Propriedades Assintóticas de Polinômios que Satisfazem a ... - DCCE
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Telma Regina do Nascimento Cortes<br />
PROPRIEDADES<br />
ASSINTÓTICAS DE POLINÔMIOS<br />
QUE SATISFAZEM A UMA<br />
RELAÇÃO DE RECORRÊNCIA<br />
DE TRÊS TERMOS<br />
Dissertação apresentada ao Instituto <strong>de</strong> Biociências, Letras e Ciências Exatas da<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista “Júlio <strong>de</strong> Mesquita Filho”, Câmpus <strong>de</strong> São José<br />
do Rio Preto, para a obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Matemática Aplicada.<br />
Orientadora: Profa. Dra. Eliana X. L. <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
São José do Rio Preto<br />
2000
Aos meus pais, Célia e Vildo,<br />
à minha irmã, Flávia<br />
e ao meu noivo, Roberto.
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
A Deus, por ter me dado a vida e a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver sempre ao<br />
lado <strong>de</strong> pessoas maravilhosas.<br />
Aos meus pais, <strong>que</strong> sempre me apóiam em todas as <strong>de</strong>cisões <strong>que</strong> tenho<br />
<strong>que</strong> tomar, <strong>que</strong> enchem minha vida <strong>de</strong> muito amor e bons exemplos.<br />
Ao Roberto, a <strong>que</strong>m pu<strong>de</strong> confiar todas as minhas preocupações, pela<br />
atenção, paciência, carinho e compreensão <strong>que</strong> me dispensou durante este e todos<br />
os outros períodos da minha vida.<br />
A todos os meus familiares e amigos <strong>de</strong> infância por compreen<strong>de</strong>rem<br />
minha ausência e pelo incentivo constante. Em especial à minha irmã Flávia,<br />
aos meus amigos Danglei, Gercina, Janeci, Jerry e Fabiana <strong>que</strong> sempre me acom-<br />
panharam e <strong>de</strong>sejaram o melhor para mim.<br />
À professora Eliana, <strong>que</strong> tornou possível a realização <strong>de</strong>ste e <strong>de</strong> outros<br />
trabalhos e <strong>que</strong> sempre esteve disposta a me aten<strong>de</strong>r com muita paciência e<br />
<strong>de</strong>dicação, durante todo o período da iniciação científica e do mestrado, pela<br />
amiza<strong>de</strong>, pela consi<strong>de</strong>ração e por tudo <strong>que</strong> as palavras não foram capazes <strong>de</strong><br />
expressar.<br />
Ao professor Ranga <strong>que</strong> me recebeu com todo carinho e apoio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
meu começo na iniciação científica. Em especial à professora Cleonice, pelo apoio<br />
constante.<br />
A todos os meus amigos da Pós-Graduação: Carina, Claudinéia, Clinton,<br />
Elisa, Graziela, Liberto, Lisandra, Marcelo, Patrícia, Paulo, Romildo, Rose, pelo<br />
apoio, companheirismo e alegria constante <strong>que</strong> não <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> me proporcionar.<br />
A todos os professores e funcionários <strong>que</strong> <strong>de</strong> alguma forma colaboraram<br />
para a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />
À FAPESP, pelo auxílio financeiro.
“ Não se ensina aquilo <strong>que</strong> se <strong>que</strong>r;<br />
ensina-se e só se po<strong>de</strong> ensinar<br />
aquilo <strong>que</strong> se é.”<br />
Jean Jaurès
Resumo<br />
O principal objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é realizar um estudo sobre as pro-<br />
prieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> polinômios <strong>que</strong> satisfazem a relações <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos,<br />
cujos coeficientes possuem proprieda<strong>de</strong>s assintóticas <strong>de</strong> periodicida<strong>de</strong> dois. Os<br />
polinômios ortogonais Qn(x) e similares aos ortogonais ˜ Bn(t) são exemplos disso.<br />
Buscamos informações sobre as proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios Qn(x) e sua medida<br />
φ(x), para os casos em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados<br />
e ilimitados. Baseando-nos nesses resultados, apresentamos como eles po<strong>de</strong>m ser<br />
transferidos para os polinômios similares ˜ Bn(t) com relação à sua respectiva me-<br />
dida ψ(t), para o caso on<strong>de</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados.<br />
Finalmente, discutimos alguns resultados <strong>que</strong> encontramos para o caso ilimitado<br />
associado aos polinômios ˜ Bn(t).
Abstract<br />
The main purpose of this work is to study the properties of polynomials that<br />
satisfy three term recurrence relations whose coefficients satisfy asymptotic pro-<br />
perties with periodicits two. The orthogonal polynomials Qn(x) and orthogonal<br />
L-polynomials ˜ Bn(t) are consi<strong>de</strong>red examples as these. We looked for information<br />
about the properties of the polynomials Qn(x) and its measure φ(x) when the<br />
coefficients of the recurrence relation are boun<strong>de</strong>d or unboun<strong>de</strong>d. We present<br />
how those results, obtained for the boun<strong>de</strong>d case, can be transfered to study the<br />
polynomials ˜ Bn(t) and the associated measure. Finally, we discuss some results<br />
that we have obtained for the unboun<strong>de</strong>d case associated with the polynomials<br />
˜Bn(t).
Índice<br />
1 Introdução 1<br />
2 Resultados Preliminares 5<br />
2.1 Resultados Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5<br />
2.1.1 Teorema da Convergência Dominada <strong>de</strong> Lebesgue . . . . . . . . . . . 6<br />
2.1.2 Convergência Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />
2.1.3 Segundo Teorema <strong>de</strong> Helly . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />
2.1.4 Integral <strong>de</strong> Stieltjes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />
2.1.5 Transformada <strong>de</strong> Stieltjes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />
2.1.6 Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />
2.1.7 Lema <strong>de</strong> Cesàro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />
2.1.8 Teorema Fundamental <strong>de</strong> Grommer-Hamburger . . . . . . . . . . . . 9<br />
2.1.9 Frações Contínuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9<br />
2.1.10 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />
2.2 <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13<br />
2.2.1 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . . . 17<br />
i
2.2.2 Frações Contínuas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . 18<br />
2.2.3 SPO cujos zeros são <strong>de</strong>nsos em intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . 20<br />
2.2.4 Comportamento Regular dos <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . 22<br />
3 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos <strong>Polinômios</strong> Ortogonais 24<br />
3.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados . . . . . . . . . . . . . . . 24<br />
3.1.1 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25<br />
3.1.2 Fórmulas <strong>de</strong> Quadratura Invariantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29<br />
3.1.3 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36<br />
3.1.4 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39<br />
3.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados . . . . . . . . . . . . . . . 44<br />
3.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44<br />
3.2.2 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45<br />
3.2.3 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47<br />
3.2.4 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54<br />
3.2.5 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56<br />
4 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos <strong>Polinômios</strong> Similares 59<br />
4.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados . . . . . . . . . . . . . . . 59<br />
4.1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59<br />
4.1.2 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60<br />
4.1.3 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62<br />
ii
4.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />
4.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />
4.2.2 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />
4.2.3 Representação Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69<br />
4.2.4 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71<br />
4.2.5 Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74<br />
5 Consi<strong>de</strong>rações Finais 76<br />
Referências Bibliográficas 79<br />
iii
Capítulo 1<br />
Introdução<br />
Seja φ : IR −→ IR uma função não-<strong>de</strong>crescente, com infinitos pontos <strong>de</strong> aumento em<br />
(a, b), −∞ ≤ a < b ≤ ∞ e tal <strong>que</strong> os momentos<br />
existem, são finitos e µ0 = 1. 1<br />
função peso.<br />
µn =<br />
b<br />
a<br />
x n dφ(x), n = 0, 1, · · · , (1.1)<br />
Então, dφ(x) é chamada distribuição em (a, b) e, se dφ(x) = w(x)dx, w(x) é uma<br />
O suporte <strong>de</strong> dφ (supp(dφ)) é o conjunto dos pontos <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> φ, ou seja,<br />
supp(dφ) = {x ∈ IR : φ(x + ɛ) − φ(x − ɛ) > 0, para todo ɛ > 0}. (1.2)<br />
dφ(t) é <strong>que</strong> uma distribuição forte em (a, b) se os momentos existem para todos os<br />
valores <strong>de</strong> n inteiros (positivos e negativos) e, se o intervalo (a, b) é tal <strong>que</strong> 0 ≤ a < b ≤ ∞,<br />
dizemos <strong>que</strong> dφ(t) é uma distribuição forte <strong>de</strong> Stieltjes em (a, b).<br />
Seja IPn o espaço <strong>de</strong> todos os polinômios algébricos <strong>de</strong> grau menor ou igual a n.<br />
Os polinômios Pn(x) ∈ IPn, n ≥ 0, pertencem a um sistema <strong>de</strong> polinômios ortogo-<br />
nais (SPO), {Pn(x)} ∞ n=0, com relação a uma distribuição (medida positiva) dφ(x) sobre um<br />
1 Geralmente, φ é chamada <strong>de</strong> função peso se é absolutamente contínua. Caso contrário, φ é uma função<br />
distribuição, medida ou função peso integral. Usaremos a mesma terminologia para ambos os casos. Quando<br />
o peso for <strong>de</strong>notado por uma letra grega a mesma refere-se a uma distribuição, no uso <strong>de</strong> letras latinas<br />
trata-se <strong>de</strong> pesos absolutamente contínuos.<br />
1
intervalo real (c, d), −∞ ≤ c < d ≤ ∞, se são <strong>de</strong>finidos por:<br />
(i) Pn(x) =<br />
n<br />
an,kx k é <strong>de</strong> grau exatamente n, isto é, an,n = 0,<br />
k=0<br />
(ii) 〈Pn(x), Pm(x)〉 =<br />
d<br />
c<br />
Pn(x)Pm(x)dφ(x) = 0, m = n.<br />
2<br />
(1.3)<br />
Na forma mônica, isto é, an,n = 1, satisfazem à uma relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três<br />
termos da seguinte forma:<br />
Pn(x) = (x − βn−1)Pn−1(x) − αn−1Pn−2(x), n ≥ 1,<br />
P−1(x) ≡ 0, P0(x) ≡ 1, (1.4)<br />
βn−1 ∈ IR, αn−1 > 0, n = 1, 2, · · · .<br />
Definição 1.1 Uma seqüência <strong>de</strong> polinômios mônicos { ˜ Bn(z)} ∞ n=0 <strong>de</strong> grau igual a n, são<br />
chamados <strong>de</strong> polinômios similares aos ortogonais com relação a uma distribuição forte <strong>de</strong><br />
Stieltjes dψ(t) no intervalo (a, b), 0 ≤ a < b ≤ ∞, se são <strong>de</strong>finidos por:<br />
b<br />
a<br />
t −n+s ⎧<br />
⎪⎨ 0, se 0 ≤ s ≤ n − 1,<br />
Bn(t)dψ(t) ˜ =<br />
⎪⎩ ρn > 0, se s = n.<br />
(1.5)<br />
Uma das proprieda<strong>de</strong>s envolvendo os polinômios similares é <strong>que</strong> eles também satis-<br />
fazem a uma relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos do tipo<br />
on<strong>de</strong> ˜ B0(z) = 1, ˜ B1(z) = z − ˜ β1.<br />
˜Bn+1(z) = (z − ˜ βn+1) ˜ Bn(z) − ˜αn+1z ˜ Bn−1(z), n = 1, 2, · · · , (1.6)<br />
Para os polinômios ortogonais mônicos Pn(x) e similares ˜ Bn(t), sabe-se <strong>que</strong> os coe-<br />
ficientes {βn, αn} ∞ n=0 e { ˜ βn, ˜αn} ∞ n=1 <strong>que</strong> aparecem nas relações <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos,<br />
armazenam informações sobre as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses polinômios e as medidas φ(x) e ψ(t)<br />
associadas. Além disso, os estudos relacionados à obtenção <strong>de</strong>ssas informações revelaram-se<br />
bastante gratificantes, contribuindo para uma série <strong>de</strong> trabalhos (veja, por exemplo, [25, 51])<br />
<strong>que</strong> tornaram-se clássicos. Um aspecto importante <strong>de</strong>sses artigos está relacionado aos pro-<br />
blemas em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência possuem proprieda<strong>de</strong>s assintóticas.<br />
Formalmente, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>screver esses problemas da seguinte forma.
Dadas as relações <strong>de</strong> recorrência (1.4) e (1.6), consi<strong>de</strong>remos os coeficientes {βn, αn} ∞ n=0<br />
e { ˜ βn, ˜αn} ∞ n=1 satisfazendo dois casos. Primeiramente, suponhamos <strong>que</strong> sejam limitados, ou<br />
seja, satisfaçam às condições<br />
para os polinômios ortogonais mônicos e<br />
para os similares.<br />
lim<br />
n→∞ β2n = b1, lim α2n = a<br />
n→∞ 2 1,<br />
lim<br />
n→∞ β2n+1 = b2 e lim α2n+1 = a<br />
n→∞ 2 2,<br />
lim ˜β2n = β<br />
n→∞<br />
(0) , lim ˜α2n = α<br />
n→∞ (0)<br />
lim ˜β2n+1 = β<br />
n→∞<br />
(1)<br />
e lim<br />
n→∞ ˜α2n+1 = α (1) ,<br />
3<br />
(1.7)<br />
(1.8)<br />
O outro caso <strong>que</strong> abordaremos é quando os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong><br />
ambos os polinômios , Pn(x) e ˜ Bn(t), são ilimitados, mas satisfazem<br />
e<br />
lim<br />
n→∞ β2n/λ2n = ˜b1, lim α<br />
n→∞ 1/2<br />
2n /λ2n = ã1,<br />
lim<br />
n→∞ β2n+1/λ2n = ˜b2 e lim α<br />
n→∞ 1/2<br />
2n+1/λ2n = ã2<br />
lim ˜β2n/λ2n =<br />
n→∞<br />
˜ β (0) , lim ˜α2n/λ2n = ˜α<br />
n→∞ (0) ,<br />
lim ˜β2n+1/λ2n =<br />
n→∞<br />
˜ β (1)<br />
e lim<br />
n→∞ ˜α2n+1/λ2n = ˜α (1) ,<br />
respectivamente, on<strong>de</strong> {λn} ∞ n=0 é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente (<strong>de</strong>finição 3.2.2).<br />
(1.9)<br />
(1.10)<br />
Nosso objetivo, neste trabalho, é estudar as proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais<br />
e similares quando os coeficientes das relações <strong>de</strong> recorrência satisfazem às condições acima.<br />
As razões entre dois polinômios cujos índices diferem <strong>de</strong> uma ou duas unida<strong>de</strong>s e as funções<br />
distribuições limites serão discutidas. Daremos, também, algumas aplicações em fórmulas<br />
<strong>de</strong> quadratura.<br />
Assim, procurando elaborar um trabalho contendo informações claras sobre o as-<br />
sunto <strong>de</strong> forma a servir <strong>de</strong> referência aos <strong>que</strong> possam vir a se interessar pelo mesmo, organi-<br />
zamos esta dissertação da seguinte forma.
No Capítulo 2, fizemos um breve levantamento do estudo <strong>de</strong> polinômios ortogonais<br />
e similares aos ortogonais <strong>que</strong> serão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste<br />
trabalho. Além disso, abordamos alguns resultados <strong>de</strong> teorias gerais nas quais nos baseamos<br />
para darmos continuida<strong>de</strong> a este estudo.<br />
De forma <strong>de</strong>talhada estudamos, no Capítulo 3, tanto o caso em <strong>que</strong> os coeficientes<br />
da relação <strong>de</strong> recorrência (1.4) são limitados, ou seja, satisfazem (1.7), quanto ilimitados,<br />
mas <strong>que</strong> variam regularmente, satisfazendo (1.9). Este último caso foi consi<strong>de</strong>rado por Van<br />
Assche em [6].<br />
Baseando-nos nesses resultados, apresentamos, no Capítulo 4, como eles (ou parte<br />
<strong>de</strong>les) po<strong>de</strong>m ser transferidos para a relação <strong>de</strong> recorrência (1.6) através da transformação<br />
obtida em Sri Ranga [48] e a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> não po<strong>de</strong>m ser obtidos através <strong>de</strong>sta transformação.<br />
O caso em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência (1.6) satisfazem (1.8) foi tratado<br />
em [3], artigo, este, <strong>que</strong> tomamos como referência para o estudo <strong>de</strong>ste caso. Para nosso<br />
conhecimento, sobre o problema (1.6) com condições (1.10), não há nenhum trabalho similar<br />
publicado até hoje. Mas, tomando como referência o <strong>que</strong> foi feito para os polinômios orto-<br />
gonais, na Seção 4.2, apresentamos, alguns resultados <strong>que</strong> conseguimos encontrar para esse<br />
caso.<br />
No Capítulo 5, apresentamos as observações finais sobre o trabalho.<br />
Finalmente, relacionamos, nas Referências Bibliográficas, os livros e artigos por nós<br />
consultados e/ou citados.<br />
4
Capítulo 2<br />
Resultados Preliminares<br />
Neste capítulo, apresentamos alguns conceitos e proprieda<strong>de</strong>s básicos ao estudo <strong>que</strong><br />
abordaremos nos capítulos posteriores. Muitos resultados serão consi<strong>de</strong>rados sem <strong>de</strong>mons-<br />
tração, mas po<strong>de</strong>m ser encontrados nos textos clássicos sobre o assunto.<br />
2.1 Resultados Gerais<br />
Sejam CI o espaço linear dos números complexos, C0(IR) o conjunto das funções reais<br />
contínuas <strong>de</strong>finidas na reta e <strong>que</strong> se anulam fora <strong>de</strong> um intervalo finito (<strong>que</strong> varia com cada<br />
função) e ψA a função característica do conjunto aberto A, isto é,<br />
⎧<br />
⎪⎨ 1, x ∈ A,<br />
ψA :=<br />
⎪⎩ 0, x /∈ A.<br />
Diremos <strong>que</strong> a medida <strong>de</strong> um conjunto aberto A é dada por<br />
<br />
m(A) := sup{ f(x)dx; f ∈ C0(IR), f ≤ ψA}<br />
IR<br />
e <strong>que</strong> um conjunto N tem medida nula se, para cada ɛ > 0, existe um aberto Aɛ ⊃ N tal<br />
<strong>que</strong><br />
m(Aɛ) ≤ ɛ.<br />
5
São exemplos <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> medida nula: quais<strong>que</strong>r conjuntos enumeráveis, a<br />
união enumerável <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> medida nula.<br />
Quando uma certa proprieda<strong>de</strong> P é válida no complementar <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />
medida nula, dizemos <strong>que</strong> P é válida em quase toda parte, e abreviaremos por q.t.p..<br />
2.1.1 Teorema da Convergência Dominada <strong>de</strong> Lebesgue<br />
Teorema 2.1.1 (Zygmund [57]) Seja {fk} ∞ k=0 uma seqüência <strong>de</strong> funções mensuráveis em<br />
E tal <strong>que</strong> fk → f q.t.p. <strong>de</strong> E. Se existe ψ e L(E) tal <strong>que</strong>, para todo k, |fk| < ψ para quase<br />
<br />
todo ponto <strong>de</strong> E, então f.<br />
fk →<br />
E<br />
2.1.2 Convergência Uniforme<br />
E<br />
Definição 2.1.1 (Rudin [42]) Dizemos <strong>que</strong> uma seqüência <strong>de</strong> funções {fj} ∞ j=0 em Ω con-<br />
verge uniformemente para f num subconjunto compacto <strong>de</strong> Ω se, para um dado compacto<br />
K ⊂ Ω e todo ɛ > 0, existe N = N(K, ɛ) tal <strong>que</strong>, para j > N,<br />
|fj(z) − f(z)| < ɛ, ∀ z ∈ K.<br />
Definição 2.1.2 (Funções Analíticas, Churchill [14], p.40) Uma função f <strong>de</strong> variável<br />
complexa z é analítica em um ponto z0 se sua <strong>de</strong>rivada f ′<br />
(z) existe não somente em z0, mas<br />
em todo ponto z em alguma vizinhança <strong>de</strong> z0. f é analítica em um domínio do plano z se é<br />
analítica em todo ponto <strong>de</strong>sse domínio.<br />
Teorema 2.1.2 (Teorema 10.28, Rudin [42]) Seja H(Ω) a classe <strong>de</strong> todas as funções<br />
analíticas em Ω. Suponha <strong>que</strong> fj ∈ H(Ω), para j = 1, 2, · · · , e fj → f uniformemente<br />
em subconjuntos compactos <strong>de</strong> Ω. Então, f ∈ H(Ω) e f ′<br />
j → f ′<br />
subconjunto compacto <strong>de</strong> Ω.<br />
6<br />
uniformemente em todo
2.1.3 Segundo Teorema <strong>de</strong> Helly<br />
Teorema 2.1.3 (Teorema 2.3, p.54, Chihara [12]) Seja {φn} uma seqüência uniforme-<br />
mente limitada <strong>de</strong> funções não-<strong>de</strong>crescentes <strong>de</strong>finidas em um intervalo compacto [a, b] e <strong>que</strong><br />
converge em [a, b] para uma função limite φ. Então, para toda função real f, contínua em<br />
[a, b],<br />
2.1.4 Integral <strong>de</strong> Stieltjes<br />
b b<br />
lim fdφn = fdφ.<br />
n→∞ a<br />
a<br />
Definição 2.1.3 (Rudin [41], p.120) Seja φ uma função monótona crescente em [a, b]<br />
(como os números φ(a) e φ(b) são finitos, segue-se <strong>que</strong> φ é limitada em [a, b]). Para cada<br />
subdivisão P <strong>de</strong> [a, b], escrevemos<br />
<strong>de</strong>remos<br />
∆φi = φ(xi) − φ(xi−1).<br />
É claro <strong>que</strong> ∆φi ≥ 0. Qual<strong>que</strong>r <strong>que</strong> seja a função real f, limitada em [a, b], consi-<br />
U(P, f, φ) = ∆φisup{f(x)} (xi−1 ≤ x ≤ xi), i = 1, 2, · · · , n,<br />
L(P, f, φ) = ∆φiinf{f(x)} (xi−1 ≤ x ≤ xi), i = 1, 2, · · · , n.<br />
Por <strong>de</strong>finição<br />
b<br />
a<br />
b<br />
a<br />
fdφ = inf{U(P, f, φ)}, (2.1.1)<br />
fdφ = sup{L(P, f, φ)}, (2.1.2)<br />
sendo, novamente, o ínfimo e o supremo relativos a todas as subdivisões.<br />
comum por<br />
ou, às vezes, por<br />
Se os primeiros membros <strong>de</strong> (2.1.1) e <strong>de</strong> (2.1.2) são iguais, <strong>de</strong>signamos o seu valor<br />
b<br />
a<br />
b<br />
a<br />
fdφ (2.1.3)<br />
f(x)dφ(x). (2.1.4)<br />
Esta é a integral <strong>de</strong> Riemann-Stieltjes (ou simplesmente a integral <strong>de</strong> Stieltjes) <strong>de</strong> f<br />
relativamente a φ em [a, b].<br />
7
2.1.5 Transformada <strong>de</strong> Stieltjes<br />
<strong>de</strong> Stieltjes.<br />
Uma transformada muito usada na teoria <strong>de</strong> polinômios ortogonais é a transformada<br />
Definição 2.1.4 Seja F (x) uma função distribuição, isto é, uma função real, não-<strong>de</strong>crescente<br />
com F (−∞) = 0 e F (∞) = 1. A transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> F (x) é <strong>de</strong>finida por<br />
∞<br />
S(F (x); z) =<br />
−∞<br />
dF (x)<br />
, z ∈ CI \ IR. (2.1.5)<br />
z − x<br />
Essa função é analítica tanto no conjunto {z : Im(z) > 0} quanto no conjunto<br />
{z : Im(z) < 0} e <strong>de</strong>termina a função F (x) unicamente se F (x) for normalizada <strong>de</strong> modo a<br />
ser contínua à direita.<br />
Para termos ao alcance todos os pré-requisitos necessários, precisaremos, também,<br />
do seguinte teorema clássico da teoria <strong>de</strong> funções complexas.<br />
2.1.6 Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali<br />
Teorema 2.1.4 Seja {fn} ∞ n=0 uma seqüência <strong>de</strong> funções analíticas numa região aberta G do<br />
plano complexo. Se {fn} ∞ n=0 é uniformemente limitada em G e converge num subconjunto E<br />
<strong>de</strong> G, on<strong>de</strong> E tem um ponto limite em G, então {fn} ∞ n=0 converge uniformemente em G.<br />
Vamos consi<strong>de</strong>rar o teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali sem <strong>de</strong>monstração. Para a <strong>de</strong>mons-<br />
tração, bem como para observações históricas interessantes, ver Hille [26].<br />
8<br />
É importante<br />
observar <strong>que</strong> a forma inicial <strong>de</strong>ste teorema foi provada por Stieltjes na mesma biografia<br />
clássica [51] on<strong>de</strong> ele resolveu o problema <strong>de</strong> momento e introduziu a integral <strong>de</strong> Stieltjes.<br />
2.1.7 Lema <strong>de</strong> Cesàro<br />
Este lema tem papel fundamental na <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> uma das proprieda<strong>de</strong>s aqui<br />
estudadas, <strong>que</strong> é a <strong>que</strong> envolve a razão entre o polinômio e sua <strong>de</strong>rivada no caso em <strong>que</strong> os<br />
coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados.
