strong>de</strong>sloca<strong>da</strong> <strong>de</strong> um país para outro ,o ouro<br />

" Espec!ficamente ,imaginemos que a moe<strong>da</strong> nacional(a do país A) seja<br />

conversível em x gramas <strong>de</strong> ouro e que a moe<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência<br />

(a do país B) seja conversív el em y gramas <strong>de</strong> ouro . Isso significa que ,<br />

no país A, uma grama <strong>de</strong> ouro vale x em moe<strong>da</strong> nacional , e que ,no país<br />

D,o preço <strong>de</strong> uma grama <strong>de</strong> ouro é igual a l/y na sua moe<strong>da</strong>,que é a moe<strong>da</strong>


- 20. 29<br />

internacional <strong>de</strong> referncia.lndiquemos por E a taxa <strong>de</strong> câmbio , isto é,o preço ,<br />

em moe<strong>da</strong> nacional,<strong>da</strong> moe<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência, e por c o custo <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong> y gramas <strong>de</strong> ouro <strong>de</strong> um país para outro ,expresso em moe<strong>da</strong> nacio­<br />

nal. Admi tamos que a taxa <strong>de</strong> câmbi o se <strong>de</strong>termine pe lo livre jogo <strong>da</strong>s forças<br />

<strong>de</strong> mercado, sem qualquer intervenção do Governo ou do Banco Central.<br />

Qualquer resi<strong>de</strong>nte no país A po<strong>de</strong> obter e pôr à vend a uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

moe<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência exportando y gramas <strong>de</strong> ouro para o país B.<br />

Em moe<strong>da</strong> na cional .isso lhe custará y/x + c, ao primeira parcela indicando<br />

o custo <strong>de</strong> aqui sição <strong>de</strong> y graJilas <strong>de</strong> ouro no mercado interno , a segun<strong>da</strong> corres­<br />

pon<strong>de</strong>ndo ao custo <strong>de</strong> transporte até o país B. Isso sign ifi;a que,à taxa <strong>de</strong><br />

câmbi o E+ a y/x + c. a oferta <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> estrange ira se torna infini tamente<br />

elástica .<br />

Do mesmo modo, à taxa E - = y/x - c , a procura <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> estrange ira se<br />

torna infini tamente elástica. Com efeito, comprando uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> estran<br />

geira a essa taxa ,qualquer resi<strong>de</strong>nte no país A se habi lita a importar ,do país<br />

B. y gramas <strong>de</strong> ouro , as quais pod em ser vendi<strong>da</strong>s no me rcado nacional.O custo<br />

E-+c - y/x é exatamente o valor.no mercado interno ,<strong>de</strong> y gramas <strong>de</strong> ouro.<br />

Em suma ,no padrão ouro , a taxa <strong>de</strong> câmbio s6 po<strong>de</strong> flutuar entre limites<br />

estreitos em torno <strong>da</strong> relação y/x <strong>da</strong> equivalência em ouro <strong>da</strong>s moe<strong>da</strong>s , já<br />

que o custo <strong>de</strong> transporte c costuma ser bastante peque no em relação a y/x .<br />

A situação é indica<strong>da</strong> na figura 2.2 ,on<strong>de</strong> SSS e DDD indicam ,respe ctivame nte,<br />

as curvas <strong>de</strong> oferta e <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> estrangeira . E+ e E- são os ape li­<br />

<strong>da</strong>dos pontos <strong>de</strong> ouro (gold - points ). A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exportar ouro impe<strong>de</strong><br />

+-<br />

que a taxa <strong>de</strong> câmbio se <strong>de</strong>svalorize alem <strong>de</strong> E I<br />

-<br />

a <strong>de</strong> importar ouro ,que ela<br />

se valorize -ale m <strong>de</strong> E- • A diíérença entre os pontos <strong>de</strong> ouro costumava ser<br />

sufi ci entemente pequena 'Par::, -;;0) .. !' :::3 t 3.X..l ""'o <strong>de</strong> câbio praticamente fixas ,<br />

ain<strong>da</strong> que livremente <strong>de</strong>rmi na<strong>da</strong>B pe las forças <strong>de</strong> mercado.<br />

E<br />

Fi gura 2.2<br />

.s<br />

D


, A grand e vantagem do regime <strong>de</strong> taxas fixas á facili tar a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões pelos agentes econômicos • . Contudo , com moe<strong>da</strong>s fiduciárias ,ele<br />

enfrenta um sério problema . na<strong>da</strong> assegura que ,-ã taxa <strong>de</strong> câmbio fixa<strong>da</strong><br />

pelo Banco Central ,a oferta e a procura <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> estrangeira se equi­<br />

librem. Isso ,<strong>de</strong> um lado, - obriga o Governo a conduzir a. pOlítica mone-<br />

tária e fiscal <strong>de</strong> modo que os <strong>de</strong>ficits ou superavits no balanço <strong>de</strong> pa­<br />

gamentos sejam meramente transitórios. E força o Banco Central a manter<br />

2.30<br />

um volume ad equado <strong>de</strong> reservas cambiais paa aten<strong>de</strong>r os eventuais exces-<br />

sos <strong>da</strong> procura sobre a oferta <strong>de</strong> moe <strong>da</strong> estrangeira . Qual o volume a<strong>de</strong>qua-<br />

do <strong>de</strong> reservas é que stão extremamente complexa. Uma regra <strong>de</strong> bolso <strong>da</strong>s<br />

déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1950 e 1960 aconselhava ca<strong>da</strong> país a manter reservas correspon­<br />

<strong>de</strong>ntes a pe lo menos tres me ses <strong>de</strong> importaçõe s <strong>de</strong> bens e ssrviços ,mas essa<br />

regra torn9u-se obsoleta diante <strong>da</strong> intensa . moY imentação <strong>de</strong> capitais au tôn<br />

mos a parti '<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1970 . No mundo atual,a procura <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> eatrange i­<br />

ra não mais é exerci<strong>da</strong> em sua quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos importadoes <strong>de</strong> bens<br />

e serviços . há , tambem ,a componente extremamente relevante exerci<strong>da</strong> pelos<br />

. exportadores <strong>de</strong> capitais e <strong>de</strong> rendimentos para o exterior .<br />

,<br />

Alem dos problemas acima ,a manutenção <strong>de</strong> ·taxas <strong>de</strong> câmbio fixas em regi ­<br />

me s .<strong>de</strong> moe<strong>da</strong> fiduciária <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> dois outros requisitos .<br />

O primeiro é que as taxas <strong>de</strong> inflação dos diferentes países seja bastan-<br />

<br />

te próxima . Com ef eito ,se a taxa <strong>de</strong> inflação no país A é muito auperior à<br />

-do país emissor <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> internacional <strong>de</strong> referência,o regim <strong>de</strong> taxas fixas<br />

- acarreta a contínua valorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio,piorando o seu saldo<br />

em transações correntes. A curto prazo ,o país A po<strong>de</strong>rá sustentar a pari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cambi al atraindo capitais estrangeiros com juros mais altos ,ou reduzindo<br />

parte <strong>de</strong> suas reservas. A mldio prazo, to<strong>da</strong>via, a situação acaba por se tor­<br />

.nar insuste ntável, exigindo uma <strong>de</strong>svalorização cambial.<br />

o segundo é que os agentes econômi cos acreditem na sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

taxa <strong>de</strong> câmbio. Se a opinião geral é que uma <strong>de</strong>svalorização cambial será<br />

inevitável, esta acabará ocorrendo. O Banco Central po<strong>de</strong> tentar atrasar o<br />

dia <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,aquele em que as reservas se esgotarem ,raclonando o fornê­<br />

cimento <strong>de</strong> câmbio para os importadores <strong>de</strong> bens e serviços e para os expor­<br />

tadores <strong>de</strong> rend imentos e cambiais. Mas não po<strong>de</strong> evitar que ,diante <strong>da</strong> expec­<br />

tativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalo ização ,os exportadores <strong>de</strong> bens e serviços adiem seus em­<br />

barques para o exteriora nem quo os poupadoreà estrangeiros interrompam os<br />

aport es <strong>de</strong> capi tai s para o país .


o regime opo sto.o <strong>da</strong>s taxas puramente flexívei s <strong>de</strong> cAmbio ,encerra<br />

treB gran<strong>de</strong>s atrativos. a) aSf:egura o equilíbrio automático do balanço<br />

<strong>de</strong> pagalUentoB',tornando ir rel ev ante o nível <strong>de</strong> reservas internacionais.<br />

b)com 1sso,iBola a política mone tária <strong>da</strong>s transaç&es com o exterior .<br />

nio há 'Buperav1ta nem <strong>de</strong>lcit8 externos que pressionem para mais ou _ . '<br />

para menos a base monetár ta. c)transfere<br />

,<br />

a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> tax. <strong>de</strong> cAm -<br />

bio para o Julgamento. do s mercados, evi tando qUàlquer manipulação cambial<br />

pelo Governo . t<br />

o <strong>de</strong>feito do slstema é que ele nio assegura qulquer estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

cambial ,nem em termo s nom "\. na is nem em termos reais. Ao ganhar maior can-<br />

o<br />

_.<br />

•• _. .<br />

fiança dO B capitalistas iternacionais .0 paí s atrai maior volume <strong>de</strong> ca­<br />

pitais au"tanomo s, o que ne cessariamente implica igual redução no seu sal­<br />

do <strong>de</strong> transaç&es correntes. Para tanto ,a mo e<strong>da</strong> do paí s se valoriza, com<br />

. .<br />

o aumento · <strong>de</strong> suas imports';õc s e a. diminuição <strong>de</strong> suas exportações. Isso '<br />

introduz um componente ad icional <strong>de</strong> risco nos projetos agrí colas. indus­<br />

triais e <strong>de</strong> serviços trar sac .i.ohávels com o ' exterior . a sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> enfrentar a concorrnC' i a r:: xtema <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> psicologia dos mercado<br />

financeiros internacionai s.<br />

•<br />

2.31<br />

ExÃminemo B a que stão em pormenore s. Imaginemos que em <strong>de</strong>terminado ins-<br />

tante as taxaB <strong>de</strong> juro s e se is meses nos países A e B sejam,nas respecti-<br />

.... .<br />

vaa moe<strong>da</strong>s, iguaia a i e i'. O país B é o emissor <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> internacional<br />

<strong>de</strong> referência, cu jo preo.no país A, é igual a E o : no inicio do . semestre e<br />

E l no final do semestre .<br />

Admi temo s que os capi tai !j financeiro s po ssam fluir Bem restrições <strong>de</strong><br />

uma pats para '·óutro . O q\l e é prefer!vel ,aplicá-los no paíB A ou no país B? '<br />

Tomemos um capi tal K em o e<strong>da</strong> internacinal (isto "é ,do paí B) . Aplicando-<br />

-o no paí s B ele. ·valerá.no fim do semestre . K ( l.·i · ) • ...;. ..em mo e<strong>da</strong>. int-ernacional .<br />

.<br />

Transfe rindo-o para o pa5, s A. o principal E K acrescido dos juros, valerá.<br />

o<br />

no final do períOdO. E K{l+l) em moe<strong>da</strong> do país A,ou seja.<br />

o<br />

E<br />

O<br />

E<br />

1<br />

.K(l+i) em<br />

'<br />

. moe<strong>da</strong> internacional . Em r' urna , a relação entre os pa trimOnioB finais obtido s<br />

pelas aplicações no pats A c no país B é <strong>da</strong><strong>da</strong> por .<br />

Z • ..5L 1+ 1<br />

, E I 1+ 1.<br />

Definamos agora as t. !xas logarítmicas . <strong>de</strong> Juros e <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização<br />

camb1al . ra log e (l+i) • r ' "'. log e (l+i') e e · log e E I /E o · ' Resulta .


lo z • r- r '-e<br />

A conclusão é que é melhor investir no pa is A se Z "> 1 (log z ') O),<br />

isto é, se r7 r'+e,ou seja, se a taxa interna <strong>de</strong> juro s for superior<br />

k taxa <strong>de</strong> juros internacional acresci<strong>da</strong> <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalori zação<br />

- cambial. E investir no país B no caso oposto ,isto é, se r4(r'+e .<br />

Se os capi talistas internacionais pu<strong>de</strong>ssem ler o fu turo na palma<br />

<strong>de</strong> suas mãos ,os mercado s tratariam <strong>de</strong> nivelar a rentabi li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

apl icações financeiras no s diferentes países,tornando r=r'+e. Acon­<br />

tece que ,no exercício acima os capi talistas internacionais têm que<br />

fazer sua opção conhecendo i, i' e E o ' mas <strong>de</strong>sconhecendo a taxa <strong>de</strong> câm<br />

bio fU tura E l . Esta é ,para eles,uma variáv el al eatória . Assim,a<br />

eressão r- r'-e acima <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>da</strong> como o diferencial <strong>de</strong> ta xa<br />

<strong>de</strong> juro s menos a expectativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização cambial . Isto posto ,<br />

L.32<br />

O ingresso <strong>de</strong> capitais au tÔnomos num país po<strong>de</strong>,em primeira aproximação ,<br />

consi<strong>de</strong>rar-se função crescente do diferencial r- r'-e. Como o saldo em<br />

transações correntes co stuma ser uma função crescente <strong>da</strong> taxa real <strong>de</strong><br />

câmbio e <strong>de</strong>crescenterdo produto real Y (pQis o aumento a curto prazo<br />

do produto estimula a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> importações e <strong>de</strong>sincentiva a busca <strong>de</strong><br />

compradores no exterior),o regime <strong>de</strong> ta xa s fl exíveis acarreta I<br />

r'( y, e ) + A ( r- r' - e) • O ( !T.y. (. O I T'; "> O I A ' > O)<br />

Obv iamente uma equação não bas ta para <strong>de</strong>terminar qua.tro variávis , o<br />

