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Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...

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c) Fatores externos e internos ao texto<br />

- Com que objetivo? -------------------- A análise conjunta de todos esses fatores.<br />

Todas essas questões de Nord mostram-se úteis como<br />

instrumento que nos auxilia na tarefa de tradução; no final, porém, cabe<br />

ao tradutor a responsabilidade de suas escolhas.<br />

3.3. REFLEXÕES DE ANTOINE BERMAN<br />

Antoine Berman traz à tona questões fundamentais importantes<br />

para a moderna teoria da tradução. Importante para a nossa tradução,<br />

pensando com Berman, é a de se possibilitar à cultura a capacidade de<br />

se abrir ao estrangeiro, às novas possibilidades e, com isso, redefinir-se<br />

com esse novo conhecimento; pensar possibilidades nas formas<br />

originais – as leituras do tradutor – e nas possíveis estruturas dessas<br />

estruturas em outra língua, fundadas em uma tarefa sobre a letra e sua<br />

forma poética, enriquecendo a língua de chegada. No caso de Jahnn,<br />

poderíamos repetir palavras de F. Schlegel, quando diz que devemos, na<br />

tradução, “restituir o ritmo” e fazer disso uma arte. Para Berman (2002,<br />

p. 242), a arte na tradução “é a união da teoria especulativa da poesiatradução<br />

e da teoria literária da poesia-forma métrica universal”. Para o<br />

teórico, entende-se poesia como trabalho de artesão na labuta com as<br />

palavras e a forma métrica, sem sacrificar o sentido do texto dado pelo<br />

autor. Para Berman e os teóricos alemães estudados por ele, não se trata<br />

somente da transmissão de conteúdos e mediação entre as culturas, mas<br />

de uma forma de se relacionar com o Desconhecido, o Estrangeiro.<br />

“Pois a tradução não é uma simples mediação: é o processo no qual<br />

entra em jogo toda relação com o Outro” (Berman, 2002, p. 322). Nesse<br />

caso, o tradutor tem de pesar as possibilidades e os caminhos temerários,<br />

valendo, nessa hora, o bom senso e a sensibilidade estética, isto é, juntar<br />

impressões sensíveis com a razão.<br />

A tradução se situa justamente nessa região<br />

obscura e perigosa, na qual a estranheza<br />

desmedida da obra estrangeira e de sua língua<br />

corre o risco de se abater com toda a sua força<br />

sobre o texto do tradutor e sua língua, arruinando<br />

assim a sua empresa e deixando ao leitor apenas a<br />

Fremdheit [estranheza] inautêntica (Berman,<br />

2002: 278).<br />

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