novo presidente, velha miséria - Centro de Documentação e ...
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Jornal Maioria Falante<br />
FAZER ARTE COM 0 QUE<br />
A VIDA OFERECE<br />
O nosso povo (brasileiro) é<br />
negro ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> negro<br />
(em sua maioria).<br />
As bonecas que nossas crian-<br />
ças brincam (quando têm para<br />
brincar) sáo brancas.<br />
O lixo que produzimos nSo<br />
sabemos o que fazer com ele.<br />
Reciclar coisas inúteis, recriar<br />
os traços <strong>de</strong> nossa cultura e fazer<br />
arte com o que a vida oferece.<br />
O artesanato a arte necessária<br />
surge através das bonecas negras<br />
ABAYOMI como instrumento<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação cultural, mos-<br />
trando em sua expressão a digni-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos ancestrais num<br />
processo <strong>de</strong> fortalecimento da<br />
auto-estima do povo brasileiro,<br />
re<strong>de</strong>scobrindo suas origens na<br />
busca <strong>de</strong> sua libertação.<br />
ABAYOMI, boneca negra sem<br />
cola e sem costura, utilizando-se<br />
como ferramenta apenas a tesou-<br />
ra. A matéria prima <strong>de</strong>ste artesa-<br />
nato são as sobras <strong>de</strong> fábrica <strong>de</strong><br />
roupa, malharias, restos <strong>de</strong> car-<br />
naval (o lixo do luxo).<br />
Esta técnica é uma criação <strong>de</strong><br />
Lena Martins, que vem <strong>de</strong>senvol-<br />
vendo e aprimorando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ju-<br />
nho <strong>de</strong> 1987 <strong>de</strong>ntro dos CIEPs,<br />
através da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Ani-<br />
mação Cultural e do Grupo Anô-<br />
nimo <strong>de</strong> Cultura.<br />
Eis algumas participações <strong>de</strong><br />
Lena Martins e ABAYOMI:<br />
- I Encontro <strong>de</strong> Mulheres<br />
Negras RJ<br />
- I Feira do livro-Afro - RJ<br />
- vamos Brincar <strong>de</strong><br />
Quilombo - RJ<br />
- II Festival Latino<br />
Americano <strong>de</strong> Arte e<br />
Cultura - DF<br />
En<strong>de</strong>reço para contatos - LENA<br />
Rua dos Biólogos 1.040 -<br />
Jardim Boiúna - TAQUARA -<br />
JACAREPAGUÂ - RIO DE<br />
JANEIRO - RJ - CEP 22.700<br />
Telefone (021) 342.9853<br />
(somente às quartas feiras 08/<br />
12hs).<br />
XXX<br />
OFICINA DA PALAVRA.<br />
ELEIÇÕES<br />
Foi emocionante a participa-<br />
ção das crianças durante a cam-<br />
panha eleitoral.<br />
No meio <strong>de</strong> muita discussão e<br />
<strong>de</strong> materiais bonitos e bem ela-<br />
borados, o aluno da Classe <strong>de</strong> Al-<br />
fabetização não se inibiu.<br />
Aproveitando o tema, lançou<br />
na "OFICINA DA PALAVRA"<br />
sua tendência partidária, numa<br />
tentativa <strong>de</strong> subverter o voto da<br />
professora no 1. 0 turno...<br />
"Tia Elierte,Brizola é corrupto.<br />
Temos que ir com Lula."<br />
...E como reforço para garan-<br />
tir a unida<strong>de</strong> no 2.° turno:<br />
"13 LULA<br />
É no Lula mesmo".<br />
Gilberto Rodrigues Boca Jr. -<br />
6 anos.<br />
COLfiGIO ANGELORUM -<br />
CA- Prof.a ELIERTE<br />
XXX<br />
III ENCONTRO DE<br />
COMUNIDADES NEGRAS<br />
RURAIS DO MARANHÃO<br />
Promoção: Grupo Negro Pal-<br />
mares Renascendo<br />
Local: Colégio N. Sra. dos<br />
Anjos - BACABAL - MA<br />
Em julho <strong>de</strong> 1989, no Mara-<br />
nhão, 35 povoados <strong>de</strong>nominados<br />
"terras <strong>de</strong> preto" <strong>de</strong> 21 municí-<br />
pios maranhenses discutiram e<br />
avaliaram a situação educacional<br />
na zona rural e o momento polí-<br />
tico.<br />
As observações feitas revelam<br />
que a educação escolar não exis-<br />
te ou se realiza precariamente.<br />
As escolinhas geralmente pos-<br />
suem <strong>de</strong> l.a a 3. a série, sendo<br />
que é na área inicial que se con-<br />
' centfa um número maior <strong>de</strong> alu-<br />
Dezembro/89 - Janeiro/90<br />
O que rola na<br />
Comunida<strong>de</strong> Escolar<br />
nos, uma vez que a lavoura ab-<br />
sorve o braço.infantil, causando<br />
o abandono da escola. São raros<br />
os que chegam até a 4. a série.<br />
O Tema do Encontro - "O<br />
Negro e a Educação do Meio<br />
Rural" - foi bastante discutido<br />
e somou-se à evasão escolar,<br />
uma série <strong>de</strong> entraves para o<br />
não funcionamento da educa-<br />
ção escolar na zona rural.<br />
Entre os problemas aponta-<br />
das, além dos baixíssimos salá-<br />
rios das professoras, condições<br />
precárias, falta <strong>de</strong> espaço nos<br />
prédios, e as gran<strong>de</strong>s distâncias<br />
entre a escola e a moradia dos<br />
