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Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...

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combateu a corrida armamentista com palestras e ensaios sobre a<br />

ameaça atômica, levantou trincheiras contra os efeitos aniquiladores da<br />

harmonia da criação e do espírito humano, seja do lado leste ou do lado<br />

oeste. Voltando de uma viagem à R<strong>DA</strong>, escreveu resignado ao seu<br />

editor Willi Weismann, em 13 de setembro de 1952:<br />

Acho tudo de difícil solução - depois de passar<br />

pela R<strong>DA</strong>, perdi mais uma ilusão. Não que eu<br />

acreditasse na subsistência do americanismo, mas<br />

o caminho do leste do Estado parece ser tão longo,<br />

tão empestado pela crença na técnica e no<br />

materialismo... Só na Alemanha é possível existir<br />

coisas como uma divisão em Leste e Oeste. Basta<br />

esfregar os olhos para ver nitidamente esse quadro<br />

bizarro. (Wolffheim, 1989, p. 115)<br />

No mesmo ano de 1952, por ocasião do Congresso do PEN-Clube<br />

alemão, em Düsseldorf, Johannes Becher e Günther Weisenborn foram<br />

eleitos presidentes igualitários, e Jahnn, secretário geral. Jahnn aceitou o<br />

cargo com a convicção de que o entendimento internacional e a<br />

segurança pela paz deveria ser tarefa também dos escritores. Para o<br />

governo de Bonn, isso serviria de respaldo político para uma<br />

confrontação entre os Estados alemães. Apertando o cerco, o ministro<br />

Jakob Kaiser, um dos fundadores da União Democrática Cristã<br />

(Christlich-Demokratische Union), propagou, em maio de 51, uma<br />

campanha que provocou a cisão do grupo de escritores, tendo<br />

particularmente o PEN-Zentrum como alvo. Terminado o congresso e a<br />

eleição em Düsseldorf, a maioria dos escritores do Leste debandou.<br />

Ainda em dezembro desse mesmo ano os dissidentes fundaram um<br />

partido que escolheu o democrata Theodor Heuss.<br />

Após esses eventos, Jahnn voltou a cair na mira da campanha<br />

jornalística que se desfraldou na Alemanha Ocidental contra os<br />

representantes de todos os PEN, acusados de colaboradores do Partido<br />

Comunista. A agitação causada por essa campanha difamatória<br />

contribuiu fortemente para uma enfermidade que deixou combalido o<br />

autor da trilogia Rio sem margens (Fluss ohne Ufer).<br />

Pouco tempo depois, Jahnn desvinculou-se do PEN. Na R<strong>DA</strong>, em<br />

1952, não conseguiu motivar a Editora Aufbau a tentar revogar a<br />

proibição vigente à época de publicação e venda do seu romance Rio<br />

sem margens. O resultado de seu confronto com a questão Alemanha<br />

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