.'<br />

produto , a taxa real <strong>de</strong> câmbio, a taxa <strong>de</strong> juros inte rna e a taxa <strong>de</strong> juros<br />

externa. O que,a esta al tura se po<strong>de</strong> afirmar, é que,<strong>da</strong>dos o diferencial<br />

. <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> juro s r- r' , o produto real y, quanto maior a expectativa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svalorização cambial e, menor o ingresso <strong>de</strong> capitais autônomos A{r-r'-e)<br />

e,portanto , maior o saldo em conta corrente do balanço <strong>de</strong> pagamento s,ou<br />

-<br />

seja,maior a taxa real <strong>de</strong> cãmbio . .<br />

Po<strong>de</strong>- se confiar na teoria acima? A evidênc ia <strong>de</strong> 1984 assegura que não .<br />

No princípio do ano ,a maior parte do s economistas e analistas internacio­<br />

nais previam uma <strong>de</strong>svalorização do dólar relativamente ao iene e ao marco<br />

alemão ,pois a inflação era menor no Japão e na Alemanha do qu e no s Estados<br />

Unidos e o <strong>de</strong>ficit comercial nor te- ameri cano contrastava com os superav its<br />

do resto do mundo . Durante o ano,os diferenciais <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> juros entre<br />

os Estado s Unidos e <strong>de</strong>mais países <strong>de</strong>senvolv idos caíram e a economia norte­<br />

am ericana cre sceu mui to mais rap i<strong>da</strong>mente do que o resto do bloco industria-


..<br />

ado . Todos esses fa tores ,pela equação acima, <strong>de</strong>veriam provocar a<br />

<strong>de</strong>sva,lorização real do,. dólar comparativamente às <strong>de</strong>mais mo e<strong>da</strong>s in­<br />

ternacionais.<br />

Mas o d6lar valorizou- se, tanto em termos nominais quanto em ter­<br />

mo s reais. A el icação ,a posteriori,é que a fUnção A(r'-r-e) e bas­<br />

tante instável ,suJeita a <strong>de</strong>slocamento s que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> psicologia<br />

do s mercado s financeiros internacionais. Isso significa, realmente ,<br />

que o diferencial r'-r-e é ap enas uma <strong>da</strong>s, variáveis que' afetam o in­<br />

2.33<br />

gresso <strong>de</strong> capitais au tônomo s num país. Há mu itas ' outras, e que os eco '<br />

nomistas ain<strong>da</strong> não conseguiram <strong>de</strong>tectar . Em suma,o regime <strong>de</strong> taxas<br />

fl exíveis <strong>de</strong> c!mbio repre senta, sob vários aspectos,um sal to no escuro .<br />

Entre os dois extremo s,as taxas fixas e as taxas puramente flu tuan­<br />

tes ,há inÚMeras variantes, algumas <strong>da</strong>s quais são cita<strong>da</strong>s a seguir .<br />

Uma é o regime <strong>de</strong> flu tução <strong>da</strong>s moe<strong>da</strong>s com intervenções esporádicas<br />

do s Bancos Centrais para amenizar as o:scH:ações especulativas <strong>da</strong>s taxas<br />

<strong>de</strong> câmbio . Trata- se do ap eli<strong>da</strong>do "dirty floating" (flutuação su ja) .O<br />

problema prático consi ste em saber até que ponto as flutuaçõés são ou<br />

,<br />

não <strong>de</strong>svios especulativos em relação a uma tendência.<br />

Outra é o regime <strong>de</strong> flutuações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites. o Banco<br />

Central fixa duas taxas extremas E + -<br />

e E <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s quais <strong>de</strong>ixa flutuar<br />

livremente as taxas <strong>de</strong> câmbio,ao sabor do mercado . Atingido o limite<br />

superior E+ passa a ven<strong>de</strong>r moe<strong>da</strong>s estrangeiras,al cançado o limite infe­<br />

rior E - a compra- las. Esse é o princípio do atual sistema monetário<br />

uropeu . O diferencial E + :E- co stuma ser bem mais folgado do que os<br />

gold-polnts" , dó padrão-oúro ,mas na<strong>da</strong> garante qua s Bancos Centrais<br />

possam mante los a longo prazo , sobretudo quando são apreciáveis os<br />

difer - enciais <strong>de</strong> ttoca <strong>de</strong> inflação entre os paíse,s .<br />

Uma terceira variante é o sistema <strong>de</strong> taxa real <strong>de</strong> câmbio fixa,<br />

ado tado no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1968, salvo ligeiras intermissõ es • .o regime<br />

é bastante atrativo para os países <strong>de</strong> inflação mui-to superior à inter­<br />

nacional . as <strong>de</strong>svalorizações nominais <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio efetuam- se<br />

em in tervalos cur to s <strong>de</strong> tempo ,pelo diferencial entre a taxa <strong>de</strong> infla­<br />

ção inte rna e a <strong>da</strong> mo e<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência. Isso não exclui<br />

a eventual necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma maxi- <strong>de</strong>svalorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio,<br />

como a <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 198J.


I .. _<br />

Uma outra variante ,<strong>de</strong> exper1anc ia não muito fel iz, é a <strong>da</strong> prefl xa­<br />

;10 aa <strong>de</strong>svalorizaç5ea cambiaiol o Banco Central pre<strong>de</strong>termina ,por<br />

õerto per odo h frente , a co tação <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> estrangeira <strong>de</strong> referência.<br />

O exemplo olássico é o <strong>da</strong> "tablita" argentina <strong>de</strong> 1980 ,que fixaV i dia<br />

a .d.ia. o preço do dólar, num horizonte até 1.5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1981, à taxa<br />

s- <strong>de</strong>svalorização anual <strong>de</strong> 23 • A idéia era usar a taxa <strong>de</strong> câmbio<br />

para reduzir a inflação portenha,até então superior a 100% ao ano .<br />

O Governo Vi<strong>de</strong>la cumpriu a sua promessa,'mas k custa <strong>de</strong> forte <strong>de</strong> safio<br />

<strong>de</strong> credibili<strong>da</strong><strong>de</strong> .pois ninguem acredi tava que a inflação ce<strong>de</strong>sse exata-<br />

. men"te no mesmo passo • . Colheram- se alguns divi<strong>de</strong>ndos anti- inflacioná-<br />

.<br />

rioa,mas a taxa real <strong>de</strong> cambio. valorizou- se for temente , com o es timulo<br />

s exportaçaes <strong>de</strong> capitais e com o substancial agravamento do <strong>de</strong>flcit<br />

<strong>de</strong> transaç8es correntes do balanço <strong>de</strong> paguento s. Para flnanciar estes<br />

áltlmos ,o Governo manteve taxas internas <strong>de</strong> juros em torno <strong>de</strong> l20 ao<br />

ano·, as quais permitiram que os investidores externo s ganhassem cerca<br />

d.e S1' ao mes em dólares.Em março <strong>de</strong> 1981, com a posse do governo do<br />

2.3-1<br />

General Viola, a tablita fo i <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente sepul ta<strong>da</strong> po r uma maxi<strong>de</strong>svalori-<br />

•<br />

zaçio do peso. A mo<strong>da</strong> argentina contaminou o Brasil,qu e em 1980 tambem<br />

- -re solveu prefixar a <strong>de</strong>svalori zação cambial em cer ca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> taxa<br />

--efetiva <strong>de</strong> inflação. Os resul tado s foram menos <strong>da</strong>no so s., em parte porque<br />

a experiência bra sileira fo i mais ourta, em par te porque hav ia sido pre­<br />

cedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma maxl<strong>de</strong>eva10rização <strong>de</strong> 30% em <strong>de</strong> zembro <strong>de</strong> 1979.


".<br />

2.8)0 aju ste do balanço <strong>de</strong> pagam en to s<br />

2.35<br />

Salvo no regime <strong>de</strong> taxas puramen te flu tuantes,o balanço <strong>de</strong> pagamentos<br />

<strong>de</strong> um paí s s6 se equil ibra por rara coincidência. Na<strong>da</strong> impe<strong>de</strong> que o país<br />

registre sucessivos superav i ts. Os <strong>de</strong>fici te , no en tanto , só po<strong>de</strong>m subuistir<br />

enquanto houver reservas o'u outro s capi ta is compen satório s que os finan­<br />

ciem . Assim, <strong>de</strong>ficits permanen tes têm qu e ser corrigido s ,por alguma <strong>da</strong>s<br />

seguin tes medi<strong>da</strong>sl<br />

i)<strong>de</strong>svalorizações reais <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbiO ,<br />

ii)redução do nível ,<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômi ca,<br />

ili}restrições tarifárias ou quantitativas h-s importações.<br />

iv)subsídios h,s exportações,<br />

v) aumento <strong>da</strong> taxa in terna <strong>de</strong> juros,<br />

vi ) control e <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> capitais e <strong>de</strong> rendimento s para o exterior.<br />

As duas últimas medi <strong>da</strong>s procuram melhorar o balanço <strong>de</strong> pagamen tos ou<br />

atraindo ou evi tando a fuga <strong>de</strong> capitais au tô nomo s. Elas ShO mai s efi ca-<br />

zes a curto do que a longo prazo • O aumen to do s juros in ternos atrai<br />

capitais financeiros para o pa!s,mas à custa do agravamento do seu passi­<br />

vo externo llquido . O controle <strong>da</strong> sal<strong>da</strong> <strong>de</strong> capitais,a menos que limitado<br />

a uma curta tempo ra<strong>da</strong> , prejudica o u turo ingresso <strong>de</strong> novo s capitais au­<br />

tÔnomo s, já que ninguem gosta <strong>de</strong> investir num paíe on<strong>de</strong> seus recursos po s sam<br />

ficar bloqueado s.<br />

As quatro primeirasmedi<strong>da</strong>s atacam o probl ema mais fun<strong>da</strong>mental do <strong>de</strong>ficit<br />

<strong>de</strong> transaçõ es correntes. A mais tradicional é a <strong>de</strong>svalorização real <strong>da</strong> taxa<br />

d câmbio, à qual uma única dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> se opõel ela implica o aumento do s<br />

preços dos pro dutos <strong>de</strong> impo:taç ao e'exporção relativamen te ao s bens e ser­<br />

viços produ zido s no pals e não transacionáveis com o exterior . Com .tal ,<br />

acarreta a que<strong>da</strong> do s rendimentos reais <strong>de</strong> muitos grupos <strong>da</strong> so cie<strong>da</strong><strong>de</strong> ,entre<br />

os quais usualmen te se incluem os assalariados. Se o Governo ou os sindica­<br />

tos impe<strong>de</strong>m uma que<strong>da</strong> <strong>de</strong> salários reais,a <strong>de</strong>svalorização <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio<br />

s6 se opera em termo s nominais, sendo neu tral iza<strong>da</strong>, em termos reais,pela al ta<br />

proporc ional do s preços internos.<br />

A redução do nível <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica contribui para a redução do<br />

<strong>de</strong>ficit em transaçõ es correntes em duas direções I a)produzindo menos, o país<br />

importa menos, b)a geração <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> ociosa interna incentiva as empre­<br />

sas nacionais a buscar novos mercados no exterior. Trata- se .porem, do ajus-


",<br />

te do bal anç o <strong>de</strong> pagamentos pela anti- economia.Afinal ,a obj etivo <strong>da</strong><br />

política econômica é gerar a prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> ,e não provocar recessões.<br />

A contração do produto e do emprego po<strong>de</strong> ser inevitável a curto prazo,<br />

ou para (lUebrar a rigi<strong>de</strong>z do s sal ário s reais, ou para recompor o nível<br />

<strong>de</strong> reservas do país,mas não <strong>de</strong>ve ser aceita como fórmula perman tente<br />

<strong>de</strong> correção do s <strong>de</strong>sequilíbrios externos.<br />

As restrições tar ifárias ou quantitativas ks importaçõ es, assim tomo<br />

os subsídios ks exportaçõrs são formas indiretas <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalori zação cam­<br />

bial .Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> elas equivalem k introdução <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> câmbio múl ti­<br />

plas, conforme a na tureza do s produtos. Assim. ao subsidiar a exportação<br />

do bem X, tu do se passa como se o governo ,ao invés <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r o subsí­<br />

dio, estivesse <strong>de</strong>svalorizando a taxa <strong>de</strong> câmbio especificamen te para o<br />

2.36<br />

bem X. O mesmo raciocínio se aplica hs restrições tarifárias às import<br />

ções. Quanto aos controles quantitativo s <strong>de</strong> importaç ões. eles equivalem<br />

h impo sição <strong>de</strong> uma tarifa marginal infinita,acima àa quo ta permiti<strong>da</strong>.<br />

De um modo geral ,as restrições tarifárias ou quan titativas às impor­<br />

tações ,assim como os subsídios às exportações, consi<strong>de</strong>ram- se tecnicame .<br />

te inferiores às <strong>de</strong>svalori zaçõ es cambiais,por tres ra zõesl a)po<strong>de</strong>m dis­<br />

torcer a alocação <strong>de</strong> recursos,l evando o pais a expor tar produto s on<strong>de</strong> lhe<br />

fal tam vantagens comparativas e a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> importar o que se po<strong>de</strong>ria pr<br />

du zir com maior eficiência no exterior, b) sendo consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

\<br />

res trição aO comércio internacional ,são frequentemente neu tral iza<strong>da</strong>s por<br />

medi<strong>da</strong>s retaliatórias do s outro s países, que po<strong>de</strong>m retrucar subsidiando<br />

suas exportaçõ es , aumentando suas tarifas aduaneiras,ou limi tando quan­<br />

titativamente as suas importa ões d06 pa íses que in iciam as práticas restri­<br />

tivas, c)po<strong>de</strong>m gerar a expectativa <strong>de</strong> fUturas <strong>de</strong> svalorizações cambiais,<br />

como solução <strong>de</strong>finitiva para o ajuste do balanço <strong>de</strong> pagamento s, e ssa expe<br />

tativa incentiva as saí<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>sestimula o ingresso <strong>de</strong> capitais.<br />

Uma pergunta importan te in<strong>da</strong>ga em que medi<strong>da</strong> a correção <strong>de</strong> sucessivos<br />

<strong>de</strong>ficits no balanço <strong>de</strong> pagamentos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> prov idências do Governo ,ou<br />

se efetua naturalmente pelo jogo <strong>da</strong>s forças <strong>de</strong> mercado .<br />

Em meado s do século XVIII ,Dav id Hume mos trou que ,no regime do padrão-<br />

-ouro,as forças <strong>de</strong> mercado se encarregariam <strong>de</strong> trazer automaticamente ao<br />

equilíbrio o balanço <strong>de</strong> pagamentos. O teorema ,uma <strong>da</strong>s mais veneráveis<br />

construções dos primórdo s <strong>da</strong> teoria econômica . baseava- Sé na s seguintes<br />

.


