Código de Boas Práticas Agrícolas - Direcção Regional de ...
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A operação <strong>de</strong> aplicação do chorume só <strong>de</strong>verá ser feita com o solo em bom estado <strong>de</strong><br />
humida<strong>de</strong>. Por um lado, porque um solo <strong>de</strong>masiado húmido não terá capacida<strong>de</strong> para reter o<br />
chorume, que terá tendência a acumular-se em poças à superfície do solo ou a escorrer<br />
superficialmente para terrenos adjacentes. Por outro lado, e sobretudo se o solo for argiloso,<br />
um estado a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> é essencial para evitar que a passagem dos equipamentos<br />
<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>gra<strong>de</strong> a estrutura do próprio solo. Quando este está <strong>de</strong>masiado húmido a<br />
passagem <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong>strói ou danifica mais ou menos gravemente os agregados<br />
estruturais. Quanto mais pesados forem estes veículos, mais húmido estiver o solo e mais fina<br />
for a textura <strong>de</strong>ste, tanto maiores serão os prejuízos causados à estrutura do solo. Os danos<br />
são mínimos quando a distribuição do chorume é feita com o solo relativamente seco.<br />
A <strong>de</strong>gradação da estrutura do solo torna este mais compacto, menos permeável e mais<br />
susceptível aos riscos <strong>de</strong> escorrimentos superficiais dos chorumes com os inerentes riscos <strong>de</strong><br />
poluição das águas superficiais e torna-o, também, mais exposto aos fenómenos <strong>de</strong> erosão.<br />
Para reduzir os fenómenos <strong>de</strong> compactação do solo convirá, por isso, para além <strong>de</strong> ter em<br />
conta o seu grau <strong>de</strong> humida<strong>de</strong>, utilizar na aplicação do chorume máquinas equipadas com<br />
rodas pneumáticas largas, <strong>de</strong> baixa pressão e que permitam faixas <strong>de</strong> distribuição com a maior<br />
largura possível, a fim <strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong> passagens sobre o terreno.<br />
A técnica tradicional <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> chorumes por espalhamento, a mais usada em Portugal,<br />
apresenta vários inconvenientes um dos quais, a compactação do solo, acabou <strong>de</strong> ser referido.<br />
A libertação <strong>de</strong> cheiros <strong>de</strong>sagradáveis e a perda <strong>de</strong> azoto amoniacal para a atmosfera, que<br />
po<strong>de</strong> atingir proporções elevadas do azoto total aplicado e, ainda, a conspurcação e<br />
contaminação das plantas com os efeitos negativos daí resultantes são outros dos<br />
inconvenientes. Para atenuá-los haverá que utilizar dispositivos <strong>de</strong> distribuição que funcionem<br />
a baixa pressão por forma a reduzir <strong>de</strong> maneira significativa a formação <strong>de</strong> aerossóis, as<br />
perdas por volatilização <strong>de</strong> azoto amoniacal e a libertação <strong>de</strong> cheiros <strong>de</strong>sagradáveis.<br />
Estes inconvenientes serão praticamente eliminados se, em vez da aplicação à superfície, o<br />
chorume for injectado na camada arável do solo, o que requer equipamento especial, mais<br />
dispendioso do que o utilizado no sistema tradicional.<br />
7.3 - CASOS ESPECIAIS<br />
Os riscos <strong>de</strong> arrastamento do azoto dos fertilizantes para as águas superficiais ou para as<br />
águas subterrâneas po<strong>de</strong>m, em certas condições, aumentar enormemente e requerer cuidados<br />
especiais na aplicação dos fertilizantes. É o que po<strong>de</strong> acontecer em terrenos <strong>de</strong>clivosos, em<br />
terrenos adjacentes a cursos <strong>de</strong> água e a captações <strong>de</strong> água potável, em solos saturados <strong>de</strong><br />
água, inundados, gelados ou cobertos <strong>de</strong> neve.<br />
7.3.1 - Aplicação <strong>de</strong> fertilizantes em terrenos <strong>de</strong>clivosos<br />
A aplicação <strong>de</strong> fertilizantes em terrenos <strong>de</strong>clivosos <strong>de</strong>verá ter em conta o risco <strong>de</strong><br />
escorrimentos superficiais o qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários factores, sobretudo do <strong>de</strong>clive do terreno,<br />
das características do solo, em especial da sua permeabilida<strong>de</strong> à água, do sistema <strong>de</strong> cultivo e<br />
<strong>de</strong> protecção contra a erosão e, naturalmente, da quantida<strong>de</strong> e intensida<strong>de</strong> das chuvas. O risco<br />
<strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> azoto e <strong>de</strong> outros nutrientes nas águas <strong>de</strong> escoamento é especialmente elevado<br />
quando, logo após a aplicação <strong>de</strong> fertilizantes à superfície do solo, ocorrem chuvadas intensas.<br />
A aplicação <strong>de</strong> fertilizantes em terrenos <strong>de</strong>clivosos <strong>de</strong>verá, por isso, fazer-se por forma a<br />
reduzir ou eliminar tal risco: em ocasiões em que não seja provável a ocorrência <strong>de</strong> fortes<br />
chuvadas; <strong>de</strong>verá, por outro lado, proce<strong>de</strong>r-se, através <strong>de</strong> lavoura a<strong>de</strong>quada, à incorporação<br />
<strong>de</strong>sses fertilizantes no solo, em especial no caso <strong>de</strong> estrumes e <strong>de</strong> produtos similares que, pela<br />
sua natureza, ten<strong>de</strong>m a ser mais facilmente arrastados pelas águas <strong>de</strong> escoamento superficial.