13.04.2013 Views

Propriedades Assintóticas de Polinômios que Satisfazem a ... - DCCE

Propriedades Assintóticas de Polinômios que Satisfazem a ... - DCCE

Propriedades Assintóticas de Polinômios que Satisfazem a ... - DCCE

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Telma Regina do Nascimento Cortes<br />

PROPRIEDADES<br />

ASSINTÓTICAS DE POLINÔMIOS<br />

QUE SATISFAZEM A UMA<br />

RELAÇÃO DE RECORRÊNCIA<br />

DE TRÊS TERMOS<br />

Dissertação apresentada ao Instituto <strong>de</strong> Biociências, Letras e Ciências Exatas da<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista “Júlio <strong>de</strong> Mesquita Filho”, Câmpus <strong>de</strong> São José<br />

do Rio Preto, para a obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Matemática Aplicada.<br />

Orientadora: Profa. Dra. Eliana X. L. <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

São José do Rio Preto<br />

2000


Aos meus pais, Célia e Vildo,<br />

à minha irmã, Flávia<br />

e ao meu noivo, Roberto.


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

A Deus, por ter me dado a vida e a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver sempre ao<br />

lado <strong>de</strong> pessoas maravilhosas.<br />

Aos meus pais, <strong>que</strong> sempre me apóiam em todas as <strong>de</strong>cisões <strong>que</strong> tenho<br />

<strong>que</strong> tomar, <strong>que</strong> enchem minha vida <strong>de</strong> muito amor e bons exemplos.<br />

Ao Roberto, a <strong>que</strong>m pu<strong>de</strong> confiar todas as minhas preocupações, pela<br />

atenção, paciência, carinho e compreensão <strong>que</strong> me dispensou durante este e todos<br />

os outros períodos da minha vida.<br />

A todos os meus familiares e amigos <strong>de</strong> infância por compreen<strong>de</strong>rem<br />

minha ausência e pelo incentivo constante. Em especial à minha irmã Flávia,<br />

aos meus amigos Danglei, Gercina, Janeci, Jerry e Fabiana <strong>que</strong> sempre me acom-<br />

panharam e <strong>de</strong>sejaram o melhor para mim.<br />

À professora Eliana, <strong>que</strong> tornou possível a realização <strong>de</strong>ste e <strong>de</strong> outros<br />

trabalhos e <strong>que</strong> sempre esteve disposta a me aten<strong>de</strong>r com muita paciência e<br />

<strong>de</strong>dicação, durante todo o período da iniciação científica e do mestrado, pela<br />

amiza<strong>de</strong>, pela consi<strong>de</strong>ração e por tudo <strong>que</strong> as palavras não foram capazes <strong>de</strong><br />

expressar.<br />

Ao professor Ranga <strong>que</strong> me recebeu com todo carinho e apoio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

meu começo na iniciação científica. Em especial à professora Cleonice, pelo apoio<br />

constante.<br />

A todos os meus amigos da Pós-Graduação: Carina, Claudinéia, Clinton,<br />

Elisa, Graziela, Liberto, Lisandra, Marcelo, Patrícia, Paulo, Romildo, Rose, pelo<br />

apoio, companheirismo e alegria constante <strong>que</strong> não <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> me proporcionar.<br />

A todos os professores e funcionários <strong>que</strong> <strong>de</strong> alguma forma colaboraram<br />

para a realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

À FAPESP, pelo auxílio financeiro.


“ Não se ensina aquilo <strong>que</strong> se <strong>que</strong>r;<br />

ensina-se e só se po<strong>de</strong> ensinar<br />

aquilo <strong>que</strong> se é.”<br />

Jean Jaurès


Resumo<br />

O principal objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é realizar um estudo sobre as pro-<br />

prieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> polinômios <strong>que</strong> satisfazem a relações <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos,<br />

cujos coeficientes possuem proprieda<strong>de</strong>s assintóticas <strong>de</strong> periodicida<strong>de</strong> dois. Os<br />

polinômios ortogonais Qn(x) e similares aos ortogonais ˜ Bn(t) são exemplos disso.<br />

Buscamos informações sobre as proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios Qn(x) e sua medida<br />

φ(x), para os casos em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados<br />

e ilimitados. Baseando-nos nesses resultados, apresentamos como eles po<strong>de</strong>m ser<br />

transferidos para os polinômios similares ˜ Bn(t) com relação à sua respectiva me-<br />

dida ψ(t), para o caso on<strong>de</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados.<br />

Finalmente, discutimos alguns resultados <strong>que</strong> encontramos para o caso ilimitado<br />

associado aos polinômios ˜ Bn(t).


Abstract<br />

The main purpose of this work is to study the properties of polynomials that<br />

satisfy three term recurrence relations whose coefficients satisfy asymptotic pro-<br />

perties with periodicits two. The orthogonal polynomials Qn(x) and orthogonal<br />

L-polynomials ˜ Bn(t) are consi<strong>de</strong>red examples as these. We looked for information<br />

about the properties of the polynomials Qn(x) and its measure φ(x) when the<br />

coefficients of the recurrence relation are boun<strong>de</strong>d or unboun<strong>de</strong>d. We present<br />

how those results, obtained for the boun<strong>de</strong>d case, can be transfered to study the<br />

polynomials ˜ Bn(t) and the associated measure. Finally, we discuss some results<br />

that we have obtained for the unboun<strong>de</strong>d case associated with the polynomials<br />

˜Bn(t).


Índice<br />

1 Introdução 1<br />

2 Resultados Preliminares 5<br />

2.1 Resultados Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5<br />

2.1.1 Teorema da Convergência Dominada <strong>de</strong> Lebesgue . . . . . . . . . . . 6<br />

2.1.2 Convergência Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />

2.1.3 Segundo Teorema <strong>de</strong> Helly . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />

2.1.4 Integral <strong>de</strong> Stieltjes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />

2.1.5 Transformada <strong>de</strong> Stieltjes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />

2.1.6 Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />

2.1.7 Lema <strong>de</strong> Cesàro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />

2.1.8 Teorema Fundamental <strong>de</strong> Grommer-Hamburger . . . . . . . . . . . . 9<br />

2.1.9 Frações Contínuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9<br />

2.1.10 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

2.2 <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13<br />

2.2.1 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . . . 17<br />

i


2.2.2 Frações Contínuas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . . . . . . 18<br />

2.2.3 SPO cujos zeros são <strong>de</strong>nsos em intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . 20<br />

2.2.4 Comportamento Regular dos <strong>Polinômios</strong> Ortogonais . . . . . . . . . . 22<br />

3 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos <strong>Polinômios</strong> Ortogonais 24<br />

3.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados . . . . . . . . . . . . . . . 24<br />

3.1.1 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25<br />

3.1.2 Fórmulas <strong>de</strong> Quadratura Invariantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29<br />

3.1.3 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36<br />

3.1.4 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39<br />

3.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados . . . . . . . . . . . . . . . 44<br />

3.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44<br />

3.2.2 Resultados Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45<br />

3.2.3 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47<br />

3.2.4 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54<br />

3.2.5 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56<br />

4 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos <strong>Polinômios</strong> Similares 59<br />

4.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados . . . . . . . . . . . . . . . 59<br />

4.1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59<br />

4.1.2 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60<br />

4.1.3 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62<br />

ii


4.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />

4.2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />

4.2.2 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65<br />

4.2.3 Representação Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69<br />

4.2.4 Casos Especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71<br />

4.2.5 Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74<br />

5 Consi<strong>de</strong>rações Finais 76<br />

Referências Bibliográficas 79<br />

iii


Capítulo 1<br />

Introdução<br />

Seja φ : IR −→ IR uma função não-<strong>de</strong>crescente, com infinitos pontos <strong>de</strong> aumento em<br />

(a, b), −∞ ≤ a < b ≤ ∞ e tal <strong>que</strong> os momentos<br />

existem, são finitos e µ0 = 1. 1<br />

função peso.<br />

µn =<br />

b<br />

a<br />

x n dφ(x), n = 0, 1, · · · , (1.1)<br />

Então, dφ(x) é chamada distribuição em (a, b) e, se dφ(x) = w(x)dx, w(x) é uma<br />

O suporte <strong>de</strong> dφ (supp(dφ)) é o conjunto dos pontos <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> φ, ou seja,<br />

supp(dφ) = {x ∈ IR : φ(x + ɛ) − φ(x − ɛ) > 0, para todo ɛ > 0}. (1.2)<br />

dφ(t) é <strong>que</strong> uma distribuição forte em (a, b) se os momentos existem para todos os<br />

valores <strong>de</strong> n inteiros (positivos e negativos) e, se o intervalo (a, b) é tal <strong>que</strong> 0 ≤ a < b ≤ ∞,<br />

dizemos <strong>que</strong> dφ(t) é uma distribuição forte <strong>de</strong> Stieltjes em (a, b).<br />

Seja IPn o espaço <strong>de</strong> todos os polinômios algébricos <strong>de</strong> grau menor ou igual a n.<br />

Os polinômios Pn(x) ∈ IPn, n ≥ 0, pertencem a um sistema <strong>de</strong> polinômios ortogo-<br />

nais (SPO), {Pn(x)} ∞ n=0, com relação a uma distribuição (medida positiva) dφ(x) sobre um<br />

1 Geralmente, φ é chamada <strong>de</strong> função peso se é absolutamente contínua. Caso contrário, φ é uma função<br />

distribuição, medida ou função peso integral. Usaremos a mesma terminologia para ambos os casos. Quando<br />

o peso for <strong>de</strong>notado por uma letra grega a mesma refere-se a uma distribuição, no uso <strong>de</strong> letras latinas<br />

trata-se <strong>de</strong> pesos absolutamente contínuos.<br />

1


intervalo real (c, d), −∞ ≤ c < d ≤ ∞, se são <strong>de</strong>finidos por:<br />

(i) Pn(x) =<br />

n<br />

an,kx k é <strong>de</strong> grau exatamente n, isto é, an,n = 0,<br />

k=0<br />

(ii) 〈Pn(x), Pm(x)〉 =<br />

d<br />

c<br />

Pn(x)Pm(x)dφ(x) = 0, m = n.<br />

2<br />

(1.3)<br />

Na forma mônica, isto é, an,n = 1, satisfazem à uma relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três<br />

termos da seguinte forma:<br />

Pn(x) = (x − βn−1)Pn−1(x) − αn−1Pn−2(x), n ≥ 1,<br />

P−1(x) ≡ 0, P0(x) ≡ 1, (1.4)<br />

βn−1 ∈ IR, αn−1 > 0, n = 1, 2, · · · .<br />

Definição 1.1 Uma seqüência <strong>de</strong> polinômios mônicos { ˜ Bn(z)} ∞ n=0 <strong>de</strong> grau igual a n, são<br />

chamados <strong>de</strong> polinômios similares aos ortogonais com relação a uma distribuição forte <strong>de</strong><br />

Stieltjes dψ(t) no intervalo (a, b), 0 ≤ a < b ≤ ∞, se são <strong>de</strong>finidos por:<br />

b<br />

a<br />

t −n+s ⎧<br />

⎪⎨ 0, se 0 ≤ s ≤ n − 1,<br />

Bn(t)dψ(t) ˜ =<br />

⎪⎩ ρn > 0, se s = n.<br />

(1.5)<br />

Uma das proprieda<strong>de</strong>s envolvendo os polinômios similares é <strong>que</strong> eles também satis-<br />

fazem a uma relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos do tipo<br />

on<strong>de</strong> ˜ B0(z) = 1, ˜ B1(z) = z − ˜ β1.<br />

˜Bn+1(z) = (z − ˜ βn+1) ˜ Bn(z) − ˜αn+1z ˜ Bn−1(z), n = 1, 2, · · · , (1.6)<br />

Para os polinômios ortogonais mônicos Pn(x) e similares ˜ Bn(t), sabe-se <strong>que</strong> os coe-<br />

ficientes {βn, αn} ∞ n=0 e { ˜ βn, ˜αn} ∞ n=1 <strong>que</strong> aparecem nas relações <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos,<br />

armazenam informações sobre as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses polinômios e as medidas φ(x) e ψ(t)<br />

associadas. Além disso, os estudos relacionados à obtenção <strong>de</strong>ssas informações revelaram-se<br />

bastante gratificantes, contribuindo para uma série <strong>de</strong> trabalhos (veja, por exemplo, [25, 51])<br />

<strong>que</strong> tornaram-se clássicos. Um aspecto importante <strong>de</strong>sses artigos está relacionado aos pro-<br />

blemas em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência possuem proprieda<strong>de</strong>s assintóticas.<br />

Formalmente, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>screver esses problemas da seguinte forma.


Dadas as relações <strong>de</strong> recorrência (1.4) e (1.6), consi<strong>de</strong>remos os coeficientes {βn, αn} ∞ n=0<br />

e { ˜ βn, ˜αn} ∞ n=1 satisfazendo dois casos. Primeiramente, suponhamos <strong>que</strong> sejam limitados, ou<br />

seja, satisfaçam às condições<br />

para os polinômios ortogonais mônicos e<br />

para os similares.<br />

lim<br />

n→∞ β2n = b1, lim α2n = a<br />

n→∞ 2 1,<br />

lim<br />

n→∞ β2n+1 = b2 e lim α2n+1 = a<br />

n→∞ 2 2,<br />

lim ˜β2n = β<br />

n→∞<br />

(0) , lim ˜α2n = α<br />

n→∞ (0)<br />

lim ˜β2n+1 = β<br />

n→∞<br />

(1)<br />

e lim<br />

n→∞ ˜α2n+1 = α (1) ,<br />

3<br />

(1.7)<br />

(1.8)<br />

O outro caso <strong>que</strong> abordaremos é quando os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong><br />

ambos os polinômios , Pn(x) e ˜ Bn(t), são ilimitados, mas satisfazem<br />

e<br />

lim<br />

n→∞ β2n/λ2n = ˜b1, lim α<br />

n→∞ 1/2<br />

2n /λ2n = ã1,<br />

lim<br />

n→∞ β2n+1/λ2n = ˜b2 e lim α<br />

n→∞ 1/2<br />

2n+1/λ2n = ã2<br />

lim ˜β2n/λ2n =<br />

n→∞<br />

˜ β (0) , lim ˜α2n/λ2n = ˜α<br />

n→∞ (0) ,<br />

lim ˜β2n+1/λ2n =<br />

n→∞<br />

˜ β (1)<br />

e lim<br />

n→∞ ˜α2n+1/λ2n = ˜α (1) ,<br />

respectivamente, on<strong>de</strong> {λn} ∞ n=0 é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente (<strong>de</strong>finição 3.2.2).<br />

(1.9)<br />

(1.10)<br />

Nosso objetivo, neste trabalho, é estudar as proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais<br />

e similares quando os coeficientes das relações <strong>de</strong> recorrência satisfazem às condições acima.<br />

As razões entre dois polinômios cujos índices diferem <strong>de</strong> uma ou duas unida<strong>de</strong>s e as funções<br />

distribuições limites serão discutidas. Daremos, também, algumas aplicações em fórmulas<br />

<strong>de</strong> quadratura.<br />

Assim, procurando elaborar um trabalho contendo informações claras sobre o as-<br />

sunto <strong>de</strong> forma a servir <strong>de</strong> referência aos <strong>que</strong> possam vir a se interessar pelo mesmo, organi-<br />

zamos esta dissertação da seguinte forma.


No Capítulo 2, fizemos um breve levantamento do estudo <strong>de</strong> polinômios ortogonais<br />

e similares aos ortogonais <strong>que</strong> serão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. Além disso, abordamos alguns resultados <strong>de</strong> teorias gerais nas quais nos baseamos<br />

para darmos continuida<strong>de</strong> a este estudo.<br />

De forma <strong>de</strong>talhada estudamos, no Capítulo 3, tanto o caso em <strong>que</strong> os coeficientes<br />

da relação <strong>de</strong> recorrência (1.4) são limitados, ou seja, satisfazem (1.7), quanto ilimitados,<br />

mas <strong>que</strong> variam regularmente, satisfazendo (1.9). Este último caso foi consi<strong>de</strong>rado por Van<br />

Assche em [6].<br />

Baseando-nos nesses resultados, apresentamos, no Capítulo 4, como eles (ou parte<br />

<strong>de</strong>les) po<strong>de</strong>m ser transferidos para a relação <strong>de</strong> recorrência (1.6) através da transformação<br />

obtida em Sri Ranga [48] e a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> não po<strong>de</strong>m ser obtidos através <strong>de</strong>sta transformação.<br />

O caso em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência (1.6) satisfazem (1.8) foi tratado<br />

em [3], artigo, este, <strong>que</strong> tomamos como referência para o estudo <strong>de</strong>ste caso. Para nosso<br />

conhecimento, sobre o problema (1.6) com condições (1.10), não há nenhum trabalho similar<br />

publicado até hoje. Mas, tomando como referência o <strong>que</strong> foi feito para os polinômios orto-<br />

gonais, na Seção 4.2, apresentamos, alguns resultados <strong>que</strong> conseguimos encontrar para esse<br />

caso.<br />

No Capítulo 5, apresentamos as observações finais sobre o trabalho.<br />

Finalmente, relacionamos, nas Referências Bibliográficas, os livros e artigos por nós<br />

consultados e/ou citados.<br />

4


Capítulo 2<br />

Resultados Preliminares<br />

Neste capítulo, apresentamos alguns conceitos e proprieda<strong>de</strong>s básicos ao estudo <strong>que</strong><br />

abordaremos nos capítulos posteriores. Muitos resultados serão consi<strong>de</strong>rados sem <strong>de</strong>mons-<br />

tração, mas po<strong>de</strong>m ser encontrados nos textos clássicos sobre o assunto.<br />

2.1 Resultados Gerais<br />

Sejam CI o espaço linear dos números complexos, C0(IR) o conjunto das funções reais<br />

contínuas <strong>de</strong>finidas na reta e <strong>que</strong> se anulam fora <strong>de</strong> um intervalo finito (<strong>que</strong> varia com cada<br />

função) e ψA a função característica do conjunto aberto A, isto é,<br />

⎧<br />

⎪⎨ 1, x ∈ A,<br />

ψA :=<br />

⎪⎩ 0, x /∈ A.<br />

Diremos <strong>que</strong> a medida <strong>de</strong> um conjunto aberto A é dada por<br />

<br />

m(A) := sup{ f(x)dx; f ∈ C0(IR), f ≤ ψA}<br />

IR<br />

e <strong>que</strong> um conjunto N tem medida nula se, para cada ɛ > 0, existe um aberto Aɛ ⊃ N tal<br />

<strong>que</strong><br />

m(Aɛ) ≤ ɛ.<br />

5


São exemplos <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> medida nula: quais<strong>que</strong>r conjuntos enumeráveis, a<br />

união enumerável <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> medida nula.<br />

Quando uma certa proprieda<strong>de</strong> P é válida no complementar <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

medida nula, dizemos <strong>que</strong> P é válida em quase toda parte, e abreviaremos por q.t.p..<br />

2.1.1 Teorema da Convergência Dominada <strong>de</strong> Lebesgue<br />

Teorema 2.1.1 (Zygmund [57]) Seja {fk} ∞ k=0 uma seqüência <strong>de</strong> funções mensuráveis em<br />

E tal <strong>que</strong> fk → f q.t.p. <strong>de</strong> E. Se existe ψ e L(E) tal <strong>que</strong>, para todo k, |fk| < ψ para quase<br />

<br />

todo ponto <strong>de</strong> E, então f.<br />

fk →<br />

E<br />

2.1.2 Convergência Uniforme<br />

E<br />

Definição 2.1.1 (Rudin [42]) Dizemos <strong>que</strong> uma seqüência <strong>de</strong> funções {fj} ∞ j=0 em Ω con-<br />

verge uniformemente para f num subconjunto compacto <strong>de</strong> Ω se, para um dado compacto<br />

K ⊂ Ω e todo ɛ > 0, existe N = N(K, ɛ) tal <strong>que</strong>, para j > N,<br />

|fj(z) − f(z)| < ɛ, ∀ z ∈ K.<br />

Definição 2.1.2 (Funções Analíticas, Churchill [14], p.40) Uma função f <strong>de</strong> variável<br />

complexa z é analítica em um ponto z0 se sua <strong>de</strong>rivada f ′<br />

(z) existe não somente em z0, mas<br />

em todo ponto z em alguma vizinhança <strong>de</strong> z0. f é analítica em um domínio do plano z se é<br />

analítica em todo ponto <strong>de</strong>sse domínio.<br />

Teorema 2.1.2 (Teorema 10.28, Rudin [42]) Seja H(Ω) a classe <strong>de</strong> todas as funções<br />

analíticas em Ω. Suponha <strong>que</strong> fj ∈ H(Ω), para j = 1, 2, · · · , e fj → f uniformemente<br />

em subconjuntos compactos <strong>de</strong> Ω. Então, f ∈ H(Ω) e f ′<br />

j → f ′<br />

subconjunto compacto <strong>de</strong> Ω.<br />

6<br />

uniformemente em todo


2.1.3 Segundo Teorema <strong>de</strong> Helly<br />

Teorema 2.1.3 (Teorema 2.3, p.54, Chihara [12]) Seja {φn} uma seqüência uniforme-<br />

mente limitada <strong>de</strong> funções não-<strong>de</strong>crescentes <strong>de</strong>finidas em um intervalo compacto [a, b] e <strong>que</strong><br />

converge em [a, b] para uma função limite φ. Então, para toda função real f, contínua em<br />

[a, b],<br />

2.1.4 Integral <strong>de</strong> Stieltjes<br />

b b<br />

lim fdφn = fdφ.<br />

n→∞ a<br />

a<br />

Definição 2.1.3 (Rudin [41], p.120) Seja φ uma função monótona crescente em [a, b]<br />

(como os números φ(a) e φ(b) são finitos, segue-se <strong>que</strong> φ é limitada em [a, b]). Para cada<br />

subdivisão P <strong>de</strong> [a, b], escrevemos<br />

<strong>de</strong>remos<br />

∆φi = φ(xi) − φ(xi−1).<br />

É claro <strong>que</strong> ∆φi ≥ 0. Qual<strong>que</strong>r <strong>que</strong> seja a função real f, limitada em [a, b], consi-<br />

U(P, f, φ) = ∆φisup{f(x)} (xi−1 ≤ x ≤ xi), i = 1, 2, · · · , n,<br />

L(P, f, φ) = ∆φiinf{f(x)} (xi−1 ≤ x ≤ xi), i = 1, 2, · · · , n.<br />

Por <strong>de</strong>finição<br />

b<br />

a<br />

b<br />

a<br />

fdφ = inf{U(P, f, φ)}, (2.1.1)<br />

fdφ = sup{L(P, f, φ)}, (2.1.2)<br />

sendo, novamente, o ínfimo e o supremo relativos a todas as subdivisões.<br />

comum por<br />

ou, às vezes, por<br />

Se os primeiros membros <strong>de</strong> (2.1.1) e <strong>de</strong> (2.1.2) são iguais, <strong>de</strong>signamos o seu valor<br />

b<br />

a<br />

b<br />

a<br />

fdφ (2.1.3)<br />

f(x)dφ(x). (2.1.4)<br />

Esta é a integral <strong>de</strong> Riemann-Stieltjes (ou simplesmente a integral <strong>de</strong> Stieltjes) <strong>de</strong> f<br />

relativamente a φ em [a, b].<br />

7


2.1.5 Transformada <strong>de</strong> Stieltjes<br />

<strong>de</strong> Stieltjes.<br />

Uma transformada muito usada na teoria <strong>de</strong> polinômios ortogonais é a transformada<br />

Definição 2.1.4 Seja F (x) uma função distribuição, isto é, uma função real, não-<strong>de</strong>crescente<br />

com F (−∞) = 0 e F (∞) = 1. A transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> F (x) é <strong>de</strong>finida por<br />

∞<br />

S(F (x); z) =<br />

−∞<br />

dF (x)<br />

, z ∈ CI \ IR. (2.1.5)<br />

z − x<br />

Essa função é analítica tanto no conjunto {z : Im(z) > 0} quanto no conjunto<br />

{z : Im(z) < 0} e <strong>de</strong>termina a função F (x) unicamente se F (x) for normalizada <strong>de</strong> modo a<br />

ser contínua à direita.<br />

Para termos ao alcance todos os pré-requisitos necessários, precisaremos, também,<br />

do seguinte teorema clássico da teoria <strong>de</strong> funções complexas.<br />

2.1.6 Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali<br />

Teorema 2.1.4 Seja {fn} ∞ n=0 uma seqüência <strong>de</strong> funções analíticas numa região aberta G do<br />

plano complexo. Se {fn} ∞ n=0 é uniformemente limitada em G e converge num subconjunto E<br />

<strong>de</strong> G, on<strong>de</strong> E tem um ponto limite em G, então {fn} ∞ n=0 converge uniformemente em G.<br />

Vamos consi<strong>de</strong>rar o teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali sem <strong>de</strong>monstração. Para a <strong>de</strong>mons-<br />

tração, bem como para observações históricas interessantes, ver Hille [26].<br />

8<br />

É importante<br />

observar <strong>que</strong> a forma inicial <strong>de</strong>ste teorema foi provada por Stieltjes na mesma biografia<br />

clássica [51] on<strong>de</strong> ele resolveu o problema <strong>de</strong> momento e introduziu a integral <strong>de</strong> Stieltjes.<br />

2.1.7 Lema <strong>de</strong> Cesàro<br />

Este lema tem papel fundamental na <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> uma das proprieda<strong>de</strong>s aqui<br />

estudadas, <strong>que</strong> é a <strong>que</strong> envolve a razão entre o polinômio e sua <strong>de</strong>rivada no caso em <strong>que</strong> os<br />

coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados.