Lema 2.1.5 (Média <strong>de</strong> Cesàro) Se xn −→ x, então n−1 n<br />
xk −→ x, on<strong>de</strong> n<br />
k=1<br />
−1<br />
n<br />
xk é<br />
conhecida como soma <strong>de</strong> Cesàro.<br />
k=1<br />
Demonstração: Seja M limite <strong>de</strong> |xk| e, dado ɛ, seja k0 tal <strong>que</strong> |x − xk| < ɛ/2 para k ≥ k0.<br />
Se n > k0 e n > 4k0M/ɛ, então<br />
<br />
<br />
1<br />
n<br />
<br />
k0−1<br />
1 <br />
x<br />
− xk<br />
≤ 2M +<br />
n <br />
k=1 n k=1<br />
1<br />
n ɛ<br />
< ɛ.<br />
n 2 k=k0<br />
2.1.8 Teorema Fundamental <strong>de</strong> Grommer-Hamburger<br />
Teorema 2.1.6 (Arnold [4], Apêndice) Seja {Fn} ∞ n=0 uma seqüência <strong>de</strong> distribuições <strong>que</strong><br />
converge fracamente para F , isto é, fdFn ⇒ fdF para toda função contínua f com<br />
suporte compacto e seja suppn(Fn(IR)) < ∞. Então, a transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> Fn,<br />
S(Fn(z)), para z ∈ CI, converge para a transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> F, S(F (z)), uniforme-<br />
mente em conjuntos compactos do semi-plano superior. Reciprocamente, para uma seqüência<br />
<strong>de</strong> medidas {Fn} ∞ n=0 com suppn(Fn(IR)) < ∞ tal <strong>que</strong> {S(Fn(z))} ∞ n=0 converge em um con-<br />
junto z com ponto limite no semi-plano superior, então, a convergência vale uniformemente<br />
em conjuntos compactos z, o limite é a transformada <strong>de</strong> Stieltjes S(F ) <strong>de</strong> uma medida finita<br />
F e Fn ⇒ F (fracamente).<br />
2.1.9 Frações Contínuas<br />
Frações contínuas têm um papel fundamental no estudo <strong>de</strong> problemas clássicos <strong>de</strong><br />
momento. <strong>Polinômios</strong> ortogonais aparecem <strong>de</strong> maneira natural na análise <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong><br />
frações contínuas associadas a problemas <strong>de</strong> momento e este fato po<strong>de</strong> ser usado como base<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento da teoria <strong>de</strong> polinômios ortogonais.<br />
Consi<strong>de</strong>raremos apenas o suficiente <strong>de</strong> frações contínuas para indicar sua relação<br />
com os polinômios ortogonais e obter certos resultados <strong>que</strong> utilizaremos no estudo das pro-<br />
prieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais e similares aos ortogonais. Um bom estudo sobre o<br />
assunto po<strong>de</strong> ser encontrado em [56, 29].<br />
Sejam {an} ∞ n=1 e {bn} ∞ n=0 seqüências arbitrárias <strong>de</strong> números complexos e<br />
9
C0 = b0<br />
C1 = b0 + a1<br />
b1<br />
C2 = b0 + a1<br />
.<br />
.<br />
Cn = b0 +<br />
b1 + a2<br />
b2<br />
b1 +<br />
b2 +<br />
.. .<br />
a1<br />
a2<br />
a3<br />
an−1<br />
bn−1 + an<br />
bn<br />
10<br />
(2.1.6)<br />
on<strong>de</strong> Cn é chamado <strong>de</strong> n−ésimo convergente (ou aproximante) da fração contínua (infinita)<br />
b0 +<br />
b1 +<br />
b2 +<br />
. ..<br />
a1<br />
a2<br />
a3<br />
an−1<br />
bn−1 + an<br />
bn + . . .<br />
(2.1.7)<br />
Definição 2.1.5 A fração contínua (2.1.7) converge para um valor K (finito) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>que</strong><br />
apenas um número finito <strong>de</strong> Cn não é <strong>de</strong>finido e<br />
lim<br />
n→∞ Cn = K.<br />
Caso contrário, dizemos <strong>que</strong> a fração contínua diverge.<br />
on<strong>de</strong><br />
Referindo-nos a (2.1.6), po<strong>de</strong>mos escrever<br />
Cn = An<br />
Bn<br />
, n = 0, 1, 2, · · · ,<br />
A0 = b0, B0 = 1,<br />
A1 = b0b1 + a1, B1 = b1,<br />
A2 = b0b1b2 + b0a2 + a1b2, B2 = b1b2 + a2
e, em geral, An e Bn são polinômios em ai, bj.<br />
Agora, po<strong>de</strong>mos escrever<br />
Logo, para algum n ≥ 1,<br />
conhecidas como Fórmulas <strong>de</strong> Wallis.<br />
A1 = b1A0 + a1A−1 on<strong>de</strong> A−1 = 1,<br />
B1 = b1B0 + a1B−1 on<strong>de</strong> B−1 = 0.<br />
An = bnAn−1 + anAn−2, A−1 = 1,<br />
Bn = bnBn−1 + anBn−2 B−1 = 0,<br />
11<br />
(2.1.8)<br />
An e Bn são chamados <strong>de</strong> n−ésimo numerador parcial e n−ésimo <strong>de</strong>nominador<br />
parcial da fração contínua, respectivamente.<br />
2.1.10 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas<br />
Abordaremos, agora, algumas <strong>de</strong>finições e teoremas envolvendo seqüências enca<strong>de</strong>adas,<br />
fazendo isso <strong>de</strong> forma breve, apenas com conceitos <strong>que</strong> são básicos para o estudo dos<br />
polinômios ortogonais. Para maiores <strong>de</strong>talhes veja [12, p.91].<br />
Definição 2.1.6 Uma seqüência {an} ∞ n=1 é chamada uma seqüência enca<strong>de</strong>ada se existe uma<br />
seqüência {gk} ∞ k=0 tal <strong>que</strong><br />
(i) 0 ≤ g0 < 1, 0 < gn < 1, n ≥ 1;<br />
(ii) an = (1 − gn−1)gn, n = 1, 2, · · · .<br />
{gk} ∞ k=0 é chamada <strong>de</strong> seqüência <strong>de</strong> parâmetros para {an} ∞ n=1 e g0 é o parâmetro inicial.<br />
Definição 2.1.7 Seja {an} ∞ n=1 uma seqüência enca<strong>de</strong>ada. Uma seqüência <strong>de</strong> parâmetros<br />
{mk} ∞ k=0 é uma seqüência minimal <strong>de</strong> parâmetros para {an} ∞ n=1 se m0 = 0.<br />
Se a seqüência minimal <strong>de</strong> parâmetros é a única seqüência <strong>de</strong> parâmetros para<br />
{an} ∞ n=1 então dizemos <strong>que</strong> {an} ∞ n=1 <strong>de</strong>termina seus parâmetros unicamente.
Definição 2.1.8 Seja {an} ∞ n=1 uma seqüência enca<strong>de</strong>ada. Uma seqüência <strong>de</strong> parâmetros<br />
{Mk} ∞ k=0 é uma seqüência maximal <strong>de</strong> parâmetros se Mk > gk (k ≥ 0) para qual<strong>que</strong>r<br />
seqüência <strong>de</strong> parâmetros {gk} ∞ k=0 para {an} ∞ n=1.<br />
Se {gn} ∞ n=1 é uma seqüência <strong>de</strong> parâmetros para {an} ∞ n=1 e gn → g, então, an →<br />
(1 − g)g ≤ 1/4 (n → ∞). O teorema abaixo mostra <strong>que</strong> a recíproca é válida.<br />
Teorema 2.1.7 Seja<br />
Então, 0 ≤ a ≤ 1/4 e<br />
lim<br />
n→∞ an = a.<br />
lim<br />
n→∞ Mn = 1<br />
2 [1 + √ 1 − 4a].<br />
Além disso, se M0 > 0 (isto é, se mn = Mn), então,<br />
Demonstração: Veja Chihara [12, p.102].<br />
lim<br />
n→∞ mn = 1<br />
2 [1 − √ 1 − 4a].<br />
12
2.2 <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />
em (1.3), isto é,<br />
Daremos, agora, algumas proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais Pn(x) <strong>de</strong>finidos<br />
(i)<br />
n<br />
Pn(x) = ãn,kx<br />
k=0<br />
k n<br />
= ãn,n (x − xn,k) é <strong>de</strong> grau exatamente n, isto é, ãn,n = 0,<br />
(ii)<br />
k=1<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
d<br />
〈Pn(x), Pm(x)〉 = Pn(x)Pm(x)dφ(x) =<br />
c<br />
⎪⎩<br />
0,<br />
δn > 0,<br />
para<br />
para<br />
m = n,<br />
m = n.<br />
(2.2.9)<br />
Se ãn,n = 1, <strong>de</strong>notaremos os polinômios ortogonais mônicos por Qn(x) e, se δn = 1,<br />
n<br />
n<br />
dizemos <strong>que</strong> eles são ortonormais e os <strong>de</strong>notaremos por pn(x) =<br />
(x−xn,k).<br />
an,kx<br />
k=0<br />
k = an,n<br />
k=1<br />
Se os polinômios ortogonais Pn(x) são <strong>de</strong>finidos em um intervalo simétrico com<br />
relação à origem, ou seja, (−d, d) e a distribuição dφ(x) satisfaz dφ(x) = −dφ(−x), não é<br />
difícil <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> Pn(x) = (−1) n Pn(−x), n ≥ 0.<br />
Também po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> (2.2.9) (ii) é equivalente a<br />
d<br />
c<br />
x s Pn(x)dφ(x) = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1. (2.2.10)<br />
Daremos, agora, algumas proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais Pn(x) <strong>de</strong>finidos<br />
em (1.3). Um estudo <strong>de</strong>talhado sobre eles po<strong>de</strong> ser encontrado em [12] e [52]. Sabemos <strong>que</strong><br />
satisfazem a uma relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos.<br />
Teorema 2.2.1 {Pn(x)} ∞ n=0 satisfaz à seguinte relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos:<br />
com P0(x) = 1, P−1(x) = 0 e<br />
γn = an+1,n+1<br />
an,n<br />
Pn+1(x) = (γnx − ɛn)Pn(x) − λnPn−1(x), n ≥ 0,<br />
〈xPn, Pn〉<br />
= 0, ɛn = γn<br />
〈Pn, Pn〉 , λn = γn<br />
γn−1<br />
〈Pn, Pn〉<br />
〈Pn−1, Pn−1〉<br />
13<br />
= 0. (2.2.11)<br />
n<br />
Demonstração: Temos <strong>que</strong> Pn(x) = an,ix<br />
i=0<br />
i n+1 <br />
. Logo, xPn(x) = biPi(x).<br />
i=0<br />
Igualando os coeficientes dos termos <strong>de</strong> maior grau em ambos os membros da igual-<br />
da<strong>de</strong> acima e isolando o coeficiente bn+1, encontramos bn+1 = an,n<br />
Porém, <strong>de</strong> (2.2.10),<br />
〈xPn(x), Pj(x)〉 =<br />
b<br />
a<br />
an+1,n+1<br />
Pn(x)xPj(x)ω(x)dx = 0, para j + 1 < n, ou seja, j ≤ n − 2.<br />
.
Mas, para j ≤ n − 2, <strong>de</strong> (2.2.9), obtemos<br />
〈xPn(x), Pj(x)〉 =<br />
Logo, bj = 0, j ≤ n − 2.<br />
Assim,<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos <strong>que</strong> γn = 1<br />
Como bn+1 = an,n<br />
n+1<br />
<br />
i=0<br />
bi 〈Pi(x), Pj(x)〉 = bj 〈Pj(x), Pj(x)〉 = 0.<br />
xPn(x) = bn+1Pn+1(x) + bnPn(x) + bn−1Pn−1(x),<br />
an+1,n+1<br />
, ɛn =<br />
bn+1<br />
bn<br />
e λn =<br />
bn+1<br />
bn−1<br />
bn+1<br />
, temos <strong>que</strong> γn+1 = an+1,n+1<br />
.<br />
Calculando os produtos internos 〈Pn+1(x), Pn(x)〉 e 〈Pn+1(x), Pn−1(x)〉 chegamos,<br />
〈xPn, Pn〉<br />
〈Pn, Pn〉 e λn = γn 〈Pn, Pn〉<br />
γn−1 〈Pn−1, Pn−1〉 .<br />
respectivamente <strong>que</strong> ɛn = γn<br />
Como conseqüência imediata <strong>de</strong>sse teorema, temos os seguintes resultados.<br />
Corolário 2.2.2 {pn(x)} ∞ n=0 satisfaz à seguinte relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos:<br />
xpn(x) = an,n<br />
an+1,n+1<br />
com p0(x) = a0,0, p−1(x) = 0 e βn =<br />
an,n<br />
pn+1(x) + βnpn(x) + an−1,n−1<br />
pn−1(x), n ≥ 0,<br />
d<br />
c<br />
tp 2 n(t)dφ(t).<br />
Corolário 2.2.3 {Qn(x)} ∞ n=0 satisfaz à seguinte relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos:<br />
an,n<br />
Qn+1(x) = (x − βn)Qn(x) − αnQn−1(x), n ≥ 0, (2.2.12)<br />
com Q0(x) = 1, Q−1(x) = 0 e αn = a2 n−1,n−1<br />
a 2 n,n<br />
= 〈Qn, Qn〉<br />
〈Qn−1, Qn−1〉<br />
.<br />
> 0.<br />
Um resultado muito conhecido sobre seus zeros é dado por<br />
Teorema 2.2.4 Para n ≥ 1, os zeros <strong>de</strong> Pn(x), xn,k, k = 1, · · · , n, são reais, distintos e<br />
pertencem ao intervalo (c, d).<br />
Outro importante teorema da teoria <strong>de</strong> polinômios ortogonais é o seguinte.<br />
14
Teorema 2.2.5 (Teorema da Separação dos Zeros) Os zeros <strong>de</strong> Pn(x) e <strong>de</strong> Pn+1(x) se<br />
entrelaçam, isto é,<br />
xn+1,i < xn,i < xn+1,i+1, i = 1, 2, · · · , n.<br />
Teorema 2.2.6 (I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Christoffel-Darboux) Seja {Qn(x)} ∞ n=1 uma seqüência<br />
<strong>de</strong> polinômios ortogonais mônicos satisfazendo (2.2.12) com αn−1 = 0 (n ≥ 1). Então,<br />
parciais:<br />
n−1 <br />
k=0<br />
Qk(x)Qk(y)<br />
α0α1 · · · αk<br />
= (α0α1 · · · αn−1) −1 Qn(x)Qn−1(y) − Qn−1(x)Qn(y)<br />
. (2.2.13)<br />
x − y<br />
Para os polinômios ortonormais, pn(x), temos<br />
n−1 <br />
k=0<br />
pk(x)pk(y) = an−1,n−1<br />
an,n<br />
15<br />
pn(x)pn−1(y) − pn−1(x)pn(y)<br />
. (2.2.14)<br />
x − y<br />
Das duas últimas proprieda<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>mos obter a seguinte <strong>de</strong>composição em frações<br />
on<strong>de</strong> γn+1,k = Qn(xn+1,k)<br />
Q ′<br />
n+1(xn+1,k)<br />
Qn(x)<br />
Qn+1(x) =<br />
n+1 γn+1,k<br />
, (2.2.15)<br />
x − xn+1,k<br />
> 0.<br />
k=1<br />
Como Q ′<br />
n(x) é um polinômio <strong>de</strong> grau n − 1, pelo polinômio <strong>de</strong> interpolação <strong>de</strong><br />
Lagrange (2.2.19),<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos <strong>que</strong><br />
Q ′<br />
n(x) =<br />
n Qn(x)<br />
(x − xn,k)Q ′<br />
n(xn,k) Q′<br />
k=1<br />
Q ′<br />
n(x)<br />
Qn(x) =<br />
k=1<br />
n(xn,k),<br />
n 1<br />
. (2.2.16)<br />
x − xn,k<br />
Do corolário 2.2.2, mostra-se facilmente <strong>que</strong> os zeros <strong>de</strong> Pn(x) são os auto-valores<br />
da matriz <strong>de</strong> Jacobi<br />
⎛<br />
⎜ β0<br />
⎜ √<br />
⎜ α1 β1<br />
⎜ 0<br />
⎜<br />
⎝<br />
√ α2<br />
.. . .<br />
√ α1 0 0 · · ·<br />
√ α2 0 · · ·<br />
. ..<br />
.. . βn−2<br />
. .. 0<br />
√ αn−2<br />
0 · · · 0 √ αn−2 βn−1<br />
Um famoso resultado <strong>de</strong> J. Favard é o seguinte:<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
(2.2.17)
Teorema 2.2.7 (J. Favard, Chihara [12]) Se um sistema <strong>de</strong> polinômios {πn(x)} ∞ n=0 sa-<br />
tisfaz a uma relação <strong>de</strong> recorrência do tipo<br />
xπn(x) =<br />
ân,n<br />
ân+1,n+1<br />
πn+1(x) + ˆ βnπn(x) + ân−1,n−1<br />
πn−1(x),<br />
n = 0, 1, 2, · · · , com π−1(x) = 0, â−1,−1 = 0, π0(x) = â0,0, ân,n > 0 e ˆ βn ∈ IR, então<br />
{πn(x)} ∞ n=0 é ortogonal com relação a alguma função distribuição φ (<strong>que</strong> po<strong>de</strong> não ser uni-<br />
camente <strong>de</strong>terminada) e<br />
ˆβn =<br />
d<br />
c<br />
tπ 2 n(t)dφ(t).<br />
Em muitos exemplos, φ é unicamente <strong>de</strong>terminada pela relação <strong>de</strong> recorrência. Este<br />
é o caso quando ambos { ân−1,n−1<br />
} e {| ˆ βn|} são seqüências limitadas ou, em outras palavras,<br />
ân,n<br />
quando o suporte <strong>de</strong> dφ é compacto. Lembremos <strong>que</strong> supp(dφ) é sempre fechado, portanto<br />
compacto é equivalente a limitado.<br />
Definição 2.2.1 A função <strong>de</strong> Christoffel λn correspon<strong>de</strong>nte a uma função distribuição φ é<br />
<strong>de</strong>finida por<br />
com πn−1(z) = 1 para z ∈ CI, n = 1, 2, · · · .<br />
tados por λn,k.<br />
ân,n<br />
d<br />
λn(z) = min |πn−1(t)|<br />
π(z)∈IPn−1 c<br />
2 dφ(t),<br />
Os números λn(xn,k) são chamados números <strong>de</strong> Christoffel e são geralmente <strong>de</strong>no-<br />
Existem importantes resultados envolvendo os números <strong>de</strong> Christoffel, <strong>de</strong>ntre eles,<br />
a fórmula <strong>de</strong> quadratura mecânica <strong>de</strong> Gauss-Jacobi e os conhecidos núcleos <strong>de</strong> Dirichlet.<br />
Teorema 2.2.8 (Fórmula <strong>de</strong> Quadratura <strong>de</strong> Gauss-Jacobi) Para todo polinômio<br />
π(x) ∈ IP2n−1,<br />
d<br />
c<br />
π(t)dφ(t) =<br />
16<br />
n<br />
π(xn,k)λn,k. (2.2.18)<br />
k=1<br />
Demonstração: Seja π(x) um polinômio arbitrário cujo grau não exce<strong>de</strong> 2n − 1. Cons-<br />
truindo o polinômio <strong>de</strong> interpolação <strong>de</strong> Lagrange <strong>de</strong> π(x) sobre os nós xn,k, obtemos<br />
n<br />
Ln(x) = π(xn,k)ln,k(x), (2.2.19)<br />
k=1
on<strong>de</strong><br />
ln,k(x) =<br />
pn(x)<br />
(x − xn,k)p ′<br />
n(xn,k) .<br />
Agora, Q(x) = π(x) − Ln(x) é um polinômio <strong>de</strong> grau no máximo 2n − 1 <strong>que</strong> se anula em<br />
xn,k, k = 1, 2, · · · , n. Logo,<br />
Q(x) = R(x)pn(x)<br />
on<strong>de</strong> R(x) é um polinômio <strong>de</strong> grau no máximo n − 1. Assim, como R(x) é ortogonal a pn(x),<br />
d<br />
c<br />
π(t)dφ(t) =<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
d<br />
d<br />
Q(t)dφ(t) + Ln(t)dφ(t)<br />
c<br />
c<br />
d<br />
d<br />
R(t)pn(t)dφ(t) + Ln(t)dφ(t)<br />
c<br />
c<br />
d n<br />
π(xn,k)ln,k(t)dφ(t)<br />
c<br />
k=1<br />
n<br />
d<br />
π(xn,k) ln,k(t)dφ(t)<br />
k=1<br />
c<br />
n<br />
π(xn,k)λn,k<br />
k=1<br />
Definição 2.2.2 (Núcleo <strong>de</strong> Dirichlet) O núcleo <strong>de</strong> Dirichlet é <strong>de</strong>finido por<br />
n−1<br />
<br />
Kn(x, t) = pk(x)pk(t),<br />
k=0<br />
ou, pela soma <strong>de</strong> Christoffel-Darboux (2.2.14), isto é,<br />
Kn(x, t) = an−1,n−1<br />
an,n<br />
17<br />
pn(x)pn−1(t) − pn−1(x)pn(t)<br />
. (2.2.20)<br />
x − t<br />
2.2.1 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />
Sejam<br />
ξi = lim<br />
n−→∞ xn,i, ηj = lim<br />
n−→∞ xn,n−j+1<br />
σ = lim<br />
i−→∞ ξi e τ = lim<br />
j−→∞ ηj.<br />
Definição 2.2.3 O intervalo [ξ1, η1] é chamado verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong>.<br />
(2.2.21)
Usando a teoria <strong>de</strong> seqüências enca<strong>de</strong>adas, obtemos a relação entre o verda<strong>de</strong>iro<br />
intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong> [ξ1, η1] e as seqüências <strong>de</strong> coeficientes {βn} e {αn} da relação <strong>de</strong><br />
recorrência, como veremos a seguir.<br />
Teorema 2.2.9 (Chihara [12], p.108) Seja ∆ = [ξ1, η1] o verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogo-<br />
nalida<strong>de</strong> dos polinômios mônicos {Qn(x)} ∞ n=0 <strong>de</strong>finidos por (2.2.12). Então, <br />
αn+1<br />
(i) ξ1 é o maior valor <strong>de</strong> c para o qual βn > c e<br />
é uma seqüência<br />
(βn − c)(βn+1 − c)<br />
enca<strong>de</strong>ada e<br />
<br />
<br />
αn+1<br />
(ii) η1 é o menor valor <strong>de</strong> d para o qual d > βn e<br />
é uma seqüência<br />
(d − βn)(d − βn+1)<br />
enca<strong>de</strong>ada.<br />
Se tal ξ1 (ou η1) não existe, então ξ1 (η1) é escolhido como −∞ (∞).<br />
2.2.2 Frações Contínuas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />
As fórmulas <strong>de</strong> Wallis (2.1.8) levam a uma conexão direta entre polinômios ortogo-<br />
nais e frações contínuas pois, se em (2.1.7) tomarmos<br />
b0 = 0, a1 = α0 = 0, an+1 = −αn e bn = x − βn−1, n ≥ 1,<br />
obteremos a fração contínua<br />
α0<br />
−α1<br />
x − β0 +<br />
−α2<br />
x − β1 +<br />
x − β2 + . . .<br />
18<br />
(2.2.22)<br />
cujo n−ésimo <strong>de</strong>nominador parcial, Bn = Qn(x), satisfaz à relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12).<br />
Assim, pelo Teorema <strong>de</strong> Favard 2.2.7, segue <strong>que</strong> os <strong>de</strong>nominadores parciais <strong>de</strong><br />
(2.2.22) formam um SPO com relação a alguma φ se βn, n = 0, 1, · · · , são reais e αn,<br />
n = 0, 1, · · · , são positivos. A fração contínua (2.2.22) é chamada <strong>de</strong> fração contínua <strong>de</strong><br />
Jacobi ou, simplesmente, <strong>de</strong> J-fração <strong>de</strong>vido à sua relação com as conhecidas matrizes <strong>de</strong><br />
Jacobi (2.2.17).<br />
Retornando às fórmulas <strong>de</strong> Wallis, note <strong>que</strong> os numeradores parciais, An = An(x),<br />
satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência<br />
An(x) = (x − βn−1)An−1(x) − αn−1An−2(x), n = 2, 3, · · ·
A−1(x) = 1, A0(x) = 0, A1(x) = α0.<br />
Verifica-se facilmente por indução <strong>que</strong> α −1<br />
0 An(x) é uma polinômio mônico <strong>de</strong> grau<br />
n − 1 <strong>que</strong> é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> α0. Assim,<br />
Q (0)<br />
n (x) = α −1<br />
0 An+1(x), n ≥ −1,<br />
é um polinômio mônico <strong>de</strong> grau n in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> α0 <strong>que</strong> satisfaz à fórmula <strong>de</strong> recorrência<br />
n ≥ 1.<br />
Q (0)<br />
n (x) = (x − βn)Q (0)<br />
n−1(x) − αnQ (0)<br />
n−2(x), n = 1, 2, 3, · · ·<br />
Q (0)<br />
−1(x) = 0, Q (0)<br />
0 (x) = 1.<br />
Logo, {Q (0)<br />
n (x)} ∞ n=0 é um SPO se βn, n = 1, 2, · · · , são reais e αn são positivos para<br />
Definição 2.2.4 Os polinômios mônicos Q (0)<br />
n (x) são chamados <strong>de</strong> polinômios numeradores<br />
correspon<strong>de</strong>ntes a Qn(x), n ≥ 0.<br />
O nome polinômios associados é freqüentemente usado na literatura ao invés <strong>de</strong><br />
polinômios numeradores.<br />
Um outro resultado importante sobre a <strong>de</strong>composição dos convergentes da J-fração<br />
(2.2.22) é o seguinte.<br />
Teorema 2.2.10 (Teorema 4.3, p.88, Chihara [12]) Se βn são reais e αn > 0, n ≥ 1,<br />
temos<br />
α0Q (0)<br />
n−1(x)<br />
Qn(x) =<br />
n<br />
k=1<br />
λn,k<br />
x − xn,k<br />
=<br />
d<br />
c<br />
dφn(t)<br />
x − t<br />
on<strong>de</strong> λn,k são os coeficientes da fórmula <strong>de</strong> quadratura <strong>de</strong> Gauss correspon<strong>de</strong>ntes aos zeros<br />
xn,k e φn é a correspon<strong>de</strong>nte função distribuição com salto λn,k no ponto xn,k.<br />
Se o verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong> [ξ1, η1] é limitado, usando [12, II-<br />
Teorema 3.1], do segundo Teorema <strong>de</strong> Helly 2.1.3, po<strong>de</strong>mos concluir, então, <strong>que</strong><br />
α0Q<br />
lim<br />
k→∞<br />
(0)<br />
nk−1(x)<br />
=<br />
(x)<br />
Qnk<br />
η1<br />
ξ1<br />
19<br />
dφ(x)<br />
z − x , para z /∈ [ξ1, η1]. (2.2.23)
Assim, segue <strong>que</strong> se [ξ1, η1] é limitado, existe uma subseqüência <strong>de</strong> convergentes da<br />
J-fração (2.2.22) <strong>que</strong> converge para<br />
F C(z) =<br />
η1<br />
ξ1<br />
20<br />
dφ(x)<br />
z − x , para z /∈ [ξ1, η1]. (2.2.24)<br />
A. Markov, em 1896, foi o primeiro a <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> <strong>de</strong> fato a J-fração converge<br />
uniformemente para F C(z) em todo subconjunto compacto do plano complexo <strong>que</strong> não<br />
intercepta o intervalo [ξ1, η1].<br />
2.2.3 SPO cujos zeros são <strong>de</strong>nsos em intervalos<br />
Em 1898, O. Blumenthal provou <strong>que</strong> o conjunto X <strong>de</strong> todos os zeros <strong>de</strong> todos os<br />
polinômios Qn(x) é <strong>de</strong>nso no intervalo [σ, τ]. Algumas extensões foram obtidas a partir do<br />
Teorema <strong>de</strong> Blumenthal, <strong>de</strong>ntre elas, o seguinte teorema.<br />
Teorema 2.2.11 (Blumenthal generalizado, Chihara [12]) Sejam os polinômios Qn(x)<br />
dados por (2.2.12) e suponhamos <strong>que</strong> lim<br />
n→∞ βn = β e lim<br />
n→∞ αn = α > 0, on<strong>de</strong> β e α são finitos.<br />
Seja, ainda, X = {xn,k : 1 ≤ k ≤ n, n = 1, 2, · · ·}. Então, X é <strong>de</strong>nso no intervalo [σ, τ],<br />
σ = β − 2 √ α e τ = β + 2 √ α.<br />
Como conseqüência <strong>de</strong>sse teorema e <strong>de</strong> (2.2.15), temos o seguinte resultado.<br />
Teorema 2.2.12 Sejam Qn(x) polinômios satisfazendo (2.2.12). Então, para ɛ > 0 sufi-<br />
cientemente gran<strong>de</strong>,<br />
<br />
<br />
Qn−2(z)<br />
<br />
<br />
<br />
Qn(z) <br />
1<br />
≤ ,<br />
ɛ2 para todo z ∈ CI \ [−A, A], on<strong>de</strong> [−A, A] é o verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong> dos<br />
polinômios Qn(x).<br />
Demonstração: Sabemos, do Teorema 2.2.11, <strong>que</strong> os zeros dos polinômios Qn(x) são <strong>de</strong>nsos<br />
em um intervalo compacto, suponhamos [−A, A]. Temos, <strong>de</strong> (2.2.15), <strong>que</strong><br />
<br />
<br />
Qn−2(z)<br />
<br />
<br />
<br />
Qn(z) =<br />
<br />
<br />
Qn−2(z)<br />
<br />
Qn−1(z)<br />
<br />
<br />
<br />
Qn−1(z)<br />
Qn(z) ≤<br />
n−1 <br />
n γn−1,j γn,k<br />
|z − xn−1,j| |z − xn,k|<br />
j=1<br />
k=1<br />
(2.2.25)
≤ 1<br />
ɛ2 <br />
para ɛ suficientemente gran<strong>de</strong> tal <strong>que</strong> z ∈ CI \ [−A, A], com<br />
γn−1,j = Qn−2(xn−1,j)<br />
Q ′<br />
n−1(xn−1,j)<br />
n−1 n<br />
γn−1,j<br />
j=1 k=1<br />
e γn,k = Qn−1(xn,k)<br />
Q ′<br />
n(xn,k) .<br />
21<br />
γn,k, (2.2.26)<br />
Em Szegö [52, p.48] encontramos <strong>que</strong> λn,k, k = 1, · · · , n, po<strong>de</strong>m ser dados por<br />
λn,k = an,n<br />
an−1,n−1<br />
1<br />
p ′<br />
n(xn,k)pn−1(xn,k) .<br />
Esse resultado segue facilmente da quadratura gaussiana e da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Christoffel-<br />
Darboux. Mas, Qn(x) = pn(x)/an,n.<br />
Daí,<br />
n<br />
γn,k =<br />
k=1<br />
=<br />
n<br />
λn,kp 2 n−1(xn,k)<br />
k=1<br />
d<br />
c<br />
p 2 n−1(x)dφ(x) = 1.<br />
Uma outra proprieda<strong>de</strong> <strong>que</strong> freqüentemente faremos uso é a do limitante para os<br />
zeros dos polinômios Qn(x).<br />
Do núcleo <strong>de</strong> Dirichlet (2.2.20), po<strong>de</strong>mos notar <strong>que</strong><br />
xK 2 n(x, xn,k) = x a2 n−1,n−1<br />
a 2 n,n<br />
p2 n(x)p2 n−1(xn,k)<br />
(x − xn,k) 2 .<br />
Assim, pela fórmula <strong>de</strong> quadratura <strong>de</strong> Gauss-Jacobi,<br />
d<br />
xK<br />
c<br />
2 n(x, xn,k)dφ(x) = a2n−1,n−1 a2 p<br />
n,n<br />
2 n p<br />
n−1(xn,k) λn,j<br />
j=1<br />
2 n(xn,j)<br />
xn,j<br />
(xn,j − xn,k)<br />
2<br />
=<br />
a<br />
λn,k<br />
2 n−1,n−1<br />
a2 p<br />
n,n<br />
2 n−1(xn,k)[p ′<br />
n(xn,k)] 2 xn,k<br />
Portanto,<br />
Por outro lado,<br />
= xn,k<br />
.<br />
λn,k<br />
xn,k = λn,k<br />
d<br />
c<br />
xK 2 n(x, xn,k)dφ(x).