· premissas la)a ofe rta <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> , em ca<strong>da</strong> país, é proporcional ao seu estoque<br />

<strong>de</strong> ouro l b)o nível interno <strong>de</strong> preços é proporcional oferta <strong>de</strong> mo e<strong>da</strong>.<br />

A pr ime ira premissa <strong>de</strong>screvia o sistema mone tár io no padrão-ouro .Ou a moe­<br />

<strong>da</strong> em ciculação era o próprio ouro metálico ,ou no tas <strong>de</strong> banco (moe<strong>da</strong>-papel),<br />

cu jo volume <strong>de</strong>veria guar<strong>da</strong>r certa proporcional i<strong>da</strong><strong>de</strong> com o lastro-ouro a fim<br />

<strong>de</strong> garan tir a conversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mo e<strong>da</strong>. A segun<strong>da</strong> era a famosa teoria<br />

quanti tativa <strong>da</strong> mo e<strong>da</strong> ,na ver são primi tiva <strong>de</strong>scoberta por Jean Bo din no<br />

fim do século XV I. Isto posto, se um país fosse <strong>de</strong>ficitário no balanço<br />

<strong>de</strong> paamentos, a cobertura do <strong>de</strong>ficit se <strong>da</strong>ria pela. transferência <strong>de</strong> ouro<br />

para o e x te rio r . Com i980,0 estoque <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> se cor trairia ,forçando a<br />

ba ixa dos preços in terno s e a <strong>de</strong>svalorização real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio (já<br />

que a taxa nominal se man tinha apro xima<strong>da</strong>mente fixa,a s possíveis flutua­<br />

ções se restringindo h diferença en tre os "gold-po ints" ). Essa <strong>de</strong>svalori-<br />

7.ação real estimularia as exportações e <strong>de</strong>sestimularia as importaçõ es,<br />

até o ponto <strong>de</strong> equilíbrj o do ba lanço <strong>de</strong> pagamen tos. Do mesmo modo ,um país<br />

superavi tário aumentaria seu estoque <strong>de</strong> moe<strong>da</strong>,o que levar.ia h al ta do s<br />

preços inte rno s,à consequente valori zação <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong>- câmbio reais/ ao<br />

"<br />

<strong>de</strong>sincentlvo às expo rtações e ao estímulo às · importações/ até que os supe­<br />

ravi ts fo s sem el im inado s.<br />

Em sistemas <strong>de</strong> moe<strong>da</strong> fiduciár ia ,na<strong>da</strong> há <strong>de</strong> semelhante ao mecanismo<br />

<strong>de</strong>scri to por Dav id Hume . Contudo , se as reservas internacionais se esgo ta­<br />

rem, e se o pais per<strong>de</strong>r o acnsso a outras fontes <strong>de</strong> capitais compensató­<br />

rios, o balanço <strong>de</strong> pagamentos acabará se equilibrando ,por bem ou por mal ,<br />

um país não po<strong>de</strong> ga star o câmbi o que nãn tem . Ou o Gov erno rac iona as im<br />

portaçõ es,ou <strong>de</strong>ixa a taxa <strong>de</strong> câmbio flutu ar, ou ado ta qualquer outro tipo<br />

<strong>de</strong> medi<strong>da</strong> que leve ao inevitável ajuste externo .


2 •• 9')0 sistema mon etár io internacional 2.38<br />

Para transfo rm ar- se em mo e<strong>da</strong> internacional ,um ativo físico ou finan<br />

ceiro p eeisa conquis tar a acef tabili<strong>da</strong><strong>de</strong> geral pelos agentes econôml<br />

co a do mundo .Essa ac e i tab i li<strong>da</strong><strong>de</strong> é o fru to <strong>da</strong> confiança,que por seu<br />

turno assegura a liqu id e z do ativo em questão .<br />

-Por séculos coube aos metais preciosos, ao ouro , par ti cul armente, <strong>de</strong>-<br />

semp enhar o papel <strong>de</strong> mo e<strong>da</strong> internacional . O adv ento <strong>da</strong> mo e<strong>da</strong>-papel<br />

abriu espaço pa ra que algumas mo e<strong>da</strong>s naionais ganha ssem cur so inter­<br />

nac ional . Para tanto , bastava que a opinião pública mundial acredi ta se<br />

que os países que emi t iam essas mo e<strong>da</strong>s jamais <strong>de</strong>ixariam <strong>de</strong> honrar o<br />

seu compromisso <strong>de</strong> converte-las em ouro a uma pari<strong>da</strong><strong>de</strong> pre<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>.<br />

Isto po sto , tais mo e<strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>ravam- se substi tu tos perfeitos do ouro ,<br />

com a vantagem <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r circular internacionalmente com cu stos bem me­<br />

nores. As mo e<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s economias lí<strong>de</strong>res eram as cand i<strong>da</strong>tas naturais a<br />

tal papel,e fo i isso o qu e levou a libra e ste rlina a dom inar o sistema<br />

mone tário internacional do final <strong>de</strong> século passado até 1914, e o dólar<br />

a transformar- se em pro tagon i s ta do sis tema ap ós a Segun<strong>da</strong> Gu erra Mun-<br />

dial .<br />

Entre 1880 e 1914 o sistema evoluiu do pa drão- ouro puro para o<br />

padrão ouro- libra esterlina . A Ingl ate rra era a economia dominante <strong>da</strong><br />

époea ,Londr e s o principal cen tro financeiro in terna c ional . Os aj u ste s<br />

au tomáticos do balanço <strong>de</strong> pagamen to s já não ma is se processavam tão<br />

suav emente quanto na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> David Hume,pois inflação e <strong>de</strong>flação<br />

já não eram mais fe nômenos simé tricos. Um aum ento <strong>da</strong> quantid ad e <strong>de</strong> moe­<br />

<strong>da</strong> cé r tamente provocava umà on<strong>da</strong> <strong>de</strong> aum en to s <strong>de</strong> pr eços nos países supe­<br />

ravitários no ba lanço <strong>de</strong> naeamen to, ' evando à valori zaç ão real <strong>da</strong> taxa<br />

-<br />

<strong>de</strong> câmbio . Contudo , a con tração monetária no S-países <strong>de</strong>ficitários gerava<br />

mais recessão do que que<strong>da</strong>s <strong>de</strong> preços. A assimetria r e sultava <strong>de</strong> dois<br />

aspéotos não levados em conta por Dav id Hume l a ) os salários nominais<br />

resistiam k que<strong>da</strong>,por razões que só se to rna ram claras com a publ i caç ão<br />

<strong>da</strong> Teoria Geral <strong>de</strong> Keynes em 19J6, b)como os jrob nomi nais não po<strong>de</strong>m<br />

ser ne gativo s , em époc a s <strong>de</strong> forte <strong>de</strong>flação os juros reais se tornavam<br />

extr emamente elevados, <strong>de</strong>sestimulando a produção e os investimen to s .<br />

Apesar <strong>de</strong>sses percalços ,o padrão ouro - libra e s terl ina funcionou<br />

bastante bem entre o final do século XIX e o início <strong>da</strong> Prime ira Gu erra<br />


'.<br />

Mundial .A raão é que o sistema financeiro londrino soube reciclar com<br />

extrema habil i<strong>da</strong><strong>de</strong> os recursos dos países superavitários em transações<br />

2.39<br />

correntes para os <strong>de</strong>ficitário s,reduindo ao mínimo aS transferências in<br />

ternacionais <strong>de</strong> ouro . Em par ticular , sempre que a Inglaterra enfrentav a<br />

um <strong>de</strong>ficit <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> pagam en to s,a primeira prov idência ela elvar as<br />

taxas <strong>de</strong> juros, <strong>de</strong> modo a atrai r maior volume <strong>de</strong> capitais externos. Assim,<br />

no padrão-ouro -libra esterlina ,os balanços <strong>de</strong> pat;alTlcn tos se equilibravam<br />

menos pelo mecanismo clássico <strong>de</strong>scri to por, Dav id Hume do que pelos ajusta­<br />

mentos <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong> juro s.<br />

Com o início <strong>da</strong> prime ira Gu erra Mundial ,B Ingla terra su spen<strong>de</strong>u a conv er-<br />

sibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> libra esterlina em ouro , uma providência normal em tempo s <strong>de</strong><br />

guerra . Termina<strong>da</strong> a guerra,o mundo embarcou na experiência <strong>de</strong> ta xas f1 exí­<br />

veis, entre 1919 e 1924. As violentas flutuações ,gerando incertezas nos<br />

negócios e investimento s geraram o <strong>de</strong>sejo do retorno ao padrão -ouro . A In­<br />

glaterra aí adotou um passo ousa<strong>da</strong>mente impru<strong>de</strong>nte ,e que acabaria po r sepul­<br />

tar o próprio adrão- ouro l em abril <strong>de</strong> 1925 restaurou a conversibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> libra em ouro à pari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> antes <strong>da</strong> gu erra ,voltando a perm itir as expor-<br />

"<br />

tações <strong>de</strong> ouro . O equívoco fun<strong>da</strong>mental fo i quecer que 06 preços internos,<br />

na Ing1aterra,haviam subido consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1914 e que , consequente­<br />

mente ,o restabelecimento <strong>da</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong> exigia um formidável esforço <strong>de</strong>f1acio.<br />

nário. Alem do mals ,a Inglaterra hav ia liqui<strong>da</strong>do boa parte <strong>de</strong> seus ativos<br />

externo s para financiar aS <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> guerra.<br />

O resultado , para a Inglaterra ,foi um misto <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão , <strong>de</strong>flação , e <strong>de</strong>se­<br />

quilíbr ios em conta- corrente , <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> supervalor1zação real <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong><br />

cârobio ,e nesse ponto , tornou- se evi<strong>de</strong>nte que inflação e <strong>de</strong>flação não er am<br />

fenômenos simétrico s, como na d -.. sc i'irão . <strong>de</strong> David Hume. A França, po r seu tur­<br />

no . ado tou o caminho Opo stO I restabeleceu a conversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do franco em<br />

ouro ,mas à pari<strong>da</strong><strong>de</strong> já bastante <strong>de</strong>svalori za<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1926. Com isso , a Franç a<br />

começou a acumular os maiores saldos <strong>de</strong> balanços e xterno s . . • Mai s ain<strong>da</strong>,<br />

a <strong>de</strong>sconfianç a na libra gerou gran<strong>de</strong>s fuga s <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong> cur to prazo <strong>da</strong><br />

Inglaterra para a França e para os Estados Unidos.<br />

Tentando <strong>de</strong>slocar a li<strong>de</strong>rança do sistema finance iro internac ional <strong>de</strong><br />

Londres para paris, a França promu lgou uma lei,em 1928, que exigia que o<br />

pagamento <strong>de</strong> seus auperav its <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> pagamento s se efetuasse em<br />

ouro,e não em mo e<strong>da</strong>s estrange iras. Em 1931 ,a Franç a resolveu tran sfo tar


em ouro todo s os seus saldo s acumulados em libras esterlinas. Não<br />

tendo .;omo honrar seu s comprollliasos.a Inglaterra suspen<strong>de</strong>u a con<br />

versibil i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> libra em ouro,provocando o <strong>de</strong>sabame nto do siste­<br />

ma monetár io internac ional .<br />

2.40<br />

Com a Gran<strong>de</strong> Depressão ,o sistema entrou em co' apso. Com o intúito<br />

<strong>de</strong> expor tar mais e. importar menos para gerar mais empregos, vários<br />

países embarcaram nas experiências <strong>da</strong>s <strong>de</strong>svalorizações competi tivas.<br />