Lema 2.1.5 (Média <strong>de</strong> Cesàro) Se xn −→ x, então n−1 n<br />

xk −→ x, on<strong>de</strong> n<br />

k=1<br />

−1<br />

n<br />

xk é<br />

conhecida como soma <strong>de</strong> Cesàro.<br />

k=1<br />

Demonstração: Seja M limite <strong>de</strong> |xk| e, dado ɛ, seja k0 tal <strong>que</strong> |x − xk| < ɛ/2 para k ≥ k0.<br />

Se n > k0 e n > 4k0M/ɛ, então<br />

<br />

<br />

1<br />

n<br />

<br />

k0−1<br />

1 <br />

x<br />

− xk<br />

≤ 2M +<br />

n <br />

k=1 n k=1<br />

1<br />

n ɛ<br />

< ɛ.<br />

n 2 k=k0<br />

2.1.8 Teorema Fundamental <strong>de</strong> Grommer-Hamburger<br />

Teorema 2.1.6 (Arnold [4], Apêndice) Seja {Fn} ∞ n=0 uma seqüência <strong>de</strong> distribuições <strong>que</strong><br />

converge fracamente para F , isto é, fdFn ⇒ fdF para toda função contínua f com<br />

suporte compacto e seja suppn(Fn(IR)) < ∞. Então, a transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> Fn,<br />

S(Fn(z)), para z ∈ CI, converge para a transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> F, S(F (z)), uniforme-<br />

mente em conjuntos compactos do semi-plano superior. Reciprocamente, para uma seqüência<br />

<strong>de</strong> medidas {Fn} ∞ n=0 com suppn(Fn(IR)) < ∞ tal <strong>que</strong> {S(Fn(z))} ∞ n=0 converge em um con-<br />

junto z com ponto limite no semi-plano superior, então, a convergência vale uniformemente<br />

em conjuntos compactos z, o limite é a transformada <strong>de</strong> Stieltjes S(F ) <strong>de</strong> uma medida finita<br />

F e Fn ⇒ F (fracamente).<br />

2.1.9 Frações Contínuas<br />

Frações contínuas têm um papel fundamental no estudo <strong>de</strong> problemas clássicos <strong>de</strong><br />

momento. <strong>Polinômios</strong> ortogonais aparecem <strong>de</strong> maneira natural na análise <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong><br />

frações contínuas associadas a problemas <strong>de</strong> momento e este fato po<strong>de</strong> ser usado como base<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento da teoria <strong>de</strong> polinômios ortogonais.<br />

Consi<strong>de</strong>raremos apenas o suficiente <strong>de</strong> frações contínuas para indicar sua relação<br />

com os polinômios ortogonais e obter certos resultados <strong>que</strong> utilizaremos no estudo das pro-<br />

prieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais e similares aos ortogonais. Um bom estudo sobre o<br />

assunto po<strong>de</strong> ser encontrado em [56, 29].<br />

Sejam {an} ∞ n=1 e {bn} ∞ n=0 seqüências arbitrárias <strong>de</strong> números complexos e<br />

9


C0 = b0<br />

C1 = b0 + a1<br />

b1<br />

C2 = b0 + a1<br />

.<br />

.<br />

Cn = b0 +<br />

b1 + a2<br />

b2<br />

b1 +<br />

b2 +<br />

.. .<br />

a1<br />

a2<br />

a3<br />

an−1<br />

bn−1 + an<br />

bn<br />

10<br />

(2.1.6)<br />

on<strong>de</strong> Cn é chamado <strong>de</strong> n−ésimo convergente (ou aproximante) da fração contínua (infinita)<br />

b0 +<br />

b1 +<br />

b2 +<br />

. ..<br />

a1<br />

a2<br />

a3<br />

an−1<br />

bn−1 + an<br />

bn + . . .<br />

(2.1.7)<br />

Definição 2.1.5 A fração contínua (2.1.7) converge para um valor K (finito) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>que</strong><br />

apenas um número finito <strong>de</strong> Cn não é <strong>de</strong>finido e<br />

lim<br />

n→∞ Cn = K.<br />

Caso contrário, dizemos <strong>que</strong> a fração contínua diverge.<br />

on<strong>de</strong><br />

Referindo-nos a (2.1.6), po<strong>de</strong>mos escrever<br />

Cn = An<br />

Bn<br />

, n = 0, 1, 2, · · · ,<br />

A0 = b0, B0 = 1,<br />

A1 = b0b1 + a1, B1 = b1,<br />

A2 = b0b1b2 + b0a2 + a1b2, B2 = b1b2 + a2


e, em geral, An e Bn são polinômios em ai, bj.<br />

Agora, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

Logo, para algum n ≥ 1,<br />

conhecidas como Fórmulas <strong>de</strong> Wallis.<br />

A1 = b1A0 + a1A−1 on<strong>de</strong> A−1 = 1,<br />

B1 = b1B0 + a1B−1 on<strong>de</strong> B−1 = 0.<br />

An = bnAn−1 + anAn−2, A−1 = 1,<br />

Bn = bnBn−1 + anBn−2 B−1 = 0,<br />

11<br />

(2.1.8)<br />

An e Bn são chamados <strong>de</strong> n−ésimo numerador parcial e n−ésimo <strong>de</strong>nominador<br />

parcial da fração contínua, respectivamente.<br />

2.1.10 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas<br />

Abordaremos, agora, algumas <strong>de</strong>finições e teoremas envolvendo seqüências enca<strong>de</strong>adas,<br />

fazendo isso <strong>de</strong> forma breve, apenas com conceitos <strong>que</strong> são básicos para o estudo dos<br />

polinômios ortogonais. Para maiores <strong>de</strong>talhes veja [12, p.91].<br />

Definição 2.1.6 Uma seqüência {an} ∞ n=1 é chamada uma seqüência enca<strong>de</strong>ada se existe uma<br />

seqüência {gk} ∞ k=0 tal <strong>que</strong><br />

(i) 0 ≤ g0 < 1, 0 < gn < 1, n ≥ 1;<br />

(ii) an = (1 − gn−1)gn, n = 1, 2, · · · .<br />

{gk} ∞ k=0 é chamada <strong>de</strong> seqüência <strong>de</strong> parâmetros para {an} ∞ n=1 e g0 é o parâmetro inicial.<br />

Definição 2.1.7 Seja {an} ∞ n=1 uma seqüência enca<strong>de</strong>ada. Uma seqüência <strong>de</strong> parâmetros<br />

{mk} ∞ k=0 é uma seqüência minimal <strong>de</strong> parâmetros para {an} ∞ n=1 se m0 = 0.<br />

Se a seqüência minimal <strong>de</strong> parâmetros é a única seqüência <strong>de</strong> parâmetros para<br />

{an} ∞ n=1 então dizemos <strong>que</strong> {an} ∞ n=1 <strong>de</strong>termina seus parâmetros unicamente.


Definição 2.1.8 Seja {an} ∞ n=1 uma seqüência enca<strong>de</strong>ada. Uma seqüência <strong>de</strong> parâmetros<br />

{Mk} ∞ k=0 é uma seqüência maximal <strong>de</strong> parâmetros se Mk > gk (k ≥ 0) para qual<strong>que</strong>r<br />

seqüência <strong>de</strong> parâmetros {gk} ∞ k=0 para {an} ∞ n=1.<br />

Se {gn} ∞ n=1 é uma seqüência <strong>de</strong> parâmetros para {an} ∞ n=1 e gn → g, então, an →<br />

(1 − g)g ≤ 1/4 (n → ∞). O teorema abaixo mostra <strong>que</strong> a recíproca é válida.<br />

Teorema 2.1.7 Seja<br />

Então, 0 ≤ a ≤ 1/4 e<br />

lim<br />

n→∞ an = a.<br />

lim<br />

n→∞ Mn = 1<br />

2 [1 + √ 1 − 4a].<br />

Além disso, se M0 > 0 (isto é, se mn = Mn), então,<br />

Demonstração: Veja Chihara [12, p.102].<br />

lim<br />

n→∞ mn = 1<br />

2 [1 − √ 1 − 4a].<br />

12


2.2 <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />

em (1.3), isto é,<br />

Daremos, agora, algumas proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais Pn(x) <strong>de</strong>finidos<br />

(i)<br />

n<br />

Pn(x) = ãn,kx<br />

k=0<br />

k n<br />

= ãn,n (x − xn,k) é <strong>de</strong> grau exatamente n, isto é, ãn,n = 0,<br />

(ii)<br />

k=1<br />

⎧<br />

⎪⎨<br />

d<br />

〈Pn(x), Pm(x)〉 = Pn(x)Pm(x)dφ(x) =<br />

c<br />

⎪⎩<br />

0,<br />

δn > 0,<br />

para<br />

para<br />

m = n,<br />

m = n.<br />

(2.2.9)<br />

Se ãn,n = 1, <strong>de</strong>notaremos os polinômios ortogonais mônicos por Qn(x) e, se δn = 1,<br />

n<br />

n<br />

dizemos <strong>que</strong> eles são ortonormais e os <strong>de</strong>notaremos por pn(x) =<br />

(x−xn,k).<br />

an,kx<br />

k=0<br />

k = an,n<br />

k=1<br />

Se os polinômios ortogonais Pn(x) são <strong>de</strong>finidos em um intervalo simétrico com<br />

relação à origem, ou seja, (−d, d) e a distribuição dφ(x) satisfaz dφ(x) = −dφ(−x), não é<br />

difícil <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> Pn(x) = (−1) n Pn(−x), n ≥ 0.<br />

Também po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> (2.2.9) (ii) é equivalente a<br />

d<br />

c<br />

x s Pn(x)dφ(x) = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1. (2.2.10)<br />

Daremos, agora, algumas proprieda<strong>de</strong>s dos polinômios ortogonais Pn(x) <strong>de</strong>finidos<br />

em (1.3). Um estudo <strong>de</strong>talhado sobre eles po<strong>de</strong> ser encontrado em [12] e [52]. Sabemos <strong>que</strong><br />

satisfazem a uma relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos.<br />

Teorema 2.2.1 {Pn(x)} ∞ n=0 satisfaz à seguinte relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos:<br />

com P0(x) = 1, P−1(x) = 0 e<br />

γn = an+1,n+1<br />

an,n<br />

Pn+1(x) = (γnx − ɛn)Pn(x) − λnPn−1(x), n ≥ 0,<br />

〈xPn, Pn〉<br />

= 0, ɛn = γn<br />

〈Pn, Pn〉 , λn = γn<br />

γn−1<br />

〈Pn, Pn〉<br />

〈Pn−1, Pn−1〉<br />

13<br />

= 0. (2.2.11)<br />

n<br />

Demonstração: Temos <strong>que</strong> Pn(x) = an,ix<br />

i=0<br />

i n+1 <br />

. Logo, xPn(x) = biPi(x).<br />

i=0<br />

Igualando os coeficientes dos termos <strong>de</strong> maior grau em ambos os membros da igual-<br />

da<strong>de</strong> acima e isolando o coeficiente bn+1, encontramos bn+1 = an,n<br />

Porém, <strong>de</strong> (2.2.10),<br />

〈xPn(x), Pj(x)〉 =<br />

b<br />

a<br />

an+1,n+1<br />

Pn(x)xPj(x)ω(x)dx = 0, para j + 1 < n, ou seja, j ≤ n − 2.<br />

.


Mas, para j ≤ n − 2, <strong>de</strong> (2.2.9), obtemos<br />

〈xPn(x), Pj(x)〉 =<br />

Logo, bj = 0, j ≤ n − 2.<br />

Assim,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos <strong>que</strong> γn = 1<br />

Como bn+1 = an,n<br />

n+1<br />

<br />

i=0<br />

bi 〈Pi(x), Pj(x)〉 = bj 〈Pj(x), Pj(x)〉 = 0.<br />

xPn(x) = bn+1Pn+1(x) + bnPn(x) + bn−1Pn−1(x),<br />

an+1,n+1<br />

, ɛn =<br />

bn+1<br />

bn<br />

e λn =<br />

bn+1<br />

bn−1<br />

bn+1<br />

, temos <strong>que</strong> γn+1 = an+1,n+1<br />

.<br />

Calculando os produtos internos 〈Pn+1(x), Pn(x)〉 e 〈Pn+1(x), Pn−1(x)〉 chegamos,<br />

〈xPn, Pn〉<br />

〈Pn, Pn〉 e λn = γn 〈Pn, Pn〉<br />

γn−1 〈Pn−1, Pn−1〉 .<br />

respectivamente <strong>que</strong> ɛn = γn<br />

Como conseqüência imediata <strong>de</strong>sse teorema, temos os seguintes resultados.<br />

Corolário 2.2.2 {pn(x)} ∞ n=0 satisfaz à seguinte relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos:<br />

xpn(x) = an,n<br />

an+1,n+1<br />

com p0(x) = a0,0, p−1(x) = 0 e βn =<br />

an,n<br />

pn+1(x) + βnpn(x) + an−1,n−1<br />

pn−1(x), n ≥ 0,<br />

d<br />

c<br />

tp 2 n(t)dφ(t).<br />

Corolário 2.2.3 {Qn(x)} ∞ n=0 satisfaz à seguinte relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos:<br />

an,n<br />

Qn+1(x) = (x − βn)Qn(x) − αnQn−1(x), n ≥ 0, (2.2.12)<br />

com Q0(x) = 1, Q−1(x) = 0 e αn = a2 n−1,n−1<br />

a 2 n,n<br />

= 〈Qn, Qn〉<br />

〈Qn−1, Qn−1〉<br />

.<br />

> 0.<br />

Um resultado muito conhecido sobre seus zeros é dado por<br />

Teorema 2.2.4 Para n ≥ 1, os zeros <strong>de</strong> Pn(x), xn,k, k = 1, · · · , n, são reais, distintos e<br />

pertencem ao intervalo (c, d).<br />

Outro importante teorema da teoria <strong>de</strong> polinômios ortogonais é o seguinte.<br />

14


Teorema 2.2.5 (Teorema da Separação dos Zeros) Os zeros <strong>de</strong> Pn(x) e <strong>de</strong> Pn+1(x) se<br />

entrelaçam, isto é,<br />

xn+1,i < xn,i < xn+1,i+1, i = 1, 2, · · · , n.<br />

Teorema 2.2.6 (I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Christoffel-Darboux) Seja {Qn(x)} ∞ n=1 uma seqüência<br />

<strong>de</strong> polinômios ortogonais mônicos satisfazendo (2.2.12) com αn−1 = 0 (n ≥ 1). Então,<br />

parciais:<br />

n−1 <br />

k=0<br />

Qk(x)Qk(y)<br />

α0α1 · · · αk<br />

= (α0α1 · · · αn−1) −1 Qn(x)Qn−1(y) − Qn−1(x)Qn(y)<br />

. (2.2.13)<br />

x − y<br />

Para os polinômios ortonormais, pn(x), temos<br />

n−1 <br />

k=0<br />

pk(x)pk(y) = an−1,n−1<br />

an,n<br />

15<br />

pn(x)pn−1(y) − pn−1(x)pn(y)<br />

. (2.2.14)<br />

x − y<br />

Das duas últimas proprieda<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>mos obter a seguinte <strong>de</strong>composição em frações<br />

on<strong>de</strong> γn+1,k = Qn(xn+1,k)<br />

Q ′<br />

n+1(xn+1,k)<br />

Qn(x)<br />

Qn+1(x) =<br />

n+1 γn+1,k<br />

, (2.2.15)<br />

x − xn+1,k<br />

> 0.<br />

k=1<br />

Como Q ′<br />

n(x) é um polinômio <strong>de</strong> grau n − 1, pelo polinômio <strong>de</strong> interpolação <strong>de</strong><br />

Lagrange (2.2.19),<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos <strong>que</strong><br />

Q ′<br />

n(x) =<br />

n Qn(x)<br />

(x − xn,k)Q ′<br />

n(xn,k) Q′<br />

k=1<br />

Q ′<br />

n(x)<br />

Qn(x) =<br />

k=1<br />

n(xn,k),<br />

n 1<br />

. (2.2.16)<br />

x − xn,k<br />

Do corolário 2.2.2, mostra-se facilmente <strong>que</strong> os zeros <strong>de</strong> Pn(x) são os auto-valores<br />

da matriz <strong>de</strong> Jacobi<br />

⎛<br />

⎜ β0<br />

⎜ √<br />

⎜ α1 β1<br />

⎜ 0<br />

⎜<br />

⎝<br />

√ α2<br />

.. . .<br />

√ α1 0 0 · · ·<br />

√ α2 0 · · ·<br />

. ..<br />

.. . βn−2<br />

. .. 0<br />

√ αn−2<br />

0 · · · 0 √ αn−2 βn−1<br />

Um famoso resultado <strong>de</strong> J. Favard é o seguinte:<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

(2.2.17)


Teorema 2.2.7 (J. Favard, Chihara [12]) Se um sistema <strong>de</strong> polinômios {πn(x)} ∞ n=0 sa-<br />

tisfaz a uma relação <strong>de</strong> recorrência do tipo<br />

xπn(x) =<br />

ân,n<br />

ân+1,n+1<br />

πn+1(x) + ˆ βnπn(x) + ân−1,n−1<br />

πn−1(x),<br />

n = 0, 1, 2, · · · , com π−1(x) = 0, â−1,−1 = 0, π0(x) = â0,0, ân,n > 0 e ˆ βn ∈ IR, então<br />

{πn(x)} ∞ n=0 é ortogonal com relação a alguma função distribuição φ (<strong>que</strong> po<strong>de</strong> não ser uni-<br />

camente <strong>de</strong>terminada) e<br />

ˆβn =<br />

d<br />

c<br />

tπ 2 n(t)dφ(t).<br />

Em muitos exemplos, φ é unicamente <strong>de</strong>terminada pela relação <strong>de</strong> recorrência. Este<br />

é o caso quando ambos { ân−1,n−1<br />

} e {| ˆ βn|} são seqüências limitadas ou, em outras palavras,<br />

ân,n<br />

quando o suporte <strong>de</strong> dφ é compacto. Lembremos <strong>que</strong> supp(dφ) é sempre fechado, portanto<br />

compacto é equivalente a limitado.<br />

Definição 2.2.1 A função <strong>de</strong> Christoffel λn correspon<strong>de</strong>nte a uma função distribuição φ é<br />

<strong>de</strong>finida por<br />

com πn−1(z) = 1 para z ∈ CI, n = 1, 2, · · · .<br />

tados por λn,k.<br />

ân,n<br />

d<br />

λn(z) = min |πn−1(t)|<br />

π(z)∈IPn−1 c<br />

2 dφ(t),<br />

Os números λn(xn,k) são chamados números <strong>de</strong> Christoffel e são geralmente <strong>de</strong>no-<br />

Existem importantes resultados envolvendo os números <strong>de</strong> Christoffel, <strong>de</strong>ntre eles,<br />

a fórmula <strong>de</strong> quadratura mecânica <strong>de</strong> Gauss-Jacobi e os conhecidos núcleos <strong>de</strong> Dirichlet.<br />

Teorema 2.2.8 (Fórmula <strong>de</strong> Quadratura <strong>de</strong> Gauss-Jacobi) Para todo polinômio<br />

π(x) ∈ IP2n−1,<br />

d<br />

c<br />

π(t)dφ(t) =<br />

16<br />

n<br />

π(xn,k)λn,k. (2.2.18)<br />

k=1<br />

Demonstração: Seja π(x) um polinômio arbitrário cujo grau não exce<strong>de</strong> 2n − 1. Cons-<br />

truindo o polinômio <strong>de</strong> interpolação <strong>de</strong> Lagrange <strong>de</strong> π(x) sobre os nós xn,k, obtemos<br />

n<br />

Ln(x) = π(xn,k)ln,k(x), (2.2.19)<br />

k=1


on<strong>de</strong><br />

ln,k(x) =<br />

pn(x)<br />

(x − xn,k)p ′<br />

n(xn,k) .<br />

Agora, Q(x) = π(x) − Ln(x) é um polinômio <strong>de</strong> grau no máximo 2n − 1 <strong>que</strong> se anula em<br />

xn,k, k = 1, 2, · · · , n. Logo,<br />

Q(x) = R(x)pn(x)<br />

on<strong>de</strong> R(x) é um polinômio <strong>de</strong> grau no máximo n − 1. Assim, como R(x) é ortogonal a pn(x),<br />

d<br />

c<br />

π(t)dφ(t) =<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

d<br />

d<br />

Q(t)dφ(t) + Ln(t)dφ(t)<br />

c<br />

c<br />

d<br />

d<br />

R(t)pn(t)dφ(t) + Ln(t)dφ(t)<br />

c<br />

c<br />

d n<br />

π(xn,k)ln,k(t)dφ(t)<br />

c<br />

k=1<br />

n<br />

d<br />

π(xn,k) ln,k(t)dφ(t)<br />

k=1<br />

c<br />

n<br />

π(xn,k)λn,k<br />

k=1<br />

Definição 2.2.2 (Núcleo <strong>de</strong> Dirichlet) O núcleo <strong>de</strong> Dirichlet é <strong>de</strong>finido por<br />

n−1<br />

<br />

Kn(x, t) = pk(x)pk(t),<br />

k=0<br />

ou, pela soma <strong>de</strong> Christoffel-Darboux (2.2.14), isto é,<br />

Kn(x, t) = an−1,n−1<br />

an,n<br />

17<br />

pn(x)pn−1(t) − pn−1(x)pn(t)<br />

. (2.2.20)<br />

x − t<br />

2.2.1 Seqüências Enca<strong>de</strong>adas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />

Sejam<br />

ξi = lim<br />

n−→∞ xn,i, ηj = lim<br />

n−→∞ xn,n−j+1<br />

σ = lim<br />

i−→∞ ξi e τ = lim<br />

j−→∞ ηj.<br />

Definição 2.2.3 O intervalo [ξ1, η1] é chamado verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong>.<br />

(2.2.21)


Usando a teoria <strong>de</strong> seqüências enca<strong>de</strong>adas, obtemos a relação entre o verda<strong>de</strong>iro<br />

intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong> [ξ1, η1] e as seqüências <strong>de</strong> coeficientes {βn} e {αn} da relação <strong>de</strong><br />

recorrência, como veremos a seguir.<br />

Teorema 2.2.9 (Chihara [12], p.108) Seja ∆ = [ξ1, η1] o verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogo-<br />

nalida<strong>de</strong> dos polinômios mônicos {Qn(x)} ∞ n=0 <strong>de</strong>finidos por (2.2.12). Então, <br />

αn+1<br />

(i) ξ1 é o maior valor <strong>de</strong> c para o qual βn > c e<br />

é uma seqüência<br />

(βn − c)(βn+1 − c)<br />

enca<strong>de</strong>ada e<br />

<br />

<br />

αn+1<br />

(ii) η1 é o menor valor <strong>de</strong> d para o qual d > βn e<br />

é uma seqüência<br />

(d − βn)(d − βn+1)<br />

enca<strong>de</strong>ada.<br />

Se tal ξ1 (ou η1) não existe, então ξ1 (η1) é escolhido como −∞ (∞).<br />

2.2.2 Frações Contínuas e <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />

As fórmulas <strong>de</strong> Wallis (2.1.8) levam a uma conexão direta entre polinômios ortogo-<br />

nais e frações contínuas pois, se em (2.1.7) tomarmos<br />

b0 = 0, a1 = α0 = 0, an+1 = −αn e bn = x − βn−1, n ≥ 1,<br />

obteremos a fração contínua<br />

α0<br />

−α1<br />

x − β0 +<br />

−α2<br />

x − β1 +<br />

x − β2 + . . .<br />

18<br />

(2.2.22)<br />

cujo n−ésimo <strong>de</strong>nominador parcial, Bn = Qn(x), satisfaz à relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12).<br />

Assim, pelo Teorema <strong>de</strong> Favard 2.2.7, segue <strong>que</strong> os <strong>de</strong>nominadores parciais <strong>de</strong><br />

(2.2.22) formam um SPO com relação a alguma φ se βn, n = 0, 1, · · · , são reais e αn,<br />

n = 0, 1, · · · , são positivos. A fração contínua (2.2.22) é chamada <strong>de</strong> fração contínua <strong>de</strong><br />

Jacobi ou, simplesmente, <strong>de</strong> J-fração <strong>de</strong>vido à sua relação com as conhecidas matrizes <strong>de</strong><br />

Jacobi (2.2.17).<br />

Retornando às fórmulas <strong>de</strong> Wallis, note <strong>que</strong> os numeradores parciais, An = An(x),<br />

satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência<br />

An(x) = (x − βn−1)An−1(x) − αn−1An−2(x), n = 2, 3, · · ·


A−1(x) = 1, A0(x) = 0, A1(x) = α0.<br />

Verifica-se facilmente por indução <strong>que</strong> α −1<br />

0 An(x) é uma polinômio mônico <strong>de</strong> grau<br />

n − 1 <strong>que</strong> é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> α0. Assim,<br />

Q (0)<br />

n (x) = α −1<br />

0 An+1(x), n ≥ −1,<br />

é um polinômio mônico <strong>de</strong> grau n in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> α0 <strong>que</strong> satisfaz à fórmula <strong>de</strong> recorrência<br />

n ≥ 1.<br />

Q (0)<br />

n (x) = (x − βn)Q (0)<br />

n−1(x) − αnQ (0)<br />

n−2(x), n = 1, 2, 3, · · ·<br />

Q (0)<br />

−1(x) = 0, Q (0)<br />

0 (x) = 1.<br />

Logo, {Q (0)<br />

n (x)} ∞ n=0 é um SPO se βn, n = 1, 2, · · · , são reais e αn são positivos para<br />

Definição 2.2.4 Os polinômios mônicos Q (0)<br />

n (x) são chamados <strong>de</strong> polinômios numeradores<br />

correspon<strong>de</strong>ntes a Qn(x), n ≥ 0.<br />

O nome polinômios associados é freqüentemente usado na literatura ao invés <strong>de</strong><br />

polinômios numeradores.<br />

Um outro resultado importante sobre a <strong>de</strong>composição dos convergentes da J-fração<br />

(2.2.22) é o seguinte.<br />

Teorema 2.2.10 (Teorema 4.3, p.88, Chihara [12]) Se βn são reais e αn > 0, n ≥ 1,<br />

temos<br />

α0Q (0)<br />

n−1(x)<br />

Qn(x) =<br />

n<br />

k=1<br />

λn,k<br />

x − xn,k<br />

=<br />

d<br />

c<br />

dφn(t)<br />

x − t<br />

on<strong>de</strong> λn,k são os coeficientes da fórmula <strong>de</strong> quadratura <strong>de</strong> Gauss correspon<strong>de</strong>ntes aos zeros<br />

xn,k e φn é a correspon<strong>de</strong>nte função distribuição com salto λn,k no ponto xn,k.<br />

Se o verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong> [ξ1, η1] é limitado, usando [12, II-<br />

Teorema 3.1], do segundo Teorema <strong>de</strong> Helly 2.1.3, po<strong>de</strong>mos concluir, então, <strong>que</strong><br />

α0Q<br />

lim<br />

k→∞<br />

(0)<br />

nk−1(x)<br />

=<br />

(x)<br />

Qnk<br />

η1<br />

ξ1<br />

19<br />

dφ(x)<br />

z − x , para z /∈ [ξ1, η1]. (2.2.23)


Assim, segue <strong>que</strong> se [ξ1, η1] é limitado, existe uma subseqüência <strong>de</strong> convergentes da<br />

J-fração (2.2.22) <strong>que</strong> converge para<br />

F C(z) =<br />

η1<br />

ξ1<br />

20<br />

dφ(x)<br />

z − x , para z /∈ [ξ1, η1]. (2.2.24)<br />

A. Markov, em 1896, foi o primeiro a <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> <strong>de</strong> fato a J-fração converge<br />

uniformemente para F C(z) em todo subconjunto compacto do plano complexo <strong>que</strong> não<br />

intercepta o intervalo [ξ1, η1].<br />

2.2.3 SPO cujos zeros são <strong>de</strong>nsos em intervalos<br />

Em 1898, O. Blumenthal provou <strong>que</strong> o conjunto X <strong>de</strong> todos os zeros <strong>de</strong> todos os<br />

polinômios Qn(x) é <strong>de</strong>nso no intervalo [σ, τ]. Algumas extensões foram obtidas a partir do<br />

Teorema <strong>de</strong> Blumenthal, <strong>de</strong>ntre elas, o seguinte teorema.<br />

Teorema 2.2.11 (Blumenthal generalizado, Chihara [12]) Sejam os polinômios Qn(x)<br />

dados por (2.2.12) e suponhamos <strong>que</strong> lim<br />

n→∞ βn = β e lim<br />

n→∞ αn = α > 0, on<strong>de</strong> β e α são finitos.<br />

Seja, ainda, X = {xn,k : 1 ≤ k ≤ n, n = 1, 2, · · ·}. Então, X é <strong>de</strong>nso no intervalo [σ, τ],<br />

σ = β − 2 √ α e τ = β + 2 √ α.<br />

Como conseqüência <strong>de</strong>sse teorema e <strong>de</strong> (2.2.15), temos o seguinte resultado.<br />

Teorema 2.2.12 Sejam Qn(x) polinômios satisfazendo (2.2.12). Então, para ɛ > 0 sufi-<br />

cientemente gran<strong>de</strong>,<br />

<br />

<br />

Qn−2(z)<br />

<br />

<br />

<br />

Qn(z) <br />

1<br />

≤ ,<br />

ɛ2 para todo z ∈ CI \ [−A, A], on<strong>de</strong> [−A, A] é o verda<strong>de</strong>iro intervalo <strong>de</strong> ortogonalida<strong>de</strong> dos<br />

polinômios Qn(x).<br />

Demonstração: Sabemos, do Teorema 2.2.11, <strong>que</strong> os zeros dos polinômios Qn(x) são <strong>de</strong>nsos<br />

em um intervalo compacto, suponhamos [−A, A]. Temos, <strong>de</strong> (2.2.15), <strong>que</strong><br />

