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Código de Boas Práticas Agrícolas - Direcção Regional de ...

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FERTILIZANTES CONTENDO AZOTO E SEU COMPORTAMENTO NO<br />

SOLO<br />

Na fertilização dos solos e das culturas po<strong>de</strong> utilizar-se uma extensa gama <strong>de</strong> fertilizantes<br />

fornecedores <strong>de</strong> azot o, sejam adubos, sejam correctivos orgânicos. Neles o azoto po<strong>de</strong><br />

encontrar-se sob diferentes formas químicas a que correspon<strong>de</strong>m diversos comportamentos no<br />

solo.<br />

A escolha do fertilizante mais a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários factores, nomeadamente do tipo <strong>de</strong><br />

solo e da cultura, das características climáticas da região e da própria técnica da aplicação do<br />

fertilizante. Julga-se <strong>de</strong> interesse referir, embora <strong>de</strong> forma muito sumária, as formas químicas<br />

sob que po<strong>de</strong>rá encontrar-se o azoto nos fertilizantes e o seu comportamento no solo. Será em<br />

função <strong>de</strong>ste comportamento, e tendo em conta os factores apontados, que po<strong>de</strong>rá optar-se<br />

pelo fertilizante mais apropriado.<br />

Nos fertilizantes vulgarmente mais utilizados o azoto po<strong>de</strong>rá encontrar-se sob forma nítrica,<br />

sob forma amoniacal ou sob forma orgânica. Em condições normais <strong>de</strong> temperatura e <strong>de</strong><br />

humida<strong>de</strong> no solo, tanto o azoto amoniacal como o azoto orgânico ten<strong>de</strong>rão a passar<br />

gradualmente à forma nítrica, através <strong>de</strong> um conjunto mais ou menos complexo <strong>de</strong><br />

transformações operadas por diversos microrganismos.<br />

As plantas absorvem fácil e rapidamente o azoto sob forma nítrica, isto é, sob forma <strong>de</strong> ião<br />

nitrato. Os nitratos são sais extremamente solúveis em água e o ião nitrato não é susceptível<br />

<strong>de</strong> ser retido, pelo menos em quantida<strong>de</strong> apreciável, pelo complexo <strong>de</strong> adsorção do solo (argila<br />

e húmus, sobretudo), nem reage com outros constituintes para dar origem a compostos<br />

insolúveis ou <strong>de</strong> solubilida<strong>de</strong> mais ou menos reduzida. Daí a gran<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que é<br />

dotado e, por isso, as gran<strong>de</strong>s perdas a que está sujeito, sendo facilmente arrastado para as<br />

camadas mais profundas do solo pelas águas <strong>de</strong> percolação. Os nitratos po<strong>de</strong>rão ser, assim,<br />

perdidos para os cursos <strong>de</strong> água e para os lençóis freáticos, originando progressivamente a<br />

sua poluição.<br />

Contrariamente ao que acontece com o azoto nítrico, o azoto amoniacal, sob a forma <strong>de</strong> ião<br />

amónio, é facilmente retido pelo complexo <strong>de</strong> adsorção do solo e, por isso, não fica sujeito às<br />

perdas por lixiviação nas águas <strong>de</strong> percolação. Em condições normais <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> e<br />

temperatura vai, no entanto, sob a acção das nitrobactérias, convertendo-se progressivamente<br />

em nitrato, antes <strong>de</strong> ser absorvido pelas plantas. Uma vez convertido em nitrato, o azoto<br />

amoniacal passa a ter o mesmo comportamento do azoto nítrico no solo.<br />

O azoto orgânico po<strong>de</strong> encontrar-se nos fertilizantes orgânicos sob diferentes formas, em<br />

especial sob a forma proteica. O azoto da ureia e da cianamida é, do ponto <strong>de</strong> vista químico,<br />

azoto orgânico, mas no domínio dos adubos convencionou-se consi<strong>de</strong>rar a ureia e a cianamida<br />

cálcica adubos minerais e não adubos orgânicos.<br />

O azoto orgânico, uma vez incorporado no solo, fica sujeito a um conjunto <strong>de</strong> sucessivas<br />

transformações (aminização, amonificação e nitrificação) realizadas por diversos<br />

microrganismos. Tais transformações, que globalmente se <strong>de</strong>signam por mineralização do<br />

azoto, têm como resultado final a conversão do azoto orgânico em azoto nítrico, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

passar por azoto amoniacal.<br />

O azoto orgânico não está imediatamente disponível para as plantas. Estas só po<strong>de</strong>m absorvêlo<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mineralizado. Antes disso é fortemente retido no solo e não se per<strong>de</strong> nas águas <strong>de</strong><br />

lixiviação. A sua mineralização é um processo gradual e assaz complexo e a rapi<strong>de</strong>z com que<br />

se <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> numerosos factores ambientais, em especial das condições <strong>de</strong><br />

temperatura, humida<strong>de</strong>, arejamento e grau <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z do solo.

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