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Código de Boas Práticas Agrícolas - Direcção Regional de ...

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• Azoto disponibilizado pelo solo (S)<br />

Na sua quase totalida<strong>de</strong>, o azoto que se encontra no solo faz parte da matéria orgânica e por<br />

isso apenas uma diminuta fracção se encontra imediatamente assimilável pelas plantas. O<br />

azoto orgânico, como já anteriormente se referiu, para po<strong>de</strong>r ser utilizado pelas culturas terá <strong>de</strong><br />

passar à forma mineral, primeiro a azoto amoniacal e <strong>de</strong>pois a azoto nítrico, o que acontece<br />

gradualmente pela mineralização ou <strong>de</strong>composição da matéria orgânica do solo.<br />

A matéria orgânica do solo é, habitualmente, bastante heterogénea, constituída por fracções <strong>de</strong><br />

composição muito diversa sobretudo no que respeita ao valor da relação C/N (carbono /azoto).<br />

Umas, com valores <strong>de</strong>ssa relação da or<strong>de</strong>m dos 8-10, atingiram já bastante estabilida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>compõem-se, por isso, muito lentamente, representando o que vulgarmente se <strong>de</strong>signa por<br />

húmus; outras, com valores bastante superiores, são se<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong> microbiana mais<br />

ou menos intensa em condições a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> temperatura, <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> e arejamento,<br />

<strong>de</strong>compondo-se ou mineralizando-se mais rapidamente que o húmus em que,<br />

progressivamente, se vão transformando.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da fertilização, interessaria conhecer com bastante aproximação a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> azoto mineral que o solo vai libertando em condições <strong>de</strong> ser utilizado pela<br />

cultura. Tal não é possível, no entanto, dada a complexida<strong>de</strong> do processo, a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

factores que nele intervêm e a imprevisibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>les.<br />

Não se dispõe, por isso, <strong>de</strong> um método laboratorial suficientemente seguro e fiável para<br />

<strong>de</strong>terminar, com o rigor que seria <strong>de</strong>sejável, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> azoto mineral disponibilizado pelo<br />

solo durante o período activo da cultura.<br />

Há, no entanto, métodos que permitem medir com bastante rigor o teor <strong>de</strong> azoto mineral (Nmin)<br />

do solo num <strong>de</strong>terminado momento. A informação assim obtida, que po<strong>de</strong> converter-se em<br />

kg/ha <strong>de</strong> azoto assimilável, embora insuficiente, vem, no entanto, a ser cada vez mais utilizada<br />

na formulação das recomendações da fertilização azotada <strong>de</strong> algumas culturas em certas<br />

regiões nas quais se proce<strong>de</strong>u aos necessários estudos.<br />

Na falta <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação rigorosa da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> azoto que o solo é capaz<br />

<strong>de</strong> disponibilizar para a cultura, po<strong>de</strong>rá recorrer-se ao cálculo <strong>de</strong> uma estimativa, embora<br />

grosseira, <strong>de</strong>ssa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se conheça o teor <strong>de</strong> matéria orgânica do solo.<br />

Admitindo para esta um valor <strong>de</strong> 12 para a relação C/N e uma taxa <strong>de</strong> mineralização anual<br />

variando entre 2 e 3% conforme as características do solo e as condições climáticas médias<br />

prevalecentes em Portugal, estima-se que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> azoto mineral disponível<br />

anualmente será da or<strong>de</strong>m dos 30 a 45 kg por hectare por cada unida<strong>de</strong> percentual <strong>de</strong> matéria<br />

orgânica da camada arável <strong>de</strong> solos <strong>de</strong> textura fina ou <strong>de</strong> textura ligeira, respectivamente.<br />

Porém, nem todo o azoto do solo mineralizado ao longo do ano fica disponível para as<br />

diferentes culturas; apenas o que existe no solo na altura da sementeira ou plantação e aquele<br />

que é mineralizado durante o período <strong>de</strong> activo crescimento da cultura é susceptível <strong>de</strong> ser<br />

utilizado por esta. Haverá, por isso, para efeitos <strong>de</strong> cálculo da adubação, que ter em conta o<br />

período em que as culturas ocupam efectivamente o terreno. Assim, será <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar apenas<br />

2/3 daqueles valores para as culturas <strong>de</strong> Primavera-Verão, 3/4 ou 1/2 para os cereais <strong>de</strong><br />

Outono-Inverno consoante já cubram bastante bem o terreno ou, pelo contrário, este se<br />

encontre ainda nu ou escassamente coberto pela seara aquando da eventual ocorrência <strong>de</strong><br />

fortes chuvadas que originem a lavagem mais ou menos intensa dos nitratos acumulados no<br />

perfil do solo; será <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a totalida<strong>de</strong> daqueles valores no caso <strong>de</strong> culturas como<br />

forragens e pastagens plurianuais que ocupem permanentemente o solo.<br />

• Azoto fornecido ao solo através <strong>de</strong> <strong>de</strong>posições atmosféricas secas (poeiras)<br />

ou húmidas (chuvas e neve) e/ou através da água <strong>de</strong> rega (A)<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> azoto recebido pelo solo através das poeiras, das chuvas e da neve po<strong>de</strong><br />

variar consi<strong>de</strong>ravelmente com a região e tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s que nela se <strong>de</strong>senvolvem. De

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