<br />

<br />

Qn−2(z)<br />

<br />

<br />

<br />

Qn(z) =<br />

<br />

<br />

Qn−2(z)<br />

<br />

Qn−1(z)<br />

<br />

<br />

<br />

Qn−1(z)<br />

Qn(z) ≤<br />

n−1 <br />

n γn−1,j γn,k<br />

|z − xn−1,j| |z − xn,k|<br />

j=1<br />

k=1<br />

(2.2.25)


≤ 1<br />

ɛ2 <br />

para ɛ suficientemente gran<strong>de</strong> tal <strong>que</strong> z ∈ CI \ [−A, A], com<br />

γn−1,j = Qn−2(xn−1,j)<br />

Q ′<br />

n−1(xn−1,j)<br />

n−1 n<br />

γn−1,j<br />

j=1 k=1<br />

e γn,k = Qn−1(xn,k)<br />

Q ′<br />

n(xn,k) .<br />

21<br />

γn,k, (2.2.26)<br />

Em Szegö [52, p.48] encontramos <strong>que</strong> λn,k, k = 1, · · · , n, po<strong>de</strong>m ser dados por<br />

λn,k = an,n<br />

an−1,n−1<br />

1<br />

p ′<br />

n(xn,k)pn−1(xn,k) .<br />

Esse resultado segue facilmente da quadratura gaussiana e da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Christoffel-<br />

Darboux. Mas, Qn(x) = pn(x)/an,n.<br />

Daí,<br />

n<br />

γn,k =<br />

k=1<br />

=<br />

n<br />

λn,kp 2 n−1(xn,k)<br />

k=1<br />

d<br />

c<br />

p 2 n−1(x)dφ(x) = 1.<br />

Uma outra proprieda<strong>de</strong> <strong>que</strong> freqüentemente faremos uso é a do limitante para os<br />

zeros dos polinômios Qn(x).<br />

Do núcleo <strong>de</strong> Dirichlet (2.2.20), po<strong>de</strong>mos notar <strong>que</strong><br />

xK 2 n(x, xn,k) = x a2 n−1,n−1<br />

a 2 n,n<br />

p2 n(x)p2 n−1(xn,k)<br />

(x − xn,k) 2 .<br />

Assim, pela fórmula <strong>de</strong> quadratura <strong>de</strong> Gauss-Jacobi,<br />

d<br />

xK<br />

c<br />

2 n(x, xn,k)dφ(x) = a2n−1,n−1 a2 p<br />

n,n<br />

2 n p<br />

n−1(xn,k) λn,j<br />

j=1<br />

2 n(xn,j)<br />

xn,j<br />

(xn,j − xn,k)<br />

2<br />

=<br />

a<br />

λn,k<br />

2 n−1,n−1<br />

a2 p<br />

n,n<br />

2 n−1(xn,k)[p ′<br />

n(xn,k)] 2 xn,k<br />

Portanto,<br />

Por outro lado,<br />

= xn,k<br />

.<br />

λn,k<br />

xn,k = λn,k<br />

d<br />

c<br />

xK 2 n(x, xn,k)dφ(x).


d<br />

xn,k = λn,k xK<br />

c<br />

2 d n−1 <br />

n(x, xn,k)dφ(x) = λn,k x[ pj(x)pj(xn,k)]<br />

c<br />

j=0<br />

2 dφ(x)<br />

⎧<br />

d ⎨n−1<br />

<br />

= λn,k x p<br />

c ⎩<br />

j=0<br />

2 j(x)p 2 ⎫<br />

⎬<br />

j(xn,k)<br />

⎭ dφ(x)<br />

⎧<br />

⎫<br />

⎪⎨ d n−2 <br />

⎪⎬<br />

+2λn,k x (pi(x)pi(xn,k))pj(x)pj(xn,k) dφ(x)<br />

c ⎪⎩ i=0<br />

⎪⎭<br />

j=i+1<br />

Assim,<br />

Portanto,<br />

<br />

= λn,k<br />

n−1<br />

βjp<br />

j=0<br />

2 n−1 <br />

j(xn,k) + λn,k 2<br />

j=1<br />

aj−1,j−1<br />

pj−1(xn,k)pj(xn,k).<br />

aj,j<br />

|xn,k| ≤ λn,k max<br />

0≤j≤n−1 |βj|<br />

n−1 <br />

p<br />

j=0<br />

2 j(xn,k)<br />

n−1<br />

aj−1,j−1 <br />

+2λn,k max<br />

|pj−1(xn,k)pj(xn,k)|<br />

1≤j≤n−1 aj,j j=1<br />

≤ max<br />

0≤j≤n−1 |βj|<br />

aj−1,j−1<br />

+2λn,k max<br />

1≤j≤n−1 aj,j<br />

= max<br />

0≤j≤n−1 |βj|<br />

aj−1,j−1<br />

+ 2 max<br />

1≤j≤n−1 aj,j<br />

<br />

<br />

<br />

n−1 <br />

p<br />

i=0<br />

2 <br />

<br />

<br />

i (xn,k) n−1 <br />

p<br />

j=0<br />

2 j(xn,k)<br />

,<br />

|xn,k| ≤ max<br />

0≤j≤n−1 |βj| + 2 max<br />

1≤j≤n−1 α1/2<br />

j . (2.2.27)<br />

2.2.4 Comportamento Regular dos <strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />

Denotemos por Nn(t) o número <strong>de</strong> inteiros k para os quais<br />

xn,n − xn,k ≥ t|xn,1 − xn,n|, 0 ≤ t ≤ 1.<br />

Definição 2.2.5 A função distribuição dos zeros, quando existe, é <strong>de</strong>finida por<br />

Nn(t)<br />

β(t) = lim , 0 ≤ t ≤ 1. (2.2.28)<br />

n→∞ n<br />

22


Em [53] e [20] mostrou-se <strong>que</strong> para uma gran<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> medidas dφ(t), β(t) existe<br />

e, além disso, é dado por<br />

β0(t) = 1<br />

2<br />

23<br />

1<br />

− arcsen(2t − 1). (2.2.29)<br />

π<br />

Neste caso, a medida dφ(t) é chamada medida arco-seno e os polinômios pn(x)<br />

têm comportamento zero regular.<br />

Em [21], Erdös e Turán consi<strong>de</strong>raram polinômios ortogonais em [−1, 1] e mostraram<br />

<strong>que</strong> se dφ(x) = w(x)dx, on<strong>de</strong> w(x) é uma função integrável não-negativa em [−1, 1], ou<br />

seja, w(x) > 0 exceto para um conjunto <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> Lebesgue nula, então dφ(x) é uma<br />

medida arco-seno. Em [53], Ullman faz uma discussão bastante completa da medida arco-<br />

seno absolutamente contínua e, em [20], Erdös e Freud estabeleceram resultados nos casos<br />

em <strong>que</strong> dφ(x) não é absolutamente contínua. Peso arco-seno com suporte não compacto foi<br />

introduzido por Erdös em [19].<br />

O caso em <strong>que</strong> o suporte da medida dφ(x) está contido em [−1, 1] e os dois pont@HZbH@@HbH


Capítulo 3<br />

<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos<br />

<strong>Polinômios</strong> Ortogonais<br />

3.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados<br />

Nesta seção, baseados no artigo <strong>de</strong> Van Assche [5], vamos estudar, o comportamento<br />

assintótico <strong>de</strong> polinômios ortogonais quando os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três<br />

termos, tanto os <strong>de</strong> índice par quanto os <strong>de</strong> índice ímpar, ten<strong>de</strong>m a limites finitos. A razão<br />

entre dois polinômios cujos índices diferem <strong>de</strong> uma ou duas unida<strong>de</strong>s e a função distribuição<br />

limite serão discutidas. Daremos, também, algumas aplicações dos resultados obtidos em<br />

fórmulas <strong>de</strong> quadratura.<br />

satisfazendo:<br />

Sejam, então, as seqüências {βn} ∞ n=0 e {αn} ∞ n=0 da relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12)<br />

lim<br />

n→∞ β2n = b1, lim α2n = a<br />

n→∞ 2 1,<br />

lim<br />

n→∞ β2n+1 = b2 e lim α2n+1 = a<br />

n→∞ 2 2.<br />

(3.1.1)<br />

Usando a estimativa (2.2.27) po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong> os zeros dos polinômios orto-<br />

gonais mônicos {Qn(x)} ∞ n=0 estão sempre no interior <strong>de</strong> um intervalo compacto, suponhamos<br />

[−A, A].<br />

24


3.1.1 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong><br />

e<br />

Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) facilmente obtemos <strong>que</strong><br />

Q2n+1(x) = (x − β2n)Q2n(x) − α2nQ2n−1(x) (3.1.2)<br />

Q2n+2(x) = (x − β2n+1)Q2n+1(x) − α2n+1Q2n(x). (3.1.3)<br />

Resolvendo a segunda equação para Q2n+1(x), obtemos<br />

Q2n+1(x) = Q2n+2(x) + α2n+1Q2n(x)<br />

.<br />

x − β2n+1<br />

Substituindo esta expressão em (3.1.2), temos a seguinte fórmula <strong>de</strong> recorrência<br />

envolvendo somente os polinômios <strong>de</strong> grau par<br />

<strong>de</strong> grau ímpar<br />

Q2n+2(x) =<br />

<br />

<br />

x − β2n+1<br />

(x − β2n)(x − β2n+1) − α2n+1 − α2n Q2n(x)<br />

x − β2n−1<br />

x − β2n+1<br />

−α2nα2n−1 Q2n−2(x)<br />

x − β2n−1<br />

= b2n(x)Q2n(x) − a2n(x)Q2n−2(x). (3.1.4)<br />

De modo análogo, obtemos a fórmula <strong>de</strong> recorrência <strong>que</strong> envolve apenas os polinômios<br />

Q2n+3(x) =<br />

<br />

(x − β2n+1)(x − β2n+2) − α2n+2 − α2n+1<br />

<br />

x − β2n+2<br />

Q2n+1(x)<br />

x − β2n<br />

=<br />

x − β2n+2<br />

−α2n+1α2n Q2n−1(x)<br />

x − β2n<br />

b2n+1(x)Q2n+1(x) − a2n+1(x)Q2n−1(x). (3.1.5)<br />

Essas fórmulas <strong>de</strong> recorrência modificadas serão muito úteis no estudo do compor-<br />

tamento assintótico dos polinômios {Qn(x)} ∞ n=0 quando n ten<strong>de</strong> para infinito.<br />

e<br />

Sejam X1 o conjunto dos pontos <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong><br />

{xn,i : i = 1, 2, · · · , n; n = 1, 2, · · ·}<br />

X2 := {x ∈ IR : Qn(x) = 0 para infinitos valores <strong>de</strong> n}.<br />

25


Um elemento <strong>de</strong> X2 não é necessariamente um ponto <strong>de</strong> acumulação do conjunto<br />

{xn,i}. Se tomarmos uma função peso em [−β, −α] ∪ [α, β] (0 < α < β) <strong>que</strong> é simétrica com<br />

relação à origem, este ponto pertencerá a X2, pois todo polinômio ortogonal <strong>de</strong> grau ímpar<br />

com relação a uma distribuição simétrica se anula na origem. Mas, não se po<strong>de</strong> encontrar<br />

uma seqüência <strong>de</strong> zeros (exceto para a seqüência constante zero) <strong>que</strong> converge para zero. Já<br />

os polinômios <strong>de</strong> grau par não se anulam em (−α, α) pois, se existir um zero neste intervalo,<br />

pela simetria, existirá também um segundo zero, o <strong>que</strong> é impossível (polinômios ortogonais<br />

po<strong>de</strong>m ter no máximo um zero num intervalo on<strong>de</strong> a função distribuição é constante). Pela<br />

mesma razão, a origem será o único zero em (−α, α) para os polinômios <strong>de</strong> grau ímpar.<br />

Assim, se a distribuição dφ(x) for simétrica, zero é raiz <strong>de</strong> infinitos polinômios <strong>de</strong> grau<br />

ímpar, ou seja, 0 ∈ X2.<br />

Deste fato, po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong> supp(dφ) ⊂ X1 ∪ X2, on<strong>de</strong> o suporte <strong>de</strong> dφ, como<br />

<strong>de</strong>finido em (1.2), é o espectro da função distribuição φ(x) e o espectro não é necessariamente<br />

X1∪X2, como se po<strong>de</strong> ver da observação anterior, pois se 0 ∈ X2, 0 /∈ supp(dφ) nas condições<br />

citadas anteriormente.<br />

Denotaremos por fn(x) ∼ g(x), quando a razão fn(x)/g(x) ten<strong>de</strong> para um. A esfera<br />

<strong>de</strong> Riemann, CI ∪ {∞}, será <strong>de</strong>notada por CI e consi<strong>de</strong>remos<br />

ZN := {xn,i : i = 1, 2, · · · , n; n ≥ N}.<br />

Teorema 3.1.1 Se os coeficientes da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) satisfazem (3.1.1),<br />

então, quando n → ∞,<br />

Qn(z)<br />

Qn−2(z)<br />

∼ Q(z) =<br />

1 <br />

(z − b1)(z − b2) − (a<br />

2<br />

2 1 + a 2 2)<br />

<br />

+ [(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ X1 ∪ X2.<br />

<br />

26<br />

(3.1.6)<br />

Demonstração: Sabemos <strong>que</strong> os zeros <strong>de</strong> {Qn(x)} ∞ n=0 estão todos no interior do intervalo<br />

compacto [−A, A]. Assim, a razão Qn(z)/Qn−2(z) é analítica em CI \[−A, A] para todo n ≥ 2.<br />

Se K é um conjunto compacto em CI \ X1 ∪ X2, então K po<strong>de</strong> ter no máximo um número<br />

finito <strong>de</strong> zeros <strong>de</strong> {Qn(x)} ∞ n=0 e cada um <strong>de</strong>les é zero <strong>de</strong> um número finito <strong>de</strong> polinômios.


Isto significa <strong>que</strong> existe um inteiro N tal <strong>que</strong>, para n ≥ N, as razões Qn(z)/Qn−2(z) são<br />

analíticas em K.<br />

Seja<br />

ɛ = inf {|z − x| : z ∈ K, x ∈ (X1 ∪ X2) ∩ ZN}<br />

<strong>que</strong> é uma quantida<strong>de</strong> estritamente positiva, pois K (<strong>que</strong> é um conjunto compacto) e o<br />

conjunto ( X1 ∪ X2) ∩ ZN são disjuntos.<br />

Pelo Teorema 2.2.12, para z ∈ K e n ≥ N<br />

<br />

<br />

Qn−2(z)<br />

<br />

1<br />

≤ .<br />

Qn(z) ɛ2 Assim, a razão Qn−2(z)/Qn(z) é uniformemente limitada em todo subconjunto com-<br />

pacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />

O próximo passo é mostrar <strong>que</strong> esta razão converge quando z ∈ [A, ∞) e, como<br />

este conjunto tem um ponto limite, po<strong>de</strong>mos usar o Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitaly 2.1.4 para<br />

concluir a convergência uniforme em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />

Tomemos, então, z ∈ [A, ∞) (ou seja, z real). Por hipótese, os coeficientes das<br />

fórmulas <strong>de</strong> recorrência (3.1.4) e (3.1.5) convergem quando n → ∞. A convergência das<br />

razões Q2n+2(z)/Q2n(z) e Q2n+1(z)/Q2n−1(z) segue do fato <strong>de</strong> <strong>que</strong> a seqüência<br />

z − β2n+1<br />

fn(z) = α2nα2n−1<br />

z − β2n−1<br />

<br />

−1 z − β2n<br />

× (z − β2n)(z − β2n+1) − α2n+1 − α2n<br />

z − β2n+1<br />

<br />

−1 z − β2n−1<br />

× (z − β2n−2)(z − β2n−1) − α2n−1 − α2n−2<br />

z − β2n−3<br />

é uma seqüência enca<strong>de</strong>ada com seqüência <strong>de</strong> parâmetros (minimal) dada por<br />

gn(z) = 1 − Q2n+2(z)<br />

Q2n(z)<br />

<br />

−1 z − β2n+1<br />

(z − β2n)(z − β2n+1) − α2n+1 − α2n<br />

.<br />

z − α2n−1<br />

Isto significa <strong>que</strong> fn(z) = gn(z)[1−gn−1(z)] e como, para z ∈ [A, ∞), fn(z) converge,<br />

pelo Teorema 2.1.7, gn(z) também convergirá.<br />

Para <strong>de</strong>terminar este limite dividimos a equação (3.1.4) por Q2n(z) e a equação<br />

(3.1.5) por Q2n+1(z). Daí,<br />

Q2n+2(z)<br />

Q2n(z) =<br />

<br />

<br />

x − β2n+1<br />

(z − β2n)(z − β2n+1) − α2n+1 − α2n<br />

x − β2n−1<br />

27<br />

z − β2n+1 Q2n−2(z)<br />

− α2nα2n−1<br />

z − β2n−1 Q2n(z)


e<br />

Q2n+3(z)<br />

Q2n+1(z) =<br />

Fazendo n → ∞, obtemos<br />

<br />

(z − β2n+1)(z − β2n+2) − α2n+2 − α2n+1<br />

z − β2n+2 Q2n−1(z)<br />

−α2n+1α2n<br />

z − β2n Q2n+1(z) .<br />

Q(z) = {(z − b1)(z − b2) − (a 2 1 + a 2 2)} − a2 1a 2 2<br />

Q(z) .<br />

Resolvendo esta equação, chegamos <strong>que</strong><br />

Q(z) = 1 <br />

(z − b1)(z − b2) − (a<br />

2<br />

2 1 + a 2 2)<br />

<br />

± [(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 <br />

2 .<br />

<br />

z − β2n+2<br />

z − β2n<br />

Como, para todo n, Qn(z)/Qn−2(z) → ∞ quando z → ∞, <strong>de</strong>vemos escolher o sinal<br />

positivo. Assim, Q(z) → ∞ quando z → ∞.<br />

A relação assintótica (3.1.6) não vale em X1 ∪ X2 pois, neste conjunto, a razão<br />

Qn(z)<br />

não é limitada. Em particular, a relação assintótica não vale sobre o espectro<br />

Qn−2(z)<br />

supp(dφ). Portanto, em X2 po<strong>de</strong>mos encontrar uma subseqüência para a qual o resultado<br />

assintótico vale.<br />

Corolário 3.1.2 Suponhamos <strong>que</strong> as condições (3.1.1) sejam satisfeitas. Então, quando<br />

n → ∞,<br />

e<br />

28<br />

(i) Q2n(z)<br />

Q2n−1(z) ∼ Q(z) + a21 , (3.1.7)<br />

z − b1<br />

(ii) Q2n+1(z)<br />

Q2n(z) ∼ Q(z) + a22 z − b2<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />

Demonstração: Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) obtemos facilmente <strong>que</strong><br />

Q2n+1(z)<br />

Q2n−1(z)<br />

Q2n(z)<br />

= (z − β2n) − α2n.<br />

Q2n−1(z)<br />

(3.1.8)<br />

Como, do teorema anterior, o lado es<strong>que</strong>rdo converge uniformemente em todo sub-<br />

conjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2), (3.1.7) segue imediatamente fazendo n → ∞. Analoga-<br />

mente, <strong>de</strong>monstramos (3.1.8).


Teorema 3.1.3 Sob as condições (3.1.1) temos <strong>que</strong>, para n → ∞,<br />

1 Q<br />

n<br />

′<br />

n(z)<br />

Qn(z) ∼<br />

z − (b1 + b2)/2<br />

<br />

[(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />

29<br />

(3.1.9)<br />

Demonstração: Como a seqüência Qn(z)/Qn−2(z) converge para Q(z) uniformemente em<br />

todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2), pelo Teorema 2.1.2, a seqüência <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivadas<br />

(Qn(z)/Qn−2(z)) ′<br />

convergirá para Q ′<br />

(z) uniformemente em subconjuntos compactos <strong>de</strong><br />

CI \ (X1 ∪ X2). Tomando-se, então, a <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> (3.1.6), temos <strong>que</strong><br />

(Qn(z)/Qn−2(z)) ′<br />

(Qn(z)/Qn−2(z))<br />

Q′<br />

=<br />

n(z)<br />

Qn(z)<br />

Q′<br />

−<br />

n−2(z)<br />

Qn−2(z)<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />

Q′ (z)<br />

∼<br />

Q(z)<br />

Agora, seja K um conjunto compacto em CI \ (X1 ∪ X2) e N tal <strong>que</strong> Qn(z) não tem<br />

zeros em K para n ≥ 2N − 2. Po<strong>de</strong>mos, então, escrever<br />

1 Q<br />

2n<br />

′<br />

2n(z)<br />

Q2n(z)<br />

=<br />

′<br />

<br />

N−1<br />

1 Q 2j(z) Q′<br />

−<br />

2j−2(z)<br />

+<br />

2n j=1 Q2j(z) Q2j−2(z)<br />

1<br />

=<br />

n<br />

′<br />

<br />

Q 2j(z) Q′<br />

−<br />

2j−2(z)<br />

2n j=N Q2j(z) Q2j−2(z)<br />

1<br />

n<br />

′<br />

<br />

Q 2j(z) Q′<br />

−<br />

2j−2(z)<br />

+<br />

2n Q2j(z) Q2j−2(z)<br />

1<br />

′ <br />

Q 2N−2(z)<br />

. (3.1.10)<br />

2n Q2N−2(z)<br />

j=N<br />

Pelo Lema <strong>de</strong> Cesàro 2.1.5, concluímos <strong>que</strong><br />

1 Q<br />

2n<br />

′<br />

2n(z)<br />

Q2n(z)<br />

1 Q<br />

∼<br />

2<br />

′<br />

(z)<br />

Q(z)<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ (X1 ∪ X2).<br />

Um raciocínio análogo garante o resultado para os índices ímpares. Calculando,<br />

então, explicitamente Q′ (z)<br />

, chegamos ao resultado <strong>de</strong>sejado.<br />

Q(z)<br />

Observe <strong>que</strong> ambos os comportamentos assintóticos das razões Qn(z)/Qn−1(z) e<br />

Q ′<br />

n(z)/Qn(z) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m somente dos limites das seqüências {βn} ∞ n=0 e {αn} ∞ n=0 e não <strong>de</strong>las<br />

mesmas. Assim, diz-se <strong>que</strong> essas funções têm comportamentos assintóticos invariantes.<br />

3.1.2 Fórmulas <strong>de</strong> Quadratura Invariantes<br />

Daremos, agora, algumas aplicações <strong>de</strong> resultados da seção anterior. Usaremos o<br />

conceito <strong>de</strong> convergência fraca para este objetivo.


Definição 3.1.1 Uma seqüência <strong>de</strong> funções distribuições Fn(x) converge fracamente para<br />

uma função distribuição F (x) (Fn(x) ⇒ F (x)) se, para toda função f(x) contínua e limi-<br />

tada,<br />

∞<br />

∞<br />

f(x)dFn(x) → f(x)dF (x). (3.1.11)<br />

−∞<br />

−∞<br />

O Teorema <strong>de</strong> Grommer-Hamburger 2.1.6 nos garante <strong>que</strong> para (3.1.11) ser válido,<br />

basta mostrarmos <strong>que</strong> S(Fn(x); z) converge para S(F (x); z), uniformemente em todo sub-<br />

conjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR.<br />

Para o objetivo aqui proposto, <strong>que</strong> é o <strong>de</strong> se obter a fórmula <strong>de</strong> quadratura, neces-<br />

sitaremos do uso das transformadas <strong>de</strong> Stieltjes das seguintes funções distribuições:<br />

F (x; δ, β) = 1<br />

x<br />

π<br />

G(x; δ, β, γ) = 2<br />

π<br />

×<br />

|t|<br />

30<br />

√<br />

−∞ β2 − t2 √ t2 − δ2 IB(t)dt. (3.1.12)<br />

[(δ2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ2 ) 1/2 ] 2<br />

(β2 − δ2 ) 2<br />

√<br />

x β2 − t2 √ t2 − δ2 −∞<br />

|t − γ|<br />

×<br />

IB(t)dt, (3.1.13)<br />

on<strong>de</strong> |γ| ≤ δ < β e IB(t) é a função indicadora do conjunto B = [−β, −δ] ∪ [δ, β], isto é,<br />

⎧<br />

⎪⎨ 0, t /∈ B<br />

IB(t) =<br />

⎪⎩ 1, t ∈ B.<br />

e<br />

Então,<br />

para x ∈ B.<br />

dF (x; δ, β) = 1<br />

π<br />

|x|<br />

√<br />

β2 − x2 √ x2 dx<br />

− δ2 dG(x; δ, β, γ) = 2 [(δ<br />

π<br />

2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ2 ) 1/2 ] 2<br />

(β2 − δ2 ) 2<br />

√<br />

β2 − x2 √ x2 − δ2 dx,<br />

|x − γ|<br />

Lema 3.1.4 Seja z ∈ CI \ [−β, −δ] ∪ [δ, β]. Então,<br />

(i) S(F (x; δ, β); z) =<br />

(ii) S(G(x; δ, β, γ); z) =<br />

z<br />

√ z 2 − δ 2 √ z 2 − β 2 e (3.1.14)<br />

2(z + γ)<br />

z2 − γ2 − [(δ2 − γ2 )(β2 − γ2 )] 1/2 + √ z2 − δ2√z 2 . (3.1.15)<br />

− β2 As raízes quadradas √ z 2 − δ 2 e √ z 2 − β 2 são escolhidas <strong>de</strong> modo <strong>que</strong> z 2 /( √ z 2 − δ 2√ z 2 − β 2 )<br />

é analítica em CI \ [−β, −δ] ∪ [δ, β] e ten<strong>de</strong> para um quando z ten<strong>de</strong> para infinito.


