Marcus Tulius Franco Morais O FASCÍNIO DA FILICIDA - PGET ...
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que amam e não desejam destruir,<br />
pois nunca em uníssono todas<br />
as criaturas os ofenderam.<br />
Quando o homem zombou, os animais rogaram.<br />
Quando os habitantes das cavernas,<br />
dos campos e dos estábulos estavam entorpecidos,<br />
não pensando nos seres eternos,<br />
as pedras se dirigiam, então, em silêncio, ao céu,<br />
metamorfoseando-se em belos cristais, honrando os deuses.<br />
Quando eles não brilhavam em cores exuberantes,<br />
as plantas verdejavam. Quando sua folhagem murchava<br />
no frio desértico, as estrelas eternas<br />
não esqueceram de agradecer aos seres primordiais.<br />
Vem, então, refletir! Unamo-nos, pois,<br />
à criação que nos rodeia, ofereçamos<br />
música aos deuses para que nos amem,<br />
somemos pois nosso hálito cálido<br />
às formas piedosas à nossa volta, que a criação<br />
não nos fomente ódio, conluios nefastos<br />
ou incite os deuses à destruição,<br />
que ninguém ousará impedir.<br />
Mas só o arrependimento de nossos desregramentos<br />
e de nossa loucura é o tributo que nos reconcilia.<br />
Senhor, soberano dos deuses, ser radiante!<br />
Senhor, soberano dos deuses, ser perfeito!<br />
Soberano dos deuses e da criação, origem do mundo,<br />
perfeito em todas as dignidades de soberano,<br />
tu que passeias em manto de príncipe,<br />
jovem touro vigoroso com chifres grossos,<br />
fruto gerado de si próprio,<br />
de porte altivo, cuja majestade<br />
não sacia o olhar. Corpo materno,<br />
matriz do universo, que com os vivos<br />
tem uma morada radiante.<br />
Ser misericordioso, cuja divindade<br />
é como o vasto mar cheio de fertilidade.<br />
Criador dos deuses e dos homens, ser primeiro, forte,<br />
ancestral desta casa, cujo coração<br />
nenhum deus conhece! Para onde<br />
diriges o olhar reina harmonia.<br />
Logo que tua palavra ressoa sobre a terra,<br />
as plantas brotam.<br />
Logo que tua palavra atravessa os ares como uma tempestade,<br />
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