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RESUMOS E PAINÉIS DE HISTÓRIA - IEPS

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A GUERRA DO PARAGUAI E A FORMAÇÃO DOS<br />

BATALHÕES <strong>DE</strong> VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, NAS<br />

OBRAS <strong>DE</strong> TAUNAY E CERQUEIRA<br />

RODRIGUES, Itacir<br />

G-História (FAFIUV)<br />

KOBELINSKI- Michel - Orientador (Prof. Dr. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

Esta pesquisa tem como enfoque a Guerra do Paraguai<br />

(1864-1870), também conhecida como a Guerra da<br />

Opressão pelos paraguaios. Freqüentemente são<br />

apresentadas idéias que geram controvérsias diversas sobre<br />

as personagens, datas, números e os motivos que levaram o<br />

Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai a entrarem num<br />

conflito armado de grandes proporções. O tema é<br />

pertinente, pois ainda existem lacunas, as quais os<br />

historiadores procuram preencher com a reinterpretarão de<br />

documentos e a descoberta de novas fontes. Pretende-se<br />

analisar como ocorreu a formação dos Batalhões de<br />

Voluntários da Pátria, os motivos desse recrutamento, além<br />

de verificar como esse processo transcorreu nas províncias<br />

brasileiras a partir da interpretação das obras do Visconde<br />

de Taunay (Retirada de Laguna) e Dionísio Cerqueira<br />

(Reminiscências da Campanha do Paraguai). Pretende-se<br />

investigar como as produções historiográficas<br />

influenciaram umas às outras formando um emaranhado de<br />

opiniões que constantemente confundem os especialistas.<br />

Nesse sentido, a pesquisa procura refletir a partir da Nova<br />

História Militar Brasileira, os processos políticos sociais e<br />

militares desencadeados por esta guerra, pois o fim do<br />

confronto foi marcado por transformações significativas<br />

como o advento da República, o fim da escravatura, o fim<br />

da influência do Antigo Regime Português na formação do<br />

exercito nacional, e mesmo uma constituição identitária do<br />

povo brasileiro.<br />

CINEMA E <strong>HISTÓRIA</strong>: UMA ABORDAGEM<br />

POSSÍVEL PARA O ESTUDO E O ENSINO <strong>DE</strong><br />

<strong>HISTÓRIA</strong><br />

COR<strong>DE</strong>IRO, Geciele Carla Gomes<br />

G-História (FAFIUV)<br />

GOHL, Jefferson Wilian – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

Propomos nesse trabalho uma abordagem inicial sobre o<br />

estudo e o ensino da história utilizando a linguagem do<br />

cinema. Para tanto nos basearemos em estudos de<br />

historiadores como Marc Ferro e Marcos Napolitano, para<br />

os quais, não só a tarefa é possível como também necessária<br />

devido ser o cinema uma linguagem acessível ao grande<br />

público, e por muitas vezes, “mascarar” o conhecimento ou<br />

aquilo que se entende como sendo a “verdade histórica”,<br />

desse mesmo público. Portanto, essa proposta apresenta-se<br />

<strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

válida e adequada a tarefa do historiador que é buscar a<br />

história nos mais diversos meios, entendendo o homem<br />

como um agente ativo nesse processo.<br />

MULHER E MITO NÓRDICO<br />

COLITA, Bruna Letícia<br />

G-História (FAFIUV)<br />

Bolsista Fundação Araucária<br />

BUENO, André – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

A proposta do trabalho é demonstrar a importância que a<br />

mulher nórdica possuía durante o período Viking (799 –<br />

1066 d.c.), estabelecendo uma ligação concomitante com o<br />

período medieval em que o modo de tratamento, voz ativa e<br />

valorização da mulher decaem consideravelmente no<br />

restante da Europa. Nosso intuito neste caso, é trazer como<br />

foco principal a mulher dentro de suas características de<br />

responsabilidades sociais e no plano imaginário mitológico,<br />

fazendo com que nossa proposta trate do gênero,<br />

embasando-se assim em autores como José Rivair Macedo,<br />

Joan Scott, Suzanne Fonay Wemple, dentre outros que<br />

tratam diretamente o gênero feminino ligado aos fatores<br />

sociais de modo geral. Igualmente, ao tratarmos do plano<br />

imaginário-mitológico, nos embasamos em autores como<br />

Johnni Langer, Marlon Ângelo Maltauro, Mircea Eliade,<br />

José Carlos Leal, que se voltam principalmente aos<br />

aspectos religiosos das sociedades antigas. A intenção é<br />

assimilarmos os dois mundos – mitológico e social – e para<br />

isto, desenvolveremos uma pesquisa apresentando<br />

exemplos das funções femininas, seu papel e como ele se<br />

desenrolava em meio a uma sociedade que valorizava<br />

primeiramente o guerreiro homem, com seu espírito bélico,<br />

sua capacidade física. Mas, ao mesmo tempo em que a<br />

sociedade nórdica é patriarcal, percebe-se a importância e<br />

valorização do feminino, que se torna visível pelas funções<br />

a elas atribuídas. Citamos como exemplo, no decorrer da<br />

pesquisa, o caso das Valquírias, mulheres guerreiras, filhas<br />

do Odin - principal deus nórdico – posto que elas se tornam<br />

responsáveis pelo destino dos homens nos campos de<br />

batalha, encaminhando-os a Valhalla para ali repousarem<br />

até o dia da “batalha final”. Na sociedade, desempenhavam<br />

papéis de educadoras, profetizas, sacerdotisas, cultivavam o<br />

campo e eram responsáveis pelo lar. Sabendo as limitações<br />

da mulher, dando ênfase ao equilíbrio que a valorização do<br />

papel feminino conquista neste período, nossa proposta é<br />

um desafio aos conceitos medievais e suas concepções<br />

usuais. Para finalizar, esta comunicação apresenta uma<br />

etapa inicial de minha pesquisa referente ao mesmo tema,<br />

que desenvolvo como bolsista de Iniciação Científica pela<br />

Fundação Araucária.<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

1


LEGISLATIVO, PO<strong>DE</strong>R POLÍTICO E<br />

TERRITÓRIO: O CASO DO MUNICÍPIO <strong>DE</strong> TRÊS<br />

BARRAS-SC<br />

LIMA, Soeli Regina<br />

PG-Mestrado em Geografia-UFPR<br />

(Pesquisa para Câmara Municipal de Três Barras)<br />

(Comunicação Oral)<br />

Esta pesquisa visa estabelecer uma ligação entre o<br />

território, na perspectiva geográfica e, o poder político,<br />

associado à influência dos seus representantes no<br />

Legislativo. Procuramos identificar aspectos sociais,<br />

culturais e econômicos do município através das ações<br />

empreendidas por seus representantes políticos, mais<br />

especificamente dos vereadores. A princípio realizamos<br />

uma reflexão histórica, mesmo que limitada da evolução<br />

das Câmaras no território brasileiro. Analisamos o<br />

município de Três Barras (SC), quanto a sua delimitação<br />

político territorial. Este, foi Distrito de Rio Negro (1913) e<br />

município do Paraná (1914-1916) e que devido ao acordo<br />

de limites, no término da Guerra do Contestado retornou a<br />

categoria de Distrito sob jurisdição Catarinense. Quanto ao<br />

Legislativo, após leitura da Atas de Sessões da Câmara de<br />

Vereadores de Três Barras - SC foram selecionadas<br />

informações que demonstram a evolução da cidade, nos<br />

seus mais diferentes aspectos. Desta forma, o município<br />

transparece através dos atos de seus representantes<br />

políticos. O enfoque prosopográfico, ou seja, de biografias<br />

coletivas dos presidentes da Câmara Municipal, foi<br />

relacionada com o contexto histórico em que se<br />

inscreveram. A narrativa foi construída de forma a discernir<br />

os fatos como decorrentes de um processo sem o intuito de<br />

analisá-los comparativamente. Os dados qualitativos,<br />

referentes às entrevistas, foram delimitados visando relatar<br />

características básicas comuns a todos os biografados.<br />

Foram analisados ainda dados estáticos das eleições<br />

municipais (1961-2004), bem como o perfil dos eleitores<br />

tresbarrenses (2008). Como fonte de consulta utilizamos as<br />

Atas de Sessões da Câmara de Vereadores de Três Barras -<br />

SC, Canoinhas-SC e Rio Negro-PR, de entrevistas diretas,<br />

dados do TRE - Tribunal Regional Eleitoral de Santa<br />

Catarina, IBGE, do Arquivo Público do Paraná e pesquisas<br />

bibliográficas. Analisamos dialeticamente a evolução<br />

político territorial do município de Três Barras, num<br />

constante debate entre as fontes. Concluímos que as ações<br />

empreendidas pelo poder político, mesmo que em<br />

diferentes temporalidades, estão intrinsecamente ligadas<br />

aos aspectos culturais, sociais e econômicos locais.<br />

OS MAÇONS E SEUS I<strong>DE</strong>ÁRIOS NA<br />

IN<strong>DE</strong>PENDÊNCIA DO BRASIL<br />

SOUZA, Sérgio Mauro Nunes de<br />

G- História (FAFIUV)<br />

GOHL, JefFerson William – Orientador Ms. (FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