Demonstração: A partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> transformada <strong>de</strong> Stieltjes, temos <strong>que</strong><br />

chegamos <strong>que</strong><br />

S(F (x; δ, β); z) = 1<br />

−δ<br />

π −β<br />

+ 1<br />

β<br />

π δ<br />

1<br />

z − x<br />

1<br />

z − x<br />

|x|<br />

√<br />

β2 − x2 √ x2 dx<br />

− δ2 |x|<br />

√<br />

β2 − x2 √ x2 dx.<br />

− δ2 Fazendo x = −t na primeira integral e, em seguida, t = x, obtemos<br />

S(F (x; δ, β); z) = 1<br />

β<br />

π δ<br />

+ 1<br />

π δ<br />

1<br />

z + x<br />

1<br />

z − x<br />

β<br />

|x|<br />

√<br />

β2 − x2 √ x2 dx<br />

− δ2 |x|<br />

√<br />

β2 − x2 √ x2 dx.<br />

− δ2 Usando a mudança <strong>de</strong> variáveis y = x 2 e, em seguida, y = (β2 − δ 2 )<br />

S(F (x; δ, β); z) =<br />

De (2.2.23) e (2.2.24) sabemos <strong>que</strong><br />

on<strong>de</strong> F C(u) é o limite da fração contínua<br />

2z<br />

(β2 − δ2 1 1<br />

)π −1 2z2 − β2 − δ2 β2 − δ2 1 1<br />

dφ(t) = F C(u),<br />

−1 u − t<br />

α1<br />

− t<br />

α2<br />

u − β1 −<br />

α3<br />

u − β2 −<br />

α4<br />

u − β3 −<br />

u − β4 − . ,<br />

..<br />

2<br />

dt<br />

√ 1 − t 2 .<br />

31<br />

t + (β2 + δ2 )<br />

,<br />

2<br />

e αi, βi, i = 1, 2, · · · , são os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong> três termos dos<br />

polinômios ortogonais com relação a dφ(x).<br />

Mas, da fórmula <strong>de</strong> recorrência para os polinômios <strong>de</strong> Tchebyshev <strong>de</strong> primeira espécie<br />

mônicos, sabemos <strong>que</strong> α1 = π, α2 = 1/2, α3 = α4 = · · · = 1/4 e βi = 0 para i = 1, 2, · · · .<br />

dt<br />

π<br />

Assim, para dφ(t) = √ , F C(u) =<br />

1 − t2 u − 1/2<br />

, on<strong>de</strong> L(u) = u −<br />

L(u)<br />

1/4<br />

L(u) .<br />

Logo, [L(u)] 2 − uL(u) + 1/4 = 0. Daí,<br />

L(u) = u ± √ u 2 − 1<br />

2<br />

e F C(u) =<br />

π<br />

√ u 2 − 1 ,


pois F C(u) u→∞<br />

−→ 0.<br />

Portanto, para u = 2z2 − β2 − δ2 β2 − δ2 ,<br />

Daí,<br />

• Seja γ = 0.<br />

F C(u) =<br />

S(F (x; δ, β); z) =<br />

π(β2 − δ2 )/2<br />

<br />

(u2 − β2 )(u2 − δ2 ) .<br />

z<br />

√<br />

z2 − β2 √ z2 .<br />

− δ2 Para a distribuição G(x; δ, β, γ), consi<strong>de</strong>remos dois casos:<br />

De maneira análoga à feita para a distribuição F (x; δ, β),<br />

S(G(x; δ, β, 0); z) = 2<br />

π<br />

(δ + β) 2<br />

(β2 − δ2 ) 2<br />

(β2 − δ2 )<br />

2z<br />

1 1<br />

−<br />

−1 β2 + δ2 δ2 − t<br />

− β2 ⎧<br />

⎪⎨ 1<br />

⎪⎩<br />

−1<br />

√ ⎪⎬<br />

1 − t2dt .<br />

⎪⎭<br />

1<br />

2z 2 − β 2 − δ 2<br />

⎫<br />

β 2 − δ 2<br />

− t<br />

√ 1 − t 2 dt<br />

Como, neste caso, a função peso é a <strong>de</strong> Tchebyshev <strong>de</strong> segunda espécie, a fração<br />

contínua F C(u) é dada por F C(u) = π(u − √ u 2 − 1).<br />

Assim, a primeira integral entre as chaves é igual a<br />

e, a segunda, igual a<br />

π<br />

√<br />

2 2 2 2z − (β + δ ) − 2 z2 − β2 √ z2 − δ2 <br />

−π<br />

β 2 − δ 2<br />

<br />

2 2 β + δ − 2δβ<br />

β 2 − δ 2<br />

Logo, substituindo os resultados acima na transformada <strong>de</strong> Stieltjes da distribuição<br />

G(x; δ, β, 0) obtida anteriormente e multiplicando-a e dividindo-a por z 2 −δβ+ √ z 2 − β 2√ z 2 − δ 2 ,<br />

chegamos ao resultado <strong>de</strong>sejado para γ = 0.<br />

• Para γ = 0, <strong>de</strong> maneira análoga à feita anteriormente, chegamos <strong>que</strong><br />

.<br />

32


S(G(x; δ, β, γ); z) = 2 [(δ<br />

π<br />

2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ1/2 )] 2<br />

(β2 − δ2 ) 2<br />

(z + γ)(β2 − δ2 )<br />

2(z2 − γ2 )<br />

⎧<br />

⎪⎨ 1<br />

×<br />

⎪⎩<br />

−1<br />

1<br />

2z 2 − β 2 − δ 2<br />

β 2 − δ 2<br />

1 1<br />

−<br />

−1 β2 + δ2 − 2γ2 δ2 − β2 − t<br />

√ 1 − t 2 dt<br />

⎫<br />

√ ⎪⎬<br />

1 − t2dt .<br />

− t<br />

⎪⎭<br />

Logo, por (2.2.23) e (2.2.24), o valor da primeira integral é<br />

e, o da segunda, é<br />

Daí,<br />

π(u − √ u 2 − 1), com u = 2z2 − β 2 − δ 2<br />

β 2 − δ 2<br />

π(v − √ v 2 − 1), on<strong>de</strong> v = β2 + δ 2 − 2γ 2<br />

S(G(x; δ, β, γ); z) = 2 [(δ<br />

π<br />

2 − γ2 ) 1/2 + (β2 − γ1/2 )] 2<br />

(β2 − δ2 ) 2<br />

×π<br />

<br />

z 2 − γ 2 −<br />

<br />

δ 2 − γ 2<br />

δ 2 − β 2<br />

.<br />

(z + γ)(β2 − δ2 )<br />

2(z2 − γ2 )<br />

<br />

β2 − γ2 <br />

− z2 − β2√z 2 − δ2 <br />

Multiplicando-se e dividindo-se esta expressão por z 2 − γ 2 − √ δ 2 − γ 2√ β 2 − γ 2 +<br />

√ z 2 − β 2 √ z 2 − δ 2 , obtemos o resultado <strong>de</strong>sejado.<br />

Tomemos, agora,<br />

b(1) = min{b1, b2}, b(2) = max{b1, b2}<br />

a(1) = min{a1, a2} e a(2) = max{a1, a2}.<br />

Teorema 3.1.5 Sejam {pn(x)} ∞ n=0 um sistema <strong>de</strong> polinômios ortonormais <strong>que</strong> satisfazem<br />

(3.1.1) e {λn,j} n j=1 seus números <strong>de</strong> Christoffel. Então, para toda função contínua f(x),<br />

(i)<br />

2n<br />

λ2n,jp<br />

j=1<br />

2 2n−1(x2n,j)f(x2n,j) → a2 (1)<br />

a2 ∞<br />

1 −∞<br />

f(x)dG<br />

+ a21 − a2 (1)<br />

a2 f(b2),<br />

1<br />

<br />

x − b1<br />

<br />

+ b2<br />

; δ, β, −γ<br />

2<br />

33


(ii)<br />

e<br />

(iii)<br />

on<strong>de</strong><br />

2n+1 <br />

λ2n,jp<br />

j=1<br />

2 2n(x2n+1,j)f(x2n+1,j) → a2 (1)<br />

a2 <br />

∞<br />

f(x)dG x −<br />

2 −∞<br />

b1<br />

<br />

+ b2<br />

; δ, β, γ<br />

2<br />

+ a22 − a2 (1)<br />

a2 f(b1)<br />

2<br />

1<br />

n<br />

<br />

∞<br />

f(xn,j) → f(x)dF x −<br />

n j=1<br />

−∞<br />

b1<br />

<br />

+ b2<br />

; δ, β ,<br />

2<br />

δ 2 =<br />

2 b1 − b2<br />

+ (a1 − a2) 2 , β2 2 b1 − b2<br />

=<br />

2<br />

2<br />

+ (a1 + a2) 2 , γ = b1 − b2<br />

2<br />

34<br />

(3.1.16)<br />

e as funções F (x; δ, β) e G(x; δ, β, γ) são as <strong>de</strong>finidas em (3.1.12) e (3.1.13), respectivamente.<br />

Demonstração: (i) Sabemos, <strong>de</strong> (2.2.15) e <strong>de</strong><br />

<strong>que</strong><br />

λn,k = an,n<br />

an−1,n−1<br />

Qn−1(z)<br />

Qn(z) =<br />

1<br />

p ′<br />

n(xn,k)pn−1(xn,k) ,<br />

n<br />

j=1<br />

λn,jp2 n−1(xn,j)<br />

. (3.1.17)<br />

z − xn,j<br />

Seja Gn(x) uma distribuição discreta <strong>que</strong> dá saltos nos zeros xn,j, j = 1, · · · , n, <strong>de</strong><br />

pn(x) <strong>de</strong>finida por<br />

on<strong>de</strong><br />

Gn(x) =<br />

n<br />

λn,jp 2 n−1(xn,j)U(x − xn,j), (3.1.18)<br />

j=1<br />

⎧<br />

⎪⎨ 1, x ≥ 0,<br />

U(x) =<br />

⎪⎩ 0, x < 0.<br />

Assim, <strong>de</strong> (3.1.17), a transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong> Gn(x) é dada por<br />

∞ 1<br />

S(Gn(x); z) =<br />

−∞ z − x dGn(x) =<br />

Pelo corolário 3.1.2,<br />

n<br />

j=1<br />

S(G2n(x); z) = Q2n−1(z)<br />

Q2n(z)<br />

λn,jp 2 n−1(xn,j)<br />

z − xn,j<br />

(3.1.19)<br />

= Qn−1(z)<br />

. (3.1.20)<br />

Qn(z)<br />

z − b1<br />

→<br />

a2 , (3.1.21)<br />

1 + Q(z)


uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR quando n → ∞. Mas, <strong>de</strong> (3.1.6),<br />

A =<br />

z − b1<br />

a 2 1 + Q(z) =<br />

2(z − b1)<br />

(z − b1)(z − b2) − (a2 2 − a2 <br />

1) + [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 .<br />

2<br />

Multiplicando-se e dividindo-se essa última razão por 2a 2 1(z − b2), obtemos<br />

A = (z − b1)(z − b2) + (−a2 2 + a2 <br />

1) − [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

2a2 .<br />

1(z − b2)<br />

Assim,<br />

• se a1 ≥ a2<br />

A = (z − b1)(z − b2) − |a 2 1 − a 2 2| −<br />

+ |a2 1 − a 2 2| − (a 2 2 − a 2 1)<br />

2a 2 1(z − b2)<br />

<br />

[(z − b1)(z − b2) − (a 2 2 + a 2 1)] 2 − 4a 2 1a 2 2<br />

2a 2 1(z − b2)<br />

Multiplicando-se e dividindo-se a primeira expressão do segundo membro pelo con-<br />

jugado do numerador, isto é, por<br />

obtemos<br />

(z − b1)(z − b2) − |a 2 1 − a 2 2| +<br />

A = a2 2<br />

a 2 1<br />

<br />

[(z − b1)(z − b2) − (a 2 2 + a 2 1)] 2 − 4a 2 1a 2 2,<br />

2(z − b1)<br />

(z − b1)(z − b2) − |a2 1 − a2 <br />

2| + [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

+ |a21 − a2 2| − (a2 2 − a2 1)<br />

2a2 .<br />

1(z − b2)<br />

• se a1 < a2<br />

A = (z − b1)(z − b2) + (−a2 2 + a2 <br />

1) − [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

2a2 =<br />

1(z − b2)<br />

(z − b1)(z − b2) − |a2 1 − a2 <br />

2| − [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

2a2 1(z − b2)<br />

= a21 a2 2(z − b1)<br />

1 (z − b1)(z − b2) − |a2 1 − a2 <br />

2| + [(z − b1)(z − b2) − (a2 2 + a2 1)] 2 − 4a2 1a2 ,<br />

2<br />

após multiplicar e dividir a segunda razão pelo conjugado do numerador. Como a1 < a2<br />

|a 2 1 − a 2 2| − (a 2 2 − a 2 1)<br />

2a 2 1(z − b2)<br />

= 0.<br />

35


Logo, po<strong>de</strong>mos somar este termo nulo à igualda<strong>de</strong> acima.<br />

Portanto,<br />

S(G2n(x); z) → a2 (1)<br />

a2 S<br />

1<br />

o <strong>que</strong> conclui parte do teorema.<br />

<br />

G x − b1<br />

<br />

+ b2<br />

; δ, β, −γ ; z<br />

2<br />

+ a21 − a2 (1)<br />

a2 S (U(x − b2); z) ,<br />

1<br />

Como convergência fraca é equivalente a (3.1.11) temos o resultado dado em (i).<br />

O resultado em (ii) segue ao substituirmos (b1, a1) por (b2, a2).<br />

(iii) Sabemos, <strong>de</strong> (2.2.16), <strong>que</strong><br />

Q ′<br />

n(z)<br />

Qn(z) =<br />

n 1<br />

.<br />

z − xn,j<br />

j=1<br />

Agora, consi<strong>de</strong>remos a função distribuição discreta<br />

36<br />

Fn(x) = 1<br />

n<br />

U(x − xn,j). (3.1.22)<br />

n j=1<br />

Logo, nFn(x) é igual ao número <strong>de</strong> zeros <strong>de</strong> Qn(x) <strong>que</strong> são menores ou iguais a x.<br />

A transformada <strong>de</strong> Stieltjes é, então, dada por<br />

S(Fn(x); z) = 1<br />

n 1<br />

=<br />

n j=1z<br />

− xn,j<br />

1 Q<br />

n<br />

′<br />

n(z)<br />

Qn(z) .<br />

Assim, <strong>de</strong> (3.1.9) e (3.1.14), po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong><br />

z − (b1 + b2)/2<br />

S(Fn(x); z) → <br />

[(z − b1)(z − b2) − (a2 1 + a2 2)] 2 − 4a2 1a2 2<br />

<br />

= S F x − (b1<br />

<br />

+ b2)<br />

; δ, β ; z ,<br />

2<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR.<br />

Portanto, Fn(x) ⇒ F (x − (b1 + b2)/2; δ, β) e, <strong>de</strong> (3.1.11), obtemos o item (iii).<br />

3.1.3 Casos Especiais<br />

(3.1.23)<br />

Consi<strong>de</strong>remos, agora, alguns casos especiais dos teoremas prece<strong>de</strong>ntes. O caso mais<br />

importante é quando b1 = b2 = b e a1 = a2 = a > 0. Neste caso, as funções F e G do<br />

Teorema 3.1.5 têm a forma<br />

F (x − b; 0, 2a) = 1<br />

x<br />

π<br />

−∞<br />

1<br />

<br />

4a2 I[b−2a,b+2a](t)dt,<br />

− (t − b) 2


G(x − b; 0, 2a, 0) = 1<br />

2a2 x <br />

4a<br />

π −∞<br />

2 − (t − b) 2I[b−2a,b+2a](t)dt, <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m ser obtidas simplesmente substituindo-se os valores dados acima e usando-se a<br />

transformação t = z − b e, em seguida, fazendo-se z = t.<br />

Os resultados anteriores po<strong>de</strong>m, então, ser dados da seguinte forma: do Teorema<br />

3.1.5, concluímos <strong>que</strong><br />

Teorema 3.1.6 Suponha <strong>que</strong> as condições (3.1.1) sejam válidas com b1 = b2 = b e a1 =<br />

a2 = a > 0. Então, para toda função contínua f(x),<br />

e<br />

(i) ≡ (ii)<br />

(iii)<br />

n<br />

λn,jp<br />

j=1<br />

2 n−1(xn,j)f(xn,j) → 1<br />

2πa2 b+2a <br />

f(x) 4a<br />

b−2a<br />

2 − (x − b) 2dx 1<br />

n<br />

f(xn,j) →<br />

n j=1<br />

1<br />

b+2a<br />

1<br />

f(x) <br />

π b−2a 4a2 dx.<br />

− (t − b) 2<br />

Uma conseqüência imediata do Corolário 3.1.2 é o seguinte<br />

Teorema 3.1.7 Supondo <strong>que</strong> as restrições (3.1.1) sejam válidas com b1 = b2 = b e a1 =<br />

a2 = a > 0, seja z ∈ CI \ X1 ∪ X2. Então,<br />

Qn(z)<br />

lim<br />

n→∞Qn+1(z)<br />

=<br />

(z − b) +<br />

2<br />

<br />

(z − b) 2 .<br />

− 4a2 Já, do Teorema 3.1.3, obtemos o seguinte resultado<br />

Teorema 3.1.8 Sob as mesmas condições iniciais do teorema anterior, temos <strong>que</strong><br />

Q<br />

lim<br />

′<br />

n(z)<br />

nQn(z) =<br />

n→∞<br />

1<br />

<br />

(z − b) 2 .<br />

− 4a2 Outro caso importante é quando apenas a1 = a2 = a > 0. Para este caso, Chihara<br />

[9, 12] <strong>de</strong>monstrou <strong>que</strong> os zeros são <strong>de</strong>nsos no conjunto<br />

⎡<br />

⎢<br />

⎣ b1 + b2<br />

2 −<br />

⎧<br />

<br />

⎨<br />

2<br />

b1 − b2<br />

+ 4a<br />

⎩ 2<br />

2<br />

⎫ ⎤ ⎡<br />

1/2<br />

⎬<br />

⎥ ⎢<br />

, b(1) ⎦ ∪ ⎣b(2),<br />

⎭<br />

b1 + b2<br />

2 +<br />

⎧<br />

<br />

⎨<br />

2<br />

b1 − b2<br />

+ 4a<br />

⎩ 2<br />

2<br />

⎫1/2<br />

⎬<br />

⎭<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

37


<strong>que</strong> é justamente o conjunto sobre o qual a função distribuição limite F (x−(b1 +b2)/2; 1<br />

2 |b1 −<br />

b2|, {(b1 − b2)/2 + 4b 2 } 1/2 ) está concentrada. O resultado do Teorema 3.1.5 − (iii), portanto,<br />

é mais forte do <strong>que</strong> o resultado <strong>de</strong> Chihara, pois indica como a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> dos zeros está<br />

distribuida no conjunto mencionado acima.<br />

teorema abaixo.<br />

Daremos especial atenção ao caso em <strong>que</strong> a1 ou a2 é igual a zero, formulado no<br />

Teorema 3.1.9 Suponhamos <strong>que</strong> as condições (3.1.1) sejam satisfeitas e <strong>que</strong> a(1) = 0.<br />

Então, para toda função contínua f(x),<br />

2n<br />

(i) λ2n,jp<br />

j=1<br />

2 ⎧<br />

f(b2), se a2 = 0,<br />

<br />

⎪⎨ 1 b2 − b1 b1 + b2<br />

2n−1(x2n,j)f(x2n,j) →<br />

+ β f + β<br />

2β 2<br />

2 (3.1.24)<br />

<br />

b1 − b2 b1 + b2<br />

⎪⎩ + + β f − β , se a1 = 0,<br />

2<br />

2<br />

2n+1 <br />

(ii)<br />

(iii)<br />

j=1<br />

λ2n+1,jp 2 2n(x2n+1,j)f(x2n+1,j)<br />

⎧<br />

f(b1), se a1 = 0,<br />

<br />

⎪⎨ 1 b1 − b2 b1 + (3.1.25)<br />

b2<br />

→<br />

+ β f + β<br />

2β<br />

2 2 <br />

b2 − b1 b1 + b2<br />

⎪⎩ + + β f − β , se a2 = 0,<br />

2<br />

2<br />

1<br />

n<br />

f(xn,j) →<br />

n j=1<br />

1<br />

<br />

b1 + b2<br />

b1 + b2<br />

f + β + f − β , (3.1.26)<br />

2 2 2<br />

on<strong>de</strong> β 2 = ((b1 − b2)/2) 2 + a 2 (2) .<br />

Demonstração: Como a1 = 0 ou a2 = 0, as relações (3.1.7) e (3.1.8), neste caso, são dadas<br />

por<br />

Q2n(z)<br />

Q2n−1(z) →<br />

Q2n+1(z)<br />

Q2n(z) →<br />

⎧<br />

⎪⎨<br />

⎪⎩<br />

⎧<br />

⎪⎨<br />

⎪⎩<br />

z − b2 − a22 ,<br />

z − b1<br />

se a1 = 0,<br />

z − b2, se a2 = 0,<br />

z − b1 − a2 1<br />

z − b2<br />

, se a2 = 0,<br />

z − b1, se a1 = 0,<br />

38<br />

(3.1.27)


espectivamente, enquanto <strong>que</strong> (3.1.9) torna-se<br />

1 Q<br />

n<br />

′<br />

n(z)<br />

Qn(z) →<br />

<br />

z − b1 + b2<br />

2<br />

39<br />

<br />

<br />

(z − b1)(z − b2) − a 2 <br />

(2) . (3.1.28)<br />

De (3.1.20), temos <strong>que</strong> a transformada <strong>de</strong> Stieltjes da função Gn(x) em (3.1.18)<br />

satisfaz, uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR,<br />

isto é,<br />

Logo, <strong>de</strong> (3.1.27), obtemos<br />

S(Gn(x); z) = Qn−1(z)<br />

Qn(z) .<br />

⎧<br />

1<br />

⎪⎨ , se a2 = 0,<br />

z − b2<br />

S(G2n(x); z) → <br />

1 (b2 − b1)/2 + β<br />

⎪⎩<br />

2β z − (b1 + b2)/2 − β + (b1<br />

<br />

− b2)/2 + β<br />

, se a1 = 0.<br />

z − (b1 + b2)/2 + β<br />

Substituindo (b1, a1) por (b2, a2) obtemos um resultado análogo para S(G2n+1(x); z),<br />

⎧<br />

1<br />

⎪⎨ , se a1 = 0,<br />

z − b1<br />

S(G2n+1(x); z) → <br />

1 (b1 − b2)/2 + β<br />

⎪⎩<br />

2β z − (b1 + b2)/2 − β + (b2<br />

<br />

− b1)/2 + β<br />

, se a2 = 0.<br />

z − (b1 + b2)/2 + β<br />

Desses assintóticos, (i) e (ii) são imediatos. As transformadas <strong>de</strong> Stieltjes das funções<br />

Fn(x) em (3.1.22) têm o seguinte comportamento<br />

S(Fn(x); z) → 1<br />

<br />

2<br />

1<br />

z − (b1 + b2)/2 − β +<br />

<br />

1<br />

,<br />

z − (b1 + b2)/2 + β<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ IR. Portanto, (iii) segue.<br />

Assim, quando a1 ou a2 é zero, as funções Gn(x) e Fn(x) convergem fracamente<br />

para funções distribuições <strong>que</strong> dão no máximo dois saltos. Isto significa <strong>que</strong> para n gran<strong>de</strong><br />

a maioria dos zeros está concentrada em torno da<strong>que</strong>les pontos on<strong>de</strong> a função distribuição<br />

limite dá um salto.<br />

3.1.4 Exemplos<br />

Daremos, agora, alguns exemplos <strong>de</strong> polinômios ortogonais para os quais os resulta-<br />

dos anteriores se aplicam. Com eles, será possível um melhor entendimento dos resultados


das seções prece<strong>de</strong>ntes.<br />

Exemplo 1− Os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência dos polinômios <strong>de</strong> Jacobi mônicos,<br />

P (α,β)<br />

n (x), satisfazem (2.2.12) com<br />

e<br />

α > −1 e β > −1.<br />

αn =<br />

βn =<br />

β 2 − α 2<br />

(2n + α + β)(2n + α + β + 2)<br />

4n(n + α)(n + α)(n + α + β)<br />

(2n + α + β − 1)(2n + α + β) 2 (2n + α + β + 1) ,<br />

É fácil ver <strong>que</strong> βn → 0 e αn → 1/4. Assim, pelos Teoremas 3.1.7 e 3.1.8, vemos <strong>que</strong><br />

1<br />

n<br />

P (α,β)<br />

n (z)<br />

P (α,β)<br />

n−1 (z) ∼ z + √ z2 − 1<br />

,<br />

2<br />

[P (α,β)<br />

n (z)] ′<br />

P (α,β)<br />

n (z) ∼<br />

1<br />

√ z 2 − 1 ,<br />

40<br />

(3.1.29)<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−1, 1], pois b = 0 e a = 1/2. Pelo<br />

Teorema 3.1.6, para toda função contínua f(x),<br />

n<br />

λn,j[p<br />

j=1<br />

(α,β)<br />

n−1 (xn,j)] 2 f(xn,j) → 2<br />

1<br />

f(x)<br />

π −1<br />

√ 1 − x2dx e (3.1.30)<br />

1<br />

n<br />

f(xn,j)<br />

n j=1<br />

→ 1<br />

1 f(x)<br />

√<br />

π −1 1 − x2 dx,<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−1, 1].<br />

Esses resultados são bem conhecidos.<br />

Exemplo 2− Os polinômios mônicos <strong>de</strong> Pollaczek (para mais <strong>de</strong>talhes, veja Chihara [12])<br />

satisfazem (2.2.12) com<br />

βn =<br />

−b<br />

n + λ + a + c<br />

e αn =<br />

(n + c)(n + 2λ + c − 1)<br />

4(n + λ + a + c − 1)(n + λ + a + c) ,<br />

on<strong>de</strong> a ≥ |b| juntamente com 2λ + c > 0 e c ≥ 0 ou 2λ + c ≥ 1 e c > −1. Como βn → 0 e<br />

αn → 1/4 quando n ten<strong>de</strong> para infinito, obtemos os mesmos assintóticos <strong>que</strong> em (3.1.29) e<br />

(3.1.30).


Exemplo 3− Os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência dos polinômios mônicos <strong>de</strong> Lom-<br />

mel modificados, L (α)<br />

n (z), são dados por<br />

βn = 0 e αn =<br />

1<br />

4(n + α)(n + α − 1) ,<br />

com α > 0. Assim, αn → 0. Logo, temos um limite <strong>de</strong>generado, uniformemente em todo<br />

subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ ({0} ∪ {pontos <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> φ}). De (3.1.27) e (3.1.28), temos<br />

<strong>que</strong><br />

L (α)<br />

n (z)<br />

L (α)<br />

n−1(z)<br />

∼ z,<br />

1 [L<br />

n<br />

(α)<br />

n (z)] ′<br />

L (α)<br />

n (z)<br />

e, para toda função contínua f(x), o Teorema 3.1.9 nos fornece<br />

n<br />

λn,j[l<br />

j=1<br />

(α)<br />

n−1(xn,j)] 2 f(xn,j) → f(0),<br />

1<br />

n<br />

f(xn,j) → f(0).<br />

n j=1<br />

41<br />

1<br />

∼ , (3.1.31)<br />

z<br />

(3.1.32)<br />

Esses limites <strong>de</strong>generados no zero talvez possam ser entendidos pelo fato <strong>de</strong> os<br />

polinômios <strong>de</strong> Lommel modificados serem ortogonais com relação à função distribuição dis-<br />

creta φ(x) <strong>que</strong> dá saltos nos pontos<br />

{j −1<br />

v−1,k ; k = 0, ±1, ±2, · · ·},<br />

on<strong>de</strong> · · · < jv,−1 < jv,0 < 0 < jv,1 < · · · <strong>de</strong>notam os zeros da função <strong>de</strong> Bessel Jv(x), e este<br />

conjunto tem o zero como seu ponto limite (veja Szegö [52]).<br />

Exemplo 4− Consi<strong>de</strong>remos os polinômios mônicos <strong>de</strong> Tricomi-Carlitz. Então,<br />

βn = 0 e αn =<br />

n<br />

(n + α)(n + α − 1) ,<br />

com α > 0. Novamente αn → 0 e temos os mesmos assintóticos <strong>que</strong> em (3.1.31) e (3.1.32).<br />

Note <strong>que</strong>, também neste caso, os polinômios são ortogonais com relação à uma<br />

função distribuição discreta e os saltos agora são em {±1/ √ k + α; k = 0, 1, 2, · · ·}. Este con-<br />

junto também tem o zero como ponto limite.


