Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...
Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...
Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Entretanto, uma coisa deve ser dita aqui: a relação de Jahnn com a<br />
linguagem. É incontestável a força, a integridade e a riqueza das imagens<br />
formando um tecido denso com as experiências, como poucos escritores o<br />
fizeram. Essa linguagem é só de Jahnn. Ele a criou. Nos bancos escolares, por<br />
pouco ele sucumbiu a uma catástrofe, ao se dispor a exprimir conceitos,<br />
incorrendo numa ortografia monstruosa. Na Noruega, distante dos falantes de<br />
alemão, ele cunhou o instrumento que, indubitavelmente, devido à constituição<br />
de um interior, afasta-se da norma [...] Jahnn esforça-se para constituir valor a<br />
sua linguagem. (Jahnn, 1988) 88<br />
Para finalizar nossas reflexões, concorde com a teoria de Antoine<br />
Berman, a obra literária é pensada para além da comunicação, ela é a<br />
manifestação de um mundo, em que, no caso de Jahnn, as palavras são<br />
majestosas e habitam um reino particular; depois, o original não é<br />
somente um texto de partida, mas sim uma produção artística única e<br />
singular que garante ao leitor, através de sua sensibilidade, a abertura e a<br />
descoberta da poesia que a reflexão possibilita; por fim, vemos a<br />
tradução como possibilidade de transcender o espaço e o tempo de sua<br />
criação, tornando-se, ressuscitada, uma herdade – l’auberge – de portas<br />
abertas.<br />
88<br />
Eines muss indessen schon hier gesagt werden, Jahnn Verhältnis zur<br />
Sprache. Es kann nicht geleugnet werden, dass seine Sprache von einer<br />
Kraft, einer Fülle, einem Reichtum der Bilder, einer dichten Verwobenheit<br />
mit den Erlebnisbegriffen ist, wie sie nur selten einem Dichter eigen ist. Die<br />
Sprache Jahnns gehört ihm ganz. Er hat sie sich selbst gebildet. Auf dem<br />
Schulbank erlag er beinahe einer Katastrophe, als er die Begriffe zu fassen<br />
sich anschickte und über den Begriffen in eine heillose Orthographie<br />
verfiel. In Norwegen, fern von deutscher Zunge prägte er dann das<br />
Instrument, das allerdings auf Grund der Fassung aus einem Inneren von der<br />
Norm abweichen muss. Dass es nicht zur Deckung zu bringen ist, weiss<br />
Jahnn, und er müht sich darum, seiner Sprache Geltung zu verschaffen.”<br />
Jahnn, Hans Henny: [fragmento sem título], Espólio nr. 102/54b, p. 1f. –<br />
apud Jahnn, Hans Henny. Werke in Einzelbänden, Hamburger Ausgabe,<br />
Dramen I. 1917-1929: Dramen, dramatische Versuche, Fragmente<br />
(Fragmente einer Offensive). Öffentlichkeit – Theater – Dramatiker. Ulrich<br />
Bitz (Hrsg.). Hamburg: Hoffmann und Campe, 1988, p. 968/9.<br />
96