Nenhuma outra instituição abarcou tanto os ideais<br />

iluministas quanto a Maçonaria. Porém é de bom alvitre<br />

lembrar que a cultura ilustrada foi absorvida na Maçonaria<br />

de forma seletiva. A Independência do Brasil era uma<br />

Bandeira Maçônica, o que gerou muita discussão acerca dos<br />

fatos que motivaram e deram rumo a esse movimento<br />

político. E nesta conjunção a pesquisa se baseia na<br />

comparação de diversos contextos, a fim de buscar no<br />

imaginário popular os vários desdobramentos das relações<br />

sociais e políticas que determinaram o desenlace final que<br />

culminou na Independência. Analisar a Independência do<br />

Brasil como um ato isolado e efêmero, ou até um ato<br />

heróico, seria uma grande leviandade. Portanto, a<br />

Independência teve seus antecedentes na própria Europa, de<br />

onde se difundiam as idéias iluministas e,<br />

conseqüentemente com, a decadência do Regime<br />

Absolutista, abrangeu todas as conexões do Capitalismo<br />

Mercantil. No transcorrer da segunda metade do século<br />

XVIII e início do século XIX, o Brasil estava muito ligado<br />

a cultura européia, seja pelos filhos de fazendeiros que<br />

retornavam de estudos das Universidades Européias, seja<br />

pelos degredados, ou até pelos negociantes estrangeiros. A<br />

idéia de formação do Estado Nacional, o<br />

Constitucionalismo através do Contrato Social, estavam em<br />

voga.A literatura gerada em torno da Independência<br />

Brasileira, sob o signo ilustrado, é bastante diversificada, e<br />

nos leva a um horizonte ilimitado de interpretações sobre os<br />

fatos históricos. Para este fim foram avaliadas obras de<br />

autores maçons e de autores com pesquisas acadêmicas,<br />

sobre os temas e problemáticas a seguir: 1. a visão ufanista<br />

da maçonaria; 2. as ideologias presentes nas classes<br />

representativas; 3. a vida de D. Pedro I, sua posição quanto<br />

a Independência do Brasil e sua participação na Maçonaria;<br />

4. as relações políticas e a representação simbólica na<br />

figura do Rei D. João VI; 5. a importância da Imprensa<br />

como ferramenta de difusão de ideologias no imaginário<br />

popular; 6. a maçonaria como espaço de socialização e<br />

discussão de ideários políticos; e, alguns problemas na<br />

teorização literária na questão da Independência. Por fim, o<br />

sentido de ruptura era patente no início do século XIX no<br />

Brasil, bem como, o espírito revolucionário presente no<br />

imaginário popular foi adaptado à ideologia da elite<br />

intelectual e econômica. Partindo dessa premissa o trabalho<br />

vai no sentido de estabelecer uma relação entre o universo<br />

cultural da Independência do Brasil e seus resultados.<br />

USURPADORES, TYRANNUS E INFIÉIS NO REINO<br />

HISPANO-VISIGODO <strong>DE</strong> TOLEDO NO SÉCULO VII<br />

GREIN, Everton<br />

(Professor FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

A imagem do rei oferecida pelas fontes hispano-visigodas<br />

na Antigüidade Tardia (séculos VI-VII) obedecia, num<br />

primeiro momento, a um estereótipo do soberano ideal,<br />

cujo poder e autoridade eram exercidos como efeito do<br />

conjunto de suas virtudes em face dum poder legitimado.<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

2


Claro está que, tal construção teórica passava pelo crivo de<br />

elementos institucionais distintos, geralmente ligados à<br />

herança do pensamento político clássico romano, cuja<br />

perspectiva era de um governante que deveria estabelecer<br />

sua supremacia frente ao corpo político e social. Ademais, o<br />

modelo de soberano ideal fornecido pelo pensamento<br />

romano tardio, constituído por volta do século IV, obedecia<br />

ao estereótipo do princeps christianus sacratissimus, que<br />

segundo tal perspectiva projetava-se enquanto imagem<br />

característica de um reino cristão, verdadeiramente herdeiro<br />

do manto púrpuro. Ao contrário dos créditos firmados no<br />

campo ideológico, inexcedível e paradigmático até tempos<br />

recentes, a imagem do soberano ideal encontrou ao longo<br />

desse período um contraponto: o infiel. Tal antítese de<br />

poder é verificável especialmente a partir das primeiras<br />

décadas do século VII, apresentada claramente nas disputas<br />

nobiliárquicas. O infiel surgia deste modo como um<br />

elemento que, neste aspecto, seria nitidamente distanciado<br />

do sistema civilizatório, sendo, com efeito, correspondente<br />

de um arquétipo demonizado, que às vistas do cristianismo<br />

era ilustrado como algo a ser combatido. Com efeito, o<br />

objetivo desta reflexão é analisar alguns aspectos sobre as<br />

relações de poder no Reino Hispano Visigodo de Toledo no<br />

século VII, segundo a antítese do soberano ideal – o infiel –<br />

no reinado de Suinthila.<br />

A PRAÇA HERCÍLIO LUZ COMO ESPAÇO<br />

PÚBLICO: LUGAR <strong>DE</strong> VER E SER VISTO<br />

GASPARI, Leni Trentim<br />

FAFIUV<br />

(Comunicação oral)<br />

O significado social das praças tem um papel fundamental<br />

para a História, por constituir-se num espaço de registro<br />

vivo a perpetuar os costumes, modismos e estilos de uma<br />

sociedade num determinado tempo. Como espaço público<br />

têm sido cenários e testemunhas das mais diversas<br />

manifestações: do romantismo a encontros políticos, festas,<br />

reuniões para fins comerciais, culturais ou religiosos. Neste<br />

sentido são palcos e locais de vida, portanto, espaços de<br />

história, memória e identidade. Numa análise sobre a<br />

função da praça na vida citadina, constata-se papel de<br />

fundamental importância para a população, imprimindo<br />

relevantes significados na cultura de um povo, da<br />

antiguidade aos dias atuais, embora com manifestações<br />

diferentes. No Brasil, são inúmeras as praças com<br />

características próprias, de acordo com as atividades<br />

culturais, sociais e religiosas de cada cidade. Algumas delas<br />

destacam-se pelos espaços arborizados e ajardinados, com<br />

esculturas, monumentos e outros elementos que estão de<br />

alguma forma projetando a memória e a importância da<br />

história da cidade. Lugar de manifestações sociais, espaços<br />

de encontro e de visibilidade. Na história de Porto União da<br />

Vitória, as praças também tiveram, ao longo do tempo,<br />

papel significativo nos costumes da sociedade local. Esta<br />

pesquisa teve por objetivo contemplar questões que<br />

envolvem a situação histórica e social da Praça Hercílio<br />

Luz, localizada na cidade de Porto União, num recorte<br />

temporal que abrange as décadas de 30 e 40 do século<br />

passado e socializar os resultados por meio de publicação<br />

que venha contribuir para a educação patrimonial nas<br />

escolas, bem como, a preservação da memória na<br />

comunidade. O caminho metodológico foi a utilização de<br />

fontes primárias, pesquisa teórico-bibliográfica e fontes<br />

orais. Como resultados concretos destacam-se a produção<br />

de um artigo que apresenta parcialmente a história da<br />

mencionada praça, o qual encontra-se no prelo a ser<br />

publicado ainda em 2009, pela Fafi, no Livro “Fragmentos<br />

de Memória, Trechos do Iguaçu: olhares e perspectivas de<br />

história local”.<br />

FLORESTA BRASILEIRA <strong>DE</strong>SMATAMENTO E<br />

PRESERVAÇÃO<br />

CONSTANTINO, Paula Carolina Arendarchuck<br />

PG – História (FAFIUV)<br />

KOBELINSKI, Michel – Orientador (Prof. Dr. FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

A ampliação dos objetos de estudo da História considera<br />

atualmente as relações entre a natureza e a sociedade. Entre<br />

estes novos encaminhamentos está a história ambiental, que<br />

procura compreender as relações culturais, sociais e<br />

econômicas e as ações humanas sobre o “meio ambiente”.<br />

Neste sentido o presente trabalho tem por objetivo estudar a<br />

partir de uma documentação específica (Relatórios de<br />

Presidentes de Províncias) os ecossistemas florestais<br />

durante o período imperial da História Brasileira, a<br />

preservação e os processos de desmatamento.<br />

O <strong>DE</strong>SPERTAR DA CLIO: O CURSO <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

COMO ESPAÇO <strong>DE</strong> FORMAÇÃO INTELECTUAL E<br />

PROFISSIONAL FEMININA (FAFI 1960-1970)<br />

PAULA, Katiana Macedo Cavalcante de.<br />

G-História (FAFIUV)<br />

GASPARI, Leni Trentim – Orientadora (profª. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

Este estudo tem como tema as mulheres no ensino superior,<br />

especialmente no curso de História da Faculdade de<br />

Filosofia, Ciências e Letras de União da vitória – FAFI<br />

entre os anos de 1960 à 1970 partindo do processo de<br />

escolarização feminina, o seu tardio acesso ao sistema<br />

formal de ensino e a ligação existente entre sua formação<br />

educacional e profissional através das escolas normais -<br />

espaços de freqüência predominantemente feminina, onde<br />

as mulheres tiveram a primeira oportunidade de prolongar<br />

seus estudos e adquirirem a profissão socialmente aceita<br />

como feminina de professoras primárias, ocasionando a<br />

feminização do magistério nas séries iniciais.A partir da<br />

década de 1930 com a expansão do ensino superior as<br />

Universidades e Faculdades se estabeleceram como um<br />

possível novo espaço de atuação feminina, não que antes<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

