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Serra da Cantareira

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<strong>Serra</strong> <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong><br />

Trilha <strong>da</strong> Pedra Grande • Núcleo do Engor<strong>da</strong>dor • Trilha <strong>da</strong>s Águas Claras Na<strong>da</strong> como ser este o início de nossa aventura em busca <strong>da</strong>s manchas florestais<br />

próximas a São Paulo, começando por uma área verde que está dentro <strong>da</strong> maior<br />

metrópole do país, com a mais forte economia, grande industrialização e tantos problemas<br />

de poluição.<br />

Esta ci<strong>da</strong>de, que para muitos é sempre cinza, guar<strong>da</strong> incríveis surpresas, como<br />

esta nossa viagem, que começa pela Pedra Grande, núcleo administrativo do Parque<br />

Estadual <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>, que compõe a maior floresta urbana do país, com 7.900 hectares,<br />

ou seja, 79 km 2,<br />

o que equivale a aproxima<strong>da</strong>mente 7.900 campos de futebol do<br />

tamanho do Morumbi.<br />

Muitos consideram o Parque Nacional <strong>da</strong> Tijuca, na ci<strong>da</strong>de do Rio de Janeiro, a<br />

maior floresta urbana do país, mas, segundo o IBAMA, sua área é de 3.200 hectares,<br />

menos <strong>da</strong> metade do tamanho do Parque Estadual <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>.<br />

Apesar do desenvolvimento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e dos diversos municípios que estão próximos<br />

ao parque, ain<strong>da</strong> resta uma bela porção de mata atlântica preserva<strong>da</strong>. Essa floresta<br />

é tão importante que foi reconheci<strong>da</strong> internacionalmente como patrimônio<br />

ambiental <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, pois constitui a maior floresta tropical do mundo preserva<strong>da</strong><br />

dentro de uma metrópole.<br />

Vale a pena ver de perto o verde que está tão perto!


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Trilha <strong>da</strong> Pedra Grande<br />

Onde os bugios cantam, mas a ci<strong>da</strong>de não ouve<br />

A melhor maneira de <strong>da</strong>r início a este livro é falar <strong>da</strong> primeira trilha que todo<br />

paulistano deveria fazer: a trilha <strong>da</strong> Pedra Grande, dentro <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>,<br />

que proporcionaria um primeiro contato com a Mata atlântica e com a ci<strong>da</strong>de<br />

vista de cima.<br />

A foto <strong>da</strong> capa foi feita do alto <strong>da</strong> pedra, a 1.110 metros de altitude, de onde<br />

avistamos a floresta que cerca a ci<strong>da</strong>de. De lá podemos olhar ao redor e perceber, à<br />

direita, o Pico do Jaraguá e ao fundo a <strong>Serra</strong> do Mar. Em dias bem claros e limpos,<br />

principalmente no inverno, também se pode avistar, depois <strong>da</strong> área urbana, a <strong>Serra</strong> <strong>da</strong><br />

Mantiqueira, à esquer<strong>da</strong>, e a <strong>Serra</strong> do Japi, atrás.<br />

As caminha<strong>da</strong>s por essas áreas sempre reservam agradáveis surpresas. Para ir à<br />

<strong>Cantareira</strong> não é preciso pegar estra<strong>da</strong>, já que dois de seus núcleos, o Pedra Grande e<br />

o Águas Claras, ficam dentro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de São Paulo, um próximo ao Horto Florestal<br />

e o outro no trecho que liga São Paulo a Mairiporã. O acesso para o Núcleo Engor<strong>da</strong>dor<br />

se faz pela rodovia Fernão Dias.<br />

O principal percurso realizado na Pedra Grande tem 9.500 metros e é constituído<br />

por uma antiga estra<strong>da</strong> asfalta<strong>da</strong>, bordea<strong>da</strong> de árvores altas, que leva até a parte<br />

mais alta, onde encontram-se a pedra e o mirante.<br />

Podem também ser percorri<strong>da</strong>s a Trilha <strong>da</strong> Bica e a Trilha <strong>da</strong> Figueira, que são<br />

fecha<strong>da</strong>s e margea<strong>da</strong>s de mata. Não se trata de vegetação primária, original, já que<br />