Exemplo 5− Os q-polinômios <strong>de</strong> Al-Salam e Carlitz satisfazem (2.2.12) com<br />

βn = (1 + α)q n<br />

e αn = −αq n−1 (1 − q n ),<br />

on<strong>de</strong> α < 0 e 0 < q < 1. Portanto, ambos, αn e βn, convergem para zero quando n ten<strong>de</strong> para<br />

o infinito. Logo, as relações (3.1.31) e (3.1.32) são válidas. Novamente, esses polinômios são<br />

ortogonais com relação a uma função distribuição discreta e os saltos ocorrem nos pontos<br />

{q k , αq k ; k = 0, 1, 2, · · ·} <strong>que</strong> novamente têm o zero como ponto limite.<br />

limites.<br />

Agora, daremos um exemplo on<strong>de</strong> as seqüências {αn} ∞ n=0 e {βn} ∞ n=0 têm dois pontos<br />

Exemplo 6− Consi<strong>de</strong>re a seqüência <strong>de</strong> polinômios {Qn(x)} ∞ n=0 <strong>que</strong> satisfazem (2.2.12) com<br />

β2n = b1, α2n = a 2 1,<br />

β2n+1 = b2 e α2n+1 = a 2 2.<br />

42<br />

(3.1.33)<br />

Obviamente esses polinômios satisfazem às condições (3.1.1), <strong>de</strong> modo <strong>que</strong> os Teore-<br />

mas 3.1.1 − 3.1.5 são válidos. Portanto, po<strong>de</strong>mos obter explicitamente a função distribuição<br />

φ(x) com relação à qual esses polinômios são ortogonais.<br />

Teorema 3.1.10 Os polinômios {Qn(x)} ∞ n=0 com coeficientes dados por (3.1.33) são orto-<br />

gonais com relação a<br />

φ(x) = a2 (1)<br />

a2 <br />

G<br />

1<br />

x − b1 + b2<br />

; δ, β, −γ<br />

2<br />

on<strong>de</strong> δ, β e γ são dados por (3.1.16) e G(x; δ, β, γ) por (3.1.13).<br />

<br />

+ a21 − a2 (1)<br />

a2 U(x − b1),<br />

1<br />

Demonstração: Consi<strong>de</strong>re os polinômios {Q ∗ n(x)} ∞ n=0 com coeficientes dados por (3.1.33),<br />

mas com a1 e a2 trocados, isto é, α2n = a 2 2 e α2n+1 = a 2 1.<br />

De (2.2.12), facilmente obtemos<br />

Q∗ 2n+1(z)<br />

Q∗ 2n(z) = (z − b1) − a 2 Q<br />

2<br />

∗ 2n−1(z)<br />

Q∗ 2n(z)<br />

Q ∗ 2n(z)<br />

e Q∗2n+2(z) Q∗ 2n+1(z) = (z − b2) − a 2 1<br />

Q∗ 2n+1(z) .


Do corolário 3.1.2, sabemos <strong>que</strong> os limites das funções nessas duas equações existem.<br />

Suponhamos, então, <strong>que</strong><br />

<strong>de</strong> Jacobi,<br />

Q ∗ 2n+1(z)<br />

Q ∗ 2n(z)<br />

→ Q′ (z) e Q∗2n+2(z) Q∗ 2n+1(z)<br />

Fazendo n ten<strong>de</strong>r para o infinito, obtemos:<br />

Q ′<br />

(z) = (z − b1) − a 2 2<br />

1<br />

Q ′′ (z)<br />

e Q ′′<br />

→ Q′′ (z).<br />

(z) = (z − b2) − a 2 1<br />

1<br />

Q ′ (z) .<br />

Assim, combinando continuamente essas equações, encontramos a fração contínua<br />

1<br />

Q ′ (z) =<br />

z − b1 −<br />

z − b2 −<br />

z − b1 −<br />

1<br />

a 2 2<br />

a 2 1<br />

a 2 2<br />

z − b2 − a2 1<br />

. ..<br />

= S(φ(x); z),<br />

<strong>que</strong> segue <strong>de</strong> (2.2.23) e (2.2.24) (veja [56, 12]), on<strong>de</strong> φ(x) é a função distribuição com relação<br />

à qual os polinômios {Qn(x)} ∞ n=0, com coeficientes dados por (3.1.33), são ortogonais.<br />

Como na <strong>de</strong>monstração do Teorema 3.1.5, temos <strong>que</strong><br />

1<br />

Q ′ (z) = a2 <br />

(1)<br />

S G x − b1<br />

<br />

+ b2<br />

; δ, β, γ ; z<br />

2<br />

a 2 1<br />

Daqui, o resultado do teorema segue.<br />

+ a21 − a2 (1)<br />

a2 S(U(x − b1); z).<br />

1<br />

Casos especiais <strong>de</strong>sses polinômios já foram estudados por Chihara. Quando b1 =<br />

b2 = b e a1 = a2 = a, os polinômios Qn(x) são iguais a Un((x − b)/2a), on<strong>de</strong> Un(x) é o<br />

polinômio <strong>de</strong> Tchebyshev <strong>de</strong> segunda espécie <strong>de</strong> grau n. Para b1 = −c, b2 = c e αn = 1/4,<br />

Chihara [10] obteve a função peso<br />

⎧<br />

⎪⎨<br />

w(x) =<br />

⎪⎩ 0, caso contrário<br />

1/2 |x + c|<br />

(1 + c<br />

|x − c|<br />

2 − x2 ) 1/2 , c2 ≤ x2 ≤ 1 + c2 ,<br />

e, para b1 = b2 = 0, a1 = a e a2 = b, a função peso encontrada é dada por<br />

⎧ ⎡<br />

⎤<br />

2 2 2 2 1/2<br />

⎪⎨<br />

1 x − b − a<br />

⎣ 1 −<br />

⎦ , x ∈ [−(a + b), −|b − a|] ∪ [|b − a|, a + b],<br />

w(x) = |x|<br />

2ab<br />

⎪⎩ 0, caso contrário.<br />

Observe <strong>que</strong> existe um salto no ponto zero (veja [12, p.91]).<br />

43


3.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados<br />

Nesta seção, vamos supor <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência para os<br />

polinômios ortogonais são ilimitados, mas variam regularmente e, têm comportamento dife-<br />

rente para índices pares e ímpares. O comportamento assintótico para a razão entre dois<br />

polinômios cujos índices diferem <strong>de</strong> uma ou duas unida<strong>de</strong>s será discutido e usado para a<br />

obtenção da distribuição limitante <strong>de</strong>sses polinômios. Os resultados serão, então, aplicados<br />

a polinômios ortogonais relacionados a funções elípticas. O artigo <strong>de</strong> Van Assche [6] foi a<br />

principal fonte <strong>de</strong> pesquisa para este estudo.<br />

3.2.1 Introdução<br />

Vamos supor, então, <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência convergem <strong>de</strong> uma<br />

maneira particular. Esta convergência será <strong>de</strong>scrita por meio da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> variação regular<br />

(veja [7, 45] para mais <strong>de</strong>talhes).<br />

Definição 3.2.1 Uma função mensurável, não-<strong>de</strong>crescente, f : IR + → IR + , varia regular-<br />

mente (para o infinito) se, para algum α e todo t > 0,<br />

e α é o coeficiente <strong>de</strong> variação regular.<br />

lim<br />

x→∞ f(xt)/f(x) = tα ,<br />

É fácil ver <strong>que</strong> uma função <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α po<strong>de</strong> ser escrita<br />

como x α L(x), on<strong>de</strong> L : IR + → IR + é uma função <strong>de</strong> variação lenta, isto é, para todo t > 0,<br />

lim L(xt)/L(x) = 1.<br />

x→∞<br />

Exemplos simples <strong>de</strong> funções <strong>de</strong> variação lenta são | log x| a , | log log x| b , etc.<br />

Definição 3.2.2 Se f(x) é uma função <strong>que</strong> varia regularmente (com expoente α), então<br />

λn = f(n) é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α.<br />

44


Suponhamos, então, <strong>que</strong> exista uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente, {λ2n} ∞ n=1,<br />

com expoente α > 0 tal <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem<br />

lim<br />

n→∞ β2n/λ2n = ˜b1, lim α<br />

n→∞ 1/2<br />

2n /λ2n = ã1,<br />

lim<br />

n→∞ β2n+1/λ2n = ˜b2 e lim α<br />

n→∞ 1/2<br />

2n+1/λ2n = ã2.<br />

45<br />

(3.2.34)<br />

Daremos, aqui, algumas proprieda<strong>de</strong>s assintóticas dos polinômios ortogonais rela-<br />

cionados e também discutiremos os casos em <strong>que</strong> ˜ b1 = ˜ b2 e ã1 = ã2 e o caso especial on<strong>de</strong><br />

ã1 ou ã2 é igual a zero. Esses resultados serão aplicados a algumas famílias <strong>de</strong> polinômios<br />

ortogonais relacionados a funções elípticas.<br />

3.2.2 Resultados Preliminares<br />

18]:<br />

O lema seguinte é uma importante e útil observação feita por Dombrowski [16, 17,<br />

Lema 3.2.1 Se {un} ∞ n=0 satisfaz à relação <strong>de</strong> recorrência<br />

com u−1 = 0, então<br />

u 2 k − uk+1uk−1<br />

a1a2 · · · ak<br />

un+1 + bnun + anun−1 = 0, n ≥ 0, (3.2.35)<br />

= u 2 k<br />

<br />

bj − bj−1<br />

0 +<br />

j=1<br />

ujuj−1 +<br />

a1a2 · · · aj<br />

aj<br />

<br />

− aj−1<br />

ujuj−2 . (3.2.36)<br />

a1a2 · · · aj<br />

Demonstração: Seja Dk = u 2 k − uk+1uk−1. Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (3.2.35) para uk+1,<br />

temos <strong>que</strong> uk+1 = −bkuk − akuk−1.<br />

Multiplicando-se ambos os membros por −uk−1 e somando-se u 2 k, obtemos<br />

Dk = u 2 k − uk−1(−bkuk − akuk−1)<br />

= akDk−1 + uk(uk + bkuk−1 + akuk−2).<br />

Usando novamente a relação (3.2.35) para uk, chegamos a<br />

Dk = akDk−1 + uk[(bk − bk−1)uk−1 + (ak − ak−1)uk−2].


Logo,<br />

Dk = ak{ak−1Dk−2 + uk−1[(bk−1 − bk−2)uk−2 + (ak−1 − ak−2)uk−3]}<br />

+uk[(bk − bk−1)uk−1 + (ak − ak−1)uk−2]<br />

= ak−1akDk−2 + [(bk−1 − bk−2)uk−2uk−1 + (bk − bk−1)uk−1uk]<br />

+[(ak−1 − ak−2)uk−3uk−1 + (ak − ak−1)uk−2uk]<br />

O resultado (3.2.36) segue imediatamente da última expressão .<br />

Lema 3.2.2 Seja {Rn(x)} ∞ n=0 uma seqüência <strong>de</strong> polinômios. Então,<br />

e<br />

R ′<br />

2k(x)<br />

R2k(x)<br />

R ′<br />

2k+1(x)<br />

R2k+1(x)<br />

= −<br />

k<br />

′ <br />

R2j−2(x) R2j−2(x)<br />

j=1<br />

R2j(x)<br />

R2j(x)<br />

46<br />

(3.2.37)<br />

k<br />

′ <br />

R2j−1(x) R2j−1(x)<br />

= −<br />

. (3.2.38)<br />

j=0<br />

R2j+1(x) R2j+1(x)<br />

Demonstração: A equação (3.2.37) segue imediatamente <strong>de</strong><br />

e da fórmula<br />

R ′<br />

2j(x)<br />

R2j(x)<br />

R ′<br />

2k(x)<br />

R2k(x) =<br />

R′<br />

−<br />

2j−2(x)<br />

R2j−2(x)<br />

k<br />

j=1<br />

= −<br />

R ′<br />

2j(x)<br />

R2j(x)<br />

R′<br />

−<br />

2j−2(x)<br />

R2j−2(x)<br />

<br />

′ <br />

R2j−2(x) R2j−2(x)<br />

R2j(x)<br />

De modo análogo, <strong>de</strong>monstramos (3.2.38).<br />

Também utilizaremos o seguinte teorema abeliano:<br />

R2j(x)<br />

Teorema 3.2.3 Suponhamos <strong>que</strong> o conjunto {ɛn,j : j ≤ n, n = 1, 2, · · ·} forma uma matriz<br />

triangular limitada <strong>de</strong> números complexos tal <strong>que</strong> ɛn,j → 0 quando n → ∞ e j/n → t ∈ [0, 1].<br />

Então, para qual<strong>que</strong>r z ∈ CI com |z| < 1,<br />

quando n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1].<br />

z k<br />

k<br />

ɛn,jz −j → 0<br />

j=0


Demonstração: Consi<strong>de</strong>remos uma seqüência {kn} ∞ n=1 tal <strong>que</strong> kn/n ten<strong>de</strong> para um número<br />

fixo t ∈ [0, 1] quando n ten<strong>de</strong> para o infinito. Observe <strong>que</strong><br />

como<br />

z kn<br />

kn<br />

ɛn,jz<br />

j=0<br />

−j kn<br />

= ɛn,kn−iz<br />

i=0<br />

i .<br />

Para i fixo, temos, por hipótese, <strong>que</strong> ɛn,kn−i → 0 quando n ten<strong>de</strong> para o infinito e,<br />

on<strong>de</strong> M é uma constante positiva,<br />

|z kn<br />

|ɛn,kn−iz i | ≤ M|z| i ,<br />

kn<br />

ɛn,jz<br />

i=0<br />

−j kn<br />

| = | ɛn,kn−iz<br />

i=0<br />

i kn<br />

| ≤ |ɛn,kn−iz<br />

i=0<br />

i kn<br />

| ≤ M |z|<br />

i=0<br />

i .<br />

Po<strong>de</strong>mos, agora, usar o Teorema da convergência dominada <strong>de</strong> Lebesgue 2.1.1 para<br />

obter o resultado <strong>de</strong>sejado.<br />

3.2.3 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong><br />

Teorema 3.2.4 Suponhamos <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) sat-<br />

isfaçam (3.2.34), on<strong>de</strong> {λn} ∞ n=1 é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α > 0.<br />

Seja A uma constante positiva tal <strong>que</strong> |xn,j|/λ2n < A para todo n (o <strong>que</strong> é possível por<br />

(2.2.27)). Então, para n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1],<br />

1<br />

λ 2 2n<br />

Qk(λ2nz)<br />

Qk−2(λ2nz) ∼ ˜ Q(z, t) = 1 <br />

(z −<br />

2<br />

˜b1t α )(z − ˜b2t α ) − (ã 2 1 + ã 2 2)t 2α<br />

+<br />

<br />

[(z − ˜ b1t α )(z − ˜ b2t α ) − (ã 2 1 + ã 2 2)t 2α ] 2 − 4ã 2 1ã 2 2t 4α<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />

47<br />

(3.2.39)<br />

<br />

,<br />

Demonstração: Para d suficientemente gran<strong>de</strong>, se z ∈ [A + d, ∞), então, <strong>de</strong> (2.2.15) e do<br />

Teorema 2.2.12,<br />

<br />

<br />

<br />

Qk−1(λ2nz)<br />

<br />

<br />

λ2n <br />

<br />

Qk(λ2nz) ≤<br />

k λk,jp<br />

j=1<br />

2 k−1(xk,j)<br />

z − xk,j/λ2n<br />

< 1<br />

d .<br />

Conseqüentemente, como z − xk,j/λ2n > z − xn,n/λ2n > d (se k ≤ n),<br />

λ 2 <br />

<br />

<br />

Qk−2(λ2nz)<br />

<br />

1<br />

2n <br />

< . (3.2.40)<br />

Qk(λ2nz) d2


Seja {kn} ∞ n=1 uma seqüência <strong>de</strong> inteiros tal <strong>que</strong> kn/n → t quando n → ∞ e<br />

˜Qkn,n(z) = λ 2 Q2kn−2(λ2nz)<br />

2n<br />

Q2kn(λ2nz) .<br />

Primeiramente, provaremos <strong>que</strong> esta razão converge para 1/ ˜ Q(z, t). Mas, <strong>de</strong> (3.2.40),<br />

48<br />

| ˜ Qkn,n(z)| < 1<br />

. (3.2.41)<br />

d2 Logo, existe uma subseqüência, { ˜ Qkñ,ñ(z)} ∞ ñ=1, <strong>que</strong> converge. Mostraremos <strong>que</strong><br />

{ ˜ Qkñ,ñ(z)} ∞ ñ=1 e { ˜ Qkñ+1,ñ(z)} ∞ ñ=1 têm o mesmo limite, <strong>que</strong> é o limite <strong>de</strong> ˜ Qkn,n(z).<br />

Fazendo uk = Q2kñ (λ2ñz), pelo Lema 3.2.1 e por (3.1.4) e (3.1.5),<br />

λ2 <br />

<br />

Q2kñ<br />

2ñ <br />

<br />

(λ2ñz) Q2kñ−2(λ2ñz)<br />

−<br />

Q2kñ+2(λ2ñz) Q2kñ (λ2ñz)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

≤ λ2 <br />

<br />

a2(λ2ñz) · · · a2kñ<br />

2ñ <br />

<br />

(λ2ñz)<br />

Q2kñ+2(λ2ñz)Q2kñ (λ2ñz)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

+ λ2 kñ<br />

2ñ |a2j+2(λ2ñz) · · · a2kñ<br />

j=0<br />

(λ2ñz)|<br />

<br />

<br />

<br />

Q2j(λ2ñz)Q2j−2(λ2ñz)<br />

× |b2j(λ2ñz) − b2j−2(λ2ñz)| <br />

Q2kñ<br />

(λ2ñz)Q2kñ+2(λ2ñz)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Q2j(λ2ñz)Q2j−4(λ2ñz) <br />

<br />

+ |a2j(λ2ñz) − a2j−2(λ2ñz)| <br />

<br />

<br />

<br />

Q2kñ (λ2ñz)Q2kñ+2(λ2ñz)<br />

Agora, <strong>de</strong> (3.2.41), obtemos facilmente <strong>que</strong>, para j ≤ kñ,<br />

<br />

<br />

Q2j(λ2ñz)<br />

<br />

Q2kñ<br />

(λ2ñz)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

=<br />

kñ<br />

<br />

<br />

<br />

Q2j−2(λ2ñz)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Q2j(λ2ñz) <<br />

2kñ−2j 1<br />

.<br />

λ2ñd<br />

i=j+1<br />

Observe <strong>que</strong> λ2kñ /λ2ñ = f(2kñ)/f(2ñ). Assim,<br />

f(2ñkñ/ñ)<br />

lim<br />

n→∞ f(2ñ) =<br />

kñ<br />

ñ<br />

α<br />

ñ→∞<br />

−→ t α .<br />

Logo, das condições (3.2.34), se ñ → ∞ e kñ/ñ → t,<br />

α 1/2<br />

2kñ<br />

λ2ñ<br />

= α1/2 2kñ<br />

λ2kñ<br />

λ2kñ λ2ñ<br />

De maneira análoga,<br />

β2kñ<br />

λ2ñ<br />

= β2kñ λ2kñ<br />

λ2kñ λ2ñ<br />

−→ ã1t α<br />

−→ ˜ b1t α<br />

e α1/2<br />

2kñ+1<br />

λ2ñ<br />

e β2kñ+1<br />

λ2ñ<br />

= α1/2<br />

2kñ+1<br />

λ2kñ<br />

= β2kñ+1<br />

λ2kñ<br />

λ2kñ<br />

λ2ñ<br />

λ2kñ<br />

λ2ñ<br />

−→ ã2t α .<br />

−→ ˜ b2t α ,<br />

.<br />

(3.2.42)<br />

o <strong>que</strong> significa <strong>que</strong>, para nossa seqüência {kñ}, a matriz {a2j(λ2ñz)/λ 4 2ñ; j ≤ kñ, ñ = 1, 2, · · ·}<br />

é limitada por uma constante C. Com isto, (3.2.42) torna-se<br />

λ 2 <br />

<br />

Q2kñ<br />

2ñ <br />

<br />

(λ2ñz) Q2kñ−2(λ2ñz)<br />

−<br />

Q2kñ+2(λ2ñz) Q2kñ (λ2ñz)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

≤<br />

<br />

C<br />

d4 kñ <br />

C<br />

+<br />

d4 kñ kñ<br />

j=1<br />

+ |a2j(λ2ñz) − a2j−2(λ2ñz)|<br />

λ 4 2ñd 6<br />

|b2j(λ2ñz) − b2j−2(λ2ñz)|<br />

λ2 2ñd4 <br />

C<br />

d4 −j<br />

.


3.2.3, segue <strong>que</strong><br />

Po<strong>de</strong>mos, agora, escolher d suficientemente gran<strong>de</strong> tal <strong>que</strong> C < d 4 e, pelo Teorema<br />

˜Qkñ+1,ñ(z) − ˜ Qkñ,ñ(z) −→ 0, quando ñ → ∞ e kñ/ñ → t.<br />

Assim, como { ˜ Qkñ,ñ(z)} é uma subseqüência convergente, então { ˜ Qkñ+1,ñ(z)} ∞ ñ=1<br />

também converge e tem o mesmo limite. Seja 1/ ˜ Q(z, t) este limite. De (3.1.4) e (3.1.5),<br />

temos <strong>que</strong><br />

on<strong>de</strong><br />

1<br />

˜Qkñ+1,ñ(z)<br />

Fazendo ñ −→ ∞, obtemos<br />

= a2kñ (λ2ñz)<br />

λ 2 2ñ<br />

−<br />

b2kñ (λ2ñz)<br />

λ 4 2ñ<br />

˜Q(z, t) = a(z, t) − b(z, t)/ ˜ Q(z, t),<br />

a(z, t) = (z − ˜ b1t α )(z − ˜ b2t α ) − (ã 2 1 + ã 2 2)t 2α<br />

Daí, segue <strong>que</strong><br />

˜Qkñ,ñ(z).<br />

˜Q(z, t) = 1<br />

<br />

{a(z, t) ± a<br />

2 2 (z, t) − 4b(z, t)}.<br />

e b(z, t) = ã 2 1ã 2 2t 4α .<br />

Devemos escolher o sinal positivo uma vez <strong>que</strong> ˜ Q(z, t) ten<strong>de</strong> para o infinito quando<br />

z vai para infinito. Toda subseqüência <strong>de</strong> { ˜ Qkn,n(z)} ∞ n=1, portanto, tem o mesmo limite, <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> o resultado segue para z ∈ [A + d, ∞).<br />

Como { ˜ Qkn,n(z)} ∞ n=1 é uma seqüência <strong>de</strong> funções analíticas em CI \[−A, A], se tomar-<br />

mos um conjunto compacto K em CI \ [−A, A], a distância ɛ <strong>de</strong>ste conjunto ao intervalo<br />

[−A, A] é estritamente positiva e, para z ∈ K, obtemos o limite superior<br />

| ˜ Qkn,n(z)| ≤ 1<br />

.<br />

ɛ2 Além disso, sabemos <strong>que</strong> ˜ Qkn,n(z) converge em todo subconjunto <strong>de</strong> CI \[−A, A] com<br />

um ponto <strong>de</strong> acumulação. Então, pelo Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4, ˜ Qkn,n(z) converge<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />

Repetindo o mesmo argumento para a subseqüência<br />

Q ∗ kn,n(z) = λ 2 Q2kn−1(λ2nz)<br />

2n<br />

Q2kn+1(λ2nz) ,<br />

encontramos <strong>que</strong> esta seqüência também converge para 1/ ˜ Q(z, t), o <strong>que</strong> <strong>de</strong>monstra o teorema.<br />

49


Teorema 3.2.5 Sob as mesmas condições do teorema anterior, temos<br />

(i)<br />

(ii)<br />

1<br />

λ2n<br />

1<br />

λ2n<br />

50<br />

Q2k(λ2nz)<br />

Q2k−1(λ2nz) ∼ ˜ Q(z, t) + ã2 1t2α z − ˜b1t α<br />

, (3.2.43)<br />

Q2k+1(λ2nz)<br />

Q2k(λ2nz) ∼ ˜ Q(z, t) + ã 2 2t 2α<br />

z − ˜ b2t α<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />

Demonstração: Da fórmula <strong>de</strong> recorrência (2.2.12), obtemos facilmente <strong>que</strong><br />

1<br />

λ 2 2n<br />

Q2k+1(λ2nz)<br />

Q2k−1(λ2nz) =<br />

<br />

z − β2k<br />

<br />

1<br />

λ2n λ2n<br />

<br />

Q2k(λ2nz)<br />

Q2k−1(λ2nz)<br />

, (3.2.44)<br />

− α2k<br />

λ2 .<br />

2n<br />

Fazendo n → ∞, k/n → t e usando o Teorema 3.2.4, (3.2.43) segue imediatamente.<br />

Analogamente, <strong>de</strong>monstramos (3.2.44).<br />

Teorema 3.2.6 Sob as mesmas hipóteses do Teorema 3.2.4, quando n → ∞ temos <strong>que</strong><br />

1 (d/dz)Qn(λ2nz)<br />

n Qn(λ2nz)<br />

−→ 1<br />

2<br />

=<br />

1<br />

0<br />

(∂/∂z) ˜ Q(z, t)<br />

dt<br />

˜Q(z, t)<br />

1<br />

z − (<br />

0<br />

˜b1 + ˜b2)t α /2<br />

<br />

<br />

(z − ˜b1t α )(z − ˜b2t α ) − (ã2 1 + ã2 2)t2α 2 uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ [−A, A].<br />

− 4ã2 1ã2 2t4α dt,<br />

(3.2.45)<br />

Demonstração: Primeiramente, vamos mostrar o resultado para z ∈ [A + d, ∞). Consi-<br />

<strong>de</strong>remos, então, a função<br />

gn(t) = − d<br />

<br />

Q2[[nt]](λ2nz) Q2[[nt]](λ2nz)<br />

, 0 ≤ t ≤ 1,<br />

dz Q2[[nt]]+2(λ2nz) Q2[[nt]]+2(λ2nz)<br />

on<strong>de</strong> [a] é a parte inteira do número real a. Assim,


pelo Lema 3.2.2.<br />

<br />

1 1<br />

gn(t)dt<br />

2 0<br />

= 1<br />

=<br />

1/n 2/n<br />

<br />

1<br />

gn(t)dt + gn(t)dt + · · · + gn(t)dt<br />

2 0<br />

1/n<br />

(n−1)/n<br />

1<br />

⎧<br />

⎨<br />

′ <br />

1/n Q0(λ2nz) Q0(λ2nz)<br />

−<br />

dt<br />

2 ⎩ 0 Q2(λ2nz) Q2(λ2nz)<br />

′ <br />

2/n Q2(λ2nz) Q2(λ2nz)<br />

+ −<br />

dt + · · ·<br />

1/n Q4(λ2nz) Q4(λ2nz)<br />

′ ⎫<br />

1 Q2n−2(λ2nz) Q2n−2(λ2nz) ⎬<br />

+ −<br />

dt<br />

(n−1)/n Q2n(λ2nz) Q2n(λ2nz) ⎭<br />

(3.2.46)<br />

= 1<br />

n<br />

′ <br />

Q2j−2(λ2nz) Q2j−2(λ2nz)<br />

−<br />

2n j=1 Q2j(λ2nz) Q2j(λ2nz)<br />

= 1 (d/dz)Q2n(λ2nz)<br />

2n Q2n(λ2nz)<br />

(3.2.47)<br />

Se fixarmos t, pelo Teorema 3.2.4,<br />

∂<br />

<br />

1<br />

<br />

∂z<br />

gn(t) → −<br />

˜Q(z, t)<br />

1<br />

˜Q(z, t)<br />

=<br />

∂<br />

∂z ˜ Q(z, t)<br />

˜Q(z, t) ,<br />

<strong>que</strong> segue da convergência uniforme <strong>de</strong> funções analíticas (e <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>rivadas) em conjuntos<br />

compactos. Também, para t ∈ [(j − 1)/n, j/n),<br />

gn(t) = − d<br />

dz<br />

= − d<br />

dz<br />

− d<br />

dz<br />

<br />

Q2j−2(λ2nz) Q2j−2(λ2nz)<br />

Q2j(λ2nz)<br />

Q2j−2(λ2nz)<br />

Q2j(λ2nz)<br />

<br />

Q2j−2(λ2nz)<br />

Q2j−1(λ2nz) Q2j−1(λ2nz)<br />

<br />

Q2j−1(λ2nz) Q2j−1(λ2nz)<br />

Q2j(λ2nz)<br />

Q2j(λ2nz)<br />

51<br />

, (3.2.48)<br />

on<strong>de</strong> a segunda igualda<strong>de</strong> é obtida ao multiplicarmos o numerador e o <strong>de</strong>nominador por<br />