3


desse período não existissem mulheres no ensino superior,<br />

mas seu acesso era dificultado pelo número reduzido de<br />

Faculdades e pela natureza dos cursos, que eram de<br />

carreiras marcadamente masculinas. Ingressar num curso<br />

superior passou a ser o desejo das jovens que outrora<br />

sonharam com o ingresso nas escolas normais. Esta<br />

pesquisa visa identificar se o curso de História da FAFI no<br />

período acima citado caracterizou-se como espaço<br />

privilegiado de formação intelectual e profissional<br />

feminina. Orientada por este pressuposto, a análise dos<br />

dados nos permitiu constatar a presença feminina desde a<br />

primeira turma a se licenciar em História no ano 1963, e<br />

que, a partir de 1965, as mulheres começaram a ser maioria<br />

no curso, além disso podemos perceber que a busca pelo<br />

ensino superior pelo foi impulsionada pelo desejo de<br />

adquirir mais conhecimentos e uma formação profissional<br />

mais completa.Para essas mulheres a formação a nível<br />

secundário não se mostrava mais suficiente para o que<br />

aspiravam. Visando cumprir os objetivos propostos<br />

utilizamos fontes primárias, fontes orais - memória de<br />

sujeitos participantes, além de fontes de cunho<br />

bibliográfico.<br />

A UNIFICAÇÃO ITALIANA E SUAS<br />

CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS PARA O<br />

PROCESSO <strong>DE</strong> IMIGRAÇÃO<br />

VIAL, Rogério<br />

G-História (FAFIUV)<br />

GREIN, Everton – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

A presente pesquisa tem como ponto principal a Unificação<br />

Italiana e as conseqüências dela para a economia da Itália<br />

na pós-unificação. Este processo que unificou o país trouxe<br />

a curto prazo uma crise econômica que conseqüentemente<br />

“expulsou” vários imigrantes, principalmente camponeses,<br />

para a América. O nacionalismo Italiano de Mazzini e<br />

Garibaldi, entre outros, dá a Itália seu formato próximo ao<br />

atual mas também cria internamente dificuldades que<br />

somente décadas depois reorganizaria novamente o estado<br />

italiano. Durante este período de conflitos internos e o<br />

processo de unificação, foi trilhado o caminho da imigração<br />

rumo a América. Não somente isso mas as bases do<br />

comunismo e do fascismo se dão em cima deste contexto<br />

histórico. Assim o objetivo principal é enfocar a crise<br />

posterior a 1870 e sua importância no processo que se inicia<br />

com a imigração. A pesquisa pretende utilizar fontes<br />

relacionada ao tema dentro do período histórico que vai<br />

entre 1850 a 1900, alem de fontes auxiliares como manuais<br />

digitais.<br />

O ALTRUÍSMO LITERAL BÚDICO ‘VERSUS’ A<br />

IMUTABILIDA<strong>DE</strong> NEOCONFUCIANA NO JAPÃO<br />

TOKUGAWA. ASCENSÃO DO MANDATO<br />

CELESTE (TENMEI)<br />

JACINTO, Julio Cesar<br />

G-História –FAFI- União da Vitória – PR<br />

Orientador: Professor Dr. André Bueno<br />

(Comunicação Oral)<br />

Na presente comunicação será explorada a questão do<br />

Altruísmo búdico versus A Imutabilidade Neoconfuciana<br />

no Japão, ocorrido durante o Xogunato Tokugawa a partir<br />

do ano de 1603. Abordaremos algumas das manobras<br />

governamentais, entre elas o Sakoku (Isolamento<br />

Nacional), e sua correlação neoconfucionista. O contexto<br />

histórico japonês do século XVII é turbulento, e nesta<br />

instabilidade ocorreu a “importação” da Escola<br />

Neoconfuciana Chinesa, pontuada por um “jogo” de poder<br />

entre “Estado” e “Religião-Filosofia”, que pendeu de modo<br />

desigual muito mais para o lado político que metafísico. Por<br />

fim, essa disparidade é admitida justamente em prol de um<br />

maior controle social, pois o pensamento neoconfuciano, é<br />

materializado no plano político sobre o conceito de<br />

imutabilidade, que consistia basicamente em apresentar um<br />

Michi (caminho), e através deste oferecer um sentido<br />

moral-religioso, Tendo (Caminho Celeste), ou Tenmei<br />

(Mandato Celeste). Com a amplitude filosófica que o<br />

Neoconfucionismo demandava, a única instituição que teria<br />

arsenal ideológico o suficiente, para difundi-la seria<br />

obviamente a “igreja”, ou no caso japonês os templos<br />

budistas. Esse aparato começa a ser primeiramente<br />

revelado, através da produção literal búdica da época, da<br />

qual teremos a oportunidade de vislumbrar pequenos<br />

trechos, que nos darão a dimensão do forte controle do<br />

Estado sobre o budismo, e principalmente, de que forma<br />

esse controle operou, se de maneira conflituosa, ou<br />

consensual.<br />

O CASARÃO DOMIT: UMA CASA... MUITAS<br />

<strong>HISTÓRIA</strong>S...<br />

HAUBRICHT, Elaine<br />

G – História (FAFIUV)<br />

GASPARI, Leni Trentim. Orientadora Ms. (FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral )<br />

O presente trabalho tem por objetivo registrar e socializar a<br />

pesquisa realizada sobre a história do Casarão Domit,<br />

construída em 1928, na cidade de Irineópolis. A casa<br />

representa um bem patrimonial a ser preservado pelo<br />

significado histórico e social que a liga a região. Nesse<br />

contexto, o desenvolvimento do estudo contribui para a<br />

preservação e valorização da história e memória, na medida<br />

em que discute questões patrimoniais importantes à história<br />

local. A metodologia se dá na pesquisa bibliográfica, no<br />

trabalho com fontes orais e análise presencial do espaço<br />

físico da casa, seus móveis e adereços, permitindo que<br />

pudessemos ressaltar suas características principais e<br />

mostrar as histórias que estão “escondidas” dentro deste<br />

patrimônio, com intuito de preencher algumas lacunas<br />

existentes e contribuir para que este patrimônio seja<br />

elemento de interação com os cidadãos Irineopolitanos.<br />

Outro resultado a ser destacado é que esse estudo<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