Ca<strong>da</strong> qual procurava ganhar maior compeitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> in ternacional por<br />

su cessivas <strong>de</strong>svalorizações cambiai s, as quais acabavam não produ z indo<br />

qualquer re sultado ,na medi<strong>da</strong> em que os <strong>de</strong>mai s países retrucavam <strong>da</strong><br />

mesma forma . Pior ain<strong>da</strong>, estabeleceram- se controles <strong>de</strong> importações e<br />

elevaram- se bru talmen te as tarifas aduaneiras,num jogo <strong>de</strong> soma zero ,<br />

já que as exportações <strong>de</strong> uns eram as importações <strong>de</strong> outros.<br />

Em 1944, representantes <strong>de</strong> quarenta e quatro nações , inclusive a<br />

Inglaterra e os Estado s Unidos, reuniram- se em Bretton Woods,New<br />

Hampshire ,pra estabelecer o sistema monetário a vigorar ap6s a Segun<br />

<strong>da</strong> Gu erra Mun dial . Duas propostas foram confronta<strong>da</strong>s I a <strong>da</strong> Inglaterra,<br />

,<br />

li<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> por Keynes,que propunha a criaço <strong>de</strong> uma moe<strong>da</strong> fiduciária<br />

lnternacional.o "bancor" , e que serv iria para a liqu i<strong>da</strong>ção do s débitos<br />

entre bànco s centrais. Essa mo e<strong>da</strong> seria emiti<strong>da</strong> por um organismo finan-<br />

celro in ternacional • que trataria <strong>de</strong> regular a liqu id e z e supervisionar<br />

o balanço <strong>de</strong> pagamentos do s d iferentes países. E a dos Estados Unido s .<br />

a chama<strong>da</strong> "propo sta Whi te" . que indicava o d6lar como moe<strong>da</strong> in ternacio­<br />

nal,mediante o compromisso dos Estados Unidos <strong>de</strong> assegurar a conversi­<br />

bili<strong>da</strong><strong>de</strong> do d6lar em V\.u.v.au pr Çu dt: 35 dólares por onça- troy.<br />

O ap ego ao padrão ouro , al iado à rença <strong>da</strong> força <strong>da</strong> economia norte­<br />

americana levou à rejeição <strong>da</strong> proposta nglesa.Dentro do sistema <strong>de</strong><br />

Bretton-Woods, ca<strong>da</strong> pais <strong>de</strong>veria manter uma pari<strong>da</strong><strong>de</strong> cambial fixa em<br />

relação ao dólar , com margens <strong>de</strong> flutuação <strong>de</strong> apenas 1% para mais ou<br />

para menos. Salvo os Estados Unidos,nenhum país se obrigava a conv er­<br />

ter sua moe<strong>da</strong> em ouro ,mas. indiretamente,o sistema era o mesmo do<br />

início do século, apenas com a substituição <strong>da</strong> libra esterlina pelo<br />

dólar. Criou- se o Fundo Monetário Internacional (FMI ),que alem <strong>de</strong>


"<br />

2.41<br />

supervisionar os balanços <strong>de</strong> pagame.,tos dos parsesmembros ,e publicar es-<br />

tatísti cas inernacionais sobre contuB externas ,fornecdria empréstimos com<br />

pensatórios para <strong>de</strong>sequilíbrios a curto prazo <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> pagamentos .Os<br />

países receptores <strong>de</strong>sses empréstimos <strong>de</strong>veriam adotar medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> austeri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

monetária e fiscal capazes <strong>de</strong> corrigir seus <strong>de</strong>ficits externos ,<strong>de</strong>ntrl) <strong>da</strong> cha­<br />

ma<strong>da</strong> _ "cond icionali<strong>da</strong><strong>de</strong> do FMI".Só em casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrios permanentes é<br />

que se permitiria,como medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ajuste ,a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong> cambial.Para<br />

prover financiamentos <strong>de</strong> lCnlGO ,tlr .. u.o ac,s países em <strong>de</strong>senvolvimento , criou-se<br />

o 3anco Mundial ou BIRD(Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvol­<br />

vimento).Este ,posteriormente,abriu duas subsidiárias l a) a IFC (International<br />

Financial Corporation),<strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a fomentar investimentos dire tos em países<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento I b)a IDA (International Deve lopment Association) ,para<br />

fornecer empréstimos a juros subsidiados ao s países mais pobres.<br />

O sistema <strong>de</strong> Bretton Woods restaurava o padrão ouro-divisas, com o dólar<br />

assumindo o papel que havia sido <strong>de</strong>sempenhado pela libra esterlia entre<br />

o final do sécu lo XIX e o início <strong>da</strong> Primeira Guerra Mundial.E a disciplina<br />

<strong>da</strong>s pari<strong>da</strong><strong>de</strong>s fixas procurava evitar a repe tição <strong>da</strong> calamitosa experiência<br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>svalorizações competitivas <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> J9JO . As <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do sis-<br />

tema,no entanto ,eram bastante amplas ,como o tempo qe erarregou <strong>de</strong> <strong>de</strong>mons-<br />

trar.<br />

Primeiro, com elevados diferenciai s <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> inflação entre países,<br />

as pari<strong>da</strong><strong>de</strong>s fixas não po<strong>de</strong>riam ser sustenta<strong>da</strong>s por muito tempo. Vários<br />

países europeus tiveram que <strong>de</strong>svalorizar suas taxas <strong>de</strong> câmbio após o término<br />

<strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial-, a e inflação crônica em vários países em <strong>de</strong>senvol­<br />

vimento obrigou-os a su cess ; "at=; riesva lo-r5 Z1'H;Õe"l cambiais nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

1950 e 1960 . Essas <strong>de</strong>svalorizações,no entanto , não chegavam a ferir profun<strong>da</strong>­<br />

mente o sistema, já que elas não atingiam o prestígio <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> internacional,<br />

-<br />

o dólar.O que o sistema exigia ,é que ca<strong>da</strong> <strong>de</strong>svalorização fosse prEviamente<br />

autoriza<strong>da</strong> pelo FMI, <strong>de</strong>ntro do princípio <strong>de</strong> impedir as <strong>de</strong>svalorizaçõe s compe ­<br />

titivas .<br />

-Segundo , O sistema levava a urna assimetria na autori<strong>da</strong>d e do FlMl sobre as<br />

administrações <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong> pagamentos. O Fundo dispunha <strong>de</strong> instrumentos<br />

suficientes para obrigar as nações <strong>de</strong>fi citárias a corri gir seus <strong>de</strong>sequilí-


..<br />

2.4-2<br />

•. brios externos . Mas não para exigir os ajustes compe ' nsatórios dos países<br />

Buperavi t?rlos , que não solici tavam qualquer empr éstimo ao FM! . Alem do<br />

maia ,a lltori<strong>da</strong><strong>de</strong> do Fundo sobre a economia norte-americana sempre foi<br />

prat icamente nula . Não só porque os Estados Unidos sempre se mantiveram<br />

como o loaior coti sta do FMI , com direi to <strong>de</strong> ve1(o sobre suas pr incipais<br />

<strong>de</strong>cisSes . Mas porque ,<strong>de</strong>ntro do sistema <strong>de</strong> Bretton Woods, os Es tados<br />

Unidos go zavam <strong>de</strong> um priv ilégio único ,o <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r financiar seus <strong>de</strong>ficits<br />

'I<br />

externos com sua p-rópr . mor<strong>de</strong>'" Nr!:'s(" sentido, como dizia o Presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> Gaul1e, o sistema monetário internacional <strong>de</strong>ra aos Estados Unidos o<br />

incrível po<strong>de</strong>r po lítico <strong>de</strong> comprar o resto do mundo emitindo sua própria<br />

moe<strong>da</strong>.<br />

Esse po<strong>de</strong>r,na rea1i<strong>da</strong><strong>de</strong>,acabou por se transformar na semente <strong>de</strong> auto­<br />

<strong>de</strong>struição do sistema <strong>de</strong> Bretton Wo ods . O maior vício do sistema residia<br />

no chamado "paradoxo <strong>de</strong> Triffln", Um mundo em crescimento com taxas fixas<br />

<strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong>man<strong>da</strong>ria vo lumes crescentes <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z internacional, isto é,<br />

<strong>de</strong> reservas dos ancos Centrais . No regime <strong>de</strong> Bretton Woods , produção <strong>de</strong><br />

ouro à parte , isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria <strong>de</strong> sucessivos <strong>de</strong>ficits no balanço <strong>de</strong> pagame ntos<br />

dos Estados Unidos, a única maneira pe la qual os <strong>de</strong>ma is Banc os Centrais po­<br />

<strong>de</strong>riam acumular mais dólures . Mas esses <strong>de</strong>ficits sucessivos acabariam minan­<br />

do a conf iança internaciona l no dólar como moe<strong>da</strong> d e reserva •<br />

No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1940 os Estados Unido·s regis traram sucessivos su­<br />

peravits no balanç o <strong>de</strong> pa game ntos , em parte recic1ados para a Europa pelo<br />

plano Marsha1l. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950 os Es tados Unidos começaram a exportar<br />

capitais alem dos seus saldos posit ivos em transações correntes. Os <strong>de</strong>ficit<br />

do balanço <strong>de</strong> pagamento norte-ampricano ,no entanto , eram suficientemente<br />

mo<strong>de</strong>rados para nem sequer alimentar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> reserva.8 pelos países euroo<br />

' .<br />

paus e pelo Japão . Esse foi ,na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,o peíodo <strong>da</strong> c,.b.amad a escassez <strong>de</strong><br />

dólares ,em que a d eman<strong>da</strong> <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z internacional era séns iv elmente infe­<br />

rior à ofer ta propicia<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>sequi líbrio ext erno dos Estados Unidos.<br />

A dÉca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960 foi um período <strong>de</strong> excepcional prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> mundial,<br />

mas que tambem abriu o alçapão para o colapso d o sistema <strong>de</strong> Bre tton Woods.<br />

Os <strong>de</strong>fi cits do balanç o <strong>de</strong> pagamentos norte-americano aumentaram substancial<br />

mente ,expandinàd a li quid ez internacional , mas tambem elevando o estoque<br />

<strong>de</strong> dólares dos Bancos Centra is muito acima do lastro-ouro dos Estados Uni-<br />

dos . Ao mesmo tempo ,as mo e<strong>da</strong>s <strong>de</strong> alguns país es <strong>de</strong>senvolvidos , como o marco<br />

alemio e o i ene japonAs e,em menor escala ,a libra esterlina e o franco


.. 2.43<br />

<br />

•• frances,começaram a ganhar trâns ito inte rnacional como uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> reserva.<br />

Iniciaram- se,assim, os mov imentos especulativos <strong>de</strong> capitais ,<strong>de</strong> uma moe <strong>da</strong><br />

para outra . Vários acordos entre Bancos Centrais procuraram neutralizar<br />

esses movimentos especulativos ,e os Es tad os Unidos ,entre 196J e 1968 ,lm­<br />

puseram "árias re strições às saí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> capitais. Isso não impediu que em<br />

1968 ,0 sistema <strong>de</strong> Bretton Woods Bofre sse rud e go lpe com o estabelecimento<br />

.<br />

<strong>de</strong> dois preços para o ouro . O preço oficial, <strong>de</strong> 35 dólares por onça,va leria<br />

ap,=nas para as compras e ven<strong>da</strong>s pe los 3anco.s Centrais .As transações entre<br />

os <strong>de</strong>mais agentes econômicos seriam efetua<strong>da</strong>s a preços livres <strong>de</strong> me rcado .<br />

Isso significava a ruptura <strong>da</strong> convers ibi li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> dólar em ouro a um pre ço<br />

fixo para todos os <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> dólares fora os Sancos Centrais .<br />

Em 1967 ,a re união do FMI no Rio <strong>de</strong> Janeiro criou nova moe <strong>da</strong> internacional,<br />

o Direito Espe cial <strong>de</strong> Saque emitido pelo FfU, e alocado entre os países mem­<br />

· bros do Fundo na proporção <strong>de</strong> suas quotas . O DES ,uma réplica do"bancor " <strong>de</strong><br />

Keynes, surgla como resposta ao paradoxo <strong>de</strong> Triffin. Apenas ele surgia na hora<br />

erra<strong>da</strong> ,a <strong>de</strong> um excesso <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z internacional.<br />

Enquanto isso. os <strong>de</strong>ficits do balanço <strong>de</strong> pagamentos norte-americano con-<br />

,<br />

tinuavam a minar a confianç a no dólar .Os Es tados Unidos tentaram, sem sucesso ,<br />

convencer a AJ emanha e o Japão <strong>de</strong> que a solução seria a reva lorização do mar- .<br />

co o do iene . A propo s ta norte-americana foi re cusa<strong>da</strong> ,pois o consenso ·inter-<br />

na cional era <strong>de</strong> que os Estados Unidos estavam abusando do direito <strong>de</strong> comprar<br />

o re sto do mundo emitindo sua própria moe<strong>da</strong>. Isio posto ,em 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1971 o Presi<strong>de</strong>nte Nixon <strong>de</strong>cretou o colapso do sistema <strong>de</strong> Bretton Wo ods ao<br />

eliminar a conversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> -' d o dólar em ouro . A essa altura , 08 haveres dos<br />

Bancos Centraià em dólares el'aru m::..ls <strong>de</strong> quatro vezes as reservas-ouro dos<br />