d<br />
xn,k = λn,k xK<br />
c<br />
2 d n−1 <br />
n(x, xn,k)dφ(x) = λn,k x[ pj(x)pj(xn,k)]<br />
c<br />
j=0<br />
2 dφ(x)<br />
⎧<br />
d ⎨n−1<br />
<br />
= λn,k x p<br />
c ⎩<br />
j=0<br />
2 j(x)p 2 ⎫<br />
⎬<br />
j(xn,k)<br />
⎭ dφ(x)<br />
⎧<br />
⎫<br />
⎪⎨ d n−2 <br />
⎪⎬<br />
+2λn,k x (pi(x)pi(xn,k))pj(x)pj(xn,k) dφ(x)<br />
c ⎪⎩ i=0<br />
⎪⎭<br />
j=i+1<br />
Assim,<br />
Portanto,<br />
<br />
= λn,k<br />
n−1<br />
βjp<br />
j=0<br />
2 n−1 <br />
j(xn,k) + λn,k 2<br />
j=1<br />
aj−1,j−1<br />
pj−1(xn,k)pj(xn,k).<br />
aj,j<br />
|xn,k| ≤ λn,k max<br />
0≤j≤n−1 |βj|<br />
n−1 <br />
p<br />
j=0<br />
2 j(xn,k)<br />
n−1<br />
aj−1,j−1 <br />
+2λn,k max<br />
|pj−1(xn,k)pj(xn,k)|<br />
1≤j≤n−1 aj,j j=1<br />
≤ max<br />
0≤j≤n−1 |βj|<br />
aj−1,j−1<br />
+2λn,k max<br />
1≤j≤n−1 aj,j<br />
= max<br />
0≤j≤n−1 |βj|<br />
aj−1,j−1<br />
+ 2 max<br />
1≤j≤n−1 aj,j<br />
<br />
<br />
<br />
n−1 <br />
p<br />
i=0<br />
2 <br />
<br />
<br />
i (xn,k) n−1 <br />
p<br />
j=0<br />
2 j(xn,k)<br />
,<br />
|xn,k| ≤ max<br />
0≤j≤n−1 |βj| + 2 max<br />
1≤j≤n−1 α1/2<br />
j . (2.2.27)<br />
2.2.4 Comportamento Regular dos <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />
Denotemos por Nn(t) o número <strong>de</strong> inteiros k para os quais<br />
xn,n − xn,k ≥ t|xn,1 − xn,n|, 0 ≤ t ≤ 1.<br />
Definição 2.2.5 A função distribuição dos zeros, quando existe, é <strong>de</strong>finida por<br />
Nn(t)<br />
β(t) = lim , 0 ≤ t ≤ 1. (2.2.28)<br />
n→∞ n<br />
22
Em [53] e [20] mostrou-se <strong>que</strong> para uma gran<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> medidas dφ(t), β(t) existe<br />
e, além disso, é dado por<br />
β0(t) = 1<br />
2<br />
23<br />
1<br />
− arcsen(2t − 1). (2.2.29)<br />
π<br />
Neste caso, a medida dφ(t) é chamada medida arco-seno e os polinômios pn(x)<br />
têm comportamento zero regular.<br />
Em [21], Erdös e Turán consi<strong>de</strong>raram polinômios ortogonais em [−1, 1] e mostraram<br />
<strong>que</strong> se dφ(x) = w(x)dx, on<strong>de</strong> w(x) é uma função integrável não-negativa em [−1, 1], ou<br />
seja, w(x) > 0 exceto para um conjunto <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> Lebesgue nula, então dφ(x) é uma<br />
medida arco-seno. Em [53], Ullman faz uma discussão bastante completa da medida arco-<br />
seno absolutamente contínua e, em [20], Erdös e Freud estabeleceram resultados nos casos<br />
em <strong>que</strong> dφ(x) não é absolutamente contínua. Peso arco-seno com suporte não compacto foi<br />
introduzido por Erdös em [19].<br />
O caso em <strong>que</strong> o suporte da medida dφ(x) está contido em [−1, 1] e os dois pont@HZbH@@HbH
Capítulo 3<br />
<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos<br />
<strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />
3.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados<br />
Nesta seção, baseados no artigo <strong>de</strong> Van Assche [5], vamos estudar, o comportamento<br />
assintótico <strong>de</strong> polinômios ortogonais quando os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três<br />
termos, tanto os <strong>de</strong> índice par quanto os <strong>de</strong> índice ímpar, ten<strong>de</strong>m a limites finitos. A razão<br />
entre dois polinômios cujos índices diferem <strong>de</strong> uma ou duas unida<strong>de</strong>s e a função distribuição<br />
limite serão discutidas. Daremos, também, algumas aplicações dos resultados obtidos em<br />
fórmulas <strong>de</strong> quadratura.<br />
satisfazendo:<br />
Sejam, então, as seqüências {βn} ∞ n=0 e {αn} ∞ n=0 da relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12)<br />
lim<br />
n→∞ β2n = b1, lim α2n = a<br />
n→∞ 2 1,<br />
lim<br />
n→∞ β2n+1 = b2 e lim α2n+1 = a<br />
n→∞ 2 2.<br />
(3.1.1)<br />
Usando a estimativa (2.2.27) po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong> os zeros dos polinômios orto-<br />
gonais mônicos {Qn(x)} ∞ n=0 estão sempre no interior <strong>de</strong> um intervalo compacto, suponhamos<br />
[−A, A].<br />
24
3.1.1 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong><br />
e<br />
Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) facilmente obtemos <strong>que</strong><br />
Q2n+1(x) = (x − β2n)Q2n(x) − α2nQ2n−1(x) (3.1.2)<br />
Q2n+2(x) = (x − β2n+1)Q2n+1(x) − α2n+1Q2n(x). (3.1.3)<br />
Resolvendo a segunda equação para Q2n+1(x), obtemos<br />
Q2n+1(x) = Q2n+2(x) + α2n+1Q2n(x)<br />
.<br />
x − β2n+1<br />
Substituindo esta expressão em (3.1.2), temos a seguinte fórmula <strong>de</strong> recorrência<br />
envolvendo somente os polinômios <strong>de</strong> grau par<br />
<strong>de</strong> grau ímpar<br />
Q2n+2(x) =<br />
<br />
<br />
x − β2n+1<br />
(x − β2n)(x − β2n+1) − α2n+1 − α2n Q2n(x)<br />
x − β2n−1<br />
x − β2n+1<br />
−α2nα2n−1 Q2n−2(x)<br />
x − β2n−1<br />
= b2n(x)Q2n(x) − a2n(x)Q2n−2(x). (3.1.4)<br />
De modo análogo, obtemos a fórmula <strong>de</strong> recorrência <strong>que</strong> envolve apenas os polinômios<br />
Q2n+3(x) =<br />
<br />
(x − β2n+1)(x − β2n+2) − α2n+2 − α2n+1<br />
<br />
x − β2n+2<br />
Q2n+1(x)<br />
x − β2n<br />
=<br />
x − β2n+2<br />
−α2n+1α2n Q2n−1(x)<br />
x − β2n<br />
b2n+1(x)Q2n+1(x) − a2n+1(x)Q2n−1(x). (3.1.5)<br />
Essas fórmulas <strong>de</strong> recorrência modificadas serão muito úteis no estudo do compor-<br />
tamento assintótico dos polinômios {Qn(x)} ∞ n=0 quando n ten<strong>de</strong> para infinito.<br />
e<br />
Sejam X1 o conjunto dos pontos <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong><br />
{xn,i : i = 1, 2, · · · , n; n = 1, 2, · · ·}<br />
X2 := {x ∈ IR : Qn(x) = 0 para infinitos valores <strong>de</strong> n}.<br />
25
Um elemento <strong>de</strong> X2 não é necessariamente um ponto <strong>de</strong> acumulação do conjunto<br />
{xn,i}. Se tomarmos uma função peso em [−β, −α] ∪ [α, β] (0 < α < β) <strong>que</strong> é simétrica com<br />
relação à origem, este ponto pertencerá a X2, pois todo polinômio ortogonal <strong>de</strong> grau ímpar<br />
com relação a uma distribuição simétrica se anula na origem. Mas, não se po<strong>de</strong> encontrar<br />
uma seqüência <strong>de</strong> zeros (exceto para a seqüência constante zero) <strong>que</strong> converge para zero. Já<br />
os polinômios <strong>de</strong> grau par não se anulam em (−α, α) pois, se existir um zero neste intervalo,<br />
pela simetria, existirá também um segundo zero, o <strong>que</strong> é impossível (polinômios ortogonais<br />
po<strong>de</strong>m ter no máximo um zero num intervalo on<strong>de</strong> a função distribuição é constante). Pela<br />
mesma razão, a origem será o único zero em (−α, α) para os polinômios <strong>de</strong> grau ímpar.<br />
Assim, se a distribuição dφ(x) for simétrica, zero é raiz <strong>de</strong> infinitos polinômios <strong>de</strong> grau<br />
ímpar, ou seja, 0 ∈ X2.<br />
Deste fato, po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong> supp(dφ) ⊂ X1 ∪ X2, on<strong>de</strong> o suporte <strong>de</strong> dφ, como<br />
<strong>de</strong>finido em (1.2), é o espectro da função distribuição φ(x) e o espectro não é necessariamente<br />
X1∪X2, como se po<strong>de</strong> ver da observação anterior, pois se 0 ∈ X2, 0 /∈ supp(dφ) nas condições<br />
citadas anteriormente.<br />
Denotaremos por fn(x) ∼ g(x), quando a razão fn(x)/g(x) ten<strong>de</strong> para um. A esfera<br />
<strong>de</strong> Riemann, CI ∪ {∞}, será <strong>de</strong>notada por CI e consi<strong>de</strong>remos<br />
ZN := {xn,i : i = 1, 2, · · · , n; n ≥ N}.<br />
Teorema 3.1.1 Se os coeficientes da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) satisfazem (3.1.1),<br />
então, quando n → ∞,<br />
Qn(z)<br />
Qn−2(z)<br />
∼ Q(z) =<br />
1 <br />
(z − b1)(z − b2) − (a<br />
2<br />
2 1 + a 2 2)<br />
<br />
+ [(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ X1 ∪ X2.<br />
<br />
26<br />
(3.1.6)<br />
Demonstração: Sabemos <strong>que</strong> os zeros <strong>de</strong> {Qn(x)} ∞ n=0 estão todos no interior do intervalo<br />
compacto [−A, A]. Assim, a razão Qn(z)/Qn−2(z) é analítica em CI \[−A, A] para todo n ≥ 2.<br />
Se K é um conjunto compacto em CI \ X1 ∪ X2, então K po<strong>de</strong> ter no máximo um número<br />
finito <strong>de</strong> zeros <strong>de</strong> {Qn(x)} ∞ n=0 e cada um <strong>de</strong>les é zero <strong>de</strong> um número finito <strong>de</strong> polinômios.
Isto significa <strong>que</strong> existe um inteiro N tal <strong>que</strong>, para n ≥ N, as razões Qn(z)/Qn−2(z) são<br />
analíticas em K.<br />
Seja<br />
ɛ = inf {|z − x| : z ∈ K, x ∈ (X1 ∪ X2) ∩ ZN}<br />
<strong>que</strong> é uma quantida<strong>de</strong> estritamente positiva, pois K (<strong>que</strong> é um conjunto compacto) e o<br />
conjunto ( X1 ∪ X2) ∩ ZN são disjuntos.<br />
Pelo Teorema 2.2.12, para z ∈ K e n ≥ N<br />
<br />
<br />
Qn−2(z)<br />
<br />
1<br />
≤ .<br />
Qn(z) ɛ2 Assim, a razão Qn−2(z)/Qn(z) é uniformemente limitada em todo subconjunto com-<br />
pacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />
O próximo passo é mostrar <strong>que</strong> esta razão converge quando z ∈ [A, ∞) e, como<br />
este conjunto tem um ponto limite, po<strong>de</strong>mos usar o Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitaly 2.1.4 para<br />
concluir a convergência uniforme em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />
Tomemos, então, z ∈ [A, ∞) (ou seja, z real). Por hipótese, os coeficientes das<br />
fórmulas <strong>de</strong> recorrência (3.1.4) e (3.1.5) convergem quando n → ∞. A convergência das<br />
razões Q2n+2(z)/Q2n(z) e Q2n+1(z)/Q2n−1(z) segue do fato <strong>de</strong> <strong>que</strong> a seqüência<br />
z − β2n+1<br />
fn(z) = α2nα2n−1<br />
z − β2n−1<br />
<br />
−1 z − β2n<br />
× (z − β2n)(z − β2n+1) − α2n+1 − α2n<br />
z − β2n+1<br />
<br />
−1 z − β2n−1<br />
× (z − β2n−2)(z − β2n−1) − α2n−1 − α2n−2<br />
z − β2n−3<br />
é uma seqüência enca<strong>de</strong>ada com seqüência <strong>de</strong> parâmetros (minimal) dada por<br />
gn(z) = 1 − Q2n+2(z)<br />
Q2n(z)<br />
<br />
−1 z − β2n+1<br />
(z − β2n)(z − β2n+1) − α2n+1 − α2n<br />
.<br />
z − α2n−1<br />
Isto significa <strong>que</strong> fn(z) = gn(z)[1−gn−1(z)] e como, para z ∈ [A, ∞), fn(z) converge,<br />
pelo Teorema 2.1.7, gn(z) também convergirá.<br />
Para <strong>de</strong>terminar este limite dividimos a equação (3.1.4) por Q2n(z) e a equação<br />
(3.1.5) por Q2n+1(z). Daí,<br />
Q2n+2(z)<br />
Q2n(z) =<br />
<br />
<br />
x − β2n+1<br />
(z − β2n)(z − β2n+1) − α2n+1 − α2n<br />
x − β2n−1<br />
27<br />
z − β2n+1 Q2n−2(z)<br />
− α2nα2n−1<br />
z − β2n−1 Q2n(z)
e<br />
Q2n+3(z)<br />
Q2n+1(z) =<br />
Fazendo n → ∞, obtemos<br />
<br />
(z − β2n+1)(z − β2n+2) − α2n+2 − α2n+1<br />
z − β2n+2 Q2n−1(z)<br />
−α2n+1α2n<br />
z − β2n Q2n+1(z) .<br />
Q(z) = {(z − b1)(z − b2) − (a 2 1 + a 2 2)} − a2 1a 2 2<br />
Q(z) .<br />
Resolvendo esta equação, chegamos <strong>que</strong><br />
Q(z) = 1 <br />
(z − b1)(z − b2) − (a<br />
2<br />
2 1 + a 2 2)<br />
<br />
± [(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 <br />
2 .<br />
<br />
z − β2n+2<br />
z − β2n<br />
Como, para todo n, Qn(z)/Qn−2(z) → ∞ quando z → ∞, <strong>de</strong>vemos escolher o sinal<br />
positivo. Assim, Q(z) → ∞ quando z → ∞.<br />
A relação assintótica (3.1.6) não vale em X1 ∪ X2 pois, neste conjunto, a razão<br />
Qn(z)<br />
não é limitada. Em particular, a relação assintótica não vale sobre o espectro<br />
Qn−2(z)<br />
supp(dφ). Portanto, em X2 po<strong>de</strong>mos encontrar uma subseqüência para a qual o resultado<br />
assintótico vale.<br />
Corolário 3.1.2 Suponhamos <strong>que</strong> as condições (3.1.1) sejam satisfeitas. Então, quando<br />
n → ∞,<br />
e<br />
28<br />
(i) Q2n(z)<br />
Q2n−1(z) ∼ Q(z) + a21 , (3.1.7)<br />
z − b1<br />
(ii) Q2n+1(z)<br />
Q2n(z) ∼ Q(z) + a22 z − b2<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />
Demonstração: Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) obtemos facilmente <strong>que</strong><br />
Q2n+1(z)<br />
Q2n−1(z)<br />
Q2n(z)<br />
= (z − β2n) − α2n.<br />
Q2n−1(z)<br />
(3.1.8)<br />
Como, do teorema anterior, o lado es<strong>que</strong>rdo converge uniformemente em todo sub-<br />
conjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2), (3.1.7) segue imediatamente fazendo n → ∞. Analoga-<br />
mente, <strong>de</strong>monstramos (3.1.8).
Teorema 3.1.3 Sob as condições (3.1.1) temos <strong>que</strong>, para n → ∞,<br />
1 Q<br />
n<br />
′<br />
n(z)<br />
Qn(z) ∼<br />
z − (b1 + b2)/2<br />
<br />
[(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />
29<br />
(3.1.9)<br />
Demonstração: Como a seqüência Qn(z)/Qn−2(z) converge para Q(z) uniformemente em<br />
todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2), pelo Teorema 2.1.2, a seqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadas<br />
(Qn(z)/Qn−2(z)) ′<br />
convergirá para Q ′<br />
(z) uniformemente em subconjuntos compactos <strong>de</strong><br />
CI \ (X1 ∪ X2). Tomando-se, então, a <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> (3.1.6), temos <strong>que</strong><br />
(Qn(z)/Qn−2(z)) ′<br />
(Qn(z)/Qn−2(z))<br />
Q′<br />
=<br />
n(z)<br />
Qn(z)<br />
Q′<br />
−<br />
n−2(z)<br />
Qn−2(z)<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />
Q′ (z)<br />
∼<br />
Q(z)<br />
Agora, seja K um conjunto compacto em CI \ (X1 ∪ X2) e N tal <strong>que</strong> Qn(z) não tem<br />
zeros em K para n ≥ 2N − 2. Po<strong>de</strong>mos, então, escrever<br />
1 Q<br />
2n<br />
′<br />
2n(z)<br />
Q2n(z)<br />
=<br />
′<br />
<br />
N−1<br />
1 Q 2j(z) Q′<br />
−<br />
2j−2(z)<br />
+<br />
2n j=1 Q2j(z) Q2j−2(z)<br />
1<br />
=<br />
n<br />
′<br />
<br />
Q 2j(z) Q′<br />
−<br />
2j−2(z)<br />
2n j=N Q2j(z) Q2j−2(z)<br />
1<br />
n<br />
′<br />
<br />
Q 2j(z) Q′<br />
−<br />
2j−2(z)<br />
+<br />
2n Q2j(z) Q2j−2(z)<br />
1<br />
′ <br />
Q 2N−2(z)<br />
. (3.1.10)<br />
2n Q2N−2(z)<br />
j=N<br />
Pelo Lema <strong>de</strong> Cesàro 2.1.5, concluímos <strong>que</strong><br />
1 Q<br />
2n<br />
′<br />
2n(z)<br />
Q2n(z)<br />
1 Q<br />
∼<br />
2<br />
′<br />
(z)<br />
Q(z)<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />
Um raciocínio análogo garante o resultado para os índices ímpares. Calculando,<br />
então, explicitamente Q′ (z)<br />
, chegamos ao resultado <strong>de</strong>sejado.<br />
Q(z)<br />
Observe <strong>que</strong> ambos os comportamentos assintóticos das razões Qn(z)/Qn−1(z) e<br />
Q ′<br />
n(z)/Qn(z) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m somente dos limites das seqüências {βn} ∞ n=0 e {αn} ∞ n=0 e não <strong>de</strong>las<br />
mesmas. Assim, diz-se <strong>que</strong> essas funções têm comportamentos assintóticos invariantes.<br />
3.1.2 Fórmulas <strong>de</strong> Quadratura Invariantes<br />
Daremos, agora, algumas aplicações <strong>de</strong> resultados da seção anterior. Usaremos o<br />
conceito <strong>de</strong> convergência fraca para este objetivo.