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colonizadores circulam por estas ban<strong>da</strong>s há mais de 500 anos. A<br />

ci<strong>da</strong>de de São Paulo tem 450 anos, e sua expansão ao longo dos<br />

anos contou com o uso de recursos <strong>da</strong> serra. Prova disso é que na<br />

Pedra Grande podem ser encontrados pés de café em meio à mata,<br />

ao longo <strong>da</strong>s trilhas. As araucárias encontra<strong>da</strong>s no início do percurso<br />

também não são nativas. Apesar <strong>da</strong>s alterações pelas quais passou,<br />

a área tem hoje reconheci<strong>da</strong> importância nacional e internacional,<br />

e sua mata protegi<strong>da</strong> cobre de verde to<strong>da</strong>s as montanhas <strong>da</strong><br />

serra.<br />

O canto dos bugios é uma <strong>da</strong>s surpresas mais agradáveis e<br />

estimulantes do percurso. A relação destes animais com os visitantes também chama<br />

a atenção, já que eles não são na<strong>da</strong> ariscos. Durante a caminha<strong>da</strong>, não é preciso<br />

sair <strong>da</strong> trilha para observar a presença de mais de uma família ou bando deles<br />

se alimentando, descansando ou saltando pelos galhos. Fezes desses animais são<br />

bastante freqüentes ao longo <strong>da</strong> trilhas. É aconselhável caminhar com atenção<br />

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para não pisar nelas e/ou ser atingido por elas, com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

força <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de.<br />

Há uma história curiosa que bem ilustra a questão <strong>da</strong> reação dos<br />

animais ao comportamento do homem. Há vários anos, um grupo<br />

de pesquisadores localizou um bando de muriquis e não foi muito<br />

bem recebido. O grupo gritou, ameaçou se atirar em cima deles,<br />

sacudiu as árvores. Hoje, outros pesquisadores desenvolvem estudos<br />

na região, e os muriquis descem <strong>da</strong>s árvores enquanto eles observam<br />

seu comportamento e fazem anotações.<br />

Anos e anos de observação sem demonstração de agressivi<strong>da</strong>de<br />

podem até mu<strong>da</strong>r o comportamento de uma espécie. Os animais<br />

se estressam com a presença humana quando ela representa ameaça. Houve um<br />

aprendizado sobre a nossa espécie, considera<strong>da</strong> pelos animais como agressora,<br />

pre<strong>da</strong>dora. Não é necessário isolar os animais em parques e proibir a visitação, mas<br />

promover um processo de aproximação bem elaborado. Daí a grande importância<br />

<strong>da</strong> Educação Ambiental, que busca modificar a forma pela qual podemos nos relacionar<br />

com a natureza.<br />

Sua especiali<strong>da</strong>de é engolir de ponta-cabeça...<br />

... e a <strong>Cantareira</strong> é um local ótimo para isto. Os bugios ficam tão tranqüilos que<br />

é possível vê-los presos apenas pela cau<strong>da</strong>, totalmente de cabeça para baixo, comendo<br />

brotos de plantas e folhas, seu principal alimento. Durante o verão eles podem até<br />

se <strong>da</strong>r ao luxo de comer mais frutos do que folhas, mas no restante do ano as folhas<br />

prevalecem.<br />

A tranqüili<strong>da</strong>de do bugio talvez se deva à sua alimentação, <strong>da</strong> qual fazem parte<br />

muitas plantas que contêm toxinas, cuja função é evitar a pre<strong>da</strong>ção. A digestão dessas<br />

substâncias pode ser extremamente difícil, o que torna os bugios mais lentos e sua<br />

rotina composta por longos períodos de inativi<strong>da</strong>de.<br />

Durante a caminha<strong>da</strong>, você certamente os verá. Os maiores, com pêlo ruivo<br />

e um grande “queixo” são os machos. As fêmeas são negras, assim como os filhotes,<br />

que também são escuros. Vá ao local nos horários mais propícios a ouvi-los. Os<br />

gritos são emitidos nas primeiras horas do dia, logo após o despertar, e têm a<br />