E.tado8 Unidos . Repe tia-se o quadro <strong>de</strong> 1931', que sepultou o pa drão ouro-libra<br />

es.tez:lina .<br />

Em d ez embro <strong>de</strong> 1971 ,um acordo entre as <strong>de</strong>z maiores economias mundiais<br />

no Smithsonian Insti tu te <strong>de</strong> Wash ington tentou re s truturar o sistema mone trio<br />

internacional elevando o preço oficial do ouro para 38 dólares por onça,<br />

e valorizando o marco e o iene japonês em 17% e l4%.respectivamente ,com al­<br />

guns realinhamentos <strong>de</strong> outras moe<strong>da</strong>s. A idéia central era internacionalizar<br />

um padrão-dó1ar ,inconversível em ouro . Os <strong>de</strong>ficits do balanço <strong>de</strong> pagame ntos


. ,<br />

j<br />

)<br />

2.44<br />

, - ...<br />

' !os Estad os Unidos,no entanto, continuaram a cre scer, provocando sucessivas<br />

corri<strong>da</strong>s contra o dólar . Em fevereiro <strong>de</strong> 1973.08 Estados Unidos foram obri<br />

gados a novamente <strong>de</strong>svalori zar a sua moe<strong>da</strong>,elevando o pre ço oficial do ou­<br />

ro para US$ 42 .22 por onça,mas continuand o a manter a incoversibili<strong>da</strong><strong>de</strong> en­<br />

tre o dólar e o ouro . Um mes <strong>de</strong>pois,os <strong>de</strong>mais países industrializados retr<br />

caram abandonando o sistema <strong>de</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong>s fixas,e <strong>de</strong> ixando suas moe<strong>da</strong>s flut<br />

arem em re lação ao dólar,enterrando <strong>de</strong> vei o sistema <strong>de</strong> Bre tton Woorls . A<br />

,<br />

Re forma , r:'onetária <strong>da</strong> Jamaica,em janeiro <strong>de</strong> 1976 , procurou legalizar o sistE-<br />

ma que S8 havia improvisado , perm tindo a flutuação administra<strong>da</strong> <strong>da</strong>s taxas<br />

<strong>de</strong> câmbio e abo lindo o preço oftcial do ouro <br />

De certa forma . a reunião <strong>da</strong> Jamaica limitou-se a sanci onar um anti-sis­<br />

tema. Ela tanto permite a flutuação pura <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong> câmbio quanto a flu­<br />

tuação tempera<strong>da</strong> por intervenções dos Bancos Centrais , sem estabelecer qual­<br />

quer critério sobre como e qUbndo efetuar essas intervenções.Ela tambm ad­<br />

mite a vinculação <strong>de</strong> diferentes moe<strong>da</strong>s por pari <strong>da</strong><strong>de</strong>s fixas , mas susce ptíveis<br />

<strong>de</strong> alteração à vontad dos países. Em 1979 .oB principais países <strong>da</strong> Eopa<br />

se <strong>de</strong>cidiram a formar um sistema monetário regional cu ja uni'<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transações,<br />

.<br />

o ECU (European Currency Unit) é uma média pond era<strong>da</strong> <strong>da</strong>s principais moe<strong>da</strong>s<br />

.<br />

eurdpéias . Os diversos países -membros <strong>de</strong>vem manter SUBS moe<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> fai-<br />

xas (imita<strong>da</strong>s <strong>de</strong> flutuação em torno <strong>de</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong>s centrais .Os diferenciais <strong>de</strong><br />

taxas <strong>de</strong> inflação , to<strong>da</strong>via, já obrigaram a várias alterações <strong>de</strong>ssas pari<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

!<br />

céntrals.<br />

: O dólar,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, enfrentou duas fases,a <strong>de</strong> intensas <strong>de</strong>svalorizações '<br />

-<br />

em relação ao iene e ao marco alemão até 1980. e <strong>de</strong> violentíssimas revalori-<br />

zações no primeir Governo Reagan. O preço do ouro ,que chegou a ma is <strong>de</strong><br />

800 dólares por onça em jane iro <strong>de</strong> 1980,caiu a menos <strong>de</strong> 300 dólares em feve­<br />

riro <strong>de</strong> 1985. A intens i<strong>da</strong><strong>de</strong> dos movimentos especulativos <strong>de</strong> capitailr;ora<br />

num sentido oura em outro,não tem assegurado qualquer estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas taxas<br />

reais <strong>de</strong> câmbio nem nos <strong>de</strong>sempenhos dos balanços <strong>de</strong> pagamenos em transações<br />

correntes. Em 1984 o dólar fortaleceu-se em ritmo sem pre ce<strong>de</strong>ntes,embora o<br />

saldo <strong>de</strong> transações correntes dos Estados Unidos nunca tivesse alcançado mar­<br />

cas tão <strong>de</strong>sfavoráveis.<br />

Não faltam propostas para o reor<strong>de</strong>namento monetário mundial,mas ne nhuma<br />

<strong>de</strong>las conseguiu suficiente consenso para a Bua adoção. Uma <strong>da</strong>s propostas mais<br />

atrativ as seria a do restabelecimento <strong>de</strong> pari<strong>da</strong><strong>de</strong>s centrais para as taxas


A •<br />

t-<br />

• 2.45<br />

reais <strong>de</strong> câmbio, com margens percentuais <strong>de</strong> flutuação para ma is ou para<br />

meno8 Essas margens seriam progressivamente estre ita<strong>da</strong>s ao longo do tem<br />

po ,<strong>de</strong> modo que o resultado final seria uma nov a versão <strong>de</strong> Bretton \'Ioods<br />

com par.\. <strong>da</strong><strong>de</strong>s reais fixas ,e não mais taxas fixas em termos nominais.<br />

Denb'o <strong>da</strong> propos ta , as transações entre Bancos Centra is se e fetuariam<br />

exc lusivamente por me io <strong>de</strong> Direi tos Especiais <strong>de</strong> Saque . Para que a emissão<br />

<strong>de</strong>sses Direitos pelo FMI não inchasse a liqui<strong>de</strong>z internacional . gerando<br />

pre ssões inflacionár ias em todo o mundo, acionar-se-ia o pro jeto <strong>da</strong> conta<br />

<strong>de</strong> substi tuição I ca<strong>da</strong> Banco Central <strong>de</strong>positaria suas re servas no FMI .rece­<br />

be ndo em troca o montant e corrBon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> DES .<br />

Embora muito lógi ca,a proposta significa <strong>da</strong>r ao FMI o po<strong>de</strong>r sonhad o por<br />

Ke yne s na sugestão <strong>da</strong> <strong>de</strong>le gação ingle sa em Bretton Woods. Os Estados Uni rlo8<br />

a ela se opõem tenazme nte ,pois lsso seria abrir mão <strong>da</strong> sua supremacia no<br />

atual sistema. mone tário inte rnacional.


.'<br />

2.l0) Exerc!cios Resolvidos<br />

_- _- 1) As Autori<strong>da</strong><strong>de</strong>" Mon etárias <strong>de</strong> un <strong>da</strong>do paIs <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m ad<br />

qui rir para reten ção como ativo financeiro, ouro possuído por nÃo reei<br />

<strong>de</strong>ntes. Sabendo que o_ paganto é efe tuado em moe<strong>da</strong> estrangeira<br />

ae <strong>de</strong>ve contabilizar esta operaçÃo no balanço <strong>de</strong> pagamentos?<br />

2.46<br />

como<br />

soluçÃo I O registro contábil <strong>de</strong> ve reunir as duÁs operações implícitas no<br />

problema, a prime ira en volvendo a importação <strong>de</strong> ouro e o seu pagamento,<br />

• a segun<strong>da</strong> correspon<strong>de</strong>ndo a sua monetizaçÃo por parte <strong>da</strong>s Autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s ."<br />

Monetárias . Assim, in icialmente . <strong>de</strong>bita-s e o item "Importações pelo v<br />

lor <strong>da</strong> operação em questão, creditando-se a conta "Haverea no<br />

orN o Em aeg ui<strong>da</strong>, lança-se tal valor a débito e a crédito,<br />

.<br />

Exteri-<br />

respectiv,!<br />

mente, nas contas "Ouro Mon etário" e "Contraparti<strong>da</strong> para MonetizaçÃo/<br />

Desmon etização" .<br />

2) A re lação; dí vi<strong>da</strong> lIqui<strong>da</strong>/exportaçã6 <strong>de</strong> um paI , ig ual<br />

• z o " no in stante O. A taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s exportações e a taxa in<br />

ternacional <strong>de</strong> juros ae mantêm constantes em x e i, respectivamente. O<br />

paIs transfere para o exterior uma fração constante h' <strong>de</strong> suas<br />

98. Determines<br />

a) em que condições o pa ís é, no instante O, um <strong>de</strong>vedor in temedl!<br />

- . rio, em que condições um <strong>de</strong>vedor maduro?<br />

b) Supondo que , no in stante O o paIs seja um <strong>de</strong>vedor inte rmediário ,<br />

ap6s quan to tempo se transformará em <strong>de</strong> vedor maduro? Na transição <strong>de</strong> d!<br />

vedor in term ediá rio para maduro, qual a relação entre a dI vi<strong>da</strong> extern a<br />

D max e a d! vid inicia D o ? Há possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>vedor in ter<br />

mediário jamais e transforme em maduro?<br />

• • __ o - ---r-- -<br />

•<br />

- . -- --<br />

do paIs estará totalmente 11<br />

c) Após quan to tempo a dIvi<strong>da</strong> exte rna ..<br />

. • qui<strong>da</strong><strong>da</strong>! Em que caso ela jamais po<strong>de</strong> ria ser paga?<br />

Solução I<br />

a) Para H > O, o paIs será caracterizado como um <strong>de</strong>vedor inte rmediár io<br />

caso o seu passivo exte rno lIquido esteja aumentando (D > O) e como<br />

•<br />

<strong>de</strong>ve dor maduro no caso oposto (D < O) ,<br />

Sabemos que l<br />

•<br />

I


(1)<br />

2.47'<br />

,<br />

Assim., O > O implica em 10 - , H > O, ou ain<strong>da</strong> , dividindo por X, eX > O) ,<br />

1a - h > o .. Z > h/i (Devedor intermediário) •<br />

. Da mesma forma , o país Gurá onsi<strong>de</strong>ra 'o <strong>de</strong>vedor maduro caso z < h/i .<br />

. .<br />

b) O pala se transformará em <strong>de</strong>vedor maduro quando z atingir o valor h/i .<br />

Para oalcularmos o empo necessário a este proc!o (t*) , prec() inicia!. '<br />

monte obtermos a expreesão <strong>de</strong> z em função do tempo , pela solução<br />

ção<br />

-<br />

diferencial •<br />

,<br />

z • (i-x) ai h<br />

h<br />

(i-x) t<br />

•<br />

o -x '<br />

z (t) -(z - ) +<br />

z(t) .. - ht<br />

1 -<br />

(2) don<strong>de</strong> se obtém as soluções<br />

h<br />

I-x<br />

para o caso em que<br />

- .... ".. .. . .' .- --, '-. .<br />

quando x· ... i<br />

Subatituindo z(t) nas expressões acima por h/i , obtemos :<br />

( o<br />

,<br />

l09a x -loe ( X-i)<br />

i t*<br />

• +<br />

•<br />

b<br />

i - x<br />

t* •<br />

- ' .. --:'--- --<br />

b - h<br />

o<br />

hi <br />

-_._--<br />

1) )<br />

...... " ''9;. .<br />

I<br />

( 4 )<br />

/<br />

( x"'i ) {5)<br />

<strong>da</strong> equa-<br />

---'''Âiçi' entre a d I vi<strong>da</strong> externa máxima (Dmax ) e a dIvi<strong>da</strong> inicial (Dôt<br />

aer" <strong>da</strong><strong>da</strong> pela sxpressãol<br />

Dax<br />

D o<br />

•<br />

•<br />

.' .<br />

z (t ) . X (t )<br />

lo Xo<br />

•<br />

on<strong>de</strong> t ae obtem a partir <strong>da</strong>s expressoea (5) a (6) acima .<br />

o <strong>de</strong>vedor intermediário não se transformará em maduro caso z não atinja<br />

o valor h/i .<br />

Uma condição suficiente para que isto ocorra é que<br />

(7 )<br />

(3)<br />

.<br />

;:,':'.';-=-:'" w:l


(i-x) Z o :> h.<br />

c) Fazendo z(t) = O nas expre ssões (3) e (4) , obtemos :<br />

':t -<br />

x - i<br />

... (x = 1)<br />

A<br />

(8) "<br />

(9)<br />

2.48<br />

on<strong>de</strong> t representa o perlodo <strong>de</strong> tempo no qual o passivo externo lIquido<br />

do país estará integralmente liqui<strong>da</strong>do . Ele jamais po<strong>de</strong>ria ser pago caso<br />

(i-x) z O > h.


