Código de Boas Práticas Agrícolas - Direcção Regional de ...
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a incorporação dos <strong>de</strong>jectos produzidos, permitirão, juntamente com os cuidados anteriormente<br />
mencionados, a produção <strong>de</strong> um material fertilizante <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> razoável.<br />
No Anexo 6 indica-se a quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> diversos materiais <strong>de</strong> camas utilizados por animal<br />
estabulado, conforme o sistema <strong>de</strong> estabulação.<br />
2 - ACERCA DO ARMAZENAMENTO DOS EFLUENTES<br />
Os <strong>de</strong>jectos produzidos nas explorações pecuárias, bem como os estrumes, chorumes e<br />
compostos que a partir <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>rão obter-se, <strong>de</strong>verão ser utilizados na fertilização dos solos<br />
e das culturas <strong>de</strong> forma tecnicamente correcta para <strong>de</strong>les conseguir retirar o melhor proveito<br />
sem fazer perigar a qualida<strong>de</strong> do ambiente. Haverá, por isso, que aplicá-los nas quantida<strong>de</strong>s e<br />
épocas mais a<strong>de</strong>quadas, o que obrigará a ter <strong>de</strong> armazená-los durante períodos maiores ou<br />
menores <strong>de</strong> tempo. As explorações agro-pecuárias necessitarão, por isso, <strong>de</strong> instalações<br />
apropriadas com capacida<strong>de</strong> suficiente para conservar em boas condições essas matérias<br />
fertilizantes até à altura em que elas <strong>de</strong>vam ser aplicadas. Tais instalações <strong>de</strong>verão ser<br />
operadas <strong>de</strong> forma a evitar ou a reduzir ao máximo a poluição das águas, superficiais ou<br />
freáticas, e do ar.<br />
Para dimensionar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas instalações haverá que ter em conta a produção diária<br />
total <strong>de</strong> efluentes, chorumes e/ou estrumes, e o período <strong>de</strong> armazenagem capaz <strong>de</strong> assegurar<br />
a utilização <strong>de</strong>ssas matérias fertilizantes nas alturas mais a<strong>de</strong>quadas, o que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das<br />
condições climáticas prevalecentes na região, da forma como <strong>de</strong>corre o tempo, das culturas e<br />
do tipo <strong>de</strong> solo.<br />
No caso <strong>de</strong> estrumes bastará consi<strong>de</strong>rar um período <strong>de</strong> 3-4 meses; no que respeita a<br />
chorumes ter-se-á que alargar esse período para 5-6 meses.<br />
Haverá que ter especial cuidado na concepção e construção das fossas e tanques <strong>de</strong> recolha e<br />
armazenamento <strong>de</strong> chorumes, por forma a assegurar a impermeabilida<strong>de</strong> das pare<strong>de</strong>s e dos<br />
pavimentos e, assim, reduzir ou eliminar os riscos <strong>de</strong> fugas <strong>de</strong> chorume com os inconvenientes<br />
daí resultantes.<br />
Por uma questão <strong>de</strong> segurança e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gestão, convirá que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />
tanque ou fossa <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> chorume não exceda os 5 000 m 3 , sendo preferível que<br />
se situe entre os 2 000 e os 3 000 m 3 . O seu projecto <strong>de</strong>ve ser confiado a técnicos<br />
especialistas na matéria.<br />
Relativamente aos estrumes, convirá guardá-los, como atrás se referiu, em recintos<br />
apropriados, se possível protegidos das águas das chuvas, com pavimento impermeável, em<br />
pilhas ou medas, até dois metros <strong>de</strong> altura, que periodicamente são revolvidas para facilitar um<br />
conjunto <strong>de</strong> transformações microbianas aeróbias através das quais se conseguirá a sua<br />
maturação. Durante este processo verifica-se, em condições normais, uma abundante<br />
libertação <strong>de</strong> calor, atingindo a temperatura do estrume valores suficientemente elevados para<br />
<strong>de</strong>struir a maior parte dos microrganismos patogénicos e as sementes <strong>de</strong> ervas daninhas<br />
eventualmente presentes.<br />
3 - ESCORRÊNCIAS DE SILAGEM<br />
As escorrências provenientes <strong>de</strong> instalações (silos) on<strong>de</strong> se conservam forragens mais ou<br />
menos em ver<strong>de</strong> (silagem) são ricas em substâncias orgânicas facilmente bio<strong>de</strong>gradáveis,<br />
algumas <strong>de</strong>las azotadas, possuindo, por isso, um gran<strong>de</strong> potencial poluente. Quando são<br />
lançadas nos cursos <strong>de</strong> água, po<strong>de</strong>rão causar graves problemas <strong>de</strong> poluição <strong>de</strong>vido, por um<br />
lado, à sua elevada carência bioquímica <strong>de</strong> oxigénio (CBO) que originará uma redução maior<br />
ou menor da taxa <strong>de</strong> oxigénio dissolvido na água, pondo em causa a sobrevivência dos peixes<br />
e, por outro, veiculando quantida<strong>de</strong>s maiores ou menores <strong>de</strong> nutrientes que contribuirão para a<br />
eutrofização das águas com todos os inconvenientes daí resultantes. Estes efluentes são,<br />
ainda, bastante corrosivos, atacando não só o cimento, mas, até, o próprio aço.