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finali<strong>da</strong>de de demarcar território. O canto, iniciado pelo macho adulto, é às vezes<br />

acompanhado pela fêmea adulta e por indivíduos jovens. De janeiro a março<br />

pode-se ouví-los mais cedo - umas 6 <strong>da</strong> manhã -, mas de abril a junho eles cantam<br />

perto <strong>da</strong>s 9 horas.<br />

Os bugios devem ser bastante freqüentes nesta área por se tratar de uma floresta<br />

em recuperação, cujas fontes de alimento, abun<strong>da</strong>ntes, são capazes de sustentar as<br />

muitas famílias que vivem no parque.<br />

Esse é um diferencial entre este trecho <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong> e a Mata Atlântica <strong>da</strong><br />

região, onde a observação de mamíferos é bastante difícil. E é isto que torna a<br />

Pedra Grande especial. Por lá já vimos também algumas preguiças , sauás ou<br />

guicós, quatis, além de alguns caxinguelês ou serelepes, espécie de esquilo nativo<br />

do Brasil.<br />

Uma vez vimos uma preguiça que, a um metro e meio do chão, subia muito<br />

lentamente em uma árvore. Paramos para fotografá-la, e ela iniciou um comportamento<br />

que parecia de defesa. Começou por abraçar a árvore com uma pata superior<br />

e as duas inferiores, enquanto muito lentamente abria a outra pata superior. Depois<br />

de ter aberto totalmente o braço, sem tirar os olhos de nós, ela soltou um assopro<br />

forte que devia significar “chega pra lá!”. Entendemos seu demorado ritual de intimi<strong>da</strong>ção,<br />

encerramos as fotos e fomos embora.<br />

Visitar a área em diferentes épocas do ano possibilitará a observação de diferentes<br />

flores, frutos, fungos e insetos, que poderão ser encontrados nas trilhas <strong>da</strong> Figueira,<br />

<strong>da</strong> Bica e <strong>da</strong> Pedra Grande. O parque conta também com um pequeno percurso cujo<br />

acesso é possível a portadores de deficiência, permitindo até a presença de cadeiras<br />

de ro<strong>da</strong>s.<br />

Também nas áreas próximas à sede podemos ter surpresas gratificantes. Em uma<br />

de nossas visitas à área no mês de fevereiro, flagramos uma fêmea de tico-tico<br />

(Zonotrichia capensis) que deixava seu ninho, feito num barranco a uns 20 metros <strong>da</strong><br />

entra<strong>da</strong> do parque, para buscar alimento, e nos surpreendemos com dois ovinhos<br />

azulados que ela estava chocando. Mais à frente fotografamos uma lagarta de mariposa<br />

<strong>da</strong> família Arctii<strong>da</strong>e que conhecemos como taturana, que em tupi significa “semelhante<br />

a fogo” (tata = fogo; rana = semelhante).<br />

A caminha<strong>da</strong> à Pedra Grande pode ser estendi<strong>da</strong> até a Lagoa <strong>da</strong>s Carpas, onde se<br />

pode admirar carpas grandes, brancas e vermelhas, assim como usufruir <strong>da</strong> área de<br />

descanso e utilizar os banheiros. O lago, artificial, tem finali<strong>da</strong>de paisagística, e as<br />

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carpas são espécies exóticas, ou seja, espécies introduzi<strong>da</strong>s, já que sua origem é asiática.<br />

Também podemos encontrar no lago diversos espa<strong>da</strong>s vermelhos e verdes-olivas.<br />

Muito comuns em lojas de aquário, os espa<strong>da</strong>s devem ter sido introduzidos no local<br />

por algum aficionado de aquarismo. Pequenos, mas bonitos, os machos têm um prolongamento<br />

<strong>da</strong> cau<strong>da</strong> que parece uma espa<strong>da</strong>.<br />

A palavra “parque” pode ser usa<strong>da</strong> tanto para denominar áreas verdes como o<br />

Parque do Ibirapuera, destina<strong>da</strong>s ao lazer <strong>da</strong> população e vincula<strong>da</strong>s à administração<br />

municipal, como um parque como o <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>, o que pode causar confusão<br />

quanto ao seu uso. Pela lei, o Parque Estadual <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>, assim como outros<br />

parques estaduais, tem como objetivos a preservação <strong>da</strong> fauna e <strong>da</strong> flora, assim<br />

como do ecossistema em que estão inseridos, além do desenvolvimento de ativi<strong>da</strong>des<br />

de Educação Ambiental para o público que o freqüenta. Os parques estaduais<br />

devem disponibilizar para o público uma área aberta à visitação que contenha infraestrutura<br />

básica, mas não ter áreas como quadras de esportes, por exemplo.<br />

Além <strong>da</strong> caminha<strong>da</strong> até as carpas, pode-se optar pela Trilha <strong>da</strong> Figueira, curta, com<br />

apenas 700 metros de extensão, mas mais fecha<strong>da</strong>. A Trilha <strong>da</strong> Bica<br />