4


oportunizará também a discussão com as escolas do ensino<br />

fundamental e médio por meio do nosso Estágio<br />

Supervisionado, momento em que daremos inicio a um<br />

trabalho com educação patrimonial junto aos alunos, tendo<br />

por foco a história do Casarão Domit como patrimônio<br />

histórico cultural da cidade.<br />

A MAGIA NA GRÉCIA ANTIGA<br />

CARDOSO, Jaquelline Maria.<br />

G- História (FAFIUV)<br />

BUENO, André da Silva<br />

Prof. Dr. Orientador (FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

Esta comunicação pretende analisar e apresentar alguns<br />

aspectos da antiga cultura grega, que ficou conhecida como<br />

o “berço da razão”. Como a história antiga provoca a<br />

reflexão e nos ensina muito sobre nós e nossa sociedade,<br />

nesta comunicação analisaremos como os gregos usavam<br />

do artifício de magia para fazer valer seu direito individual<br />

e como os rituais de feitiçaria desafiavam o poder da lógica<br />

e da razão dominante. A vingança entre os helenos tinha um<br />

valor positivo: deveria ser buscada por aqueles que se<br />

considerassem lesados por alguém. Seus rituais de magia<br />

eram celebrados por toda comunidade, visando atender<br />

pessoas que tivessem em perigo evocando os deuses nesse<br />

momento. Neste contexto, as mulheres eram consideradas<br />

as especialistas nas atividades mágicas, dominando o uso<br />

das ervas e poções do amor. Veremos também a<br />

justificação ao uso da magia em momentos de raiva, ódio e<br />

rancor para obter a vitória sobre o adversário. Para alguns<br />

autores, a magia integrava um processo evolutivo do qual<br />

seria o primeiro estágio; para outros era uma superstição,<br />

vestígio de uma religião muito antiga. Porém, não podemos<br />

negar que o praticante da magia era alguém que se sentia<br />

ameaçado, temendo perder algo e como solução busca<br />

forças alternativas no poder da magia para fazer valer o que<br />

considera seu por direito, independente de preceitos éticos e<br />

da lei que rege a comunidade a qual pertencem: busca-se<br />

uma salvação terrestre e não divina. Este é o objetivo desta<br />

apresentação: buscar interpretar as magias dessa época, e<br />

como essa cultura atravessa os séculos, inspiram<br />

pensadores e influenciam outras culturas.<br />

A OBRA MUSICAL <strong>DE</strong> CHICO BUARQUE ENTRE<br />

NOSTALGIA, CRÍTICA E UTOPIA: ANÁLISE<br />

HISTORIOGRÁFICA<br />

SUCH, José Roberto Corrêa.<br />

G-História<br />

GOHL, Jefferson William<br />

orientador (Prof. Fafiuv)<br />

O presente trabalho é originalmente parte integrante da<br />

minha monografia de graduação que analisa o disco A<br />

Ópera do Malandro de Chico Buarque. O objetivo principal<br />

dessa comunicação é realizar uma discussão acerca dos<br />

autores que analisaram a obra musical de Chico Buarque de<br />

Holanda, como Pedro Alexandre Sanches, Marcelo Ridenti,<br />

Tárik de Souza e, sobretudo, Adélia Bezerra de Menezes<br />

que, partindo da divisão da obra de Chico Buarque em três<br />

características principais feita por Alfredo Bosi (à saber:<br />

retorno nostálgico, variante utópica e vertente crítica),<br />

defende uma visão “em espiral” dessas características,<br />

derrubando uma idéia de “evolução linear” na obra do<br />

artista e em certa medida apontando traços críticos e<br />

utópicos nas canções do início da carreira do artista, vistas<br />

como nostálgicas e ingênuas, bem como a existência de<br />

músicas características do retorno nostálgico em canções<br />

gravadas posteriormente. Figura bastante ligada (ainda que<br />

a contragosto) à “canção de protesto” e à resistência à<br />

censura durante a ditadura militar (1964-1985), Chico<br />

Buarque também é apresentado nesse trabalho como um<br />

artista pertencente ao seu tempo. E como toda obra de arte é<br />

fruto do tempo onde ela surge, e por ser Chico Buarque um<br />

compositor com sensibilidade ao social e ao político, sua<br />

música acaba refletindo os problemas que país sofreu<br />

durante o regime político em questão. Assim, essas<br />

discussões a respeito da obra de Chico Buarque em torno<br />

dessas três características ajudam a compreender melhor a<br />

obra do compositor, situa-la no seu momento histórico e<br />

efetuar uma melhor análise, ao invés de apenas classificar<br />

sua obra como “música de protesto”, o que se no mínimo,<br />

um reduz e empobrece a obra de Chico Buarque.<br />

CEMITÉRIO MUNICIPAL <strong>DE</strong> UNIÃO DA VITÓRIA:<br />

ENTRE DOCUMENTOS E FOTOS<br />

KINGERSKI, Liliam Beatris<br />

PG- História (FAFIUV)<br />

GOHL, Jefferson William – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

Nesta pesquisa será discutido o tema referente ao Cemitério<br />

Municipal de União da Vitória. Este cemitério será<br />

analisado a partir de fontes que nos permitem verificar as<br />

permanências e transformações ocorridas no seu espaço no<br />

decorrer do tempo. A princípio, buscamos as origens desses<br />

campos santos na antiguidade e pudemos perceber que estas<br />

se mostraram relevantes para a atualidade, a sepultura<br />

evoluiu e conquistou um lugar individualizado, como uma<br />

medida de higiene e através dos mausoléus teve um lugar<br />

de destaque e perpetuação da memória do morto. Os<br />

documentos utilizados foram de fundamental importância<br />

para a realização deste trabalho: Através das fotos<br />

pretendemos realizar um inventário dos jazigos e mausoléus<br />

presentes neste espaço e podemos identificar essas<br />

mudanças comparadas ao seu projeto de execução original,<br />

e contar um pouco da história deste que foi o primeiro<br />

cemitério de União da Vitória. Este também se tornou um<br />

dos principais objetivos desta pesquisa, tomando por base o<br />

pouco que se sabe documentalmente a seu respeito, há uma<br />

necessidade de ampliar o conhecimento sobre este assunto<br />

ligado a uma “História da Morte”. O enfoque metodológico<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

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priorizou os jazigos e mausoléus por se tratarem de<br />

edificações privilegiadas do ponto de vista de uma<br />

arquitetura da morte, presentes em outras épocas e<br />

registradas na “longa duração” pela bibliografia acessada.<br />

A distribuição dos jazigos no espaço cemiterial de União da<br />

Vitória demonstra uma lógica citadina, já que podemos<br />

compará-lo com nossa própria cidade, e pontos de<br />

visualidade demarcadores de lugares e status específicos a<br />

estes jazigos e mausoléus, que se encontra em lugares<br />

privilegiados dentro desse espaço cemiterial. Apesar das<br />

dificuldades, principalmente da falta de fontes<br />

bibliográficas, é possível contar parte da história desse<br />

espaço sagrado que será verificado através do diálogo entre<br />

as fontes citadas.<br />

MORALIDA<strong>DE</strong> E HONRA: O CONTROLE DA<br />

SEXUALIDA<strong>DE</strong> FEMININA PARA MANUTENÇÃO<br />

DA HONRA FAMILIAR<br />

ESTACHESKI, Dulceli de Lourdes Tonet<br />

PG - História (FAFIUV)<br />

MARTINS, Ilton César – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

O presente artigo traz uma reflexão sobre a legitimação da<br />

violência nas relações sociais em prol da manutenção da<br />

honra e preservação de uma ordem social; apresenta a<br />

substancial diferença entre honra masculina e feminina -<br />

enquanto a primeira era entendida como um valor pessoal<br />

que conferia respeitabilidade em meio à comunidade e<br />

baseava-se no cumprimento do dever, na manutenção da<br />

palavra e na independência financeira, a segunda tinha<br />

como sinônimos a pureza, a castidade e a fidelidade, a<br />

mulher honesta era aquela virgem enquanto solteira, fiel<br />

enquanto casada e casta quando viúva. Aborda a severidade<br />

nas punições para os crimes sexuais contidas no Livro V<br />

das Ordenações Filipinas como resultado de uma sociedade<br />

que imprime em sua legislação os seus princípios religiosos<br />

e analisa o controle da sexualidade feminina por<br />

instituições que procuram punir a transgressão e restaurar a<br />

honra por meio de segregações e normatividade (Estado),<br />

penitências ou confinamentos (Igreja) ou casamento<br />

(família), pois a moralidade da mulher sustentava a honra<br />

do homem e da família. O interessante é perceber como<br />

estas três instâncias agem de forma articulada e uma pode,<br />

quando necessária, requisitar a ação de outra, ou outras,<br />

para cumprir sua própria função. Além do Livro V das<br />

Ordenações Filipinas, que para nós será entendido enquanto<br />

fonte, a pesquisa baseia-se em autores que discutem a<br />

temática como Caulfield, Priore, Algranti, entre outros.<br />

A TRANSIÇÃO DA ANTIGUIDA<strong>DE</strong> PARA A IDA<strong>DE</strong><br />

MÉDIA NO MUNDO OCI<strong>DE</strong>NTAL<br />

VIEIRA, Maytê Regina<br />

G-História (FAFIUV)<br />

BUENO, André – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

O objetivo deste trabalho é analisar o termo Antiguidade<br />

Tardia, que começou a ser difundido por volta de 1950,<br />

abarcando o período entre a Antiguidade Clássica e a Idade<br />

Média. O principal conceito de “Antiguidade Tardia” é o da<br />

transição da civilização ocidental, que deixou de ser a<br />

civilização clássica greco-romana e, contudo, não possuía<br />

ainda a configuração da civilização medieval. É um período<br />

de transformações, e a principal delas recai sobre a política<br />

influenciada de maneira marcante e permanente pelo<br />

cristianismo. O Império Romano torna-se o Império<br />

Cristão. Toda a questão a respeito da Antiguidade Tardia se<br />

deve as periodizações da história, e o que propõem os<br />

novos estudos sobre o período entre a Antiguidade Clássica<br />

e a Idade Média é a criação de uma nova divisão<br />

historiográfica que comporte, entre eles, a Antiguidade<br />

Tardia, vista como um período transitório entre a primeira e<br />

a segunda. Para esta interpretação serão usadas as obras dos<br />

autores que defendem esta mudança como H. I. Marrou, P.<br />

Brown, entre outros. Este período viu a vitória da<br />

monarquia sobre o principado tradicional romano, mesmo<br />

que este principado fosse ilusório. A instituição do poder<br />

absoluto e teocrático do monarca, baseado nas tradições<br />

romano tardias, que os germanos continuaram utilizando<br />

para legitimar seus governos. A propagação do cristianismo<br />

que fez os olhares se voltarem para o mundo sobrenatural,<br />

para um Deus onipotente e onipresente que aceitava a todos<br />

independente de status social, gênero ou descendência. A<br />

vulgarização do latim, a mudança nas artes e na literatura.<br />

Este processo determina, no conjunto, a formação dos<br />

elementos conceituais que nos permitem, enfim, denominar<br />

este período como Antiguidade Tardia. Para finalizar, esta<br />

comunicação apresenta uma etapa inicial de minha pesquisa<br />

referente ao mesmo tema, que desenvolvo como bolsista de<br />

Iniciação Científica pela Fundação Araucária.<br />

INQUISIÇÃO E BRUXARIA NA EUROPA SÉCULO:<br />

XIV-XVI<br />

BENZAK, Vera Maria<br />

G-História (FAFIUV)<br />

BUENO, André – Orientador (Prof. Dr./ FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

A presente pesquisa tem como objetivo compreender a ação<br />

do tribunal inquisitorial em relação a uma de suas vítimas<br />

mais conhecidas, tratando-se esta da bruxaria, visto que a<br />

crença na existência desta se tornava parte essencial da fé<br />

católica, principalmente em uma sociedade que via a ação<br />

do diabo por toda a parte. Nesse horizonte de crenças faziase<br />

necessário buscar responsáveis pelos males que<br />

assolavam a Europa, principalmente entre os séculos XIV e<br />

XVI, sendo atribuído às bruxas e feiticeiras a acusação de<br />

estarem provocando todos os infortúnios. Assim, o contexto<br />

no qual se inserem estas protagonistas da história é o<br />

mundo da inquisição, esse que era marcado por medos,<br />

sermões, delações, perseguições e autos de fé com bruxas<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