2.49<br />

3) A tabe la abaixo apresenta 09 <strong>da</strong>dos do balanço <strong>de</strong> pagamentos do Bra­<br />

i1, ' relativos aos anos 1982 , 83, 84, extraídos do boletim mensal evol .21<br />

n9 • 1 e 2)do Banco Centr 1 do Brasil, incluindo também a nota <strong>de</strong> pé <strong>de</strong><br />

p5 qlna pe rtinente ao balanço f 1 )<br />

-<br />

, «------ -_ .' . - - -<br />

... __ ", .... .; •• .. . . ... r ••• :.; ...... . . ..... ..... ..<br />

UStIIIUMCAI<br />

" 'Il10 l<br />

_ ... .•..... __ ... __ .•.............. ·1982.<br />

l-,AKCA m4,çlAl IFD ••<br />

V0l7<br />

lllfllUACAO<br />

HmmA'<br />

elrr tlltlRIIAC10lCA11<br />

In:<br />

lW"JDJ1U<br />

IflllU<br />

fWna<br />

CIlfigtSA .<br />

IjlU<br />

. lmtA<br />

&EIt cumIl<br />

lfiUf<br />

l'l2M.IIYIVENDOI<br />

ulm'ltlllVmuos<br />

1ffEltA<br />

Ae3 lNCl unos OUT. IlEMS<br />

WiU<br />

lm A t:iVERSOS<br />

lunAA FAlORES IE PR!lJ.<br />

IEijjf<br />

Mfhl tAT()S IIE PRO.<br />

5ESI'lSA<br />

I-UcmmNCtAS 1I111l&TW11<br />

railLF<br />

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IEJUt<br />

HIAMSAtIlU CREHm Uf;1tJj<br />

HmltnlOICS<br />

• ASllmos MIl Utf1]OI<br />

IflLRMI<br />

ESlrs kQ 'AIS<br />

tUllefmflltos<br />

DffisU '1!,IIHlO LONflO 'mos<br />

11 • 4 1<br />

SbDttRA,AO.IIÓv.[ sumJà·.<br />

•<br />

"ftPi'. A.ruJO E lONGO nAlV9<br />

nbD,tl..AUOV.{ SPPltrl·s<br />

11m,<br />

ifyjfAtlJ m'o mza 1I 1DUllOI<br />

T OS J Ali (UDU1DOJ<br />

HU05 E OIIlSSOES<br />

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1 t2 4:2<br />

-H4'., '1 •<br />

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1l:l<br />

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»4.4<br />

.;!:l 211"<br />

11 :1<br />

'd1<br />

-Im..,<br />

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-l7f. lll:<br />

UIU<br />

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. -t'l' 2' .1<br />

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-m:t<br />

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-UI.4<br />

NIIUAVU ,., ou uml1 t.-l C4l." -182 '"<br />

" I[IIOICSTlAT IVO RtSIA.1AJ/J ... -<br />

Of>tRACO[$ COl! o FlIl<br />

nr.1 Ac6MO 'RfôO (ArmO .)<br />

U R i. A 1 I' 4 Ikl -}<br />

imMrr(fi2t<br />

'UH<br />

1t82:l<br />

lIn:1<br />

. _-_ .... - ... --:- ... .... __ .. - ......... _-...... .. _ .. ---<br />

" 1<br />

'AlIO ÁII)<br />

1983.' .19a4<br />

2tm:J mIa<br />

lSUM um.'<br />

I<br />

rIUU:I ' 'lUH<br />

1mu<br />

" . '2. ' -1t.4<br />

64.1<br />

. '5!)6'1<br />

' ·H rI :t "<br />

.ili:J<br />

UU:1 ;ili:l<br />

nu<br />

m:l:<br />

:olHH fU<br />

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S8.: m.1<br />

"U. 17l@.2<br />

oU:! " -liJ:1<br />

'-lIIfi: "'1115U<br />

ttHl:1 ,!UH<br />

l' -H =-, J<br />

.<br />

·ln:, .IIU<br />

·'1i:a "mu<br />

'!itN lmu<br />

IH:l 2iH<br />

-tu:: -Ui:!<br />

1m.,<br />

-UI. !UH<br />

· UH 4.,<br />

· NIU:1 - t U:J<br />

.- 121 . , .2<br />

167.' 141.S<br />

lU:i<br />

uu :<br />

tn:! li<br />

II:<br />

fU I<br />

11:1<br />

l :t<br />

U :i<br />

· -6117.4 1".6 ·<br />

1m:, lm:l '<br />

-1t1.'<br />

-4'.7<br />

,tB H:i<br />

mu<br />

lU:1 ' UH<br />

UH:! 'UU<br />

tltJ:i<br />

- MiH<br />

md<br />

2111:' ,,,d<br />

=mu :mJ:J<br />

:,m: ":Ui1:1<br />

" íi!U<br />

. " -I ·m1 :. s<br />

: mu '4l71.1 - 21.S<br />

: ·uu<br />

215.1<br />

' ""'.1 • ·UU.2<br />

; SUB<br />

" 1441.2<br />

••<br />

' -m:i " " .11&1:'<br />

, I '2 4U.t . 14":'<br />

--_ . ..... - -_.- .-_ ... , -<br />

'lIOlAIA SUIE HISTomA iE IAlAlltO IE 'AliAIlE1I7OS· DO UASll PARA OS AIIOS 1947 A lt1, (JAlVIIARl ,FOI MUtADÁ 113 )OL[l l1l IE JUtm<br />

Hi7DAnl8/mliAVIT ou [f JCIt [ mUDO COII A IIIClUSAO DAS om_cotS A C1Q mIO \lOS aCOS,C';tmAlS E DAi AUTO IOAMS<br />

1I0l1l1ARIAS E Dü5 HAlltRíS lOS AlitilS COllmtAlS OJl CSillO A .. útb"}S II'J m (1ol'IIAI5 • tül110 I'UZO, AS tftiv.pmAS Dl E [ 0,110:0<br />

IIOlIi rülQ IlIilUlo.lS AlHIIJ;.r.t!(lt [li CAPITAIS 11 c:J IU i"ZO MS:;;,:i A S1t IIJLJ;'S Ii Pf «IO Ilt5UUAJO DiJ t.LAHCO D I'[MJOS,<br />

A PAkTlt K lVI [l!jSI[(AllVa mUlfAF!I tO"'(O\YlA úl-lÍ(AO(5 Dl ml'l\z.tAO DESI \IiADAS AG flh;'I': JAA:TO hil USULlABD la<br />

Ul'-lIí:ll K 'Aw!uros It1S,FIII,TESO'JkO AlU.kICAHIl,iItIDú[ D[ imos [ ilf1HAlAí.lITOS' .<br />

(1) Dados em Mi lhões <strong>de</strong> Dó lare s<br />

- ... ... - '--a-----:--


2.50<br />

a) Utilizando estes <strong>da</strong>dos , apresente , para ca<strong>da</strong> um dos anos em ques­<br />

tão , on valor s <strong>da</strong> transferência liqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o exterior<br />

(H) , d ren<strong>da</strong> lIqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> para o exterior (RLE) , <strong>da</strong>s exportações<br />

<strong>de</strong> bene <strong>de</strong> serviço nÃo fatores (X) , <strong>da</strong> fração <strong>de</strong>stas exportações trlU'l!<br />

feri<strong>da</strong> para o exterior (h • H/X) e do saldo em transaçõe .0xrent9 ·tt) .<br />

E segui<strong>da</strong> , classifique o Brasil em ca<strong>da</strong> pertodo como <strong>de</strong>vedor jovem ,i<br />

termediário ' ou maduro .<br />

b) Suponha qu o pats mantivesse_ a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s exportações<br />

o valor e h_ calculados no item (a) , relativos ao ano .d 1983.Admit!<br />

também que a taxa <strong>de</strong> juros interacional (com capitalizaçÃo instantâ­<br />

nea) permanease constante , ao n{vel <strong>de</strong> 10 ,4' ·ao ano .Qual seria então<br />

o pertodo <strong>de</strong> tempo necessário .<br />

bl) Para que o paIs passa se à condiçÃO <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor maduro?<br />

b2) Para que ·0 pass ivo externo lIquido fosse reduzido a zero?<br />

c) No caso do item b ac1ma , qual seria o valor máximo a ser atingido<br />

p lo passivo externo lIquido?<br />

. ·:dl Em 1984 , o Brasil apresentou um Buperavit em transações correntes ,<br />

passado , pois , à condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor maduro . Este resultado é compat!<br />

vaI com o item (bl) anteriormente calculado? · ·Caso negativo , qual a '.I.ju!.<br />

tificativa?<br />

SOluçÃo : A trãnsferência lIqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> recursos para o exterior (H)corre!<br />

pon<strong>de</strong> ao saldo. <strong>da</strong>s exportações <strong>de</strong> bens e serviços não fatores sobre as<br />

.importações <strong>de</strong> bens e serviços não fatores . Seu valor será <strong>da</strong>do pelo<br />

saldo do "Balanço Comercial + Viagens internacionais + Transportes + S<br />

guro + Despesas Governamentais + Serviços Diversos não Relativos a Fat <br />

e8 <strong>de</strong> Produção . A ren<strong>da</strong> lIqui<strong>da</strong> envia<strong>da</strong> para o exterior (RLE) po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>ti<strong>da</strong> tornando-se o saldo dos itens "Ren<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Capitais" ,"Serviços O!,<br />

versos não Re lativos a Fatores <strong>de</strong> produção" e "Transferências Unilate -<br />

.,<br />

rais , e tomando-se o simétrico <strong>de</strong>ste total . ! claro que esta última<br />

também po<strong>de</strong> ser calcula<strong>da</strong> a partir dos valores <strong>da</strong> transferência lIqui<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> recursos para o exterior (H) e do saldo em transações correntes (T) ,


_ 2.51<br />

p la i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> T - H - RLE n. RLE = - T + H . COm relação as export!<br />

çõe8 (X) , vale lembrar que elas se referem não apenas àquelas regi<br />

tra<strong>da</strong>a no balanço comercial, mas também às exportações <strong>de</strong> serviços não<br />

fatorea .<br />

- Tabela 2.1<br />

Fados do Balanço <strong>de</strong> Pagamentos do Bra_eU<br />

Tranafer5ncia LIqui<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

Recursos para o Exterior<br />

,--<br />

(H)<br />

Ren<strong>da</strong> Liqui<strong>da</strong><br />

o Exterior<br />

Envia<strong>da</strong><br />

(RLE )<br />

-- -<br />

p/a<br />

Saldo em Transações corre!l<br />

tes (T)<br />

Expor.tações <strong>de</strong> Bens e Se!.<br />

viços não fatores (X)<br />

•<br />

..... _- -.<br />

- h ,_ !! --- ---<br />

-<br />

,}<br />

- - -. -<br />

- ,-<br />

.<br />

-<br />

- 1868 ,6 4902,6<br />

-<br />

-<br />

1444 1,9 11740,0<br />

-16310,5 -6837,4<br />

•<br />

21431,7' -23196, 6<br />

-<br />

-0,087 0,211<br />

" Fonte Original : Banco Central do Brasil . Vol 21 N9s 1 e 2<br />

-<br />

-,<br />

.<br />

-<br />

-<br />

,-<br />

11840,0<br />

11674,4<br />

-,-<br />

5,6<br />

28556,4<br />

O-415<br />

Em 1982, o Brasil era um, <strong>de</strong>vedor jovem , <strong>da</strong>do que apresentava uma<br />

transferência <strong>de</strong> recursos para o exterior negativa . Em 1983, pasou a<br />

condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor intermediário , pela reversão do sinal <strong>de</strong> H .Em 1984,<br />

a transferência ilqui<strong>da</strong> para o exterior , além <strong>de</strong> positiva , foi sufici­<br />

entemente gran<strong>de</strong> a ponto <strong>de</strong> compensar a ren<strong>da</strong> l!qu:1.<strong>da</strong> envi a<strong>da</strong> para o<br />

exterior , garantindo um superavit no balanço <strong>de</strong> transações correntes ,e<br />

si tuando o paIs na categoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor maduro . (H .> O, T.). O) .


til ) Ao final <strong>de</strong> 1983, a dIvi<strong>da</strong> registra<strong>da</strong> do Brasil era <strong>de</strong> <strong>de</strong> US$ 81319 ,2<br />

milhÔ8u . Somando a este montante o valor <strong>de</strong> US$ 22302,1 mi lhões re1a<br />

tivos a08 saldo total dos investimentos e reinvestimentos extrangelro8<br />

,xistente àquela épooa a subtraindo 'os U5$ ,4562, 9 milhões <strong>de</strong> reservlU i!!, '<br />

_ . erFac_1:onaisl.. .che9amos_,ao totl ,do passivo extern9 l!quido ' D · 00$"99058 ,4 _.<br />

milhões . Dividindo este montante pelo total <strong>da</strong>s exportações · (X) , ob­<br />

temos parà' o ano <strong>de</strong> 1983 um valor <strong>de</strong> z igua1à a 4,27 . Trabalharemos<br />

com uma taxa "<strong>de</strong> crecimento - instantâneo <strong>da</strong>s exportações :ocorI'i<strong>da</strong><br />

entre 1982 e 1983, cujo valor ' <strong>da</strong>do por ln (231 96 , 6/21431,7) •<br />

0,079 .<br />

A partir <strong>de</strong>ste. <strong>da</strong>do. , conclui-ae que o relação D/X cair. com<br />

o pas.ar do tempo <strong>da</strong>do que z · (i-X) z o - h • (O,l04-0 ,079). A ,27-0 , 2l:t<br />

• -0 , 104 < O.<br />

bt11ilando aà expressões (5) ' e (8) do problema (2) , obtemos ,<br />

, *<br />

Tempo para o pala pa.sr à condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>veor maduro (t ) . 17 ,2 .anos<br />

Tempo para o PaIs liqui<strong>da</strong>r o seu pà8Sivo externo lIquido ( E ) .2 8 , 2 mxe<br />

. ) Utilizando a !xpressão (7) do problema (2) ,<br />

0, 211 e '<br />

O ,079 . 1 7 , 2<br />

0 , 104 • 4,27<br />

- 1,849<br />

Como 0 1983 b US$ 90S8,4 milhões , o valor , máximo a ser atingido<br />

pelo passivo externo l!quido , mantidos constantes os parâmetros apr!<br />

, sentados pela economia ao final <strong>de</strong> 1983, seria <strong>de</strong> US$183.160,5 milhões,<br />

Isto ae <strong>da</strong>ria ; segundo os cálculos efetuados no ,.íte (b) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 17,2<br />

.noe .<br />

--<br />

·d) Não . O problema (2) , com base no qual 08 resultados acima foram o<br />

tidos , sUpÕe que o coeficiente h . H/X permaneça constante no tempo ;<br />

apreaentando o valor do per!odo inicial . Entre 1983 e 198 4 , no en-<br />

tantl) , a razão entre H e X se elevou significativamente , em conse-<br />

quência do 9ran<strong>de</strong> esforço realizado no per!od visando à obtenção <strong>de</strong><br />

melhor resultado no saldo em transações cot'rentes .Dn cxmsequênciã aquilo'<br />

" .