é um circuito, pois termina no mesmo ponto em que começa. Com<br />

1.500 metros de extensão, possibilita um contato mais próximo com<br />

a vegetação e com a fauna <strong>da</strong> região.<br />

Só falta conhecer<br />

O parque conta com infra-estrutura mínima para o visitante:<br />

banheiros, um pequeno auditório para a projeção de audiovisuais,<br />

um auditório ao ar livre, mesinhas e bancos de madeira, playground,<br />

bebedouros, sanitários, ambulatório, e vigilância constante. Além<br />

disso, localizado no alto <strong>da</strong> Pedra Grande, há o Museu de História<br />

Natural que, infelizmente, não está sempre aberto.<br />

Na entra<strong>da</strong> do parque, um painel informativo apresenta algumas<br />

<strong>da</strong>s trilhas que podem ser percorri<strong>da</strong>s. Para fazer to<strong>da</strong>s com<br />

calma, são necessários dois dias.


Trilha <strong>da</strong>s Águas Claras<br />

A interação entre a floresta e a ci<strong>da</strong>de<br />

Águas Claras, o mais novo núcleo do Parque Estadual <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>,<br />

conta com boa infra-estrutura para receber os visitantes que o procuram.<br />

Localizado numa parte mais alta <strong>da</strong> <strong>Serra</strong>, seu acesso se dá pela estra<strong>da</strong> que ligava<br />

São Paulo a Mairiporã, que tem 80% de seu território decretado Área de Proteção de<br />

Mananciais devido à importância de se preservar as várias nascentes <strong>da</strong> região.<br />

São considerados mananciais quaisquer corpos de água superficial ou subterrânea<br />

que possam ser utilizados para o abastecimento residencial, industrial e agrícola<br />

ou para a irrigação. Para proteger essas águas, é necessário cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> cobertura vegetal<br />

do solo.<br />

Muitas porções <strong>da</strong> área de floresta do parque estão em recuperação, pois a área<br />

era parte de um cinturão agrícola. Caminhando pelas trilhas se podem ver alguns pés<br />

de café, produto que fez São Paulo crescer e enriquecer, mas cujo cultivo devastou a<br />

Mata Atlântica do estado. Originalmente, a Mata Atlântica se estendia do Rio Grande<br />

do Norte a Santa Catarina. Hoje restam menos de 5% dessa cobertura vegetal que<br />

apresenta uma <strong>da</strong>s maiores diversi<strong>da</strong>des biológicas do planeta.<br />

Quando plantados à sombra de bananeiras, mamoeiros, goiabeiras, jaqueiras,<br />

pés de acerola, abacateiros, pés de feijão e de mandioca, os pés de café formam,<br />

juntamente com essas espécies, um produtivo e diversificado sistema agro-florestal de<br />

alta sustentabili<strong>da</strong>de.<br />

Se na época do ciclo do café fosse implantado esse sistema, que faz uso econômico<br />

do solo, gerando ren<strong>da</strong> sem a necessi<strong>da</strong>de do corte <strong>da</strong> floresta, talvez não pre-<br />

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cisássemos <strong>da</strong> criação de parques como o <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong>, pois a cobertura<br />

vegetal do estado, rica em matéria orgânica e em espécies, permaneceria<br />

nota<strong>da</strong>mente maior.<br />

A região abrigou também diversas fazen<strong>da</strong>s de cana-de-açúcar e<br />

de chá, cujo cultivo colaborou para a derruba<strong>da</strong> de grande parte <strong>da</strong><br />

cobertura florestal.<br />

Apesar do desmatamento, <strong>da</strong> industrialização e do crescimento<br />

pelo qual passou, o estado de São Paulo mantém a maior cobertura<br />

florestal de Mata Atlântica de todo o território brasileiro.<br />

Chove a cântaros na <strong>Cantareira</strong><br />

Com o objetivo de assegurar o fornecimento de água para a ci<strong>da</strong>de<br />

de São Paulo, o governo do estado iniciou em 1890 a desapropriação<br />

dessas áreas, buscando a recuperação ambiental <strong>da</strong> região.<br />

O nome <strong>da</strong> serra faz referência à quanti<strong>da</strong>de de veios de água<br />

nela presentes. São muitos e muitos mananciais, nascentes, córregos e<br />

riachos. A palavra cantareira significa prateleira de pedra que se usava<br />

nas cozinhas para depositar cântaros, vasos de barro grandes utilizados<br />

para armazenar água. A serra foi batiza<strong>da</strong> pelos tropeiros, que nos séculos<br />

