Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS – MEMORIAIS<br />
Para finalizar, retomo as informações da introdução à página 15 e<br />
detalhadas às páginas 17, 23 e 46. Em Berlim, no dia 14 de maio de<br />
2001, depois de muito titubear, decidi enviar um fax para uma das<br />
editoras mais renomadas da Alemanha, a Hoffmann und Campe, de<br />
Hamburg, falando de meu interesse pela obra de Hans Henny Jahnn, em<br />
especial por dois títulos, A noite de chumbo (Die Nacht aus Blei) e Treze<br />
histórias singulares (13 nicht geheure Geschichten). Em 2000, fundei a<br />
Editora Ugrino, em São João del-Rei, Minas Gerais, abrindo suas portas<br />
com minha tradução de A lenda do santo beberrão (Die Legende vom<br />
heiligen Trinker), de Joseph Roth. A essa altura, eu tinha plena<br />
consciência da dimensão do empreendimento que assumira e contava,<br />
obviamente, com uma resposta negativa por parte da Hoffmann und<br />
Campe, que, naquele ano, comemorava duzentos e dez anos de<br />
existência. Sua fundação data do final do século XVIII, precisamente o<br />
ano 1781. Tamanha foi minha surpresa ao receber uma resposta positiva<br />
da senhora Nadja Kossac, convidando-me para ir a Hamburg, para<br />
tratarmos do assunto pessoalmente. Dito e feito. Fiz o trajeto de Berlim<br />
a Hamburg de ônibus, uma viagem de uma noite e, claro, não preguei os<br />
olhos durante o trajeto. Chegando lá, passei numa daquelas padarias<br />
alemãs maravilhosas e me encharquei de café, cafeína e coragem, para<br />
que, assim, eu, um João-ninguém sem eira nem beira, pudesse<br />
convencer aqueles editores abonados a me conceder um crédito de<br />
confiança em minha força empreendedora (àquela altura eu duvidava,<br />
sim, de mim mesmo!). A editora de Heinrich Heine e Günter Grass<br />
localiza-se numa das áreas mais nobres daquela cidade portuária, seu<br />
endereço é o Harvestehuder Weg 42, às margens das águas do rio<br />
Alster. Fui recebido pela senhora Welt com elegância e respeito, e<br />
reconhecido como o tradutor e editor de Hans Henny Jahnn no Brasil.<br />
Grande alegria e emoção! A senhora Kossac convidou-me para irmos a<br />
uma cervejaria falar dos nossos trabalhos e interesse. Perfeito! Assim eu<br />
poderia recorrer a uns tragos de uma boa cerveja alemã e imbuir-me de<br />
coragem para o discurso que, como eu imaginava, seria vexatório. A<br />
conversa se alongou por cerca de duas horas e, saindo de lá, voltamos<br />
para a sede da editora, a fim de tratarmos das formalidades referentes<br />
aos meus projetos. Sem ainda acreditar em tudo o que estava<br />
acontecendo, fechamos as negociações, ou seja, por um preço simbólico<br />
de trezentos dólares cada título, voltei para Berlim com dois contratos<br />
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