Definição 3.1.1 Uma seqüência <strong>de</strong> funções distribuições Fn(x) converge fracamente para<br />
uma função distribuição F (x) (Fn(x) ⇒ F (x)) se, para toda função f(x) contínua e limi-<br />
tada,<br />
∞<br />
∞<br />
f(x)dFn(x) → f(x)dF (x). (3.1.11)<br />
−∞<br />
−∞<br />
O Teorema <strong>de</strong> Grommer-Hamburger 2.1.6 nos garante <strong>que</strong> para (3.1.11) ser válido,<br />
basta mostrarmos <strong>que</strong> S(Fn(x); z) converge para S(F (x); z), uniformemente em todo sub-<br />
conjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR.<br />
Para o objetivo aqui proposto, <strong>que</strong> é o <strong>de</strong> se obter a fórmula <strong>de</strong> quadratura, neces-<br />
sitaremos do uso das transformadas <strong>de</strong> Stieltjes das seguintes funções distribuições:<br />
F (x; δ, β) = 1<br />
x<br />
π<br />
G(x; δ, β, γ) = 2<br />
π<br />
×<br />
|t|<br />
30<br />
√<br />
−∞ β2 − t2 √ t2 − δ2 IB(t)dt. (3.1.12)<br />
[(δ2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ2 ) 1/2 ] 2<br />
(β2 − δ2 ) 2<br />
√<br />
x β2 − t2 √ t2 − δ2 −∞<br />
|t − γ|<br />
×<br />
IB(t)dt, (3.1.13)<br />
on<strong>de</strong> |γ| ≤ δ < β e IB(t) é a função indicadora do conjunto B = [−β, −δ] ∪ [δ, β], isto é,<br />
⎧<br />
⎪⎨ 0, t /∈ B<br />
IB(t) =<br />
⎪⎩ 1, t ∈ B.<br />
e<br />
Então,<br />
para x ∈ B.<br />
dF (x; δ, β) = 1<br />
π<br />
|x|<br />
√<br />
β2 − x2 √ x2 dx<br />
− δ2 dG(x; δ, β, γ) = 2 [(δ<br />
π<br />
2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ2 ) 1/2 ] 2<br />
(β2 − δ2 ) 2<br />
√<br />
β2 − x2 √ x2 − δ2 dx,<br />
|x − γ|<br />
Lema 3.1.4 Seja z ∈ CI \ [−β, −δ] ∪ [δ, β]. Então,<br />
(i) S(F (x; δ, β); z) =<br />
(ii) S(G(x; δ, β, γ); z) =<br />
z<br />
√ z 2 − δ 2 √ z 2 − β 2 e (3.1.14)<br />
2(z + γ)<br />
z2 − γ2 − [(δ2 − γ2 )(β2 − γ2 )] 1/2 + √ z2 − δ2√z 2 . (3.1.15)<br />
− β2 As raízes quadradas √ z 2 − δ 2 e √ z 2 − β 2 são escolhidas <strong>de</strong> modo <strong>que</strong> z 2 /( √ z 2 − δ 2√ z 2 − β 2 )<br />
é analítica em CI \ [−β, −δ] ∪ [δ, β] e ten<strong>de</strong> para um quando z ten<strong>de</strong> para infinito.
Demonstração: A partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> transformada <strong>de</strong> Stieltjes, temos <strong>que</strong><br />
chegamos <strong>que</strong><br />
S(F (x; δ, β); z) = 1<br />
−δ<br />
π −β<br />
+ 1<br />
β<br />
π δ<br />
1<br />
z − x<br />
1<br />
z − x<br />
|x|<br />
√<br />
β2 − x2 √ x2 dx<br />
− δ2 |x|<br />
√<br />
β2 − x2 √ x2 dx.<br />
− δ2 Fazendo x = −t na primeira integral e, em seguida, t = x, obtemos<br />
S(F (x; δ, β); z) = 1<br />
β<br />
π δ<br />
+ 1<br />
π δ<br />
1<br />
z + x<br />
1<br />
z − x<br />
β<br />
|x|<br />
√<br />
β2 − x2 √ x2 dx<br />
− δ2 |x|<br />
√<br />
β2 − x2 √ x2 dx.<br />
− δ2 Usando a mudança <strong>de</strong> variáveis y = x 2 e, em seguida, y = (β2 − δ 2 )<br />
S(F (x; δ, β); z) =<br />
De (2.2.23) e (2.2.24) sabemos <strong>que</strong><br />
on<strong>de</strong> F C(u) é o limite da fração contínua<br />
2z<br />
(β2 − δ2 1 1<br />
)π −1 2z2 − β2 − δ2 β2 − δ2 1 1<br />
dφ(t) = F C(u),<br />
−1 u − t<br />
α1<br />
− t<br />
α2<br />
u − β1 −<br />
α3<br />
u − β2 −<br />
α4<br />
u − β3 −<br />
u − β4 − . ,<br />
..<br />
2<br />
dt<br />
√ 1 − t 2 .<br />
31<br />
t + (β2 + δ2 )<br />
,<br />
2<br />
e αi, βi, i = 1, 2, · · · , são os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos dos<br />
polinômios ortogonais com relação a dφ(x).<br />
Mas, da fórmula <strong>de</strong> recorrência para os polinômios <strong>de</strong> Tchebyshev <strong>de</strong> primeira espécie<br />
mônicos, sabemos <strong>que</strong> α1 = π, α2 = 1/2, α3 = α4 = · · · = 1/4 e βi = 0 para i = 1, 2, · · · .<br />
dt<br />
π<br />
Assim, para dφ(t) = √ , F C(u) =<br />
1 − t2 u − 1/2<br />
, on<strong>de</strong> L(u) = u −<br />
L(u)<br />
1/4<br />
L(u) .<br />
Logo, [L(u)] 2 − uL(u) + 1/4 = 0. Daí,<br />
L(u) = u ± √ u 2 − 1<br />
2<br />
e F C(u) =<br />
π<br />
√ u 2 − 1 ,
pois F C(u) u→∞<br />
−→ 0.<br />
Portanto, para u = 2z2 − β2 − δ2 β2 − δ2 ,<br />
Daí,<br />
• Seja γ = 0.<br />
F C(u) =<br />
S(F (x; δ, β); z) =<br />
π(β2 − δ2 )/2<br />
<br />
(u2 − β2 )(u2 − δ2 ) .<br />
z<br />
√<br />
z2 − β2 √ z2 .<br />
− δ2 Para a distribuição G(x; δ, β, γ), consi<strong>de</strong>remos dois casos:<br />
De maneira análoga à feita para a distribuição F (x; δ, β),<br />
S(G(x; δ, β, 0); z) = 2<br />
π<br />
(δ + β) 2<br />
(β2 − δ2 ) 2<br />
(β2 − δ2 )<br />
2z<br />
1 1<br />
−<br />
−1 β2 + δ2 δ2 − t<br />
− β2 ⎧<br />
⎪⎨ 1<br />
⎪⎩<br />
−1<br />
√ ⎪⎬<br />
1 − t2dt .<br />
⎪⎭<br />
1<br />
2z 2 − β 2 − δ 2<br />
⎫<br />
β 2 − δ 2<br />
− t<br />
√ 1 − t 2 dt<br />
Como, neste caso, a função peso é a <strong>de</strong> Tchebyshev <strong>de</strong> segunda espécie, a fração<br />
contínua F C(u) é dada por F C(u) = π(u − √ u 2 − 1).<br />
Assim, a primeira integral entre as chaves é igual a<br />
e, a segunda, igual a<br />
π<br />
√<br />
2 2 2 2z − (β + δ ) − 2 z2 − β2 √ z2 − δ2 <br />
−π<br />
β 2 − δ 2<br />
<br />
2 2 β + δ − 2δβ<br />
β 2 − δ 2<br />
Logo, substituindo os resultados acima na transformada <strong>de</strong> Stieltjes da distribuição<br />
G(x; δ, β, 0) obtida anteriormente e multiplicando-a e dividindo-a por z 2 −δβ+ √ z 2 − β 2√ z 2 − δ 2 ,<br />
chegamos ao resultado <strong>de</strong>sejado para γ = 0.<br />
• Para γ = 0, <strong>de</strong> maneira análoga à feita anteriormente, chegamos <strong>que</strong><br />
.<br />
32
S(G(x; δ, β, γ); z) = 2 [(δ<br />
π<br />
2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ1/2 )] 2<br />
(β2 − δ2 ) 2<br />
(z + γ)(β2 − δ2 )<br />
2(z2 − γ2 )<br />
⎧<br />
⎪⎨ 1<br />
×<br />
⎪⎩<br />
−1<br />
1<br />
2z 2 − β 2 − δ 2<br />
β 2 − δ 2<br />
1 1<br />
−<br />
−1 β2 + δ2 − 2γ2 δ2 − β2 − t<br />
√ 1 − t 2 dt<br />
⎫<br />
√ ⎪⎬<br />
1 − t2dt .<br />
− t<br />
⎪⎭<br />
Logo, por (2.2.23) e (2.2.24), o valor da primeira integral é<br />
e, o da segunda, é<br />
Daí,<br />
π(u − √ u 2 − 1), com u = 2z2 − β 2 − δ 2<br />
β 2 − δ 2<br />
π(v − √ v 2 − 1), on<strong>de</strong> v = β2 + δ 2 − 2γ 2<br />
S(G(x; δ, β, γ); z) = 2 [(δ<br />
π<br />
2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ1/2 )] 2<br />
(β2 − δ2 ) 2<br />
×π<br />
<br />
z 2 − γ 2 −<br />
<br />
δ 2 − γ 2<br />
δ 2 − β 2<br />
.<br />
(z + γ)(β2 − δ2 )<br />
2(z2 − γ2 )<br />
<br />
β2 − γ2 <br />
− z2 − β2√z 2 − δ2 <br />
Multiplicando-se e dividindo-se esta expressão por z 2 − γ 2 − √ δ 2 − γ 2√ β 2 − γ 2 +<br />
√ z 2 − β 2 √ z 2 − δ 2 , obtemos o resultado <strong>de</strong>sejado.<br />
Tomemos, agora,<br />
b(1) = min{b1, b2}, b(2) = max{b1, b2}<br />
a(1) = min{a1, a2} e a(2) = max{a1, a2}.<br />
Teorema 3.1.5 Sejam {pn(x)} ∞ n=0 um sistema <strong>de</strong> polinômios ortonormais <strong>que</strong> satisfazem<br />
(3.1.1) e {λn,j} n j=1 seus números <strong>de</strong> Christoffel. Então, para toda função contínua f(x),<br />
(i)<br />
2n<br />
λ2n,jp<br />
j=1<br />
2 2n−1(x2n,j)f(x2n,j) → a2 (1)<br />
a2 ∞<br />
1 −∞<br />
f(x)dG<br />
+ a21 − a2 (1)<br />
a2 f(b2),<br />
1<br />
<br />
x − b1<br />
<br />
+ b2<br />
; δ, β, −γ<br />
2<br />
33
(ii)<br />
e<br />
(iii)<br />
on<strong>de</strong><br />
2n+1 <br />
λ2n,jp<br />
j=1<br />
2 2n(x2n+1,j)f(x2n+1,j) → a2 (1)<br />
a2 <br />
∞<br />
f(x)dG x −<br />
2 −∞<br />
b1<br />
<br />
+ b2<br />
; δ, β, γ<br />
2<br />
+ a22 − a2 (1)<br />
a2 f(b1)<br />
2<br />
1<br />
n<br />
<br />
∞<br />
f(xn,j) → f(x)dF x −<br />
n j=1<br />
−∞<br />
b1<br />
<br />
+ b2<br />
; δ, β ,<br />
2<br />
δ 2 =<br />
2 b1 − b2<br />
+ (a1 − a2) 2 , β2 2 b1 − b2<br />
=<br />
2<br />
2<br />
+ (a1 + a2) 2 , γ = b1 − b2<br />
2<br />
34<br />
(3.1.16)<br />
e as funções F (x; δ, β) e G(x; δ, β, γ) são as <strong>de</strong>finidas em (3.1.12) e (3.1.13), respectivamente.<br />
Demonstração: (i) Sabemos, <strong>de</strong> (2.2.15) e <strong>de</strong><br />
<strong>que</strong><br />
λn,k = an,n<br />
an−1,n−1<br />
Qn−1(z)<br />
Qn(z) =<br />
1<br />
p ′<br />
n(xn,k)pn−1(xn,k) ,<br />
n<br />
j=1<br />
λn,jp2 n−1(xn,j)<br />
. (3.1.17)<br />
z − xn,j<br />
Seja Gn(x) uma distribuição discreta <strong>que</strong> dá saltos nos zeros xn,j, j = 1, · · · , n, <strong>de</strong><br />
pn(x) <strong>de</strong>finida por<br />
on<strong>de</strong><br />
Gn(x) =<br />
n<br />
λn,jp 2 n−1(xn,j)U(x − xn,j), (3.1.18)<br />
j=1<br />
⎧<br />
⎪⎨ 1, x ≥ 0,<br />
U(x) =<br />
⎪⎩ 0, x < 0.<br />
Assim, <strong>de</strong> (3.1.17), a transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> Gn(x) é dada por<br />
∞ 1<br />
S(Gn(x); z) =<br />
−∞ z − x dGn(x) =<br />
Pelo corolário 3.1.2,<br />
n<br />
j=1<br />
S(G2n(x); z) = Q2n−1(z)<br />
Q2n(z)<br />
λn,jp 2 n−1(xn,j)<br />
z − xn,j<br />
(3.1.19)<br />
= Qn−1(z)<br />
. (3.1.20)<br />
Qn(z)<br />
z − b1<br />
→<br />
a2 , (3.1.21)<br />
1 + Q(z)
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR quando n → ∞. Mas, <strong>de</strong> (3.1.6),<br />
A =<br />
z − b1<br />
a 2 1 + Q(z) =<br />
2(z − b1)<br />
(z − b1)(z − b2) − (a2 2 − a2 <br />
1) + [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 .<br />
2<br />
Multiplicando-se e dividindo-se essa última razão por 2a 2 1(z − b2), obtemos<br />
A = (z − b1)(z − b2) + (−a2 2 + a2 <br />
1) − [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
2a2 .<br />
1(z − b2)<br />
Assim,<br />
• se a1 ≥ a2<br />
A = (z − b1)(z − b2) − |a 2 1 − a 2 2| −<br />
+ |a2 1 − a 2 2| − (a 2 2 − a 2 1)<br />
2a 2 1(z − b2)<br />
<br />
[(z − b1)(z − b2) − (a 2 2 + a 2 1)] 2 − 4a 2 1a 2 2<br />
2a 2 1(z − b2)<br />
Multiplicando-se e dividindo-se a primeira expressão do segundo membro pelo con-<br />
jugado do numerador, isto é, por<br />
obtemos<br />
(z − b1)(z − b2) − |a 2 1 − a 2 2| +<br />
A = a2 2<br />
a 2 1<br />
<br />
[(z − b1)(z − b2) − (a 2 2 + a 2 1)] 2 − 4a 2 1a 2 2,<br />
2(z − b1)<br />
(z − b1)(z − b2) − |a2 1 − a2 <br />
2| + [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
+ |a21 − a2 2| − (a2 2 − a2 1)<br />
2a2 .<br />
1(z − b2)<br />
• se a1 < a2<br />
A = (z − b1)(z − b2) + (−a2 2 + a2 <br />
1) − [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
2a2 =<br />
1(z − b2)<br />
(z − b1)(z − b2) − |a2 1 − a2 <br />
2| − [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
2a2 1(z − b2)<br />
= a21 a2 2(z − b1)<br />
1 (z − b1)(z − b2) − |a2 1 − a2 <br />
2| + [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 ,<br />
2<br />
após multiplicar e dividir a segunda razão pelo conjugado do numerador. Como a1 < a2<br />
|a 2 1 − a 2 2| − (a 2 2 − a 2 1)<br />
2a 2 1(z − b2)<br />
= 0.<br />
35
Logo, po<strong>de</strong>mos somar este termo nulo à igualda<strong>de</strong> acima.<br />
Portanto,<br />
S(G2n(x); z) → a2 (1)<br />
a2 S<br />
1<br />
o <strong>que</strong> conclui parte do teorema.<br />
<br />
G x − b1<br />
<br />
+ b2<br />
; δ, β, −γ ; z<br />
2<br />
+ a21 − a2 (1)<br />
a2 S (U(x − b2); z) ,<br />
1<br />
Como convergência fraca é equivalente a (3.1.11) temos o resultado dado em (i).<br />
O resultado em (ii) segue ao substituirmos (b1, a1) por (b2, a2).<br />
(iii) Sabemos, <strong>de</strong> (2.2.16), <strong>que</strong><br />
Q ′<br />
n(z)<br />
Qn(z) =<br />
n 1<br />
.<br />
z − xn,j<br />
j=1<br />
Agora, consi<strong>de</strong>remos a função distribuição discreta<br />
36<br />
Fn(x) = 1<br />
n<br />
U(x − xn,j). (3.1.22)<br />
n j=1<br />
Logo, nFn(x) é igual ao número <strong>de</strong> zeros <strong>de</strong> Qn(x) <strong>que</strong> são menores ou iguais a x.<br />
A transformada <strong>de</strong> Stieltjes é, então, dada por<br />
S(Fn(x); z) = 1<br />
n 1<br />
=<br />
n j=1z<br />
− xn,j<br />
1 Q<br />
n<br />
′<br />
n(z)<br />
Qn(z) .<br />
Assim, <strong>de</strong> (3.1.9) e (3.1.14), po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong><br />
z − (b1 + b2)/2<br />
S(Fn(x); z) → <br />
[(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 2<br />
<br />
= S F x − (b1<br />
<br />
+ b2)<br />
; δ, β ; z ,<br />
2<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR.<br />
Portanto, Fn(x) ⇒ F (x − (b1 + b2)/2; δ, β) e, <strong>de</strong> (3.1.11), obtemos o item (iii).<br />
3.1.3 Casos Especiais<br />
(3.1.23)<br />
Consi<strong>de</strong>remos, agora, alguns casos especiais dos teoremas prece<strong>de</strong>ntes. O caso mais<br />
importante é quando b1 = b2 = b e a1 = a2 = a > 0. Neste caso, as funções F e G do<br />
Teorema 3.1.5 têm a forma<br />
F (x − b; 0, 2a) = 1<br />
x<br />
π<br />
−∞<br />
1<br />
<br />
4a2 I[b−2a,b+2a](t)dt,<br />
− (t − b) 2
G(x − b; 0, 2a, 0) = 1<br />
2a2 x <br />
4a<br />
π −∞<br />
2 − (t − b) 2I[b−2a,b+2a](t)dt, <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m ser obtidas simplesmente substituindo-se os valores dados acima e usando-se a<br />
transformação t = z − b e, em seguida, fazendo-se z = t.<br />
Os resultados anteriores po<strong>de</strong>m, então, ser dados da seguinte forma: do Teorema<br />
3.1.5, concluímos <strong>que</strong><br />
Teorema 3.1.6 Suponha <strong>que</strong> as condições (3.1.1) sejam válidas com b1 = b2 = b e a1 =<br />
a2 = a > 0. Então, para toda função contínua f(x),<br />
e<br />
(i) ≡ (ii)<br />
(iii)<br />
n<br />
λn,jp<br />
j=1<br />
2 n−1(xn,j)f(xn,j) → 1<br />
2πa2 b+2a <br />
f(x) 4a<br />
b−2a<br />
2 − (x − b) 2dx 1<br />
n<br />
f(xn,j) →<br />
n j=1<br />
1<br />
b+2a<br />
1<br />
f(x) <br />
π b−2a 4a2 dx.<br />
− (t − b) 2<br />
Uma conseqüência imediata do Corolário 3.1.2 é o seguinte<br />
Teorema 3.1.7 Supondo <strong>que</strong> as restrições (3.1.1) sejam válidas com b1 = b2 = b e a1 =<br />
a2 = a > 0, seja z ∈ CI \ X1 ∪ X2. Então,<br />
Qn(z)<br />
lim<br />
n→∞Qn+1(z)<br />
=<br />
(z − b) +<br />
2<br />
<br />
(z − b) 2 .<br />
− 4a2 Já, do Teorema 3.1.3, obtemos o seguinte resultado<br />
Teorema 3.1.8 Sob as mesmas condições iniciais do teorema anterior, temos <strong>que</strong><br />
Q<br />
lim<br />
′<br />
n(z)<br />
nQn(z) =<br />
n→∞<br />
1<br />
<br />
(z − b) 2 .<br />
− 4a2 Outro caso importante é quando apenas a1 = a2 = a > 0. Para este caso, Chihara<br />
[9, 12] <strong>de</strong>monstrou <strong>que</strong> os zeros são <strong>de</strong>nsos no conjunto<br />
⎡<br />
⎢<br />
⎣ b1 + b2<br />
2 −<br />
⎧<br />
<br />
⎨<br />
2<br />
b1 − b2<br />
+ 4a<br />
⎩ 2<br />
2<br />
⎫ ⎤ ⎡<br />
1/2<br />
⎬<br />
⎥ ⎢<br />
, b(1) ⎦ ∪ ⎣b(2),<br />
⎭<br />
b1 + b2<br />
2 +<br />
⎧<br />
<br />
⎨<br />
2<br />
b1 − b2<br />
+ 4a<br />
⎩ 2<br />
2<br />
⎫1/2<br />
⎬<br />
⎭<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
37
<strong>que</strong> é justamente o conjunto sobre o qual a função distribuição limite F (x−(b1 +b2)/2; 1<br />
2 |b1 −<br />
b2|, {(b1 − b2)/2 + 4b 2 } 1/2 ) está concentrada. O resultado do Teorema 3.1.5 − (iii), portanto,<br />
é mais forte do <strong>que</strong> o resultado <strong>de</strong> Chihara, pois indica como a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos zeros está<br />
distribuida no conjunto mencionado acima.<br />
teorema abaixo.<br />
Daremos especial atenção ao caso em <strong>que</strong> a1 ou a2 é igual a zero, formulado no<br />
Teorema 3.1.9 Suponhamos <strong>que</strong> as condições (3.1.1) sejam satisfeitas e <strong>que</strong> a(1) = 0.<br />
Então, para toda função contínua f(x),<br />
2n<br />
(i) λ2n,jp<br />
j=1<br />
2 ⎧<br />
f(b2), se a2 = 0,<br />
<br />
⎪⎨ 1 b2 − b1 b1 + b2<br />
2n−1(x2n,j)f(x2n,j) →<br />
+ β f + β<br />
2β 2<br />
2 (3.1.24)<br />
<br />
b1 − b2 b1 + b2<br />
⎪⎩ + + β f − β , se a1 = 0,<br />
2<br />
2<br />
2n+1 <br />
(ii)<br />
(iii)<br />
j=1<br />
λ2n+1,jp 2 2n(x2n+1,j)f(x2n+1,j)<br />
⎧<br />
f(b1), se a1 = 0,<br />
<br />
⎪⎨ 1 b1 − b2 b1 + (3.1.25)<br />
b2<br />
→<br />
+ β f + β<br />
2β<br />
2 2 <br />
b2 − b1 b1 + b2<br />
⎪⎩ + + β f − β , se a2 = 0,<br />
2<br />
2<br />
1<br />
n<br />
f(xn,j) →<br />
n j=1<br />
1<br />
<br />
b1 + b2<br />
b1 + b2<br />
f + β + f − β , (3.1.26)<br />
2 2 2<br />
on<strong>de</strong> β 2 = ((b1 − b2)/2) 2 + a 2 (2) .<br />
Demonstração: Como a1 = 0 ou a2 = 0, as relações (3.1.7) e (3.1.8), neste caso, são dadas<br />
por<br />
Q2n(z)<br />
Q2n−1(z) →<br />
Q2n+1(z)<br />
Q2n(z) →<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
⎪⎩<br />
z − b2 − a22 ,<br />
z − b1<br />
se a1 = 0,<br />
z − b2, se a2 = 0,<br />
z − b1 − a2 1<br />
z − b2<br />
, se a2 = 0,<br />
z − b1, se a1 = 0,<br />
38<br />
(3.1.27)
espectivamente, enquanto <strong>que</strong> (3.1.9) torna-se<br />
1 Q<br />
n<br />
′<br />
n(z)<br />
Qn(z) →<br />
<br />
z − b1 + b2<br />
2<br />
39<br />
<br />
<br />
(z − b1)(z − b2) − a 2 <br />
(2) . (3.1.28)<br />
De (3.1.20), temos <strong>que</strong> a transformada <strong>de</strong> Stieltjes da função Gn(x) em (3.1.18)<br />
satisfaz, uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR,<br />
isto é,<br />
Logo, <strong>de</strong> (3.1.27), obtemos<br />
S(Gn(x); z) = Qn−1(z)<br />
Qn(z) .<br />
⎧<br />
1<br />
⎪⎨ , se a2 = 0,<br />
z − b2<br />
S(G2n(x); z) → <br />
1 (b2 − b1)/2 + β<br />
⎪⎩<br />
2β z − (b1 + b2)/2 − β + (b1<br />
<br />
− b2)/2 + β<br />
, se a1 = 0.<br />
z − (b1 + b2)/2 + β<br />
Substituindo (b1, a1) por (b2, a2) obtemos um resultado análogo para S(G2n+1(x); z),<br />
⎧<br />
1<br />
⎪⎨ , se a1 = 0,<br />
z − b1<br />
S(G2n+1(x); z) → <br />
1 (b1 − b2)/2 + β<br />
⎪⎩<br />
2β z − (b1 + b2)/2 − β + (b2<br />
<br />
− b1)/2 + β<br />
, se a2 = 0.<br />
z − (b1 + b2)/2 + β<br />
Desses assintóticos, (i) e (ii) são imediatos. As transformadas <strong>de</strong> Stieltjes das funções<br />
Fn(x) em (3.1.22) têm o seguinte comportamento<br />
S(Fn(x); z) → 1<br />
<br />
2<br />
1<br />
z − (b1 + b2)/2 − β +<br />
<br />
1<br />
,<br />
z − (b1 + b2)/2 + β<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR. Portanto, (iii) segue.<br />
Assim, quando a1 ou a2 é zero, as funções Gn(x) e Fn(x) convergem fracamente<br />
para funções distribuições <strong>que</strong> dão no máximo dois saltos. Isto significa <strong>que</strong> para n gran<strong>de</strong><br />
a maioria dos zeros está concentrada em torno da<strong>que</strong>les pontos on<strong>de</strong> a função distribuição<br />
limite dá um salto.<br />
3.1.4 Exemplos<br />
Daremos, agora, alguns exemplos <strong>de</strong> polinômios ortogonais para os quais os resulta-<br />
dos anteriores se aplicam. Com eles, será possível um melhor entendimento dos resultados
das seções prece<strong>de</strong>ntes.<br />
Exemplo 1− Os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência dos polinômios <strong>de</strong> Jacobi mônicos,<br />
P (α,β)<br />
n (x), satisfazem (2.2.12) com<br />
e<br />
α > −1 e β > −1.<br />
αn =<br />
βn =<br />
β 2 − α 2<br />
(2n + α + β)(2n + α + β + 2)<br />
4n(n + α)(n + α)(n + α + β)<br />
(2n + α + β − 1)(2n + α + β) 2 (2n + α + β + 1) ,<br />
É fácil ver <strong>que</strong> βn → 0 e αn → 1/4. Assim, pelos Teoremas 3.1.7 e 3.1.8, vemos <strong>que</strong><br />
1<br />
n<br />
P (α,β)<br />
n (z)<br />
P (α,β)<br />
n−1 (z) ∼ z + √ z2 − 1<br />
,<br />
2<br />
[P (α,β)<br />
n (z)] ′<br />
P (α,β)<br />
n (z) ∼<br />
1<br />
√ z 2 − 1 ,<br />
40<br />
(3.1.29)<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−1, 1], pois b = 0 e a = 1/2. Pelo<br />
Teorema 3.1.6, para toda função contínua f(x),<br />
n<br />
λn,j[p<br />
j=1<br />
(α,β)<br />
n−1 (xn,j)] 2 f(xn,j) → 2<br />
1<br />
f(x)<br />
π −1<br />
√ 1 − x2dx e (3.1.30)<br />
1<br />
n<br />
f(xn,j)<br />
n j=1<br />
→ 1<br />
1 f(x)<br />
√<br />
π −1 1 − x2 dx,<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−1, 1].<br />
Esses resultados são bem conhecidos.<br />
Exemplo 2− Os polinômios mônicos <strong>de</strong> Pollaczek (para mais <strong>de</strong>talhes, veja Chihara [12])<br />
satisfazem (2.2.12) com<br />
βn =<br />
−b<br />
n + λ + a + c<br />
e αn =<br />
(n + c)(n + 2λ + c − 1)<br />
4(n + λ + a + c − 1)(n + λ + a + c) ,<br />
on<strong>de</strong> a ≥ |b| juntamente com 2λ + c > 0 e c ≥ 0 ou 2λ + c ≥ 1 e c > −1. Como βn → 0 e<br />
αn → 1/4 quando n ten<strong>de</strong> para infinito, obtemos os mesmos assintóticos <strong>que</strong> em (3.1.29) e<br />
(3.1.30).