6


sendo queimadas em fogueiras. Em todo esse contexto,<br />

como a bruxa acaba se tornado objeto da inquisição? Nesta<br />

comunicação, portanto, pretende-se analisar os argumentos<br />

que a instituição eclesiástica utilizou para perseguir a bruxa,<br />

não deixando de salientar ainda a integração da mentalidade<br />

e do imaginário coletivo a respeito desta heresia, utilizandose<br />

ainda um rol de fontes bibliográficas, dando maior<br />

ênfase ao Malleus Maleficarum, que foi o principal manual<br />

de caça às bruxas do período, sendo uma importante fonte<br />

primária para compreender o tema em questão. Para<br />

finalizar, esta comunicação apresenta uma etapa inicial de<br />

minha pesquisa referente ao mesmo tema, que desenvolvo<br />

como bolsista de Iniciação Científica pela Fundação<br />

Araucária.<br />

CONSTRUÇÕES <strong>DE</strong> MA<strong>DE</strong>IRA DA CIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong><br />

MALLET: “LUGARES <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong> E MEMÓRIA”<br />

MIECZNIKOWSKI, Dieila Mara<br />

G-História (FAFIUV)<br />

GASPARI, Leni Trentim<br />

Orientadora (Ms. FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

O ser humano está constantemente procurando articular<br />

instrumentos e condições para viver melhor, para isso ele<br />

coloca a criatividade em inventos, em novas formas para<br />

facilitar a sobrevivência. Uma das formas mais perceptíveis<br />

desses fenômenos são as construções para moradia, lazer e<br />

educação, erguidas pelos imigrantes na cidade de Mallet,<br />

que passaram a ser ao longo dos tempos, símbolos de<br />

riqueza tornando-se espelhos de determinadas épocas,<br />

formando o que podemos chamar de Patrimônio Histórico<br />

Cultural. O presente trabalho buscou analisar essas<br />

construções de madeira da localidade como “lugares de<br />

história e memória”, sabendo que a história é escrita a partir<br />

de quem está pesquisando e a memória estando em<br />

constante movimento, conforme o instante político, social e<br />

cultural em que cada um está vivendo. Essa análise<br />

privilegiou especialmente o estudo do Colégio Santa Clara,<br />

da Casa do Povo e da casa onde foi a primeira farmácia da<br />

cidade, construída pelo Sr. Estanislau Gluszczynski,<br />

espaços que preservam grande parte da memória e história<br />

local. A preservação da cultura e história em nossas cidades<br />

ainda é restrita, pois não há uma conscientização voltada ao<br />

ato de preservar locais como estes que possibilitam os<br />

indivíduos a fazer uma leitura do local onde estão inseridos.<br />

Esse quadro pode ser revertido por meio de uma Educação<br />

Patrimonial voltada ao ato de preservar locais que fazem<br />

parte da história da cidade e refletem o sentir e o lembrar do<br />

povo. Como resultados constatamos que com estudos<br />

centrados na história local temos a possibilidade de<br />

investigar peculiaridades da formação da cidade de Mallet,<br />

representada pela sua arquitetura. A pesquisa foi<br />

desenvolvida por meio de embasamento teórico, fontes<br />

orais e a utilização de fontes primárias. Procuramos discutir<br />

a real importância desses “lugares de história e memória”<br />

por entendermos que é a partir dessas construções que<br />

possibilitaremos verificar os muitos fatores que influenciam<br />

o feito de agir e reagir de uma cidade, frente aos fenômenos<br />

sociais, políticos e culturais da atualidade.<br />

A INFLUÊNCIA DA MITOLOGIA GREGA NA<br />

CULTURA HELENÍSTICA<br />

ZANATTA, Leise Cristina<br />

G-História (FAFIUV)<br />

GREIN, Everton – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

Partindo da Mitologia Grega e sua relação com o complexo<br />

social, o objetivo desta comunicação é a análise das<br />

influências do mito no pensamento e na sociedade grega na<br />

Época Clássica, como forma de significação para a vida<br />

social. Para tanto, faremos uma discussão a partir da<br />

historiografia francesa, especialmente concentrada no<br />

legado de Jean Pierre Vernant, o qual trabalha com o<br />

arcabouço psicológico grego como forma de compreender<br />

esta sociedade em seus aspectos político, econômico e<br />

social. Igualmente, segundo a obra de Pierre Grimal que vê<br />

o mito como forma de regularização da sociedade grega.<br />

Esta é uma metodologia centrada na relação entre o mito e a<br />

sociedade. Objetiva-se, desse modo, a verificação do teor<br />

de influências da mitologia em alguns aspectos da vida<br />

social, tais como a tomada de decisões por parte da política,<br />

fenômenos de ordem natural, como sendo de atribuição<br />

divina, também as virtudes conquistadas pelos indivíduos<br />

desta sociedade, os sucessos, as desventuras, as atividades,<br />

as profissões, dentre outros aspectos imputados à mitologia<br />

na Grécia Clássica. Para os gregos, a própria visão de mito<br />

tinha as suas variações. Tudo o que norteava a sociedade<br />

grega, seja do bem ou do mal, eram conferidos aos deuses,<br />

já que o mito era o cerne de todos os princípios que<br />

envolviam esta sociedade.<br />

OS CRONISTAS DO BRASIL E AS “IMAGENS” DO<br />

“NOVO MUNDO”<br />

KOBELINSKI, Michel<br />

História (FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

Na exploração e conquista das Américas a contemplação da<br />

exuberância natural contrastou com as experiências<br />

humanas. Esses novos “olhares” evidenciaram-se como<br />

elementos de imposição e de dominação. Como essas<br />

vivências transformaram-se em construções míticas sobre<br />

as populações contatadas e sobre a natureza que lembrava o<br />

período diluviano, a intenção deste trabalho é analisar as<br />

crônicas coloniais (Pero Vaz de Caminha, Piloto Anônimo,<br />

Pero Lopes de Souza, Manuel da Nóbrega, Las Casas, Don<br />

Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, Hans Staden, André Thevet,<br />

Jean de Léry e Theodore De Bry) que resultaram em<br />

valorações edênicas ou satânicas estabelecidas nos contatos<br />

interculturais com as populações e a natureza americana<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

7


(século XVI). A proposta, embora panorâmica e<br />

fragmentária, estruturou-se na História das Sensibilidades,<br />

nos conceitos de paisagem e questiona a longa trajetória na<br />

qual a apreensão do Brasil, como o reino, da natureza<br />

assenta-se em mitos que excluem a presença humana e<br />

sustentam discursos contemporâneos que enaltecem os<br />

elementos naturais e degeneram a população brasileira,<br />

dissimulando sua integração à realidade.<br />

LEGITIMAÇÃO DA I<strong>DE</strong>NTIDA<strong>DE</strong> UCRANIANA EM<br />

BARREIROS POR MEIO DA ALIMENTAÇÃO<br />

HOLOVATY, Ana Daniele<br />

PG – História (FAFIUV)<br />

GOHL, Jefferson William<br />

Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

A seguinte pesquisa foi desenvolvida a partir de referências<br />

bibliográficas e entrevistas orais realizadas na comunidade<br />

de Barreiros (Porto União e União da Vitória) com o intuito<br />

de analisar as influências da etnia ucraniana nos costumes<br />

atuais no âmbito alimentar. Inicialmente foi realizada toda<br />

uma análise teórica a cerca do conceito de identidade, já<br />

que a abordagem relacionada à alimentação ucraniana<br />

reflete uma forma de legitimação cultural e social. O uso da<br />

metodologia de história oral também foi de fundamental<br />

apoio, pois os relatos orais enfatizam a importância de fazer<br />

uma história contínua. Isto é, a preservação dos hábitos<br />

alimentares dos ucranianos chama a atenção por prevalecer<br />

nos dias atuais, caracterizando assim, uma história do<br />

tempo presente. Tal pesquisa realiza uma comparação dos<br />

hábitos alimentares herdados pelos imigrantes ucranianos<br />

em nossa região em diferentes aspectos, isto é, quais foram<br />

suas influências na culinária regional, o que foi modificado<br />

com a aculturação desses imigrantes ou no contato com as<br />

diferentes etnias e também com o sertanejo local,<br />

ressaltando a relevância histórica para a comunidade em<br />

geral, por tratar de algo tão presente no cotidiano dos<br />

moradores locais.<br />

POLONESES EM MALLET: <strong>HISTÓRIA</strong> CULTURA<br />

E PATRIMÔNIO IMATERIAL<br />

PRZYBYCZEWSKI, Cleidi Lucimara<br />

(G – História – FAFIUV)<br />

Bolsista Fundação Araucária<br />

GASPARI, Leni Trentim – Orientadora Ms. (FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

