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Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...

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Berman justifica três características da figura tradicional da<br />

tradução no Ocidente, que podem desviar a tradução da letra: ela é<br />

etnocêntrica, hipertextual e platônica. E propõe uma analítica da<br />

tradução que se oponha a essa figura tradicional, abrindo uma reflexão<br />

sobre a dimensão ética, poética e pensante do traduzir. “Esta tripla<br />

dimensão é o inverso exato da tripla dimensão da figura tradicional da<br />

tradução” (Berman, 2007, p. 27). A tradução ética opõe-se ao<br />

etnocêntrico, a poética ao hipertextual e a pensante ao platônico. Para<br />

Berman:<br />

Etnocêntrico significará aqui: que traz tudo à sua<br />

própria cultura, às suas normas e valores, e<br />

considera o que se encontra fora dela – o<br />

Estrangeiro – como negativo ou, no máximo, bom<br />

para ser anexado, adaptado, para aumentar a<br />

riqueza desta cultura. Hipertextual remete a<br />

qualquer texto gerado por imitação, paródia,<br />

pastiche, adaptação, plágio, ou qualquer outra<br />

espécie de transformação formal, a partir de um<br />

outro texto já existente. (Berman, 2007, p. 28).<br />

A tradução platônica seria uma tradução preocupada, sobretudo,<br />

com o sentido, pautada na ideia de que é possível separar a forma do<br />

conteúdo, ideia que seria, originalmente, platônica:<br />

Aplicada às obras, a cesura platônica sanciona um<br />

certo tipo de “translação”, a do “sentido”,<br />

considerado como um ser em si, como uma pura<br />

idealidade, como um certo “invariante” que a<br />

tradução faz passar de uma língua a outra<br />

deixando de lado sua casca sensível, seu “corpo”:<br />

de sorte que o insignificante, aqui, é antes o<br />

significante (Berman, 2007, p. 32)<br />

Aqui, Berman quer nos chamar a atenção para a indissociável<br />

relação entre sentido e letra.<br />

Opondo-se à tradição dominante (etnocêntrica, hipertextual e<br />

platônica), Berman propõe uma analítica da tradução. Ao propor esta<br />

analítica, Berman apresenta um conjunto de tendências deformadoras<br />

“que formam um todo sistemático, cujo fim é a destruição, não menos<br />

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