Exemplo 3− Os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência dos polinômios mônicos <strong>de</strong> Lom-<br />
mel modificados, L (α)<br />
n (z), são dados por<br />
βn = 0 e αn =<br />
1<br />
4(n + α)(n + α − 1) ,<br />
com α > 0. Assim, αn → 0. Logo, temos um limite <strong>de</strong>generado, uniformemente em todo<br />
subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ ({0} ∪ {pontos <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> φ}). De (3.1.27) e (3.1.28), temos<br />
<strong>que</strong><br />
L (α)<br />
n (z)<br />
L (α)<br />
n−1(z)<br />
∼ z,<br />
1 [L<br />
n<br />
(α)<br />
n (z)] ′<br />
L (α)<br />
n (z)<br />
e, para toda função contínua f(x), o Teorema 3.1.9 nos fornece<br />
n<br />
λn,j[l<br />
j=1<br />
(α)<br />
n−1(xn,j)] 2 f(xn,j) → f(0),<br />
1<br />
n<br />
f(xn,j) → f(0).<br />
n j=1<br />
41<br />
1<br />
∼ , (3.1.31)<br />
z<br />
(3.1.32)<br />
Esses limites <strong>de</strong>generados no zero talvez possam ser entendidos pelo fato <strong>de</strong> os<br />
polinômios <strong>de</strong> Lommel modificados serem ortogonais com relação à função distribuição dis-<br />
creta φ(x) <strong>que</strong> dá saltos nos pontos<br />
{j −1<br />
v−1,k ; k = 0, ±1, ±2, · · ·},<br />
on<strong>de</strong> · · · < jv,−1 < jv,0 < 0 < jv,1 < · · · <strong>de</strong>notam os zeros da função <strong>de</strong> Bessel Jv(x), e este<br />
conjunto tem o zero como seu ponto limite (veja Szegö [52]).<br />
Exemplo 4− Consi<strong>de</strong>remos os polinômios mônicos <strong>de</strong> Tricomi-Carlitz. Então,<br />
βn = 0 e αn =<br />
n<br />
(n + α)(n + α − 1) ,<br />
com α > 0. Novamente αn → 0 e temos os mesmos assintóticos <strong>que</strong> em (3.1.31) e (3.1.32).<br />
Note <strong>que</strong>, também neste caso, os polinômios são ortogonais com relação à uma<br />
função distribuição discreta e os saltos agora são em {±1/ √ k + α; k = 0, 1, 2, · · ·}. Este con-<br />
junto também tem o zero como ponto limite.
Exemplo 5− Os q-polinômios <strong>de</strong> Al-Salam e Carlitz satisfazem (2.2.12) com<br />
βn = (1 + α)q n<br />
e αn = −αq n−1 (1 − q n ),<br />
on<strong>de</strong> α < 0 e 0 < q < 1. Portanto, ambos, αn e βn, convergem para zero quando n ten<strong>de</strong> para<br />
o infinito. Logo, as relações (3.1.31) e (3.1.32) são válidas. Novamente, esses polinômios são<br />
ortogonais com relação a uma função distribuição discreta e os saltos ocorrem nos pontos<br />
{q k , αq k ; k = 0, 1, 2, · · ·} <strong>que</strong> novamente têm o zero como ponto limite.<br />
limites.<br />
Agora, daremos um exemplo on<strong>de</strong> as seqüências {αn} ∞ n=0 e {βn} ∞ n=0 têm dois pontos<br />
Exemplo 6− Consi<strong>de</strong>re a seqüência <strong>de</strong> polinômios {Qn(x)} ∞ n=0 <strong>que</strong> satisfazem (2.2.12) com<br />
β2n = b1, α2n = a 2 1,<br />
β2n+1 = b2 e α2n+1 = a 2 2.<br />
42<br />
(3.1.33)<br />
Obviamente esses polinômios satisfazem às condições (3.1.1), <strong>de</strong> modo <strong>que</strong> os Teore-<br />
mas 3.1.1 − 3.1.5 são válidos. Portanto, po<strong>de</strong>mos obter explicitamente a função distribuição<br />
φ(x) com relação à qual esses polinômios são ortogonais.<br />
Teorema 3.1.10 Os polinômios {Qn(x)} ∞ n=0 com coeficientes dados por (3.1.33) são orto-<br />
gonais com relação a<br />
φ(x) = a2 (1)<br />
a2 <br />
G<br />
1<br />
x − b1 + b2<br />
; δ, β, −γ<br />
2<br />
on<strong>de</strong> δ, β e γ são dados por (3.1.16) e G(x; δ, β, γ) por (3.1.13).<br />
<br />
+ a21 − a2 (1)<br />
a2 U(x − b1),<br />
1<br />
Demonstração: Consi<strong>de</strong>re os polinômios {Q ∗ n(x)} ∞ n=0 com coeficientes dados por (3.1.33),<br />
mas com a1 e a2 trocados, isto é, α2n = a 2 2 e α2n+1 = a 2 1.<br />
De (2.2.12), facilmente obtemos<br />
Q∗ 2n+1(z)<br />
Q∗ 2n(z) = (z − b1) − a 2 Q<br />
2<br />
∗ 2n−1(z)<br />
Q∗ 2n(z)<br />
Q ∗ 2n(z)<br />
e Q∗2n+2(z) Q∗ 2n+1(z) = (z − b2) − a 2 1<br />
Q∗ 2n+1(z) .
Do corolário 3.1.2, sabemos <strong>que</strong> os limites das funções nessas duas equações existem.<br />
Suponhamos, então, <strong>que</strong><br />
<strong>de</strong> Jacobi,<br />
Q ∗ 2n+1(z)<br />
Q ∗ 2n(z)<br />
→ Q′ (z) e Q∗2n+2(z) Q∗ 2n+1(z)<br />
Fazendo n ten<strong>de</strong>r para o infinito, obtemos:<br />
Q ′<br />
(z) = (z − b1) − a 2 2<br />
1<br />
Q ′′ (z)<br />
e Q ′′<br />
→ Q′′ (z).<br />
(z) = (z − b2) − a 2 1<br />
1<br />
Q ′ (z) .<br />
Assim, combinando continuamente essas equações, encontramos a fração contínua<br />
1<br />
Q ′ (z) =<br />
z − b1 −<br />
z − b2 −<br />
z − b1 −<br />
1<br />
a 2 2<br />
a 2 1<br />
a 2 2<br />
z − b2 − a2 1<br />
. ..<br />
= S(φ(x); z),<br />
<strong>que</strong> segue <strong>de</strong> (2.2.23) e (2.2.24) (veja [56, 12]), on<strong>de</strong> φ(x) é a função distribuição com relação<br />
à qual os polinômios {Qn(x)} ∞ n=0, com coeficientes dados por (3.1.33), são ortogonais.<br />
Como na <strong>de</strong>monstração do Teorema 3.1.5, temos <strong>que</strong><br />
1<br />
Q ′ (z) = a2 <br />
(1)<br />
S G x − b1<br />
<br />
+ b2<br />
; δ, β, γ ; z<br />
2<br />
a 2 1<br />
Daqui, o resultado do teorema segue.<br />
+ a21 − a2 (1)<br />
a2 S(U(x − b1); z).<br />
1<br />
Casos especiais <strong>de</strong>sses polinômios já foram estudados por Chihara. Quando b1 =<br />
b2 = b e a1 = a2 = a, os polinômios Qn(x) são iguais a Un((x − b)/2a), on<strong>de</strong> Un(x) é o<br />
polinômio <strong>de</strong> Tchebyshev <strong>de</strong> segunda espécie <strong>de</strong> grau n. Para b1 = −c, b2 = c e αn = 1/4,<br />
Chihara [10] obteve a função peso<br />
⎧<br />
⎪⎨<br />
w(x) =<br />
⎪⎩ 0, caso contrário<br />
1/2 |x + c|<br />
(1 + c<br />
|x − c|<br />
2 − x2 ) 1/2 , c2 ≤ x2 ≤ 1 + c2 ,<br />
e, para b1 = b2 = 0, a1 = a e a2 = b, a função peso encontrada é dada por<br />
⎧ ⎡<br />
⎤<br />
2 2 2 2 1/2<br />
⎪⎨<br />
1 x − b − a<br />
⎣ 1 −<br />
⎦ , x ∈ [−(a + b), −|b − a|] ∪ [|b − a|, a + b],<br />
w(x) = |x|<br />
2ab<br />
⎪⎩ 0, caso contrário.<br />
Observe <strong>que</strong> existe um salto no ponto zero (veja [12, p.91]).<br />
43
3.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados<br />
Nesta seção, vamos supor <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência para os<br />
polinômios ortogonais são ilimitados, mas variam regularmente e, têm comportamento dife-<br />
rente para índices pares e ímpares. O comportamento assintótico para a razão entre dois<br />
polinômios cujos índices diferem <strong>de</strong> uma ou duas unida<strong>de</strong>s será discutido e usado para a<br />
obtenção da distribuição limitante <strong>de</strong>sses polinômios. Os resultados serão, então, aplicados<br />
a polinômios ortogonais relacionados a funções elípticas. O artigo <strong>de</strong> Van Assche [6] foi a<br />
principal fonte <strong>de</strong> pesquisa para este estudo.<br />
3.2.1 Introdução<br />
Vamos supor, então, <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência convergem <strong>de</strong> uma<br />
maneira particular. Esta convergência será <strong>de</strong>scrita por meio da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> variação regular<br />
(veja [7, 45] para mais <strong>de</strong>talhes).<br />
Definição 3.2.1 Uma função mensurável, não-<strong>de</strong>crescente, f : IR + → IR + , varia regular-<br />
mente (para o infinito) se, para algum α e todo t > 0,<br />
e α é o coeficiente <strong>de</strong> variação regular.<br />
lim<br />
x→∞ f(xt)/f(x) = tα ,<br />
É fácil ver <strong>que</strong> uma função <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α po<strong>de</strong> ser escrita<br />
como x α L(x), on<strong>de</strong> L : IR + → IR + é uma função <strong>de</strong> variação lenta, isto é, para todo t > 0,<br />
lim L(xt)/L(x) = 1.<br />
x→∞<br />
Exemplos simples <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> variação lenta são | log x| a , | log log x| b , etc.<br />
Definição 3.2.2 Se f(x) é uma função <strong>que</strong> varia regularmente (com expoente α), então<br />
λn = f(n) é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α.<br />
44
Suponhamos, então, <strong>que</strong> exista uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente, {λ2n} ∞ n=1,<br />
com expoente α > 0 tal <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem<br />
lim<br />
n→∞ β2n/λ2n = ˜b1, lim α<br />
n→∞ 1/2<br />
2n /λ2n = ã1,<br />
lim<br />
n→∞ β2n+1/λ2n = ˜b2 e lim α<br />
n→∞ 1/2<br />
2n+1/λ2n = ã2.<br />
45<br />
(3.2.34)<br />
Daremos, aqui, algumas proprieda<strong>de</strong>s assintóticas dos polinômios ortogonais rela-<br />
cionados e também discutiremos os casos em <strong>que</strong> ˜ b1 = ˜ b2 e ã1 = ã2 e o caso especial on<strong>de</strong><br />
ã1 ou ã2 é igual a zero. Esses resultados serão aplicados a algumas famílias <strong>de</strong> polinômios<br />
ortogonais relacionados a funções elípticas.<br />
3.2.2 Resultados Preliminares<br />
18]:<br />
O lema seguinte é uma importante e útil observação feita por Dombrowski [16, 17,<br />
Lema 3.2.1 Se {un} ∞ n=0 satisfaz à relação <strong>de</strong> recorrência<br />
com u−1 = 0, então<br />
u 2 k − uk+1uk−1<br />
a1a2 · · · ak<br />
un+1 + bnun + anun−1 = 0, n ≥ 0, (3.2.35)<br />
= u 2 k<br />
<br />
bj − bj−1<br />
0 +<br />
j=1<br />
ujuj−1 +<br />
a1a2 · · · aj<br />
aj<br />
<br />
− aj−1<br />
ujuj−2 . (3.2.36)<br />
a1a2 · · · aj<br />
Demonstração: Seja Dk = u 2 k − uk+1uk−1. Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (3.2.35) para uk+1,<br />
temos <strong>que</strong> uk+1 = −bkuk − akuk−1.<br />
Multiplicando-se ambos os membros por −uk−1 e somando-se u 2 k, obtemos<br />
Dk = u 2 k − uk−1(−bkuk − akuk−1)<br />
= akDk−1 + uk(uk + bkuk−1 + akuk−2).<br />
Usando novamente a relação (3.2.35) para uk, chegamos a<br />
Dk = akDk−1 + uk[(bk − bk−1)uk−1 + (ak − ak−1)uk−2].
Logo,<br />
Dk = ak{ak−1Dk−2 + uk−1[(bk−1 − bk−2)uk−2 + (ak−1 − ak−2)uk−3]}<br />
+uk[(bk − bk−1)uk−1 + (ak − ak−1)uk−2]<br />
= ak−1akDk−2 + [(bk−1 − bk−2)uk−2uk−1 + (bk − bk−1)uk−1uk]<br />
+[(ak−1 − ak−2)uk−3uk−1 + (ak − ak−1)uk−2uk]<br />
O resultado (3.2.36) segue imediatamente da última expressão .<br />
Lema 3.2.2 Seja {Rn(x)} ∞ n=0 uma seqüência <strong>de</strong> polinômios. Então,<br />
e<br />
R ′<br />
2k(x)<br />
R2k(x)<br />
R ′<br />
2k+1(x)<br />
R2k+1(x)<br />
= −<br />
k<br />
′ <br />
R2j−2(x) R2j−2(x)<br />
j=1<br />
R2j(x)<br />
R2j(x)<br />
46<br />
(3.2.37)<br />
k<br />
′ <br />
R2j−1(x) R2j−1(x)<br />
= −<br />
. (3.2.38)<br />
j=0<br />
R2j+1(x) R2j+1(x)<br />
Demonstração: A equação (3.2.37) segue imediatamente <strong>de</strong><br />
e da fórmula<br />
R ′<br />
2j(x)<br />
R2j(x)<br />
R ′<br />
2k(x)<br />
R2k(x) =<br />
R′<br />
−<br />
2j−2(x)<br />
R2j−2(x)<br />
k<br />
j=1<br />
= −<br />
R ′<br />
2j(x)<br />
R2j(x)<br />
R′<br />
−<br />
2j−2(x)<br />
R2j−2(x)<br />
<br />
′ <br />
R2j−2(x) R2j−2(x)<br />
R2j(x)<br />
De modo análogo, <strong>de</strong>monstramos (3.2.38).<br />
Também utilizaremos o seguinte teorema abeliano:<br />
R2j(x)<br />
Teorema 3.2.3 Suponhamos <strong>que</strong> o conjunto {ɛn,j : j ≤ n, n = 1, 2, · · ·} forma uma matriz<br />
triangular limitada <strong>de</strong> números complexos tal <strong>que</strong> ɛn,j → 0 quando n → ∞ e j/n → t ∈ [0, 1].<br />
Então, para qual<strong>que</strong>r z ∈ CI com |z| < 1,<br />
quando n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1].<br />
z k<br />
k<br />
ɛn,jz −j → 0<br />
j=0
Demonstração: Consi<strong>de</strong>remos uma seqüência {kn} ∞ n=1 tal <strong>que</strong> kn/n ten<strong>de</strong> para um número<br />
fixo t ∈ [0, 1] quando n ten<strong>de</strong> para o infinito. Observe <strong>que</strong><br />
como<br />
z kn<br />
kn<br />
ɛn,jz<br />
j=0<br />
−j kn<br />
= ɛn,kn−iz<br />
i=0<br />
i .<br />
Para i fixo, temos, por hipótese, <strong>que</strong> ɛn,kn−i → 0 quando n ten<strong>de</strong> para o infinito e,<br />
on<strong>de</strong> M é uma constante positiva,<br />
|z kn<br />
|ɛn,kn−iz i | ≤ M|z| i ,<br />
kn<br />
ɛn,jz<br />
i=0<br />
−j kn<br />
| = | ɛn,kn−iz<br />
i=0<br />
i kn<br />
| ≤ |ɛn,kn−iz<br />
i=0<br />
i kn<br />
| ≤ M |z|<br />
i=0<br />
i .<br />
Po<strong>de</strong>mos, agora, usar o Teorema da convergência dominada <strong>de</strong> Lebesgue 2.1.1 para<br />
obter o resultado <strong>de</strong>sejado.<br />
3.2.3 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong><br />
Teorema 3.2.4 Suponhamos <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) sat-<br />
isfaçam (3.2.34), on<strong>de</strong> {λn} ∞ n=1 é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α > 0.<br />
Seja A uma constante positiva tal <strong>que</strong> |xn,j|/λ2n < A para todo n (o <strong>que</strong> é possível por<br />
(2.2.27)). Então, para n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1],<br />
1<br />
λ 2 2n<br />
Qk(λ2nz)<br />
Qk−2(λ2nz) ∼ ˜ Q(z, t) = 1 <br />
(z −<br />
2<br />
˜b1t α )(z − ˜b2t α ) − (ã 2 1 + ã 2 2)t 2α<br />
+<br />
<br />
[(z − ˜ b1t α )(z − ˜ b2t α ) − (ã 2 1 + ã 2 2)t 2α ] 2 − 4ã 2 1ã 2 2t 4α<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />
47<br />
(3.2.39)<br />
<br />
,<br />
Demonstração: Para d suficientemente gran<strong>de</strong>, se z ∈ [A + d, ∞), então, <strong>de</strong> (2.2.15) e do<br />
Teorema 2.2.12,<br />
<br />
<br />
<br />
Qk−1(λ2nz)<br />
<br />
<br />
λ2n <br />
<br />
Qk(λ2nz) ≤<br />
k λk,jp<br />
j=1<br />
2 k−1(xk,j)<br />
z − xk,j/λ2n<br />
< 1<br />
d .<br />
Conseqüentemente, como z − xk,j/λ2n > z − xn,n/λ2n > d (se k ≤ n),<br />
λ 2 <br />
<br />
<br />
Qk−2(λ2nz)<br />
<br />
1<br />
2n <br />
< . (3.2.40)<br />
Qk(λ2nz) d2
Seja {kn} ∞ n=1 uma seqüência <strong>de</strong> inteiros tal <strong>que</strong> kn/n → t quando n → ∞ e<br />
˜Qkn,n(z) = λ 2 Q2kn−2(λ2nz)<br />
2n<br />
Q2kn(λ2nz) .<br />
Primeiramente, provaremos <strong>que</strong> esta razão converge para 1/ ˜ Q(z, t). Mas, <strong>de</strong> (3.2.40),<br />
48<br />
| ˜ Qkn,n(z)| < 1<br />
. (3.2.41)<br />
d2 Logo, existe uma subseqüência, { ˜ Qkñ,ñ(z)} ∞ ñ=1, <strong>que</strong> converge. Mostraremos <strong>que</strong><br />
{ ˜ Qkñ,ñ(z)} ∞ ñ=1 e { ˜ Qkñ+1,ñ(z)} ∞ ñ=1 têm o mesmo limite, <strong>que</strong> é o limite <strong>de</strong> ˜ Qkn,n(z).<br />
Fazendo uk = Q2kñ (λ2ñz), pelo Lema 3.2.1 e por (3.1.4) e (3.1.5),<br />
λ2 <br />
<br />
Q2kñ<br />
2ñ <br />
<br />
(λ2ñz) Q2kñ−2(λ2ñz)<br />
−<br />
Q2kñ+2(λ2ñz) Q2kñ (λ2ñz)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
≤ λ2 <br />
<br />
a2(λ2ñz) · · · a2kñ<br />
2ñ <br />
<br />
(λ2ñz)<br />
Q2kñ+2(λ2ñz)Q2kñ (λ2ñz)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
+ λ2 kñ<br />
2ñ |a2j+2(λ2ñz) · · · a2kñ<br />
j=0<br />
(λ2ñz)|<br />
<br />
<br />
<br />
Q2j(λ2ñz)Q2j−2(λ2ñz)<br />
× |b2j(λ2ñz) − b2j−2(λ2ñz)| <br />
Q2kñ<br />
(λ2ñz)Q2kñ+2(λ2ñz)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Q2j(λ2ñz)Q2j−4(λ2ñz) <br />
<br />
+ |a2j(λ2ñz) − a2j−2(λ2ñz)| <br />
<br />
<br />
<br />
Q2kñ (λ2ñz)Q2kñ+2(λ2ñz)<br />
Agora, <strong>de</strong> (3.2.41), obtemos facilmente <strong>que</strong>, para j ≤ kñ,<br />
<br />
<br />
Q2j(λ2ñz)<br />
<br />
Q2kñ<br />
(λ2ñz)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
=<br />
kñ<br />
<br />
<br />
<br />
Q2j−2(λ2ñz)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Q2j(λ2ñz) <<br />
2kñ−2j 1<br />
.<br />
λ2ñd<br />
i=j+1<br />
Observe <strong>que</strong> λ2kñ /λ2ñ = f(2kñ)/f(2ñ). Assim,<br />
f(2ñkñ/ñ)<br />
lim<br />
n→∞ f(2ñ) =<br />
kñ<br />
ñ<br />
α<br />
ñ→∞<br />
−→ t α .<br />
Logo, das condições (3.2.34), se ñ → ∞ e kñ/ñ → t,<br />
α 1/2<br />
2kñ<br />
λ2ñ<br />
= α1/2 2kñ<br />
λ2kñ<br />
λ2kñ λ2ñ<br />
De maneira análoga,<br />
β2kñ<br />
λ2ñ<br />
= β2kñ λ2kñ<br />
λ2kñ λ2ñ<br />
−→ ã1t α<br />
−→ ˜ b1t α<br />
e α1/2<br />
2kñ+1<br />
λ2ñ<br />
e β2kñ+1<br />
λ2ñ<br />
= α1/2<br />
2kñ+1<br />
λ2kñ<br />
= β2kñ+1<br />
λ2kñ<br />
λ2kñ<br />
λ2ñ<br />
λ2kñ<br />
λ2ñ<br />
−→ ã2t α .<br />
−→ ˜ b2t α ,<br />
.<br />
(3.2.42)<br />
o <strong>que</strong> significa <strong>que</strong>, para nossa seqüência {kñ}, a matriz {a2j(λ2ñz)/λ 4 2ñ; j ≤ kñ, ñ = 1, 2, · · ·}<br />
é limitada por uma constante C. Com isto, (3.2.42) torna-se<br />
λ 2 <br />
<br />
Q2kñ<br />
2ñ <br />
<br />
(λ2ñz) Q2kñ−2(λ2ñz)<br />
−<br />
Q2kñ+2(λ2ñz) Q2kñ (λ2ñz)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
≤<br />
<br />
C<br />
d4 kñ <br />
C<br />
+<br />
d4 kñ kñ<br />
j=1<br />
+ |a2j(λ2ñz) − a2j−2(λ2ñz)|<br />
λ 4 2ñd 6<br />
|b2j(λ2ñz) − b2j−2(λ2ñz)|<br />
λ2 2ñd4 <br />
C<br />
d4 −j<br />
.