XVI e XVII tinham o local como ponto de descanso durante suas<br />

viagens comerciais para outras províncias.<br />

Em 30 de janeiro de 1963, a região, que incorpora áreas dos<br />

municípios de São Paulo, Caieiras, Mairiporã e Guarulhos, tornou-se<br />

parque através do decreto n. 41.626. Com isso, a área, considera<strong>da</strong> de<br />

preservação permanente, passou a ter também fins científicos, culturais,<br />

educacionais e recreativos.<br />

Caminhando entre pinheiros<br />

As caminha<strong>da</strong>s são permiti<strong>da</strong>s somente na trilha <strong>da</strong> Suçuarana, que tem 1.863<br />

metros, e na trilha <strong>da</strong> Samambaiaçu, que tem 1.410 metros de extensão.<br />

Certa vez caminhávamos numa parte mais alta <strong>da</strong> trilha <strong>da</strong> Samambaiaçu quando<br />

ouvimos um silvo contínuo que ora era mais agudo, ora mais grave. Ventava razo-<br />

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avelmente, e percebemos que o som, que vinha <strong>da</strong> copa <strong>da</strong>s árvores, estava em to<strong>da</strong><br />

parte. Essa área é composta por uma floresta de pinheiros que foram plantados em<br />

fileiras, com distâncias iguais entre eles, o que provoca um efeito sonoro que lembra o<br />

som do vento característico dos filmes de terror, geralmente feitos no hemisfério norte,<br />

onde esta vegetação é bastante comum.<br />

Atravessamos também uma fantástica alame<strong>da</strong> de samambaiaçus, as samambaias<br />

mais espetaculares que conheço, bastante comuns nas zonas tropicais e subtropicais<br />

do Hemisfério Sul. Vale a pena <strong>da</strong>r uma para<strong>da</strong> para apreciar os raios de sol atravessando<br />

as folhas enormes destas samambaias, que podem atingir vários<br />

metros de altura.<br />

Há vários milhões de anos, existiam apenas plantas como estas,<br />

sem flores, que muitas vezes constituíam extensas florestas. Hoje esta<br />

área está coberta de Mata Atlântica em recuperação, mas aí não se<br />

encontra a diversi<strong>da</strong>de de espécies presente em áreas que foram menos<br />

desmata<strong>da</strong>s.<br />

A Mata Atlântica é o quintal dos paulistanos<br />

Um grande projeto de enriquecimento de espécies precisa ser<br />

desenvolvido na região <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong> para que voltem a existir aí espécies<br />

botânicas extintas ou pouco freqüentes, recuperando o mais<br />

possível a vegetação original.<br />

O parque, uma porção de Mata Atlântica dentro do município<br />

de São Paulo, tem importante papel no que diz respeito a objetivos<br />

educacionais, além de possibilitar às pessoas que vivem na metrópole<br />

um contato maior com a fauna, a flora e os fenômenos naturais deste<br />

ecossistema.<br />

Os pequenos percursos <strong>da</strong> <strong>Serra</strong> <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong> possibilitam o contato<br />

e a interação com a natureza. Durante as caminha<strong>da</strong>s, é possível<br />

perceber as mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong>s estações por meio <strong>da</strong> observação <strong>da</strong>s florações<br />

e dos cheiros, do desaparecimento e do reaparecimento de algumas<br />

borboletas e de outros insetos, do surgimento de alguns fungos e cogumelos,<br />

do gorjear de alguns pássaros na época <strong>da</strong> corte, dos ninhos,<br />