2.53<br />

que,segundo as hipóteses do problelna e os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> 1983, ocorre"r ia num<br />

espaço <strong>de</strong> tempo razoavelmente longo , se <strong>de</strong>u bem antes do que se esperava .<br />

O exerclcl0 ilustra um ponto <strong>de</strong> suma importância : quai squer resulta -<br />

dos obtidos em funçã <strong>da</strong>s expressões <strong>de</strong>duz i<strong>da</strong>s no exercício (2) <strong>de</strong>vem<br />

ser compulsoriamente qualificados em termos <strong>da</strong>c hipóteses envolvi<strong>da</strong>s na<br />

"<br />

sua obtenção (h e "1 constantes no tempo ) •<br />

4) Suponha que o Bras il resolvesse, em 1984 , reduzir a zero o seu pa<br />

sivo externo lIquido num período <strong>de</strong> €" anos {faça t = 10 , 20 . • • 50 ).<br />

Oual seria a parcela <strong>da</strong>s exportações a ser compulsoriamente transferi<br />

<strong>da</strong> ao exterior , caso a taxa <strong>de</strong> juros internacional se mantivesse con<br />

tante , ao nIvel <strong>de</strong> 10 ,4%1 Trabalhe com a taxa média <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong>s<br />

exportações ocorri<strong>da</strong> entre 1982 e 1984 .<br />

Solução : Para um pertodo <strong>de</strong> 2 anos ,<br />

X X " 2x . x = C 1n(X 84 /X 82 ) /2 -= 0,144<br />

1984 = 1982 e • •<br />

O problema consiste em se obter h, a pa rtir <strong>da</strong> equaçao (3) do pr2<br />

b1ema (2) , quando z = O. Temos então<br />

h lC<br />

Utilizando os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> 1984 , Z o = 99122, 2/28556 ,4 = 3,47<br />

Temos assim os seguintes valores para h em função <strong>de</strong> €:<br />

f (anos )<br />

h<br />

10 20 30 40 50<br />

I R<br />

[0,2 8 10 ,11 0,06 10 ,03


2ill) Exercic!ós Propostos<br />

1)0 Banco Central <strong>de</strong> um país é obrigado a conv er ter/ moe<strong>da</strong> nacional<br />

em po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> , não resi<strong>de</strong>ntes em ouro . Qual o lançamento correspon<strong>de</strong>nte<br />

no balanço <strong>de</strong> pagamento s ?<br />

' 02)tJm pals realizou, em <strong>de</strong>t'erminado ano ,as seguintes transações com<br />

o exterior, todos os pagamento s k vista sendo fe itos em moe<strong>da</strong> estran<br />

ge lral<br />

a)exportações pagas à vista l 500 milhões <strong>de</strong> dólares,<br />

b) importações pagas k vista. 400 milhões <strong>de</strong> dólares,<br />

c)frete s pagos à vista ao exterior l 200 milhões <strong>de</strong> , dó lares,<br />

d)juro pago s à vista ao exterior : 100 milhões <strong>de</strong> dólares,<br />

e)inve stimentos estrangeiro s em equipamentos (impor tados sem<br />

cobertura camb ial) . 50 milhões <strong>de</strong> dólares,<br />

f)donativo s recebido s em mercadorias . 10 milhões <strong>de</strong> dólares,<br />

g) empréstimos recebido s <strong>de</strong> bancos estrangeiro S I 200 milhões <strong>de</strong><br />

dólares,<br />

h)amortizações <strong>de</strong> empréstimo s I 50 milhões <strong>de</strong> d6lares.<br />

Apresente o balanç o <strong>de</strong> pagamento s, <strong>de</strong>stacando I alo superav it ou<br />

<strong>de</strong>ficit comercial, b)o hiato ou transferência <strong>de</strong> recur sos para o<br />

exterior, c) a ren<strong>da</strong> líqui<strong>da</strong> env ia<strong>da</strong> para o exterior, d)o saldo<br />

em transações correntes, elo sal do final do, ba lanço , f)o movimen-<br />

to <strong>da</strong> conta "haveres no exterior" .<br />

3) Um paIs A tem ma dIvi <strong>da</strong> junto a um resi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um paIs a,<br />

indi\!Íduo X no ,valor <strong>de</strong> 100 uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s monetárias (u.m.) 00 indiViduo X, por<br />

sua vez , <strong>de</strong>ve 50 u.m. ao banco r, consi<strong>de</strong>rado resi<strong>de</strong>nte em B e 50 u.m.<br />

ao lndivIdoo Z, resi<strong>de</strong>nte num terceiro paIs C. num <strong>de</strong>teminado instante , o<br />

senhor X migre para o paIs A, tornando-se um seu resi<strong>de</strong>ntSabendo que<br />

não existem outros créditos ou débitos que não aqueles aqui citados ,<br />

classifique ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s afirmativas a seguir como ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira ou falsa ,<br />

justi ficando em segui<strong>da</strong> .Faça as hipóteses adicic:nais que julgar necessárias l<br />

il. '> Se o individuo X não <strong>de</strong>ve sse na<strong>da</strong> ao banco Y nem ao indivíduo Z, a sua mi<br />

gração em <strong>de</strong>finitivo para o pas A reduziria a zero a dIvi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste pa­<br />

! o


.. - _ . . - . .<br />

2. 55<br />

b ) A afimativa acima não faz sentido , pois uma simples mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> re<br />

s1dência não po<strong>de</strong> afetar a dIvi<strong>da</strong> externa <strong>de</strong> um paIs.<br />

c) A migrac:ão do índiv:tduo X, para . o pah A no alteraria a divi<strong>da</strong> externa<br />

<strong>de</strong>ste paIs, mas po<strong>de</strong>ria modificar o seu perfil (fluxo <strong>de</strong> . : .. cafxa :a880<br />

ciado) •<br />

d) Se o paIs A vencesse uma guerra com o paIs B, anexando-o ao seu ter<br />

ritório , a. sua dIvi<strong>da</strong> externa cairia para 50 u. m., sendo to<strong>da</strong> ela repr<br />

senta<strong>da</strong> pelo dbito j unto ao 1i1divíduo Z do paIs C:<br />

ei Na hipótese do item (O) acima ser ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro, a morte do :iJ1d1v1doo Z,<br />

tornaria nula a dIvi<strong>da</strong> externa do paIs A.<br />

\ 4 )SupOnha que os credores internacionais este jam dispostos a refinanciar<br />

I<br />

o principal <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> <strong>de</strong>. um país mas não os juros <strong>de</strong>vidos . exigindo que ele<br />

se situe na transição entre as fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor intermediário e maduro .C&men<br />

te a segu inte proposição r "para um mesmo diferencial x-i entre a taxa <strong>de</strong><br />

crescime nto <strong>da</strong>s . exportações e a taxa internacional dOe juros,o esforço <strong>de</strong><br />

ajustamento do país terá que ser tanto maior quanto mais eleva<strong>da</strong> for a taxa<br />

<strong>de</strong> juros i.<br />

S)Suponha que a transferênci a <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> um país para o exterior va­<br />

rie com o tempo t <strong>de</strong> acordo com a expressão H a -H o sen(wt+a) , sendo e ã<br />

.<br />

constantes positivas. Supondo constante a taxa internacional <strong>de</strong> juros i,<strong>de</strong>-<br />

termine i a)em que condições o país jamais chegar ia à condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>vedor<br />

maduro? b)Em que condiçõen O ' íJ jamaio e tornaria credor internacional?<br />

- -<br />

c)Em que condições a dívi<strong>da</strong> oci lará na forma Ksen wt ?<br />

6)A chama<strong>da</strong> políticà <strong>de</strong> esterelização ,no regime <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> câmbio fixas<br />

ou adminiatra<strong>da</strong>s, consiste em neutralizar,via operações <strong>de</strong> mercado aberto ,<br />

os efeitos <strong>da</strong>s variações <strong>da</strong>s reservas cambiais sobre a base monetária.<br />

quando as reservas baixam o Banco Central compra títulos públicos em montan­<br />

te equivalente, e vice-versa . Quais as vantagens ° e <strong>de</strong>svantagens <strong>da</strong> polítia<br />

<strong>de</strong> esterilização? (Lembre a teoria <strong>de</strong> David Hume sobre o equilíbrio automá­<br />

tico no padrão-ouro ).<br />

7 ) Vários países impõem controles à sal<strong>da</strong> <strong>de</strong> capitais estrange iros <strong>de</strong><br />

curto prazo. Quais aS vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> tais controles?<br />

8)0 <strong>de</strong>sempe nh o <strong>de</strong> um país com taxas puramente flutuant es <strong>de</strong> câmbio é<br />

<strong>de</strong>scrito pelae equaçõeSt


•<br />

e" ) O Ç><br />

D • a(r-r ' - b + Á<br />

•<br />

D • c-<strong>de</strong> + rD<br />

2.56<br />

on<strong>de</strong> D tndica o passiv o externo líquidc o país , D sua <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> em relação<br />

ao tampo , e o l08aritmo <strong>da</strong> taxr.: <strong>de</strong> câmbio. ê a expectl1tlva <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização<br />

.<br />

cmabial (isto e,<strong>da</strong> <strong>de</strong>r va<strong>da</strong> a re 1 a e<br />

i ' di 't do logaritmo do a taxa <strong>de</strong> câmbio ),<br />

r a taxa <strong>de</strong> juros instantânea interna ,r' a correspon<strong>de</strong>nte int ernacional ,<br />

a,b,d,r ,c são constantes , as tres pr imeiras positivas .<br />

------= =,-- ,--------- -<br />

'a) interprete ás equações acima,<br />

b)admlta que a <strong>de</strong>svalorização cambial espe a<strong>da</strong> se ja <strong>da</strong> forma ê- h+ jO,<br />

sendo j uma constant e positiva. Qual o sentido <strong>de</strong>ssa equaç ão? Quais as<br />

trajetórias correspon<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio e do passivo externo líqui­<br />

d01 Supona que as taxas <strong>de</strong> juros r e r' se mantêm cons tantes no tempo .<br />

c)para que valores <strong>de</strong> h<br />

prevlsta , tornano ê- e ?<br />

j a <strong>de</strong>svalorização cambial é corretame nte<br />

9)No caso do ,ítem c) do exencíclo 8) ,quais QS efe itos <strong>de</strong> um aume nto<br />

imprevisto e permanente do diferencial <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> juros r-r ' sobr e as<br />

traletórias l i)<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio, ii )do passivo externo líquido .<br />

lO )Suponha que o <strong>de</strong>sempenho do balanço <strong>de</strong> pagamentos <strong>de</strong> um país com ·<br />

taxas puramente flutuantes <strong>de</strong> câmbio é <strong>da</strong>do pe las equações I<br />

• •<br />

D • a(r-r'-e) -bO + f<br />

•<br />

D • c-<strong>de</strong>+rD<br />

on<strong>de</strong> os símbolos têm aI:! significações indica<strong>da</strong>s no exerc,rcio 8. Comente<br />

as seguintes afirmações I<br />

1)as equações do mo<strong>de</strong> lo supõem que os agentes econômicos sempre acert em<br />

as suas previsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização cambial I mas que não este jam seguros ,<br />

a prlori ,<strong>de</strong>sse acerto , sem o que necessáriamente se teria r''''r'+e I<br />

11 ) To<strong>da</strong> trajetória do passivo externo líquio que satisfaça às equações<br />

do mo<strong>de</strong> lo ten<strong>de</strong> para um limite,<br />

, 111)a única tra jetória <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio que satisfaz ao mod elo e que<br />

,,,<br />

•<br />

•. ·4<br />

mantem a <strong>de</strong>svalorização cambial e limita<strong>da</strong> no tempo -é a <strong>de</strong>termirta<strong>da</strong> pe lo<br />

exercício 8.c.<br />


..<br />

_. __ .. _- •. _-----_ .<br />

.2. 57<br />

. - 11) C. base nas equações do exercício 8 comente a seguinte proposição,.<br />

quanto maio' expectativa · <strong>de</strong> futura <strong>de</strong>sva1orizçio cambi al mais se. dI8v­<br />

lorizarà a taxa <strong>de</strong> cAmbio ,no regime <strong>de</strong> taxas purame nte flutuantes .<br />

l2)A<strong>da</strong>pte as equações do exercício 8) ao regime <strong>de</strong> taxas cambiais admi-<br />

•<br />

ni stra<strong>da</strong>s .lnd ique por R o nível <strong>de</strong> reservas do país e por R a sua <strong>de</strong>riva<strong>da</strong><br />

em relação ao tempo .<br />

1,)No exercício 12 suponha que , i)o país insista em manter a taxa 'cam­<br />

bial fixa num nív el que 'lhe ge re sucessivos <strong>de</strong>ficita em conta"corrente ,<br />

b)'a expectativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização cmbl al ê sl.ja função <strong>de</strong>crescente do<br />

nível <strong>de</strong> re.ervas , ten<strong>de</strong>ndo ao ininito quando R tend e a zero. O reime<br />

<strong>de</strong> taxas rixal é sustentável a longo prazo? Em que condiçõls sua ruptura<br />

., torna inevitáv el?<br />

l4 ) Coente a seguinte proposição . se o ouro não tivesse outro· uso<br />

I<br />

que não servir <strong>de</strong> reserva d valor internacional,. se existisse alguma<br />

moe<strong>da</strong> na cional ,<strong>de</strong> livre aceitação em todo o·mundo,. qud sempe ren<strong>de</strong>s·<br />

se juros reais positivos, então o preço do ouro cairia a zero • .<br />

. l5)Comente a seguinte proposição I um sistema mone tário lnt.ernaclonal<br />

com várias mo e<strong>da</strong>s diferentes é mais estável do que um outro baseado numa<br />

única moe<strong>da</strong> <strong>de</strong> . acei taão geral.