3.2.3, segue <strong>que</strong><br />
Po<strong>de</strong>mos, agora, escolher d suficientemente gran<strong>de</strong> tal <strong>que</strong> C < d 4 e, pelo Teorema<br />
˜Qkñ+1,ñ(z) − ˜ Qkñ,ñ(z) −→ 0, quando ñ → ∞ e kñ/ñ → t.<br />
Assim, como { ˜ Qkñ,ñ(z)} é uma subseqüência convergente, então { ˜ Qkñ+1,ñ(z)} ∞ ñ=1<br />
também converge e tem o mesmo limite. Seja 1/ ˜ Q(z, t) este limite. De (3.1.4) e (3.1.5),<br />
temos <strong>que</strong><br />
on<strong>de</strong><br />
1<br />
˜Qkñ+1,ñ(z)<br />
Fazendo ñ −→ ∞, obtemos<br />
= a2kñ (λ2ñz)<br />
λ 2 2ñ<br />
−<br />
b2kñ (λ2ñz)<br />
λ 4 2ñ<br />
˜Q(z, t) = a(z, t) − b(z, t)/ ˜ Q(z, t),<br />
a(z, t) = (z − ˜ b1t α )(z − ˜ b2t α ) − (ã 2 1 + ã 2 2)t 2α<br />
Daí, segue <strong>que</strong><br />
˜Qkñ,ñ(z).<br />
˜Q(z, t) = 1<br />
<br />
{a(z, t) ± a<br />
2 2 (z, t) − 4b(z, t)}.<br />
e b(z, t) = ã 2 1ã 2 2t 4α .<br />
Devemos escolher o sinal positivo uma vez <strong>que</strong> ˜ Q(z, t) ten<strong>de</strong> para o infinito quando<br />
z vai para infinito. Toda subseqüência <strong>de</strong> { ˜ Qkn,n(z)} ∞ n=1, portanto, tem o mesmo limite, <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> o resultado segue para z ∈ [A + d, ∞).<br />
Como { ˜ Qkn,n(z)} ∞ n=1 é uma seqüência <strong>de</strong> funções analíticas em CI \[−A, A], se tomar-<br />
mos um conjunto compacto K em CI \ [−A, A], a distância ɛ <strong>de</strong>ste conjunto ao intervalo<br />
[−A, A] é estritamente positiva e, para z ∈ K, obtemos o limite superior<br />
| ˜ Qkn,n(z)| ≤ 1<br />
.<br />
ɛ2 Além disso, sabemos <strong>que</strong> ˜ Qkn,n(z) converge em todo subconjunto <strong>de</strong> CI \[−A, A] com<br />
um ponto <strong>de</strong> acumulação. Então, pelo Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4, ˜ Qkn,n(z) converge<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />
Repetindo o mesmo argumento para a subseqüência<br />
Q ∗ kn,n(z) = λ 2 Q2kn−1(λ2nz)<br />
2n<br />
Q2kn+1(λ2nz) ,<br />
encontramos <strong>que</strong> esta seqüência também converge para 1/ ˜ Q(z, t), o <strong>que</strong> <strong>de</strong>monstra o teorema.<br />
49
Teorema 3.2.5 Sob as mesmas condições do teorema anterior, temos<br />
(i)<br />
(ii)<br />
1<br />
λ2n<br />
1<br />
λ2n<br />
50<br />
Q2k(λ2nz)<br />
Q2k−1(λ2nz) ∼ ˜ Q(z, t) + ã2 1t2α z − ˜b1t α<br />
, (3.2.43)<br />
Q2k+1(λ2nz)<br />
Q2k(λ2nz) ∼ ˜ Q(z, t) + ã 2 2t 2α<br />
z − ˜ b2t α<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />
Demonstração: Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12), obtemos facilmente <strong>que</strong><br />
1<br />
λ 2 2n<br />
Q2k+1(λ2nz)<br />
Q2k−1(λ2nz) =<br />
<br />
z − β2k<br />
<br />
1<br />
λ2n λ2n<br />
<br />
Q2k(λ2nz)<br />
Q2k−1(λ2nz)<br />
, (3.2.44)<br />
− α2k<br />
λ2 .<br />
2n<br />
Fazendo n → ∞, k/n → t e usando o Teorema 3.2.4, (3.2.43) segue imediatamente.<br />
Analogamente, <strong>de</strong>monstramos (3.2.44).<br />
Teorema 3.2.6 Sob as mesmas hipóteses do Teorema 3.2.4, quando n → ∞ temos <strong>que</strong><br />
1 (d/dz)Qn(λ2nz)<br />
n Qn(λ2nz)<br />
−→ 1<br />
2<br />
=<br />
1<br />
0<br />
(∂/∂z) ˜ Q(z, t)<br />
dt<br />
˜Q(z, t)<br />
1<br />
z − (<br />
0<br />
˜b1 + ˜b2)t α /2<br />
<br />
<br />
(z − ˜b1t α )(z − ˜b2t α ) − (ã2 1 + ã2 2)t2α 2 uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />
− 4ã2 1ã2 2t4α dt,<br />
(3.2.45)<br />
Demonstração: Primeiramente, vamos mostrar o resultado para z ∈ [A + d, ∞). Consi-<br />
<strong>de</strong>remos, então, a função<br />
gn(t) = − d<br />
<br />
Q2[[nt]](λ2nz) Q2[[nt]](λ2nz)<br />
, 0 ≤ t ≤ 1,<br />
dz Q2[[nt]]+2(λ2nz) Q2[[nt]]+2(λ2nz)<br />
on<strong>de</strong> [a] é a parte inteira do número real a. Assim,
pelo Lema 3.2.2.<br />
<br />
1 1<br />
gn(t)dt<br />
2 0<br />
= 1<br />
=<br />
1/n 2/n<br />
<br />
1<br />
gn(t)dt + gn(t)dt + · · · + gn(t)dt<br />
2 0<br />
1/n<br />
(n−1)/n<br />
1<br />
⎧<br />
⎨<br />
′ <br />
1/n Q0(λ2nz) Q0(λ2nz)<br />
−<br />
dt<br />
2 ⎩ 0 Q2(λ2nz) Q2(λ2nz)<br />
′ <br />
2/n Q2(λ2nz) Q2(λ2nz)<br />
+ −<br />
dt + · · ·<br />
1/n Q4(λ2nz) Q4(λ2nz)<br />
′ ⎫<br />
1 Q2n−2(λ2nz) Q2n−2(λ2nz) ⎬<br />
+ −<br />
dt<br />
(n−1)/n Q2n(λ2nz) Q2n(λ2nz) ⎭<br />
(3.2.46)<br />
= 1<br />
n<br />
′ <br />
Q2j−2(λ2nz) Q2j−2(λ2nz)<br />
−<br />
2n j=1 Q2j(λ2nz) Q2j(λ2nz)<br />
= 1 (d/dz)Q2n(λ2nz)<br />
2n Q2n(λ2nz)<br />
(3.2.47)<br />
Se fixarmos t, pelo Teorema 3.2.4,<br />
∂<br />
<br />
1<br />
<br />
∂z<br />
gn(t) → −<br />
˜Q(z, t)<br />
1<br />
˜Q(z, t)<br />
=<br />
∂<br />
∂z ˜ Q(z, t)<br />
˜Q(z, t) ,<br />
<strong>que</strong> segue da convergência uniforme <strong>de</strong> funções analíticas (e <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>rivadas) em conjuntos<br />
compactos. Também, para t ∈ [(j − 1)/n, j/n),<br />
gn(t) = − d<br />
dz<br />
= − d<br />
dz<br />
− d<br />
dz<br />
<br />
Q2j−2(λ2nz) Q2j−2(λ2nz)<br />
Q2j(λ2nz)<br />
Q2j−2(λ2nz)<br />
Q2j(λ2nz)<br />
<br />
Q2j−2(λ2nz)<br />
Q2j−1(λ2nz) Q2j−1(λ2nz)<br />
<br />
Q2j−1(λ2nz) Q2j−1(λ2nz)<br />
Q2j(λ2nz)<br />
Q2j(λ2nz)<br />
51<br />
, (3.2.48)<br />
on<strong>de</strong> a segunda igualda<strong>de</strong> é obtida ao multiplicarmos o numerador e o <strong>de</strong>nominador por<br />
Q2j−1(λ2nz).<br />
Então,<br />
1<br />
2 gn(t) < 1<br />
d .<br />
O Teorema da convergência dominada <strong>de</strong> Lebesgue nos dá (3.2.45) para<br />
z ∈ [A + d, ∞). O resultado geral segue do Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4. Usando o
mesmo argumento, <strong>de</strong>monstramos o resultado para os índices ímpares.<br />
Os Teoremas 3.2.5 e 3.2.6 po<strong>de</strong>m ser usados para construir fórmulas <strong>de</strong> quadratura<br />
<strong>que</strong> usam os zeros dos polinômios ortogonais. Como na seção anterior, usaremos aqui o<br />
conceito <strong>de</strong> convergência fraca. Para |˜γ| ≤ ˜ δ ≤ ˜ β, consi<strong>de</strong>remos as funções distribuições<br />
(3.1.12) e (3.1.13) já <strong>de</strong>finidas e<br />
˜ b(1) = min{ ˜ b1, ˜ b2},<br />
˜ b(2) = max{ ˜ b1, ˜ b2},<br />
ã(1) = min{ã1, ã2} e ã(2) = max{ã1, ã2}.<br />
Teorema 3.2.7 Sob as condições do Teorema 3.2.4, para toda função contínua f, quando<br />
n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1], temos <strong>que</strong><br />
(i)<br />
2k<br />
λ2k,jp<br />
j=1<br />
2 2k−1(x2k,j)f(x2k,j/λ2n) −→ ã2 (1)<br />
ã2 ∞<br />
1 −∞<br />
f(x)dG<br />
<br />
+ ã21 − ã2 (1)<br />
ã2 f(<br />
1<br />
˜b2t α ),<br />
x − ˜b1 + ˜b2 t<br />
2<br />
α ; ˜ δt α , ˜ βt α , −˜γt α<br />
<br />
2k+1 <br />
(ii) λ2k,jp<br />
j=1<br />
2 2k(x2k+1,j)f(x2k+1,j/λ2n) −→ ã2 (1)<br />
ã2 <br />
∞<br />
f(x)dG x −<br />
2 −∞<br />
˜b1 + ˜b2 t<br />
2<br />
α ; ˜ δt α , ˜ βt α , ˜γt α<br />
<br />
+ ã22 − ã2 (1)<br />
ã2 f(<br />
2<br />
˜b1t α ),<br />
(iii) 1<br />
n<br />
1<br />
<br />
∞<br />
f(xn,j/λ2n) −→ f(x)dF x −<br />
n j=1<br />
0 −∞<br />
˜b1 + ˜b2 t<br />
2<br />
α ; ˜ δt α , ˜ βt α<br />
<br />
dt,<br />
on<strong>de</strong><br />
˜δ 2 =<br />
˜b1 − ˜ b2<br />
2<br />
2<br />
+ (ã1 − ã2) 2 , β˜ 2 =<br />
˜b1 − ˜ b2<br />
Demonstração: Sejam as funções distribuições discretas<br />
e<br />
Gn,k(x) =<br />
2<br />
2<br />
52<br />
+ (ã1 + ã2) 2 e ˜γ = ˜b1 − ˜b2 . (3.2.49)<br />
2<br />
k<br />
λk,jp 2 k−1(xk,j)U(x − xk,j/λ2n) (3.2.50)<br />
j=1<br />
Fn(x) = 1<br />
n<br />
U(x − xn,j/λ2n), (3.2.51)<br />
n j=1
on<strong>de</strong> U(x) é a função indicadora dada por (3.1.19).<br />
A transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong>ssas funções são dadas por:<br />
∞<br />
S(Gn,k(x); z) =<br />
−∞<br />
<strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos obter <strong>de</strong> (2.2.15), e<br />
∞<br />
S(Fn(x); z) =<br />
−∞<br />
dGn,k(x)<br />
z − x =<br />
dFn(x)<br />
z − x<br />
<strong>que</strong> segue diretamente <strong>de</strong> (2.2.16).<br />
k<br />
j=1<br />
λk,jp 2 k−1(xk,j)<br />
z − xk,j/λ2n<br />
1<br />
n 1<br />
=<br />
n j=1z<br />
− xn,j/λ2n<br />
= 1<br />
n<br />
= λ2n<br />
53<br />
Qk−1(λ2nz)<br />
, (3.2.52)<br />
Qk(λ2nz)<br />
(d/dz)Qn(λ2nz)<br />
, (3.2.53)<br />
Qn(λ2nz)<br />
O comportamento assintótico <strong>de</strong>ssas transformadas é dado pelos Teoremas 3.2.5 e<br />
3.2.6. Pelo Teorema <strong>de</strong> Grommer-Hamburger 2.1.6, seus limites <strong>de</strong>vem ser as transformadas<br />
<strong>de</strong> Stieltjes dos limites fracos das funções distribuições Gn,k(x) e Fn(x) (seção 3.1). A i<strong>de</strong>n-<br />
tificação dos limites <strong>de</strong> (3.2.52) po<strong>de</strong> ser feita usando-se o Teorema 3.2.5, ou seja, para n e<br />
k pares,<br />
enquanto <strong>que</strong> para n par e k ímpar,<br />
rior, temos <strong>que</strong><br />
S(G2n,2k(x); z) −→<br />
S(G2n,2k+1(x); z) −→<br />
z − ˜b1t α<br />
˜Q(z, t) + ã2 ,<br />
2α<br />
1t<br />
z − ˜b2t α<br />
˜Q(z, t) + ã2 .<br />
2α<br />
2t<br />
Seguindo o mesmo procedimento da <strong>de</strong>monstração do Teorema 3.1.5 da seção ante-<br />
S(G2n,2k(x); z) =<br />
2k<br />
λ2k,jp 2 2k−1(x2k,j)<br />
j=1<br />
−→ ã2 (1)<br />
ã2 S<br />
1<br />
Assim, po<strong>de</strong>mos concluir o item (i).<br />
1<br />
(x − x2k,j/λ2n)<br />
<br />
G x − ˜b1 + ˜b2 t<br />
2<br />
α ; ˜ δt α , ˜ βt α , −˜γt α<br />
<br />
; z<br />
+ ã21 − ã2 (1)<br />
ã2 S<br />
1<br />
<br />
U(x − ˜b2t α ); z <br />
.<br />
(3.2.54)<br />
De maneira análoga, <strong>de</strong>monstramos o item (ii) simplesmente substituindo-se o par<br />
( ˜ b1, ã1) por (ã2, ˜ b2).<br />
Para i<strong>de</strong>ntificar o limite <strong>de</strong> (3.2.53), observe <strong>que</strong> o integrando <strong>de</strong> (3.2.45) é a trans-<br />
formada <strong>de</strong> Stieltjes da função distribuição F (x − ( ˜ b1 + ˜ b2)t α /2; ˜ δt α , ˜ βt α ) <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o resultado<br />
segue.
A distribuição assintótica dos zeros dos polinômios ortogonais cujos coeficientes<br />
da relação <strong>de</strong> recorrência variam regularmente é, portanto, igual à versão integral da dis-<br />
tribuição assintótica dos zeros dos polinômios ortogonais com coeficientes <strong>de</strong> recorrência<br />
limitados (como vimos na seção anterior).<br />
3.2.4 Casos Especiais<br />
Consi<strong>de</strong>raremos, agora, alguns casos especiais dos teoremas anteriores <strong>de</strong>sta seção.<br />
O caso mais importante é quando ˜ b1 = ˜ b2 = ˜ b e ã1 = ã2 = ã > 0. Neste caso,<br />
k<br />
λk,jp<br />
j=1<br />
2 ∞<br />
k−1(xk,j)f(xk,j/λ2n) −→ f(x)dG(x −<br />
−∞<br />
˜bt α ; 0, 2ãt α , 0)dt.<br />
Fazendo z = xt α e, em seguida, x = z, obtemos<br />
k<br />
λk,jp<br />
j=1<br />
2 ∞<br />
k−1(xk,j)f(xk,j/λ2n) −→ f(xt<br />
−∞<br />
α )dG((x − ˜b)t α ; 0, 2ãt α , 0)dt.<br />
Mas,<br />
G((x − ˜ b)t α ; 0, 2ãt α , 0) =<br />
1<br />
2 ˜ b 2 πt α<br />
(x−˜b)t α√<br />
4ã2t2α − u2I[−2ãtα ,2ãtα ](u)du.<br />
−∞<br />
Utilizando a mudança <strong>de</strong> variáveis u = (z − ˜ b)t α e, em seguida, u = z, obtemos<br />
G((x − ˜b)t α ; 0, 2ãt α , 0) = 1<br />
2˜b 2 x <br />
4ã<br />
π −∞<br />
2 − (u − ˜b) 2I [ ˜b−2ã, ˜b+2ã] (u)du.<br />
Portanto, o resultado do Teorema 3.2.7 torna-se<br />
k<br />
λk,jp<br />
j=1<br />
2 k−1(xk,j)f(xk,j/λ2n) −→ 1<br />
2ã2 ˜b+2ã 4ã<br />
π ˜b−2ã 2 − (x − ˜b) 2f(xt α )dx,<br />
enquanto <strong>que</strong>, usando as mesmas mudanças <strong>de</strong> variáveis anteriores,<br />
1<br />
n<br />
f(xn,j/λ2n) −→<br />
n j=1<br />
1<br />
1<br />
˜b+2ã f(xt<br />
π 0 ˜b−2ã α dx<br />
) <br />
4ã2 − (x − ˜b) 2<br />
Se fizermos f(x) = x M nesta última expressão, então,<br />
1<br />
n<br />
<br />
xn,j<br />
M<br />
n j=1<br />
λ2n<br />
→ 1 1<br />
π Mα + 1<br />
˜ b+2ã<br />
˜ b−2ã<br />
y M dy<br />
<br />
4ã 2 − (y − ˜ b) 2<br />
dt.<br />
dt.<br />
54
Um importante caso a ser consi<strong>de</strong>rado é quando ã1 ou ã2 é igual a zero. Neste caso,<br />
vemos <strong>que</strong> ˜ δ = ˜ β no Teorema 3.2.7 e as funções distribuições F e G tornam-se <strong>de</strong>generadas<br />
em dois pontos.<br />
De fato, do Teorema 3.2.7, temos <strong>que</strong><br />
S(Fn(x); z) −→ S(F (x − ( ˜ b1 + ˜ b1)t α /2; ˜ βt α , ˜ βt α ); z).<br />
Logo, <strong>de</strong> (3.2.55), obtemos <strong>que</strong><br />
F (x − ( ˜ b1 + ˜ b1)t α /2; ˜ βt α , ˜ βt α ) = 1<br />
2 U(x − (˜ b1 + ˜ b1)t α /2 − ˜ βt α ) + 1<br />
2 U(x − (˜ b1 + ˜ b1)t α /2 + ˜ βt α ).<br />
Portanto,<br />
De (3.1.15), temos <strong>que</strong><br />
F (x; ˜ β, ˜ β) = 1<br />
2 U(x − ˜ β) + 1<br />
2 U(x + ˜ β).<br />
S(G(x; ˜ βt α , ˜ βt α , ˜γt α ); z) = 1<br />
2 ˜ <br />
˜β + ˜γ<br />
β z − ˜ βtα + ˜ β − ˜γ<br />
z + ˜ βtα <br />
Daí,<br />
= ˜ β + ˜γ<br />
2 ˜ β S(U(x − ˜ βt α ); z) + ˜ β − ˜γ<br />
2 ˜ β S(U(x + ˜ βt α ); z).<br />
G(x; ˜ β, ˜ β, ˜γ) = ˜ β + ˜γ<br />
2 ˜ β U(x − ˜ β) + ˜ β − ˜γ<br />
2 ˜ β U(x + ˜ β).<br />
O resultado do Teorema 3.2.7 po<strong>de</strong>, então, ser dado como<br />
2k<br />
λ2k,jp 2 ⎪⎨<br />
2k−1(x2k,j)f(x2k,j/λ2n) −→<br />
j=1<br />
Sabemos <strong>que</strong><br />
S(G2n,2k(x); z) −→<br />
⎧<br />
⎪⎩<br />
55<br />
f( ˜b2t α ), se ã2 = 0,<br />
1<br />
2 ˜ <br />
˜b2 −<br />
β<br />
˜b1 2<br />
+ ˜ <br />
˜b1 +<br />
β f<br />
˜b2 2 + ˜ <br />
β t α<br />
<br />
<br />
˜b2 −<br />
+<br />
˜b1 2<br />
+ ˜ <br />
˜b1 +<br />
β f<br />
˜b2 2 − ˜ <br />
β tα <br />
, se ã1 = 0.<br />
z − ˜b1t α<br />
˜Q(z, t) + ã2 =<br />
2α<br />
1t<br />
1<br />
z − ˜ b2t α<br />
= S(U(x − ˜ b2t α ); z),<br />
se ã2 = 0, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos a primeira parte do resultado acima.<br />
Se ã1 = 0,
z − ˜b1t α<br />
˜Q(z, t) + ã2 z −<br />
=<br />
2α<br />
1t ˜b1t α<br />
[z − ˜b1 + ˜b2 t<br />
2<br />
α − ˜ βt α ][z − ˜b1 + ˜b2 t<br />
2<br />
α + ˜ βt α ]<br />
= 1<br />
2 ˜ <br />
(<br />
β<br />
˜ <br />
˜b1 +<br />
β − ˜γ)S U(x −<br />
˜b2 2 + ˜ <br />
β t α <br />
); z<br />
+ ( ˜ <br />
˜b1 +<br />
β + ˜γ)S U(x −<br />
˜b2 2 − ˜ <br />
β t α <br />
); z ,<br />
o <strong>que</strong> conclui o resultado. De maneira análoga,<br />
2k+1 <br />
j=1<br />
λ2k+1,jp 2 2k(x2k+1,j)f(x2k+1,j/λ2n)<br />
⎧<br />
f(<br />
⎪⎨<br />
−→<br />
⎪⎩<br />
˜b1t α ), se ã1 = 0,<br />
1<br />
2 ˜ <br />
˜b1 −<br />
β<br />
˜b2 2<br />
+ ˜ <br />
˜b1 +<br />
β f<br />
˜b2 2 + ˜ <br />
β t α<br />
<br />
<br />
˜b2 −<br />
+<br />
˜b1 2<br />
+ ˜ <br />
˜b1 +<br />
β f<br />
˜b2 2 − ˜ <br />
β tα <br />
, se ã2 = 0<br />
Já, <strong>de</strong> (3.2.45), temos <strong>que</strong><br />
1<br />
S(Fn(x); z) −→ <br />
Daí,<br />
1<br />
n<br />
f(xn,j/λ2n) −→<br />
n<br />
1<br />
<br />
1<br />
f<br />
2 0<br />
j=1<br />
0<br />
z − ( ˜ b1 + ˜ b2)t α /2<br />
[(z − ˜b1t α )(z − ˜b2t α ) − a2 (2) t2α ]<br />
⎡<br />
2 dt,<br />
= 1<br />
1 ⎢ 1<br />
⎢<br />
2 0 ⎣<br />
z − ( ˜b1 + ˜b2 2 − ˜ β)t α<br />
1<br />
+<br />
z − ( ˜b1 + ˜b2 2 + ˜ β)t α<br />
⎥<br />
⎦ dt<br />
= 1<br />
<br />
1<br />
S U(x − (<br />
2 0<br />
˜b1 + ˜b2 2 − ˜ β)t α <br />
); z<br />
<br />
+S U(x − ( ˜b1 + ˜b2 2 + ˜ β)t α <br />
); z dt.<br />
on<strong>de</strong> f é uma função contínua, n → ∞, k/n → t e<br />
3.2.5 Exemplos<br />
<br />
˜b1 + ˜b2 2 + ˜ <br />
β t α<br />
<br />
˜b1 +<br />
+ f<br />
˜b2 2 − ˜ <br />
β t α<br />
<br />
dt,<br />
˜β 2 = (( ˜ b1 − ˜ b2)/2) 2 + a 2 (2).<br />
⎤<br />
56<br />
(3.2.55)<br />
Importantes famílias <strong>de</strong> polinômios ortogonais satisfazem a uma relação <strong>de</strong> recorrência<br />
com coeficientes <strong>que</strong> variam regularmente, tais como os polinômios <strong>de</strong> Laguerre, Hermite,
Meixner (<strong>de</strong> primeira <strong>de</strong> segunda espécies), Poisson-Charlier e Carlitz. Para todas essas<br />
famílias po<strong>de</strong>-se aplicar os resultados obtidos nesta seção. Esses polinômios já foram trata-<br />
dos por Nevai e Dehesa [38]. Veremos rapidamente polinômios com limites diferentes para<br />
índices pares e ímpares.<br />
Stieltjes [51], Carlitz [8]e Al-Salam [2] estudaram dois sistemas <strong>de</strong> polinômios orto-<br />
gonais {Cn(x)} ∞ n=0 e {Dn(x)} ∞ n=0 cujas fórmulas <strong>de</strong> recorrência satisfazem<br />
e<br />
com<br />
Cn+1(x) = xCn(x) − αnCn−1(x) (3.2.56)<br />
Dn+1(x) = xDn(x) − βnDn−1(x), (3.2.57)<br />
α2n = (2n) 2 κ 2 , α2n+1 = (2n + 1) 2 ,<br />
β2n = (2n) 2 , β2n+1 = (2n + 1) 2 κ 2<br />
e κ é um número real (ver [12, p.193]). Esses polinômios ortogonais estão relacionados a<br />
funções elípticas da seguinte maneira. Sejam<br />
K(κ 2 ) =<br />
π/2 dθ<br />
√<br />
0 1 − κ2sen2θ −π<br />
e q = e<br />
K(1 − κ2 )<br />
K(κ2 ) .<br />
Se 0 < κ < 1, então 0 < q < 1 e as funções distribuições W (x) para os polinômios<br />
{Cn(x)} ∞ n=0 e {Dn(x)} ∞ n=0 são, respectivamente,<br />
e<br />
W (C) (x) =<br />
W (D) (x) =<br />
∞<br />
j=−∞<br />
j=−∞<br />
q (2j+1)/2<br />
<br />
2j + 1<br />
U x −<br />
1 + q2j+1 2K(κ2 ) π<br />
<br />
∞ qj <br />
U x −<br />
1 + q2j j<br />
K(κ2 ) π<br />
<br />
,<br />
on<strong>de</strong> U(x) é a função <strong>de</strong>finida em (3.1.19) (veja [12, p.194]). Isto significa <strong>que</strong> os polinômios<br />
{Cn(x)} ∞ n=0 e {Dn(x)} ∞ n=0 são ortogonais no espaço gerado por π/K(κ 2 ).<br />
É óbvio <strong>que</strong> as condições (3.2.34) são válidas com λ2n = n (α = 1). Para os<br />
polinômios <strong>de</strong>finidos em (3.2.56), encontramos ˜ b1 = ˜ b2 = 0, ã1 = κ e ã2 = 1. Para os<br />
polinômios dados por (3.2.57) temos <strong>que</strong> ˜ b1 = ˜ b2 = 0, ã1 = 1 e ã2 = κ. Se usarmos o<br />
Teorema 3.2.4, obtemos<br />
57
1<br />
lim<br />
n→∞n2<br />
Ck(nz)<br />
Ck−2(nz)<br />
1<br />
= lim<br />
n→∞n2<br />
Dk(nz)<br />
Dk−2(nz)<br />
= 1<br />
2 {z2 − (κ 2 + 1) 2 +<br />
<br />
[z 2 − (κ − 1) 2 t 2 ][z 2 − (κ + 1) 2 t 2 ]},<br />
uniformemente para z em conjuntos compactos <strong>de</strong> CI \ [−A, A]. Do limite superior (2.2.27),<br />
segue <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos tomar A = 2 se 0 < κ < 1, n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1]. O valor 2<br />
para A certamente não é o melhor possível e, provavelmente, o comportamento assintótico<br />
vale uniformemente para z num subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ ([−(1 + κ)t, −(1 − κ)t] ∪ [(1 −<br />
κ)t, (1 + κ)t]). Entretanto, não é fácil provar esta última afirmação.<br />
Sejam {x (C)<br />
n,j } n j=1 e {x (D)<br />
n,j } n j=1 os zeros <strong>de</strong> Cn(x) e Dn(x), respectivamente. Então,<br />
pelo Teorema 3.2.7, temos <strong>que</strong>, para toda função contínua f e 0 < κ < 1,<br />
lim<br />
2k<br />
n→∞<br />
j=1<br />
lim<br />
2k+1 <br />
n→∞<br />
j=1<br />
λ (C)<br />
2k,j c2 2k−1(x (C)<br />
2k,j )f(x(C)<br />
2k+1 <br />
2k,j /2n) = lim λ (D)<br />
2k+1,jd22k(x (D)<br />
2k+1,j )f(x(D) 2k+1,j /2n)<br />
= 1<br />
κ 2 π<br />
1+κ<br />
1−κ<br />
f(tx) + f(−tx)<br />
2<br />
j=1<br />
λ (C)<br />
2k+1,jc22k(x (C)<br />
2k+1,j )f(x(C) 2k+1,j /2n) = lim<br />
= 1<br />
π<br />
1+κ<br />
1−κ<br />
f(tx) + f(−tx)<br />
2<br />
<br />
(1 + κ) 2 − x 2<br />
<br />
x2 − (1 − κ) 2<br />
dx<br />
x<br />
2k<br />
λ<br />
n→∞<br />
j=1<br />
D 2k,jd 2 2k−1(x (D)<br />
2k,j )f(x(D)<br />
<br />
(1 + κ) 2 + x2 <br />
x2 − (1 − κ) 2<br />
x<br />
2k,j /2n)<br />
on<strong>de</strong> o significado <strong>de</strong> λ (C)<br />
n,j e λ (D)<br />
n,j é óbvio e {cn(x)} ∞ n=0 e {dn(x)} ∞ n=0 são os polinômios orto-<br />