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dos filhotes, <strong>da</strong> passagem <strong>da</strong>s aves migratórias e <strong>da</strong> surpresa de sempre<br />

poder observar algo novo. É a dinâmica <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, com seu ritmo, seus<br />

segredos e suas inspirações para a ciência, para a arte, para o esporte<br />

e para a filosofia.<br />

A Mata Atlântica, nossa floresta úmi<strong>da</strong> costeira é o segundo<br />

ecossistema mais ameaçado de extinção do mundo. Por outro lado,<br />

a Mata Atlântica é a floresta mais rica do mundo em espécies<br />

arbóreas, com o recorde de 454 espécies por hectare, segundo um<br />

levantamento feito no sul <strong>da</strong> Bahia, e 476 espécies por hectare no<br />

Espírito Santo. Milhares de plantas se desenvolvem neste ecossistema<br />

– cerca de 10 mil espécies, segundo alguns, e 20 mil, segundo outros<br />

–, muitas <strong>da</strong>s quais ain<strong>da</strong> não conheci<strong>da</strong>s ou suficientemente estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, sendo<br />

que um grande percentual delas é endêmico, ou seja, só existe neste ambiente.<br />

A Mata Atlântica regula o clima, a temperatura, a umi<strong>da</strong>de e as chuvas, propor-<br />

cionando quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> para 70% <strong>da</strong> população brasileira, pois<br />

na área de domínio deste bioma vivem cerca de 100 milhões de bra- Há um certo número de grandes<br />

quadrúpedes que se caçam em to<strong>da</strong> a exsileiros.tensão<br />

<strong>da</strong> costa e nas imensas florestas<br />

A Mata Atlântica contém também inúmeras espécies de plantas<br />

do sertão. Alguns dentre eles tem sido<br />

frutíferas, como jabuticaba, goiaba, pitanga, maracujá, araçá, uvaia, afugentados de certas partes do litoral<br />

amora, araticum ou pinha, além de plantas de uso culinário, como pelas povoações européias<br />

batata, mandioca, baunilha, palmito-juçara, e de centenas de plan-<br />

Ferdinand Denis Brasil, Paris, 1888<br />

tas medicinais.<br />

O desenvolvimento sustentável e o planejamento do turismo ecológico responsável<br />

são fun<strong>da</strong>mentais para a conservação de tudo isso. Só um projeto social de<br />

capacitação poderá garantir a preservação deste ecossistema, além de gerar recursos<br />

para as comuni<strong>da</strong>des locais.<br />

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Núcleo do Engor<strong>da</strong>dor<br />

Mananciais para São Paulo<br />

O Núcleo Engor<strong>da</strong>dor recebeu este nome porque no século XVI a região constituía<br />

a última para<strong>da</strong> dos tropeiros, que vindos de Minas Gerais e de Goiás, precisavam<br />

descansar e engor<strong>da</strong>r o gado. Hoje, o acesso a este núcleo de visitação <strong>da</strong> <strong>Serra</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong> se dá pela rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais.<br />

Ao entrar no Parque Estadual <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong> por esse núcleo, a primeira coisa que<br />

se vê é a casa <strong>da</strong> bomba, que é um dos atrativos do parque. Essa construção de 1904<br />

possui um antigo sistema de bombeamento de água que era utilizado para o abastecimento<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de São Paulo. Há ain<strong>da</strong> um grande reservatório e centenas de<br />

metros de tubulação de água, ruínas <strong>da</strong> central de abastecimento que serviu São<br />

Paulo durante 40 anos e hoje está desativa<strong>da</strong> e tomba<strong>da</strong> pelo Patrimônio Histórico.<br />

O sistema funcionava <strong>da</strong> seguinte maneira: uma barragem construí<strong>da</strong> no alto <strong>da</strong> serra<br />

captava a água que, por meio de tubulações de ferro, era leva<strong>da</strong> ao reservatório<br />

maior, de onde era encaminha<strong>da</strong> à casa <strong>da</strong> bomba, que a impulsionava até a ci<strong>da</strong>de,<br />

onde chegava por uma outra tubulação.<br />

A construção deste sistema <strong>da</strong>ta do início do século XX, época em que tais maquinários<br />

ain<strong>da</strong> não eram fabricados no Brasil, de modo que to<strong>da</strong>s as peças <strong>da</strong> Casa <strong>da</strong> Bomba foram<br />

forja<strong>da</strong>s em indústrias européias. Transporta<strong>da</strong>s<br />