alunos, constatou-se que a me-<br />
renda escolar é usada com fins<br />
eleitorais, isto é, se um <strong>de</strong>termi-<br />
nado povoado não expressou<br />
nas umas sua opção pelo Prefei-<br />
to eleito, há um corte no envio<br />
da alimentação para a escola da-<br />
quela localida<strong>de</strong>.<br />
Quanto á discussão do sub-te<br />
ma Momento Político na Zona<br />
Rural, os trabalhadores (homens<br />
e mulheres) que participaram do<br />
III ECNRMA, estavam favoráveis<br />
a uma candidatura <strong>de</strong> esquerda,<br />
sendo LULA o preferido, com<br />
90% das intenções dos votos. Foi<br />
duramente rechaçado e criticado<br />
o Candidato da "REDE GLO-<br />
BO" e "dos po<strong>de</strong>rosos", e consi-<br />
<strong>de</strong>rou-se que nos povoados, a<br />
maioria dos prefeitos eleitos não<br />
cumpriu suas promessas <strong>de</strong> cam-<br />
panha, em especial com a ques-<br />
tão da Educação.<br />
Dentre as propostas apresen-<br />
tadas para encaminharem solu-<br />
ções para os graves problemas<br />
apontados, <strong>de</strong>stacamos as se-<br />
guintes: reivindicar junto às au-<br />
torida<strong>de</strong>s governamentais e aos<br />
nolíticos, a construção e/ou me-<br />
lhoria <strong>de</strong> escolas; exigir a mudan-<br />
ça do calendário escolar, para<br />
evitar o afastamento das crian-<br />
ças da escola durante as ativida-<br />
<strong>de</strong>s agrícolas <strong>de</strong> cada povoado,<br />
<strong>de</strong>nunciar as irregularida<strong>de</strong>s e^<br />
corrupção; discutir a questão das<br />
eleições presi<strong>de</strong>nciais e <strong>de</strong>smas-<br />
carar nos seus respectivos povoa-<br />
dos a tarsa "COLLOR DE MEL-<br />
LO".<br />
(Fonte: - Pequena Síntese<br />
do III Encontro <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>s<br />
Negras Rurais do Maranhão; Jor-<br />
nal ZUMBIDO, do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong><br />
Cultura Negra do Maranhão/<br />
Edição Especial - Agosto/89).<br />
XXX<br />
TH AIS MOTTA, da 4.a Série<br />
do Colégio Santa Rosa <strong>de</strong> Lima,<br />
em seu livro "CRIANÇA CRIAN-<br />
DO" comunica:<br />
TV POLÍTICA<br />
Quando se liga a TV<br />
E ela fala sem parar<br />
O assunto é política<br />
Eles não param <strong>de</strong> falar.<br />
Um acusa o outro<br />
E fica sempre assim<br />
Esse lenga-lenga<br />
Parece não ter fim<br />
E a TV se cansa<br />
Cansa tanto até que pifa<br />
Melhor o telespectador<br />
Fazer logo a sua rifa.<br />
Então acaba a política<br />
Tudo volta ao normal<br />
Crianças dormindo<br />
quietinhas<br />
Ou brincando no quintal.<br />
XXX<br />
A estudante Adriana <strong>de</strong> Oli-<br />
veira, 13 anos, da 4. a Serie da<br />
E. M. Emiliano Galdino, cm San-<br />
ta Cruz, Rio <strong>de</strong> Janeiro, venceu<br />
Pág. 13<br />
com esta redação o Concurso<br />
"CIDADANIA - Como Admi-<br />
nistrador e sua Cida<strong>de</strong>", o que<br />
lhe <strong>de</strong>u o direito a exercer, por<br />
uma semana, o cargo <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>-<br />
nadora-Mirim das RegiOes Admi-<br />
nistrativas.<br />
ADRIANA DE OLIVEIRA<br />
"Cidadão, para mim, é a pes-<br />
soa que ajuda o Brasil. É aquele*<br />
que não pensa só em si. O verda-<br />
<strong>de</strong>iro cidadão pensa como se fos-<br />
se um conjunto.<br />
A maioria dos governantes<br />
não é verda<strong>de</strong>iro cidadão, pois<br />
não ligam para o povo. Eles só<br />
querem votos, <strong>de</strong>pois esquecem<br />
tudo que prometem.<br />
Eu sou criança, mas se pu<strong>de</strong>s-<br />
se administrar o meu bairro por<br />
alguns dias faria muitas coisas.<br />
Mandaria asfaltar as ruas e dra-<br />
gar os rios <strong>de</strong> várias partes <strong>de</strong><br />
Santa Cruz para evitar as lamas e<br />
as enchentes que causam muitas<br />
doenças e <strong>de</strong>sgraças. Daria aten-<br />
ção às escolas pois é aí que nós<br />
crianças apren<strong>de</strong>mos a ser cida-<br />
dãos.<br />
Visitaria os vários lugares <strong>de</strong><br />
Santa Cruz para falar com as<br />
pessoas que querem fazer <strong>de</strong><br />
Santa Cruz um lugar bom para<br />
se viver. Eu e todo o povo que<br />
vive aqui lutaríamos até sermos<br />
ouvidos e conseguirmos realizar<br />
a nossa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver como<br />
gente.<br />
Mas como eu não sou uma<br />
autorida<strong>de</strong>, eu só posso torcer<br />
para que os governantes façam<br />
algo pelo povo <strong>de</strong> Santa Cruz".<br />
(DüNotícias <strong>de</strong> 06 12 89 - p. 323)<br />
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