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Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...

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que lhe cabe a sorte de permanecer<br />

um menino até morrer [...]<br />

Como lemos anteriormente, Medeia era neta de Hélio, filho do<br />

titã Hiperíon e da titânida Téia; portanto, um deus anterior aos<br />

Olímpicos, e vale dizer, pertencia à odiada geração dos Titãs. Não<br />

tendo, porém, feito oposição a Zeus, escapou de ser lançado no Tártaro<br />

como o foram muitos de seus tios. Tinha por irmãos a Eos (Aurora) e<br />

Selene (Lua). De seu casamento com Perseis, filha de Oceano e Tétis,<br />

nasceram a mágica Circe; Eetes, rei da Cólquida; Pasífae, mulher de<br />

Minos, e Perses, que destronou Eetes, e acabou sendo morto pela<br />

sobrinha Medeia, quando esta retornou à Cólquida.<br />

Hélio era representado como um jovem de grande beleza, com a<br />

cabeça cercada de raios, como se fora uma cabeleira de ouro. Percorria o<br />

cosmos num carro de fogo ou numa taça gigantesca de incrível<br />

velocidade, porque puxada por quatro fogosos corcéis: Pírois, Eóo, Éton<br />

e Flégon, nomes que traduzem fogo, luz, chama e brilho. Cada manhã,<br />

precedido pelo carro de Eos (Aurora), avançava impetuosamente,<br />

derramando a luz sobre o mundo dos vivos. Chegava, à tardinha, ao<br />

Oceano, “ao poente”, onde banhava seus fatigados cavalos. Repousava<br />

num palácio de ouro e, pela manhã, recomeçava seu trajeto diário. O<br />

itinerário de Hélio, porém, sob a terra ou sobre o Oceano, que a cercava,<br />

foi substituído, com os progressos da astronomia grega, pelo roteiro de<br />

Apolo, bem mais longo, através da abóbada celeste, mas bem mais<br />

correto. Tendo perdido “o caminho”, o deus-Sol tornou-se uma<br />

divindade secundária, um demônio, como querem alguns, mero<br />

intermediário entre os deuses e os homens. Aliás, desde Homero, já se<br />

observava essa decadência de Hélio, mas foi, rigorosamente falando, a<br />

partir de Ésquilo (séc. VI-V a. C.), que Febo Apolo o substituiu no carro<br />

do Sol.<br />

Considerado, no mito grego, como o olho do mundo, aquele que<br />

tudo vê, tinha o poder, quando emergia do Oceano, de curar a cegueira,<br />

como o fez com Oríon, mas sobretudo de observar “lá de cima” tudo<br />

quanto se passava na terra e no Olimpo. 66<br />

66<br />

Souza Brandão, Junito de. Dicionário mítico-etimológico da mitologia grega.<br />

Petrópolis, RJ: Vozes, 1991, v. I, p. 508 e seg.<br />

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