em navios, as peças de ferro demoraram meses<br />

para chegar ao porto de Santos e ser leva<strong>da</strong>s ao<br />

local onde seriam monta<strong>da</strong>s.<br />

A caldeira <strong>da</strong> Steinmuller Gunmersbach,<br />

<strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de 1898, era alimenta<strong>da</strong> a lenha e gerava<br />

pressão para a bomba, que parece uma<br />

locomotiva estacionária e foi monta<strong>da</strong> por um<br />

fabricante inglês. A lenha usa<strong>da</strong> como combustível<br />

era retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> Mata Atlântica dos arredores<br />

que aos poucos começou a escassear.<br />

Então, o sistema foi substituído por motores a<br />

diesel e desativado em 1949.<br />

36 Verde Perto 37


O atual Sistema <strong>Cantareira</strong> de Abastecimento de Água, considerado<br />

o maior sistema de abastecimento <strong>da</strong> Grande São Paulo, atende<br />

cerca de 50% <strong>da</strong> população <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, assim como cerca de 4<br />

milhões de pessoas que vivem no interior do estado e em Minas Gerais.<br />

Cerca de 50% <strong>da</strong> bacia composta pelos rios e pelas represas que o<br />

formam é alterado por ativi<strong>da</strong>des humanas que de alguma forma comprometem<br />

a produção de água para o consumo.<br />

A principal ameaça para essa área é a destruição <strong>da</strong> mata ciliar que<br />

beira os mananciais, o que pode levar à diminuição do volume <strong>da</strong>s águas que chegam<br />

aos reservatórios e fazendo com que eles demorem mais a encher depois <strong>da</strong>s estações<br />

secas.<br />

Caminhando no Engor<strong>da</strong>dor<br />

O Núcleo Engor<strong>da</strong>dor oferece infra-estrutura básica àqueles que o visitam. Possui<br />

uma guarita na entra<strong>da</strong>, junto à administração, centro de visitação composto por<br />

museu e sanitários, um auditório, área para piquenique e playground.<br />

Ao chegar ao local, muitas vezes se pode avistar no alto de uma árvore algum<br />

bugio solitário, cujos pêlos ruivos têm sua beleza intensifica<strong>da</strong> pelos raios do sol.<br />

A trilha mais curta do núcleo é a do Macuco, que, com apenas 646 metros,<br />

representa excelente opção para quem quer começar a se familiarizar com a área.<br />

No início <strong>da</strong> trilha, que se estende por uma área sombrea<strong>da</strong>, há um ripado de madeira<br />

que corre sobre uma região que está sempre úmi<strong>da</strong>. Um conforto para quem<br />

não quer encher as botas de barro, o ripado tem função ecológica, pois evita a<br />

compactação do solo e a drenagem natural <strong>da</strong> água nesse trecho. A administração<br />

do parque empreendeu esta ação com o intuito de minimizar o impacto causado<br />

pela circulação de pessoas.<br />

A trilha segue por uma parte mais alta, de onde se tem uma vista interessante <strong>da</strong><br />

mata. Há alguns degraus para ir à parte baixa e caminhar até o final do percurso<br />

margeando o córrego do Curupira.<br />

Em ca<strong>da</strong> época do ano podem-se observar flores e borboletas diferentes. Em<br />

abril, por exemplo, aparecem várias lagartas pretas e pelu<strong>da</strong>s. Apesar de bonitas, as<br />

taturanas oferecem algum perigo, pois causam irritação ou leves queimaduras se en-<br />

Legen<strong>da</strong>, legen<strong>da</strong>,<br />

legen<strong>da</strong>, legen<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

foto, legen<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

foto, legen<strong>da</strong>,<br />

legen<strong>da</strong>.<br />

38 Verde Perto 39


costarmos nelas. Por isso, é necessário muito cui<strong>da</strong>do ao tocar as árvores. Já no final do Legen<strong>da</strong>, legen<strong>da</strong>,<br />

ano, podemos ver uma quanti<strong>da</strong>de maior de borboletas.<br />

legen<strong>da</strong>, legen<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