Q2j−1(λ2nz).<br />

Então,<br />

1<br />

2 gn(t) < 1<br />

d .<br />

O Teorema da convergência dominada <strong>de</strong> Lebesgue nos dá (3.2.45) para<br />

z ∈ [A + d, ∞). O resultado geral segue do Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4. Usando o


mesmo argumento, <strong>de</strong>monstramos o resultado para os índices ímpares.<br />

Os Teoremas 3.2.5 e 3.2.6 po<strong>de</strong>m ser usados para construir fórmulas <strong>de</strong> quadratura<br />

<strong>que</strong> usam os zeros dos polinômios ortogonais. Como na seção anterior, usaremos aqui o<br />

conceito <strong>de</strong> convergência fraca. Para |˜γ| ≤ ˜ δ ≤ ˜ β, consi<strong>de</strong>remos as funções distribuições<br />

(3.1.12) e (3.1.13) já <strong>de</strong>finidas e<br />

˜ b(1) = min{ ˜ b1, ˜ b2},<br />

˜ b(2) = max{ ˜ b1, ˜ b2},<br />

ã(1) = min{ã1, ã2} e ã(2) = max{ã1, ã2}.<br />

Teorema 3.2.7 Sob as condições do Teorema 3.2.4, para toda função contínua f, quando<br />

n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1], temos <strong>que</strong><br />

(i)<br />

2k<br />

λ2k,jp<br />

j=1<br />

2 2k−1(x2k,j)f(x2k,j/λ2n) −→ ã2 (1)<br />

ã2 ∞<br />

1 −∞<br />

f(x)dG<br />

<br />

+ ã21 − ã2 (1)<br />

ã2 f(<br />

1<br />

˜b2t α ),<br />

x − ˜b1 + ˜b2 t<br />

2<br />

α ; ˜ δt α , ˜ βt α , −˜γt α<br />

<br />

2k+1 <br />

(ii) λ2k,jp<br />

j=1<br />

2 2k(x2k+1,j)f(x2k+1,j/λ2n) −→ ã2 (1)<br />

ã2 <br />

∞<br />

f(x)dG x −<br />

2 −∞<br />

˜b1 + ˜b2 t<br />

2<br />

α ; ˜ δt α , ˜ βt α , ˜γt α<br />

<br />

+ ã22 − ã2 (1)<br />

ã2 f(<br />

2<br />

˜b1t α ),<br />

(iii) 1<br />

n<br />

1<br />

<br />

∞<br />

f(xn,j/λ2n) −→ f(x)dF x −<br />

n j=1<br />

0 −∞<br />

˜b1 + ˜b2 t<br />

2<br />

α ; ˜ δt α , ˜ βt α<br />

<br />

dt,<br />

on<strong>de</strong><br />

˜δ 2 =<br />

˜b1 − ˜ b2<br />

2<br />

2<br />

+ (ã1 − ã2) 2 , β˜ 2 =<br />

˜b1 − ˜ b2<br />

Demonstração: Sejam as funções distribuições discretas<br />

e<br />

Gn,k(x) =<br />

2<br />

2<br />

52<br />

+ (ã1 + ã2) 2 e ˜γ = ˜b1 − ˜b2 . (3.2.49)<br />

2<br />

k<br />

λk,jp 2 k−1(xk,j)U(x − xk,j/λ2n) (3.2.50)<br />

j=1<br />

Fn(x) = 1<br />

n<br />

U(x − xn,j/λ2n), (3.2.51)<br />

n j=1


on<strong>de</strong> U(x) é a função indicadora dada por (3.1.19).<br />

A transformada <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong>ssas funções são dadas por:<br />

∞<br />

S(Gn,k(x); z) =<br />

−∞<br />

<strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos obter <strong>de</strong> (2.2.15), e<br />

∞<br />

S(Fn(x); z) =<br />

−∞<br />

dGn,k(x)<br />

z − x =<br />

dFn(x)<br />

z − x<br />

<strong>que</strong> segue diretamente <strong>de</strong> (2.2.16).<br />

k<br />

j=1<br />

λk,jp 2 k−1(xk,j)<br />

z − xk,j/λ2n<br />

1<br />

n 1<br />

=<br />

n j=1z<br />

− xn,j/λ2n<br />

= 1<br />

n<br />

= λ2n<br />

53<br />

Qk−1(λ2nz)<br />

, (3.2.52)<br />

Qk(λ2nz)<br />

(d/dz)Qn(λ2nz)<br />

, (3.2.53)<br />

Qn(λ2nz)<br />

O comportamento assintótico <strong>de</strong>ssas transformadas é dado pelos Teoremas 3.2.5 e<br />

3.2.6. Pelo Teorema <strong>de</strong> Grommer-Hamburger 2.1.6, seus limites <strong>de</strong>vem ser as transformadas<br />

<strong>de</strong> Stieltjes dos limites fracos das funções distribuições Gn,k(x) e Fn(x) (seção 3.1). A i<strong>de</strong>n-<br />

tificação dos limites <strong>de</strong> (3.2.52) po<strong>de</strong> ser feita usando-se o Teorema 3.2.5, ou seja, para n e<br />

k pares,<br />

enquanto <strong>que</strong> para n par e k ímpar,<br />

rior, temos <strong>que</strong><br />

S(G2n,2k(x); z) −→<br />

S(G2n,2k+1(x); z) −→<br />

z − ˜b1t α<br />

˜Q(z, t) + ã2 ,<br />

2α<br />

1t<br />

z − ˜b2t α<br />

˜Q(z, t) + ã2 .<br />

2α<br />

2t<br />

Seguindo o mesmo procedimento da <strong>de</strong>monstração do Teorema 3.1.5 da seção ante-<br />

S(G2n,2k(x); z) =<br />

2k<br />

λ2k,jp 2 2k−1(x2k,j)<br />

j=1<br />

−→ ã2 (1)<br />

ã2 S<br />

1<br />

Assim, po<strong>de</strong>mos concluir o item (i).<br />

1<br />

(x − x2k,j/λ2n)<br />

<br />

G x − ˜b1 + ˜b2 t<br />

2<br />

α ; ˜ δt α , ˜ βt α , −˜γt α<br />

<br />

; z<br />

+ ã21 − ã2 (1)<br />

ã2 S<br />

1<br />

<br />

U(x − ˜b2t α ); z <br />

.<br />

(3.2.54)<br />

De maneira análoga, <strong>de</strong>monstramos o item (ii) simplesmente substituindo-se o par<br />

( ˜ b1, ã1) por (ã2, ˜ b2).<br />

Para i<strong>de</strong>ntificar o limite <strong>de</strong> (3.2.53), observe <strong>que</strong> o integrando <strong>de</strong> (3.2.45) é a trans-<br />

formada <strong>de</strong> Stieltjes da função distribuição F (x − ( ˜ b1 + ˜ b2)t α /2; ˜ δt α , ˜ βt α ) <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o resultado<br />

segue.


A distribuição assintótica dos zeros dos polinômios ortogonais cujos coeficientes<br />

da relação <strong>de</strong> recorrência variam regularmente é, portanto, igual à versão integral da dis-<br />

tribuição assintótica dos zeros dos polinômios ortogonais com coeficientes <strong>de</strong> recorrência<br />

limitados (como vimos na seção anterior).<br />

3.2.4 Casos Especiais<br />

Consi<strong>de</strong>raremos, agora, alguns casos especiais dos teoremas anteriores <strong>de</strong>sta seção.<br />

O caso mais importante é quando ˜ b1 = ˜ b2 = ˜ b e ã1 = ã2 = ã > 0. Neste caso,<br />

k<br />

λk,jp<br />

j=1<br />

2 ∞<br />

k−1(xk,j)f(xk,j/λ2n) −→ f(x)dG(x −<br />

−∞<br />

˜bt α ; 0, 2ãt α , 0)dt.<br />

Fazendo z = xt α e, em seguida, x = z, obtemos<br />

k<br />

λk,jp<br />

j=1<br />

2 ∞<br />

k−1(xk,j)f(xk,j/λ2n) −→ f(xt<br />

−∞<br />

α )dG((x − ˜b)t α ; 0, 2ãt α , 0)dt.<br />

Mas,<br />

G((x − ˜ b)t α ; 0, 2ãt α , 0) =<br />

1<br />

2 ˜ b 2 πt α<br />

(x−˜b)t α√<br />

4ã2t2α − u2I[−2ãtα ,2ãtα ](u)du.<br />

−∞<br />

Utilizando a mudança <strong>de</strong> variáveis u = (z − ˜ b)t α e, em seguida, u = z, obtemos<br />

G((x − ˜b)t α ; 0, 2ãt α , 0) = 1<br />

2˜b 2 x <br />

4ã<br />

π −∞<br />

2 − (u − ˜b) 2I [ ˜b−2ã, ˜b+2ã] (u)du.<br />

Portanto, o resultado do Teorema 3.2.7 torna-se<br />

k<br />

λk,jp<br />

j=1<br />

2 k−1(xk,j)f(xk,j/λ2n) −→ 1<br />

2ã2 ˜b+2ã 4ã<br />

π ˜b−2ã 2 − (x − ˜b) 2f(xt α )dx,<br />

enquanto <strong>que</strong>, usando as mesmas mudanças <strong>de</strong> variáveis anteriores,<br />

1<br />

n<br />

f(xn,j/λ2n) −→<br />

n j=1<br />

1<br />

1<br />

˜b+2ã f(xt<br />

π 0 ˜b−2ã α dx<br />

) <br />

4ã2 − (x − ˜b) 2<br />

Se fizermos f(x) = x M nesta última expressão, então,<br />

1<br />

n<br />

<br />

xn,j<br />

M<br />

n j=1<br />

λ2n<br />

→ 1 1<br />

π Mα + 1<br />

˜ b+2ã<br />

˜ b−2ã<br />

y M dy<br />

<br />

4ã 2 − (y − ˜ b) 2<br />

dt.<br />

dt.<br />

54


Um importante caso a ser consi<strong>de</strong>rado é quando ã1 ou ã2 é igual a zero. Neste caso,<br />

vemos <strong>que</strong> ˜ δ = ˜ β no Teorema 3.2.7 e as funções distribuições F e G tornam-se <strong>de</strong>generadas<br />

em dois pontos.<br />

De fato, do Teorema 3.2.7, temos <strong>que</strong><br />

S(Fn(x); z) −→ S(F (x − ( ˜ b1 + ˜ b1)t α /2; ˜ βt α , ˜ βt α ); z).<br />

Logo, <strong>de</strong> (3.2.55), obtemos <strong>que</strong><br />

F (x − ( ˜ b1 + ˜ b1)t α /2; ˜ βt α , ˜ βt α ) = 1<br />

2 U(x − (˜ b1 + ˜ b1)t α /2 − ˜ βt α ) + 1<br />

2 U(x − (˜ b1 + ˜ b1)t α /2 + ˜ βt α ).<br />

Portanto,<br />

De (3.1.15), temos <strong>que</strong><br />

F (x; ˜ β, ˜ β) = 1<br />

2 U(x − ˜ β) + 1<br />

2 U(x + ˜ β).<br />

S(G(x; ˜ βt α , ˜ βt α , ˜γt α ); z) = 1<br />

2 ˜ <br />

˜β + ˜γ<br />

β z − ˜ βtα + ˜ β − ˜γ<br />

z + ˜ βtα <br />

Daí,<br />

= ˜ β + ˜γ<br />

2 ˜ β S(U(x − ˜ βt α ); z) + ˜ β − ˜γ<br />

2 ˜ β S(U(x + ˜ βt α ); z).<br />

G(x; ˜ β, ˜ β, ˜γ) = ˜ β + ˜γ<br />

2 ˜ β U(x − ˜ β) + ˜ β − ˜γ<br />

2 ˜ β U(x + ˜ β).<br />

O resultado do Teorema 3.2.7 po<strong>de</strong>, então, ser dado como<br />

2k<br />

λ2k,jp 2 ⎪⎨<br />

2k−1(x2k,j)f(x2k,j/λ2n) −→<br />

j=1<br />

Sabemos <strong>que</strong><br />

S(G2n,2k(x); z) −→<br />

⎧<br />

⎪⎩<br />

55<br />

f( ˜b2t α ), se ã2 = 0,<br />

1<br />

2 ˜ <br />

˜b2 −<br />

β<br />

˜b1 2<br />

+ ˜ <br />

˜b1 +<br />

β f<br />

˜b2 2 + ˜ <br />

β t α<br />

<br />

<br />

˜b2 −<br />

+<br />

˜b1 2<br />

+ ˜ <br />

˜b1 +<br />

β f<br />

˜b2 2 − ˜ <br />

β tα <br />

, se ã1 = 0.<br />

z − ˜b1t α<br />

˜Q(z, t) + ã2 =<br />

2α<br />

1t<br />

1<br />

z − ˜ b2t α<br />

= S(U(x − ˜ b2t α ); z),<br />

se ã2 = 0, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos a primeira parte do resultado acima.<br />

Se ã1 = 0,


z − ˜b1t α<br />

˜Q(z, t) + ã2 z −<br />

=<br />

2α<br />

1t ˜b1t α<br />

[z − ˜b1 + ˜b2 t<br />

2<br />

α − ˜ βt α ][z − ˜b1 + ˜b2 t<br />

2<br />

α + ˜ βt α ]<br />

= 1<br />

2 ˜ <br />

(<br />

β<br />

˜ <br />

˜b1 +<br />

β − ˜γ)S U(x −<br />

˜b2 2 + ˜ <br />

β t α <br />

); z<br />

+ ( ˜ <br />

˜b1 +<br />

β + ˜γ)S U(x −<br />

˜b2 2 − ˜ <br />

β t α <br />

); z ,<br />

o <strong>que</strong> conclui o resultado. De maneira análoga,<br />

2k+1 <br />

j=1<br />

λ2k+1,jp 2 2k(x2k+1,j)f(x2k+1,j/λ2n)<br />

⎧<br />

f(<br />

⎪⎨<br />

−→<br />

⎪⎩<br />

˜b1t α ), se ã1 = 0,<br />

1<br />

2 ˜ <br />

˜b1 −<br />

β<br />

˜b2 2<br />

+ ˜ <br />

˜b1 +<br />

β f<br />

˜b2 2 + ˜ <br />

β t α<br />

<br />

<br />

˜b2 −<br />

+<br />

˜b1 2<br />

+ ˜ <br />

˜b1 +<br />

β f<br />

˜b2 2 − ˜ <br />

β tα <br />

, se ã2 = 0<br />

Já, <strong>de</strong> (3.2.45), temos <strong>que</strong><br />

1<br />

S(Fn(x); z) −→ <br />

Daí,<br />

1<br />

n<br />

f(xn,j/λ2n) −→<br />

n<br />

1<br />

<br />

1<br />

f<br />

2 0<br />

j=1<br />

0<br />

z − ( ˜ b1 + ˜ b2)t α /2<br />

[(z − ˜b1t α )(z − ˜b2t α ) − a2 (2) t2α ]<br />

⎡<br />

2 dt,<br />

= 1<br />

1 ⎢ 1<br />

⎢<br />

2 0 ⎣<br />

z − ( ˜b1 + ˜b2 2 − ˜ β)t α<br />

1<br />

+<br />

z − ( ˜b1 + ˜b2 2 + ˜ β)t α<br />

⎥<br />

⎦ dt<br />

= 1<br />

<br />

1<br />

S U(x − (<br />

2 0<br />

˜b1 + ˜b2 2 − ˜ β)t α <br />

); z<br />

<br />

+S U(x − ( ˜b1 + ˜b2 2 + ˜ β)t α <br />

); z dt.<br />

on<strong>de</strong> f é uma função contínua, n → ∞, k/n → t e<br />

3.2.5 Exemplos<br />

<br />

˜b1 + ˜b2 2 + ˜ <br />

β t α<br />

<br />

˜b1 +<br />

+ f<br />

˜b2 2 − ˜ <br />

β t α<br />

<br />

dt,<br />

˜β 2 = (( ˜ b1 − ˜ b2)/2) 2 + a 2 (2).<br />

⎤<br />

56<br />

(3.2.55)<br />

Importantes famílias <strong>de</strong> polinômios ortogonais satisfazem a uma relação <strong>de</strong> recorrência<br />

com coeficientes <strong>que</strong> variam regularmente, tais como os polinômios <strong>de</strong> Laguerre, Hermite,


Meixner (<strong>de</strong> primeira <strong>de</strong> segunda espécies), Poisson-Charlier e Carlitz. Para todas essas<br />

famílias po<strong>de</strong>-se aplicar os resultados obtidos nesta seção. Esses polinômios já foram trata-<br />

dos por Nevai e Dehesa [38]. Veremos rapidamente polinômios com limites diferentes para<br />

índices pares e ímpares.<br />

Stieltjes [51], Carlitz [8]e Al-Salam [2] estudaram dois sistemas <strong>de</strong> polinômios orto-<br />

gonais {Cn(x)} ∞ n=0 e {Dn(x)} ∞ n=0 cujas fórmulas <strong>de</strong> recorrência satisfazem<br />

e<br />

com<br />

Cn+1(x) = xCn(x) − αnCn−1(x) (3.2.56)<br />

Dn+1(x) = xDn(x) − βnDn−1(x), (3.2.57)<br />

α2n = (2n) 2 κ 2 , α2n+1 = (2n + 1) 2 ,<br />

β2n = (2n) 2 , β2n+1 = (2n + 1) 2 κ 2<br />

e κ é um número real (ver [12, p.193]). Esses polinômios ortogonais estão relacionados a<br />

funções elípticas da seguinte maneira. Sejam<br />

K(κ 2 ) =<br />

π/2 dθ<br />

√<br />

0 1 − κ2sen2θ −π<br />

e q = e<br />

K(1 − κ2 )<br />

K(κ2 ) .<br />

Se 0 < κ < 1, então 0 < q < 1 e as funções distribuições W (x) para os polinômios<br />

{Cn(x)} ∞ n=0 e {Dn(x)} ∞ n=0 são, respectivamente,<br />

e<br />

W (C) (x) =<br />

W (D) (x) =<br />

∞<br />

j=−∞<br />

j=−∞<br />

q (2j+1)/2<br />

<br />

2j + 1<br />

U x −<br />

1 + q2j+1 2K(κ2 ) π<br />

<br />

∞ qj <br />

U x −<br />

1 + q2j j<br />

K(κ2 ) π<br />

<br />

,<br />

on<strong>de</strong> U(x) é a função <strong>de</strong>finida em (3.1.19) (veja [12, p.194]). Isto significa <strong>que</strong> os polinômios<br />

{Cn(x)} ∞ n=0 e {Dn(x)} ∞ n=0 são ortogonais no espaço gerado por π/K(κ 2 ).<br />

É óbvio <strong>que</strong> as condições (3.2.34) são válidas com λ2n = n (α = 1). Para os<br />

polinômios <strong>de</strong>finidos em (3.2.56), encontramos ˜ b1 = ˜ b2 = 0, ã1 = κ e ã2 = 1. Para os<br />

polinômios dados por (3.2.57) temos <strong>que</strong> ˜ b1 = ˜ b2 = 0, ã1 = 1 e ã2 = κ. Se usarmos o<br />

Teorema 3.2.4, obtemos<br />

57


1<br />

lim<br />

n→∞n2<br />

Ck(nz)<br />

Ck−2(nz)<br />

1<br />

= lim<br />

n→∞n2<br />

Dk(nz)<br />

Dk−2(nz)<br />

= 1<br />

2 {z2 − (κ 2 + 1) 2 +<br />

<br />

[z 2 − (κ − 1) 2 t 2 ][z 2 − (κ + 1) 2 t 2 ]},<br />

uniformemente para z em conjuntos compactos <strong>de</strong> CI \ [−A, A]. Do limite superior (2.2.27),<br />

segue <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos tomar A = 2 se 0 < κ < 1, n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1]. O valor 2<br />

para A certamente não é o melhor possível e, provavelmente, o comportamento assintótico<br />

vale uniformemente para z num subconjunto compacto <strong>de</strong> CI \ ([−(1 + κ)t, −(1 − κ)t] ∪ [(1 −<br />

κ)t, (1 + κ)t]). Entretanto, não é fácil provar esta última afirmação.<br />

Sejam {x (C)<br />

n,j } n j=1 e {x (D)<br />

n,j } n j=1 os zeros <strong>de</strong> Cn(x) e Dn(x), respectivamente. Então,<br />

pelo Teorema 3.2.7, temos <strong>que</strong>, para toda função contínua f e 0 < κ < 1,<br />

lim<br />

2k<br />

n→∞<br />

j=1<br />

lim<br />

2k+1 <br />

n→∞<br />

j=1<br />

λ (C)<br />

2k,j c2 2k−1(x (C)<br />

2k,j )f(x(C)<br />

2k+1 <br />

2k,j /2n) = lim λ (D)<br />

2k+1,jd22k(x (D)<br />

2k+1,j )f(x(D) 2k+1,j /2n)<br />

= 1<br />

κ 2 π<br />

1+κ<br />

1−κ<br />

f(tx) + f(−tx)<br />

2<br />

j=1<br />

λ (C)<br />

2k+1,jc22k(x (C)<br />

2k+1,j )f(x(C) 2k+1,j /2n) = lim<br />

= 1<br />

π<br />

1+κ<br />

1−κ<br />

f(tx) + f(−tx)<br />

2<br />

<br />

(1 + κ) 2 − x 2<br />

<br />

x2 − (1 − κ) 2<br />

dx<br />

x<br />

2k<br />

λ<br />

n→∞<br />

j=1<br />

D 2k,jd 2 2k−1(x (D)<br />

2k,j )f(x(D)<br />

<br />

(1 + κ) 2 + x2 <br />

x2 − (1 − κ) 2<br />

x<br />

2k,j /2n)<br />

on<strong>de</strong> o significado <strong>de</strong> λ (C)<br />

n,j e λ (D)<br />

n,j é óbvio e {cn(x)} ∞ n=0 e {dn(x)} ∞ n=0 são os polinômios orto-<br />

normais.<br />

Finalmente,<br />

1<br />

n<br />

lim f(x<br />

n→∞n<br />

j=1<br />

(C)<br />

1<br />

n<br />

n,j /n) = lim f(x<br />

n→∞n<br />

j=1<br />

(D)<br />

n,j /n)<br />

= 1<br />

1<br />

1+κ<br />

(f(tx) + f(−tx)) <br />

π 0 1−κ<br />

(1 + κ) 2 − x2 dx,<br />

x<br />

<br />

(1 − κ) 2 dxdt.<br />

− x2 58


Capítulo 4<br />

<strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong> dos<br />

<strong>Polinômios</strong> Similares<br />

Neste capítulo, faremos um estudo semelhante ao <strong>que</strong> foi feito no capítulo anterior<br />

para os polinômios ortogonais mas, agora, para os polinômios similares aos ortogonais, ˜ Bn(z).<br />

Na seção 4.1, usamos principalmente o trabalho <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, Sri Ranga e<br />

Van Assche [3] e na seção 4.2, apresentamos os resultados obtidos por nós para o caso<br />

em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são ilimitados.<br />

4.1 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Limitados<br />

4.1.1 Introdução<br />

não vazio.<br />

Sejam ˜ X = (0, ∞) \ [ ˇ d, ˆ d] e ˜ Z = CI \ [ ˇ d, ˆ d]. Quando (??) e/ou (??) valem, então ˜ X é<br />

Vamos supor, a partir <strong>de</strong> agora, <strong>que</strong> (??) sempre vale e consi<strong>de</strong>remos o comporta-<br />

mento dos polinômios<br />

˜B 1<br />

z − t V (t; d1, d2, d0, β, δ)dt = L(z; d1, d2, d0, β, δ).<br />

59


Logo, analisando os casos α (1) ≥ α (0) e α (1) < α (0) ,<br />

{(α (1) + α (0) ) − |α (1) − α (0) |}<br />

2α (0) L(z; γ0, γ1, λ, β, β (0) ) = 1<br />

2πα (0)<br />

<br />

B<br />

1<br />

z − t V (t; γ0, γ1, λ, β, β (0) )dt.<br />

Assim, o primeiro resultado <strong>de</strong>ste teorema segue do Teorema ??. De maneira análoga,<br />

o outro resultado do teorema é obtido trocando-se (α (0) , β (0) ) por (α (1) , β (1) ) em (??).<br />

<strong>que</strong><br />

O resultado <strong>de</strong>sse último teorema e as equações (??) e (??) nos permitem concluir<br />

Teorema 4.1.1 Para toda função contínua e limitada f em (0, ∞),<br />

(i) lim<br />

2n<br />

n→∞<br />

r=1<br />

2n+1 <br />

(ii) lim<br />

n→∞<br />

r=1<br />

e<br />

<br />

τ2n,rf(z2n,r) =<br />

E (1)<br />

<br />

τ2n+1,rf(z2n+1,r) =<br />

f(t)dφ (1) (t),<br />

E (0)<br />

f(t)dφ (0) (t)<br />

1<br />

n<br />

<br />

(iii) lim f(zn,r) = f(t)d<br />

n→∞n<br />

r=1<br />

E<br />

˜ F (t; γ0, γ1, β),<br />

on<strong>de</strong> φ (0) (x) e φ (1) (x) são as mesmas funções dadas no Teorema ??.<br />

4.1.2 Casos Especiais<br />

Vamos consi<strong>de</strong>rar, agora, alguns casos especiais. Note <strong>que</strong>, mesmo <strong>que</strong> os coefi-<br />

cientes βn, αn+1, n ≥ 1, sejam positivos, qual<strong>que</strong>r um <strong>de</strong> seus limites, isto é, qual<strong>que</strong>r um<br />

dos valores β (0) , α (0) , β (1) e α (1) , po<strong>de</strong> assumir o valor zero.<br />

Caso 1 : Vamos consi<strong>de</strong>rar o caso em <strong>que</strong><br />

α (0) = α (1) = α > 0 e β (0) = β (1) = β > 0.<br />

Então, ã = ˜ b = β, a = β + 2α −<br />

Substituindo esses valores em (??) e no Teorema ??, obtemos<br />

60<br />

<br />

(β + 2α) 2 − β2 <br />

e b = β + 2α + (β + 2α) 2 − β2 .<br />

R4(z) = 1 1 z + β<br />

+ √ √ =<br />

2z 2z z − a z − b 1<br />

b 1 1 + β/t<br />

√ √ dt. (4.1.1)<br />

2π a z − t b − t t − a


Do Teorema ??, segue <strong>que</strong> R (0)<br />

3 (z) = R (1)<br />

3 (z) = R3(z), on<strong>de</strong><br />

R3(z) =<br />

2<br />

<br />

z − β + (z − β) 2 − 4αz<br />

pois (z − a)(z − b) = (z − β) 2 − 4αz.<br />

<br />

1 b 1<br />

=<br />

2πα a z − t V (t; 0, 2√α, 0, β, β)dt,<br />

Caso 2 : Agora, consi<strong>de</strong>remos o caso on<strong>de</strong> α (0) ou α (1) assume o valor zero. Sejam (para ν<br />

igual a 0 ou 1),<br />

α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) > 0 e β (1−ν) > 0.<br />

Então, <strong>de</strong> (??), segue <strong>que</strong> a = ã e b = ˜ b. Com isto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