O presente trabalho teve apoio da Fundação Araucária por<br />

meio do Programa de Iniciação Cientifica, e reflete em<br />

linhas gerais a imigração polonesa, os motivos que levaram<br />

o polonês a imigrar, bem como os fatores de atração pelo<br />

Brasil, a chegada no Paraná, suas dificuldades de<br />

adaptação, conquistas e contribuições. E tem como<br />

abordagem principal, o patrimônio imaterial desta etnia no<br />

município de Mallet. A pesquisa se concretizou por meio<br />

de material bibliográfico e entrevistas com pessoas da<br />

comunidade, buscando diagnosticar a preservação deste<br />

patrimônio pela comunidade malletense, principalmente:<br />

religiosidade, dança e música. Constatamos que mesmo que<br />

prejudicada devido a um processo natural de transformação,<br />

conseqüência da assimilação da cultura do país de destino<br />

pelo imigrante e valorizada apenas por parte da população<br />

de Mallet, a religiosidade assim como danças e músicas<br />

polonesas ainda estão presentes na comunidade malletense,<br />

como exemplo podemos nos referir à tradicional bênção<br />

dos alimentos na Páscoa, a procissão de Corpus Christi<br />

muito semelhante à da Polônia e ao Grupo Folclórico<br />

Polonês Mazury que se dedica a ensaios e apresentações de<br />

danças e canções. Esta revitalização da cultura polonesa,<br />

em relação à adaptação ao Brasil, tem como explicação<br />

mais convincente o sentimento de polonidade que<br />

descendentes ainda demonstram ter por meio de<br />

manifestações religiosas e artísticas. O sentimento de<br />

polonidade motiva a preservação. Este sentimento ainda<br />

presente na comunidade malletense precisa ser estimulado<br />

e valorizado para a formação de indivíduos conscientes da<br />

necessidade de preservação dos elementos pertencentes a<br />

sua identidade étnica.<br />

PARA ENTEN<strong>DE</strong>R A ÁSIA MO<strong>DE</strong>RNA<br />

BUENO, André (Prof. Dr. FAFIUV)<br />

Mini – Curso<br />

A Ásia Moderna continua sendo um desafio para a nossa<br />

compreensão histórica. Como essas civilizações<br />

conseguiram emergir, após o caos do século 20, em um<br />

espaço de tempo tão curto? Que experiências políticas e<br />

culturais tem movimentado a formação das estruturas<br />

internacionais desta imensa parte do mundo? Tais questões<br />

devem ser consideradas em focos específicos, que<br />

analisaremos neste mini-curso. Inicalmente, situaremos a<br />

história da Ásia no contexto colonial do século 19, e os<br />

modelos administrativos e culturais utilizados pelos<br />

europeus para construir um modo de convivência e<br />

dominação. No seguir, buscaremos analisar de que modo os<br />

movimentos nacionais asiáticos realizaram seus processos<br />

de independência, seja pela via de um resgate da cultura<br />

tradicional, seja pela inserção de novas teorias políticas<br />

importadas, como no caso do Marxismo. Por fim,<br />

tentaremos organizar um panorama geral sobre a atuação<br />

das civilizações asiáticas no mundo moderno, tendo em<br />

vista sua intensa participação na economia e a redefinição<br />

do quadro das relações internacionais após o fim do<br />

comunismo ocidental.<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

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MULHER, <strong>HISTÓRIA</strong> E MEMÓRIA: ALGUMAS<br />

CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES SOBRE MARINA MARÉS <strong>DE</strong><br />

SOUZA<br />

BUENO, Aline Cavalheiro<br />

G-História (FAFIUV)<br />

GASPARI, Leni Trentim – Orientadora (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

O presente estudo encontra-se em fase de desenvolvimento<br />

e tem por objetivo trabalhar com história de vida. A técnica<br />

da pesquisa por meio da história de vida é um método<br />

qualitativo de análise e leva em conta a cultura, o sistema<br />

social e personalidade do pesquisado, sendo de suma<br />

importância para entendimento do comportamento humano,<br />

e ainda, para a busca do conhecimento de fatos<br />

relacionados à história da comunidade em um determinado<br />

período de tempo. Nossa pesquisa pretende dar visibilidade<br />

à mulher, a partir do estudo sobre a vida da senhora Marina<br />

Marés de Souza que viveu na cidade de Paula Freitas no<br />

início do século XX. Com sua atuação dinâmica e<br />

perspicaz, Marina evidenciou o papel da mulher nessa<br />

comunidade, exercendo grande influência no<br />

desenvolvimento da região, nas questões referentes à<br />

educação, saúde e religiosidade. Ao reconstruir de forma<br />

parcial essa história de vida, pretende-se também preservar<br />

a história e a memória da cidade de Paula Freitas, tendo em<br />

vista que esse estudo se dará num contexto histórico mais<br />

amplo. O procedimento metodológico se fará com base em<br />

história oral, análise de fontes primárias e bibliográficas.<br />

GNOSTICISMO: SEITA OU HERESIA?<br />

MATIAS, Carlos Almir<br />

(G – História – FAFIUV)<br />

BUENO, André- Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

Este trabalho tem por objetivo analisar os conceitos de<br />

igreja e heresia nos dois primeiros séculos d.C e debater até<br />

que ponto o gnosticismo pode ser considerado uma heresia,<br />

dentro de um contexto em que não havia uma ortodoxia<br />

definida. João Ribeiro Junior (Pequena história das<br />

heresias, 1989) define heresia como um ato de escolha, com<br />

o advento do cristianismo, a palavra recebeu uma conotação<br />

pejorativa de doutrina que está fora da igreja, ou seja,<br />

contraria aos princípios da fé cristã. Um dos pontos a serem<br />

analisados é que o cristianismo surgiu no Mediterrâneo<br />

Oriental e central, uma região de grande diversidade<br />

cultural no qual teve que dividir espaço com as mais<br />

variadas religiões. Nesse contexto surgem as mais diversas<br />

variedades de cristianismo, entre elas a que os Padres da<br />

Igreja vão denominar de gnosticismo. Gnosticismo em seu<br />

sentido mais abrangente significa ´´conhecimento´´ ou<br />

´´salvação pelo conhecimento´´. Os gnósticos absorviam<br />

todos os sistemas religiosos e filosóficos da época e davam<br />

uma nova roupagem ao cristianismo. Sua doutrina consiste<br />

numa rebelião contra Javé, o deus de Israel, contra a criação<br />

que é sua obra, e a lei, que é seu mandato. Sustentavam os<br />

gnósticos que Javé era um Demiurgo inferior, o criador de<br />

um mundo que era um fracasso. Gnose é, para os gnósticos<br />

a revelação do deus autêntico e a possibilidade de um<br />

retorno a ele por meio da ruptura com o mundo e com a lei<br />

divina. O grande refutador e representante da ala ortodoxa<br />

foi Irineu de Lião, que escreveu no século II sua obra mais<br />

importante Adversus Hairesis (Contra as Heresias). Irineu<br />

defendia um cristianismo simples, pautado na verdadeira<br />

tradição apostólica, ao contrario dos gnósticos que faziam<br />

complexas elaborações filosóficas. O século II foi um<br />

período em que a ortodoxia estava se articulando na busca<br />

de elaborar uma doutrina e formar um cânon de escritos que<br />

seria um elemento fundamental para combater os gnósticos.<br />

Então a questão é a seguinte: se a ortodoxia ainda estava se<br />

formando, a gnose seria realmente uma heresia, ou seria<br />

mais uma seita cristã da época?<br />

ENIGMA DA PRÉ-<strong>HISTÓRIA</strong>: A POLÊMICA DA<br />

GÊNESE DO HOMEM AMERICANO<br />

ASSUNÇÃO, Angrenni Simone da Silveira<br />

(Prof.ª História – E.E.B. Balduíno Cardoso)<br />

SANTOS, Sérgio Roberto Ferreira dos<br />

Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

O presente trabalho possui como objetivo analisar os relatos<br />

de arqueólogos e historiadores que sugerem a gênese do<br />

homem americano no Brasil, possuindo como base os<br />

vestígios arqueológicos encontrados no Piauí e em Minas<br />

Gerais. Considerados como os principais sítios<br />

arqueológicos brasileiros, os vestígios encontrados nesses<br />

locais, geram teorias distintas. Ambas, porém, parecem<br />

convergir para uma única e fundamental questão: teriam os<br />

primeiros americanos vivido no Brasil? O berço dessa<br />

maior polêmica encontra-se na toca do Boqueirão da Pedra<br />

Furada, localizada no Piauí. Em 1992 foram encontrados<br />

fragmentos de uma fogueira datados de 50 mil anos atrás. A<br />

idade surpreendente desse vestígio revolucionou tudo o que<br />

se imaginava até então sobre o povoamento do continente<br />

americano. Povos primitivos podem ter chegado ao Brasil<br />

de barco, seja pelo oceano Pacífico ou pelo Atlântico, ou<br />

mesmo caminhando a partir da Ásia, da Sibéria ao Alasca.<br />

O caminho desses primitivos, porém, é um dado<br />

secundário. O centro dessa discussão é o tempo, a presença<br />

de seres humanos na América 30 mil anos antes das teorias<br />

mais aceitas. Os restos de carvão da Serra da Capivara<br />

despertaram muitas dúvidas no mundo científico. Com a<br />

datação rádio carbônica e a teoria migratória referente ao<br />

crânio Luzia, encontrado no sítio de Lapa Vermelha,<br />

próximo das cidades de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, em<br />

1975, definiram-se no país duas teorias sobre os primeiros<br />

americanos. Segundo o arqueólogo Walter Neves, Luzia,<br />

de família asiática e feições de negros atuais, teria andado<br />

pelo interior de Minas Gerais há 13,5 mil anos. Alguns<br />

habitantes da Serra da Capivara, de origem incerta, viveram<br />

nessa local há aproximadamente 50 mil anos. Os<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

