Código de Boas Práticas Agrícolas - Direcção Regional de ...
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<strong>de</strong>ixando passar o azoto ureico para a solução do solo. É a Sulfur-Coated Urea (SCU) da<br />
literatura americana.<br />
8 - CORRECTIVOS ORGÂNICOS<br />
A fertilização azotada das culturas é habitualmente feita através da aplicação <strong>de</strong> adubos<br />
a<strong>de</strong>quados. No entanto, há uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> natureza orgânica, alguns<br />
dos quais subprodutos das explorações agrícolas e agropecuárias, como estrumes, compostos,<br />
resíduos das culturas, etc, que são habitualmente usados como correctivos orgânicos do solo<br />
com o objectivo fundamental <strong>de</strong> melhorar as suas características físicas, químicas e biológicas.<br />
Para além dos estrumes, compostos e resíduos das culturas, também po<strong>de</strong>m produzir-se nas<br />
explorações agro-pecuária outros materiais fertilizantes como chorumes e, ainda, águas<br />
residuais e lamas <strong>de</strong> <strong>de</strong>puração resultantes do tratamento dos efluentes provenientes das<br />
unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> criação intensiva <strong>de</strong> animais, <strong>de</strong>signadamente das suiniculturas.<br />
Fora do âmbito das explorações agrícolas e pecuárias, como subprodutos <strong>de</strong> algumas<br />
indústrias, em especial das indústrias agro-alimentares e florestais, bem como da<br />
compostagem dos resíduos sólidos urbanos (RSU) e do tratamento dos esgotos domésticos ou<br />
urbanos, geram-se hoje gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> materiais cujo <strong>de</strong>stino mais racional será o<br />
seu uso na fertilização do solo.<br />
Todos estes produtos veiculam maiores ou menores quantida<strong>de</strong>s dos diversos nutrientes, entre<br />
eles o azoto que po<strong>de</strong> encontrar-se inteira ou parcialmente sob forma orgânica conforme o<br />
grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição ou mineralização que os correctivos já sofreram.<br />
Até há cerca <strong>de</strong> um século e meio, antes do advento dos adubos químicos, eram sobretudo os<br />
estrumes que os agricultores tradicionalmente utilizavam, para manter ou melhorar a fertilida<strong>de</strong><br />
do solo e o seu potencial produtivo.<br />
Nos planos <strong>de</strong> fertilização das culturas, e num contexto em que se procura racionalizar a<br />
gestão do azoto, não apenas por razões <strong>de</strong> economia mas, sobretudo, por exigências <strong>de</strong><br />
natureza ambiental, é indispensável entrar em linha <strong>de</strong> conta com o contributo em azoto dos<br />
diferentes correctivos orgânicos que possam incorporar-se no solo. Nesse sentido se faz uma<br />
breve referência às características mais relevantes <strong>de</strong>sses correctivos.<br />
8.1 - Estrumes e chorumes<br />
A composição dos estrumes varia bastante com a espécie pecuária, sua ida<strong>de</strong> e fim com que é<br />
explorada, com o seu regime alimentar e tipo <strong>de</strong> estabulação, com a quantida<strong>de</strong> e natureza do<br />
material utilizado nas camas, com a técnica <strong>de</strong> produção utilizada e com outros factores.<br />
Os nutrientes contidos nos estrumes são sobretudo provenientes dos <strong>de</strong>jectos (fezes e urinas)<br />
que neles são incorporados. No Anexo 1 indicam-se as quantida<strong>de</strong>s médias <strong>de</strong> alguns<br />
nutrientes excretados anualmente por unida<strong>de</strong> animal das principais espécies pecuárias.<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estrumes e <strong>de</strong> chorumes produzidos anualmente nas explorações por unida<strong>de</strong><br />
animal varia sobretudo com as espécies pecuárias e os sistemas <strong>de</strong> exploração.<br />
O tipo <strong>de</strong> estrume produzido <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> palhas e/ou <strong>de</strong> outros materiais<br />
usados nas camas, da proporção <strong>de</strong> fezes e urina que elas absorvem, da temperatura atingida<br />
durante a fermentação, do grau <strong>de</strong> curtimenta final, po<strong>de</strong>ndo obter-se estrumes mais ou menos<br />
palhosos e mais ou menos ricos em nutrientes, conforme os casos.<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chorume <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, também, do seu grau <strong>de</strong> diluição com águas <strong>de</strong> lavagem<br />
dos estábulos e outras que afluem à fossa on<strong>de</strong> são recolhidas as urinas com quantida<strong>de</strong>s<br />
maiores ou menores <strong>de</strong> fezes em suspensão e com restos <strong>de</strong> rações, <strong>de</strong> palhas, <strong>de</strong> fenos, <strong>de</strong><br />
silagem ou <strong>de</strong> outros materiais.