R4(z) = 1 1<br />

+<br />

2z 2z<br />

z 2 − β (0) β (1)<br />

(z − a)(z − b)<br />

Portanto, ˜ F (t) = 1<br />

1<br />

U(t − a) + U(t − b).<br />

2 2<br />

1/2 1/2<br />

= +<br />

z − a z − b .<br />

Note <strong>que</strong> se α = 0, então a = βmin = min{β (0) , β (1) } e b = βmax = max{β (0) , β (1) }.<br />

De (??) e (??), po<strong>de</strong>mos concluir <strong>que</strong>:<br />

• se α (0) = α, então<br />

R (0)<br />

3 (z) =<br />

• se α (1) = α, então<br />

R (0)<br />

3 (z) =<br />

1<br />

z − β (1) e R (1)<br />

3 (z) =<br />

z − β (0)<br />

(z − a)(z − b) = β(0) − a 1<br />

b − a z − a<br />

Caso 3 : Consi<strong>de</strong>raremos, agora, o caso<br />

z − β (1)<br />

(z − a)(z − b) = β(1) − a 1<br />

b − a z − a<br />

+ b − β(0)<br />

b − a<br />

1<br />

z − b<br />

+ b − β(1)<br />

b − a<br />

e R (1)<br />

3 (z) =<br />

α (ν) ≥ 0, α (1−ν) ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />

Segue <strong>que</strong> u2 = 0 e, assim,<br />

a = ã = 0, ˜ b = β + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2<br />

Substituindo esses valores em (??), temos <strong>que</strong><br />

R4(z) = 1/2<br />

z +<br />

1/2<br />

<br />

z − ˜ b √ z − b<br />

= 1/2<br />

z<br />

e b = β + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 .<br />

<br />

1 b<br />

+<br />

2π ˜b 1 1<br />

<br />

z − t<br />

t − ˜b √ dt<br />

b − t<br />

1<br />

z − b .<br />

1<br />

.<br />

z − β (0)<br />

61


e<br />

˜F (t) = 1<br />

<br />

1 t U(x −<br />

U(t) +<br />

2 2π −∞<br />

˜b) − U(x − b)<br />

√ <br />

b − x x − ˜ dx.<br />

b<br />

Se α (0) = α (1) e β = 0, então ˜ b também é zero.<br />

Caso 4 : Finalmente, suponhamos <strong>que</strong><br />

α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />

Então, a = ã = 0, b = ˜ b = β + α e<br />

R4(z) = 1/2<br />

z<br />

+ 1/2<br />

z − b .<br />

Isto significa <strong>que</strong> ˜ F (t) = 1 1 U(t) + 2 2U(t − b). Se α = β = 0, então ˜ F (t) = U(t).<br />

4.1.3 Exemplos<br />

Daremos, agora, alguns exemplos <strong>de</strong> polinômios <strong>que</strong> satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrên-<br />

cia (??) para a qual os coeficientes satisfazem às proprieda<strong>de</strong>s (??) e (??).<br />

Exemplo 1 : Para λ > 0 e 0 < a < b < ∞, os polinômios ˜ Bn(z) <strong>de</strong>finidos por<br />

b<br />

t<br />

a<br />

−n+s Bn(t)t ˜ −λ (b − t) λ−1/2 (t − a) λ−1/2 dt = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1,<br />

satisfazendo à relação <strong>de</strong> recorrência (??) com<br />

βn = β, αn+1 =<br />

n(n + 2λ − 1)<br />

α, n ≥ 1,<br />

(n + λ)(n + λ − 1)<br />

on<strong>de</strong> β = √ ab e α = ( √ b − √ a) 2 /4. Este resultado também é válido para λ = 0 se tomarmos<br />

α2 = 2α. Este caso foi trabalhado com mais <strong>de</strong>talhes por Cooper e Gustafson [15] e seus<br />

polinômios R2n(x) estão relacionados aos polinômios ˜ Bn(x) por ˜ Bn(x 2 ) = x n R2n(x).<br />

Como β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = α, estamos tratando do caso 1 da última seção.<br />

Exemplo 2 : Para 0 < a < b < ∞, consi<strong>de</strong>ramos os polinômios ˜ Bn(z) <strong>de</strong>finidos por<br />

b<br />

a<br />

t −n+s Bn(t) ˜ 1 + √ ab/t<br />

√ √ dt = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1.<br />

b − t t − a<br />

62


A função distribuição neste caso é a<strong>que</strong>la <strong>que</strong> aparece no limite em (4.1.1). Em [47],<br />

Sri Ranga e Bracciali <strong>de</strong>monstraram <strong>que</strong> esses polinômios satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência<br />

(??) com<br />

on<strong>de</strong> ln = (1 + l)n − (1 − l) n<br />

(1 + l) n l, l =<br />

+ (1 − l) n<br />

última seção.<br />

βn = βln−1/ln, αn+1 = (l 2 n − 1)βn, n ≥ 1,<br />

<br />

1 + α/β, β = √ ab, e α = ( √ b − √ a) 2 /4.<br />

Como β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = α, estamos tratando novamente do caso 1 da<br />

Exemplo 3 : Para λ > 0, consi<strong>de</strong>remos os polinômios ˜ Bn(z) <strong>de</strong>finidos por<br />

on<strong>de</strong><br />

é uma função escada com saltos nos pontos<br />

t = tk+1 =<br />

∞<br />

t<br />

0<br />

−n+s Bn(t)dψ ˜ (λ) (t) = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1,<br />

1 + 2β(k + λ) +<br />

dψ (λ) (t) = 2t (k + λ)<br />

t + β<br />

−1e−k k!<br />

2(k + λ)<br />

<br />

1 + 4β(k + λ)<br />

e t = t−k−1 = β 2 /tk+1,<br />

para k = 0, 1, · · · . Esses polinômios estão relacionados aos polinômios <strong>de</strong> Tricomi-Carlitz<br />

através da transformação t(x) = { √ ρx 2 + β + √ ρx} 2 , x ∈ (−∞, ∞). Os coeficientes da<br />

relação <strong>de</strong> recorrência associada satisfazem<br />

βn = β e αn+1 =<br />

n<br />

, n ≥ 1.<br />

(n + λ)(n + λ − 1)<br />

Como β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = 0, estamos agora no caso 2 e<br />

R4(z) = 1<br />

z − β<br />

e R3(z) = 1<br />

z − β .<br />

Exemplo 4 : Como exemplo final consi<strong>de</strong>remos os polinômios ˜ Bn(z) satisfazendo à relação<br />

<strong>de</strong> recorrência (??) com<br />

α2n = α (0) , α2n+1 = α (1) , β2n = β (0) para n ≥ 1 e β2n+1 = β (1) para n ≥ 0,<br />

63


on<strong>de</strong> 0 < β (0) β (1) < ∞ e 0 < α (0) α (1) < ∞. Assim, os resultados dos Teoremas ?? − ?? e ??<br />

são válidos. Como An(z)/ ˜ Bn(z) −→ R1(z) com<br />

1<br />

R1(z) =<br />

z − β (1) α<br />

−<br />

(0) z<br />

z − β (0) α<br />

−<br />

(1) z<br />

z − β (1) α<br />

−<br />

(0) z<br />

z − β (0) − . ,<br />

. .<br />

obtemos, da teoria <strong>de</strong> frações contínuas, <strong>que</strong><br />

R1(z) =<br />

(z − β) 2 − λ 2 z − (α (0) − α (1) )z +<br />

2(z − β (0) )<br />

<br />

(z − β) 2 − γ2 <br />

0z (z − β) 2 − γ2 1z .<br />

Assim, da mesma forma <strong>que</strong> no Teorema ??, obtemos <strong>que</strong><br />

<br />

R1(z) =<br />

B<br />

1<br />

z − t<br />

(1)<br />

1 − αmin/α<br />

dψ(t) =<br />

z − β (1) + 1<br />

2πα (1)<br />

<br />

B<br />

1<br />

z − t V (t; γ0, γ1, λ, β, β (0) )dt,<br />

on<strong>de</strong> B, γ1, γ0 e λ são os mesmos <strong>que</strong> os do Teorema ??. Dessa forma, concluímos <strong>que</strong>, com<br />

a função distribuição acima, os polinômios ˜ Bn(z) satisfazem<br />

<br />

B<br />

t −n+s ˜ Bn(t)dψ(t) = 0, 0 ≤ s ≤ n − 1.<br />

Observe <strong>que</strong> se α (0) = α (1) = α, então λ = γ0 e<br />

dψ(t) = 1<br />

2π<br />

√ <br />

√ <br />

b − t t − a<br />

t − β(0)<br />

dt,<br />

t t − β (1)<br />

em B = [a, βmin] ∪ [βmax, b], on<strong>de</strong> ab = β (0) β (1) e a + b = β (0) + β (1) + 4α.<br />

64


4.2 Coeficientes da Relação <strong>de</strong> Recorrência Ilimitados<br />

4.2.1 Introdução<br />

Como no capítulo 3, seção 3.2, faremos uso da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> função <strong>que</strong> varia regu-<br />

larmente, 3.2.1, e vamos supor <strong>que</strong> existe uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente, λn, com<br />

expoente α > 0. Sejam os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência (??) satisfazendo<br />

lim<br />

n→∞ β2n/λ2n = β (0) , lim α2n/λ2n = α<br />

n→∞ (0) ,<br />

lim<br />

n→∞ β2n+1/λ2n = β (1)<br />

e lim<br />

n→∞ α2n+1/λ2n = α (1) .<br />

65<br />

(4.2.2)<br />

Seguindo o mesmo raciocínio utilizado na seção e no capítulo anteriores e supondo<br />

<strong>que</strong> (??) seja válido, faremos, aqui, um estudo sobre o caso ilimitado para os polinômios<br />

similares as ortogonais, Bn(z).<br />

4.2.2 <strong>Proprieda<strong>de</strong>s</strong> <strong>Assintóticas</strong><br />

com<br />

e<br />

De (??), po<strong>de</strong>mos obter a seguinte relação <strong>de</strong> recorrência:<br />

Bk+1(λ2nz) = ak+1(λ2nz)Bk−1(λ2nz) − bk+1(λ2nz)Bk−3(λ2nz), k ≥ 3, (4.2.3)<br />

ak+1(λ2nz) = (λ2nz − βk)(λ2nz − βk+1) − αk<br />

De (4.2.3),<br />

para λ2nz ∈ X.<br />

λ2nz − βk+1<br />

λ2nz − βk−1<br />

λ2nz − αk+1λ2nz (4.2.4)<br />

λ2nz − βk+1<br />

bk+1(λ2nz) = αk−1αk<br />

λ<br />

λ2nz − βk−1<br />

2 2nz 2 . (4.2.5)<br />

ak+1(λ2nz) = Bk+1(λ2nz)<br />

Bk−1(λ2nz)<br />

Bk−3(λ2nz)<br />

+ bk+1(λ2nz) , k ≥ 3. (4.2.6)<br />

Bk−1(λ2nz)<br />

Temos <strong>que</strong> a2(λ2nz) = B2(λ2nz) e a3(λ2nz) = B3(λ2nz)/B1(λ2nz).<br />

Logo, do mesmo modo <strong>que</strong> na seção ??, po<strong>de</strong>mos mostrar <strong>que</strong> ak(λ2nz) > 0, k ≥ 2,


Vamos estudar, agora, a convergência da razão 1<br />

CI \ [ ˘ d, ˆ d], quando as condições (4.2.2) são satisfeitas.<br />

Bk+1(λ2nz)<br />

λ2 2n Bk−1(λ2nz)<br />

66<br />

para todo z ∈ Z =<br />

Teorema 4.2.1 Suponhamos <strong>que</strong> os coeficientes da fórmula <strong>de</strong> recorrência (??) satisfazem<br />

(4.2.2), on<strong>de</strong> λn é uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente com expoente α > 0. Sejam ˇ d e ˆ d<br />

constantes positiva tais <strong>que</strong> ˇ d < zj,n/λ2n < ˆ d para todo n (o <strong>que</strong> é possível <strong>de</strong>vido a (??)).<br />

Então, para n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1],<br />

1<br />

λ 2 2n<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z, on<strong>de</strong><br />

R2(z, t) = 1 <br />

2<br />

<br />

+<br />

Bk+1(λ2nz)<br />

Bk−1(λ2nz) → R2(z, t) (4.2.7)<br />

(z − β (0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )t α z<br />

[(z − β(0)t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )t α z] 2 − 4α (0) α (1) t 2α z 2<br />

Demonstração: De (??), para k ≥ 3 temos <strong>que</strong><br />

Bk−1(λ2nz)<br />

ak−1(λ2nz)Bk−3(λ2nz)<br />

<br />

1 −<br />

Bk+1(λ2nz)<br />

ak+1(λ2nz)Bk−1(λ2nz)<br />

<br />

=<br />

bk+1(λ2nz)<br />

ak−1(λ2nz)ak+1(λ2nz)<br />

<br />

.<br />

, k ≥ 3,<br />

(4.2.8)<br />

<strong>que</strong>, para qual<strong>que</strong>r z ∈ [ ˆ d+d, ∞), d > 0 suficientemente gran<strong>de</strong>, nos fornece duas seqüências<br />

enca<strong>de</strong>adas {g (0)<br />

k (λ2nz)} e {g (1)<br />

k (λ2nz)}, on<strong>de</strong><br />

com<br />

e<br />

g (ν)<br />

k (λ2nz) = {1 − m (ν)<br />

(ν)<br />

k−1 (λ2nz)}m k (λ2nz), k ≥ 1, para ν = 0, 1,<br />

Como r (ν)<br />

h (ν)<br />

k (z) = g(ν) k (λ2nz) =<br />

r (ν)<br />

k (z) = m(ν) k (λ2nz) = 1 −<br />

<strong>de</strong> parâmetros para {h (ν)<br />

k (z)}.<br />

b2k+2+ν(λ2nz)<br />

a2k+2+ν(λ2nz)a2k+ν(λ2nz)<br />

B2k+2+ν(λ2nz)<br />

a2k+2+ν(λ2nz)B2k+ν(λ2nz)<br />

0 (z) = 0 para ν = 0 e ν = 1, a seqüência {r (ν)<br />

k<br />

, k ≥ 1<br />

, k ≥ 0.<br />

(z)} é uma seqüência minimal<br />

Agora, sob as condições assintóticas (4.2.2), <strong>de</strong> (4.2.4) e (4.2.5), concluímos <strong>que</strong><br />

ak(λ2nz)<br />

lim<br />

n→∞ λ2 2n<br />

= (z − β (0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )zt α ,


e, portanto,<br />

lim<br />

n→∞ h(ν) k<br />

(z) =<br />

bk(λ2nz)<br />

lim<br />

n→∞ λ4 2n<br />

= α (0) α (1) z 2 t 2α ,<br />

α (0) α (1) z 2 t 2α<br />

[(z − β (0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )zt α ]<br />

2 = h(z, t),<br />

para qual<strong>que</strong>r z ∈ [ ˆ d + d, ∞). Assim, do Teorema 2.1.7, segue <strong>que</strong> 0 ≤ h(z, t) ≤ 1/4 e as<br />

correspon<strong>de</strong>ntes seqüências <strong>de</strong> parâmetros {r (ν)<br />

k (z)} convergem para limites <strong>que</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

somente <strong>de</strong> h(z, t). Logo, {r (0)<br />

k<br />

(z)} e {r(1) (z)} convergem para o mesmo limite e, conseqüen-<br />

k<br />

temente, Bk+1(λ2nz)<br />

λ 2 2nBk−1(λ2nz) converge para um limite R2(z, t) para qual<strong>que</strong>r z ∈ [ ˆ d + d, ∞).<br />

Fazendo n ten<strong>de</strong>r para infinito em (4.2.8), obtemos o limite<br />

R2(z, t) = 1<br />

λ 2 <br />

<br />

<br />

Bk−1(λ2nz)<br />

<br />

<br />

2n <br />

<br />

Bk+1(λ2nz)<br />

2 {(z − β(0) t α )(z − β (1) t α ) − (α (0) + α (1) )t α z<br />

<br />

+ [(z − β (0) tα )(z − β (1) tα ) − (α (0) + α (1) )tαz] 2 − 4α (0) α (1) t2αz2 }.<br />

Agora, para z ∈ Z, como zk,j/λ2n são os zeros <strong>de</strong> Bk(λ2nz),<br />

= λ2 <br />

<br />

<br />

2n <br />

<br />

Bk−1(λ2nz)<br />

Bk(λ2nz)<br />

<br />

<br />

<br />

Bk(λ2nz) <br />

<br />

<br />

<br />

Bk+1(λ2nz)<br />

≤<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

k<br />

<br />

τk,j k+1<br />

<br />

τk+1,j <br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

j=1z<br />

− zk,j/λ2n j=1<br />

z − zk+1,j/λ2n <br />

on<strong>de</strong> ɛ = dist(z, [ ˇ d, ˆ d]). Isto significa <strong>que</strong> a seqüência Bk−1(λ2nz)<br />

λ 2 2nBk+1(λ2nz)<br />

67<br />

1<br />

= ,<br />

ɛ2 , n ≥ 1, é uniformemente<br />

limitada em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z. Portanto, do Teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4,<br />

obtemos o resultado do teorema.<br />

De (??), obtemos facilmente <strong>que</strong><br />

1<br />

λ 2 2n<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluimos <strong>que</strong><br />

Bk+1(λ2nz)<br />

Bk−1(λ2nz) =<br />

<br />

z − βk<br />

<br />

1 Bk(λ2nz) αk<br />

−<br />

λ2n λ2n Bk−1(λ2nz) λ2 z,<br />

2n<br />

Corolário 4.2.2 Suponha <strong>que</strong> (??) e (4.2.2) sejam válidos. Então,<br />

lim<br />

B2k(λ2nz)<br />

n→∞ λ2n<br />

B2k+1(λ2nz)<br />

lim<br />

n→∞ λ2n<br />

B2k−1(λ2nz)<br />

B2k(λ2nz)<br />

= R(0)<br />

3 (z, t) =<br />

= R(1)<br />

3 (z, t) =<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z.<br />

z − β (0) t α<br />

R2(z, t) + α (0) t α z ,<br />

z − β (1) t α<br />

R2(z, t) + α (1) t α z ,


Teorema 4.2.3 Sob as mesmas condições do Teorema 4.2.1, temos <strong>que</strong>, quando n → ∞,<br />

1 (d/dz)Bk(λ2nz)<br />

n Bk(λ2nz)<br />

→ R4(z, t) = 1<br />

1 (∂/∂z)R2(z, t)<br />

dt<br />

⎡ 2 0 R2(z, t)<br />

1<br />

= ⎣<br />

0<br />

1<br />

z<br />

2z<br />

2 − u2t2α <br />

[z2 − u1tαz + u2t2α ] 2 − 4u3t2α 1<br />

+<br />

z2 2z<br />

⎤<br />

⎦ dt<br />

68<br />

(4.2.9)<br />

uniformemente em todo subconjunto compacto <strong>de</strong> Z, on<strong>de</strong> u1 = β (0) + β (1) + α (0) + α (1) ,<br />

u2 = β (0) β (1) e u3 = α (0) α (1) .<br />

Demonstração: Como na <strong>de</strong>monstração do Teorema 3.2.6, mostraremos o resultado para<br />

z ∈ [ ˆ d + d, ∞). Seja a função<br />

gn(t) = − d<br />

dz<br />

B2[[nt]](λ2nz)<br />

B2[[nt]]+2(λ2nz)<br />

on<strong>de</strong> [a] é a parte inteira do número real a.<br />

Desta forma, encontramos <strong>que</strong><br />

1 (d/dz)B2n(λ2nz)<br />

2n B2n(λ2nz)<br />

B2[nt]](λ2nz)<br />

Se fixarmos t, então, pelo Teorema 4.2.1,<br />

∂<br />

<br />

1<br />

<br />

∂z<br />

gn(t) → −<br />

R2(z, t)<br />

1<br />

R2(z, t)<br />

=<br />

B2[nt]+2(λ2nz)<br />

= 1<br />

1<br />

gn(t)dt.<br />

2 0<br />

<br />

∂<br />

∂z R2(z, t)<br />

R2(z, t)<br />

, 0 ≤ t ≤ 1,<br />

<strong>que</strong> segue da convergência uniforme <strong>de</strong> funções analíticas, e <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>rivadas, em conjuntos<br />

compactos. Também, para t ∈ [(j − 1)/n, j/n),<br />

Então,<br />

gn(t) = − d<br />

dz<br />

− d<br />

dz<br />

<br />

B2j−2(λ2nz) B2j−2(λ2nz)<br />

B2j−1(λ2nz) B2j−1(λ2nz)<br />

<br />

B2j−1(λ2nz) B2j−1(λ2nz)<br />

B2j(λ2nz)<br />

1<br />

2 gn(t) < 1/d.<br />

B2j(λ2nz)<br />

. (4.2.10)<br />

O Teorema da convergência dominada <strong>de</strong> Lebesgue nos dá (4.2.9) para z ∈ [ ˆ d+d, ∞).<br />

O resultado geral segue do teorema <strong>de</strong> Stieltjes-Vitali 2.1.4. O mesmo argumento é usado<br />

para os índices ímpares. Calculando-se explicitamente 1 (∂/∂z)R2(z, t)<br />

chega-se ao resultado<br />

2 R2(z, t)<br />

<strong>de</strong>sejado.


4.2.3 Representação Integral<br />

e<br />

Consi<strong>de</strong>remos as funções distribuições F e G da seção anterior, ou seja,<br />

F (u; γ0, γ1, β) = 1<br />

u<br />

2π<br />

−∞<br />

G(u; d1, d2, d0, β, δ) = 2 [(d<br />

π<br />

2 2 − d2 0) 1/2 + (d2 1 − d2 0) 1/2 ] 2<br />

(d2 2 − d2 1) 2<br />

69<br />

|x − β|(x + β)/x<br />

<br />

γ2 1x − (x − β) 2<br />

<br />

(x − β) 2 − γ2 0x IE(x)dx (4.2.11)<br />

<br />

u d<br />

×<br />

−∞<br />

2 2x − (x − β) 2<br />

<br />

x[(x − β2 ) 2 − d2 0x]<br />

(x − β) 2 − d 2 1x<br />

on<strong>de</strong> IE(x) é a função indicadora do conjunto E = [a, a] ∪ [b, b].<br />

(4.2.12)<br />

(x − β)(x − δ)<br />

IE(x)dx,<br />

|x − β|<br />

Daremos, agora, outras proprieda<strong>de</strong>s para o caso ilimitado. Primeiramente, anali-<br />

Bk−1(λ2nz)<br />

saremos a convergência da razão λ2n<br />

Bk(λ2nz) .<br />

Teorema 4.2.4 Suponhamos <strong>que</strong> (??) e (4.2.2) sejam válidos e <strong>que</strong> 0 < β (0) β (1) e<br />

0 < α (0) α (1) . Então,<br />

R (0)<br />

<br />

3 (z, t) =<br />

E (0)<br />

e<br />

R (1)<br />

<br />

3 (z, t) =<br />

E (1)<br />

1<br />

z − x dψ(0) (x) =<br />

1<br />

z − x dψ(1) (x) =<br />

on<strong>de</strong> B = [a, a] ∪ [b, b], αmin = min{α (0) , α (1) }<br />

(0)<br />

1 − αmin/α<br />

z − β (1) tα + 1<br />

2πα (0)<br />

<br />

1<br />

B z − x V (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α )dt,<br />

(1)<br />

1 − αmin/α<br />

z − β (0) tα + 1<br />

2πα (1)<br />

<br />

1<br />

B z − x V (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (1) t α )dt,<br />

λ 2 <br />

= ( β (0) <br />

− β (1) ) 2 <br />

, β = β (0) β (1) ,<br />

γ 2 <br />

1 = ( β (0) <br />

− β (1) ) 2 + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 = ( √ b − √ a) 2 ,<br />

γ 2 <br />

0 = ( β (0) <br />

− β (1) ) 2 + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2 = ( √ b − √ a) 2 .


Demonstração: De (4.2.7) e do corolário 4.2.2, obtemos<br />

R (0)<br />

3 (z, t) = 2(z − β (0) tα )<br />

× <br />

(z − β (0) tα )(z − β (1) tα ) − (α (1) − α (0) )tαz <br />

+ [(z − β (0) tα )(z − β (1) tα ) − (α (1) + α (0) )tαz] 2 − 4α (0) α (1) t2αz2 (4.2.13)<br />

−1 .<br />

escrito como<br />

Com o mesmo raciocínio usado na <strong>de</strong>monstração do Teorema ??, R (0)<br />

3 (z, t) po<strong>de</strong> ser<br />

|α (1) − α (0) | − (α (1) − α (0) )<br />

2α (0) (z − β (1) t α )<br />

Lembremos <strong>que</strong><br />

<br />

D<br />

B<br />

+ {(α(1) + α (0) ) − |α (1) − α (0) |}<br />

2α (0)<br />

L(z; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α ).<br />

1<br />

z − t V (t; d1, d2, d0, β, δ)dt = L(z; d1, d2, d0, β, δ).<br />

Logo, analisando os casos α (1) ≥ α (0) e α (1) < α (0) , chegamos <strong>que</strong><br />

{(α (1) + α (0) ) − |α (1) − α (0) |}<br />

2α (0)<br />

L(z; γtα/2 , γtα/2 , λtα/2 , βtα , β (0) tα )<br />

<br />

= 1<br />

2πα (0)<br />

B<br />

1<br />

z − x V (x; γtα/2 , γt α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α )dt.<br />

Assim, o primeiro resultado <strong>de</strong>ste teorema segue <strong>de</strong> (??). De maneira análoga, como<br />

R (1)<br />

3 (z, t) = 2(z − β (1) t α )<br />

× <br />

+<br />

(z − βtα ) 2 − λ2tαz − (α (0) − α (1) )tαz <br />

(z − βt α ) 2 − γ 2 0t α z<br />

<br />

(z − βt α ) 2 − γ 2 1t α z −1<br />

o outro resultado do teorema é obtido trocando-se (α (0) , β (0) ) por (α (1) , β (1) ).<br />

70<br />

, (4.2.14)<br />

Teorema 4.2.5 Sob as mesmas condições do Teorema 4.2.1, para toda função contínua f,<br />

quando n → ∞ e k/n → t ∈ [0, 1], temos <strong>que</strong><br />

(i)<br />

2k<br />

τ2k,jf(z2k,j/λ2n) → αmin<br />

∞<br />

j=1<br />

α (1)<br />

−∞<br />

f(x)dG <br />

x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (1) t α<br />

+ α(1) − αmin<br />

α (1) f(β (0) t α ),<br />

2k+1 <br />

(ii) τ2k+1,jf(z2k+1,j/λ2n) →<br />

j=1<br />

αmin<br />

α (0)<br />

∞<br />

f(x)dG<br />

−∞<br />

<br />

x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , λt α/2 , βt α , β (0) t α<br />

+ α(0) − αmin<br />

α (0) f(β (1) t α ),


(iii) 1<br />

n<br />

1<br />

∞<br />

f(zn,j/λ2n) → f(x)dF<br />

n j=1<br />

0 −∞<br />

<br />

x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , βt α<br />

dt,<br />

on<strong>de</strong><br />

γ 2 <br />

0 = ( β (0) <br />

− β (1) ) 2 + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2 , γ 2 <br />

1 = ( β (0) <br />

− β (1) ) 2 + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 ,<br />

λ 2 <br />

= ( β (0) <br />

− β (1) ) 2<br />

e β =<br />

Demonstração: Sejam as funções distribuições discretas<br />

e<br />

<br />

β (0) β (1) .<br />

k<br />

Gn,k(x) = τk,jU(x − zk,j/λ2n) (4.2.15)<br />

j=1<br />

Fn(x) = 1<br />

n<br />

U(x − zn,j/λ2n), (4.2.16)<br />

n j=1<br />

on<strong>de</strong> U(x) é a função dada por (3.1.19). As transformadas <strong>de</strong> Stieltjes <strong>de</strong>ssas funções dis-<br />

tribuições são<br />

e<br />

∞<br />

S(Gn,k(x); z) =<br />

∞<br />

S(Fn(x); z) =<br />

−∞<br />

−∞<br />

dGn,k(x)<br />

z − x<br />

dFn(x)<br />

z − x<br />

= 1<br />

n<br />

Bk−1(λ2nz)<br />

= λ2n<br />

Bk(λ2nz)<br />

71<br />

(4.2.17)<br />

(d/dz)Bn(λ2nz)<br />

. (4.2.18)<br />

Bn(λ2nz)<br />

O comportamento assintótico <strong>de</strong>ssas transformadas é dado pelo Corolário 4.2.2 e<br />

pelo Teorema 4.2.3, e, pelo Teorema <strong>de</strong> Grommer-Hamburger 2.1.6, os limites <strong>de</strong>vem ser as<br />

transformadas <strong>de</strong> Stieltjes dos limites fracos das funções distribuições Gn,k(x) e Fn(x). A<br />

i<strong>de</strong>ntificação dos limites em (4.2.17) é feita <strong>de</strong> maneira análoga à <strong>de</strong>monstração do teorema<br />

3.2.7 da seção 3.2. Para i<strong>de</strong>ntificar o limite <strong>de</strong> (4.2.18), observe <strong>que</strong> o integrando <strong>de</strong> (4.2.9) é a<br />

transformada <strong>de</strong> Stieltjes da função distribuição F (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , βt α ) <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o resultado<br />

segue.<br />

4.2.4 Casos Especiais<br />

Como fizemos para o caso on<strong>de</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limi-<br />

tados, analisaremos aqui, também os casos <strong>que</strong> chamam mais a atenção. Entre eles estão<br />

a<strong>que</strong>les em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência têm limites nulos.