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arqueólogos contrários à teoria usam, geralmente, um<br />

argumento simples, pois, para eles, os fragmentos da Pedra<br />

Furada não indicam necessariamente que um homem esteve<br />

ali e produziu fogo à madeira para se aquecer ou assar um<br />

pedaço de carne. Os pedaços de carvão podem ser resultado<br />

de processos naturais, como os incêndios florestais<br />

causados por raios durante uma tempestade ou devido ao<br />

processo de combustão espontânea. Entretanto, a<br />

arqueóloga Niède Guidon afirma que um fogo de causas<br />

naturais deixaria sinais espalhados por uma área maior, e<br />

não concentrados num único ponto como ocorreu.<br />

Novamente, voltamos ao início de nossa discussão: teria o<br />

homem americano surgido no Brasil? De acordo com as<br />

concepções de arqueólogos como Niède Guidon a resposta<br />

seria sim, contudo, novas descobertas arqueológicas<br />

poderão originar novas hipóteses sobre esse assunto,<br />

modificando a teoria que até então prevalecia, pois a<br />

Arqueologia descreve uma situação real a partir de um<br />

conjunto de hipóteses, sendo que nada se cria, tudo se<br />

modifica.<br />

<strong>HISTÓRIA</strong>, ARQUEOLOGIA E ARTE INDÍGENA:<br />

BREVE ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO<br />

FEMININA NA CERÂMICA MARAJOARA<br />

ASSUNÇÃO, Angrenni Simone da Silveira<br />

(Prof.ª História – E.E.B. Balduíno Cardoso)<br />

JURASZEK, Joelma<br />

(Prof.ª Educação Artística – E.E.B. Horácio Nunes)<br />

SANTOS, Sérgio Roberto Ferreira dos<br />

Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Exposição de painel)<br />

O presente trabalho, abrangendo concepções de<br />

historiadores, arqueólogos e estudiosos da arte indígena,<br />

possui como objeto de estudo a representação feminina na<br />

cerâmica Marajoara. Para escrever a História dos índios<br />

antes da chegada dos portugueses, defrontamo-nos com<br />

muitas dificuldades. Os historiadores, para estudarem e<br />

explicarem o passado das sociedades humanas, geralmente<br />

utilizam documentos escritos, e fazendo-se<br />

questionamentos a esses documentos, os historiadores<br />

podem contar histórias sobre o passado, revelar como<br />

viviam nossos antepassados, o que pensavam, o que<br />

achavam da vida e da morte. Nossos índios, no entanto,<br />

desconheciam a escrita e não deixaram documentos que<br />

possamos ler. Sua história tem que ser pesquisada de outro<br />

modo, tem que ser reconstruída por arqueólogos. Os<br />

arqueólogos possuem os mesmos objetivos que os<br />

historiadores, porém, utilizam os objetos produzidos pelos<br />

homens, como por exemplo, os vestígios de suas casas, seus<br />

instrumentos de trabalho, suas armas, seus enfeites e<br />

pinturas. São esses objetos que os arqueólogos chamam de<br />

cultura material, o único meio de sabermos alguma coisa da<br />

vida daqueles povos que não conheciam a escrita. Contudo,<br />

a reconstituição proposta pelo arqueólogo é sempre<br />

subjetiva, pois os dados encontrados e anotados devem ser<br />

interpretados pelo escavador e diferentes estudiosos podem<br />

chegar a propor interpretações diversas; pois além dos<br />

historiadores, paleontólogos e químicos, profissionais da<br />

arquitetura e da arte também desempenham papel<br />

fundamental nas pesquisas arqueológicas. Podemos<br />

exemplificar essa afirmativa, explanando o trabalho<br />

realizado pelos historiadores, arqueólogos e estudiosos da<br />

arte sobre a cerâmica Marajoara, ressaltando a importância<br />

das mulheres para essa sociedade. Geralmente, esses<br />

grandes potes cerâmicos trazem representações estilizadas<br />

de mulheres, com grande destaque para o útero. De acordo<br />

com a arqueóloga Anna Roosevelt, esses vestígios<br />

arqueológicos testemunham a importância das mulheres na<br />

cultura Marajoara e explicam por que os europeus, ao<br />

encontrarem tais povos, concluíam que ali viviam as<br />

“amazonas”, as guerreiras das lendas gregas (daí derivando<br />

o nome “Rio das Amazonas”). Bem ao contrário daquela<br />

visão tradicional do homem pré-histórico que já dominava<br />

as mulheres. Para alguns historiadores e pesquisadores da<br />

arte indígena, as imagens femininas retratadas na cerâmica<br />

Marajoara seriam reflexo de um sistema social baseado na<br />

mãe, de forma que as mulheres que aparecem pintadas nos<br />

vasos, representariam chefes de clãs ou figuras míticas<br />

fundadoras de famílias. Entretanto, devemos ressaltar que<br />

cada grupo humano, possui seus costumes e sua maneira de<br />

viver, resultando em diferentes registros arqueológicos, e<br />

para se propor interpretações de imagens, é necessário<br />

acumular dados e estar sempre aberto a modelos<br />

interpretativos, sendo esse o trabalho realizado<br />

exaustivamente por esses estudiosos que procuram<br />

desvendar um pouco mais da nossa pré-história brasileira.<br />

A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA SEXUALIDA<strong>DE</strong>:<br />

UMA DISCUSSÃO SOBRE AS VIVÊNCIAS E O<br />

COTIDIANO NO “MUNDO OCI<strong>DE</strong>NTAL”<br />

LENCHISCKI, Lidiana Larissa<br />

G – História (FAFIUV)<br />

BONA JÚNIOR, Aurélio<br />

Orientador (Prof. Ms. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

O presente trabalho, em fase de desenvolvimento, tem por<br />

finalidade discutir o processo de construção histórica da<br />

sexualidade no Ocidente. Entende-se que a sexualidade é<br />

uma dimensão do ser humano que compreende, além da<br />

dimensão biológica, a social, política e cultural. Entender<br />

como a sexualidade foi concebida no decorrer do tempo<br />

histórico é primordial para refletir sobre sua condição atual<br />

e seus impactos na relação dos indivíduos, nas relações<br />

familiares, nos modelos econômicos que transformam as<br />

relações humanas e impõem à corporeidade padrões de<br />

consumo, ao mesmo tempo em que instituem formas de<br />

violência. Com o auxílio da pesquisa bibliográfica e no<br />

âmbito da História Cultural pretende-se apresentar um<br />

trabalho introdutório de como a sexualidade foi constituída<br />

no “Mundo Ocidental” e analisar a proposta de “Educação<br />

Emancipatória”, tal como propõe César Nunes (2005), que<br />

entende a Educação Sexual como prática educativa ética,<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

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humana e expõe que as relações sexuais são relações<br />