Depois dessa primeira caminha<strong>da</strong> de aquecimento, vale a pena enfrentar o traje- foto, legen<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

to rumo ao tanque de captação de água, que tem 5 mil metros de extensão. Este<br />

foto, legen<strong>da</strong>,<br />

trecho margeia o rio Engor<strong>da</strong>dor, caminhando-se em uma margem para subir até o<br />

reservatório e na margem oposta para voltar. Nele se pode encontrar mais de uma<br />

cachoeira, assim como uma grande figueira branca que fica à margem <strong>da</strong> trilha.<br />

Numa <strong>da</strong>s visitas ao local com um grupo de ecoturistas, paramos ao lado do<br />

tanque, que fica no final <strong>da</strong> parte alta <strong>da</strong> trilha, e pudemos avistar<br />

legen<strong>da</strong>.<br />

um bicho-preguiça no alto de uma embaúba. Imóvel, ele poderia “..é um animal cuja carne é encontra<strong>da</strong><br />

ser facilmente confundido com um grande cupinzeiro, uma colméia nas melhores mesas, assim como a <strong>da</strong> paca<br />

ou algo semelhante.<br />

(Coelogenis paca) e <strong>da</strong> cutia<br />

O Engor<strong>da</strong>dor é o único núcleo do Parque Estadual <strong>da</strong> (Dasyprocta agouti); do mesmo que des-<br />

<strong>Cantareira</strong> permitido aos ciclistas. A trilha para mountain bike, de 4<br />

mil metros de extensão, tem trechos que cruzam a vegetação exuberante<br />

e trechos que correm em áreas abertas.<br />

tes dois animais; o tatu é ain<strong>da</strong> apanhado<br />

nos arredores <strong>da</strong>s grandes ci<strong>da</strong>des”<br />

Ferdinand Denis Brasil, Paris, 1888<br />

40 Verde Perto 41


Em todos os percursos, as árvores sombreiam as trilhas, ao<br />

mesmo tempo que sustentam algumas plantas que se desenvolvem<br />

nas partes mais altas <strong>da</strong> floresta, como as bromélias, os cipós<br />

e as trepadeiras, que buscam mais luz solar. A 30 metros de<br />

altura, as copas <strong>da</strong>s árvores se encaixam, formando o “teto” <strong>da</strong><br />

floresta.<br />

Para onde quer que se olhe, do solo à copa <strong>da</strong>s árvores, se<br />

podem encontrar na vegetação os mais diferentes tons de verde,<br />

assim como os mais diferentes tamanhos e as mais diferentes<br />

formas, o que demonstra a riqueza de estratégias de sobrevivência<br />

<strong>da</strong> natureza, em sua beleza.<br />

A fauna <strong>da</strong> região apresenta grande diversi<strong>da</strong>de. É possível<br />

avistar macacos-pregos, sauás e araçaris, aves <strong>da</strong> família do tucano<br />

que têm o bico mais curto. Pode-se encontrar ain<strong>da</strong><br />

serelepes e uma grande varie<strong>da</strong>de de pássaros, entre eles muitos beija-flores.<br />

Graças à criação do parque, a conservação destas e de outras espécies e a proteção<br />

total dos recursos naturais <strong>da</strong> área podem ser garanti<strong>da</strong>s. Em janeiro de 2001, uma<br />

revista de grande circulação nacional publicou o aparecimento de um onça-par<strong>da</strong> no<br />

local. Esta notícia, surpreendente em uma ci<strong>da</strong>de poluí<strong>da</strong> e superpovoa<strong>da</strong> como São<br />

Paulo, representa uma grata surpresa e nos faz lembrar que muitos aspectos negativos<br />

relacionados ao meio ambiente ain<strong>da</strong> podem ser revertidos.<br />

Em boa parte <strong>da</strong> região <strong>da</strong> <strong>Cantareira</strong> a mata atlântica original foi removi<strong>da</strong><br />

quando a área foi ocupa<strong>da</strong> por fazen<strong>da</strong>s de café, erva mate e cana de açúcar. O que<br />

pode ser visto hoje é o resultado <strong>da</strong> recuperação ambiental natural que vem ocorrendo<br />

desde 1890 quando o governo desapropriou a região para preservá-la.<br />

Legen<strong>da</strong>, legen<strong>da</strong>,<br />

legen<strong>da</strong>, legen<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

foto, legen<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

foto, legen<strong>da</strong>,<br />

legen<strong>da</strong>.<br />

42 Verde Perto 43

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