ENSAIOS ECONOMICOS DA EPGE<br />

I. ANAL ISE COMPARAT IVA DAS ALTE RNAT I VAS DE POL TT ICA COMERC IAL DE UM PA IS EM PRO­<br />

CESSO DE INDUSTR IAL I ZAÇÃO - Edma r Bacha - 1970 (ESGOTADO)<br />

2. ANAL ISE ECONOMTRICA DO MERCADO INTERNAC I ONAL DO CAFt E DA POLrT ICA BRAS ILEI­<br />

RA DE PREÇOS - Edma r Bacha - 1970 (ESGOTADO)<br />

3. A ESTRUTURA ECONOMICA BRAS ILEIRA - Ma rio Hen rique Slmonsen - 1971 (ESGOTADO )<br />

4. O PAPEL DO INVEST I MENTO EM EDUCAÇÃO E TECNOLOG IA NO PROCESSO DE DESENVOLVI MEN<br />

TO ECONOMICO - Carlos Ge ra ldo Langon l - 1972 (ESGOTADO)<br />

5. A EVOLUÇÃO DO ENS INO DE ECONOMIA NO BRAS IL - Luiz <strong>de</strong> Freitas Bueno - 1972<br />

6. POL rT ICA ANT I-INFLAC IONAR IA - A C.ONTRIBUIÇAO BRAS ILEIRA - Ma rio Hen rique Slmonsen<br />

- 1973 (ESGOTADO)<br />

7. ANAL ISE DE SRIES DE TEMPO E MODELO DE FORMAÇAo DE EXPECTAT I VAS - José Lui z<br />

Carva l ho - 1973 (ESGOTADO)<br />

8. DISTRIBUIÇAO DA RENDA E DESENVOLVIMENTO ECONOM/CO DO BRAS il: UMA REAF I RMAÇAO<br />

Carlos Ge ra ldo Langon i - 1973 (ESGOTADO)<br />

9. UMA NOTA SOBRE A POPULAÇAo OT IMA DO BRAS IL - Edy Luiz Kogu t - 1973<br />

lO. ASPECTOS DO PROBLEMA DA ABSORÇAo DE MÃO-DE-OBRA: SUGESTOES PARA PESQU ISAS<br />

. José Luiz Carvalho - 1974 (ESGOTADO)<br />

11. A FORÇA 00 TRABALHO O BRAS IL - Ma rio Henrique SImon5en - 1974 (ESGOTADO)<br />

12. O SISTEMA BRAS ILEIRO DE INCENT IVOS FISCA IS - Ma rio Hen rique Slmonsen - 1974<br />

(ESGOTADO)<br />

13. MOEDA - Antonio Ma ria <strong>da</strong> Silveira - 1974 (ESGOTADO)<br />

14. CRESC I MENTO DO PRODUTO REAL BRAS ILEIRO - 1900/1974 - Claud io Luiz Had<strong>da</strong>d<br />

1974 (ESGOTADO)


15. UMA NOTA S",BRE NOME ROS Ttl llCES - José Luiz C arval ho - 1974 (ESGOTADO)<br />

16. ANAL ISE DE CUSTOS E BENE;fC I SOCIAIS I - Edy Luiz Kogut - 1974 (ESGOTADO)<br />

17. DISTR IBUIC7\O !)E RENDA : REUMO "DA EVI DtNC IA - Ca rlos Ge ra ldo Langonl - 1974<br />

(ESGOTADO)<br />

18. O MODELO ECOr OtTR ICO DE ST. LOUIS APLI CADO NO BRAS IL: RESULTADOS PRELIMINA<br />

RES - Antonio Carlos lemn rube r - 1975<br />

19. OS MODELOS CLSS ICOS E NEOCLAsS I COS DE DALE W. JORGENSON - fl lseu R. <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Alves - 1975<br />

20. DIVI D: lIM. PRORAMA FLEXTvfL PARA CONSTRUçAo DO QUADRO DE EVOLUçAo DO ESTUDO<br />

DE UMA DrVIDA - Clovi s <strong>de</strong> Fa ro - 1974<br />

21 . ESCOLHA ENTRE OS .EGI MES D TABELA PRICE E DO SISTEMA DE AMORT lZAÇCJES CONSTAN -<br />

TE5 : PONTO-DE-VI STA DO MUT JARIO - Clovi s <strong>de</strong> Fa ro - 1975<br />

22 . E SCOLARIDAC , ;XPERIENC IA NO TRABALnO E SALARIOS NO BRAS IL - José Jul !o Senna<br />

- 1975<br />

23 . PESQU ISA QUANT ITAT IVA NA ECONOMIA - Luiz <strong>de</strong> Frei tas Bueno - 1978<br />

24 . UMA ANAL iSe CROSS-5ECT 10N DOS GASTOS FAMILIARES EM CONEXAo COM NUTRIÇAo ,<br />

SAODE , FECUN C 1ADE E CPAC i OADE DE GERAR RENDA - José Luiz Carvalho - 1978<br />

25'0 DETERM INAÇAo DA TAXA DE JUROS IMPLTc lTA EM ESQUEMAS GENtRtCOS DE FINANC IA­<br />

MENTO : COMPARAÇAo ENTPC OS ALGORTT I MOS DE WIL D E DE NEWTON-RAPHSON - Clovis<br />

<strong>de</strong> Fa ro - 1978<br />

26 . A URBAN I ZAÇAO E O CTRCULO VICIOSO DA POBREZA: ,o CASO DA CRIANÇA URBANA NO<br />

BRAS IL - Josê Luiz Carva lho e U r i e l <strong>de</strong> Maga l hães - 1979<br />

27. MICROECONOMIA - Pa rte I - FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS PREÇOS - Ma rIo Hen rique<br />

Slmonsen - 1979<br />

28. ANAL ISE DE CUSTOS E BENEFrc tOS SOCIAIS I I - Edy Luiz Kogut - 1979<br />

L


29. CONTRAD IÇAo APARENTE - Octávio Gouvêa <strong>de</strong> Bul hões - 1979<br />

30. MIC ROECONOM IA - Parte 2 - FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS PRÇOS - .<br />

Ma rio Hen rIque<br />

stmonsen - 1980 (ESGOTADO)<br />

31 . A CORREÇO MONETARIA NA JUR I SPRUDtNCIA BRASILEIRA - Arnol d Wa ld - 1980<br />

32. MICROECONOM IA - Parte A - TEORIA DA OETERM I NAÇO DA RENDA E 00 NrVEL DE PRE<br />

ÇOS - José Jul io Senna - 2 Vo lumes - 1980<br />

33 . ANAL ISE DE CUSTOS E BENEFTc lOS SOCIAIS I I I - Edy Luiz Kogut - 1980<br />

34 . MED IDAS DE CONCENTRAÇO - Fernando <strong>de</strong> Ho l an<strong>da</strong> Barbosa - 19B1<br />

35. CRD ITO RURAL : PROBLEMAS ECONOMICOS E SUGESTOES DE MUDANÇAS - Anton io Sa laza<br />

r Pessoa Brandão e Urlel <strong>de</strong> Maga l hães - 1982<br />

36 . DETERMINAÇO NUMRICA DA TAXA INTERNA DE RETORNO: CONFRONTO ENTRE ALGORrT I<br />

MOS DE BOULDING E DE WILD - Clovis <strong>de</strong> Faro - 1983<br />

37. MODELO DE EQUAÇOES SIMUlTANEAS - Fe rnando <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong> &arbosa - 1983<br />

38. A EFICltNC IA MARG I NAL DO CAP ITAL COMO CRITtRIO DE AVAL IAÇAO ECONOM ICA DE PRQ<br />

JETOS DE INVEST I MENTO - Clovis <strong>de</strong> Fa ro - 1983 (ESGOTADO)<br />

39. SALARIO REAL E INFLAÇAo (TEORIA E ILUSTRAÇAo EMPrRI CA) - Rau l José Eke rman<br />

- 1984<br />

40. TAXAS DE JUROS EFET IVAMENTE PAGAS POR TOMADORES DE EMPRSTIMOS JUNTO A BAN<br />

COS COMERC IAIS - Clovis <strong>de</strong> Fa ro - 1984<br />

41 . REGULAMENTAÇAO E DEC I SOES DE CAP I TAL EM BANCOS COMERC IAIS: REVI SAo DA LITE<br />

RAT URA E UM ENFOQUE PARA O BRAS IL - Urlel <strong>de</strong> Maga lhães - 1984<br />

42. INDEXAÇAO E AMBltNCIA GERAL DE NEGOC iaS - Anton io Ma r ia <strong>da</strong> Si lveira - 1984<br />

43. ENSA IOS SOBRE INFLAÇAo E INDEXAÇAo - Fe rnando <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong> Barbosa - 1984


44. SOBRE O NOVO PLANO DO BNH : "S I MC"*- Clov is <strong>de</strong> Fa ro - 1984<br />

45 . sUBsTDIOS CRED ITTclOS EXPORTAÇAo - Gregório F.L. Stukart - 1984<br />

46 . PROCESSO DE DES INFLAÇAo - Anton io C. Po rto Gonça lves - 1984<br />

47. INDEXAÇAo E REAL I MENTAÇO INFLAC IONRIA - Fe rnando <strong>de</strong> Holan<strong>da</strong> Ba rbosa - 1984<br />

48 . SALAR IOS MD IOS E SALR IOS INDIVIDUA IS NO SETOR INDUSTRIAL: UM ESTUDO DE DI<br />

FERENCI AÇO SALAR IAL ENTRE FIRMAS E ENTRE INDIVrtlUOS - Raul José Eke rman e<br />

Urlel <strong>de</strong> Maga l hães - 1984<br />

49. THE DEVELOP ING-COUNTRY DEBT PROBLEM - Ma rIo HenrIque Slmonsen - 1984<br />

50 . JOGOS DE INFORMAÇO INCOMPLETA: UMA INTRODUçAo - Sérg io Ribei ro <strong>da</strong> Costa<br />

We rlang - 1984<br />

51 . A TEORIA MONETR IA MODERNA E O EQUILfBRIO GERAL WALRAS IANO COM UM NOMERO<br />

INFIN ITO OE BENS - A. Araujo - 1984<br />

52. A INDETERM I NAÇAO DE MORGENSTERN - Antonio Ma ria <strong>da</strong> Si lveira - 1984<br />

53. O PROBLEMA DE CRE DIBILIDADE EM POLfT ICA ECONOMICA - <strong>Rubens</strong> Penha Cysne -<br />

1984<br />

54 . UMA ANL ISE ESTAT TsT ICA DAS CAUSAS DA EM ISsAo DO CHEQUE SEM FUNDOS : FORMU­<br />

LAÇA0 DE UM PROJETO PILOTO - Fe rnando <strong>de</strong> Hol an<strong>da</strong> Barbosa, Clovis <strong>de</strong> Faro e<br />

Alorslo Pessoa <strong>de</strong> Araujo - 1984<br />

55. POLfT ICA MAC ROECONOM ICA NO BRAS IL: 1964-66 - Ruben s Penha Cysne - 1985<br />

56 . EVOLUçAO DOS PLANOS BAs lCOS DE FINANC IAMENTO PARA AQU ISIÇAo DE CASA PROPRIA<br />

DO BANCO NAC I ONAL DE HAB I TAÇAo : 1964 - 1984 . - Clovi s <strong>de</strong> Fa ro - 1985<br />

57. MOEDA INDEXADA - <strong>Rubens</strong> P. Cysne - 1985<br />

58. INFLAÇAO E SALRIO REAL : A EXPERINCIA BRAS ILEIRA - Ra ul José Eke rman - 1985


59 . O ENFOQUE MONETAR IO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS : UM RETROSPECTO - Va ldir Rama lho<br />

<strong>de</strong> Me lo - 1985<br />

60. MOEDA E PREÇOS RELAT IVOS : EVI DENC IA EMPrRICA - Antonio Sal azar P. Brandão -<br />

1985 .<br />

61. INTERPRETAÇAO ECONOMICA, INFLAÇAo E INDEXAÇAO - Antonio Ma ria <strong>da</strong> Si lveIra -<br />

1985<br />

62t MAC ROECONOMIA - CAP ITULO I - O SISTEMA MONETAR IO - Ma rio Henrique Sfmonsen<br />

e <strong>Rubens</strong> Penha Cysne - 1985<br />

63. MACROECONOM IA - cAPfrULO II - O BALANÇO DE PAGAMENTOS -<br />

Slmonsen e <strong>Rubens</strong> Penha Cysne - 1985<br />

Ma rio Henrique

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