Caso 1 : Primeiramente, vamos consi<strong>de</strong>rar o seguinte caso:<br />

R3(z, t) =<br />

α (0) = α (1) = α > 0 e β (0) = β (1) = β > 0.<br />

Então, a = b = β, a = β + 2α −<br />

72<br />

<br />

(β + 2α) 2 − β2 <br />

e b = β + 2α + (β + 2α) 2 − β2 .<br />

Observe <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos escrever R4(z, t) da seguinte maneira<br />

R4(z, t) = 1<br />

<br />

1<br />

2z 0<br />

z2 − β (0) β (1) t2α √<br />

z − atα √ z − atα√z − btα√ 1<br />

+<br />

z − btα 2z<br />

Logo, substituindo esses valores em (4.2.19) e em (4.2.11), temos<br />

R4(z, t) = 1<br />

<br />

1 1 z + βt<br />

+<br />

2z 2z 0<br />

α<br />

√<br />

z − atα √ dt<br />

z − btα b<br />

1 1<br />

=<br />

dF (x)dt<br />

a 0 z − x<br />

= 1<br />

b<br />

1 1 1 + βt<br />

2π a 0 z − x<br />

α /x<br />

√ √<br />

btα − x x − atα dtdx.<br />

Do Teorema 4.2.4, segue <strong>que</strong> R (0)<br />

3 (z, t) = R (1)<br />

3 (z, t) = R3(z, t), on<strong>de</strong><br />

2<br />

(z − βtα <br />

) + (z − βtα ) 2 − 4αtαz pois (z − at α )(z − bt α ) = (z − βt α ) 2 − 4αt α z.<br />

<br />

dt. (4.2.19)<br />

<br />

1 b 1<br />

=<br />

2πα a z − x V (x; 0, 2√αtα , 0, βt α , βt α )dt,<br />

Caso 2 : Agora, consi<strong>de</strong>remos o caso em <strong>que</strong> α (0) ou α (1) assumem o valor zero. Sejam<br />

(para ν igual a 0 ou 1),<br />

α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) > 0 e β (1−ν) > 0.<br />

Então, <strong>de</strong> (4.2.19), segue <strong>que</strong> a = a e b = b. Com isto, po<strong>de</strong>mos escrever<br />

1<br />

R4(z, t) =<br />

0<br />

<br />

1 1<br />

+<br />

2z 2z<br />

z2 − β (0) β (1) t2α (z − atα )(z − btα <br />

dt =<br />

)<br />

Portanto, F (x; γ0t α/2 , γ1t α/2 , βt α ) = 1<br />

2 U(t − atα ) + 1<br />

2 U(t − btα ).<br />

1<br />

0<br />

<br />

1/2 1/2<br />

+<br />

z − atα z − btα <br />

dt.<br />

Agora, se α = 0, então a = βmin = min{β (0) , β (1) } e b = βmax = max{β (0) , β (1) }.<br />

De (4.2.13) e (4.2.14), a seguinte afirmação também vale:<br />

• se α (0) = α, então<br />

R (0)<br />

3 (z, t) =<br />

1<br />

z − β (1) t α


e<br />

R (1)<br />

3 (z, t) =<br />

• se α (1) = α, então<br />

e<br />

R (0)<br />

3 (z, t) =<br />

Caso 3 : Sejam, agora,<br />

e<br />

z − β (1) tα (z − atα )(z − btα ) = β(1) − a 1 b − β(1) 1<br />

+ ;<br />

b − a z − atα b − a z − btα z − β (0) tα (z − atα )(z − btα ) = β(0) − a 1 b − β(0) 1<br />

+<br />

b − a z − atα b − a z − btα R (1)<br />

3 (z, t) =<br />

1<br />

z − β (0) .<br />

tα α (ν) ≥ 0, α (1−ν) ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />

Segue <strong>que</strong> u2 = 0 e, assim,<br />

a = a = 0, b = β + ( √ α (0) − √ α (1) ) 2<br />

Substituindo esses valores em (4.2.19), temos <strong>que</strong><br />

R4(z, t) = 1/2<br />

z +<br />

1 1/2<br />

√<br />

0 z − btα √ 1/2<br />

dt =<br />

z − btα z<br />

F (x) = 1<br />

<br />

1 1<br />

U(x) +<br />

2 2π 0<br />

Caso 4 : Finalmente, vamos supor <strong>que</strong><br />

x<br />

−∞<br />

e b = β + ( √ α (0) + √ α (1) ) 2 .<br />

<br />

1 1<br />

+<br />

2π 0<br />

b<br />

b<br />

U(u − b) − U(u − b)<br />

√ bt α − u √ u − bt α dudt.<br />

α (ν) = 0, α (1−ν) = α ≥ 0, β (ν) = 0 e β (1−ν) = β ≥ 0.<br />

Então, a = a = 0, b = b = β + α e<br />

R4(z, t) = 1/2<br />

z +<br />

1 1/2<br />

dt.<br />

0 z − btα 73<br />

1 1<br />

√<br />

z − x x − btα √ btα − x dxdt,<br />

Isto significa <strong>que</strong> F (x) = 1<br />

1 U(x) + 2 2U(x − btα ). Se α = β = 0, então F (x) = U(x).


4.2.5 Exemplo<br />

No artigo [48], Sri Ranga mostra a relação entre polinômios ortogonais e os polinômios<br />

L-ortogonais associados quando as funções peso estão associadas <strong>de</strong> maneira especial, a partir<br />

da transformação<br />

<br />

t(x) = { ρx2 + β + √ ρx} 2 , x ∈ (−∞, ∞), (4.2.20)<br />

on<strong>de</strong> t(x) representa uma aplicação biunívoca entre (−∞, ∞) e (0, ∞).<br />

A inversa <strong>de</strong> t(x) é dada por<br />

x(t) = 1<br />

2 √ ρ<br />

74<br />

<br />

√t β<br />

− √t , t ∈ (0, ∞). (4.2.21)<br />

Dois resultados importantes <strong>de</strong>sse artigo são os seguintes.<br />

Teorema 4.2.6 Sejam b e d tais <strong>que</strong> √ b = √ ρd 2 + β + √ ρd e<br />

v(t) = At −1/2 w(x(t)).<br />

Então, w(x) é uma função peso em (−d, d) tal <strong>que</strong> w(x) = w(−x) se, e somente se, v(t) é<br />

uma função peso forte em (β 2 /b, b) tal <strong>que</strong> √ tv(t) =<br />

positivo.<br />

<br />

β 2 /tv(β 2 /t), on<strong>de</strong> A é um número<br />

Teorema 4.2.7 Sejam w(x) e v(x) um par <strong>de</strong> funções peso dadas pelo Teorema 4.2.6 e<br />

Qn(x) e Bn(t) os polinômios ortogonais e similares associados a w(x) e v(t), respectivamente.<br />

Então, para n ≥ 0,<br />

Bn(t) = (2 √ ρt) n Qn(x(t)). (4.2.22)<br />

Sabemos <strong>que</strong> os polinômios mônicos <strong>de</strong> Hermite, Hn(x), são ortogonais no intervalo<br />

(−∞, ∞), com relação à função peso w(x) = e −x2<br />

e satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência<br />

Hn+1(x) = xHn(x) − αnHn−1(x), n ≥ 1, (4.2.23)<br />

on<strong>de</strong> αn = n/2. Logo, <strong>de</strong> (4.2.21), (4.2.22) e (4.2.23), os polinômios Hn(t), similares aos<br />

ortogonais Hn(x), satisfazem à relação <strong>de</strong> recorrência (??), on<strong>de</strong> βn+1 = β e αn+1 = 2ρn, n ≥<br />

1 e a função peso é, pelo Teorema 4.2.6,<br />

v(t) = t −1/2 e − t+β2 /t<br />

4α em (0, ∞).


Daí,<br />

α2n = 2(2n − 1)ρ, α2n+1 = 2(2n)ρ e β2n = β2n+1 = β.<br />

Po<strong>de</strong>mos observar <strong>que</strong> os coeficientes α2n e α2n+1 são ilimitados, mas variam regu-<br />

larmente. Dessa forma, po<strong>de</strong>mos tomar uma seqüência <strong>que</strong> varia regularmente, {λn}, on<strong>de</strong><br />

λ2n = 2n. Assim, das condições (4.2.2) teremos <strong>que</strong> β (0) = β (1) = β e α (0) = α (1) = 2ρ.<br />

Assim, estamos tratando do caso 1 da última seção, on<strong>de</strong> α = 2ρ e β = β.<br />

75


Capítulo 5<br />

Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Diversos trabalhos sobre proprieda<strong>de</strong>s assintóticas dos polinômios ortogonais Qn(z)<br />

e seus zeros quando ocorre o caso (3.1.1) já foram publicados. Para citar alguns, Nevai em<br />

[35, 36] fez uma cuidadosa investigação do caso on<strong>de</strong> b1 = b2 = b e a1 = a2 = a (em [36]<br />

a foi consi<strong>de</strong>rado maior <strong>que</strong> zero). Um <strong>de</strong> seus resultados é <strong>que</strong> os zeros dos correspon-<br />

<strong>de</strong>ntes polinômios ortogonais têm comportamento arco-seno. Este comportamento dos zeros<br />

já foi verificado para uma gran<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> polinômios ortogonais (ver, por exemplo [21] e<br />

[53]). Mas, na maioria dos casos, o resultado segue <strong>de</strong> um conhecimento a priori da função<br />

distribuição φ com relação à qual os polinômios são ortogonais. Entretanto, po<strong>de</strong>mos ter<br />

acesso à relação <strong>de</strong> recorrência (2.2.12) sem qual<strong>que</strong>r conhecimento da função distribuição<br />

φ. Chihara [9, 12] mostrou <strong>que</strong>, sob as condições (3.1.1) (com a1 = a2 = a), po<strong>de</strong>-se usar<br />

seqüências enca<strong>de</strong>adas para mostrar <strong>que</strong> os zeros dos polinômios ortogonais são <strong>de</strong>nsos na<br />

união <strong>de</strong> dois intervalos disjuntos. Essas seqüências enca<strong>de</strong>adas foram também usadas por<br />

Maki [33] para provar o comportamento regular arco-seno para o caso em <strong>que</strong> b1 = b2 = b e<br />

a1 = a2 = a, mas fez uma hipótese extra: αn ≤ a 2 .<br />

Akhiezer [1] estudou polinômios ortogonais com função peso concentrada na união <strong>de</strong><br />

dois intervalos disjuntos e com os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazendo (3.1.1).<br />

Os dois intervalos disjuntos <strong>de</strong>sempenharam importante papel para se encontrar o compor-<br />

tamento assintótico dos coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência <strong>que</strong> foram estudadas aqui.<br />

O caso em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência para os polinômios ortogo-<br />

76


nais têm limites finitos também foi tratado em Chihara [11], Nevai [37], Geronimo e Case<br />

[23] e outros. Coeficientes <strong>de</strong> recorrência assintoticamente periódicos com finitos pontos <strong>de</strong><br />

acumulação foi estudado por Chihara [11], Geronimo e Van Assche [24, 5]. Já o caso em<br />

<strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência para os polinômios similares satisfazem (??) foi<br />

tratado em [3]. Em geral, po<strong>de</strong>-se dizer <strong>que</strong> o suporte da função distribuição φ é limitada<br />

se, e somente se, os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são limitados.<br />

Se os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são ilimitados, então a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ortogonalida<strong>de</strong> é estendida sobre um conjunto ilimitado, possivelmente todo o eixo real.<br />

Alguns aspectos interessantes dos polinômios ortogonais com relação a uma função peso<br />

w(x) = φ ′<br />

(x) em (−∞, ∞) e em (0, ∞) para a qual<br />

lim<br />

x→∞ |x|−α log w(x) = −1 (α > 0)<br />

foi dado por Rakhmanov [40], Mhaskar, Saff [34] e Ullman [54, 55] (ver também [43]). Uma<br />

conjectura bem conhecida por Freud [22] diz <strong>que</strong>, para a função peso |x| ρe−|x|α, os coeficientes<br />

αn da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem<br />

lim<br />

n→∞ n−1/αα 1/2<br />

n =<br />

1/α Γ(α/2)Γ(α/2 + 1)<br />

Γ(α + 1)<br />

77<br />

(5.1)<br />

(observe <strong>que</strong> βn = 0, pois w é uma função par). Freud provou esta conjectura para α = 2, 4<br />

e 6 e a prova geral, para α um inteiro par positivo, foi dada por Magnus [32]. A conjectura<br />

(5.1) indica <strong>que</strong> a seqüência αn cresce como n 2/α . Assim, dizemos <strong>que</strong> esta seqüência varia<br />

regularmente com expoente 2/α. A conjectura foi provada por Lubinsky, Mhaskar e Saff<br />

[30, 31]. Ver também [38] para maiores informações sobre a conjectura <strong>de</strong> Freud.<br />

Chihara [13] estudou o caso em <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência são ilimi-<br />

tados e fez um extenso uso <strong>de</strong> seqüências enca<strong>de</strong>adas para dar condições a esses coeficientes<br />

sob as quais o conjunto dos zeros dos polinômios ortogonais tivesse um limitante superior<br />

(ou inferior). Nevai e Dehesa [38] supuseram <strong>que</strong> os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência<br />

divergiam, mas <strong>de</strong> forma <strong>que</strong> existisse uma função crescente positiva Φ(t) satisfazendo<br />

Φ(x + t)/Φ(t) → 1 para todo x > 0 e t → ∞, tal <strong>que</strong> βn/Φ(n) e α 1/2<br />

n /Φ(n) tivessem<br />

limites finitos. Sob essas condições, Nevai e Dehesa obtiveram assintóticos para<br />

n<br />

x<br />

j=1<br />

M n<br />

n,j/ Φ<br />

0<br />

M (t)dt,


on<strong>de</strong> xn,1 < xn,2 < · · · < xn,n são os zeros <strong>de</strong> pn(x) (ou Qn(x)) e M é um inteiro fixo positivo.<br />

De forma semelhante, Van Assche em [6] fez um estudo para o caso em <strong>que</strong> os co-<br />

eficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem (3.2.34), on<strong>de</strong> λn é uma seqüência <strong>que</strong> varia<br />

regularmente (<strong>de</strong>finição 3.2.2).<br />

Em [3], Andra<strong>de</strong>, Sri Ranga e Van Assche estudaram o comportamento assintótico<br />

dos polinômios similares quando os coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência satisfazem (??).<br />

Com base nos trabalhos aqui apresentados, fizemos um estudo semelhante ao <strong>de</strong> Van<br />

Assche [6] para o caso dos polinômios similares cujos coeficientes da relação <strong>de</strong> recorrência<br />

satisfazem (4.2.2) <strong>que</strong>, para nosso conhecimento, ainda não há nenhum trabalho publicado.<br />

78


Referências Bibliográficas<br />

[1] Akhiezer, N.I. Uber line Eigenschafet <strong>de</strong>r “elliptishen” Polynome, Comm. Soc.<br />

Math. Kharkov, v.4 (1934), 3 − 8.<br />

[2] Al-Salam, W.A. Characterization of certain classes of orthogonal polynomials re-<br />

lated to elliptic function, Ann. Mat. Pura Appl., v.67 (1965), 75 − 94.<br />

[3] Andra<strong>de</strong>, E.X.L. <strong>de</strong>, Ranga, A.Sri, Van Assche, W. Asymptotics for poly-<br />

nomials satisfying a certain twin asymptotic periodic recurrence relation, Meth. and<br />

Appl. of Anal., (a ser publicado)<br />

[4] Arnold, L. Deterministic version of Wigner’s semicircle law for the distribuction of<br />

matrix eigenvalues, Linear Algebra Appl., v.13 (1976), 185 − 199.<br />

[5] Assche, W.V. Asymptotic properties of orthogonal polynomials from their recur-<br />

rence formula I, J. Aprox. Theory, v.44 (1985), 258 − 276.<br />

[6] Assche, W.V. Asymptotic properties of orthogonal polynomials from their recur-<br />

rence formula II, J. Aprox. Theory, v.52 (1988), 322 − 338.<br />

[7] Bingham, N.H., Goldie, C.M., Teugels, J.L. “Regular Variation”, Cambridge<br />

Univ. Press, London/New York, 1987.<br />

[8] Carlitz, L. Some orthogonal polynomials related to elliptic functions I, II, Duke<br />

Math. J., v.27 (1960), 443 − 458; v.28(1961), 107 − 124.<br />

[9] Chihara, T. Chain se<strong>que</strong>nces and orthogonal polynomials, Trans. Amer. Math.<br />

Soc., v.104 1(1962), 1 − 16.<br />

79


[10] Chihara, T. On kernel polynomials and related systems, Boll. Un. Mat. Ital., v.3<br />

19(1964), 451 − 459.<br />

[11] Chihara, T. Orthogonal polynomials whose zeros are <strong>de</strong>nse in intervals, J. Math.<br />

Anal. and Appl., v.24 2(1968), 362 − 371.<br />

[12] Chihara, T. “An Introduction to Orthogonal Polynomials”, Gordon & Breach, New<br />

York (1978).<br />

[13] Chihara, T. Spectral properties of orthogonal polynomials on unboun<strong>de</strong>d sets,<br />

Trans. Amer. Math. Soc., v.270 (1982), 623 − 639.<br />

[14] Churchill, R.V. “Complex Variables and Applications”, second edtion, Kōyakusha<br />

Company ltda., Tokyo (1960).<br />

[15] Cooper, S.C., Gustafson, P.E. The strong Chebyshev distribution and ortho-<br />

gonal Laurent polynomials, J. Approx. Theory., v.92 (1998), 361 − 378.<br />

[16] Dombowski, J., Fricke, G.H. The absolute continuity of phase operators, Trans.<br />

Amer. Math. Soc., v.213 (1975), 363 − 372.<br />

[17] Dombowski, J. Spectral properties of real parts of weighted shift operators, Indiana<br />

Univ. Math. J., v.29 (1980), 249 − 259.<br />

[18] Dombowski, J., Nevai, P. Orthogonal polynomials, measures and recurrence re-<br />

lations, SIAM J. Math. Anal., v.17 (1986), 752 − 759.<br />

[19] Erdös, P. On distribution of the roots of orthogonal polynomials, Proc. Conf. on<br />

Construction Theory of Functions (Budapeste, 1969), ed. G. Alexits and S.B.Steckhin<br />

(Akadémiai Kiadó, Budapeste, 1972).<br />

[20] Erdös, P., Freud, G. On orthogonal polynomials with regularly distributed zeros,<br />

Proc. London Math. Soc., v.3, 29(1974), 521 − 537.<br />

[21] Erdös, P., Turan, P. On interpolation III, Ann. of Math., v.41 (1940), 510 − 555.<br />

[22] Freud, G. On the coefficients in the recursion formulae of orthogonal polynomials,<br />

Proc. Royal Irish. Acad., v.76 (1976), 1 − 6.<br />

80


[23] Geronimo, J.S., Case, K.M. Scattering theory and orthogonal polynomials on the<br />

real line, Trans. Amer. Math. Soc., v.258 (1980), 467 − 494.<br />

[24] Geronimo, J.S., Van Assche, W. Orthogonal polynomials with asymptotically<br />

periodic recerrence coefficients, J. Approx. Theory, v.46 (1986), 251 − 283.<br />

[25] Hamburger, H.<br />

Über eine Erweiterung <strong>de</strong>s Stieltjesschen Momenttenproblems,<br />

Parts I, II, III, Math. Ann., v.81 (1920), 235 − 319; v.82(1921), 120 − 164, 168 − 187.<br />

[26] Hille, E. “Analytic Function Theory”, v.2, Blais<strong>de</strong>ll Publ. Co., waltham, 1962.<br />

[27] Jones, W.B., Thron, W.J., Waa<strong>de</strong>land, H. A strong Stieltjes moment problem,<br />

Trans. Amer. Math. Soc., v.261(1980), 503 − 528.<br />

[28] Jones, W.B., Nj˚astad, O., Thron, W.J. Two-point Padé expansions for a family<br />

of analytic functions, J. Comput. Appl. Math., v.9(1983), 105 − 123.<br />

[29] Lorentzen, L., Waa<strong>de</strong>land, H. “Continued Fractions with Applications”, North-<br />

Holland, (1992).<br />

[30] Lubinsky, D.S., Mhaskar, H.N., Saff, E.B. Freud’s conjecture for exponential<br />

weights, Bull. Amer. Math. Soc., v.15(1986), 217 − 221.<br />

[31] Lubinsky, D.S., Mhaskar, H.N., Saff, E.B. A proof of Freud’s conjecture for<br />

exponential weights, (a ser publicado).<br />

[32] Magnus, A.P. A proof of Freud’s conjecture about the orthogonal polynomials<br />

related to |α| ρe−x2m for integer m, in “Polynomes orthogonaux et applications” (Bar-<br />

le-Duc,1984), Lecture Notes in Mathematics v.1171, 362−372, Springer - Verlag, New<br />

York/Berlim, 1985.<br />

[33] Maki, D. On <strong>de</strong>termining regular behavior from the recurrence formula for ortho-<br />

gonal polynomials, Pacific J. Math., v.91(1980), 173 − 178.<br />

[34] Mhaskar, H.N., Saff, E.B. Extremal problems for polynomials with exponential<br />

weights, Trans Amer. Math. Soc., v.285(1984), 203 − 234.<br />

81


[35] Nevai, P.G. “Orthogonal Polynomials”, Memoir of A.M.S., v.213 Amer. Math. Soc.,<br />

1979.<br />

[36] Nevai, P.G. Distribution of zeros of orthogonal polynomials, Trans. Amer. Math.<br />

Soc., v.249(1979), 341 − 361.<br />

[37] Nevai, P.G. Orthogonal polynomials <strong>de</strong>fined by a recurrence relation, Trans. Amer.<br />

Math. Soc., v.250(1979), 369 − 384.<br />

[38] Nevai, P.G., Dehesa, J.S. On asymptotic average properties of zeros of orthogonal<br />

polynomials, SIAM J. Math. Anal., v.10(1979), 1184 − 1192.<br />

[39] Nj˚astad, O., Thron, W.J. The teory of se<strong>que</strong>nces of L-polynomials, Padé Appro-<br />

ximants and Continued Fractions (H. Waa<strong>de</strong>land and H. Wallin, eds.), Det Kongelige<br />

Norsk Vi<strong>de</strong>nskabers Selskab, v.1, Universitetsfrolaget, Tron<strong>de</strong>ihm, 1983, 54 − 91.<br />

[40] Rakhmanov, E.A. On asymptotic properties of polynomials orthogonal on the<br />

real line, Mat. Sb., v.119 (161)(1982), 163 − 203 [in Russian]; Math. USSR-Sb<br />

v.47(1984), 155 − 193.<br />

[41] Rudin, W. “Princípios <strong>de</strong> Análise Matemática”, Tradução: Eliana Rocha Henri<strong>que</strong>s<br />

<strong>de</strong> Brito, Editora Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1971.<br />

[42] Rudin, W. “Real and Complex Analysis”, second edition, Tata McGraw-Hill, New<br />

Delhi,1978.<br />

[43] Saff, E.B., Ullman, J.L., Varga, R.S. Incomplete polynomials; An electrostatic<br />

approach, in “Approximation Theory III” (E.W. Cheney, Ed.), 769 − 782, Aca<strong>de</strong>mic<br />

Press, New York, 1980.<br />

[44] Schohat, J., Tamarkin, J. The problem of moments, Math. Sur, v.1 Amer. Math.<br />

Soc., New York (1943).<br />

[45] Seneta, E. “Regularly Varying Functions”, Lecture Notes in Mathematics, v.508,<br />

Springer-Verlag, Berlin, 1976.<br />

82


[46] Sri Ranga, A. Another quadrature rule of highest algebraic <strong>de</strong>gree of precision,<br />

Numer. Math., v.68(1994), 283 − 294.<br />

[47] Sri Ranga, A., Bracciali, C.F. A continued fraction associated with a special<br />

Stieltjes function, Comm. in the Anal. Theory Continued Fractions, v.3(1994), 60−64.<br />

[48] Sri Ranga, A. Symmetric orthogonal polynomials and associated orthogonal L-<br />

polynomials, Proc. Amer. Math. Soc., v.123, 10(1995), 3135 − 3141.<br />

[49] Sri Ranga, A., Matioli, L.C. Bounds for the extreme zeros of polynomials gene-<br />

rated by a certain recurrence relation, Rev. Mat. Estat., v.14(1996), 113 − 120.<br />

[50] Sri Ranga, A., Andra<strong>de</strong>, E.X.L. <strong>de</strong>, Phillips, G.M. Associated Symmetric<br />

Quadrature Rules, Applied Numerical Mathematics, v.21(1996), 175 − 183.<br />

[51] Stieltjes, T.J. Recherches sur les fractions continues, Ann. Fac. Sci. Toulouse<br />

v.8(1894), J1 − J122; v.9(1895), A1 − A47.<br />

[52] Szegö, G. “Orthogonal Polynomials”, Coll. Pub., v.23 Amer. Math. Soc., New York,<br />

(1939).<br />

[53] Ullman, J.L. On the regular behavior of orthogonal polynomials, Proc. London<br />

Math. Soc., v.3, 24(1972), 119 − 148.<br />

[54] Ullman, J.L. On orthogonal polynomials associated with an infinite interval, in<br />

“Approximation Theory III” (E.W. Cheney, Ed.), 889 − 895, Aca<strong>de</strong>mic Press, New<br />

York, 1980.<br />

[55] Ullman, J.L. On orthogonal polynomials associated with an infinite interval, J.<br />

Michigan Math., v.27(1980), 353 − 363.<br />

[56] Wall, H.S. “Analytic Theory of Continued Fractions”, Chelsea, Bronx, New York<br />

(1973).<br />

[57] Zygmund, W. “An Measure and Integral: An Introduction to Real Analysis”, New<br />

York, 1977.<br />

83

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!