normais.<br />
Finalmente,<br />
1<br />
n<br />
lim f(x<br />
n→∞n<br />
j=1<br />
(C)<br />
1<br />
n<br />
n,j /n) = lim f(x<br />
n→∞n<br />
j=1<br />
(D)<br />
n,j /n)<br />
= 1<br />
1<br />
1+κ<br />
(f(tx) + f(−tx)) <br />
π 0 1−κ<br />
(1 + κ) 2 − x2 dx,<br />
x<br />
<br />
(1 − κ) 2 dxdt.<br />
− x2 58
Capítulo 4<br />
<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos<br />
<strong>Polinômios</strong> Similares<br />
Neste capítulo, faremos um estudo semelhante ao <strong>que</strong> foi feito no capítulo anterior<br />
para os polinômios ortogonais mas, agora, para os polinômios similares aos ortogonais, ˜ Bn(z).<br />
Na seção 4.1, usamos principalmente o trabalho <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Sri Ranga e<br />
Van Assche [3] e na seção 4.2, apresentamos os resultados obtidos por nós para o caso<br />
em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são ilimitados.<br />
4.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados<br />
4.1.1 Introdução<br />
não vazio.<br />
Sejam ˜ X = (0, ∞) \ [ ˇ d, ˆ d] e ˜ Z = CI \ [ ˇ d, ˆ d]. Quando (??) e/ou (??) valem, então ˜ X é<br />
Vamos supor, a partir <strong>de</strong> agora, <strong>que</strong> (??) sempre vale e consi<strong>de</strong>remos o comporta-<br />
mento dos polinômios<br />
˜B 1<br />
z − t V (t; d1, d2, d0, β, δ)dt = L(z; d1, d2, d0, β, δ).<br />
59
Logo, analisando os casos α (1) ≥ α (0) e α (1) < α (0) ,<br />
{(α (1) + α (0) ) − |α (1) − α (0) |}<br />
2α (0) L(z; γ0, γ1, λ, β, β (0) ) = 1<br />
2πα (0)<br />
<br />
B<br />
1<br />
z − t V (t; γ0, γ1, λ, β, β (0) )dt.<br />
Assim, o primeiro resultado <strong>de</strong>ste teorema segue do Teorema ??. De maneira análoga,<br />
o outro resultado do teorema é obtido trocando-se (α (0) , β (0) ) por (α (1) , β (1) ) em (??).<br />
<strong>que</strong><br />
O resultado <strong>de</strong>sse último teorema e as equações (??) e (??) nos permitem concluir<br />
Teorema 4.1.1 Para toda função contínua e limitada f em (0, ∞),<br />
(i) lim<br />
2n<br />
n→∞<br />
r=1<br />
2n+1 <br />
(ii) lim<br />
n→∞<br />
r=1<br />
e<br />
<br />
τ2n,rf(z2n,r) =<br />
E (1)<br />
<br />
τ2n+1,rf(z2n+1,r) =<br />
f(t)dφ (1) (t),<br />
E (0)<br />
f(t)dφ (0) (t)<br />
1<br />
n<br />
<br />
(iii) lim f(zn,r) = f(t)d<br />
n→∞n<br />
r=1<br />
E<br />
˜ F (t; γ0, γ1, β),<br />
on<strong>de</strong> φ (0) (x) e φ (1) (x) são as mesmas funções dadas no Teorema ??.<br />
4.1.2 Casos Especiais<br />
Vamos consi<strong>de</strong>rar, agora, alguns casos especiais. Note <strong>que</strong>, mesmo <strong>que</strong> os coefi-<br />
cientes βn, αn+1, n ≥ 1, sejam positivos, qual<strong>que</strong>r um <strong>de</strong> seus limites, isto é, qual<strong>que</strong>r um<br />
dos valores β (0) , α (0) , β (1) e α (1) , po<strong>de</strong> assumir o valor zero.<br />
Caso 1 : Vamos consi<strong>de</strong>rar o caso em <strong>que</strong><br />
α (0) = α (1) = α > 0 e β (0) = β (1) = β > 0.<br />
Então, ã = ˜ b = β, a = β + 2α −<br />
Substituindo esses valores em (??) e no Teorema ??, obtemos<br />
60<br />
<br />
(β + 2α) 2 − β2 <br />
e b = β + 2α + (β + 2α) 2 − β2 .<br />
R4(z) = 1 1 z + β<br />
+ √ √ =<br />
2z 2z z − a z − b 1<br />
b 1 1 + β/t<br />
√ √ dt. (4.1.1)<br />
2π a z − t b − t t − a
Do Teorema ??, segue <strong>que</strong> R (0)<br />
3 (z) = R (1)<br />
3 (z) = R3(z), on<strong>de</strong><br />
R3(z) =<br />
2<br />
<br />
z − β + (z − β) 2 − 4αz<br />
pois (z − a)(z − b) = (z − β) 2 − 4αz.<br />
<br />
1 b 1<br />
=<br />
2πα a z − t V (t; 0, 2√α, 0, β, β)dt,<br />
Caso 2 : Agora, consi<strong>de</strong>remos o caso on<strong>de</strong> α (0) ou α (1) assume o valor zero. Sejam (para ν<br />
igual a 0 ou 1),<br />
α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) > 0 e β (1−ν) > 0.<br />
Então, <strong>de</strong> (??), segue <strong>que</strong> a = ã e b = ˜ b. Com isto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />
R4(z) = 1 1<br />
+<br />
2z 2z<br />
z 2 − β (0) β (1)<br />
(z − a)(z − b)<br />
Portanto, ˜ F (t) = 1<br />
1<br />
U(t − a) + U(t − b).<br />
2 2<br />
1/2 1/2<br />
= +<br />
z − a z − b .<br />
Note <strong>que</strong> se α = 0, então a = βmin = min{β (0) , β (1) } e b = βmax = max{β (0) , β (1) }.<br />
De (??) e (??), po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong>:<br />
• se α (0) = α, então<br />
R (0)<br />
3 (z) =<br />
• se α (1) = α, então<br />
R (0)<br />
3 (z) =<br />
1<br />
z − β (1) e R (1)<br />
3 (z) =<br />
z − β (0)<br />
(z − a)(z − b) = β(0) − a 1<br />
b − a z − a<br />
Caso 3 : Consi<strong>de</strong>raremos, agora, o caso<br />
z − β (1)<br />
(z − a)(z − b) = β(1) − a 1<br />
b − a z − a<br />
+ b − β(0)<br />
b − a<br />
1<br />
z − b<br />
+ b − β(1)<br />
b − a<br />
e R (1)<br />
3 (z) =<br />
α (ν) ≥ 0, α (1−ν) ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />
Segue <strong>que</strong> u2 = 0 e, assim,<br />
a = ã = 0, ˜ b = β + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2<br />
Substituindo esses valores em (??), temos <strong>que</strong><br />
R4(z) = 1/2<br />
z +<br />
1/2<br />
<br />
z − ˜ b √ z − b<br />
= 1/2<br />
z<br />
e b = β + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 .<br />
<br />
1 b<br />
+<br />
2π ˜b 1 1<br />
<br />
z − t<br />
t − ˜b √ dt<br />
b − t<br />
1<br />
z − b .<br />
1<br />
.<br />
z − β (0)<br />
61
e<br />
˜F (t) = 1<br />
<br />
1 t U(x −<br />
U(t) +<br />
2 2π −∞<br />
˜b) − U(x − b)<br />
√ <br />
b − x x − ˜ dx.<br />
b<br />
Se α (0) = α (1) e β = 0, então ˜ b também é zero.<br />
Caso 4 : Finalmente, suponhamos <strong>que</strong><br />
α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />
Então, a = ã = 0, b = ˜ b = β + α e<br />
R4(z) = 1/2<br />
z<br />
+ 1/2<br />
z − b .<br />
Isto significa <strong>que</strong> ˜ F (t) = 1 1 U(t) + 2 2U(t − b). Se α = β = 0, então ˜ F (t) = U(t).<br />
4.1.3 Exemplos<br />
Daremos, agora, alguns exemplos <strong>de</strong> polinômios <strong>que</strong> satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrên-<br />
cia (??) para a qual os coeficientes satisfazem às proprieda<strong>de</strong>s (??) e (??).<br />
Exemplo 1 : Para λ > 0 e 0 < a < b < ∞, os polinômios ˜ Bn(z) <strong>de</strong>finidos por<br />
b<br />
t<br />
a<br />
−n+s Bn(t)t ˜ −λ (b − t) λ−1/2 (t − a) λ−1/2 dt = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1,<br />
satisfazendo à relação <strong>de</strong> recorrência (??) com<br />
βn = β, αn+1 =<br />
n(n + 2λ − 1)<br />
α, n ≥ 1,<br />
(n + λ)(n + λ − 1)<br />
on<strong>de</strong> β = √ ab e α = ( √ b − √ a) 2 /4. Este resultado também é válido para λ = 0 se tomarmos<br />
α2 = 2α. Este caso foi trabalhado com mais <strong>de</strong>talhes por Cooper e Gustafson [15] e seus<br />
polinômios R2n(x) estão relacionados aos polinômios ˜ Bn(x) por ˜ Bn(x 2 ) = x n R2n(x).<br />
Como β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = α, estamos tratando do caso 1 da última seção.<br />
Exemplo 2 : Para 0 < a < b < ∞, consi<strong>de</strong>ramos os polinômios ˜ Bn(z) <strong>de</strong>finidos por<br />
b<br />
a<br />
t −n+s Bn(t) ˜ 1 + √ ab/t<br />
√ √ dt = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1.<br />
b − t t − a<br />
62
A função distribuição neste caso é a<strong>que</strong>la <strong>que</strong> aparece no limite em (4.1.1). Em [47],<br />
Sri Ranga e Bracciali <strong>de</strong>monstraram <strong>que</strong> esses polinômios satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência<br />
(??) com<br />
on<strong>de</strong> ln = (1 + l)n − (1 − l) n<br />
(1 + l) n l, l =<br />
+ (1 − l) n<br />
última seção.<br />
βn = βln−1/ln, αn+1 = (l 2 n − 1)βn, n ≥ 1,<br />
<br />
1 + α/β, β = √ ab, e α = ( √ b − √ a) 2 /4.<br />
Como β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = α, estamos tratando novamente do caso 1 da<br />
Exemplo 3 : Para λ > 0, consi<strong>de</strong>remos os polinômios ˜ Bn(z) <strong>de</strong>finidos por<br />
on<strong>de</strong><br />
é uma função escada com saltos nos pontos<br />
t = tk+1 =<br />
∞<br />
t<br />
0<br />
−n+s Bn(t)dψ ˜ (λ) (t) = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1,<br />
1 + 2β(k + λ) +<br />
dψ (λ) (t) = 2t (k + λ)<br />
t + β<br />
−1e−k k!<br />
2(k + λ)<br />
<br />
1 + 4β(k + λ)<br />
e t = t−k−1 = β 2 /tk+1,<br />
para k = 0, 1, · · · . Esses polinômios estão relacionados aos polinômios <strong>de</strong> Tricomi-Carlitz<br />
através da transformação t(x) = { √ ρx 2 + β + √ ρx} 2 , x ∈ (−∞, ∞). Os coeficientes da<br />
relação <strong>de</strong> recorrência associada satisfazem<br />
βn = β e αn+1 =<br />
n<br />
, n ≥ 1.<br />
(n + λ)(n + λ − 1)<br />
Como β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = 0, estamos agora no caso 2 e<br />
R4(z) = 1<br />
z − β<br />
e R3(z) = 1<br />
z − β .<br />
Exemplo 4 : Como exemplo final consi<strong>de</strong>remos os polinômios ˜ Bn(z) satisfazendo à relação<br />
<strong>de</strong> recorrência (??) com<br />
α2n = α (0) , α2n+1 = α (1) , β2n = β (0) para n ≥ 1 e β2n+1 = β (1) para n ≥ 0,<br />
63
on<strong>de</strong> 0 < β (0) β (1) < ∞ e 0 < α (0) α (1) < ∞. Assim, os resultados dos Teoremas ?? − ?? e ??<br />
são válidos. Como An(z)/ ˜ Bn(z) −→ R1(z) com<br />
1<br />
R1(z) =<br />
z − β (1) α<br />
−<br />
(0) z<br />
z − β (0) α<br />
−<br />
(1) z<br />
z − β (1) α<br />
−<br />
(0) z<br />
z − β (0) − . ,<br />
. .<br />
obtemos, da teoria <strong>de</strong> frações contínuas, <strong>que</strong><br />
R1(z) =<br />
(z − β) 2 − λ 2 z − (α (0) − α (1) )z +<br />
2(z − β (0) )<br />
<br />
(z − β) 2 − γ2 <br />
0z (z − β) 2 − γ2 1z .<br />
Assim, da mesma forma <strong>que</strong> no Teorema ??, obtemos <strong>que</strong><br />
<br />
R1(z) =<br />
B<br />
1<br />
z − t<br />
(1)<br />
1 − αmin/α<br />
dψ(t) =<br />
z − β (1) + 1<br />
2πα (1)<br />
<br />
B<br />
1<br />
z − t V (t; γ0, γ1, λ, β, β (0) )dt,<br />
on<strong>de</strong> B, γ1, γ0 e λ são os mesmos <strong>que</strong> os do Teorema ??. Dessa forma, concluímos <strong>que</strong>, com<br />
a função distribuição acima, os polinômios ˜ Bn(z) satisfazem<br />
<br />
B<br />
t −n+s ˜ Bn(t)dψ(t) = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1.<br />
Observe <strong>que</strong> se α (0) = α (1) = α, então λ = γ0 e<br />
dψ(t) = 1<br />
2π<br />
√ <br />
√ <br />
b − t t − a<br />
t − β(0)<br />
dt,<br />
t t − β (1)<br />
em B = [a, βmin] ∪ [βmax, b], on<strong>de</strong> ab = β (0) β (1) e a + b = β (0) + β (1) + 4α.<br />
64
4.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados<br />
4.2.1 Introdução<br />
Como no capítulo 3, seção 3.2, faremos uso da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> função <strong>que</strong> varia regu-<br />
larmente, 3.2.1, e vamos supor <strong>que</strong> existe uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente, λn, com<br />
expoente α > 0. Sejam os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência (??) satisfazendo<br />
lim<br />
n→∞ β2n/λ2n = β (0) , lim α2n/λ2n = α<br />
n→∞ (0) ,<br />
lim<br />
n→∞ β2n+1/λ2n = β (1)<br />
e lim<br />
n→∞ α2n+1/λ2n = α (1) .<br />
65<br />
(4.2.2)<br />
Seguindo o mesmo raciocínio utilizado na seção e no capítulo anteriores e supondo<br />
<strong>que</strong> (??) seja válido, faremos, aqui, um estudo sobre o caso ilimitado para os polinômios<br />
similares as ortogonais, Bn(z).<br />
4.2.2 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong><br />
com<br />
e<br />
De (??), po<strong>de</strong>mos obter a seguinte relação <strong>de</strong> recorrência:<br />
Bk+1(λ2nz) = ak+1(λ2nz)Bk−1(λ2nz) − bk+1(λ2nz)Bk−3(λ2nz), k ≥ 3, (4.2.3)<br />
ak+1(λ2nz) = (λ2nz − βk)(λ2nz − βk+1) − αk<br />
De (4.2.3),<br />
para λ2nz ∈ X.<br />
λ2nz − βk+1<br />
λ2nz − βk−1<br />
λ2nz − αk+1λ2nz (4.2.4)<br />
λ2nz − βk+1<br />
bk+1(λ2nz) = αk−1αk<br />
λ<br />
λ2nz − βk−1<br />
2 2nz 2 . (4.2.5)<br />
ak+1(λ2nz) = Bk+1(λ2nz)<br />
Bk−1(λ2nz)<br />
Bk−3(λ2nz)<br />
+ bk+1(λ2nz) , k ≥ 3. (4.2.6)<br />
Bk−1(λ2nz)<br />
Temos <strong>que</strong> a2(λ2nz) = B2(λ2nz) e a3(λ2nz) = B3(λ2nz)/B1(λ2nz).<br />
Logo, do mesmo modo <strong>que</strong> na seção ??, po<strong>de</strong>mos mostrar <strong>que</strong> ak(λ2nz) > 0, k ≥ 2,
Vamos estudar, agora, a convergência da razão 1<br />
CI \ [ ˘ d, ˆ d], quando as condições (4.2.2) são satisfeitas.<br />
Bk+1(λ2nz)<br />
λ2 2n Bk−1(λ2nz)<br />
66<br />
para todo z ∈ Z =<br />
Teorema 4.2.1 Suponhamos <strong>que</strong> os coeficientes da fórmula <strong>de</strong> recorrência (??) satisfazem<br />
(4.2.2), on<strong>de</strong> λn é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α > 0. Sejam ˇ d e ˆ d<br />
constantes positiva tais <strong>que</strong> ˇ d < zj,n/λ2n < ˆ d para todo n (o <strong>que</strong> é possível <strong>de</strong>vido a (??)).<br />
Então, para n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1],<br />
1<br />
λ 2 2n<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z, on<strong>de</strong><br />
R2(z, t) = 1 <br />
2<br />
<br />
+<br />
Bk+1(λ2nz)<br />
Bk−1(λ2nz) → R2(z, t) (4.2.7)<br />
(z − β (0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )t α z<br />
[(z − β(0)t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )t α z] 2 − 4α (0) α (1) t 2α z 2<br />
Demonstração: De (??), para k ≥ 3 temos <strong>que</strong><br />
Bk−1(λ2nz)<br />
ak−1(λ2nz)Bk−3(λ2nz)<br />
<br />
1 −<br />
Bk+1(λ2nz)<br />
ak+1(λ2nz)Bk−1(λ2nz)<br />
<br />
=<br />
bk+1(λ2nz)<br />
ak−1(λ2nz)ak+1(λ2nz)<br />
<br />
.<br />
, k ≥ 3,<br />
(4.2.8)<br />
<strong>que</strong>, para qual<strong>que</strong>r z ∈ [ ˆ d+d, ∞), d > 0 suficientemente gran<strong>de</strong>, nos fornece duas seqüências<br />
enca<strong>de</strong>adas {g (0)<br />
k (λ2nz)} e {g (1)<br />
k (λ2nz)}, on<strong>de</strong><br />
com<br />
e<br />
g (ν)<br />
k (λ2nz) = {1 − m (ν)<br />
(ν)<br />
k−1 (λ2nz)}m k (λ2nz), k ≥ 1, para ν = 0, 1,<br />
Como r (ν)<br />
h (ν)<br />
k (z) = g(ν) k (λ2nz) =<br />
r (ν)<br />
k (z) = m(ν) k (λ2nz) = 1 −<br />
<strong>de</strong> parâmetros para {h (ν)<br />
k (z)}.<br />
b2k+2+ν(λ2nz)<br />
a2k+2+ν(λ2nz)a2k+ν(λ2nz)<br />
B2k+2+ν(λ2nz)<br />
a2k+2+ν(λ2nz)B2k+ν(λ2nz)<br />
0 (z) = 0 para ν = 0 e ν = 1, a seqüência {r (ν)<br />
k<br />
, k ≥ 1<br />
, k ≥ 0.<br />
(z)} é uma seqüência minimal<br />
Agora, sob as condições assintóticas (4.2.2), <strong>de</strong> (4.2.4) e (4.2.5), concluímos <strong>que</strong><br />
ak(λ2nz)<br />
lim<br />
n→∞ λ2 2n<br />
= (z − β (0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )zt α ,
e, portanto,<br />
lim<br />
n→∞ h(ν) k<br />
(z) =<br />
bk(λ2nz)<br />
lim<br />
n→∞ λ4 2n<br />
= α (0) α (1) z 2 t 2α ,<br />
α (0) α (1) z 2 t 2α<br />
[(z − β (0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )zt α ]<br />
2 = h(z, t),<br />
para qual<strong>que</strong>r z ∈ [ ˆ d + d, ∞). Assim, do Teorema 2.1.7, segue <strong>que</strong> 0 ≤ h(z, t) ≤ 1/4 e as<br />
correspon<strong>de</strong>ntes seqüências <strong>de</strong> parâmetros {r (ν)<br />
k (z)} convergem para limites <strong>que</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
somente <strong>de</strong> h(z, t). Logo, {r (0)<br />
k<br />
(z)} e {r(1) (z)} convergem para o mesmo limite e, conseqüen-<br />
k<br />
temente, Bk+1(λ2nz)<br />
λ 2 2nBk−1(λ2nz) converge para um limite R2(z, t) para qual<strong>que</strong>r z ∈ [ ˆ d + d, ∞).<br />
Fazendo n ten<strong>de</strong>r para infinito em (4.2.8), obtemos o limite<br />
R2(z, t) = 1<br />
λ 2 <br />
<br />
<br />
Bk−1(λ2nz)<br />
<br />
<br />
2n <br />
<br />
Bk+1(λ2nz)<br />
2 {(z − β(0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )t α z<br />
<br />
+ [(z − β (0) tα )(z − β (1) tα ) − (α (0) + α (1) )tαz] 2 − 4α (0) α (1) t2αz2 }.<br />
Agora, para z ∈ Z, como zk,j/λ2n são os zeros <strong>de</strong> Bk(λ2nz),<br />
= λ2 <br />
<br />
<br />
2n <br />
<br />
Bk−1(λ2nz)<br />
Bk(λ2nz)<br />
<br />
<br />
<br />
Bk(λ2nz) <br />
<br />
<br />
<br />
Bk+1(λ2nz)<br />
≤<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
k<br />
<br />
τk,j k+1<br />
<br />
τk+1,j <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
j=1z<br />
− zk,j/λ2n j=1<br />
z − zk+1,j/λ2n <br />
on<strong>de</strong> ɛ = dist(z, [ ˇ d, ˆ d]). Isto significa <strong>que</strong> a seqüência Bk−1(λ2nz)<br />
λ 2 2nBk+1(λ2nz)<br />
67<br />
1<br />
= ,<br />
ɛ2 , n ≥ 1, é uniformemente<br />
limitada em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z. Portanto, do Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4,<br />
obtemos o resultado do teorema.<br />
De (??), obtemos facilmente <strong>que</strong><br />
1<br />
λ 2 2n<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluimos <strong>que</strong><br />
Bk+1(λ2nz)<br />
Bk−1(λ2nz) =<br />
<br />
z − βk<br />
<br />
1 Bk(λ2nz) αk<br />
−<br />
λ2n λ2n Bk−1(λ2nz) λ2 z,<br />
2n<br />
Corolário 4.2.2 Suponha <strong>que</strong> (??) e (4.2.2) sejam válidos. Então,<br />
lim<br />
B2k(λ2nz)<br />
n→∞ λ2n<br />
B2k+1(λ2nz)<br />
lim<br />
n→∞ λ2n<br />
B2k−1(λ2nz)<br />
B2k(λ2nz)<br />
= R(0)<br />
3 (z, t) =<br />
= R(1)<br />
3 (z, t) =<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z.<br />
z − β (0) t α<br />
R2(z, t) + α (0) t α z ,<br />
z − β (1) t α<br />
R2(z, t) + α (1) t α z ,
Teorema 4.2.3 Sob as mesmas condições do Teorema 4.2.1, temos <strong>que</strong>, quando n → ∞,<br />
1 (d/dz)Bk(λ2nz)<br />
n Bk(λ2nz)<br />
→ R4(z, t) = 1<br />
1 (∂/∂z)R2(z, t)<br />
dt<br />
⎡ 2 0 R2(z, t)<br />
1<br />
= ⎣<br />
0<br />
1<br />
z<br />
2z<br />
2 − u2t2α <br />
[z2 − u1tαz + u2t2α ] 2 − 4u3t2α 1<br />
+<br />
z2 2z<br />
⎤<br />
⎦ dt<br />
68<br />
(4.2.9)<br />
uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z, on<strong>de</strong> u1 = β (0) + β (1) + α (0) + α (1) ,<br />
u2 = β (0) β (1) e u3 = α (0) α (1) .<br />
Demonstração: Como na <strong>de</strong>monstração do Teorema 3.2.6, mostraremos o resultado para<br />
z ∈ [ ˆ d + d, ∞). Seja a função<br />
gn(t) = − d<br />
dz<br />
B2[[nt]](λ2nz)<br />
B2[[nt]]+2(λ2nz)<br />
on<strong>de</strong> [a] é a parte inteira do número real a.<br />
Desta forma, encontramos <strong>que</strong><br />
1 (d/dz)B2n(λ2nz)<br />
2n B2n(λ2nz)<br />
B2[nt]](λ2nz)<br />
Se fixarmos t, então, pelo Teorema 4.2.1,<br />
∂<br />
<br />
1<br />
<br />
∂z<br />
gn(t) → −<br />
R2(z, t)<br />
1<br />
R2(z, t)<br />
=<br />
B2[nt]+2(λ2nz)<br />
= 1<br />
1<br />
gn(t)dt.<br />
2 0<br />
<br />
∂<br />
∂z R2(z, t)<br />
R2(z, t)<br />
, 0 ≤ t ≤ 1,<br />
<strong>que</strong> segue da convergência uniforme <strong>de</strong> funções analíticas, e <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>rivadas, em conjuntos<br />
compactos. Também, para t ∈ [(j − 1)/n, j/n),<br />
Então,<br />
gn(t) = − d<br />
dz<br />
− d<br />
dz<br />
<br />
B2j−2(λ2nz) B2j−2(λ2nz)<br />
B2j−1(λ2nz) B2j−1(λ2nz)<br />
<br />
B2j−1(λ2nz) B2j−1(λ2nz)<br />
B2j(λ2nz)<br />
1<br />
2 gn(t) < 1/d.<br />
B2j(λ2nz)<br />
. (4.2.10)<br />
O Teorema da convergência dominada <strong>de</strong> Lebesgue nos dá (4.2.9) para z ∈ [ ˆ d+d, ∞).<br />
O resultado geral segue do teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4. O mesmo argumento é usado<br />
para os índices ímpares. Calculando-se explicitamente 1 (∂/∂z)R2(z, t)<br />
chega-se ao resultado<br />
2 R2(z, t)<br />
<strong>de</strong>sejado.