sociais, construídas historicamente em determinadas<br />

estruturas, modelos e valores que dizem respeito a<br />

interesses de épocas diferentes. A sexualidade apresenta-se<br />

como um recorte temático que ganha cada vez mais espaço<br />

nos estudos no âmbito da História, devido ao volume<br />

considerável de publicações que são feitas atualmente em<br />

torno do tema. Deste modo, podem-se constatar duas<br />

tendências principais de abordagem: a análise dos discursos<br />

sobre a sexualidade e o estudo das vivências e o cotidiano<br />

da sexualidade em diferentes épocas e espaços. A opção<br />

aqui se faz em torno da segunda perspectiva, considerando<br />

que o presente trabalho contribui significativamente para<br />

pensar os significados atribuídos pelos sujeitos em torno da<br />

sexualidade e os comportamentos relacionados aos usos do<br />

corpo. O termo sexualidade não se manifestou<br />

explicitamente em todos os períodos históricos<br />

costumeiramente delimitados (Idade Antiga, Idade Média,<br />

Idade Moderna, Idade Contemporânea) e nas diversas<br />

organizações sociais que compunham o Ocidente. O termo<br />

passou a ser cunhado para o ambiente de discussões nas<br />

diversas áreas do conhecimento durante o período de<br />

consolidação das ciências. No entanto, a sexualidade<br />

vivenciada nos demais períodos aparece nas análises<br />

históricas, como estudos que tratam do meio familiar, das<br />

relações de gênero, das relações privadas, entre outros. Este<br />

trabalho se insere no desenvolvimento do Projeto Ação<br />

Educativa Contra a Exploração e o Abuso Sexual de<br />

Crianças e Adolescentes em União da Vitória, vinculado ao<br />

subprograma Incubadora dos Direitos Sociais do Programa<br />

Universidade sem Fronteiras do Governo do Estado do<br />

Paraná. A partir de uma visão panorâmica são apresentados<br />

alguns subsídios teóricos da área da História, que permitem<br />

visualizar a sexualidade no meio social e o seu processo de<br />

transformações e permanências, bem como a vivência das<br />

práticas sociais.<br />

IMPRENSA ROSACRUZ NO BRASIL ENTRE 1960 –<br />

1980: A HERANÇA IMATERIAL DOS ANTIGOS<br />

ENSINAMENTOS EGÍPCIOS NO<br />

ROSACRUCINISMO<br />

CALISTO, Margarete Rau<br />

G – História (FAFIUV)<br />

GOHL, Jefferson Willian – Orientador (Prof. FAFIUV)<br />

(Comunicação oral)<br />

O presente trabalho tem por objetivo realizar um<br />

reconhecimento da fraternidade conhecida como Ordem<br />

Rosacruz. A metodologia pautou-se pelo levantamento<br />

bibliográfico de duas ordens de literatura, a pesquisa<br />

bibliográfica de artigos acadêmicos e livros que dedicam-se<br />

ao estudo das origens das fraternidades e ordens secretas, e<br />

a produção realizada pelos membros da fraternidade<br />

caracterizada em seus livros e periódicos no recorte<br />

cronológico entre 1960 a 1980. Sendo assim foi possível<br />

levantar uma perspectiva ou uma visão interna dos<br />

membros da Ordem. O reconhecimento dos saberes sobre o<br />

Egito Antigo como tradição deste grupo. A estruturação<br />

deste movimento conhecido como Rosacruz no séc. XVII.<br />

A característica simbólica da estruturação de seus templos,<br />

e finalmente a reafirmação de uma identidade Rosacruz<br />

presente em seus periódicos quanto o assunto Egito Antigo<br />

e a 18ª Dinastia é sempre reiterado.<br />

AMÉRICA: PARAÍSO OU INFERNO?<br />

MARQUES, Marcio Renato<br />

G -História – FAFIUV<br />

GREIN, Everton -Prof.Orientador (FAFIUV)<br />

Uma das finalidades deste projeto de pesquisa é buscar<br />

compreender as narrativas dos viajantes que percorreram as<br />

terras do Novo Mundo, principalmente no século XVI, bem<br />

como os fragmentos impregnados de uma visão<br />

providencialista, um sistema ideológico comum aos<br />

indivíduos oriundos da Europa Cristã, bem como sua visão<br />

e interpretação dos costumes dos ameríndios,<br />

principalmente no Brasil Colônia. Entre as obras analisadas<br />

surgem duas visões distintas quanto à interpretação do<br />

Novo Mundo, uma delas faz uma analogia com o Paraíso<br />

terreal exaltando as belezas naturais e defendendo a<br />

inocência e bondade dos nativos (colaborando para a idéia<br />

do bon sauvage, defendida mais tarde por Rousseau),tendo<br />

a obra de Las Casas como um de seus expoentes.A outra<br />

analogia é feita com o inferno, de modo a atribuir aos<br />

índios e seus costumes relações com o demônio,<br />

comparação que aparenta ser mais freqüente devido à<br />

difusão de descrições dos rituais antropofágicos; tendo a<br />

obra de Staden muito contribuído para associar o exótico<br />

índio a um bárbaro cruel. Léry, outro viajante ao mesmo<br />

tempo em que exalta a natureza inocente dos ameríndios,<br />

em certos momentos transpõe a velha imagem da feiticeira<br />

européia para a América, comparando seus rituais aos<br />

sabás; caracterizando uma interpretação que caminha mais<br />

tarde para a idéia de um Purgatório. Assim narrativas de<br />

tais fontes primárias carregam consigo profundas<br />

influências do pensamento medieval, muito ligado à<br />

religião realizando diversas comparações entre os costumes<br />

pagãos de modo a fundamentar a superioridade da fé cristã,<br />

além de serem importantes para a construção da história do<br />

século XVI e para um entendimento acerca do imaginário.<br />

Assim a partir de tais fontes e com a utilização de diversas<br />

outras secundárias, um de meus propósitos com esta<br />

pesquisa é averiguar qual analogia era mais utilizada para<br />

se referenciar ao novo continente.<br />

ARQUEOLOGIA COMO FERRAMENTA PARA<br />

INTERPRETAÇÃO <strong>DE</strong> FONTES HISTÓRICAS<br />

PECH, INDIAMARA CATARINE<br />

G – História (FAFIUV)<br />

SANTOS, Sérgio R. Ferreira dos – Orientador (FAFIUV)<br />

(Comunicação Oral)<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

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A Arqueologia é a ciência que analisa o passado humano a<br />

partir dos vestígios e restos materiais deixados pelos povos<br />

que habitaram a Terra, ao longo dos anos. Dentre as muitas<br />

“Arqueologias” que existem correlacionando-se com as<br />

ciências, todas elas na verdade tem somente um ideal, a<br />

construção do conhecimento de como e porque as coisas<br />

aconteceram usando, para isto a interpretação dos vestígios<br />

encontrados nos sítios arqueológicos, quer sejam eles Préhistóricos,<br />

ou até mesmo históricos. Com base nestas<br />

afirmações, e procurando-se entender como a Arqueologia<br />

está intrinsecamente ligada aos fatos históricos, é que esta<br />

pesquisa, busca em seus objetivos, demonstrar que a<br />

Arqueologia é uma ferramenta importante para a<br />

interpretação histórica, porque busca entender antes de<br />

qualquer situação, a identidade entre o atual e o antigo,<br />

preservando a memória histórica nacional, onde a criação e<br />

a valorização de uma identidade cultural depende, muitas<br />

vezes, dos elementos históricos encontrados em trabalhos<br />

arqueológicos, permitindo assim, criar procedimentos para<br />

serem utilizados em restaurações e reconstituições, como<br />

no caso de monumentos históricos ou até mesmo em<br />

acervos e curadorias museológicas. Além disso, procura<br />

explicar de que forma esta disciplina contribui para a<br />

História, tendo como referencial livros e artigos de Pedro<br />

Paulo Funari, principalmente o livro “Arqueologia”, dentre<br />

outras fontes bibliográficas, como os de André Prous.<br />

QUILOMBOS: UMA FORMA <strong>DE</strong> LIBERDA<strong>DE</strong><br />

VERGOPOLAN,Camila<br />

G- História (FAFIUV)<br />

Orientador: Ddo. Martins, Ilton César.<br />

(Comunicação Oral)<br />

O presente trabalho tem por objetivo adentrar numa das<br />

formas mais conhecidas da resistência negra: as fugas. Mas,<br />

no entanto, pretendemos nos aprofundar em um espaço<br />

especifico para estas fugas, ou seja, problematizar a<br />

formação e organização social dos quilombos. A partir daí<br />

essa forma de liberdade criada pelos escravos tornou-se<br />

polêmica e conhecida por todos os proprietários, onde estes<br />

identificavam-no como qualquer lugar que contivesse<br />

aglomerados de três a centenas, de negros, com casas e<br />

comunidades bem estabelecidas. Poderiam ser identificados<br />

também por seus diversos tamanhos e grupos de pessoas<br />

que os compunha pois, além de negros também haviam<br />

muitos índios e brancos, todos vivendo juntos e<br />

expressando suas tradições e crenças, formando mocambos<br />

repletos da mistura das tradições originarias africanas com<br />

as assimiladas aqui no Brasil, tipificando uma mistura<br />

surpreendente entre essas nacionalidades. Sendo assim, é<br />

importante ressaltar que além de formarem sua própria<br />

cultura, também continham uma forma de sobrevivência<br />

que surpreendia, pois faziam de tudo para driblar as<br />

conseqüências de uma escravidão onde no qual se não<br />

tivessem sucesso nas suas formas de relacionamento com a<br />

sociedade a sua volta (negociações, meios de produção, e<br />

comercialização) poderiam então viver pior do que a<br />

própria escravidão. Vale ressaltar que cada quilombo tinha<br />

sua própria função, divididos entre grandes e pequenos, uns<br />

com função militar, outros próprios de função econômica,<br />

etc, enfim, cada um era responsável por ajudar o quilombo<br />

a se fortificar cada vez mais perante o território brasileiro.<br />

Outro fato a ser destacado é sua localização que ao<br />

contrário do que sabíamos, eram próximos às fazendas e<br />

cidades tudo para facilitar suas comunicações, suas trocas e<br />

atividades mercantis perante seus aliados, chegando a tal<br />

ponto de atravessar fronteiras para expandir seu mercado<br />

interno. Com isso vale salientar a importância que estes<br />

tiveram na rede econômica brasileira, pois, além de criar<br />

seu próprio espaço mercantil aqui no país, foram mais<br />

audaciosos com suas redes de exportação e negociações<br />

estrangeiras, desmistificando assim aquela idéias de que os<br />

negros eram seres que apenas obedeciam não sendo capazes<br />

de lutar pela sua sobrevivência tanto fora das fazendas<br />

como dentro delas. Então, através disso, devemos perceber<br />

como eles lutaram pela sua liberdade de agir e se expressar,<br />

mostrando serem pessoas aptas a lutar por seus direitos não<br />

aceitando tudo que lhes era imposto, provocando assim uma<br />

série de resistências dignas que um bom trabalhador<br />

merecia, de modo que não eram apenas aquelas resistências<br />

que exigiam violência, mas, sim, aquelas que exigiam de<br />

inteligência e habilidade que cada um possuía, verificando<br />

assim como os negros interagiam a todo momento perante a<br />

sua condição de escravidão, desde seu início até o seu fim.<br />

Finalizando, este estudo teve como metodologia á pesquisa<br />

bibliográfica destacando os seguintes autores mais<br />

utilizados: Lara (1988), Gomes (2005), Carneiro (1944),<br />

Azevedo (1987), além de muitos outros referentes a esta<br />

mesma área de pesquisa.<br />

ISSN 1809-0559 / <strong>RESUMOS</strong> E <strong>PAINÉIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>HISTÓRIA</strong><br />

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