4.2.3 Representação Integral<br />
e<br />
Consi<strong>de</strong>remos as funções distribuições F e G da seção anterior, ou seja,<br />
F (u; γ0, γ1, β) = 1<br />
u<br />
2π<br />
−∞<br />
G(u; d1, d2, d0, β, δ) = 2 [(d<br />
π<br />
2 2 − d2 0) 1/2 + (d2 1 − d2 0) 1/2 ] 2<br />
(d2 2 − d2 1) 2<br />
69<br />
|x − β|(x + β)/x<br />
<br />
γ2 1x − (x − β) 2<br />
<br />
(x − β) 2 − γ2 0x IE(x)dx (4.2.11)<br />
<br />
u d<br />
×<br />
−∞<br />
2 2x − (x − β) 2<br />
<br />
x[(x − β2 ) 2 − d2 0x]<br />
(x − β) 2 − d 2 1x<br />
on<strong>de</strong> IE(x) é a função indicadora do conjunto E = [a, a] ∪ [b, b].<br />
(4.2.12)<br />
(x − β)(x − δ)<br />
IE(x)dx,<br />
|x − β|<br />
Daremos, agora, outras proprieda<strong>de</strong>s para o caso ilimitado. Primeiramente, anali-<br />
Bk−1(λ2nz)<br />
saremos a convergência da razão λ2n<br />
Bk(λ2nz) .<br />
Teorema 4.2.4 Suponhamos <strong>que</strong> (??) e (4.2.2) sejam válidos e <strong>que</strong> 0 < β (0) β (1) e<br />
0 < α (0) α (1) . Então,<br />
R (0)<br />
<br />
3 (z, t) =<br />
E (0)<br />
e<br />
R (1)<br />
<br />
3 (z, t) =<br />
E (1)<br />
1<br />
z − x dψ(0) (x) =<br />
1<br />
z − x dψ(1) (x) =<br />
on<strong>de</strong> B = [a, a] ∪ [b, b], αmin = min{α (0) , α (1) }<br />
(0)<br />
1 − αmin/α<br />
z − β (1) tα + 1<br />
2πα (0)<br />
<br />
1<br />
B z − x V (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α )dt,<br />
(1)<br />
1 − αmin/α<br />
z − β (0) tα + 1<br />
2πα (1)<br />
<br />
1<br />
B z − x V (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (1) t α )dt,<br />
λ 2 <br />
= ( β (0) <br />
− β (1) ) 2 <br />
, β = β (0) β (1) ,<br />
γ 2 <br />
1 = ( β (0) <br />
− β (1) ) 2 + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 = ( √ b − √ a) 2 ,<br />
γ 2 <br />
0 = ( β (0) <br />
− β (1) ) 2 + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2 = ( √ b − √ a) 2 .
Demonstração: De (4.2.7) e do corolário 4.2.2, obtemos<br />
R (0)<br />
3 (z, t) = 2(z − β (0) tα )<br />
× <br />
(z − β (0) tα )(z − β (1) tα ) − (α (1) − α (0) )tαz <br />
+ [(z − β (0) tα )(z − β (1) tα ) − (α (1) + α (0) )tαz] 2 − 4α (0) α (1) t2αz2 (4.2.13)<br />
−1 .<br />
escrito como<br />
Com o mesmo raciocínio usado na <strong>de</strong>monstração do Teorema ??, R (0)<br />
3 (z, t) po<strong>de</strong> ser<br />
|α (1) − α (0) | − (α (1) − α (0) )<br />
2α (0) (z − β (1) t α )<br />
Lembremos <strong>que</strong><br />
<br />
D<br />
B<br />
+ {(α(1) + α (0) ) − |α (1) − α (0) |}<br />
2α (0)<br />
L(z; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α ).<br />
1<br />
z − t V (t; d1, d2, d0, β, δ)dt = L(z; d1, d2, d0, β, δ).<br />
Logo, analisando os casos α (1) ≥ α (0) e α (1) < α (0) , chegamos <strong>que</strong><br />
{(α (1) + α (0) ) − |α (1) − α (0) |}<br />
2α (0)<br />
L(z; γtα/2 , γtα/2 , λtα/2 , βtα , β (0) tα )<br />
<br />
= 1<br />
2πα (0)<br />
B<br />
1<br />
z − x V (x; γtα/2 , γt α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α )dt.<br />
Assim, o primeiro resultado <strong>de</strong>ste teorema segue <strong>de</strong> (??). De maneira análoga, como<br />
R (1)<br />
3 (z, t) = 2(z − β (1) t α )<br />
× <br />
+<br />
(z − βtα ) 2 − λ2tαz − (α (0) − α (1) )tαz <br />
(z − βt α ) 2 − γ 2 0t α z<br />
<br />
(z − βt α ) 2 − γ 2 1t α z −1<br />
o outro resultado do teorema é obtido trocando-se (α (0) , β (0) ) por (α (1) , β (1) ).<br />
70<br />
, (4.2.14)<br />
Teorema 4.2.5 Sob as mesmas condições do Teorema 4.2.1, para toda função contínua f,<br />
quando n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1], temos <strong>que</strong><br />
(i)<br />
2k<br />
τ2k,jf(z2k,j/λ2n) → αmin<br />
∞<br />
j=1<br />
α (1)<br />
−∞<br />
f(x)dG <br />
x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (1) t α<br />
+ α(1) − αmin<br />
α (1) f(β (0) t α ),<br />
2k+1 <br />
(ii) τ2k+1,jf(z2k+1,j/λ2n) →<br />
j=1<br />
αmin<br />
α (0)<br />
∞<br />
f(x)dG<br />
−∞<br />
<br />
x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α<br />
+ α(0) − αmin<br />
α (0) f(β (1) t α ),
(iii) 1<br />
n<br />
1<br />
∞<br />
f(zn,j/λ2n) → f(x)dF<br />
n j=1<br />
0 −∞<br />
<br />
x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , βt α<br />
dt,<br />
on<strong>de</strong><br />
γ 2 <br />
0 = ( β (0) <br />
− β (1) ) 2 + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2 , γ 2 <br />
1 = ( β (0) <br />
− β (1) ) 2 + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 ,<br />
λ 2 <br />
= ( β (0) <br />
− β (1) ) 2<br />
e β =<br />
Demonstração: Sejam as funções distribuições discretas<br />
e<br />
<br />
β (0) β (1) .<br />
k<br />
Gn,k(x) = τk,jU(x − zk,j/λ2n) (4.2.15)<br />
j=1<br />
Fn(x) = 1<br />
n<br />
U(x − zn,j/λ2n), (4.2.16)<br />
n j=1<br />
on<strong>de</strong> U(x) é a função dada por (3.1.19). As transformadas <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong>ssas funções dis-<br />
tribuições são<br />
e<br />
∞<br />
S(Gn,k(x); z) =<br />
∞<br />
S(Fn(x); z) =<br />
−∞<br />
−∞<br />
dGn,k(x)<br />
z − x<br />
dFn(x)<br />
z − x<br />
= 1<br />
n<br />
Bk−1(λ2nz)<br />
= λ2n<br />
Bk(λ2nz)<br />
71<br />
(4.2.17)<br />
(d/dz)Bn(λ2nz)<br />
. (4.2.18)<br />
Bn(λ2nz)<br />
O comportamento assintótico <strong>de</strong>ssas transformadas é dado pelo Corolário 4.2.2 e<br />
pelo Teorema 4.2.3, e, pelo Teorema <strong>de</strong> Grommer-Hamburger 2.1.6, os limites <strong>de</strong>vem ser as<br />
transformadas <strong>de</strong> Stieltjes dos limites fracos das funções distribuições Gn,k(x) e Fn(x). A<br />
i<strong>de</strong>ntificação dos limites em (4.2.17) é feita <strong>de</strong> maneira análoga à <strong>de</strong>monstração do teorema<br />
3.2.7 da seção 3.2. Para i<strong>de</strong>ntificar o limite <strong>de</strong> (4.2.18), observe <strong>que</strong> o integrando <strong>de</strong> (4.2.9) é a<br />
transformada <strong>de</strong> Stieltjes da função distribuição F (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , βt α ) <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o resultado<br />
segue.<br />
4.2.4 Casos Especiais<br />
Como fizemos para o caso on<strong>de</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limi-<br />
tados, analisaremos aqui, também os casos <strong>que</strong> chamam mais a atenção. Entre eles estão<br />
a<strong>que</strong>les em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência têm limites nulos.
Caso 1 : Primeiramente, vamos consi<strong>de</strong>rar o seguinte caso:<br />
R3(z, t) =<br />
α (0) = α (1) = α > 0 e β (0) = β (1) = β > 0.<br />
Então, a = b = β, a = β + 2α −<br />
72<br />
<br />
(β + 2α) 2 − β2 <br />
e b = β + 2α + (β + 2α) 2 − β2 .<br />
Observe <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos escrever R4(z, t) da seguinte maneira<br />
R4(z, t) = 1<br />
<br />
1<br />
2z 0<br />
z2 − β (0) β (1) t2α √<br />
z − atα √ z − atα√z − btα√ 1<br />
+<br />
z − btα 2z<br />
Logo, substituindo esses valores em (4.2.19) e em (4.2.11), temos<br />
R4(z, t) = 1<br />
<br />
1 1 z + βt<br />
+<br />
2z 2z 0<br />
α<br />
√<br />
z − atα √ dt<br />
z − btα b<br />
1 1<br />
=<br />
dF (x)dt<br />
a 0 z − x<br />
= 1<br />
b<br />
1 1 1 + βt<br />
2π a 0 z − x<br />
α /x<br />
√ √<br />
btα − x x − atα dtdx.<br />
Do Teorema 4.2.4, segue <strong>que</strong> R (0)<br />
3 (z, t) = R (1)<br />
3 (z, t) = R3(z, t), on<strong>de</strong><br />
2<br />
(z − βtα <br />
) + (z − βtα ) 2 − 4αtαz pois (z − at α )(z − bt α ) = (z − βt α ) 2 − 4αt α z.<br />
<br />
dt. (4.2.19)<br />
<br />
1 b 1<br />
=<br />
2πα a z − x V (x; 0, 2√αtα , 0, βt α , βt α )dt,<br />
Caso 2 : Agora, consi<strong>de</strong>remos o caso em <strong>que</strong> α (0) ou α (1) assumem o valor zero. Sejam<br />
(para ν igual a 0 ou 1),<br />
α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) > 0 e β (1−ν) > 0.<br />
Então, <strong>de</strong> (4.2.19), segue <strong>que</strong> a = a e b = b. Com isto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />
1<br />
R4(z, t) =<br />
0<br />
<br />
1 1<br />
+<br />
2z 2z<br />
z2 − β (0) β (1) t2α (z − atα )(z − btα <br />
dt =<br />
)<br />
Portanto, F (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , βt α ) = 1<br />
2 U(t − atα ) + 1<br />
2 U(t − btα ).<br />
1<br />
0<br />
<br />
1/2 1/2<br />
+<br />
z − atα z − btα <br />
dt.<br />
Agora, se α = 0, então a = βmin = min{β (0) , β (1) } e b = βmax = max{β (0) , β (1) }.<br />
De (4.2.13) e (4.2.14), a seguinte afirmação também vale:<br />
• se α (0) = α, então<br />
R (0)<br />
3 (z, t) =<br />
1<br />
z − β (1) t α
e<br />
R (1)<br />
3 (z, t) =<br />
• se α (1) = α, então<br />
e<br />
R (0)<br />
3 (z, t) =<br />
Caso 3 : Sejam, agora,<br />
e<br />
z − β (1) tα (z − atα )(z − btα ) = β(1) − a 1 b − β(1) 1<br />
+ ;<br />
b − a z − atα b − a z − btα z − β (0) tα (z − atα )(z − btα ) = β(0) − a 1 b − β(0) 1<br />
+<br />
b − a z − atα b − a z − btα R (1)<br />
3 (z, t) =<br />
1<br />
z − β (0) .<br />
tα α (ν) ≥ 0, α (1−ν) ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />
Segue <strong>que</strong> u2 = 0 e, assim,<br />
a = a = 0, b = β + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2<br />
Substituindo esses valores em (4.2.19), temos <strong>que</strong><br />
R4(z, t) = 1/2<br />
z +<br />
1 1/2<br />
√<br />
0 z − btα √ 1/2<br />
dt =<br />
z − btα z<br />
F (x) = 1<br />
<br />
1 1<br />
U(x) +<br />
2 2π 0<br />
Caso 4 : Finalmente, vamos supor <strong>que</strong><br />
x<br />
−∞<br />
e b = β + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 .<br />
<br />
1 1<br />
+<br />
2π 0<br />
b<br />
b<br />
U(u − b) − U(u − b)<br />
√ bt α − u √ u − bt α dudt.<br />
α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />
Então, a = a = 0, b = b = β + α e<br />
R4(z, t) = 1/2<br />
z +<br />
1 1/2<br />
dt.<br />
0 z − btα 73<br />
1 1<br />
√<br />
z − x x − btα √ btα − x dxdt,<br />
Isto significa <strong>que</strong> F (x) = 1<br />
1 U(x) + 2 2U(x − btα ). Se α = β = 0, então F (x) = U(x).
4.2.5 Exemplo<br />
No artigo [48], Sri Ranga mostra a relação entre polinômios ortogonais e os polinômios<br />
L-ortogonais associados quando as funções peso estão associadas <strong>de</strong> maneira especial, a partir<br />
da transformação<br />
<br />
t(x) = { ρx2 + β + √ ρx} 2 , x ∈ (−∞, ∞), (4.2.20)<br />
on<strong>de</strong> t(x) representa uma aplicação biunívoca entre (−∞, ∞) e (0, ∞).<br />
A inversa <strong>de</strong> t(x) é dada por<br />
x(t) = 1<br />
2 √ ρ<br />
74<br />
<br />
√t β<br />
− √t , t ∈ (0, ∞). (4.2.21)<br />
Dois resultados importantes <strong>de</strong>sse artigo são os seguintes.<br />
Teorema 4.2.6 Sejam b e d tais <strong>que</strong> √ b = √ ρd 2 + β + √ ρd e<br />
v(t) = At −1/2 w(x(t)).<br />
Então, w(x) é uma função peso em (−d, d) tal <strong>que</strong> w(x) = w(−x) se, e somente se, v(t) é<br />
uma função peso forte em (β 2 /b, b) tal <strong>que</strong> √ tv(t) =<br />
positivo.<br />
<br />
β 2 /tv(β 2 /t), on<strong>de</strong> A é um número<br />
Teorema 4.2.7 Sejam w(x) e v(x) um par <strong>de</strong> funções peso dadas pelo Teorema 4.2.6 e<br />
Qn(x) e Bn(t) os polinômios ortogonais e similares associados a w(x) e v(t), respectivamente.<br />
Então, para n ≥ 0,<br />
Bn(t) = (2 √ ρt) n Qn(x(t)). (4.2.22)<br />
Sabemos <strong>que</strong> os polinômios mônicos <strong>de</strong> Hermite, Hn(x), são ortogonais no intervalo<br />
(−∞, ∞), com relação à função peso w(x) = e −x2<br />
e satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência<br />
Hn+1(x) = xHn(x) − αnHn−1(x), n ≥ 1, (4.2.23)<br />
on<strong>de</strong> αn = n/2. Logo, <strong>de</strong> (4.2.21), (4.2.22) e (4.2.23), os polinômios Hn(t), similares aos<br />
ortogonais Hn(x), satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência (??), on<strong>de</strong> βn+1 = β e αn+1 = 2ρn, n ≥<br />
1 e a função peso é, pelo Teorema 4.2.6,<br />
v(t) = t −1/2 e − t+β2 /t<br />
4α em (0, ∞).
Daí,<br />
α2n = 2(2n − 1)ρ, α2n+1 = 2(2n)ρ e β2n = β2n+1 = β.<br />
Po<strong>de</strong>mos observar <strong>que</strong> os coeficientes α2n e α2n+1 são ilimitados, mas variam regu-<br />
larmente. Dessa forma, po<strong>de</strong>mos tomar uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente, {λn}, on<strong>de</strong><br />
λ2n = 2n. Assim, das condições (4.2.2) teremos <strong>que</strong> β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = 2ρ.<br />
Assim, estamos tratando do caso 1 da última seção, on<strong>de</strong> α = 2ρ e β = β.<br />
75
Capítulo 5<br />
Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
Diversos trabalhos sobre proprieda<strong>de</strong>s assintóticas dos polinômios ortogonais Qn(z)<br />
e seus zeros quando ocorre o caso (3.1.1) já foram publicados. Para citar alguns, Nevai em<br />
[35, 36] fez uma cuidadosa investigação do caso on<strong>de</strong> b1 = b2 = b e a1 = a2 = a (em [36]<br />
a foi consi<strong>de</strong>rado maior <strong>que</strong> zero). Um <strong>de</strong> seus resultados é <strong>que</strong> os zeros dos correspon-<br />
<strong>de</strong>ntes polinômios ortogonais têm comportamento arco-seno. Este comportamento dos zeros<br />
já foi verificado para uma gran<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> polinômios ortogonais (ver, por exemplo [21] e<br />
[53]). Mas, na maioria dos casos, o resultado segue <strong>de</strong> um conhecimento a priori da função<br />
distribuição φ com relação à qual os polinômios são ortogonais. Entretanto, po<strong>de</strong>mos ter<br />
acesso à relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) sem qual<strong>que</strong>r conhecimento da função distribuição<br />
φ. Chihara [9, 12] mostrou <strong>que</strong>, sob as condições (3.1.1) (com a1 = a2 = a), po<strong>de</strong>-se usar<br />
seqüências enca<strong>de</strong>adas para mostrar <strong>que</strong> os zeros dos polinômios ortogonais são <strong>de</strong>nsos na<br />
união <strong>de</strong> dois intervalos disjuntos. Essas seqüências enca<strong>de</strong>adas foram também usadas por<br />
Maki [33] para provar o comportamento regular arco-seno para o caso em <strong>que</strong> b1 = b2 = b e<br />
a1 = a2 = a, mas fez uma hipótese extra: αn ≤ a 2 .<br />
Akhiezer [1] estudou polinômios ortogonais com função peso concentrada na união <strong>de</strong><br />
dois intervalos disjuntos e com os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazendo (3.1.1).<br />
Os dois intervalos disjuntos <strong>de</strong>sempenharam importante papel para se encontrar o compor-<br />
tamento assintótico dos coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>que</strong> foram estudadas aqui.<br />
O caso em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência para os polinômios ortogo-<br />
76
nais têm limites finitos também foi tratado em Chihara [11], Nevai [37], Geronimo e Case<br />
[23] e outros. Coeficientes <strong>de</strong> recorrência assintoticamente periódicos com finitos pontos <strong>de</strong><br />
acumulação foi estudado por Chihara [11], Geronimo e Van Assche [24, 5]. Já o caso em<br />
<strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência para os polinômios similares satisfazem (??) foi<br />
tratado em [3]. Em geral, po<strong>de</strong>-se dizer <strong>que</strong> o suporte da função distribuição φ é limitada<br />
se, e somente se, os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados.<br />
Se os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são ilimitados, então a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ortogonalida<strong>de</strong> é estendida sobre um conjunto ilimitado, possivelmente todo o eixo real.<br />
Alguns aspectos interessantes dos polinômios ortogonais com relação a uma função peso<br />
w(x) = φ ′<br />
(x) em (−∞, ∞) e em (0, ∞) para a qual<br />
lim<br />
x→∞ |x|−α log w(x) = −1 (α > 0)<br />
foi dado por Rakhmanov [40], Mhaskar, Saff [34] e Ullman [54, 55] (ver também [43]). Uma<br />
conjectura bem conhecida por Freud [22] diz <strong>que</strong>, para a função peso |x| ρe−|x|α, os coeficientes<br />
αn da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem<br />
lim<br />
n→∞ n−1/αα 1/2<br />
n =<br />
1/α Γ(α/2)Γ(α/2 + 1)<br />
Γ(α + 1)<br />
77<br />
(5.1)<br />
(observe <strong>que</strong> βn = 0, pois w é uma função par). Freud provou esta conjectura para α = 2, 4<br />
e 6 e a prova geral, para α um inteiro par positivo, foi dada por Magnus [32]. A conjectura<br />
(5.1) indica <strong>que</strong> a seqüência αn cresce como n 2/α . Assim, dizemos <strong>que</strong> esta seqüência varia<br />
regularmente com expoente 2/α. A conjectura foi provada por Lubinsky, Mhaskar e Saff<br />
[30, 31]. Ver também [38] para maiores informações sobre a conjectura <strong>de</strong> Freud.<br />
Chihara [13] estudou o caso em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são ilimi-<br />
tados e fez um extenso uso <strong>de</strong> seqüências enca<strong>de</strong>adas para dar condições a esses coeficientes<br />
sob as quais o conjunto dos zeros dos polinômios ortogonais tivesse um limitante superior<br />
(ou inferior). Nevai e Dehesa [38] supuseram <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência<br />
divergiam, mas <strong>de</strong> forma <strong>que</strong> existisse uma função crescente positiva Φ(t) satisfazendo<br />
Φ(x + t)/Φ(t) → 1 para todo x > 0 e t → ∞, tal <strong>que</strong> βn/Φ(n) e α 1/2<br />
n /Φ(n) tivessem<br />
limites finitos. Sob essas condições, Nevai e Dehesa obtiveram assintóticos para<br />
n<br />
x<br />
j=1<br />
M n<br />
n,j/ Φ<br />
0<br />
M (t)dt,
on<strong>de</strong> xn,1 < xn,2 < · · · < xn,n são os zeros <strong>de</strong> pn(x) (ou Qn(x)) e M é um inteiro fixo positivo.<br />
De forma semelhante, Van Assche em [6] fez um estudo para o caso em <strong>que</strong> os co-<br />
eficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem (3.2.34), on<strong>de</strong> λn é uma seqüência <strong>que</strong> varia<br />
regularmente (<strong>de</strong>finição 3.2.2).<br />
Em [3], Andra<strong>de</strong>, Sri Ranga e Van Assche estudaram o comportamento assintótico<br />
dos polinômios similares quando os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem (??).<br />
Com base nos trabalhos aqui apresentados, fizemos um estudo semelhante ao <strong>de</strong> Van<br />
Assche [6] para o caso dos polinômios similares cujos coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência<br />
satisfazem (4.2.2) <strong>que</strong>, para nosso conhecimento, ainda não há nenhum trabalho publicado.<br />
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